Operação de migração para o novo data center da …...Em 2006, chega mais de 2.100 kits de...
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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NA PRÁTICA PEDAGÓGICA DA ESCOLA
Lilian Maria Ruiz Borim1
Thais Bento Faria2
Resumo
O presente artigo é resultado de estudos, pesquisas e atividades teóricas/reflexivas e práticasrealizadas durante o Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE 2014. O tema elaborado edesenvolvido justificou-se diante da necessidade de contribuir para que as tecnologias na escolacontinuem sendo um constante meio de renovação da prática do professor e de transformação doaluno como sujeito atuante na construção do conhecimento. Objetivou-se instigar e incentivar práticaspedagógicas que levem à qualidade do processo ensino e aprendizagem por intermédio dastecnologias que podem ser também educacionais. O Projeto – O Uso das Tecnologias Educacionaisna Prática Pedagógica da Escola - através do Curso Formação em Tecnologias Educacionais, foiimplementado no Colégio Estadual Rui Barbosa (Ensino Fundamental e Médio), afim de buscarrespostas a questionamentos e estimular práticas pedagógicas com o uso das ferramentastecnológicas. Foram utilizados vários recursos metodológicos, pedagógicos e tecnológicos, tais como:textos, vídeos tutoriais, apostila, notebooks, computadores, projetor, caixa de som, câmera digital,celular, internet wireless, dispositivos de armazenamentos de dados e diversas ferramentas on-line.Conclui-se que os resultados foram significativos, pois, de acordo com relatos dos profissionais, aintervenção proporcionou reflexões e práticas que levaram a uma segurança maior quanto ao domíniodas ferramentas tecnológicas e propiciou um olhar diferente em relação ao uso das tecnologiasdurante as práticas pedagógicas e que ainda temos muito a avançar, já que o assunto tecnologiaeducacional não se esgota por aqui.
Palavras-Chave: Tecnologias Educacionais. Prática Pedagógica. Escola.
1. Introdução
É inegável a presença da tecnologia na sociedade contemporânea, daí a
importância de também estar inserida dentro da escola.
A tecnologia inova-se com grande velocidade, trazendo mudanças nas
escolas e no processo de ensino e aprendizagem e enriquecendo a prática
pedagógica do professor, mas para entender os seus benefícios é necessário o
domínio para atuar diretamente em uma sociedade cada vez mais dependente do
computador e das tecnologias. É preciso encará-la como um desafio e não podemos
deixá-la de lado ou ignorá-la dentro da educação. Precisamos formar nos alunos
1 Professora PDE, Graduada em Pedagogia, com Habilitação em Orientação Educacional, Pós-Graduada em Psicopedagogia pela FAFIJAN (Faculdade de Jandaia do Sul) e Pedagoga no ColégioEstadual Rui Barbosa – Ensino Fundamental e Médio, no Município de Jandaia do Sul – PR.2 Orientadora PDE, Pedagoga da Rede de Ensino do Estado do Paraná, Mestre e Doutoranda emEducação pela UEM (Universidade Estadual de Maringá).
atitude e pensamento crítico para que identifiquem também os desafios,
desconfortos e perigos que a tecnologia oferece.
O presente trabalho é resultado de estudos, pesquisas e atividades
teóricas/reflexivas e práticas realizadas dentro do Programa de Desenvolvimento
Educacional - PDE 2014 que visou incentivar práticas pedagógicas que levassem à
qualidade do processo de ensino e aprendizagem, mediante o uso das tecnologias
na escola. O estudo investigou também como os professores usam as tecnologias
educacionais e coletou dados sobre o conhecimento que têm sobre elas.
O Projeto de Intervenção na Escola se propôs a discutir, refletir sobre o uso
das tecnologias como apoio a prática pedagógica e ainda capacitar os professores
com dificuldades frente à utilização e inserção das tecnologias, apresentando alguns
recursos tecnológicos e propondo sugestões de atividades, softwares, aplicativos
educacionais e tutoriais para a utilização de programas, fundamentando-se nas
Diretrizes para o Uso de Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas
Públicas Estaduais da Educação Básica do Paraná. (PARANÁ, 2010).
