Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias...

25

Transcript of Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias...

Page 1: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às
Page 2: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

  

ARTIGO PDE 2010: Uma Reflexão Pedagógica a partir das DCEs

no cotidiano do Colégio Estadual Lysímaco  Ferreira da Costa.

 Autora:Maria Vera Lucia da Silva Ferreira1

                                                                                    Orientadora:Maria Simone J.Novak2

   Resumo Este artigo apresenta a busca de possibilidades de reflexões e estudos teóricos dos docentes atuantes na rede pública estadual  do Ensino Fundamental  e Médio no processo de formação permanente e continuada compartilhando meus estudos e o desempenho   da   função   de   pedagoga   na   mediação   de   discussões   coletivas   e análises sobre o fazer pedagógico das ações docentes .Dentro do atual contexto histórico  que  exige  mudanças  educacionais  em  favor  dos  sujeitos  da  Educação Básica,quais sejam crianças,jovens e adultos para que a Escola possa responder a sua real função social  que é  garantir o acesso ao conhecimento como direito do educando,  os  docentes  do  processo  educacional  público  paranaense que são  o público­alvo   para   quem   os   momentos   de   estudos   foram   previstos   e   realizados participaram em sua maioria desde a versão preliminar das Diretrizes Curriculares Estaduais de 2003, contribuindo com as discussões sobre esta opção curricular que se fundamenta no campo das teorias críticas da educação,assumindo um currículo disciplinar   que   dê   ênfase   à   escola   pública   como   lugar   de   socialização   do conhecimento.Devo ressaltar que os aspectos teórico­metodológicos abordados são essencialmente   os   que   constam   no   documento   oficial   das   DCEs (SEED,2008).Objetivando  um   universo   mais   amplo   de   estudos   teóricos   sobre   o currículo e a práxis do trabalho educativo desenvolvida no cotidiano da instituição onde os docentes como sujeitos epistêmicos do conhecimento em suas dimensões científica,filosófica  e  artística   sobre   suas  disciplinas   curriculares   como  objeto  de estudo e trabalho docente muito contribuíram para a implementação e os resultados alcançados contextualizados numa abordagem histórico­crítica da Educação. Palavras­chave   :  Fundamentação   teórica;   Currículo;     Ação   Docente;   Formação Continuada. 

1  Introdução   

1  Pós Graduada em  Didática e Metodologia de Ensino, Graduada em Pedagogia. Pedagoga do Colégio Lysímaco Ferreira da Costa – E.M.F – Paranapoema ­ PR2 

Page 3: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

 Para relatar minha experiência durante a intervenção pedagógica, considero 

importante   fazer   uma   reflexão   sobre   o   trabalho   que   realizo   dentro   do   campo 

educacional:   atuo  há   oito   anos   como  pedagoga  na   Instituição  escolar   da  Rede 

Pública do estado do Paraná. Este trabalho é bastante desafiador sobretudo diante 

das tantas funções que são direcionadas ao professor pedagogo dentro do espaço 

escolar. Assim, o artigo que ora desenvolvo é fruto de uma etapa de estudos que 

considero prioritários dentro das ações do meu plano de ação anual: a formação 

continuada dos docentes, na medida das possibilidades, para entender a realidade 

educacional da qual são estes docentes são os sujeitos epistêmicos e a escola onde 

atuam, o espaço ideal para a reflexão sistematizada do documento organizador da 

prática   pedagógica   que   constitui   as   diferentes   disciplinas   como   campo   do 

conhecimentos  e   contextualiza  os   interesses   políticos,econômicos  e   sociais   que 

interferiram na seleção dos saberes e nas práticas de ensino trabalhados na escola 

básica e o mais   importante  a escola  pública que pretende  recuperar  a  sua  real 

função, que é ensinar,dar acesso ao conhecimento socializado e ….

Considerando a Educação em sentido lato, pode­se afirmar que ela envolve 

todas as instâncias da sociedade. A estrutura social criada para cumprir a função de 

transmissora   dos   saberes   sistematizados,   dos   conhecimentos   científicos 

historicamente   acumulados   é   a   escola,   através   do   processo   de   ensino   e   de 

aprendizagem dos diferentes componentes curriculares. Cada conteúdo de estudo a 

ser desenvolvido no ambiente escolar, mais precisamente na sala de aula, precisa 

ganhar sentido no processo educativo, em função dos grupos concretos de alunos e 

do contexto cultural nos quais estão inseridos. Para isso o currículo é o elemento 

essencial,   constituindo­se   como   o   elo   entre   a   sociedade   e   a   escola   de   modo 

contextualizado.

 O conhecimento é um bem comum,por isso deve ser socializado.A escola é o 

espaço  para  a  socialização  do  conhecimento   formal   historicamente  construído.A 

análise do currículo é uma condição para se conhecer a escola e as práticas que se 

desenvolvem   dentro   dela   na   permanente   função   social   de   transmissora   de 

cultura.Todas as finalidades educativas são reflexos do currículo adotado.O valor 

cultural   da   escola   se   manifesta   no   referencial   curricular   que   define   os 

Page 4: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

objetivos,conteúdos, encaminhamentos metodológicos e avaliação propostos para 

uma   determinada   etapa   de   estudos.Tratando­se   aqui,de   modo   específico   da 

Educação Básica, do Ensino Fundamental do Estado Paraná, através Secretaria de 

Estado da Educação ­ SEED e os setores a ela vinculados a partir das políticas 

públicas do governo federal e das linhas de ações traçadas pela decisão política do 

governo do Estado que possuem a missão de garantir o acesso à Educação Básica 

e   o   atendimento   pedagógico/educativo   dos   educandos   tendo   como   princípios 

norteadores:   a   educação   como   direito   do   cidadão,   a   universalização   do 

ensino,escola pública, gratuita e de qualidade, o combate ao analfabetismo,apoio à 

diversidade   cultural,organização   coletiva   do   trabalho   pedagógico   e   gestão 

democrática.As preocupações com a democratização educacional neste momento 

histórico da educação paranaense,expressa o compromisso político­administrativo 

quanto  à  produção de um ensino  de qualidade eu grau de consciência  político­

pedagógica   atingida   pelos   educadores   paranaense   efetivados   pelas   ações   nas 

escolas,orientadas pelo Projeto Político Pedagógico documento que dá autonomia a 

comunidade   escolar   para   definir   os   projetos   educacionais   que   atendam   às 

expectativas de aprendizagem ,com o propósito real de se chegar a uma sociedade 

mais justa que garanta efetivamente os direitos dos cidadãos.

A depender das políticas públicas em vigor,o papel da escola define­se em formas   muito   diferenciadas.   Da   perspectiva   das   teorias   críticas   da educação,as   primeiras  questões   que   se   apresentam  são:   Quem  são   os sujeitos da escola pública ? De onde eles vêm ? Que referências sociais e culturais   trazem   para   a   escola?  Ao   definir   qual   formação   se   quer proporcionar a esses sujeitos , a escola contribui para determinar o tipo de participação   que   lhes  caberá   na   sociedade.   Por   isso,as   reflexões   sobre currículo têm,em sua natureza,um forte caráter político (DCEs, 2009, p.14).

