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Preço 1 $00 Quinta [eira, 24 de Abril de 1958 Ano IV - No* 162 Proprietário, Adm inistrador efditor V. S. MOTTA PINTO REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026 467 ----------------------------------------------------M O N T I J O ------------ OOMPOSIÇAO 21 XMFaBSSÀO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — TELEF. 026236— MONTIJO D I R E C T O R ÁLV AR O VALENTE A farsa dos duelos Nós já nos tínhamos desa- bituado de ouvir falar em duelos. Pelo menos, tirante aqueles que as versões cine- matográficas ainda nos ofe- recem de quando em quando, julgávamos que tal prática ti- vesse ficado enterrada com as últimas aventuras dos 3 mos- queteiros. Afinal, os jornais dão conta de se ter realizado há pouco em França, na terra los existencialistas e em j !ena era atómica, mais um duelo à espada, felizmente sem gravidade, mas fazendo despertar as atenções gerais dado o prestígio de ambos os contendores. Isto, se por um lado de- monstra o regresso a práticas obsoletas, por outro vem evi- denciar a falta de bom senso que hoje parece invadir as próprias pessoas tidas como cultas e superiores. E é aqui que o caso toma aspectos de livre galhofa. Os duelos, pelos vistos, vingam e de tal modo se enquadram no mesmo am- biente debafienta solenidade, que as habituais testemu- nhas, os denominados pa: drinhos, já não chegam. Ê preciso mais gente, mais espectadores, e estes vão recair nas pessoas graves do juiz do supremo, do médico legista, do notário, do oficial superior, em todos os indi- víduos, em suma, que tenham créditos firmados na magis- tratura, na medicina, nas forças armadas, etc., porque o duelo, e isto já vem de longe, aliás, não é um com- bate de arruaceiros mas uma questão de honra a travar entre gente de alta estirpe, de fina linhagem. Só resta saber se o sangue vertido será diferente do normal; mas isso não nos compete a nós averiguar, visto que lá está o clínico atento e com- penetrado da sua alta missão For ALVARO PEREIRA para revelar o grau e a na- tureza hemorrágica. Ora estes espectáculos, que ainda conseguem atrair as atenções do grande pú- blico, não obstante haver problemas mais importantes a debater e assuntos mais prementes a considerar, são inimitáveis de graça, de pi- toresco e ... de ridículo. Na verdade, esta coisa sin- gular de se desafiar hoje um homem para no outro dia lhe tirar a vida (?), sob o olhar complacente duns tan- tos indivíduos compenetra- dos da defesa duma honra, porventura duvidosa, dado que a interpretação de tal honra é para as testemunhas uma questão de simpatia pes- soal e às vezes até de incon- fessados interesses, oferece matéria para largas conside- rações. Não as vamos enumerar agora, evidentemente, até porque a honra tem sido tão mal tratada através dos tempos, que haver mais uma molestada não oferece perigo de maior. O sol continua a aquecer a terra, apesar da desleal concorrência dos sois atafcaacae raeacacagcaacaBeaeKar ESCUTA Poeta 1 não aceites dinheiro pelos teus versos, nem lágrimas, nem pão. Poeta 1 sustêm teus sentimentos que falam da beleza e do amor; não construas versos só quando sentes dor. Canta a vida, desfia o rodar dos dias que hão-de vit, com o poder da tua imaginação. Poeta, abraça a própria vida e acolhe a música dos astros, Esta c a poesia que eu sinto ser universal... Minda Piros artificiais, e o homem conti- tinua a acreditar que o facto de ter dado uma dentada no semelhante lhe dá o direito de ingressar na história com as pompas devidas ao herói. Tudo uma questão de opinião e de ilusão, afinal de contas. Mas o que importa referir, neste caso, é o aspecto fo- lhetinesco que teve o duelo entre o Marquês