O projeto surgiu a partir de análises, problemas e questionamentos
levantados durante os 17 anos de trabalho efetivo como professora pedagoga e
também como diretora auxiliar no Colégio Estadual Rui Barbosa – Ensino
Fundamental e Médio - do Município de Jandaia do Sul (PR), e para aprofundar,
subsidiar e justificar o seu desenvolvimento, aplicamos um questionário on-line a
direção, professores e pedagogos do colégio. O questionário serviu de instrumento
de coleta de dados para levantar informações sobre as ferramentas tecnológicas
que os profissionais gostariam que fossem disponibilizadas na implementação do
projeto e pesquisar seus conhecimentos prévios sobre o assunto.
Através de tabulação de dados, elaboramos a Produção Didático-Pedagógica
que foi aplicada durante a Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na
escola e avaliada pelos envolvidos no processo, bem como, pelos participantes do
Grupo de Trabalho em Rede (GTR).
Este escrito se encontra organizado da seguinte forma: primeiro, apresenta o
contexto e histórico em que as tecnologias se inserem no Paraná; em seguida
trabalha com o conceito de tecnologia e tecnologia educacional; focaliza a questão
da mediação educacional e tecnológica; reflete sobre a implementação do projeto e,
para finalizar, traz as considerações finais.
2. As Tecnologias no contexto escolar do Paraná – Histórico
Em 1996, iniciou o Programa Nacional de Informática na Educação – ProInfo,
monitorado pela SEED/MEC, com objetivo de difundir o uso de computadores nas
escolas públicas estaduais e municipais do Brasil e criar Núcleos de Tecnologia
Educacional (NTE), constituídos por profissionais da educação pública estadual e
federal, formando o grupo de multiplicadores, responsáveis pela formação
continuada. Em 2004, ampliou-se os Núcleos para 32 Coordenações Regionais de
Tecnologia na Educação. (PARANÁ, 2010).
Em 2003, criou-se o Programa Paraná Digital, com a intenção de implantar
2.100 laboratórios de informática com conexão à internet. Criou-se o Portal
Educacional Dia a Dia Educação, voltado aos educadores, alunos, escola e
comunidade, que apresenta conteúdos e materiais para informação e formação, com
o objetivo de contribuir para o aprimoramento da prática pedagógica dos
professores.
Em 2006, chega mais de 2.100 kits de sintonia da TV Paulo Freire. Em 2007,
mais 22.000 TVs multimídias com entrada USB e software para leitura de arquivos
de imagens, sons e vídeos, instalados em todas as salas de aula, tornando-se a
mídia mais utilizada pelos professores e institui a Coordenação de Multimeios,
objetivando ampliar as possibilidades de criação e produção de materiais digitais,
tais como: animações, ilustrações e fotografias. (PARANÁ, 2010).
Em 2008, com a intenção de ampliar a oferta de formação continuada, formou
a Coordenação de Educação à Distância, que favoreceu o acesso aos recursos
tecnológicos, fazendo com que haja o rompimento das dificuldades do espaço e
tempo por meio da modalidade EaD (Ensino à Distância), utilizando ambientes
virtuais de aprendizagem, teleconferência e web conferências. Espaço de formação
docente que por alguns são defendidos e por outros contestados.
Investimentos significativos em tecnologias foram feitos nas escolas, como os
citados acima, mas percebemos que há uma falsa expectativa de que com as
tecnologias muitos problemas da educação serão solucionados. Devemos tomar
cuidado e saber que as tecnologias podem auxiliar no processo de ensino e
aprendizagem, entretanto temos outros recursos de ensino e não podemos
depender somente desta novidade para ensinar. Portanto, ensinar e aprender são
desafios a serem enfrentados com muita preparação e, quando se remete aos
nossos tempos, a contemporaneidade, os educadores não podem negligenciar a
presença da tecnologia e utilizá-la em proveito próprio: ensinar.
3. Conceito de Tecnologia e Tecnologia Educacional
A tecnologia está presente em nossas vidas e está relacionada com tudo que
fazemos ou produzimos e esta foi se desenvolvendo historicamente. Surgiu há
muitos séculos e ao passar dos tempos vem trazendo muitas mudanças,
transformações e avanços científicos valorosos para a humanidade.
