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AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio Carmo

Redação: José Carlos Patrício, Lígia Silveira, Luís Filipe Santos,Margarida Duarte, Sónia Neves, Carlos Borges, Catarina Pereira

Grafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais

Diretor: Cónego João Aguiar CamposPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D - 1885-076

MOSCAVIDE. Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

04 - Editorial: Cónego João Aguiar06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional12 - Opinião D. Pio Alves14 - A semana de José Carlos Patrício16- Dossier Pastoral Social32- Entrevista D. Jorge Ortiga

38 - Espaço ECCLESIA - agosto44 - Internacional48 - Multimédia50- Cinema52 - Estante54 - Vaticano II56 - Agenda58 - Liturgia60 - Programação Religiosa61 - Por estes dias62 - Fundação AIS64 - Opinião João Meneses62 - Luso Fonias

Foto da capa: SNPSFoto da contracapa: Agência Ecclesia

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Opinião

28.º Encontro daPastoral Social[ver+]

Incêndios emPortugal[ver+]

Novo secretáriode Estado noVaticano[ver+]

D. Pio Alves |Cónego João Aguiar|João Meneses|Padre Tony Neves

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Caridade ou betaserc?

João Aguiar CamposDiretor do SecretariadoNacional dasComunicações Sociais

1. Talvez o romeno da esquina não se chameLázaro. Talvez o anónimo ignorado na margemdas nossas pressas de chegar ao templo tenhavindo de um outro local distante de Jerusalém;porventura numa jangada que o empurrou até àpraia clandestina que lhe enterrou os sonhos.Talvez a cama daquele vão de acesso aoMultibanco seja de cartões saídos das lojas damoda de uma das ruas onde é moda estarem.Talvez...Olho-os - o presumível Lázaro ou o anónimo -pensando-os de algures ou de nenhures; masnão ignorando que qualquer um delesrepresenta milhares de outros que não vejo.Como eu, outros caminhantes os olham. E tenhode admitir que, por vezes, mesmo olhando-os,faço o esforço de os não ver. Ao mesmo tempo,esforço-me por recusar intimamente odesassossego desta consciente cegueira,procurando neles uma razão que me inocente."Alguns chegaram aqui por sua culpa"- declaro.Sim, porque alguém teve de pecar, tem semprede pecar para explicar todos os modelos depobrezas, paralisias ou cegueiras... 2. O que me custa a admitir é que não sejam"eles" os pecadores. O que me custa a admitir éque a sua pobreza e marginalidade tenhamnascido da idolatria de uma sociedade centradano poder e no dinheiro. E também me custaadmitir que, como crente, deva

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considerar todas as situações depobreza e injustiça como um dosmaiores desafios que se noscolocam.Ou não é verdade que também nósfomos ungidos pelo Espírito paraanunciar a Boa Nova aos pobres, oque significa a obrigação de sermos discípulos que continuam aobra de Jesus entre os maisabandonados? 3. Bento XVI insistiu, nas suasencíclicas, no exercício da caridadecomo elemento constitutivo efundamental da evangelização e dasua credibilidade. E no CompêndiodaDoutrina Social da Igreja (1115)pode ler-se: "Hoje, mais do quenunca, a Palavra de Deus nãopoderá ser anunciada e ouvida

senão na medida em que ela foracompanhada do testemunho dopoder do Espírito Santo, que operana acção dos cristãos ao serviçodos seus irmãos justamente nospontos onde se joga a suaexistência e o seu futuro".Olhando à nossa volta, com olhosde ver, cabe-nos confrontar arealidade social com o Evangelho,testemunhar a verdade sobre ohomem e promover a sua identidadeintegral, e lutar por uma novação davida pública centrada na verdade,na justiça, no amor e na liberdade.O que não podemos é continuar amudar de passeio e a tomarbetaserc, prevenindo as tonturasdas alterações repentinas. É quemesmo assim a pergunta não secala: onde está o teu irmão?

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Foto – LusaCarregal do Sal, 04/09/2013Mais de duas mil pessoas estiveram presentes no funeral de BernardoCardoso, bombeiro de 19 anos que morreu a combater um incêndio noCaramulo.

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“Eu aconselhava o primeiro-ministroa saber governar em democracia.Ele não é o dono do país.”António José Seguro, secretário-geral do PS, 02/09/2013, ementrevista à TVI 24 “Ninguém no seu juízo perfeito àfrente de um governo ou umaautarquia quer empobrecer as suascomunidades.”Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal,03/09/2013, discurso naapresentação das listas doscandidatos autárquicos em TorresVedras “Quanto sofrimento, quantadestruição, quanta dor causou eestá causando o uso das armas.Queremos que nesta nossasociedade, dilacerada por divisões econflitos, possa irromper a paz!”Papa Francisco, 03/09/2013, contaPontifex na rede social Twitter

“Não devíamos estar a falar só daresposta síria, antes no que podeacontecer depois do primeiroataque. Ora, ninguém pode saber oque vai acontecer. Todo o mundoperderá o controlo da situaçãoassim que o barril de pólvoraexplodir.”Bashar al-Assad, líder sírio, ementrevista ao jornal francês LeFigaro, 03/09/2013 "A América considera que se acomunidade internacional nãogarantir certas normas quegovernam a forma como os paísesinteragem e como os povos sãotratados, o mundo torna-se cada vezmenos seguro."Barack Obama, conferência deimprensa em Estocolmo, 04/09/2013

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Igreja atenta ao drama dosincêndiosDiversos membros da Igreja Católicaem Portugal, desde bispos asacerdotes, manifestarampreocupação e solidariedade com apopulação que vê os seus bens emeios de sustento perecerem nosincêndios que no mês de agostodevastaram quase 100 mil hectaresem Portugal.O bispo de Viseu, afirmou numanota pastoral, a necessidade deserem apuradas“responsabilidades” nos fogos quemobilizaram centenas de bombeiros,e defendeu que será através daeducação e da formação que taisocorrências serão evitadas.D. Ilídio Leandro assinalava havermuitos “responsáveis” e que serianecessário apurar essasresponsabilidades, referindo serpela via “educativa, formativa,recreativa e fruitiva” que se evitamos incêndios, pois a floresta serávista como um “bem a preparar, aestimar e a prevenir”, como um“dom” que é para todos.Segundo o prelado, é através da"educação e da formação" se evitamos “olhares interesseiros evingativos” sobre os incêndios

que fustigaram a diocese a quepreside.D. Ilídio Leandro, “como cristão ebispo de Viseu” assegurou a suaoração pelos bombeiros que esteano faleceram no desempenho doseu serviço e por todos os feridos,revelando preocupação pelos bensperdidos nos fogos.Também o bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro,manifestou preocupação com osincêndios florestais e dirigiu-se aosfiéis, em diversas eucaristias,pedindo aos transmontanos quefossem “guardiães da natureza” ecuidassem das paisagens da região.O padre Manuel Amaral, da diocesede Lamego, também bombeiro,revelou à Agência ECCLESIA a suarevolta pelo facto de os soldados dapaz continuarem a “ser tratadoscomo números pelos Governos”,assinalando a “falta de sensibilidadepor parte da população” que oscrítica quando arriscam a própriavida.Bombeiro desde 2002, emPenedono, Viseu, o sacerdotelamenta o esquecimento a que

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são votados passado o combateaos incêndios.Também as populações afetadas,considera o sacerdote, também sãotratadas como “meros números”quando na realidade está presente“o sofrimento de quem pode perdertudo”. “Eu acredito que os bombeiros,neste momento, são mártires comoexistiram os mártires na IgrejaNascente”, afirmou o sacerdote.Manuel Amaral foi ordenado em2011 e revela que

ser sacerdote e bombeiro “abrangeo total da pessoa humana”. Avocação religiosa ajuda-o “a não sertão frio na forma de raciocinar” aoserviço dos bombeiros.Em agosto e setembro, setebombeiros perderam a vida nocombate aos incêndios em Portugal.

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Capuchinhos querem cristãosmais formadosPalavra, fé e vida foram oselementos essenciais para formaros cristãos que participaram na 36ªSemana Bíblica Nacional,organizada pelos FranciscanosCapuchinhos, e que vão estar emestudo nas semanas regionais donovo ano pastoral.Sobre o tema da semana deestudos, “Palavra, fé e vida – dapalavra de Deus à fé dos Homens”,frei Herculano Alves revelou que“aborda a perspetiva da fé que étransportada para a vida mas temorigem na palavra”.O frade Franciscano Capuchinhoassinalou à Agência ECCLESIA quenão se pode conceber “umasemana a falar apenas da fé,porque a raiz da fé está na palavrade Deus, sendo essa fé a respostaà palavra”.Para o biblista, a “novaevangelização ou simplesmenteevangelização” faz-se através daBíblia e para isso é necessário“levar” aos fiéis o seuconhecimento, para que saibamfazer uma “boa interpretação” daSagrada Escritura.

O programa da iniciativa incluiu umaconferência do bispo de Lamego, D.António Couto, especialista emBíblia e presidente da ComissãoEpiscopal da Missão e NovaEvangelização.Os padres João Lourenço, diretorda Faculdade de Teologia daUniversidade Católica Portuguesa, eCarlos Cabecinhas, reitor doSantuário de Fátima, integraram alista de oradores, que tambémcompreendeu Cristina Sá Carvalho,diretora do Departamento deCatequese do Secretariado Nacionalda Educação Cristã.As conferências da 36ª SemanaBíblica Nacional vão ser publicadasno final de setembro, adianta o freiHerculano Alves.

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Fátima: Manter «alma» na emigração

O arcebispo do Luxemburgo, D.Jean Claude Hollerich, pediu emFátima que os emigrantesportugueses mantenham a sua“alma” e façam da Virgem Mariauma referência pessoal, mesmo nassituações de dificuldade.“Queridos amigos portugueses,deixai-vos tocar pela simplicidadedos Pastorinhos de Fátima. Nãopercais a vossa alma na emigração,mas fazei dela fonte de uma novaproximidade com Deus”, exortou naperegrinação internacional deagosto, na Cova da Iria.Aos fiéis revelou que NossaSenhora de Fátima “está semprepresente” e “dá” os conselhos quecada um mais precisa.“Quantas coisas começáramos bemna nossa vida seguindo-se ofracasso e a vergonha? Por vezes,falta-nos o amor: nas nossastarefas, entre marido e mulher. Asnossas crianças que encerram umfuturo tão promissor, mais tarde,acabam por chumbar na escola oupor se tornar vítimas das suaspaixões”,

exemplificou o arcebispo doLuxemburgo.A mensagem de Fátima,acrescentou, convida a uma“verdadeira conversão”, nasfamílias, nos locais de trabalho,como “verdadeiros cristãos”.