  Isso significa dizer que a escola tem que oferecer campos de possibilidades 

de   conhecimento,   onde   por   meio   do   trabalho   pedagógico   desenvolvido,   as 

oportunidades sejam iguais para todos. 

 Desta perspectiva, a função social da escola deve ser o cenário de práticas 

curriculares que reflitam sua realidade,limites e possibilidades de ampliar debates 

sobre   a   pluralidade   cultural   de   modo   contextualizado   no   processo   ensino   e 

Page 5: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

aprendizagem   realizado   por   docentes   e   educandos   para   que   aconteça   uma 

transformação emancipadora.

 Assim, a perspectiva desse texto não se configura como um material  que 

contenha   fundamentos  definitivos,   absolutos,  mas   sim  uma  análise   dos  estudos 

proporcionados em favor da formação continuada do grupo de docentes atuantes na 

Escola   Pública   do   Estado   do   Paraná,   mais   precisamente   do   Colégio   Estadual 

Lysímaco Ferreira da Costa do município de Paranapoema e dos participantes do 

GTR­Grupo de Trabalho em Rede desenvolvido pela SEED­PR.

 

2.   As DCE´s, opção curricular da Educação Básica.

 

 A escolha dessa  temática de  trabalho deve­se ao  fato  de que,  dentro da 

minha   atuação   na   equipe   pedagógica   da   referida   Instituição   Escolar   percebi   a 

necessidade de fundamentos teóricos/metodológicos e reflexões sobre o cotidiano 

pedagógico  que  precisa  ser  abordado de  forma  reflexiva  por   todos os  docentes 

atuantes no processo educacional do Ensino Fundamental e Ensino Médio desta 

instituição. As DCEs como currículo­documento deve ser objeto de análise contínua 

dos sujeitos da Educação, sobretudo relacionada à concepção de conhecimento que 

ele carrega.

 É oportuno citar que estes dois grupos de professores demonstraram muita 

preocupação com as questões relacionadas ao Currículo Escolar e sua expressão 

dinâmica.

[…]   Se   o   currículo   é   uma   prática   desenvolvida   através   de   múltiplos processos   e   na   qual   se   entrecruzam   diversos   subsistemas   ou   práticas diferentes,   é   óbvio   que,   na   atividade   pedagógica   relacionada   com   o currículo, o professor, é elemento de primeira ordem na concretização desse processo [...](SACRISTÁN, 2000, p.165).  

 Nesta perspectiva, objetiva­se neste artigo uma análise em duas dimensões 

consideradas  básicas,  quais  sejam:  a)  uma  retomada  da  explicitação  da  prática 

social   dos  docentes  envolvidos  no  processo,   fundamentada  na   contextualização 

sócio­histórica   da   Educação   e   considerando   o   currículo   como   configurador   da 

prática docente e b) a  formação continuada do docente,   tanto do ponto de vista 

Page 6: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

teórico,  quanto  do   trabalho  pedagógico  do  ensino  e  da  aprendizagem,   isto  é,  a 

articulação   da   práxis   norteada   pelas   diretrizes   curriculares   orientadoras   da 

Educação Básica que visam à garantia da apropriação do conhecimento científico 

pelos estudantes da rede pública.

 Acerca   dessa   discussão,   pode­se   retomar   a   perspectiva   de   Saviani   que 

assim se expressa:

Os professores precisam submeter a uma crítica impiedosa a prática que desenvolvem,revejam   sua   própria   ação   pedagógica   auxiliados   e/ou provocados     pelas   reflexões   apresentadas.   A   especificidade   da contribuição   pedagógica   será   mais   eficaz   quanto   mais   o   professor   for capaz de compreender os vínculos da sua prática,  com a prática social global. (arrumar recuo, colocar ano, página. 

O tempo vivenciado nos momentos de estudos e reflexões que antecederam 

a construção deste artigo  ­  sobre seu objeto de estudo que é  o   fruto  de ampla 

discussão   entre   os   profissionais   da   Educação   qual   seja:as   DCEs,Diretrizes 

Curriculares   Estaduais,atualmente   denominadas   Diretrizes   Curriculares 

Orientadoras   da   Educação   Básica   ­   justificam   sua   relevância,   pautada   numa 

dimensão   essencialmente   formativa   e   reflexiva   do   público­alvo   para   quem   foi 

proposta e desenvolvida a intervenção pedagógica.

É importante ressaltar que a ênfase é dada na contextualização do processo 

de ensino e de aprendizagem dentro de uma análise didático­pedagógica que seja 

política  e  histórica,   tendo o educador  e  sua  formação como essencialidades,  na 

análise   das   concepções,abordagens   e   perspectivas   das   teorias   tradicionais   às 

teorias críticas da Educação.

[…] quando uma nova proposição curricular é apresentada às escolas, como fruto da discussão coletiva, haverá também criação de novas práticas que irão   além   do   que   propõe   o   documento,   mas   respeitando   seu   ponto   de partida teórico­metodológico (DCEs, 2009, p.16).  

 Os   resultados   previstos   e   alcançados,   fundamentados   nos   princípios 

teóricos,   constituem­se   respostas   ao   que   considero  ação   significativa  de  ordem 

desafiadora dentro da minha função como pedagoga na organização e mediação do 

trabalho   pedagógico   afim   de   subsidiar   a   prática   educativa   atendendo   às 

necessidades e às expectativas dos docentes atuantes nas diferentes disciplinas 

das áreas do conhecimento para a superação dos problemas e desafios relativos ao 

Page 7: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

ensino e aprendizagem.Haja visto que as DCEs estão postas no Projeto Político 

Pedagógico   e   seus   pontos   referenciais   privilegiam   a   discussão   coletiva,numa 

abordagem histórico e crítica, e no respaldo teórico dos estudiosos como suporte 

epistemológico.

 É   sensato  e  profissional  analisar  a   relação  educação­docência­   formação 

continuada a partir do contexto real vivenciado na instituição de ensino.À  medida 

que   passamos   a   entender   mais   essas   questões,   tendo   como   parâmetros   a 

organização curricular no processo educacional dos sujeitos da Educação Básica, 

adquirimos novos olhares  para  com os nossos educandos na  dimensão  da sua 

formação  necessária  para  o  enfrentamento  à   transformação  da   realidade  social, 

econômica e política do seu tempo.Assim prioriza ­se neste trabalho científico um 

olhar  para  dentro  da  escola   ,dos   fazeres  pedagógicos  do  cotidiano,do  ambiente 

escolar como local privilegiado para as análises e reflexões sobre o currículo e dos 

educadores como legítimos atores da possibilidade de intervenção pedagógica que 

expressa   a   concepção   das   teorias   críticas,da   pedagogia   histórico­crítica   e   do 

currículo   como   configurador   da   prática   educativa   em   função   das   necessidades 

sociais a que deve corresponder. 

 Fundamentando­se   nos   princípios   teóricos   expostos,   propõe­se   que   a 

Educação   Básica   ofereça   ao   estudante,   a   formação   necessária   para   o 

enfrentamento   dos   desafios   contemporâneos   como   as   questões 

sociais,econômicas,raciais e ambientais que,embora não sejam genuínos da escola, 

nela se refletem em situações tão concretas que devem ser discutidas com vistas à 

transformação da realidade social, econômica e política de seu tempo.Para isso o 

coletivo escolar deve ter a clareza de forma consciente e fundamental que tanto os 

conhecimentos   universais,como   os   desafios   do   cotidiano   podem   e   devem   ser 

discutidos,suscitando a busca de suportes concretos  para que o currículo  possa 

expressar o projeto de educação e de sociedade que se almeja.