de Coevas e o famoso bailarino Serge Lifar. Quando todo o mundo julgava que aquilo era uma coisa séria, daqueles que só se reparam com a morte, ve- rificámos admirados, incré- dulos, que bastou um simples arranhão da peie de Lifar para tudo acabar em bem, como nos f ilm e s românticos, em que se adivinha fàcil- mente o «happy end». Para que a comoção fosse geral, contagiosa, não faltou 0 abraço reconciliador e, a par dele, as lágrimas do arrependimento e da renún- cia. O pranto foi intenso, esmagador, e se a terra não ficou alagada naquele local e naquele supremo instante foi porque a natureza não se 1mpressiona com as exibições da comédia humana. Como espectáculo a me- recer cenário da Broadway, não conhecemos nada me- lhor, e como exemplo duma honra tão fàcilmente repa- rada também ignoramos. Se o simples arranhão na pele consegue modificar uma opinião que ainda na vés- pera era tida como altamente injuriosa, só porque teve o cenário preparado duma assistência selecta e proto- colar, então já não sabemos onde acaba essa honra e começa a corrupção, onde desponta o crime e termina a virtude. Em qualquer caso, porém, o desfecho do duelo pare- ce-nos dem asiado teatral, mesmo tendo em conta que os seus personagens perten- cem ao mundo coreográfico. É certo que houve sangue, mas o seu derramamento foi mais simbólico do que real e doloroso. Foi uma espécie de vacina contra o vírus da monotonia e do esqueci- mento.. . Nós, em Portugal, nisto de duelos, andamos mais actualizados e, de certo modo, mais adiantados. Não usa- mos o duelo preparado com data fixa, subordinado a for- malidades burocráticas. Por cá as questões resolvem-se (Continua na página 4) JÚLIO DINI5 O M É D I C O CO rH •H CO C3 T3 Por - TEODORO ANTUNES MENDES Vem de longa data o de- sejo de consagrar a Julio Dinis um pouco da minha prosa, dessa que escrevo nos momentos em que me oculto do mundo entrechocado em que vivemos. A que se segue é dessa; filha duma admira- ção profunda por esse vulto trágico e grandioso.Que me perdoem os que me lerem, porque lhes digo muito pouco; porém, posso garantir-lhes que se mais não lhes digo é porque não tenho engenho para mais. É sob o pseudónimo de Júlio Dinis que se esconde a verdadeira identidade do dr. Joaquim Guilherme Gomes Coelho, tendo sido com ele que a sua obra ganhou raí- zes na alma popular (e bem fundas são), e o seu nome ganhou um nome ímpar na História da Literatura Por- tuguesa. Júlio Dinis é um nome do povo, porque o es- critor escreveu para ele, por- que o sentiu e viveu com ele nas páginas imorredoiras das Pupilas, da Morgadinha, ca <L> TJ H aS • *H ^ 3 0 W H H A 2 ^ O 3 O H dos Serões, bem como todos os seus livros, mo mentos da nossa literati Foi médico e professoi Escola Médico Cirúrgica Porto, o sr. Joaquim ( lherme Gomes Coelho. T eido na cidade do Porto ...... 14 de Novembro de 1 ^ ^ W era filho do Dr. José quim Gomes Coelho e d Ana Constança Potter. Estudou as primeiras le- tras na Escola Primária de Miragaia, tendo depois es- tudado latim com o padre José Henrique de Oliveira Martins; francês com o irmão mais velho, morto como ele pela tuberculose; e inglês com o professor Narciso José de Morais Júnior. Antes dos quinze anos matriculou-se em química e matemática na Academia Politécnica do Porto, no ano lectivo de 1853 54, tendo no ano se- guinte cursado física e o se- gundo ano de matemática. Nos anos de 1855 e 1856, frequentou botânica e zoolo- gia, matriculando-se a seguir na Escola Médico — Cirúr- (Continua na página 5) festas Populares de S. Pedro de 26 de JUNHO a 1 de JULHO Âproxivrn m ie as nossas Festas. A gravura recorda as ornamentações na Praça 4a República em 1957. As deste ano serão ainda superiores!