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Desafio

D. Pio AlvesPresidente da ComissãoEpiscopal da Cultura,Bens Culturais eComunicações Sociais

Na periferia de Buenos Aires há uma igreja emque se venera a imagem de S. Caetano deThiene. A população tem-lhe uma grandedevoção. No dia da sua festa (07 de agosto), obispo da Diocese D. Jorge Bergoglio – agoraPapa Francisco – nunca faltava. Este ano, nãopodendo estar presente, enviou uma mensagem,enquadrada no tema da festa: “Com Jesus e comS. Caetano, vamos ao encontro dos maisnecessitados”.Em certo momento escreve: “Às vezes perguntoa alguém: ‘Tu dás esmola?’. Respondem-me:‘Sim, padre’. ‘E quando dás esmola, fitas os olhosda pessoa à qual dás?’. ‘Ah, não sei, não me douconta’. ‘Então, tu não a encontraste’. Tu lançastea esmola e foste embora. Quando dás esmola,tocas a mão da pessoa ou lanças a moeda?’.‘Não, lanço a moeda’. ‘Então, tu não a tocaste. Ese não a tocaste, também não a encontraste’ ”.A provocação está clara e o desafio também.Fazem falta esmolas; faz ainda mais faltaencontrar as pessoas. Melhor: deixar-seencontrar.Dar, ignorando a pessoa, pode ser uma espéciede pagamento de fatura ou, até, uma subtilafirmação de riqueza. Pode cavar ainda mais ofosso entre ricos e pobres. É certo que amoedinha pagará o mesmo café (ou sabe-se lá oquê!), mas os dois correm sério risco de ficarmais pobres.

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Dar, deixando-se encontrar, abreportas de humanidade. Facilita arecuperação da dignidadeesquecida ou perdida. Possibilitadar bens mais preciosos que odinheiro: atenção, tempo, respeito,afeto. Como escreve Bento XVI(Caritas in veritate, 6), “amar é dar,oferecer ao outro do que é ‘meu’;mas nunca existe sem a justiça, queinduz a dar ao outro o que é ‘dele’,o que lhe pertence em razão do seuser e do seu agir. Não posso ‘dar’ao outro do que é meu, sem anteslhe ter dado aquilo que lhe competepor justiça”. A caridade sem osustentáculo da justiça é edifíciosem alicerce.Para ganhar este desafio é bom

qualquer cenário. As oportunidadesmultiplicam-se em cada esquina.Mais ainda: em cada família, emcada prédio, em cada ambiente detrabalho, em cada meio detransporte; melhor ainda: emqualquer sítio, porque todo serhumano é pessoa.Todos os campos são terra abonadapara germinarem, crescerem efrutificarem verdadeiros encontrosde pessoas. De pessoas, com mais,menos ou nenhum dinheiro nobolso, mas com igual dignidade. Adignidade, felizmente, não se medepelo saldo da conta bancária.Simplesmente, não se mede: é igualpara todos.Aceite o desafio.

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Os verdadeiros heróis

José Carlos PatrícioAgência ECCLESIA

O tempo de verão ficou marcado mais uma vezpelo drama dos incêndios, um pouco por todo opaís, com cerca de 14 mil fogos registados atéagora e perto de 100 mil hectares de florestadestruídos, segundo os últimos dados do Institutode Conservação da Natureza e Florestas.Naquele que está a ser um dos piores anos deque há memória, nunca é demais homenagear eagradecer o trabalho que os bombeiros, algunscom o preço da própria vida, têm estado arealizar para protegerem das chamas pessoas,propriedades, habitações, colheitas e tesourosambientais que, uma vez arrasados, são umaperda irreparável para o “pulmão” do país.Estes “soldados da paz”, dezenas de milhares devoluntários, homens, mulheres, muitos delesjovens na flor da idade, são verdadeiros heróisde uma sociedade que prefere muitas vezes,destacar o futebolista X, o ator Y ou a cantora Z.Nos últimos três meses, sete bombeirosmorreram (quatro deles na casa dos 20 anos) evários ficaram feridos no combate às chamas quefustigaram sobretudo o Norte e Centro do país,com realce para a Serra do Caramulo, no distritode Viseu.Bernardo Cardoso, um estudante em férias, com19 anos, foi o último bombeiro a tombar, depoisde ter ficado com queimaduras em 55 por centodo corpo.

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Mais do que um minuto de silêncioou condecorações póstumas, que aentrega deste jovem e dos seuscompanheiros, numa missão quesabiam perigosa mas quiseram levaraté ao fim, pelo bem comum, sirvade exemplo para todas as pessoas.Para os governantes que defendema guerra, mas que nem sequer vãopegar em armas nem testemunhar ohorror da carnificina; para ospolíticos que mais do que zelarempelas suas comunidades, defendemos seus próprios interesses; para asfamílias desfeitas por disputas semsentido…Numa mensagem em junho

dirigida aos membros da Associaçãodos Santos Pedro e Paulo,organismo composto por centenasde voluntários cristãos queparticipam diariamente napreparação das celebrações doVaticano e em obras de caridade, oPapa destacou o testemunhodaqueles que servem os outros“com gratuidade”.“Isto é belo: servir sem pedir nadaem troca, como fez Jesus. Esta belavirtude cristã: a magnanimidade, terum coração grande, alargar ocoração sempre, com paciência,amar todos; e não aquela pequenezque faz tanto mal”, salientouFrancisco.

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Acreditamos no amorSobre o XXVIII Encontro da Pastoral SocialFátima, 10-12 de setembro de 2013

«A fé cristã é fé no Amor pleno, noseu poder eficaz, na suacapacidade de transformar o mundoe iluminar o tempo. “Nósconhecemos o amor que Deus nostem, pois acreditamos nele” (1 Jo 4,16)». Esta afirmação é do n.15 daprimeira encíclica do PapaFrancisco, Lumen fidei, de Julhopassado. E explica: «A fé identifica,no amor de Deus manifestado emJesus, o fundamento sobre o qualassenta a realidade e o seu destinoúltimo».Esta Encíclica foi apresentada comoescrita também por Bento XVI que apreparou para este Ano da Fé.Como nos recordamos, o «Ano daFé teve início no cinquentenário daabertura do Concílio Vaticano II.Esta coincidência – sublinha aEncíclica no n.6 – permite-nos verque o mesmo foi um Concílio sobrea fé [...]. O Concílio Vaticano II fezbrilhar a fé no âmbito da experiênciahumana, percorrendo

assim os caminhos do homemcontemporâneo». Este nosso Encontro de PastoralSocial tem por tema Testemunhar acaridade no Ano da Fé, glosandoo texto da Porta fidei n.14, do PapaBento XVI.Os tempos deste encontrosucedem-se segundo o métodoseguido pelo Concílio Vaticano II naGaudium et spes e por Paulo VI naPopulorum progressio (1967); a suaapresentação é particularmenteexplícita no n.4 da Octogesimaadveniens (1971): «Cabe àscomunidades cristãs»: 1. «analisarcom objectividade a situação do seupaís»; 2. «iluminá-la com a luz daspalavras inalteráveis doEvangelho», tendo em conta«princípios de reflexão, critérios dejuízo e diretrizes para a ação» noensinamento social da Igreja [...]; 3.discernir – «com a assistência doEspírito Santo,

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em comunhão com os bisposresponsáveis e em diálogo com osoutros irmãos cristãos e com todasas pessoas de boa vontade» – «asopções e os compromissos queconvém tomar para se operarem astransformações sociais, políticas eeconómicas que se apresentamcomo necessárias e, em não poucoscasos, urgentes». Olhar, apreciar,transformar. Olhar.Para uma leitura da realidade, tãoobjectiva quanto possível, contamoscom a reflexão de D. Manuel Linda,Bispo Auxiliar de Braga, queproferirá a conferência de abertura:Fé e obras: anunciar o Evangelho‘aqui e agora’. Acácio Catarino,membro da Comissão NacionalJustiça e Paz, conduzirá o debateinicial.O primeiro painel - Pelas obras, temostrarei a fé - reúne testemunhosa partir de situações concretas dearticulação entre fé e obras: oPastor Eduardo Conde, da IgrejaMetodista de Aveiro, José RibauEsteves, atual Presidente daCâmara Municipal

de Ílhavo e Henrique Joaquim,Presidente da Direção daComunidade Vida e Paz. Todos ospainéis têm moderação de umjornalista; este será moderado porLaurinda Alves.

Apreciar.No dia seguinte dá-se um outropasso. Procurar-se-ão os critérios (àluz do Evangelho) que permitemperceber quais os sinais do Reino jápresentes no mundo em quevivemos. E quais as situações deinjustiça, de mentira, de pecado quenecessitam de mudança.Na sua conferência - A caridade namissão evangelizadora nasprimeiras comunidades cristãs -contamos com o P. SantiagoGuijarro, Professor da Faculdade deTeologia da Universidade Pontifíciade Salamanca, para nos fazerregressar “às fontes” (movimentotão importante nos tempos doVaticano II) e aí colhermos a nossaoriginalidade no agir, próprio dosdiscípulos de Jesus. Será a vez deEugénio Fonseca, Presidente daCáritas Portuguesa, conduzir adiscussão sobre este tema.Seguem-se dois painéis comperguntas que se entrecruzam:Onde está o teu irmão? Asrespostas

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serão dadas pelo P. João Gonçalves(que falará da realidade vivida naPastoral Penitenciária), pela Ir. JúliaBarroso (que refletirá o drama dotráfico de seres humanos) e pelaIsabel Cordovil (com a experiênciados GIAS - Grupos de interajudasocial). Estepainel será moderado pelo jornalistaJoaquim Franco, também elemembro da Comissão NacionalJustiça e Paz.A Mim o fizestes. Com intervençõesde Hélder Afonso (o projeto+próximo na Diocese de Vila Real),do P. Luís Maurício Guevara(questões pastorais com minoriasétnicas) e do psiquiatra PedroMacedo (com o pedido - ou aexigência - Deixai-me Viver!ProfundaMente). Moderará o painelo jornalista António Marujo.Concluímos este segundo dia dereflexão pedindo ao Cón. JoãoAguiar, Diretor do SecretariadoNacional das Comunicações Sociaisda Igreja e Presidente do Conselhode Gerência da Rádio Renascença,que nos diga, afinal, quais lheparecem ser os Critérios no agir daIgreja. O debate será conduzidopelo Presidente da

nossa Comissão Episcopal, D. JorgeOrtiga, Arcebispo de Braga.Ao fim da tarde celebraremos aEucaristia num dos espaços daBasílica da Santíssima Trindade e,depois de jantar, poderemos ver umbelo documentário de VéronikBeaulieu-Mathivet Vaticano IIimagens e testemunhos (2006). Transformar.O que for preciso. O maisimportante. O mais urgente.É na perspectiva da transformaçãoe não do manter uma qualquerordem previamente estabelecidaque se encontra a relação entre fé eamor. A caridade é o contrário detodo o assistencialismo.Neste horizonte, daremos o últimopasso do Encontro.Daí o título dado ao painel: Novoscéus e uma nova terra.Procuraremos colher pontos devista, perspectivas... Para a política,pedimos a Bagão Félix; para aeconomia, a Américo Mendes; para sociologia, a Carvalho da Silva.Personalidades de todosconhecidas. Moderará este painel ajornalista Márcia Carvalho.