O termo tecnologia é proveniente do termo técnica, do latim techné que quer
dizer arte ou habilidade e é tão antiga quanto o homem, sendo confundida com a
técnica. Grinspun (1999, p. 70) afirma que esta derivação mostra que tecnologia é
uma atividade voltada para a prática, enquanto a ciência é voltada para as leis que a
cultura obedece.
Bueno (1999, apud BRITO; PURIFICAÇÃO, 2008, p. 32) conceitua
“tecnologia” como:
um processo contínuo através do qual a humanidade molda, modifica e geraa sua qualidade de vida. Há uma constante necessidade do ser humano decriar, a sua capacidade de interagir com a natureza, produzindoinstrumentos desde os mais primitivos até os mais modernos, utilizando-sede um conhecimento científico para aplicar a técnica e modificar, melhorar,aprimorar os produtos oriundos do processo de interação deste com anatureza e com os demais seres humanos.
Kenski (2007) denomina “tecnologia” como o conjunto de conhecimentos e
princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de
um equipamento em um determinado tipo de atividade.
Ainda Kenski (2007) afirma que as tecnologias estão tão próximas e
presentes que nem percebemos mais que não são coisas naturais. Tecnologias que
resultaram em objetos, tais como: lápis, cadernos, canetas, lousas, giz e outros para
que possamos escrever, ler, ensinar e aprender.
Apesar de tantos conceitos sobre tecnologia, observamos que as novas
tecnologias educacionais ainda causam confusões e é preciso que os educadores
aceitem os desafios para lidar com elas. Ou seja, há um entendimento errôneo sobre
as tecnologias, pois pensam nela somente como ferramenta tecnológica. Devemos
pensar não somente em recursos tecnológicos, mas em interação com o ambiente
escolar transformando o processo de ensino e aprendizagem.
Na percepção de Brito e Purificação (2008) o que precisamos saber é como
reconhecer essas tecnologias e adaptá-las às nossas finalidades educacionais.
Gatti (1993, apud BRITO; PURIFICAÇÃO, 2008, p. 40) adverte que “as novas
tecnologias podem ser vistas como PANACÉIA para a educação e como destruidora
de um processo de socialização fundamental ao ser humano.” A questão está em
crer que este recurso fará milagres na educação, bem como, que seu uso pode
destruir e restringir as relações sociais.
Nos anos 1960, de uma forma mais ordenada, a tecnologia foi introduzida nas
escolas brasileiras e isto causou alguns impactos e medos dentro da educação, pois
o objetivo era levar as salas novos equipamentos tecnológicos para introduzir o
Brasil no mercado econômico mundial, com expectativas de grande
desenvolvimento, levando a utilização das tecnologias nas escolas como se esta
fosse solucionar todos os problemas da educação, surgindo assim a Teoria
Pedagógica Tecnicista. Segundo Libâneo,
A tendência liberal tecnicista subordina a educação à sociedade, tendocomo função a preparação de "recursos humanos" (mão-de-obra paraindústria). A sociedade industrial e tecnológica estabelece (cientificamente)as metas econômicas, sociais e políticas, a educação treina (tambémcientificamente) nos alunos os comportamentos de ajustamento a essasmetas. (1984, p. 8).
Nos anos 1980, a Tecnologia Educacional passou a ser vista de maneira mais
crítica e reflexiva, contextualizando as questões sociais e contradições, com o intuito
de desenvolver integralmente o homem, enfatizando que usar a tecnologia por usar
não é suficiente, mas que é preciso enriquecer a prática pedagógica.
No que concerne ao conceito de tecnologia educacional, pode ser enunciado
como o conjunto de procedimentos (técnicas) que visam enriquecer os processos de
ensino e aprendizagem com a utilização de meios (instrumentais, simbólicos ou
organizadores) e suas consequentes transformações culturais. (REIS, 2013).