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Preço 1 $00 Quinta [eira, 24 de Abril de 1958 Ano IV - No* 162

Proprietário, Administrador e fditor

V. S. M O T T A P I N T O

REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV. D. NUNO ALVARES PEREIRA - 18 - TELEF. 026 467----------------------------------------------------M O N T I J O ------------

OOMPOSIÇAO 21 XMFaBSSÀO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — TELEF. 026 236 — MONTIJO

D I R E C T O R

Á L V A R O V A L E N T E

A farsa dos duelosNós já nos tínhamos desa­

bituado de ouvir falar em duelos. Pelo menos, tirante aqueles que as versões cine­matográficas ainda nos ofe­recem de quando em quando, julgávamos que tal prática ti­vesse ficado enterrada com as últimas aventuras dos 3 mos­queteiros. Afinal, os jornais dão conta de se ter realizado há pouco em França, na terra los e x is te n c ia l is ta s e em

j !ena era atómica, mais um duelo à espada, felizmente sem gravidade, mas fazendo despertar as atenções gerais dado o prestígio de ambos os contendores.

Isto, se por um lado de­monstra o regresso a práticas obsoletas, por outro vem evi­denciar a falta de bom senso que hoje parece invadir as próprias pessoas tidas como cultas e superiores. E é aqui que o caso toma aspectos de livre galhofa.

Os duelos, pelos vistos, vingam e de tal modo se enquadram no mesmo am­biente debafienta solenidade, que as h a b itu a is testemu­nhas, os denominados pa: drinhos, já não chegam. Ê preciso mais gente, mais espectadores, e estes vão recair nas pessoas graves do juiz do supremo, do médico legista, do notário, do oficial superior, em todos os indi­víduos, em suma, que tenham créditos firmados na magis­tratura, na medicina, nas forças armadas, etc., porque o duelo, e isto já vem de longe, aliás, não é um com­bate de arruaceiros mas uma questão de honra a travar

entre gente de alta estirpe, de fina linhagem. Só resta saber se o sangue vertido será diferente do norm al; mas isso não nos compete a nós averiguar, visto que lá está o clínico atento e com­penetrado da sua alta missão

For

A LV A R O PEREIRA

para revelar o grau e a na­tureza hemorrágica.

Ora estes espectáculos, que ainda conseguem atrair as atenções do grande pú­blico, não obstante haver problemas mais importantes a debater e assuntos mais prementes a considerar, são inimitáveis de graça, de pi­toresco e . . . de ridículo.

Na verdade, esta coisa sin­gular de se desafiar hoje um homem para no outro dia lhe tirar a vida (?), sob o olhar complacente duns tan­tos indivíduos compenetra­dos da defesa duma honra, porventura duvidosa, dado que a interpretação de tal honra é para as testemunhas uma questão de simpatia pes­soal e às vezes até de incon- fessados interesses, oferece matéria para largas conside­rações.

Não as vamos enumerar agora, evidentemente, até porque a honra tem sido tão mal tratada através dos tempos, que haver mais uma molestada não oferece perigo de maior. O sol continua a aquecer a terra, apesar da desleal concorrência dos sois

a t a f c a a c a e r a e a c a c a g c a a c a B e a e K a r

E S C U T A— Poeta 1não aceites dinheiro pelos teus versos, nem lágrimas, nem pão.— Poeta 1sustêm teus sentimentos que falam da beleza e do am or; não construas versos só quando sentes dor.Canta a vida, desfia o rodar dos dias que hão-de vit, com o poder da tua imaginação.Poeta, abraça a própria vidae acolhe a música dos astros,— Esta c a poesiaque eu sinto ser universal. ..

Minda Piros

artificiais, e o homem conti- tinua a acreditar que o facto de ter dado uma dentada no semelhante lhe dá o direito de ingressar na história com as pompas devidas ao herói. Tudo uma questão de opinião e de ilusão, afinal de contas.