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O Encontro conclui-se com aConferência A Caridade é a Fé emação, proferida pelo Cardeal SeánO’Malley, Arcebispo de Boston. Temum raro conhecimento doportuguês, é reconhecida a suaexcelente ação pastoral em Boston;já pregou aos Bispos portugueses,presidiu à peregrinação de 12-13 deMaio, em

Fátima, no ano seguinte a BentoXVI. Saberá concluir, como ninguém,este nosso Encontro.Que nós, os participantes, sejamoscapazes de levarmos estedinamismo para o nossocompromisso quotidiano.E porque acreditamos no amor,saibamos viver a esperança!

P. José Manuel Pereira de Almeida

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O projecto de criar Gruposde InterAjuda Social - GIASIsolamento, solidão, frustração. Sãoapenas alguns dos sentimentos quesurgem quando a pessoa se vê nasituação de desemprego. Depoisvêm outras complicações sempreassociadas às dificuldadesfinanceiras. Utilizar o grupo paraapoiar e motivar é a ideia que estápor detrás dos GIAS - Grupos deInterAjuda Social, iniciativapromovida pela Cáritas Portuguesa.(www.caritas.pt) Em Portugal, o desemprego é omaior flagelo, pela sua dimensãonumérica mas também pelos novoscontornos que apresenta e nãopode ser combatido somente comos procedimentos de intervençãotradicionais. A iniciativa da Cáritas Portuguesade promover a interajuda paracombater este flagelo, foi decididaem Conselho Geral, em Abril de2011, para se realizar emcolaboração com outrasorganizações próximas das pessoasconvidadas a participar nos grupos.Em julho 2011 foi criada uma equipanacional para desenvolver

o projecto (ideia, estratégias,valores), a qual elaborou umconjunto dedocumentos/ferramentas disponíveisno site da Cáritas Portuguesa(www.caritas.pt).A ideia GIAS é desenvolver naspessoas em situação dedesemprego, com tempo mais livre,energia e confiança pessoal paravalorizar o que podem fazer agora,no presente, voltar a encontrartrabalho, seguir o seu caminho, oseu futuro. Através do encontro comoutros, combater a solidãoassociada ao desemprego,aprender a apreciar o valor do seutempo e do seu próximo.O GIAS não é um grupo orientadopara a procura ativa de emprego,nem orientado para a ajudaeconómica direta. É um grupo queapoia o encaminhamento para aresolução de problemas vividos.É grupo de encontro, escuta, deInterajuda, de alegria, caminho.Encontro de pessoas com osmesmos problemas – comexperiência pessoal da situação dedesemprego - que reúnemregularmente (semanal ou

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quinzenalmente), e partilhamexperiências de vida, perdas emedos, competências e boas ideias,com o objetivo de tentar superar asdificuldades associadas à situaçãode desemprego, e de reencontrarum caminho de confiança eesperança.Em cada GIAS podem participaroito a 12 pessoas que reúnem como apoio de um a dois monitores parafacilitar o encontro e o diálogo, aorganização das reuniões, etc.Há um caminho a descobrir porcada GIAS. A descobrir pelaspessoas, por cada grupo, numacomunidade concreta.Palavras chave/atitudes no GIAS:escuta, dar o que se é, confiança,partilha de experiências positivas dealegria, revisão de vida, cidadania. Onde está o teu irmão?Testemunho de um GIAS em SantaIsabel - Lisboa (parceria entre aCáritas, Paróquia e Junta deFreguesia)Desde março 2012 a julho 2013,realizaram-se 50 reuniões, com 33participantes no total, umaanimadora permanente, umanimador em fase inicial e outrotécnico de encaminhamento pela

JF. As reuniões tiveram uma médiade seis participantes. São pessoasmuito diversas na idade equalificações, com experiênciapessoal da situação dedesemprego, temporário ou delonga duração, trabalho precário,empobrecimento, identificadas apartir de atendimento social naJunta de Freguesia ouconhecimentos de proximidade.Grupo de encontro e de passagem,no qual 15 dos 27 desempregadosencontraram novas situações detrabalho, e muitos se tornaramcidadãos mais ativos e empenhadosem voluntariado de proximidade.Partiram do desemprego e trabalhoprecário para um sentido de vidadada, vida com atenção, com maisesperança. Este GIAS tem sido umcaminho de empatia e cuidado.

Isabel Cordovil,GIAS

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A criminalidade: que respostaspastorais?Temos muita dificuldade em lidarcom o crime, e muito mais com osseus autores. É um daquelescapítulos que atiramos para o lado,pensando que ele só bate à portados outros, que nem são nossosfamiliares, nem nossos vizinhos,nem nossos conhecidos…Por isso, de modo geral, somos friosa analisar as pessoas que, vítimasda sua fragilidade ou da suamaldade – e isso também éfragilidade! – cometem ações tidascom ilícitas, ofensivas de pessoas, enão respeitadoras de bens ou daordem pública.A tendência social e generalizadapara julgar, de modo apressado,sem provas e sem ouvir os“prevaricadores”, é regra que por aíanda, e quase nada contestada!Mas, um dia, de modo totalmenteinesperado, os nossos passosforam conduzidos, pelo coração, auma Cadeia, para visitar aquelapessoa de quem ninguémsuspeitava, e que faz parte dosmeus contatos ou da minha família!Então, percebi que, afinal, ostelhados de vidro podem estar bemmais perto do que se espera…deseja ou pensa.

Então, é urgente perguntar: dedonde vêm as pessoas que enchemas nossas Prisões?A resposta, todos a sabem: elasnasceram e viveram entre nós, nanossa casa, na nossa rua, na nossacidade ou aldeia; são pessoas queeu conheço, com quem conviveramos nossos filhos, netos, e até eupróprio; são pessoas quereceberam o Sacramento doBatismo, fizeram a PrimeiraComunhão e receberam oSacramento do Crisma….eintegravam até grupos deCatequese, de Liturgia, de Caridade…Foram líderes nas nossasComunidades!Quando se diz que todos temos umatelha na Cadeia, isso é para serlevado a sério; e isto não contémnada de pessimismo nem de mauagoiro: é apenas aquilo que vamosconstatando, nos nossos meiosprisionais.É que há uma questão a que toda asociedade tem de dar grandeatenção: é a Prevenção do crime eda criminalidade; os Presos saemdas nossas comunidades; a nódoaespreita o melhor pano!

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Uma vez detida a pessoa, pelasforças de segurança, e confirmadaa detenção pela competenteautoridade judicial, temos os presos,encarcerados por meses…e anos,com a intenção de seremrecuperados para a sociedade dedonde vieram, e para ondedeveriam voltar devidamenterecuperados, para reintegrarem acomunidade de donde saíram.Estão, assim, referidos os trêssetores de uma verdadeira PastoralPenitenciária: PREVENÇÃO,PRISÃO E REINSERÇÃO. Todas ecada uma destas fases dizemrespeito a toda a gente, a todas asParóquias, a todas as Dioceses, atoda a Sociedade.Em meados de Agosto, os 14.268detidos, nas Prisões de Portugal,são provenientes, na sua quasetotalidade, das nossas terras;excluindo aqueles que são deorigem estrangeira, que rondam osvinte por cento.Estes homens e mulheres - que têmfamília, amigos, vizinhos; que sãopais, irmãos, filhos, netos ou avós -são portadores de um coraçãosensível, e de muitas memórias quea solidão acumula, e que aumentama dor da separação.Na Prevenção, as pessoas e asorganizações são convidadas

a estar atentas a toda a gente,especialmente às mais frágeis; aanunciar valores, a ajudar ainteriorizar o respeito pela vida, pelapropriedade alheia, pela ordempública, pelo respeito a todosdevido, sem descurar o ambientefamiliar. No fundo, colaborar naconstrução de uma sociedademelhor, que leve a prevenir osdelitos; contribuir para oestabelecimento de processos decontínua conversão e mudança devida, de crescimento pessoal ecomunitário, fundados no respeito ena responsabilidade pessoal ecomunitária.Estaremos assim a contribuir parauma mudança de mentalidade, quefavoreça uma conveniente econtínua adaptação às regras daconvivênciasocial e comunitária, recusando osconceitos de que vale tudo, emnome de uma definição de liberdadeque não respeita a liberdade dosoutros.Como gosta de dizer o PapaFrancisco, é preciso “viajar até àsperiferias, ao encontro dos pobres eabandonados, que esperam oevangelho do amor e daesperança”. Estes processos de ir,sem medos, até as periferias dasociedade, - “sujar as mãos…parater a consciência limpa!” -, ondeestão muitos dos que precisam

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de pão, de casa, de carinho, e dequem deles se aproxime, está afazer, quem sabe, um bom processode prevenção do crime. IntegrarCrianças, Adolescentes e Jovens,em associações e actividadesrecreativas, desportivas, culturais,pode estar a fazer um óptimotrabalho na área da prevenção.São precisos muitos Colaboradoresque se juntem aos Capelães dasnossas Cadeias, aceitem receber aformação adequada, e entrem nasPrisões, com intenção de dar tempoà escuta, compreensão e carinho aquem está em sofrimento e “padececom amargura um tempo presente,que parece sem fim” (João Paulo II);muitas vezes, sem verem comclareza caminhos seguros deesperança para a vida…Os Presos são pessoas; sãomulheres e são homens; são partede nós; e, para quem é Cristão, elessão “Cristo, Preso nos Presos”, aQuem visitamos, quando visitamosos Reclusos.Uma verdadeira PastoralPenitenciária atende e trabalha naprevenção da criminalidade,

está junto dos mais vulneráveis, dá-lhes atenções eocupa-lhes tempos livres, fazcrescer neles a autoconfiança e aautoestima, ajuda-os a ocuparem-secom o bem dos outros. Não esperaque a prisão lhes recomponha avida, mas previne e faz tudo paraevitar a passagem pela detençãoem meio prisional, que não garantea mudança para melhor e para aconfiança pessoal e social.Todos sabemos que a prisão, “emvários casos, os problemas que criaparecem maiores que aqueles queprocura resolver” (João Paulo II).Por isso, tudo quanto seja prevenir,é bem melhor; há situações em queremediar foi sempre a pior hipótese,quer para o delinquente, quer paraa vítima, quer para a sociedade.Há, aqui, muito campo para aimaginação pastoral, e para umtrabalho, nunca totalmenterealizado.A reinserção visa o bom acolhimentoque é precisa dar a quem regressapara o seu lugar, numa atitude degrande compreensão, retirandorótulos, e tratando a pessoa queesteve