A Educação, na medida em que é uma mediação no seio da prática social global,cabe possibilitar  que as novas gerações  incorporem os elementos herdados   de   modo   que   se   tornem   agentes   ativos   no   processo   de desenvolvimento   e   transformação   das   relações   sociais   (Saviani,   1994, p.143).   

Page 8: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

 Ao   focalizar   o   tema   “Uma   reflexão   Pedagógica   a   partir   das   Diretrizes 

Curriculares   Estaduais   no   cotidiano   do   Colégio   Estadual   Lysimaco   Ferreira   da 

Costa” como conteúdo deste trabalho sobre a formação continuada dos professores, 

suscito questões relativas aos conhecimentos teóricos para o embasamento legal e 

os conhecimentos metodológicos para o desenvolvimento do trabalho pedagógico 

desenvolvido em sala de aula tendo o currículo como prática para a qualidade da 

educação básica proposta e pretendida pela Secretaria de Estado da Educação do 

Paraná,  em favor dos estudantes das classes menos favorecidas para que estes 

possam ter  um projeto  de  futuro que vislumbre   trabalho,  cidadania  e  vida digna 

(DCEs, 2009). 

 1 Destaco as idéias da literatura educacional de alguma autores tais como :

(Sacristán,2000) na perspectiva de trabalho sobre o currículo,entendido como algo 

que   adquire   forma   e   significado   educativo   a   medida   que   sofre   uma   série   de 

processos de transformação dentro das atividades práticas escolares,na sua obra­O 

Currículo­Uma   reflexão   sobre  a  prática.   (Saviani,1997)   em   sua   obra   de   grande 

aceitação entre os docentes­Escola e Democracia­ explicita a Teoria da Curvatura 

da   Vara   (expressão   emprestada   de   Lênin)   em   3   teses:1ª   (filosófico­histórica);2ª 

(pedagógico­metodológica;   3ª(especificamente   política).   (Gasparin,2011)   em   sua 

publicação:   Uma   Didática   para   a   Pedagogia   Histórico­   crítica,que   traduz   o 

movimento do trabalho pedagógico proposto pela pedagogia histórico­crítica,que vai 

da   prática   social   inicial   a   nova   prática   social   pela   mediação   da 

teoria.Também(Arroyo,2008)  na   ´publicação   do   MEC   elaborada   em   5   cadernos 

priorizando os eixos organizadores do Currículo,faz a abordagem sobre o currículo e 

os sujeitos da ação educativa:Educando e Educadores.

Nessa   perspectiva,   o   coletivo   de   docentes   educadores   são   atores   da 

intervenção pedagógica na intencionalidade de comprometimento profissional com a 

sua   formação   continuada   e   do   ambiente   escolar   como   local   privilegiado   para 

aprofundar   conhecimentos  sobre  os  aspectos   teóricos  que   influenciam a  prática 

pedagógica. As ações previstas para este trabalho têm um peso significativo para 

agregar momentos de ação­reflexão­ação sobre o objeto de estudo do professor 

como pesquisador permanente, isto é, sua disciplina curricular. 

Page 9: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

  2.1   Análise ao Contexto Educacional.

Para   um   melhor   entendimento   do   objeto   deste   estudo,   uma   primeira 

consideração refere­se à conceituação do que seja uma diretriz. Assim, entre suas 

possibilidades de definição, evidencia­se no dicionário Aurélio que diretriz “é a linha 

reguladora  do   traçado  de  um caminho,  uma estrada.  É   também uma norma de 

procedimento   diretiva”.   No   contexto   educacional,   diretriz   ou   diretrizes   são   as 

orientações   normativas   comuns,   são   os   fundamentos  e  procedimentos   a   serem 

seguidos na organização institucional e curricular.

Com  esse  entendimento,sobre  a   fundamentação   legal   que  estabelece   as 

políticas educacionais, abordo a questão da organização e reforma do sistema de 

ensino   ao   final   da   década   de   1990,   que   resultaram   em   um   processo   de 

descentralização pelo  qual  se  ampliava  a  responsabilidade dos estados sobre  a 

gestão e o provimento da educação em todos os níveis.A Lei de Diretrizes e Base da 

Educação LDBnº 9394/96,  promulgada em 1996 que deu sustentação à   reforma 

educacional,   abriu   a   possibilidade   dos   estados   e   municípios   organizarem   seus 

próprios sistemas de ensino. As demandas regionais desenvolver­se­iam segundo 

as condições econômicas, políticas e sociais de cada unidade da Federação.

No   Paraná,   a   escola   pública   vem   sendo   replanejada   nos   últimos   anos, 

trazendo uma luz diferenciada para a prática pedagógica.  Um olhar para dentro das 

escolas públicas permitiu identificar que as políticas educacionais brasileiras, através 

do projeto neoliberal3  de educação, difundido no documento denominado PCNs ­ 

Parâmetros Curriculares Nacionais, secundariza a função da escola. O currículo tem 

como foco as experiências vivenciadas pelo educando, a partir de seus interesses e 

sob   a   tutela   da  escola.   As   críticas   a   esse   tipo   de   currículo   referem­se   a   uma 

concepção   fundamentada   nas   necessidades   de   desenvolvimento   pessoal   do 

indivíduo,   em   prejuízo   da   aprendizagem   dos   conhecimentos   científicos 

historicamente construídos pela humanidade. 

3  Neoliberalismo­  é   o   conjunto  de   ideias  políticas  e  econômicas  capitalistas  que  defende  a  não participação do Estado na economia.Trouxe uma nova forma de se ver a qualidade educacional no Brasil

Page 10: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

Nesse contexto histórico e no processo de  luta política, produto de ampla 

discussão entre os sujeitos da educação, as diretrizes paranaenses se fundamentam 

nas   teorias   críticas  e   são   contextualizadas  na   formação  de   sujeitos  históricos   ­ 

educadores e educandos ­ que, ao se apropriarem do conhecimento, compreendem 

que as estruturas sociais são históricas, contraditórias e abertas às influências da 

sociedade como um todo..

Conforme   Saviani   (1999),   as   teorias   críticas   da   educação,   dentro   da 

pedagogia   histórico­   crítica   estão   centradas   na   igualdade   entre   os   homens   de 

maneira  dialética  entre  educação e  sociedade,  considerando que a sociedade é 

dividida   em   classes   com   interesses   opostos.   É   uma   pedagogia   a   serviço   da 

transformação   das   relações   de   produção.   Nesse   sentido,   o   papel   da   escola   é 

transformar os conteúdos  formais em conteúdos reais,  dinâmicos e concretos.  O 

professor deve dominar os conteúdos científicos que serão organizados de forma 

sistematizada e lógica dos conhecimentos, considerando que o aluno como agente 

social, encontra­se em nível diferente do professor, pois enquanto sua compreensão 

do conteúdo é sincrética (mal elaborada), a compreensão do professor é sintética 

(visão da totalidade e das diferentes determinações sociais).