Podemos considerar como tecnologia educacional todos os recursos
tecnológicos que interagem com o meio escolar no processo de ensino e
aprendizagem, esta necessita ser um instrumento entre o homem e o mundo, o
homem e a educação para que o aluno adquira o conhecimento e quem é o
responsável pelo domínio e mediação deste instrumento é o professor.
4. A Mediação no Contexto Educacional e Mediação Tecnológica
O professor precisa pensar em novas maneiras diante da realidade escolar
que está inserido. Conforme Libâneo,
O que se afirma é que o professor medeia a relação ativa do aluno com amatéria, inclusive com os conteúdos próprios de sua disciplina, masconsiderando os conhecimentos, a experiência e os significados que osalunos trazem à sala de aula, seu potencial cognitivo, suas capacidades einteresses, seus procedimentos de pensar, seu modo de trabalhar. Aomesmo tempo, o professor ajuda no questionamento dessas experiências esignificados, provê condições e meios cognitivos para sua modificação porparte dos alunos e orienta-os, intencionalmente, para objetivos educativos.Está embutida aí a ajuda do professor para o desenvolvimento dascompetências do pensar, em função do que coloca problemas, pergunta,dialoga, ouve os alunos, ensina-os a argumentar, abre espaço paraexpressarem seus pensamentos, sentimentos, desejos, de modo quetragam para a aula sua realidade vivida. É nisso que consiste a ajudapedagógica ou mediação pedagógica. (2011, p. 30-31).
Portanto, é preciso que professores formem o aluno reflexivo, pensante, que
possa usar seu pensamento de forma crítica, por meios cognitivos de construção de
conceitos e é preciso levar em conta o que o aluno traz de sua realidade vivida fora
da escola.
De acordo com o dicionário moderno de Língua Portuguesa Michaelis, mediar
significa:
Ato ou efeito de mediar. Intercessão. […] Interferência de uma ou maispotências, junto de outras dissidentes, com o objetivo de dirimirpacificamente a questão ocorrente, propondo, encaminhando, regularizandoou concluindo quaisquer negociações nesse sentido. (2013).
Entretanto, no processo ensino e aprendizagem, Vosgerau define mediação
como:
um ato expresso na ação do professor que intervém de forma planejadaentre o aluno e o objetivo de aprendizagem, articulando recursos paraconduzir esse aluno na construção do conhecimento, sendo o professor oarticulador entre o aprendiz e o objeto de conhecimento. (2010, p. 7).
É importante saber o significado de mediação, já que ela dá suporte ao
trabalho do professor, é necessário entender que os processos de mediação em
ambientes de aprendizagem, subentendem interações, porém, nem todas as
interações precisam de uma mediação. Ou seja, a simples interação do aluno com o
conhecimento não garante que a aprendizagem aconteça, portanto, é primordial a
mediação do professor, que tem clareza do objetivo que quer atingir e também deve
esclarecer isso aos educandos, a fim de que o emprego da tecnologia não se torne
mero momento de entretenimento. Para isso, é preciso que se invista mais no
processo de formação continuada, contudo o que presenciamos é uma formação
continuada superficial. Moran afirma
que um dos passos para a preparação do professor, é ajudar nafamiliarização com o computador. Com seus aplicativos e com a internet.Aprender a utilizá-lo no nível básico, como ferramenta. No nível maisavançado: dominar as ferramentas da WEB, do e-mail. Aprender apesquisar nos search, a participar de listas de discussão, a construirpáginas. Auxiliar os professores na utilização pedagógica da Internet e dosprogramas multimídia. (2000, p. 51).
Para o professor trabalhar de forma pedagógica com o computador, ou seja,
fazendo também a mediação tecnológica, é preciso prepará-lo e formá-lo na prática,
desde o nível fácil até o difícil.
Seja nos cursos presenciais ou à distância, teremos que pesquisar muito, lidar
com o conhecimento e informação de novas maneiras, apropriar criticamente e
reflexivamente das novas tecnologias. Desta forma aprenderemos a mudar nossas
ideias e conceitos. O professor adotará estratégias para levar o aluno a ser um
descobridor, investigador, pesquisador e produtor do conhecimento. O aluno precisa
ser provocado e instigado a buscar este conhecimento. Masetto propõe que o
professor desempenhe
[...] o papel de orientador das atividades do aluno, de consultor, defacilitador da aprendizagem, de alguém que pode colaborar para dinamizara aprendizagem do aluno, desempenhará o papel de quem trabalha emequipe, junto com o aluno, buscando os mesmos objetivos. (2000, p. 142).