Mas o que importa referir, neste caso, é o aspecto fo­lhetinesco que teve o duelo entre o Marquês de Coevas e o famoso bailarino Serge Lifar. Quando todo o mundo julgava que aquilo era uma coisa séria, daqueles que só se reparam com a morte, ve ­rificámos admirados, incré­dulos, que bastou um simples arranhão da peie de Lifar para tudo acabar em bem, como nos f i l m e s românticos, em que se adivinha fàcil­mente o «happy end».

Para que a comoção fosse geral, contagiosa, não faltou0 abraço reconciliador e, a par dele, as lágrimas do arrependimento e da renún­cia. O pranto foi intenso, esmagador, e se a terra não ficou alagada naquele local e naquele supremo instante foi porque a natureza não se1 mpressiona com as exibições da comédia humana.

Como espectáculo a me­recer cenário da Broadway, não conhecemos nada me­lhor, e como exemplo duma honra tão fàcilmente repa­rada também ig n o ra m o s . S e o simples arranhão na pele consegue modificar uma opinião que ainda na vés­pera era tida como altamente injuriosa, só porque teve o cenário p re p a ra d o dum a assistência selecta e proto­colar, então já não sabemos onde acaba essa honra e começa a corrupção, onde desponta o crime e termina a virtude.

Em qualquer caso, porém, o desfecho do duelo pare- ce-nos d e m a s ia d o teatral, mesmo tendo em conta que os seus personagens perten­cem ao mundo coreográfico.

É certo que houve sangue, mas o seu derramamento foi mais simbólico do que real e doloroso. Foi uma espécie de vacina contra o vírus da m o n o to n ia e do esqueci­m ento.. .

Nós, em Portugal, nisto de duelos, andamos mais actualizados e, de certo modo, mais adiantados. Não usa­mos o duelo preparado com data fixa, subordinado a for­malidades burocráticas. Por cá as questões resolvem-se

(Continua na página 4)

J Ú L I O D I N I 5O M É D I C O

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C3T3

Por - TEODORO ANTUNES MENDESVem de longa data o de­

sejo de consagrar a Ju lio Dinis um pouco da minha prosa, dessa que escrevo nos momentos em que me oculto do mundo entrechocado em que vivemos. A que se segue é dessa; filha duma admira­ção profunda por esse vulto trágico e grandioso.Que me perdoem os que me lerem, porque lhes digo muito pouco; porém, posso garantir-lhes que se mais não lhes digo é porque não tenho engenho para mais.

É sob o pseudónimo de Jú lio Dinis que se esconde a verdadeira identidade do dr. Joaquim Guilherme Gomes Coelho, tendo sido com ele que a sua obra ganhou raí­zes na alma popular (e bem fundas são), e o seu nome ganhou um nome ímpar na História da Literatura Por­tuguesa. Jú lio Dinis é um nome do povo, porque o es­critor escreveu para ele, por­que o sentiu e viveu com ele nas páginas imorredoiras das Pupilas, da Morgadinha,

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dos Serões, bem como todos os seus livros, mo mentos da nossa literati

Foi médico e professoi Escola Médico Cirúrgica Porto, o sr. Joaquim ( lherme Gomes Coelho. T eido na cidade do Porto . . . . . .14 de Novembro de 1 ^ ^ W era filho do Dr. José quim Gomes Coelho e d Ana Constança Potter.

Estudou as primeiras le ­tras na Escola Primária de M iragaia, tendo depois es­tudado latim com o padre José Henrique de O liveira M artins ; francês com o irmão mais velho, morto como ele pela tuberculose; e inglês com o professor Narciso José de Morais Júnior. Antes dos quinze anos matriculou-se em química e matemática na Academia Politécnica do Porto, no ano lectivo de 1853 54, tendo no ano se­guinte cursado física e o se­gundo ano de matemática.Nos anos de 1855 e 1856, frequentou botânica e zoolo­gia, matriculando-se a seguir na Escola Médico — Cirúr-

(C on tin u a n a p á g in a 5)

festas Populares de S. Pedrod e 2 6 d e JU N H O a 1 d e JU LH O

Âproxivrn m ie as nossas Festas.A gravura recorda as ornamentações na

Praça 4a República em 1957.

