o o o o o o o o o o o o X o o o o o o o o X - .Title: Quanto vale ou © por quilo
O_Pássaro_da_Alma_Apresentação
-
Upload
paula-pais -
Category
Education
-
view
1.375 -
download
0
Transcript of O_Pássaro_da_Alma_Apresentação
Trabalho realizado no âmbito da Acção de Formação nº 2 – “Actividades Interactivas de Suporte à Aprendizagem do
Português”Abril-Junho/2009
Formanda: Paula Coelho Pais [email protected]
Escola Superior de Educação
João de Deus
Formadora: Dr.ª Sandra Fradão
A autoraA autora
Michal Snunit é uma autora israelita, nascida em 1940. Estudou literatura hebraica e teatro e trabalhou como jornalista. Entre 1975 e 1979, publicou uma revista semanal. Publicou vários livros para crianças, bem como artigos sobre a literatura infantil, sendo autora de letras para canções infantis. Poetisa, é lida e apreciada mundialmente e todos os seus livros, traduzidos em dezenas de línguas diferentes. Tem sido considerada uma das melhores escritoras infantis contemporâneas e a sua obra originalmente destinada aos mais pequenos tem vindo a ser lida por adultos com o mesmo prazer.
2
O Pássaro da Alma e outras O Pássaro da Alma e outras obras da autoraobras da autora
3
A linguagem do abraço foi a primeira que os homens conheceram há muito, tempo, mesmo antes de falarem. É a linguagem dos sentimentos, um tipo de linguagem que não tem forma de mentir. Este livro mostra-nos e ensina-nos a importância do abraço, os diferentes tipos de abraços que podemos encontrar e sentir e o que querem dizer.
“Vem e Abraça-me”
“O Pássaro da Alma”
A relação entre a nossa alma e nós mesmos é explicada de forma delicada e poética neste livro. Esta obra foi galardoada com o Primeiro Prémio Internacional atribuído pela Fundação Espaço Crianças em Genebra no ano de 1993.
“De Mão Dada com Deus” Michal Snunit fala-nos dos presentes de Deus, sob o ponto de vista de uma criança. Uma mensagem de fé e confiança no futuro, tão necessária para crianças como para adultos.
O Pássaro da Alma
No fundo, bem lá no fundo do corpo,
mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
mas todos sabem que existe.
E não só sabem que existe,
como também sabem o que lá tem
dentro.
Dentro da alma, lá bem no centro,
pousado numa pata, está um
pássaro.
E o nome desse pássaro é o Pássaro
da Alma.
E ele sente tudo o que nós sentimos : 4
Quando alguém nos
magoa,
o pássaro da alma
agita-se para lá e para cá
em todos os sentidos dentro
do nosso corpo, sofre muito.
5
Quando alguém nos ama, o pássaro da alma dá
pulinhos de contente,
para trás e para a frente, vai e vem.6
Quando alguém nos chama,
o pássaro da alma põe-se logo à
escuta da voz
7
a fim de reconhecer que tipo de apelo é.
Quando alguém se zanga connosco, o pássaro da alma recolhe-se
dentro de si ,tristonho e silencioso. 8
E quando alguém
nos abraça, o
pássaro da alma
que mora no fundo,
bem lá no fundo do
nosso corpo,
começa a crescer,
crescer,
até encher quase
todo o espaço
dentro de nós,
tão bom para ele é
o abraço.
9
Dentro do corpo, no fundo, bem
lá no fundo, mora a alma.
Ainda não houve quem a visse,
mas todos sabem que ela existe.
10
E ainda nunca, nunca veio ao mundo alguém que não tivesse alma.
11
Porque a
alma entra
dentro de
nós no
momento
em que
nascemos
e não nos
larga
- Nem uma só
vez –
até ao fim da
vida.
Como o ar que
o homem
respira
desde a hora
em que nasce
até à hora em
que morre.
12
É feito de gavetas e mais gavetas.
Mas não podemos
abrir as gavetas de
qualquer maneira,
pois cada uma delas
tem uma chave para
ela só!
E o pássaro da alma
é o único capaz de
abrir as gavetas dele.13
Decerto querem também saber de que é feito o pássaro da alma.
Ah, isso é mesmo muito fácil :
Como ?
Pois isso também é muito simples
Com a segunda pata.
14
O pássaro da alma está
pousado numa pata,
e com a outra – que
em descanso está
dobrada sob a barriga
–roda a chave da
gaveta que quer abrir,
puxa pelo puxador, e
tudo o que está dentro
dela sai em liberdade
para dentro do corpo.
15
16
E como tudo o que sentimos tem uma gaveta,
o pássaro da alma tem imensas gavetas.
A gaveta da alegria
e a gaveta da tristeza.
17
e a gaveta da esperança.
18
A gaveta da inveja
A gaveta da desilusão
e a gaveta do desespero.
19
e a gaveta do desassossego.20
A gaveta da paciência
E mais a gaveta do ódio,
a gaveta da cólera 21
22
e a gaveta do mimo.
A gaveta da preguiça
e a gaveta do vazio.23
uma gaveta que
quase nunca abrimos.
E a gaveta dos segredos
mais escondidos,
24
E há mais
gavetas.
Vocês
podem
juntar
todas as
que
quiserem.
25
Às vezes uma pessoa pode escolher e
indicar ao pássaro
as chaves a rodar e as gavetas a abrir. 26
Por exemplo: a pessoa
quer estar calada e diz
ao pássaro para abrir
a gaveta do silêncio.
28
Mas ele, por auto-recriação,
Abre-lhe a gaveta da fala,
E ela desata a falar, a falar sem querer.
Outro exemplo: a
pessoa quer
escutar
pacientemente
- e em vez disso
ele abre-lhe a
gaveta do
desassossego
que faz com que
ela se enerve.
29
30
Porque o
pássaro da
alma nem
sempre é
disciplinado
e às vezes
dá-lhe
trabalhos…
E
acontece
que a
pessoa
tenha
ciúmes
sem
qualquer
motivo.
E que
estrague
justamente
quando
mais quer
ajudar.
O pássaro que em
certas manhãs abre
a gaveta da alegria,
e a alegria jorra para
dentro do corpo e o
dono dele fica feliz.
Agora já
compreendemos
que cada homem é
diferente do seu
semelhante por
causa do pássaro da
alma que tem dentro
de si.
31
32
E quando o pássaro lhe abre a
gaveta da raiva,
a raiva escorre de dentro dela
e domina-o totalmente.
Até que o pássaro volte a fechar a gaveta
ele não pára de se zangar.
33
E quando o pássaro está de bom humor escolhe gavetas que fazem bem.
E quando o pássaro está de mau humor
abre gavetas que dão mal-estar.
Quer falar-nos dos sentimentos que estão encerrados nas gavetas dentro
de nós. 34
E o mais importante – é escutar logo o pássaro.
Pois acontece o pássaro da alma chamar por nós, e nós não o ouvirmos.
É pena. Ele quer falar-nos de nós próprios.
35
E há quem o ouça uma única vez na vida.
Há quem o ouça raras vezes
Há quem o ouça muitas vezes.
Por isso vale a pena
talvez tarde pela noite,
quando o silêncio nos
rodeia,
escutar o pássaro da alma
que mora dentro de nós,
no fundo, lá bem no fundo
do corpo. 36