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privada de liberdade por algum tempo, como uma pessoa, comdireito a ter lugar na comunidade,na família, no mundo laboral.É de extrema importância falarmosde Presos, neste Ano da Fé,promulgado por Bento XVI. Na CartaApostólica PORTA FIDEI, nº 15, seafirma que “a fé sem a caridade nãodá fruto, e a caridade em fé seriaum sentimento constantemente àmercê da dúvida. Fé e caridadereclamam-se mutuamente, de talmodo que uma consente à outrarealizar o seu caminho. (…) É a féque permite reconhecer Cristo, e éo Seu próprio amor que impele asocorrê-lO, sempre que Se fazpróximo nosso, no caminho da vida”.A Pastoral Penitenciária é umdepartamento da Pastoral Social daDiocese, e é de notar que muitasestão atentas a este campo tãoespecífico, que lhe estão dandocorpo e espaço; uma PastoralSócio-Caritativa diocesana que nãodesse espaço à PastoralPenitenciária, criando e nomeandouma Equipa que dela se ocupasse,estaria incompleta, e estaria asilenciar um grupo de Cristãos,muito particularmente sofredores,com os quais o nosso Mestre eSenhor quis identificar-Se, ao dizer:

“estive preso, e vieste visitar-Me”.São os Reclusos, as suas Famílias,as vítimas dos crimes e toda asociedade a reclamar a presençasempre ativa e interventiva daIgreja, num campo que lhe éespecífico, que é o campo daCaridade, na promoção do respeitoe da dignidade da Pessoa humana.Temos de fugir à “globalização daindiferença” (Francisco).A Pastoral Penitenciária ocupa-se, edeseja comprometer-se mais e mais,com a Prevenção, a Prisão e aReinserção Social das PessoasPresas, na área Religiosa, Social eJurídica. Temos já muito boaliteratura, muito concreta eexperimentada, que ajuda Diocesese Grupos que neste campo queiramorganizar-se e comprometer-se.O I Congresso Ibérico de PastoralPenitenciária, a realizar no Porto, de1 a 4 de Maio de 2014, com o temaDignificar a Pessoa Presa, será umbom contributo naconsciencialização de toda aSociedade e de todas as Dioceses.Por isso se conta com uma boaparticipação de grupos, Paróquias eDioceses.Viver o Ano da Fé, é Viver um anode mais, e mais conscienteCaridade!

P. João Gonçalves,Pastoral Penitenciária

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Pelas obras, te mostrarei a féVivemos o Ano da Fé e nelepodemos testemunhar a caridadeporque como nos disse São Tiago“a fé sem obras é morta” e “pelasobras mostraremos a fé”. Um campoonde facilmente se pode expressareste imperativo é o campo da açãosocial e caritativa. Diria que destaspalavras de São Tiago ressalta umimperativo que nos remete parauma expressão prática da nossa féou que nos pode permitir aferir seas nossas obras são apenasassistencialismo.A palavra caridade éfrequentemente utilizadasignificando algo que se faz poralguém com algum tipo ou conjuntode necessidades. Se à partida nospode parecer correto, na verdadetrata-se de uma confusão entre oque se faz e a razão que nos leva afazer algo por um outro quereconhecemos como nossosemelhante. Como agravante trata-se de uma palavra utilizada emsentido pejorativo, isto é, valorandonegativamente o que se faz pelooutro por se considerar a acçãocaritativa como uma açãoassistencialista.

Originalmente a noção de caridaderemete-nos para uma das trêsformas de amor - o agapê. Trata-seda forma de amor cuja característicaprincipal assenta no dom e nadádiva de si que não espera retornonem admite nenhum tipo de cálculonem condição.Assim sendo, pode dizer-se queuma coisa é o que se faz, é a nossaação e o seu resultado, e outra é oque está na sua origem. Nestesentido, a caridade, enquanto amoragapê, não é o que se faz, mas dámuito que fazer porque nosdesperta e impele para asrealidades dos que nos rodeiam!Seria importante clarificar que umaação assitencialista não é uma açãoque resulte da caridade pois agirnesta lógica implica umenvolvimento e implica assumir acondição do outro como sendominha. Este é o exemplo claro que osamaritano nos dá ao sair da suarota, por se encher de compaixãoface o sofrimento de um seusemelhante, e ao cuidar delecomprometendo-se com a sua totalrecuperação dispondo todos osrecursos que tinha ao seu alcance.

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Mas de onde brota esta compaixãoe esta capacidade de se entregarsem esperar nada em troca?De facto agir com compaixão (nosentido de sofrer e assumir acondição do outro como minha), oagir por amor necessita de seralimentado, porque a exposição aosofrimento do outro e à frustraçãode tanta ação sem resultadosimediatos desgasta e leva aodesânimo. Por outro lado, o ter deagir de formas cada vez

mais organizadas e estruturadasnum mundo onde prevalece aeficiência e a eficácia pode desviar-nos para outras lógicas de vida e deação.Em suma, se podemos dizer que afé sem obras é morta, também éimportante nunca esquecer que anossa ação, sem um fundamentonum amor agapê que alimentemosatravés da fé, poderá resultar emmero ativismo.

Henrique Joaquim,Comunidade Vida e Paz

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Observatório SocialO Observatório Social é um projetopromovido pela ConferênciaEpiscopal Portuguesa com oobjetivo geral de contribuir paramelhorar a ação social da IgrejaCatólica em Portugal através de ummelhor conhecimento e reflexãosobre os problemas sociais do paíse sobre como essa ação lhes dáresposta.Para atingir este objetivo o projetoirá desenvolver gradualmente umsistema de informação quepermita um diagnóstico, o maisatualizado possível, sobre osproblemas sociais nas váriaszonas do território português esobre a oferta de serviços pararesponder a esses problemas porparte das organizações ligadas àIgreja Católica em Portugal. Essesistema terá as seguintescomponentes:- um inventário permanente dasorganizações de ação socialligadas à Igreja Católica, com ousem personalidade jurídica(identificação, localização,constituição dos órgãos sociais,colaboradores remunerados evoluntários, edifícios eequipamentos, valências, utentes,bens e serviços

produzidos, situação económica efinanceira);- informação agregada sobre aspessoas e sobre os respetivosproblemas sociais de que cuidamas várias formas de ação socialligadas à Igreja, bem como sobre osvários tipos de encaminhamentodado a esse atendimento;- indicadores de impacto nosutentes e nas respetivascomunidades resultante dosserviços prestados pelasorganizações de ação social ligadasà Igreja;O projeto deverá incluir, também, asseguintes linhas de ação:- Promover estudos sobrequestões sociais relevantes emcada momento e sobre asnecessidades sociais futuras dapopulação, tentando identificarfatores que poderão vir a alterar asituação atual, do ponto de vistademográfico, económico, social epolítico, exigindo novas respostassociais;- Organizar e gerir, de forma regular,um painel com pessoas ligadas àação social da Igreja Católica emPortugal e com outras

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que sejam consideradas relevantespara o efeito que permita ter umconjunto de opiniões sobre aevolução dos problemas sociais esobre as respostas que lhes sãodirigidas, incluindo aqui as medidasde política pública.- Disponibilizar os produtos atrásreferidos através de um site nainternet e por outras vias, com umtratamento que lhes permita seremúteis às várias instâncias da IgrejaCatólica em Portugal (clero,religiosos, leigos, organizações deação social, etc.) na melhoria dasua ação social a nível nacional,diocesano e paroquial, sem prejuízode também poderem ser úteis aoutras pessoas e organizaçõesinteressadas na ação social.Estes trabalhos deverão serinstrumentos úteis para promover areflexão sobre os problemassociais do país e sobre como aIgreja Católica lhes está aresponder e deveria responder. Sea atividade do Observatório não forcapaz de contribuir para dinamizaresta reflexão não estará a cumpriruma parte essencial dos seusobjetivos. Isto quer dizer que oObservatório não deverá ser ummero site na internet onde sepublicam dados que depois

de pouco servem para levar aspessoas e as organizaçõesenvolvidas na ação social da Igrejae os católicos em geral a refletiremsobre essa ação e a melhorá-la. O desenvolvimento do projeto seráfeito de uma forma gradual,começando num grupo dedioceses piloto que representem adiversidade regional do país. Emcada diocese o projeto deverácontar com a colaboração dasorganizações ligadas à ação socialnomeadamente os SecretariadosDiocesanos da Pastoral Social e daMobilidade Humana, ConferênciasVicentinas, Caritas, ComissõesDiocesanas Justiça e Paz e outrasorganizações que possam existir eser relevantes para este efeito. Estas organizações trabalharão emarticulação com uma equipaoperacional do projeto queassentará nas seguintes entidades:- Universidade CatólicaPortuguesa através de equipasdos seus Centros Regionais doPorto, Braga e Lisboa;- NOS – Núcleo de ObservaçãoSocial instituído pela CáritasPortuguesa em 2008 que, emparceria com a Sociedade de S.Vicente Paulo, tem vindo a lançarnas várias dioceses do país umSistema de Gestão da Ação Socialde Proximidade (SGASP)

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que será parte integrante desteobservatório;- União das MisericórdiasPortuguesas.Sem prejuízo da relevância trabalhoque esta equipa operacional doprojeto irá desenvolver, aparticipação empenhada dasestruturas diocesanas e paroquiaisé fundamental porque a ação socialé uma ação de proximidade. Porisso, é muito importante aparticipação muito ativa nasatividades do Observatório de quemestá próximo dos problemas sociaise das pessoas que sofrem comesses problemas. Fazer o site nainternet e delinear a base de dadosa recolher e a tratar peloObservatório é a parte mais fácil doprojeto. A parte mais difícil épromover e organizar estesprocessos participativos edescentralizados sem os quais oObservatório não terá vitalidade,nem utilidade.