Para  Saviani   (1999),   as   teorias  educacionais   estão  classificadas  em dois 

grupos: teorias que entendem ser a educação um instrumento de equalização social 

(superação   da   marginalidade)   e   teorias   que   entendem   ser   a   educação   um 

instrumento de discriminação social, logo um fator de marginalização. Denominadas 

de “ teorias não críticas“, pertencem ao primeiro grupo a pedagogia Tradicional, a 

pedagogia Nova e a pedagogia tecnicista. Saviani defende que as” teorias crítico­ 

reprodutivistas” não contém uma proposta pedagógica, se empenham tão somente 

em explicar o mecanismo de funcionamento da escola tal  como está  constituída. 

Assim,as   teorias   críticas   compõem   o   segundo   grupo,com   ênfase   na   pedagogia 

histórico­ crítica.

 

Uma teoria do tipo acima enunciado se impõe a tarefa de superar tanto o poder   ilusório(que   caracteriza   as   teorias   não­críticas)como   a impotência(decorrente   das   teorias   crítico   ­reprodutivistas)   colocando   nas mãos dos educadores uma arma capaz de permitir­lhes o exercício de um poder real,ainda que  limitado […] Lutar contra a marginalidade na escola significa engajar­se no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino da 

Page 11: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

melhor   qualidade   possível   nas   condições   históricas   atuais   [...] (Saviani,1983,p.42) 

Essa   teoria   dialética   do   conhecimento   é   a   expressão   da   prática   social 

geral,isto   é,professor   e   aluno   são   co­autores   do   processo   ensino­

aprendizagem.Favorecendo  o  diálogo  com o  aluno e   levando   ­se  em conta  seu 

interesse e   ritmo de  aprendizagem,sem deixar  de  valorizar  a   cultura  acumulada 

historicamente é  necessário que o professor trabalhe dentro de uma metodologia 

que  supere  as  contribuições  dos  métodos   tradicionais  e  novos.  A  prática  social 

inicial, a problematização, a instrumentalização, a catarse e a prática social final são 

transformadas em uma didática.

Segundo   Gasparin   (2011,   p.8)   assumir   essa   teoria   do   conhecimento   no 

campo   da   educação   significa   trabalhar   um   conhecimento   científico   e   político 

comprometido   com   a   criação   de   uma   sociedade   democrática   e   uma   educação 

política. As três fases do método dialético de construção do conhecimento escolar, 

quais sejam, prática, teoria, prática, partindo do nível de desenvolvimento atual dos 

alunos, trabalhando na zona de seu desenvolvimento imediato, para chegar à um 

novo   nível   de   desenvolvimento   atual.   Conforme   a   Teoria   Histórico­cultural   de 

Vigotski.  Em seu conjunto,  essa metodologia  de  ensino­aprendizagem apresenta 

três características desafiadoras:1)nova maneira de planejar as atividades docente­

discentes; 2)novo processo de estudo por parte do professor,pois todo conteúdo a 

ser trabalhado deve ser visto de uma perspectiva totalmente diferente da tradicional; 

3)novo método de trabalho docente­discente que tem por base o processo dialético: 

prática­teoria­prática.   Este   trabalho   desenvolvido   por   Gasparin   tem   a   Teoria 

Dialética   do   Conhecimento   e   a   Teoria   Histórico­cultural   como   suporte 

epistemológico, e representa um esforço e uma tentativa de traduzir para a prática 

docente e discente a pedagogia  histórico­crítica.

Ao encontro dessa perspectiva, as DCEs ao definir qual formação se quer 

para os sujeitos da Educação Básica, reconhecem que crianças, jovens e adultos 

têm na escola pública, muitas vezes, a única oportunidade de acesso ao mundo 

letrado,  dessa   forma é  necessário  assumir  um currículo   interdisciplinar  para  dar 

ênfase às escolas como lugar de socialização do conhecimento, em suas dimensões 

científica, filosófica e artística. Assim, o documento buscou manter o vínculo com o 

Page 12: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

campo   das   teorias   críticas   da   educação   e   com   as   metodologias   que   priorizem 

diferentes formas de aprender, ensinar e avaliar em todas as disciplinas.

Para   encaminhar   esta   etapa   de   estudos   da   intervenção   pedagógica   é 

necessário problematizar: O que é uma diretriz? O que são as Diretrizes Curriculares 

Estaduais da Educação Básica? Quem são os envolvidos no processo de formação 

continuada   voltada   à   legitimação   dessa   organização   curricular?Quando   você 

professor ou professora  iniciou seu  trabalho docente com essa opção curricular? 

Qual a concepção teórica que fundamenta estas DCEs? Qual a classificação das 

teorias educacionais defendidas por Saviani? Qual o contexto de socialização dos 

conteúdos científicos para a escola­professor­aluno dentro das DCEs? 

   A   relevância   que   tem   o   problema   da   prática   no   conhecimento   e   na pesquisa   pedagógica   e,   mais   concretamente,a   relação   teoria­prática,   é outra   razão   a   mais   para   a   atualização   da   discussão   em   torno   dos problemas  curriculares,a  medida  que   são   agentes  na  configuração  das práticas de ensino.Se  a prática  é   impensável  sem ser  concebida como expressão de múltiplos usos,mecanismos e comportamentos relacionados com o desenvolvimento de um determinado currículo,a comunicação teoria­prática   não   pode   desconsiderar   a   mediatização   curricular   como   canal privilegiado”.(Sacristán,2000,p.29)

 Segundo  o  autor,   “estamos   frente  a  um núcleo   temático­estratégico  para 

analisar a comunicação entre as idéias e os valores, por um lado, e a prática, por 

outro. Uma parte importante da teoria moderna do currículo versa sobre a separação 

desses extremos e sobre as razões que a produzem. O próprio discurso sobre a 

relação teoria­prática se nutre da teoria e das práticas curriculares. Um discurso que 

deve ultrapassar os estreitos limites da aula. Na configuração e desenvolvimento do 

currículo,   podemos   ver   se   entrelaçarem   práticas   políticas,   administrativas, 

econômicas, organizativas e institucionais,  junto a práticas estritamente didáticas. 

Dentro de todas elas agem pressupostos muito diferentes, teorias, perspectivas e 

interesses muito diversos, aspirações e gestão de realidades existentes, utopia e 

realidade.   A   Compreensão   do   currículo,a   renovação   da   prática,   a   melhora   da 

qualidade do ensino através do currículo não devem esquecer  todas essas inter­

relações” (Sacristán,2000.p.29) Conforme ARROYO,2000,p.17( ..) ”.a reflexão sobre 

o currículo está  instalada nas escolas.Durante as últimas décadas,o currículo tem 

Page 13: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

sido central nos debates da academia,da teoria pedagógica,da formação docente e 

pedagógica (…).

 A   importância   para   o   professor   reside   no   fato   de   que   é   um   ponto   de 

referência no qual, de forma paradigmática, podem se apreciar as relações entre as 

orientações procedentes da teoria e da realidade da prática, entre os modelos ideais 

de escola e a escola possível, entre os fins pretensamente atribuídos às instituições 

escolares e às realidades efetivas.