Em outras palavras, o professor terá a função de fazer a mediação
pedagógica e tecnológica para incentivar o processo ensino e aprendizagem. No
entanto, defendemos que aluno e professor ocupam locais diferentes, o docente é o
adulto desta relação, o aluno “um adulto a porvir”, ou seja, com todo um futuro pela
frente. Arendt (2013, p. 11) nos alerta sobre a questão da responsabilidade, pois
“dizer que os adultos abandonaram a autoridade só pode portanto significar uma
coisa: que os adultos se recusam a assumir a responsabilidade pelo mundo em que
colocaram as crianças”. E mediar é assumir sua parcela de responsabilidade e seu
papel de autoridade no processo educativo, sem, no entanto, ser rotulado de
autoritário.
5. Teoria e Prática: reflexões sobre a intervenção pedagógica
Para aprofundar e subsidiar a implementação do Projeto “O Uso das
Tecnologias Educacionais na Prática Pedagógica da Escola” e do Curso “Formação
em Tecnologia Educacional”, adotamos como primeiro instrumento uma coleta de
dados para levantar informações sobre as ferramentas tecnológicas que direção,
professores e equipe pedagógica gostariam que fossem disponibilizadas e pesquisar
os conhecimentos prévios dos profissionais sobre o assunto.
De um questionário enviado aos e-mails de 48 profissionais, com 15
perguntas abertas e fechadas, estabelecemos conclusões preliminares sobre a
postura em relação ao uso das tecnologias como apoio a prática pedagógica. Dos
48 profissionais, 58,4% responderam o questionário. Infere-se que por não ter tempo
disponível, esquecimento ou até por desinteresse pela pesquisa, alguns não
participaram desta etapa.
Com o questionário procurou-se investigar os dados dos profissionais, tais
como: disciplina que leciona, função que ocupa, tempo de atuação na educação,
medo ou despreparo para mediar as tecnologias dentro de sala de aula,
conhecimentos prévios dos profissionais sobre tecnologia, estrutura do Laboratório
de Informática, a acessibilidade às ferramentas tecnológicas, bem como, recursos,
ferramentas ou tutoriais a ser disponibilizados em Curso de Formação Continuada.
Observou-se que os respondentes eram: Diretor, Diretora Auxiliar e
Pedagogas; Professores das Disciplinas de Arte, Ciências, Ciências e Matemática,
Língua Espanhola, Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Biologia, Química, História,
Geografia, Ciências e Biologia, Intérprete de Libras e Matemática. Também os
resultados mostraram que 35,70% atuam há mais de 21 anos na área, 32,15% tem
de 13 a 20 anos de experiência, 25% atuam de 6 a 12 anos e 7,15% tem até 5 anos
de atuação na educação.
Evidenciou-se que a maioria dos profissionais da escola tem computador em
casa e possui acesso à internet: 88% responderam que sim e 11% que não.
Constatou-se que apenas 1% dos profissionais não tem computador em casa e
também não tem internet e que utiliza o computador e internet na escola ou casa de
amiga.
Na questão sobre a presença de formação específica para o uso das novas
tecnologias na formação inicial, 93% deles responderam que não tiveram nenhuma
preparação para lidar com as tecnologias dentro da escola.
Quando perguntados se considera com medo ou despreparado para mediar o
uso das TICs em sala de aula com seus alunos, metade dos investigados,
responderam que não têm medo ou despreparo para lidar com as novas tecnologias
na sala de aula, mas 50% considera razoavelmente preparado e inseguro.
Também interrogamos os profissionais para saber se atualmente em sua
formação estão sendo preparados para trabalhar com o uso das Novas Tecnologias
na sala de aula. Os resultados apontaram que 4% deles julgaram estar sendo
formados para lidar com as novas tecnologias, 32% disseram que estão
razoavelmente e 64% responderam que não.