As deste ano serão ainda su p erio res!

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Tivemos há poucos dias o prazer de visitar a nossa Escola Técnica , agora em pleno funcionamento, e dessa visita trouxemos as melhores impressões.

Acompanhados pelo e x ."10 Director, sr. dr. Eugênio Lopes de Morais Cardigos, percor­remos todas as instalações da Escola : Aulas, Vestiário, Gabinetes, Biblioteca, Lava­bos, Pátio de recreio, etc..

Chega a parecer inacre­ditável como em tão pouco tempo se adaptaram à Escola Té cnica as antigas celas da Cadeia, transformando assim esses locais lôbregos e tris­tes em risonhas casas de Instrução 1

Embora sem luxos de e s­pavento, certamente dispen­sáveis, tudo se encontra ins­talado num ambiente agra­dável, salutar, quase festivo, que impressiona bem e nos dá a certeza dos cuidados e atenções dispensados a esse estabelecimento de ensino.

Por ioda a parte a maior ordem, o máximo asseio ,— uma disciplina geral que se impõe ao nosso espírito de observador.

As aulas, arejadas e cheias de luz; o material didáctico, moderno e interessante, em

devida disposição; a sala de trabalhos femininos e a sala de trabalhos colect ivo s ; a curiosa sala de trabalhos manuais; a pequena biblio­teca com Volumes de mani­festa utilidade; a aula de c iências ; o pátio dos re­creios, onde a mocidade exuberante entretém os in­tervalos das lições, — tudo, enfim, nos cativou.

Ficámos em extremo pe­nhorados coín a gentileza do e x .1110 Director e com a forma despretenciosa, mas expressiva, como tudo nos mostrou e explicou.

E x t e r i o r i z a n d o o nosso reconhecimento por estes factos, aqui deixamos e xa­rada a gratidão de «A Pro-

O n o s s o a p e l o

— A favor do doente C a r ­los Lu ís Cardeira, internado nô C a ra m u lo , recebemos dum anónimo, ou anónima, a quantia de 2o$oo escudos.

Vam os enviá-la ao in te ­ressado e, entretanto, agra­decemos em seu e em nosso nome a generosa dádiva.

— Bem haja!

E D I T A L

A f e r i ç ã o d e i n s t r u m e n t o s

d e p e s a r e m e d i r

A Câmara Municipal de AAonHjo:FAZ S A B E R que as firmas e indivíduos que utilizem

instrumentos de pesar e medir, no exercício de comércio ou indústria, devem promover o afilamento na oficina de pesos e medidas deste Concelho, durante os meses de M A I O e J U N H O , às quintas-feiras e sábados, sendo os restantes dias da semana destinados ao serviço e x ­terno em Montijo. j

Os interessados estabelecidos fora da sede do Con- jj celho, que pretendam que as aferições se efectuem no 3 próprio estabelecimento, DEVE M REQUISITAR esse serviço dentro do mês de M AI O ou J U N H O , afim de ser executado no mês de J U L H O .

Em todos os estabelecimentos de venda de bebidas a copo, considerando-se como tais as tabernas, cerve ja­rias, leitarias, restaurantes, botequins, casas de pasto e semelhantes, é o b r i g a t ó r i a , pelo menos, a e x i s t ê n c i a d * u m s c o l e c ç ã o d e c o p o s d e v i d r o a f e r i d o s , sob pena de multa de 50$00.

Aos transgressores que se sirvam dos aludidos ins­trumentos sem aposição da letra determinada por portaria ministerial, serão aplicadas as multas cominadas nas dis­posições aplicáveis. E, quando os instrumentos sejam utilizados em exercício de comércio ou indústria, devem os interessados apresentar recibo da contribuição indus­trial paga ao Estado, sem o qual não podem ser aferidos.