 E   pautada   na   afirmativa   dos   autores   para   melhor   compreender   a 

problemática   que   levou   a   uma   intervenção   pedagógica   tendo   em   vista 

aprofundamento   de   estudos   e   reflexões   sobre   a   teoria­prática,   finalidades   e 

desenvolvimento de uma proposta curricular como ponto central para a melhoria da 

qualidade   de   ensino   e   aprendizagem   concretamente   no   espaço   pedagógico   da 

Escola   Pública   onde   atuo,   argumento   a   importância   da   práxis   no   processo 

pedagógico porque entendo que um dos pressupostos fundamentais para as ações 

docentes é como deve ser essa compreensão da relação teoria e prática. Deve ser 

compreendida   não   apenas   como   um   princípio   orientador   para   as   ações 

pedagógicas, mas sim, como princípio de reflexão do modo como através destas 

ações   se   possa   compreender   a   realidade   na   qual   está   inserido,   analisá­la   e 

transformá­la. Assim a unidade entre teoria e prática se converte em práxis através 

dos conhecimento teóricos e epistemológicos do professor em sua intencionalidade 

educativa dos educandos de forma socialmente significativa para eles. E uma das 

grandes   finalidades   da   Educação   Básica   na   atualidade   é:   propiciar   o 

desenvolvimento físico, intelectual, social e emocional do educando,tendo em vista a 

construção de sua autonomia intelectual e moral.

 O processo da concretização deste trabalho conta com a compreensão e 

coerência   diante   dos   obstáculos   e   dificuldades   das   situações   impostas   pela 

realidade,   fazendo   com   que   nem   todos   os   docentes   pudessem   participar   dos 

estudos., apesar de reconhecerem a necessidade de buscar pressupostos teóricos 

sobre o currículo para sua atuação profissional, estabelecendo uma fundamentação 

em função da opção curricular das DCEs. Dessa forma um grupo não conseguiu 

conciliar o tempo/ horário para estes estudos, por já estarem inscritos e participando 

Page 14: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

de  outras   formas  de  capacitação  oferecidos  pela  SEED e  também há   docentes 

cursando pós­graduação aos finais de semana. E foi justamente esta a única e mais 

positiva alternativa/opção por mim encontrada para ações aplicáveis na perspectiva 

de alcançar os objetivos propostos: estudos aos sábados,com carga horária de 32 

horas   e   certificação   aos   participantes   de   Curso   de   Extensão   da   IES­Unespar­

Campus Paranavaí. 

  

2.2   Reflexões sobre o currículo. 

 

Cumpre ainda esclarecer que falo do currículo porque entendo que as DCEs 

como   orientações   normativas,   são   os   fundamentos   e   procedimentos   a   serem 

seguidos na organização  institucional e curricular do atual  contexto da Educação 

Básica   da   rede   estadual   do   ensino   do   Paraná.   Numa   concepção   crítica   de 

educação, esta organização curricular possibilita ao trabalho pedagógico a direção 

da totalidade do conhecimento e não uma fragmentação dos saberes escolares. 

  Partindo da constatação de que há um clima propício nas escolas ao repensar dos 

currículos,foi proposto aos participantes como docentes educadores,uma postura 

crítica sobre a prática pedagógica que desenvolvem e sobre a concepção curricular 

das DCEs que orienta e reflete os processos de ensinar e aprender. Para uma 

melhor compreensão do conteúdo apresentado os textos teóricos aqui descritos 

foram subsídios para discussões posteriores. 

O currículo não é um conceito, mas uma construção cultural. Isto é, não se trata de um conceito abstrato que tenha algum tipo de existência  fora e previamente à experiência humana. É, antes, um modo de organizar uma série  de  práticas  educativas   (GRUNDY,  1987  apud,  SACRISTÁN,  2000, p.14).  

É de grande relevância o envolvimento de todos os sujeitos da educação 

com as propostas curriculares, quando se considera o currículo como um documento 

de análise contínua de todos os envolvidos no processo educativo. 

 Algumas das  “impressões globais” que,  tal  como  imagens, nos  trazem à mente o conceito de currículo. São significados demarcados no pensamento especializado   mais   desenvolvido   e   nos   tratados   sobre   esta   matéria. Algumas dessas imagens são as seguintes: o currículo como conjunto de conhecimentos ou matérias a serem superadas pelo aluno dentro de um 

Page 15: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

ciclo – nível educativo ou modalidade de ensino é a acepção mais clássica e   desenvolvida;   o   currículo   como   programa   de   atividades   planejadas, devidamente seqüencializadas, ordenadas metodologicamente tal como se mostram, por exemplo, num manual ou num guia do professor; o currículo também   foi   entendido,   às   vezes,   como   resultados   pretendidos   de aprendizagem; o currículo como concretização do plano reprodutor para a escola   de   determinada   sociedade,   contendo   conhecimentos,   valores   e atitudes (SCHUBERT, 1986, apud SACRISTÁN, p.26). 

De acordo com o excerto acima, entendemos que o currículo dentro da sua 

função social do plano educativo é um elo entre a sociedade e a escola de modo 

contextualizado, neste sentido o entendimento acerca das teorias sobre o currículo 

também se fazem pertinentes, assim evidencia­se que: 

  As teorias do currículo  se caracterizam pelos conceitos que enfatizam. São   elas:  Teorias   Tradicionais:  (enfatizam)   ensino­   aprendizagem­ avaliação­   metodologia­   didática­   organização­   planejamento­   eficiência­ objetivos.  Teorias   Críticas:   (enfatizam)   ideologia­   reprodução   cultural   e social   poder­classe   social­capitalismo­relações   sociais   de   produção conscientização­ emancipação­ currículo oculto­ resistência.  Teorias Pós­Críticas:(enfatizam)identidade   ­alteridade­diferenças   ­   objetividade­ significação e discursos­ saber e poder  representação­ cultura,  gênero – raça­ etnia­ sexualidade –multiculturalismo (SILVA, 2005, p17). 

Nesse sentido, uma breve retomada da história do currículo faz­se pertinente, 

para entendermos como o mesmo se configura ao  longo do  tempo,  tomando as 

características  de   tem na  atualidade.  Assim,   de  acordo  com Elvira  Souza  Lima 

(2008),   um   estudo   cuidadoso   da   história   do   currículo   na   escola   ao   longo   dos 

milênios revela que quando falamos em formação humana, em incluir a cultura na 

escola não estamos falando em algo totalmente novo no processo de escolarização. 

A   diferença   é   que   hoje   dispomos   de   muito   mais   conhecimento   sobre   o 

desenvolvimento do ser humano, notadamente da criança. No entanto, o currículo 

faz parte da educação de várias civilizações em momentos históricos distintos.

Segundo  Lima  (2008),  um currículo  para  a   formação humana precisa  ser 

situado historicamente, uma vez que os instrumentos culturais que são utilizados na 

mediação do desenvolvimento, sempre introduzem novos conhecimentos conforme 

o avanço tecnológico e científico e a complexidade crescente das áreas tradicionais 

do currículo, como por exemplo, a ecologia a partir da biologia. 