Quanto as opiniões sobre o uso das ferramentas tecnológicas e sua
importância, todos responderam que as ferramentas ajudam e muito na sua prática
pedagógica, que aproximam o professor do aluno, despertam o interesse do
alunado, as aulas se tornam mais atraentes, falaram também da necessidade das
aulas serem planejadas antecipadamente. Salientaram igualmente que, falta mais
formação continuada, a tecnologia não substitui a prática pedagógica da sala de
aula e se deve utilizá-las com parcimônia. Em concordância com isso, em torno de
99% dos profissionais fazem uso das tecnologias digitais ou recursos na escola, tais
como: Laboratório de Informática, computador, TV pendrive, rádio com CD, TV,
notebook, pendrive, câmera fotográfica digital, celular, projetor multimídia, aparelho
de DVD, tablet, etc., ainda que, utilizam jogos para estimular o raciocínio, internet
para pesquisas com alunos, utilizam vídeos nas salas, montam planilhas, digitam
textos com os alunos, acessam as redes sociais, usam slides, clipes de músicas,
filmes na íntegra ou partes selecionadas.
Quando consultados sobre se os computadores são de fácil disponibilidade e
se o Laboratório de Informática tem infraestrutura para as aulas, a maioria disse que
os computadores estão funcionando limitadamente, pois precisam de manutenção,
são ultrapassados, são lentos, alguns sites sem acesso à internet (bloqueados).
Também apontaram que as ferramentas estão sem atualização, sem qualidade, têm
dificuldades em relação ao sistema operacional – software livre (Linux) ultrapassado
e que o Governo precisa fazer mais investimentos com qualidade e dar manutenção
constante. Quanto ao Laboratório de Informática (ProInfo e Paraná Digital),
salientaram que há somente um funcionário responsável, sempre que fazem o
agendamento são atendidos e a sala do laboratório é pequena, precisando de
espaço maior.
Acerca da disponibilidade em participar do Curso Tecnologia Educacional,
constatou-se que 98% dos pesquisados gostariam e teriam interesse em participar
do curso. Também questionamos sobre quais recursos, ferramentas tecnológicas ou
tutoriais os profissionais gostariam que fossem disponibilizados na Formação
Continuada. Portanto, as ferramentas que os profissionais escolheram foram:
Conversão de áudio, vídeo e imagem para diversos tipos de arquivos, Extração de
áudio de vídeo e Extração de DVD para arquivo de vídeo; Movie Maker, Montagem
de Slides no Prezi, Fusão de vídeo e áudio, Conversão de Word para PDF – PDF
para Word e Compactação (diminuição) do tamanho de arquivos.
Se partimos da premissa que temos que, nós professores, pautar-nos nos
conhecimentos prévios dos alunos, a coleta de dados é que nos orientou para
elaborar a intervenção pedagógica e teve como primeiro instrumento de discussão a
produção didático-pedagógica da professora PDE – um artigo.
Com carga horária de 32 horas, 8 encontros de 4 horas de estudos e
participação de 23 profissionais da educação (professoras e pedagogas), buscamos
estimular práticas pedagógicas com o uso das ferramentas tecnológicas. Utilizamos
vários recursos metodológicos, pedagógicos e tecnológicos, tais como: aplicativos,
plataformas educativas, textos, vídeos tutoriais, apostila, notebooks, computadores,
projetor, caixa de som, câmera digital, celular, internet wireless, dispositivos de
armazenamentos de dados e diversas ferramentas on-line.
Durante os encontros ratificamos a importância de se capacitar através da
formação continuada e do Programa de Desenvolvimento Educacional. O intuito
sempre foi culminar com atividades práticas, utilizando-se tecnologias educacionais,
sem perder de vista os aspectos filosóficos e conceitos basilares que auxiliassem as
participantes na compreensão das novas tecnologias para a aprendizagem.
Explicando como a educação se desenvolveu baseada em tecnologias e como as
novas tecnologias impactam na sociedade e na escola. E, neste cenário, o papel do
professor é mudado e a incorporação das ferramentas digitais ao ambiente
educacional pode qualificar ainda mais o processo de ensino e aprendizagem.