Américo M. S. Carvalho MendesCoordenador da Área Transversal

de Economia SocialUniversidade Católica Portuguesa

(Porto)

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Fé exige compromisso social D. Jorge Ortiga, arcebispo deBraga e presidente da ComissãoEpiscopal da Pastoral Social eMobilidade Humana, aborda ementrevista à Agência ECCLESIAos vários desafio que a IgrejaCatólica e a sociedadeportuguesa enfrentam nestemomento de crise e projeta anecessidade de um maiorcompromisso social doscristãos. Agência ECCLESIA (AE) –Aproxima-se o próximo encontronacional da Pastoral Social que temcomo tema «Testemunhar acaridade no Ano da Fé». Os cristãosestão sensibilizados para estemandato?D. Jorge Ortiga (JO) – A vidahumana é sempre caracterizada poralgo de incompleto e imperfeito.Sem dúvida nenhuma que osúltimos anos da história da Igrejatêm sido preenchidos por umapreocupação muito grande emarticular as diversas dimensões dapastoral. Particularmente, navertente da evangelização, liturgia ecaridade. Três aspetos diferentesda mesma missão da igreja. Algunscristãos têm sido capazes deultrapassar aquela

barreira de considerar a fé como umsimples ato de culto. Alguns formam-se de modo mais consciente paraassumirem os seus compromissosde responsabilidade na vivência dacaridade e do amor. No entanto einfelizmente nem todos atingiramesta consciência de que a féprovoca também um compromissosocial. AE – Falta essa dimensão social dafé?JO – É necessário que os cristãosassumam essa dimensão. Paraalguns é redescobrir e para outrosintensificar. AE – Para que a caridade seja a féem ação…JO – Sem dúvida alguma. Desde osprimeiros tempos e já S. Tiago dizia:“A fé sem obras é morta”. Muitosinterpretaram estas obras como avivência – quase farisaica – doculto. Mas, as obras significam estecompromisso com a transformaçãoda sociedade e a vivência concretado amor fraterno.

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AE – Depois do tempo de veraneioesperam-se momentos de angústia?JO – A situação é grave. Creio queninguém ignora os momentosatuais. No entanto, o que se podeimaginar em relação ao futuro seráuma vida pautada por maioresdificuldades e mais problemas. AE – A classe dos professores éuma delas…JO – Um dos dramas do nosso paísé o desemprego. A realidade dodesemprego está a acontecer noprimeiro emprego e emvariadíssimas áreas. E a classe dosprofessores tem sido muito atingida,apesar de serem apenas um setorno meio de tantos outros dasociedade portuguesa. A chaga dodesemprego é notória e estasituação torna a vida difícil. AE – Sem esquecer o trabalhosazonal.JO – Todos os índices dedesemprego foram menores nestaquadra de verão. Mas sabemos quemuitos têm trabalho sazonal e queos próximos tempos serão maisdifíceis.

AE – A Igreja tem sido um porto deabrigo para muitas famílias?JO – Ela tem sido, sem dúvidaalguma, esse porto de abrigo paraimensas pessoas através das maisvariadas instituições. No entanto,acrescento que a solicitude ecarinho dos cristãos têm sido umaexcelente ajuda. É importanteverificar como alguns cristãosexprimem a sua fé através dacaridade. Muitos respondem deforma silenciosa às necessidadesdas pessoas.As instituições têm sidofundamentais, mas o testemunhoindividual e familiar é também muitoimportante. Não pode de maneiranenhuma ser desconsiderado, masser estimulado. AE – O papel das Cáritasdiocesanas e paroquiais tem sidoprimordial na ajuda aos maisnecessitados.JO – A atividade das Cáritas e deoutros movimentos (conferênciasvicentinas e centros paroquiaissociais) é um realizar constante dacaridade. É a fantasia da caridade

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colocada em exercício. Osesquemas que estávamoshabituados e a fonte de receitaspara responder a determinadosproblemas não são suficientes.Estas instituições não têm

cruzado os braços. Não se têmresignado. Elas têm procuradoencontrar outros modos e outrasmaneiras para viverem a caridade.

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AE – Com a chaga dos incêndios, ochamado «diabo negro, as fontesde receita de muitas famíliasdesapareceram.JO – Os incêndios são outro flageloda sociedade portuguesa. AE – Um problema social…JO – É um grave problema social.Acrescento, na lógica da fé, que éuma interpelação, na medida emque os crentes professam uma fécentrada na Sagrada Escritura.Deus é criador e entrega o mundoao ser humano, não para o destruirmas para o dominar no bom sentido.Para que ele seja fonte de bem-estar para todos. Uma das tarefasque a igreja, nos tempos quecorrem, terá de assumir é o levarpara a sua pregação, ensino eevangelização estes problemasconcretos. É necessário que osseres humanos respeitem anatureza. Lutem para que ela sejapreservada. Seja aquele jardim – naexpressão bíblica – que todos nósnecessitamos.

AE – Apesar dos alertas constantes,o número de hectares consumidospelo fogo aumentam.JO – Estamos numa mudançacultural. A cultura atual é dominadapelo egoísmo. Talvez seja por issoque estas coisas acontecem erepetem. Este tipo de cultura tem deser substituída por um outroparadigma: responsabilidade pelosoutros. Cada um devia sentir-seresponsável pela natureza. Pode-seexigir orientações políticas, maisapoio aos bombeiros e outroconjunto de instrumentos que sãoabsolutamente necessários – osnossos políticos não podem furtar-se disso -, mas é fundamental tocarno coração das pessoas. Éprimordial criar uma paixão pelanatureza como dom de Deus. AE – Deve-se suscitar uma culturaecológicaJO – Não tenho dúvidas nenhumas.O Papa Bento XVI apelou diversasvezes para a ecologia humana. Épreciso imprimir estes valores nasociedade portuguesa.

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AE – O Papa Francisco está apreparar uma encíclica sobre apobreza. No documento, essesvalores devem estar sublinhados.JO – Dizem que está a preparar apreparar essa encíclica, mas estouplenamente convencido que o Papairá falar da pobreza como um estilode vida.

Numa sociedade de consumo existemuito esbanjamento de bens que aprópria natureza nos proporciona.Por outro lado, há a realidade dapobreza que deve ser combatida portodos os meios através de umaaposta numa sociedade mais justa,fraterna e igual.

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Sebastião da Gama, pelo padre Alexandre Santos

Vida e Obra de Afonso Lopes Vieira

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História das Catedrais Portuguesas

Caminhos Marianos

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Imagem da Capelinha das Apariçõesvai ao VaticanoA imagem da Virgem de Fátimavenerada na Capelinha dasAparições vai viajar até ao Vaticanoem outubro, para uma celebraçãode consagração do mundo aoImaculado Coração de Maria, apedido do Papa.A revelação foi feita em Fátima,durante uma conferência deimprensa, pelo bispo local, D.António Marto, o qual adiantou quea solicitação foi feita "ainda notempo do Papa Bento XVI", agoraemérito.O prelado fala num acontecimentode "relevo mundial" ao qual oSantuário não poderia deixar de seassociar.A celebração decorre na reta finaldo Ano da Fé (outubro de 2012-novembro de 2013), referiu o padreCarlos Cabecinhas, reitor doSantuário de Fátima.Esta será a primeira vez que aimagem vai estar ausente da Covada Iria (Distrito de Santarém,Diocese de Leiria-Fátima) duranteuma peregrinação internacionalaniversária, celebradas nos

dias 13 de cada mês entre maio eoutubro, evocando as seisaparições de Nossa Senhora aospastorinhos em 1917.Francisco vai repetir um gestorealizado por João Paulo II (1920-2005), diante da mesma imagem, a25 de março de 1984, na Praça deSão Pedro, Vaticano.O Papa polaco, que visitou Fátimaem três ocasiões (1982, 1991,2000), proferiu então diante daimagem da Virgem o ‘ato deconsagração’ que já tinha feito naCova da Iria, a 13 de maio de 1982.

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Férias com Deus

Festival Terras Sem Sombra

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O legado de Frei Agostinho da Cruz

A vida e obra de Miguel Torga

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Papa desafia a evangelizar periferias

O Papa desafiou a Igreja Católica asair das suas fronteiras paraanunciar o Evangelho “comcoragem” às “periferias” dahumanidade, em tempo de crise.“Toda a comunidade é ‘adulta’quando professa a fé, a celebracom alegria na liturgia, vive acaridade e proclama a Palavra deDeus sem descanso, saindo do seupróprio ambiente para levá-latambém às ‘periferias’,especialmente as que ainda nãotiveram oportunidade de conhecerCristo”, destaca Francisco, na suaprimeira mensagem para o DiaMundial das Missões (este ano a 20de outubro), divulgada peloVaticano em agosto.O Papa fala numa “época de crise”que afeta “a economia, as finanças,a segurança alimentar, o meioambiente” bem como “o sentidoprofundo da vida e os valoresfundamentais que a animam”.“Nesta situação tão complexa, ondeo horizonte do presente e do

futuro parece estar coberta pornuvens ameaçadoras, torna-seainda mais urgente levar comcoragem a todas as realidades oEvangelho de Cristo”, observa.

Semanas Missionárias em Portugal

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Papa preocupado com a Síria

O Papa apelou hoje aos líderes dasmaiores potências económicas domundo para que ajudem a encontraruma solução pacífica para o conflitona Síria e "a afastar a ideia fútil deuma intervenção militar”.Numa carta dirigida ao presidenteda Federação da Rússia, que está apresidir à cimeira do G20 em SãoPetersburgo, Francisco realça queos responsáveis daquele grupo“não podem ficar indiferentes àsituação dramática do amado povosírio, que dura há demasiado tempoe que ameaça tornar-se ainda maisdifícil para uma região a necessitarde paz”.Este sábado, entre as 19h00 e as24h00 (menos uma hora emLisboa), Francisco vai estar naPraça de São Pedro para umavigília que terá como grandeobjetivo “invocar a intercessão deDeus, o grande Senhor da Paz”para a pacificação do mundo.O evento será de modo especialdedicado à Síria, onde a guerra civilentre as tropas do Governo de

Bashar al-Assad e as forçasrebeldes já provocaram pelo menosmais de 100 mil mortos e onde onúmero de refugiados sírios, deacordo com os últimos dados dasNações Unidas, já ultrapassou osdois milhões.O Papa Francisco espera que ajornada de oração do dia 7 desetembro “faça ouvir em toda aTerra um grito forte a favor da paz” erecorda que aquele valor começa aser construído em primeiro lugar “nocoração” de cada homem.

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Vaticano tem novo secretário deEstadoO Papa Francisco nomeou comonovo secretário de Estado doVaticano o arcebispo italiano PietroParolin, núncio apostólico naVenezuela desde agosto de 2009.D. Petro Parolin sucede ao cardealTarcisio Bertone que desde 2006presidiu à Secretaria de Estado doVaticano, mantendo-se em funçõesaté ao próximo dia 15 de outubro.Nos dias 12 e 13 de outubro, ocardeal Bertone vai presidir àperegrinação ao Santuário deFátima, quando a imagem de NossaSenhora de Fátima venerada naCapelinha das Aparições estará noVaticano, para uma celebração deconsagração do mundo aoImaculado Coração de Maria, apedido do Papa.No dia 15 de outubro, Francisco vaireceber em audiência toda a CúriaRomana, onde irá agradecerpublicamente “o fiel e generososerviço prestado à Santa Sé pelocardeal salesiano”, apresentando D.Pietro Parolin e os seuscolaboradores.O Papa Francisco confirmou oarcebispo Giovanni Angelo Becciucomo substituto para os AssuntosGerais e o arcebispo Dominique

Mamberti como secretário para osAssuntos com os Estados. O novoSecretário de Estado nasceu emSchiavon, na região do Veneto, nonorte de Itália, há 58 anos.D. Pietro Parolin considera que amissão de presidir à Secretaria deEstado do Vaticano é “difícil eexigente”, tendo recebido com“surpresa” a nomeação do Papa.“Sinto fortemente a graça destechamamento que, outra vez,constitui uma surpresa de Deus naminha vida e sobretudo o peso daresponsabilidade, porque me confiauma missão difícil e exigente, dianteda qual as minhas forças são débeise pobres as minhas capacidades”,disse o arcebispo.