 

2.3   Currículo – Direito dos Educadores e Educandos.

Page 16: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

 

É importante o conhecimento do educador sobre o currículo, considerando­se 

este documento impresso como uma orientação pedagógica sobre o conhecimento a 

ser desenvolvido na escola, fruto de ampla discussão coletiva onde se colocam dois 

importantes eixos: a intenção política que o currículo traduz e a tensão constante 

entre   seu   caráter   prescritivo   e   a   prática   docente.   Nas   últimas   décadas,   os 

professores   se   afirmaram   como   trabalhadores   em   educação,   avançaram   no 

conhecimento  do   trabalho  docente  e  do  mundo  de   seu   trabalho,   sua  dimensão 

política,   cultural  e  ética.  Esses  conhecimentos  passaram a  ser   vistos  como  um 

direito da condição de trabalhadores em educação. Da mesma forma, os educandos 

têm seu direito aos saberes sobre o mundo do trabalho, como uma dimensão ao 

conhecimento   socialmente   produzido.   Equacionar   os   conhecimentos   e   as 

competências referentes ao mercado de trabalho nos levaria apenas a uma visão 

pragmatista, utilitarista, parcializada e segmentada do conhecimento e do currículo, 

que no nosso entendimento não cumpre a função da escola pública. 

Um currículo para a formação humana é aquele orientado para a inclusão de 

todos ao acesso dos bens culturais e ao conhecimento. O conhecimento é um bem 

comum,   portanto   deve   ser   socializado   a   todos   os   seres   humanos, 

independentemente   de   suas   experiências   culturais,   personalidades   e   formas   de 

perceber o mundo. Os conhecimentos oferecidos pelas neurociências, antropologia, 

lingüística e pelas artes são imprescindíveis para responder aos desafios de uma 

escola que promova a formação humana de todos os educandos e que também 

amplie a experiência humana de seus educadores. 

 (…) No referente ético do direito à  produção cultural da humanidade não serão   secundarizadas   as   inovações   tecnológicas   na   comunicação   e informação como não será esquecida a diversidade de sistemas simbólicos e   de   linguagens,nem  o   domínio   dos   instrumentos,   lógicas   e   formas   de pensar e de apreender, que a humanidade acumulou e que capacitem as novas gerações para novas formas de pensar e de agir. (LIMA,2007,apud ARROYO,2008 ). 

 

Page 17: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

 Um currículo que seja democrático deve ser um instrumento de formação 

humana que torne o conhecimento,  não somente uma aquisição  individual,  mas, 

uma das possibilidades de desenvolvimento da pessoa que terá reflexos na vida em 

sociedade.   Ou   seja,   o   conhecimento   de   cada   um   tem   também   uma   dimensão 

coletiva. O currículo é o instrumento por excelência desta socialização

  

  2.4  O currículo: cruzamento de práticas diversas.

 

Segundo Sacristán (2000 .p.21) o currículo modela­se dentro de um sistema 

escolar   concreto,dirige­se   a   determinados   professores   e   alunos,serve­se   de 

determinados meios,cristaliza,enfim,num contexto,que é o que acaba por lhe dar o 

significado   real.   Daí   que   a   única   teoria   possível   que   possa   dar   conta   desses 

processos  tenha de ser do  tipo crítico,  pondo em evidência as realidades que o 

condicionam.   Por isso argumentamos que o currículo faz parte, na realidade, de 

múltiplos   tipos   de   práticas   que   não   podem   reduzir­se   unicamente   à   prática 

pedagógica   de   ensino;   ações   que   são   de   ordem   política,administrativa,   se 

supervisão,de  produção  de meios,  de  criação   intelectual,de  avaliação,etc.,e  que, 

enquanto são subsistemas em parte autônomos e em parte interdependentes,geram 

forças   diversas   que   incidem   na   ação   pedagógica.   Âmbitos   que   evoluem 

historicamente, de um sistema político e social a outro,de um sistema educativo a 

outro diferente. 

Todos   esses   usos   geram   mecanismos   de   decisão,tradições,crenças, 

conceitualizações, etc, que ,de uma forma mais ou menos coerente,vão penetrando 

nos usos pedagógicos e podem ser apreciados com maior clareza em momentos de 

mudança

 

  2.5 O Currículo na perspectiva histórico­ crítica. 

  

 Conforme Nereide Saviani (1994) a pedagogia histórico­crítica enfatiza que a 

educação escolar deve transformar o saber elaborado/clássico em saber escolar. 

Page 18: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

saberes escolares: a leitura, a escrita, o cálculo saber elaborado : teórico, metódico, 

sistematizado.

 A escola, sob o ponto de vista da didática e do currículo cumpre a função de 

mediadora   entre   o   conhecimento  espontâneo  e   o   sistematizado,   propiciando   às 

camadas populares os instrumentos de acesso ao conhecimento científico.

 A organização curricular não se restringe a métodos, técnicas e programas, 

diz respeito á tarefa principal da escola: o ensino;

O currículo e os conteúdos não são neutros.  Por isso é preciso uma visão de 

historicidade, da compreensão dos conteúdos em uma dimensão crítico­social.

O aluno é um indivíduo concreto,histórico e social,portanto seu conhecimento 

não é neutro,mas histórico e socialmente determinado.

 

 

2.6  As Diretrizes Curriculares Estaduais e suas proposições curriculares.

 

Neste   item,   será   discutido   um   pouco   acerca   da   construção   e   dos 

fundamentos  das  Diretrizes  Curriculares  para  a  educação  pública  do  Estado  do 

Paraná.Em âmbito  nacional  evidencia­se  que o  artigo  26  da  Lei  de  Diretrizes  e 

Bases  da  Educação  Nacional  dá  autonomia  aos  estabelecimentos  de  ensino  de 

definirem a reorientação curricular que atenda as necessidades da sociedade para a 

qual se destina. Nesta perspectiva de justificar a existência da escola pública, as 

DCEs são o resultado das discussões propostas para os professores da educação 

básica do Paraná  numa abordagem histórico e crítica a respeito do currículo, na 

constituição das disciplinas escolares, de sua relevância, função e de sua relação 

com as ciências de referência.

 Artigo 26 ­ Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento   escolar,por   uma   parte   diversificada,exigida   pelas características regionais e locais da sociedade,da cultura ,da economia e da clientela (Brasil,1996).    

Page 19: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

Com   a   perspectiva   de   atender   aos   desafios   postos   pelas   orientações   e 

normas vigentes, bem como a liberdade de organização curricular, a Secretaria de 

Estado  da Educação  do Paraná   ­  SEED,  desde 2003,   iniciou  a  construção das 

Diretrizes Curriculares da Educação Pública do Estado do Paraná.  Diante desse 

processo,  os  professores  estatutários  do  Colégio  Estadual  Lysímaco Ferreira  da 

Costa, participaram dos eventos promovidos pela Secretaria de Estado da Educação 

desde  a   versão  preliminar   das  DCEs,   contribuindo  assim  com as  discussões  e 

reflexões   coletivas   sobre   a   ação   docente   nas   semanas   pedagógicas.   Com   a 

participação   que   entendemos   ser   crítica,   constante   e   transformadora   dos 

professores  de   todas  as  escolas  públicas  paranaenses  e   tendo  como princípios 

norteadores, a universalização do ensino, a escola pública gratuita e com qualidade, 

o   respeito   à   diversidade   cultural,   a   gestão   democrática   e   o   combate   ao 

analfabetismo,  as  DCEs expressam o conjunto de  esforços dos educadores nas 

discussões que se deram nos anos seguintes, no processo de formação continuada 

em torno das diretrizes que chegam em 2009 às escolas como documento oficial 

que traça as estratégias objetivando nortear o trabalho dos professores e garantir a 

apropriação do conhecimento pelos estudantes da rede pública, para que possam 

ter um projeto de futuro que vislumbre trabalho,cidadania e vida digna.