A intenção deste escrito é trazer, em linhas gerais, a intervenção pedagógica
que fora detalhada anteriormente no Projeto. Verificar o impacto imediato da ação
pedagógica desta proposta de trabalho é tarefa difícil, por isso o que nos resta é
registrar as falas dos participantes e, de início, basear-se nela para avaliar o
executado:
- “a proposta de intervenção estava agradando, já que até então, em seus 14
anos de trabalho em escolas nunca teve um curso ou formação continuada neste
molde, ou melhor, que é preciso refletir mais sobre o uso dos recursos tecnológicos
nas escolas”. (Professora A).
- “é totalmente viável, pois sentem muitas dificuldades, inseguranças e medos
frente as tecnologias”. (Professora B).
- “não se pode mais viver ausente deste conteúdo denominado "Tecnologia".
(Professora C).
- “colocou que apesar de os governantes do Estado fazer muitos
investimentos em tecnologias, pouco se avançou. Diante desta colocação do grupo,
perguntei o porquê deste pensamento e enfatizaram que as capacitações são fracas
e realizadas por pessoas que ensinam de forma muito técnica e não pedagógica”.
(Grupo 1).
- “indagou como ficam as crianças de baixa renda diante destas tecnologias,
se não têm acesso pelo seu baixo poder aquisitivo? Respondi dizendo que no Brasil,
mesmo aqueles alunos de baixa renda têm algum tipo de contato com as novas
tecnologias, seja nas Lan Houses ou em programas de inclusão digital, salientando
que estas informações são derivadas de pesquisas já realizadas no país”.
Professora D).
- “que os cursos ofertados pelo Governo são de poucas horas e nem sempre
garantem ao professor segurança e domínio dessas tecnologias e que os
Laboratórios estão ultrapassados, com computadores e sistemas operacionais que
dificultam o trabalho com as tecnologias”. (Pedagogas A).
- “gostei muito do curso, pois foi um curso diferente, além da parte teórico-
reflexiva, foi trabalhado com ferramentas que até então ela não sabia que existiam”.
(Pedagoga B).
Ademais dos relatos que confirmam a importância do estudo em torno da
temática, um questionário específico para avaliação da intervenção pedagógica na
escola confirma sua pertinência: 100% das participantes concordaram que o curso
foi significativo para melhorar a sua prática pedagógica em sala de aula. A formação
levou os participantes a perceberem que as tecnologias oferecem diversas
possibilidades de enriquecer a sua prática pedagógica no processo de ensino.
Quanto ao Grupo de Trabalho em Rede – GTR, que constitui uma atividade
do Programa de Desenvolvimento Educacional e que também promove a inclusão
virtual, a maioria dos inscritos era pedagogo, num total de 17, mas na reta final
houve 2 desistentes.
Com carga horária de 64 horas, o GTR proporcionou compartilhar, debater,
refletir sobre as produções desenvolvidas deste trabalho.
Destacamos aqui alguns relatos e depoimentos das interações ocorridas
durante o GTR:
- “O projeto de intervenção é muito pertinente”. (Pedagogo 1).
- “Pelo menos nas escolas em que trabalhei a maioria dos educadores não
sabia lidar com as tecnologias existentes na escola”. (Pedagoga 2).
- “Apresentações de slides, vídeos, recortes de filmes, entre outros, ilustram
as aulas e nos ajudam a dar mais vida aos conteúdos em minha opinião são
importantes e muito necessários”. (Pedagoga 3).
- “Poderemos afirmar que “mais do que se adaptar às novas tecnologias, os
professores devem ser protagonistas dessa nova realidade [...] a formação docente
precisa ser repensada em função das novas relações que emergem de recentes
paradigmas da cultura tecnológica”. (SCHLEMMER, 2006, p. 37). (Pedagoga 4).
- “Se isto não ocorrer, a escola deixará de cumprir sua função de trabalhar a
realidade em que o aluno está inserido, pois os meios de comunicação e os diversos
recursos tecnológicos fazem parte do dia a dia do homem moderno”. (Pedagoga 5).