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Papa prepara encíclica sobre apobreza

«Bem-aventurados os pobres» é otítulo da nova encíclica em queFrancisco está a trabalhar, centradana pobreza, tema de eleição doPapa. Segundo a Rádio Vaticano, otexto deverá interpretar a pobrezado ponto de vista evangélico e nãono sentido ideológico ou político,como o próprio Francisco já referiu.O Papa argentino estará também atrabalhar na exortação apostólicasobre a Nova Evangelização quedeverá ser publicada a 24 denovembro, data em que o Ano da Féchega ao seu término.O documento retoma o conteúdo eo esboço da exortação pós-sinodalda Assembleia Geral dos bispossobre a Nova Evangelização,realizada no Vaticano, em outubropassado, e segundo o próprioFrancisco, o tema será abordadonum contexto mais amplo,inspirando-se na «Evangeliinuntiandi», exortação de Paulo VI,de 1975.

O Papa Francisco renunciou àsférias em Castel Gandolfo eencontra-se no Vaticano a trabalhar.Quase dois meses depois da suapublicação, a encíclica «Lumenfidei», escrita pelo Papa eméritoBento XVI e pelo Papa Franciscovendeu, em Itália, mais de 200 milexemplares.

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Teologia marcada por Bento XVI

Estamos no caminho certo setentamos tornar-nos pessoas que“descem” para servir e levar agratuidade de Deus: foi o que disseo Papa emérito Bento XVI umamissa celebrada na manhã destedomingo, no Vaticano. A celebraçãomarcou o encerramento dotradicional encontro de JosephRatzinger com seus ex-alunos, o“Ratzinger Schuelerkreis”.A iniciativa decorreu, como decostume, em Castel Gandolfo,arredores de Roma, mas neste anonão contou com a participação doPapa emérito durante os trabalhos.Esta 38ª edição da reunião foidedicada ao tema «A questão deDeus diante da secularização»,contando para isso com a presençado francês historiador e filósofoRémi Brague, professor naUniversidade Sorbonne, em Paris,França.O padre português HenriqueNoronha Galvão foi um dosparticipantes e recorda à AgênciaECCLESIA que Brague “recebeu umprémio da Fundação Bento XVI”, em2012, falando num “oradorcompetente e profundo”.

Bento XVI optou por não participarnos debates, uma vez que desejamanter “uma grande discrição”,evitando qualquer referência a“citações e opiniões”, revela oantigo aluno português.A missa final foi concelebrada peloscardeais Kurt Koch, presidente doConselho Pontifício para aPromoção da Unidade dos Cristãose Christoph Schönborn, arcebispode Viena. Também concelebraramos arcebispos Georg Gaenswein,prefeito da Casa Pontifícia, eBarthelemy Adoukonou, secretáriodo Conselho Pontifício da Cultura.

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Santuários de Portugal Onlinehttp://www.santuariosdeportugal.pt/

Esta semana a nossa sugestãopassa pela visita ao sítio dosSantuários de Portugal. Daresponsabilidade da Associação dosReitores dos Santuários de Portugal(ARSP) este espaço tem como“finalidade principal evangelizar.Porque ao facilitar o conhecimento eo acesso aos vários santuários, aassociação portuguesa desantuários deseja contribuir paraesclarecer e aumentar a fé dos fiéisperegrinos”.Ao digitarmos o endereçowww.santuariosdeportugal.ptencontramos um espaço com umaforte componente informativa semdescurar no entanto a apresentaçãográfica, que é singela mas bastanteeficaz. Na página principal dispomosdos habituais destaques cominformações sempre atualizadassobre a temática dos santuários,existe ainda um mapa de Portugalcom ligações para os mais variadostemplossemeados pelo território nacional.Em “quem somos”, podemos ficar

a saber que a génese destaassociação está numa “resposta aosdesafios lançados pelo documentodo Conselho Pontifício para aPastoral dos Migrantes e Itinerantespublicado em 8 de Maio de 1999”.Podemos ainda consultar os seusestatutos e perceber o logotipo quea identifica.

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O centro deste portal encontra-seprecisamente na opção“santuários”. Aí pode consultar ummapa de Portugal divido pordistritos. Ao clicar, em cada distrito,aparece a lista dos templosexistentes em cada região e, aoentrar em cada um, obtém algumasinformações e fotografias queajudam a conhecer melhor cadaespaço sagrado.Existe a possibilidade de assinar anewsletter e assim ficar a par dasmais recentes novidades.

Para finalizar permitam-nos umpequeno comentário. Quando dolançamento desta associação econsequente entrada online destesítio, uma notícia datada de janeirode 2011 referia que dos 80santuários existentes em territórionacional poucos eram aqueles queutilizavam esta plataforma para semostrarem ao mundo virtual. Poisbem, a pergunta que fica no ar é aseguinte: passados dois anos qual oponto de situação relativamente aessa preocupação? Parece-nosque, apesar de já muitos santuáriosestarem presentes online, o que épositivo, muito ainda está por fazer.Pois tendo em conta as enormespotencialidades que as ferramentasdigitais proporcionam, poder-se-ãodesenvolver conteúdos no sentidode mostrar as maravilhas dosnossos santuários.

Fernando Cassola Marques

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O MordomoEm 2010, o realizador norteamericano Lee Daniels comoveumilhares com a adaptaçãocinematográfica do romancebiográfico de Sapphire, ‘Precious’,contando a comovente e inspiradorahistória de uma adolescente negra aquem a extrema dureza da vida nãoroubou a capacidade de amar,esperar e realizar um futurosorridente para si e a sua filha.Este ano, é o realizador encarreguede levar ao grande ecrã novaadaptação de uma biografia, destafeita de um mordomo da CasaBranca, partindo não de umromance mas de um artigo assinadoem 2008 por Wil Haygood noWashington Post que popularizou ahistória de vida de Eugene Allen,posteriormente seguida eaprofundada pela imprensa.O filme chega agora a Portugal comum cunho particularmente saboroso:o de Rodrigo Leão na composiçãoda banda sonora!Nascido numa plantação de algodãodo sudoeste dos Estados Unidos,Geórgia, nos anos vinte do séculopassado, Cecil Gaines (o

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nome que adopta na versão cinematográfica) conhecedesde cedo o significado da iniquidade aotestemunhar a brutalidade a que os pais e outrostrabalhadores são sujeitos pelo dono da plantação.Uma oportunidade de vida diferente da que os paistiveram surge quando a matriarca da família o escolhepara servir em casa, ensinando-lhe todos os preceitosdo serviço doméstico que lhe serão preciosos,primeiro para ser um bom criado e mais tarde ummordomo exemplar. Oportunidade diferente mas aindasem direito a existência própria, como fica bem claro nos primeiros ensinamentos da matriarca: ondeestiver, a sua presença não deve ser notada. Os seus anos de serviço à Casa Branca servem comomodesto bastidor dos mais significativos momentos dahistória dos Estados Unidos na segunda metade doséculo XX, ao longo de trinta e quatro anos – de 1952a 1986 – e oito presidências – de Truman a RonaldReagan. Um registo que faz lembrar ‘Forrest Gump’,mas com uma gestão menos hábil na forma de olharos grandes eventos históricos pelo prisma de umsimples homem, recomendado ao anonimato.Bastante ficcionado e nem sempre exato no seureconto histórico, sem grandes meios de produçãonem grande rasgo artístico e narrativo, ‘O Mordomo’vale sobretudo pelo elenco, pela extraordinária bandasonora de Rodrigo Leão e pela simpatia que essemesmo olhar simples arrecada do mais comumespetador: o que está já muito familiarizado com ahistória dos Estados Unidos, política e socialmentefalando, e um pouco de todos nós, que facilmente nosidentificamos com o desejo de ser ‘um’ e não apenas‘mais um’ na história do nosso país e da humanidade.

Margarida Ataíde

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«Francisco pastor para uma novaépoca»A Paulinas Editora lançou o livro‘Francisco pastor para uma novaépoca’, uma análise aos primeirosdias do pontificado do Papaargentino onde se destacampalavras como “surpresa”,“emoção”, “primavera” ou “temponovo”.A obra é assinada por Michel Cool eAntónio Marujo, dois jornalistas queanalisam as escolhas do Papa,passadas e presentes, eapresentam sete desafios à IgrejaCatólica, “oferecendo uminstrumento precioso paracompreender o futuro”, segundo aeditora.Os autores, especialistas emassuntos religiosos, descrevem osacontecimentos e as expectativasque rodeiam o primeiro Papa jesuítae sul-americano.Na primeira parte do livro éapresentado o trabalho do francêsMichel Cool, “um documento muitooriginal na forma e na intensidade”assinala o editor.O repórter francófono começa porexplicar como o cardeal argentinoJorge Bergoglio se destacou noconclave e, depois, através da

biografia de Francisco apresenta asua vida, desde o contexto familiar,escolar, a sua juventude até à entrarpara a Companhia de Jesus e a suavasta atividade pastoral.Segundo a editora, Michel Cool,numa segunda parte, debruça-se“com grande finura de análise”sobre os temas mais importantes dopensamento do Papa e, no últimocapítulo, recorre a testemunhospara ilustrar as reações e assurpresas com a escolha do ColégioCardinalício, começando com quatroanónimos argentinos.Michel Cool com o título ‘Francisco,Papa do Novo Mundo’, apresenta noprefácio “a misericórdia a caminho”e mais quatro capítulos: “Franciscoe a gaivota”; “Dez dossiêsurgentes”; “O Papa Francisco notexto” e o “O Papa que nósesperávamos”.Na segunda parte, António Marujo,distinguido duas vezes com oPrémio John Templeton parajornalista europeu de religião,apresenta sete desafios que sãouma “escolha pessoal” e uma

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“formulação possível”, para a ‘Igrejade Francisco’.Na introdução aos sete desafios,António Marujo sustenta que“chegoua primavera” com um Papasorridente, próximo e sem a“sumptuosidade e adornos” e queeste é um novo tempo.O jornalista alerta, também, para orisco excessivo de se esperar queFrancisco, um líderreligioso/espiritual resolva situaçõespolíticas e económicas masassinala, que “neste novo tempo”existe a sensação que se pode“respirar, debater e conversar sobrequalquer assunto”.Os ‘Sete Desafios à Igreja do PapaFrancisco’ de António Marujo são:“Uma Igreja que beba da fonte doEvangelho”; “Um estilo que é umprograma, uma Igreja em estado deconversão”; “Uma casa deacolhimento para todos”; “UmaIgreja de pobres, ao encontro dasperiferias”; “Uma Igreja de espíritoconciliar, em renovação constante”;“Uma estrutura ao serviço doEvangelho”; “Uma Igreja que saibadar sentido à vida”.