Para enfatizar a compreensão e postura crítica dos participantes diante do 

fazer pedagógico foram apresentadas questões para análise e reflexão do currículo 

e das DCEs como currículo disciplinar da Escola Pública do Paraná como lugar de 

socialização do conhecimento nas dimensões científica, filosófica e artística.

a)Que indagações sobre o currículo vêm da nossa identidade pessoal e coletiva?

b)Como se reproduzem as lógicas curriculares nas nossas ações docentes?

c)A perspectiva política curricular das DCEs atendem as potencialidades para uma 

transformação emancipadora dos sujeitos da educação básica?

d)Em quais documentos da Escola as DCEs estão presentes?

e)Qual a relevância e a função de sua disciplina no currículo dentro das DCEs?

Com base nas reflexões e entendimento sobre o currículo nas concepções 

dos autores pesquisados,percebo aspectos significativos a serem considerados. Um 

desses aspectos é a perspectiva dos docentes em se fundamentarem teoricamente 

Page 20: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

para que sua participação crítica, constante e transformadora se efetive através de 

um   currículo   dinâmico   e   democrático   norteador   do   trabalho   pedagógico   e   que 

garante   a   apropriação   do   conhecimento   pelos   estudantes   da   rede   pública 

paranaense de acordo com suas reflexões individuais e coletivas.

Considero importante a demonstração de algumas das falas dos participantes 

para   exemplificar   as   reflexões   que   dão   significado   aos   momentos   de   estudos 

realizados.

 a)  As   lógicas  curriculares  se   reproduzem de   forma   que   nossas  ações docentes   efetivem  nas   propostas   das   DCEs   para   que   os   estudantes tenham oportunidades de aprimorar sua competência lingüística,garantindo uma   inserção   ativa   e   crítica   na   sociedade.      (Professora   de   Língua Portuguesa)

b) A prática docente e os fundamentos teóricos­metodológicos discutidos nestas   Diretrizes   Curriculares,contribui   para   a   formação   de   um   aluno crítico,que atua em seu meio natural e,portanto,é capaz de aceitar,rejeitar ou mesmo transformar esse meio.(Professora de geografia)

c)  Nas DCEs a  finalidade da escola  é  possibilitar  às novas gerações o conhecimento   histórico   e   das   relações   humanas   e   sociais,para   que   se tornem   agentes   ativos   no   processo   de   transformação   da   sociedade. (Professora de história) 

 

 

O   trabalho   educativo   é   o   ato   de   produzir   intencionalmente,em   cada indivíduo  singular,a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto dos homens.Assim objeto da educação diz respeito de um lado,   à   identificação  culturais   que   precisam   ser   assimilados   pelos indivíduos da espécie humana para que  eles se  tornem humanos e, de outro lado e concomitantemente  à descoberta das formas mais adequadas para atingir esse objetivo” (SAVIANI,1992, p.21).

  

 Neste contexto,a postura formal do educador,seu nível de conhecimento,do 

domínio teórico dos conteúdos e a postura política,que diz respeito aos fins e valores 

sociais   do   conhecimento   e   a   sua   aplicabilidade   pedagógica   no   dia   a   dia   do 

educando,precisa   ser   consistente,isto   é,garantir   que   os   conteúdos   do   currículo 

permitam aos alunos a compreensão de sua historicidade e finalidade social o que 

deve obrigá­los a refletir sobre o conhecimento, incluindo o do professor.

...O conteúdo da profissionalidade docente está  em parte decidido pela estruturação do currículo num determinado nível do sistema educativo.[...] o   que   se   entende   por   bom  professor   e   as   funções   que   se   pede   que desenvolva   dependem   da   variação   dos   conteúdos,   finalidades   e mecanismos de desenvolvimento curricular.(Sacristán,2000,p.32 )

Page 21: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

 Assim nesta contextualização  , centrando a perspectiva da dialética teoria 

­prática,isto é  da práxis , da análise do currículo como objeto social da realidade 

educativa da instituição onde os participantes estão inseridos e do diagnóstico que 

deu   origem   a   esta  intervenção   e   de   seus   objetivos   específicos   para   uma 

compreensão   mais   crítica   sobre   o   currículo   ,considerando­se   este   documento 

impresso como configurador  da  prática  das ações docente­discente  no  cotidiano 

escolar   do   meu   público­alvo:   os   docentes   atuantes   no   Ensino   Fundamental   e 

Médio.Esta primeira  parte  aborda a execução de ações previstas envolvendo as 

diferentes disciplinas curriculares. 

 3   A formação Continuada de Professores.

Dentre   todos   os   fatores   que   se   apresentam   ao   profissionalismo   ético   e 

responsável  do  educador  contemporâneo,  a   formação  continuada  é   um aspecto 

essencial. Fator esse que de desenvolve dentro da própria instituição escolar porque 

está   articulado   às   políticas   públicas   educacionais.     A   formação   continuada   do 

professor estabelece de um lado uma reflexão crítica para um crescimento pessoal e 

profissional   e   de   outro   lado   a   contribuição   para   que   a   sua   prática   pedagógica 

sustentada pela práxis  leve a novas práticas e consequentemente a melhoria da 

qualidade da educação da instituição escolar

de atuação.

Pensar e entender o crescimento formal dos docentes é  valorizá­los numa 

dimensão coletiva e organizacional que está posta no Projeto Político Pedagógico e 

no   Regimento   Escolar,para   o   cumprimento   da   real   função   social   da   escola.   É 

também dar respostas à sociedade e às demandas que lhe são confiadas (escola) 

viabilizando   uma   prática   pedagógica   que   atenda   as   necessidades   educativas   e 

sociais  dos sujeitos que por  ela  são  favorecidos.  Mas,  não só  ao docente  cabe 

participar de formação contínua .Todos os envolvidos no processo educacional da 

instituição   escolar   devem   participar   da   gestão   democrática   e   partilhar   com 

responsabilidade dos problemas e  desafios  presentes  no  espaço escolar.  Nesse 

sentido,   o   pedagogo   é   o   profissional   por   excelência   para   coordenar   ações 

Page 22: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

suscitando suporte  teórico e metodológico na  intencionalidade de superação das 

expectativas vivenciadas no ambiente escolar.

Ao fazer este destaque quero apenas ponderar que as discussões e reflexões 

possibilitadas pela intervenção pedagógica a partir de textos teóricos permitiram aos 

participantes uma maior compreensão sobre o currículo e suas concepções pelos 

estudiosos   do   assunto.   A   organização   do   currículo   deve   se   orientar   por   essa 

questão  das  necessidades  de   cada  escola.,como  está   proposto  pelas  Diretrizes 

Curriculares   Estaduais   que   se   fundamentam   no   campo   das   teorias   críticas   da 

educação e enfatizam nos princípios norteadores de suas ações que o processo de 

ensino e aprendizagem se concretize no espaço escolar,na relação professor­aluno, 

na sala  de aula e no melhor  caminho do conhecimento para que os educandos 

sejam priorizados na aquisição dos saberes que irão torná­los sujeitos ativos de sua 

realidade concreta.