Para que ninguém possa alegar ignorância se pu­blica o presente e idênticos que vão ser afixados nos lugares mais públicos de todo o concelho.

Paços do Concelho, 15 de Abril de 1958

O Vice Presidente da Câm ara, em exercício

a) António João Serra Júnior

víncia» pela consideração que lhe foi dispensada.

No próximo número rela­taremos uma interessantís­sima entrevista que nos con­cedeu e que servirá, ao mesmo tempo, para demons­trar quanta justiça continha a petição do povo montijense, da sua Câmara Municipal, e do nosso semanário solici­tando a Escola Técnica para a nossa terra.

cA p& nte

S o b r e o T e i o

O trabalho do sr. enge­nheiro Henrique Sequeira, que inserimos no número anterior de «A Província», causou em M ontijo o mais justificado interesse, pela sua magnífica elaboração e in te ira oportunidade.

A lvitraram -nos por es­crito a r e a l iz a ç ã o duma exposição' dos municípios interessados, a fim de levar ao conhecimento dos pode­res públicos os sentimentos dos povos desta margem acerca do - p ro b le m a da Ponte sobre o Tejo.

A opinião geral é a de que a solução preconizada no Plano de Fomento, agora vindo a lurr.e, não resolve o problema.

— Quem põe em prática aquele a l v i t r e ? O mais certo é continuar a ind ife ­rença habitual. M ais tarde, porém, se reconhecerá que M ontijo é que tinha razão...

Telefone 028 576

rp a ra hnai (Jeta g ia fla i

Fo le M o n tije n s e

beliscõesNão há maior maroteira, Nem maior desaguisado,Do que um relógio errado Enganando a terra inteira /

Em vez de horas, dá «meias-», Em vez de « meias», dá horas. E com estas panaceias Andamos todos *às noras*...

Falham as entrevistas E zangam-se as comadres.T" '

E n c r e s p a m - s e a s c r i s t a s

E não há verdades.Falta-se aos contractos E às combinações;Acabar am-se os pacatos E anda tudo em aflições. Perdem-se os vapores,O s comboios. . e o mais. Zangam-se os amores E até os «pardais»,..

Vai tudo fora do rego, Ninguém entende este «cuco*, Chega-se tarde ao emprego E anda tudo meio maluco!

Pedimos,pois, muito urgente, A o nosso relojoeiro Que tenha dó desta gente,E ponha certo o ponteiro. ...

Homem ao mar

Vendem-se— Duas moradias de rés do chão,

uma cnm pequeno quintal, na rua Santos Oliveira, nesta viia de Mon­tijo.

Informa-se nesta Redacção.

Barbearia— ALUGA-SE ou trespassa-se Informa na Rua do Gaio, 1 1 -

Samouco.

Obras dê âl/ara Valente— nEu», livro de sonetos,

esgotado; « D a q u i . . . fala Ri­batejo», contos monográficos. 30 escudos; «Pedaços deste Ribatejo», folclore e costumes, 30 escudos; «A minha visita ao museu de S. Miguel de Ceide», folheto, 5 escudos; «Hino a Almada», em verso, 10 escudos; «Grades Eternas», estudos sociais, 15 escudos; «Vidas Trágicas», romance, ló escudos; «Viagem de Maravi­lhas», reportagem, 20 escudos.

Pedidos à Redacção de «A Província».

C â m a r a M u n ic ip a l de M o n tijo

E D I T A LANTÓNIO J O Ã O S E R R A JÚNIOR. VICE-PRESI-

D E N T E DA CÂMARA MUNICIPAL DE MONTIJO, EM E X E R C ÍC IO :

Faz público que esta Câmara Municipal, em sua reunião de 8 de Abril corrente, deliberou, ao abrigo do art.0 9.° do Regulamento Geral de Edificações Urbanas, que desde 15 de Abril a 30 de Junho próximo, sejam devidamente reparados com obras de pequenos reboucos, caiações e pinturas, os prédios desta Vila que de tal necessitem.