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Paulo VI pede aos cristãosque deixem de ser surdos e mudos

O Papa Paulo VI viveu o Verão de 1963 cheio delabor. Para além da preparação do II Concílio doVaticano chegou a fazer duas e três alocuções pordia. Aos domingos ia celebrar nas vilas dos arredoresde Roma para estar em contacto com as pessoas.Notava-se que existia um verdadeiro cuidado dePaulo VI em aliar à profundidade da sua doutrina aacessibilidade.Nas audiências gerais, o Papa Montini pronunciavaalguns pensamentos sobre um tema escolhido etraduzia-os logo para outros idiomas (inglês, alemão,francês e espanhol). “É nos seus grandes discursosque manifesta um pensamento mais original”, lê-seno Boletim de Informação Pastoral, Nº 26 (Setembro-Outubro de 1963).A sobriedade e a simplicidade foram duas virtudescultivadas por Paulo VI até no próprio estilo em quefalava e escrevia. Evitava os superlativos, escolhiacuidadosamente a adjectivação e simplificava asfórmulas protocolares. Às vezes, utilizava asmetáforas, uma delas ficou nos anais da história:“velha igreja que ama a juventude como a velhaárvore ama a primavera”.Em Agosto de 1963, Paulo VI deslocou-se à Abadiade rito oriental de Roma, (Grottaferrata) ondepronunciou um discurso a apelar à união entre oscristãos: “Vinde! Façamos cair as barreiras que nosseparam; expliquemos os pontos de doutrina que nossão comuns e constituem objecto de controvérsia;procuremos tornar o nosso credo

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comum e solidário; procuremostornar a nossa união hierárquica,articulada e compacta. Nãoqueremos nem absorver nemmodificar o conjunto florescente deIgrejas Orientais; queremos pelocontrário que elas sejam enxertadasde novo na única árvore da unidadede Cristo e aqui o nosso gritotransforma-se em oração”. (BIP nº26).Continuando a sua alocução emGrottaferrata, o Papa Montiniprocurou encontrar as dificuldadesque retardam a união entre oscristãos, afastando a barreira dasurdez de uns e outros como umdos motivos da divisão: “Talvez oscatólicos ainda não tenham emtodos os países um conhecimentoperfeito da grande tradição dopatrimónio religioso dos orientais.Talvez falte a estes últimos conheceros nossos sentimentos e alegitimidade com que sedesenvolveu a nossa tradição, asverdades que devem serconhecidas por todos os que crêemem Cristo… Somos todos um poucosurdo-mudos. Que o Senhor abraas nossas orelhas e solte a nossalíngua”.Com a segunda sessão do IIConcílio do Vaticano a aproximar-seforam dados a conhecer osparticipantes portugueses.

“Anunciaram a sua ida à 2ª sessãoconciliar 43 prelados de Portugalmetropolitano e ultramarino,incluindo o prefeito apostólico daGuiné e os bispos que foram eleitosapós a primeira sessão” (BIP nº 26).Alguns deles publicaram, antes departirem para Roma, exortaçõesdirigidas ao clero e aos cristãos apropósito da sessão conciliar.No dia 19 de Agosto de 1963faleceu, após prolongada doença, oarcebispo de Braga, D. AntónioBento Martins Júnior. Este preladonão participou na primeira sessãoconciliar por motivos de saúde.

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Setembro 2013

Dia 06* Porto - UCP - Conferência sobre«O conflito na Síria: algumasquestões» conduzida pelosdocentes José Alberto AzeredoLopes e José Carlos Carvalho. * Braga - Sé - Actuação do «Choir ofThe Queen's College» numainiciativa que pretende recolherfundos para as obras do telhado daBasilica do Sameiro. * Açores - Ponta Delgada (MuseuCarlos Machado) - Conferênciasobre «Vinho ou cerveja? A Bíbliana ficção de Afonso Cruz» por AnaCristina Gil e integrada no ciclo «ABíblia na literatura e nas artes».* Aveiro - Sé - Concerto de órgão detubos e canto gregoriano, iniciativainserida no ciclo inaugural do novoórgão da igreja paroquial de NossaSenhora da Glória.

* Braga - Famalicão (Casa doTerritório) - Lançamento do livro«Joaquim Fernandes - Memórias doSenhor Arcipreste» da autoria deArtur Sá da Costa e Luis PauloRodrigues com prefácio de D. JorgeOrtiga. Dia 07* Jornada de oração e jejum pelapaz convocada pelo PapaFrancisco.* Évora - Vigília de oração pela pazna Síria. * Braga - Vigília de oração pela pazna Síria.* Lisboa - Vigília de oração pela pazna Síria* Funchal - Vigília de oração pelapaz na Síria.* Brasil - 19ª edição da manifestaçãono Brasil denominada de «Grito dosExcluídos». * Braga - A Cáritas Arquidiocesanade Braga promove uma campanhade recolha de alimentos nafreguesia de Lamaçães. (07 e 08)

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* Porto (Azurara, Vairão, SantoTirso, Monte Mozinho, Paços deSousa e Bustelo) - Iniciativa«Viagens com alma» sobre «Cluny eo nascimento de Portugal»promovido pelo Departamento deBens Culturais da Diocese do Porto. (07 e 08) Dia 08* Setúbal - Inauguração domonumento a Nossa Senhora daBoa Viagem, padroeira da Moita. * Braga - Tesouro-Museu da Sé daBraga - Encerramento da exposição«Sinfonia de cor e movimento», daartista plástica Margarida Costa. * Braga - Guimarães (Senhora daPenha) - Peregrinação ao Santuárioda Penha presidida pelo cardealManuel Monteiro de Castro.* Argentina - Peditório nacional«Más por Menos». Dia 09* Porto - Aniversário da dedicaçãoda catedral e abertura do AnoPastoral. * Fátima - Reunião da direcção daCNIS.* Funchal - Semana Bíblica doFunchal. (09 a 13)

Dia 10* Porto - Auditório do Instituto dosVinhos do Douro e do Porto -Conferência sobre «Serviço públicoe da política como expressão daedificação do bem comum» por D.António Couto, bispo de Lamego.* Lisboa - Chiado (FNAC) - Lançamento do livro "Porquedevemos chamar-nos cristãos - AsRaízes Religiosas das SociedadesLivres", de Marcello Pera (político eantigo presidente do Senadoitaliano) com apresentação deMarcelo Rebelo de Sousa.* Vaticano - O Papa Francisco visitaCentro Astalli, uma estrutura jesuítaque acolhe refugiados e servediariamente 450 refeições. * Fátima - Reunião do ConselhoPermanente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa.* Fátima - Centro Pastoral Paulo VI(Salão do Bom Pastor) - Encontroda Pastoral Social subordinado aotema «Testemunhar a Caridade noAno da Fé». (10 a 12) Dia 12* Bragança - I Ciclo de Música Sacrapromovido pelo Conservatório deMúsica e Dança de Bragança. (12 a15)

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Ano C - 23º domingo do TempoComum

ComoseguimosJesus hoje?

A liturgia deste 23º domingo do tempo comum convida-nos a tomar consciência de quanto é exigente ocaminho do Reino de Deus. Optar pelo Reino não éescolher um caminho de facilidade, mas sim aceitarpercorrer um caminho de renúncia e de dom da vida.Jesus é demasiado duro, as suas exigências sãodemasiado radicais: “Se alguém vem ter comigo, semMe preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aosirmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode sermeu discípulo… Quem de entre vós não renunciar atodos os seus bens, não pode ser meu discípulo».Sem contar com este convite ao sofrimento: “Quemnão toma a sua cruz para Me seguir, não pode sermeu discípulo”.Parece que Jesus quer desencorajar quem quer serseu discípulo. É preciso compreender que Lucasescreve o seu Evangelho num contexto deperseguições. Alguns cristãos preferiam morrer arenegar a sua fé. Outros, talvez os mais numerosos,escolhiam colocar, pelo menos momentaneamente, asua fé entre parêntesis para salvar os seus bens, asua família e a sua própria vida.São Lucas quis, não tanto condenar estas fraquezasna fé, mas sobretudo dar um forte encorajamentoàqueles que se mantinham firmes na fé, até à morte.Eram esses, os mártires, que tinham razão em seguirJesus até no mistério da sua morte na cruz.

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O que nos podem estas palavrasdizer hoje? O nosso mundo é duroem tantos domínios. Por exemplo, osentido do casamento e da família,o valor da palavra dada para ser fielao marido e à esposa não sãoreferências maiores da nossacultura. Não é fácil hoje, numasociedade descristianizada, assumire promover valores cristãos, fazerreferência ao Evangelho, afirmar-secomo crente em Jesus. Muitíssimosdistanciaram-se de Deus, da fécristã.A palavra de hoje é-nos servidapara nos despertar e, ao mesmotempo, para nos encorajar. Aquelesque, apesar de tudo e contra tudo,continuam a dar um lugarimportante na sua vida a Jesus, têmrazão. OEvangelho de hoje é um conviteurgente a mantermo-nos na nossafé, por mais que isso custe!Tornar-se discípulo de Jesus hoje éuma questão de preferênciaabsoluta, num caminho que passapela cruz. Cruz levada com plenoamor e fecundo sentido de viver emCristo! Como diz a canção do meuconfrade Padre

Zezinho, tão cantada nas últimasJornadas Mundiais da Juventude noBrasil: no peito levo uma cruz, nomeu coração o que disse Jesus!Que assim seja, sempre e nestereinício de ano letivo e pastoral, nasnossas vidas, comunidades efamílias!