A   partir   da   implementação   do   Projeto   de   Intervenção 

Pedagógica,respeitando­se   os   espaços/tempos   alternativos   para   a   socialização 

concreta do projeto que tem como objetivo geral:Fazer uma reflexão pedagógica a 

partir   das   Diretrizes   Curriculares   Estaduais   no   cotidiano   do   Colégio   Estadual 

Lysímaco Ferreira da Costa,aprofundando os conhecimentos teórico­metodológicos 

das  mesmas a  partir  de  discussões com o  coletivo  de  docentes  atuantes.Numa 

análise que considere o processo histórico e cultural,as concepções dos teóricos 

sobre o currículo como centro da ação educacional enfatiza as diversas abordagens 

de forma articulada,intencional e coerente para se atingir o objetivo proposto.

Pouco adiantará  fazer reformas curriculares se esta não forem ligadas à formação   dos   professores.Não   existe   política   mais   eficaz   de aperfeiçoamento do professorado que aquela que conecta a nova formação àquele que motiva sua atividade diária: o currículo.(Sacristán,2000,p.10) 

  

 A relação teórico­prática nos encontros presenciais dos docentes,foi também 

objeto   de   reflexão   do   GTR­Grupo   de   Trabalho   em   Rede­através   de   seus 

participantes   possibilitando   a   esses   docentes   das   diferentes   regiões   do 

Paraná,envolvidos no processo educativo, a análise e contribuição para as reflexões 

que  se  propõem dentro  dos   textos  estudados.  Dessa   forma  os  conteúdos  e  os 

Page 23: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

procedimentos didáticos são frutos das interações constantes que as possibilidades 

do GTR oferece para a formação continuada

à distância,como uma das etapas de estudos para o professor PDE.

A)...para a superação das deficiências pedagógicas,todo o coletivo escolar precisa   participar.Para   uma   educação   transformadora,é   necessário   a formação continuada    sobre as DCEs e os seus princípios norteadores.(cursista 1)

B) A necessidade de estudos sobre as DCEs,como diretrizes orientadoras do processo educativo no contexto do fortalecimento de suas ações, não é só do Colégio Lysímaco Ferreira da Costa.Outros colégios do Paraná têm também essa necessidade. (cursista 2)

C) A opção curricular das DCEs, faz uma análise ampla e crítica sobre o currículo   como   documento   impresso,fruto   de   discussão   e   participação coletiva   dos   professores   das   diferentes   disciplinas,principalmente   a concepção do conhecimento científico, filosófico e artístico. (cursista 3 )

 

A sensibilidade docente para o trabalho e sua relação com a organização 

curricular   das  DCEs  para  um universo  mais   amplo  de  discussões  das   relações 

interdisciplinares do objeto de trabalho científico de cada participante,qual seja,sua 

disciplina   curricular   e   o   processo   histórico   que   a   constituiu   como 

ciências.concretizam a mediação e o diálogo previstos de forma sistematizada sobre 

o pensar e o repensar das ações docentes.

CONCLUSÃO

 

Pelas   práticas   desenvolvidas   e   os   resultados   obtidos   na   Intervenção 

Pedagógica, oportunizada aos envolvidos no processo educacional,esta forma de 

estudos e reflexões articulando a teoria e a prática , apresentam pontos positivos no 

sentido de que estamos comprometidos com as políticas públicas de formação dos 

docentes.Uma das   razões  concretas  envolvem esta  mediação de  pedagoga e  o 

olhar atento às necessidades da escola de forma questionadora no papel estratégico 

Page 24: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

para  subsidiar   o   pensar  e   o   repensar   de  que  as  práticas  educativas   se   fazem 

fundamentalmente em  função dos educandos e que para muitos  deles a escola 

pública   constitui   a   única   possibilidade   do   direito   de   acesso   e   permanência   por 

motivos diversos,principalmente o social e econômico.

O   clima   de   parceria   coletiva   e   a   socialização   das   idéias,   facilitaram   as 

reflexões dentro de um contexto histórico e crítico onde o foco são as Diretrizes 

Curriculares Estaduais Orientadoras da Educação Básica do Paraná e o currículo 

como configurador da prática vinculado às teorias críticas da Educação.Também a 

valorização das diferentes disciplinas escolares nas dimensões científica,filosófica e 

artística possibilitou o entendimento sobre a relação dialógica e específica entre as 

disciplinas ,objetivos e conteúdos que possibilitam a totalidade e não a fragmentação 

do conhecimento. Assim concluo este artigo científico,certa de que a tarefa teve sua 

intencionalidade positiva mas, que é necessário prever no Plano de Ação da Equipe 

Pedagógica outros momentos de estudos sobre a práxis da ação docente­discente.

É  preciso ousar,intervir,discutir,recomeçar,reconhecer que é   imprescindível 

tornar significativo o currículo como o núcleo do processo educativo,presente todo o 

tempo no cotidiano da  instituição escolar;  direcionando os  caminhos do  trabalho 

pedagógico e o compromisso dos educadores .Dentro da gestão democrática da 

escola pública paranaense o educador é o sujeito epistêmico e a escola o principal 

lugar para a transformação social. Há muito que se aperfeiçoar no desempenho de 

nossas funções e isto só será possível através da formação continuada,de uma nova 

postura e de estudos essenciais e efetivos fundamentalmente orientados ao coletivo 

dos profissionais da Educação.

REFERÊNCIAS 

 

BRASIL. Lei nº 9.394  (Lei de Diretrizes e Bases), de 20 de dezembro de 1996. 

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 20 dez. 1996.

 

Page 25: Operação de migração para o novo data center da Celepar - … · 2014-04-22 · teorias críticas da Educação. […] quando uma nova proposição curricular é apresentada às

DUARTE, Newton. Neoliberalismo, pós­modernismo e construtivismo. In: ________ Vigotsky e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações neoliberais e pós­modernas da teoria vigotskiana. 4ª ed. Campinas: Autores Associados, 2006, p.­71­114. FAUSTINO, Rosangela C; CHAVES, Marta; BARROCO, Sonia M. S. ­ Intervenções Pedagógicas na Educação Escolar Indígena: Contribuições da Teoria Histórico Cultural – Maringá, Editora EDUEM 2008.  FERNANDES, Cláudia de Oliveira, Currículo, conhecimento e cultura. Brasília: MEC, 2008. GASPARIN, João Luiz ­ Uma Didática para a Pedagogia Histórico­Crítica – 5ª Edição – Campina, SP: Autores associados, 2011. GOMES, Nilma Lino. Diversidade e currículo. Brasília: MEC, 2008. GONZÁLES ARROYO, Miguel. Educandos e educadores: Seus direitos e o currículo. Brasília: MEC, 2008. LIMA, Elvira Souza. Currículo e desenvolvimento humano. Brasília: MEC, 2008. PARANÁ. Diretrizes curriculares da educação básica. Curitiba: SEED, 2009.Portal Dia­a­dia Educação – artigos publicados sobre a temática em questão  PARO, Vítor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3ª ed. São Paulo, Editora Ática, 2005.   SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 32ª ed. Campinas: Autores Associados, 1999. SACRISTÁN, José Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. VIGOTSKI, Lev Semenovich. O desenvolvimento social da mente. 3ª ed. São Paulo: Martins fontes, 1998.