- “Porém é necessário ajustar os interesses dos alunos com os programas
curriculares”. (Professor 1).
- “Percebemos que ainda existe uma grande recusa dos educadores em fazer
uso dessas tecnologias, principalmente por não saberem usar”. (Professor 2).
- “Não se trata de termos professores de computação, mas professores que
sejam mediadores entre os alunos e as mídias, professores que usem e auxiliem os
alunos no uso de tecnologias em sala de aula”. (Pedagogo 6).
- “Para que os professores aprendam a usar pedagogicamente as
tecnologias, é preciso um ponto de partida, considerando as experiências, os
distintos saberes, a necessidade de uma ampla discussão do papel da tecnologia
para o ensino médio na realidade da escola É preciso criar grupos de estudos e
desenvolver ambientes de cooperação entre seus pares. É no coletivo que se
constrói um projeto inovador e com cumplicidade de todos”. (Pedagoga 7).
Durante todo o GTR e de acordo com os relatos, as discussões, as reflexões,
os apontamentos dos participantes, notamos que o trabalho foi relevante para a
maioria, pois interagimos, através de e-mails, chats, diários e fóruns, possibilitando a
troca de ideias, experiências e materiais, acontecendo assim, uma maior
aprendizagem e adquirindo conhecimentos novos, tudo acontecendo de forma
simultânea na rede mundial de computadores (Internet).
6. Considerações Finais
O presente trabalho revelou que as tecnologias na escola, quando utilizadas
para fins educacionais e pedagógicos são um meio de renovação da prática do
professor e possibilita a transformação do aluno como sujeito atuante na construção
do conhecimento. Conclui-se que, quando é usada com planejamento e critério,
pode levar a melhora significativa do processo de ensino e aprendizagem.
Verificou-se nos estudos realizados que, as professoras de diversas
disciplinas e pedagogas, puderam interagir, socializar suas ideias, experiências,
dúvidas, medos e anseios. Através dos momentos de reflexões, passaram a utilizar
as tecnologias com maior criticidade, pois perceberam quantas possibilidades
oferece e durante as aulas práticas, venceram suas limitações. As produções deram
suporte para que os profissionais superassem seus limites, rompessem barreiras e
resistências, portanto, dominassem melhor os aparatos tecnológicos.
Nos relatos das participantes, notamos a satisfação e também a necessidade
de oferta de mais formação continuada, para sempre buscar e acompanhar o “novo”,
pois a tecnologia avança e inova de forma absurda.
Cremos que as contribuições e possibilidades oferecidas neste PDE possam
ter aberto um caminho para a busca de novas ferramentas e provocado a prática de
planejar melhor as aulas, sempre pensando na metodologia apropriada a cada aula
e o possível emprego das novas tecnologias.
Lançamo-nos ao desafio de contribuir com práticas que levem à maior
qualidade do ensino na Rede Pública do Estado do Paraná através da Formação
Continuada ofertada durante a implementação do projeto de intervenção. Portanto,
conclui-se que ainda temos muito que avançar em relação ao assunto tecnologias
educacionais nas Escolas Públicas do Estado e no Brasil. É necessário maiores
investimentos em novos computadores, laboratórios, maior universalização ao
acesso à internet com alta velocidade, fomentar o desenvolvimento de tecnologias
educacionais e de inovação das práticas pedagógicas, através de formação
continuada.
7. Referências
ARENDT, Hannah. A Crise na Educação. Disponível em:<http://escoladeredes.net/group/bibliotecahannaharendt> Acesso em: 19 nov. 2013.
BRITO, Glaucia da Silva; PURIFICAÇÃO, Ivonélia da. Educação e novas tecnologias: um re-pensar. 2. ed. rev., atual. e ampl. – Curitiba: Ibpex, 2008. p. 32-41. (Série Tecnologias Educacionais).
BUENO, N. De L. O desafio da formação do educador para o ensino fundamental no contexto da educação tecnológica. Dissertação (Mestrado) – PPGTE/Cefet-PR, Curitiba, 1999.
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