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa 12h15 - Oitavo Dia

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 11h30Domingo, dia 8- Estudantesde arquitetura emvoluntariado na aldeiade Covas do Monte. Umprojeto de recuperação de casas e estruturascomunitárias do Curso de Arquitetura da UCP/Viseu. RTP2, 18h00Segunda-feira, dia 09 -Entrevista. Apresentação daSemana de Pastoral Socialpelo padre José ManuelPereira de Almeida e MariaCortez Lobão.Terça-feira, dia 10 -Informação e análise sobre oinício do ano escolar com António Estanqueiro;Quarta-feira, dia 11 - Informação e análise sobre oinício do ano escolar com António Estanqueiro;Quinta-feira, dia 12 - Informação e análise sobre oinício do ano escolar com António Estanqueiro.Sexta-feira, dia 02 - Apresentação da liturgia dominicalpelo padre João Lourenço e Juan Ambrosio. Antena 1Domingo, dia 8 de setembro, 06h00 - Início do Anoescolar com a análise do professor AntónioEstanqueiro. Segunda a sexta-feira, dias 9 a 13 desetembro, 22h45 - Ações e projetos na áreada pastoral social.

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- O Papa convocou uma jornada de oração e jejum

pela paz “na Síria, no Médio Oriente e no mundointeiro”, para este sábado, dia 7 de setembro, entre as19h às 24h (entre as 18h e as 23h em Portugalcontinental). Francisco convidou “todos os homens deboa vontade” a reunirem-se e a unirem-se em gestosde paz. - 8 de setembro é dia da 120ª peregrinação aoSantuário de Nossa Senhora do Carmo da Penha, emGuimarães. O Papa Francisco concedeu uma bênçãoe indulgência plenária para quem participar. Ovimaranense D. Manuel Monteiro de Castro,penitenciário-mor da Santa Sé, preside à eucaristia, às11h30. - A XXVI Semana Bíblica da Madeira realiza-se noConvento de Santa Clara, no Funchal, de 9 a 13 desetembro. Com a orientação dos FranciscanosCapuchinhos, o programa é variado. - Dia 10, o Papa Francisco visita o Centro Astalli, nocentro de Roma, cuja missão é «acompanhar, servir edefender os direitos dos refugiados e dosdeslocados». Esta estrutura jesuíta acolhe refugiadose serve diariamente 450 refeições. - «Testemunhar a caridade no Ano da Fé» é o tema doencontro da pastoral social que decorre no Salão doBom Pastor, no Centro Pastoral Paulo VI, em Fátima,do dia 10 a 12.D. Seán O'Malley, cardeal de Boston (EUA), vai fazer aconferência conclusiva da iniciativa promovida peloSecretariado Nacional da Pastoral Social.

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VLADIMIR GHIKA: PRÍNCIPE, SACERDOTE, MÁRTIR

Caminho da santidadeMorreu aos 80 anos, nãoresistindo aos espancamentosbrutais a que foi submetido naprisão, às mãos dos algozescomunistas romenos que oacusaram de “alta traição” por semanter fiel a Roma. No último dia de Agosto, VladimirGhika foi beatificado em Bucareste,na Roménia. O Papa Franciscoreconheceu o martírio deste homemque nasceu príncipe, tornou-sesacerdote e morreu oferecendo-noso seu exemplo de fidelidade a Deus.Ghika nasceu no dia de Natal de1873, um presságio bom que sehaveria de confirmar anos maistarde, quando decidiu abraçar osacerdócio cumprindo um sonhoantigo: a vocação de servir osoutros entregando-se a Deus.Nasceu em Constantinopla, hojeIstambul, neto do último governadorda Moldávia e descendente do reide França, numa família ortodoxa,profundamente crente. Teve quatroirmãos e uma irmã que morreramquase todos em tenra idade.

Cedo, a família rumou para França,para que as crianças pudessem teruma melhor educação. Ghikaformou-se em direito e, mais tarde,resolve estudar filosofia e teologia,em Roma, convertendo-se, então, àfé católica.Nessa altura, tinha 32 anos, decidetornar-se sacerdote ou monge, mas

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o Papa de então, Pio X, conhecendoas suas qualidades, incentiva-o adedicar-se antes ao apostoladosecular.Regressado à Roménia, dedica-sede corpo e alma às obras decaridade. Funda clínicas para ospobres, hospitais, serviços desaúde. Ele próprio dá o exemplo etrata os doentes de cólera, semreceio de ser contagiado. Na IGuerra Mundial, auxilia vítimas deum terramoto em Avezzano, Itália,cuida de doentes de tuberculose emRoma e ajuda os feridos de guerra.Em Outubro de 1923, decide que échegado o tempo de abraçar osacerdócio, sendo ordenado peloCardeal Dubois, Arcebispo de Paris,e recebendo o raro privilégio depoder celebrar tanto no rito latinocomo no bizantino.Oito anos mais tarde, o Papanomeia-o Protonotário Apostólico.Então, Monsenhor Ghika viaja pelomundo inteiro, ganhando do PapaPio XI a

alcunha de “vagabundo apostólico”.A II Guerra Mundial vai encontrá-lonovamente na Roménia. Decideficar no país e vive no meio dospobres e dos doentes, nãoreceando os bombardeamentosaliados. Ficou e recusou-se tambéma sair, mais tarde, quando oscomunistas, no final do conflito,ocupam o país querendo obrigá-lo aaderir à igreja cismática que oregime estava a criar.Manteve-se fiel a Roma e ao Papa,e foi preso a 18 de Novembro de1952, sob a acusação de “altatraição”. Condenado a 3 anos deprisão, só resistiu dois. Ameaçado,espancado e torturado, apesar daidade, morreu a 16 de Maio de1954. Tinha 80 anos. O PapaFrancisco declarou agora o martíriode Vladimir Ghika, beatificando-o.Fica o exemplo da sua vida.

Paulo Aido | Departamento deInformação da Fundação AIS |

www.fundacao-ais.pt

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É urgente aprender a viver em plenovento

João WengoroviusMeneses

Recorrendo a uma metáfora do sociólogo polacoZygmunt Bauman, um dos principais desafiosdeste início de século é o de sermos capazes detransitar, individual e coletivamente, doparadigma do “Homem-caçador” para oparadigma do “Homem-jardineiro”.O Homem-caçador é aquele que estabelece umarelação com o outro e com o meio assentesobretudo na satisfação dos seus própriosinteresses, na acumulação, e, tantas vezes, nainjustiça e no saque. O que o motiva é,sobretudo, o consumo e a acumulação,independentemente das suas reais necessidadesou de eventuais desequilíbrios (humanos,económicos, sociais ou ambientais) que possaprovocar (no presente ou no futuro).Já o Homem-jardineiro é o que se deslumbra emver “florir” o mundo à sua volta, o que procuraestabelecer uma relação justa com o outro e como meio, assente nos princípios da disponibilidadee do impacto mínimo, é o que sabe que “nãoherdámos a terra dos nossos avós, pedimo-laemprestada aos nossos netos”, como diz umditado africano.Matt Ridley, no seu recente livro “O otimistaracional”, defende que o mundo está cada vezmelhor, que “o acesso aos alimentos, osrendimentos e o aumento da esperança médiade vida alcançaram níveis muito elevados” e que“as doenças, a mortalidade infantil e a violênciacaíram de forma acentuada.” Porém,

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o mundo está longe de ser perfeitoe essas conquistas, relativamenterecentes no contexto da nossahistória, correm o risco de seesboroar se não formos capazes detransitar para formas e conceitos deprogresso mais humanos eequilibrados, nomeadamente,menos dependentes do crescimentoeconómico contínuo e da dimensãoindividual e material do bem-estar.Depois de tantos séculos de música,poesia, filosofia, discursos, leis,constituições, lições, remendos earrependimentos, não secompreende que, em cada geração,a condição humana se jogue quasepela primeira vez; que uma espécieespecialmente

inteligente e sensível coloque emperigo de extinção os milhões deespécies que habitam à sua volta;que as dimensões maisespirituais,humanas e comunitáriasda vida sejam sempre tãosecundarizadas; que competir sejamais natural do que cooperar.Porém, e apesar de tudo, há pelomenos uma boa notícia: a de quepara transitar do paradigma doHomem-caçador para o do Homem-jardineiro não serão necessáriosmeios demasiado avultados oufórmulas complexas. Basta(re)aprendermos a viver em plenovento, estar disponível, “sem laçosnem limites”, para a vida “de milfaces transbordante” – e para osseus convites, “suspensos nasurpresa dos instantes”.

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Lusofonias

Brasil

Tony Neves

O Brasil tem estado nas bocas do mundo, porboas e más razões. Comecemos pelo positivo deum país grande, rico, em desenvolvimentoacelerado, palco de grandes eventos mundiais.Assim, o mundo acompanhou o momento únicoque foi a visita do Papa Francisco, por ocasiãodas Jornadas Mundiais da Juventude que juntouno Rio de Janeiro cerca de 4 milhões de jovens.Foi um momento extraordinário com umamenagem muito forte para o mundo inteiro, comforte apelo a uma fraternidade sem fronteiras,com a colocação da espiritualidade no coraçãodas pessoas e das sociedades. Foi marcante avisita do Papa Francisco à Favela da Varginha,onde o Papa se colocou do lado dos mais pobrese fez apelos repetidos aos governos do mundointeiro para que pratiquem políticas inclusivas esolidárias, privilegiando os mais pequenos e maispobres. Aos jovens, idos do mundo inteiro,Francisco incentivou a que sejam anunciadoresdo projeto cristão de vida, rezando e trabalhandopor um mundo mais humano e mais fraterno.Mas o Brasil também tem estado nas bocas domundo por más razões. Apesar de tanta riquezae de um desenvolvimento tão acelerado, grandeparte dos brasileiros sentem-se excluídos destesprogresso e, por isso, saíram à rua paraprotestar. Assistimos pelos meios decomunicação social a grandes manifestaçõespopulares contra as políticas do governo,sobretudo no que

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diz respeito a investimentos paragrandes eventos, como é o caso doMundial de Futebol e dos JogosOlímpicos.Para quem vê de fora, estasreações parecem estranhas e semsentido. Mas a verdade é que aorganização destes eventosmundiais come boa parte dosdinheiros que deveriam seraplicados em educação, saúde,serviços sociais, estradas e outrasinfra estruturas básicas. Háprogramas de governos queassentam numa imagem de sucessono estrangeiro, mas que nãobeneficiam as camadas mais

vulneráveis das populações. Porisso, boa parte do povo brasileirosaiu á rua para protestar contraestas opções do seu governo. E,como todo o mundo viu, a tensãosocial é muita e ninguém sabe bematé onde esta instabilidade podeconduzir o país.Gosto muito do Brasil, pela riquezada sua diversidade, pela simpatia ealegria do seu povo, pelas belezasque a natureza oferece a quemvisita. Mas há que gerir o país comgrande sentido de fraternidade einclusão para que todos tenhamcondições para viver com dignidade.

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ouem www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC –Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

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Sinto na minh´alma o frioDas pedras que me atiraram!Tenho o coração vazioQue as próprias veiassecaram!

Sinto em meus dentes otragoDe fumo da verde colhida!Tenho o coração amargoDe tanta esperança perdida!

(Job - Amália Rodrigues)

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