Estas obras são isentas de licença.Findo aquele prazo e não feitas as obras, os pro­

prietários incorrém nas penalidades legais aplicáveis.Para constar se publica o presente e outros de igual

teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume.Montijo, 10 de Abril de 1958

O Vice-Pi esidente da Câmara em excrcíciO)

a ) (António J cã o ó e r r a jú n ior

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$4 4'958 A P R O V IN C IA 3

A G E N D A

E L E G A M E

esãíSBms*

Aniversários— No dia 25, faz 36 anos a sr.a

[). Idalina Pires dc Sousa, filha da nossa prezada assinante sr.u 1 ). Viuva de António Borralho.

_No d;a 2(5, a sr.a D. GuiomarMadeira» nossa muito estimadaassinante.

_No dia 27, o menino JoséManuel Quindera Dias, sobrinho jo nosso dedicado assinante sr. Saúl de Jesus Dias.

_ No mesmo dia, a sr.a D. Te­resa Helena Pereira Pascoal, filha do nosso estimado assinante sr. Henrique Pascoal, residente em Portalegre._No mesmo dia, completa a

bonita idade de 87 anos, a sr. !) . Perpétua Emília Cardeira, avó do nosso funcionário António Cabrita.

_No mesmo dia, completa 49anosasr.“ D. Rosa da Costa Nunes, esposa do nosso amigo e prezado assinante sr. João Nunes Carvalho (o Carioca).

— No dia 29, a menina Marga­rida e Silva Gamero, filha do nosso dedicado assinante sr. José Ga- iiiero Goníalez.

Pro f. losé M , Lan de iroNo passado dia 19, no salão nobre

dos Paço» do Concelho da Moita, foi empossado pelo sr. Presidente da Câmara Municipal do mesmo concelho, sr. José de Sousa Costa, no cargo .d e Vogal da Cornissão Municipal de Arte e Arqueologia do mesmo concelho, o nosso pre­gado colaborador, Prof. José Ma­nuel Landeiro, motivo com que qos congratulamos.

L U T U O S A

— No dia 11 do corrente, fale­ceu na sua resinència, — rua Cen trai, 24, em Montijo, a s r .a D. Elisa dos Santos, casada, de 80 anos de idade, desta vila natural

Era mãe dos Srs. Joaquim de Pinho, comerciante, estabelecido na rua Cândido dos Reis, Jo sé Júlio Pinho, e da sr.a D. Maria da Con­ceição Pinho, casada com Francisco Severo.

O funeral realizou-se no dia se­guinte para o cemitério de Mon­tijo.

— No dia 10 faleceu também a sr.* D. Gertrudes Angélica Pereira, natural desta vila e aqui residente. Era mãe do sr. Raúl Marques e tia do nosso prezado assinante sr. José Garroa.

O funeral realizou-se em 1 1 para o nosso cemitério.

— Em 14 faleceu o sr. Raúl Ma­drugo, residente que foi na rua João Mendes — Bairro Serrano, desta vila.

— Em 12 faleceu também a sr.“ D. Giraldina David Pinho, que era natural de Montijo e residente no Alto das Barreira '.

— Às famílias enlutadas apresen­tamos as nossas condulências. Ao nosso prezado assinante, sr. José Garroa, endereçamos sinceros pê­sames pelo falecimento de sua tia.

M O N T J O

Este número de «A Pro­víncia» foi visado pela

C E N S U R A

I n f o r m a ç ã o d o

Secretariado Paro q u iai

d e M o n t i j o

S O B R E C I N E M A5.» feira, 2 4 ; «TODOS A PA­

UIS». País de Origem - E. U. A . Género - Coxnédia. Principais in ­térpretes : Gene Kelly, Barbara Laage, B o b b y Clark, Brigitte Fos- sey e Michael Uedgrave.

E n red o : — Ainda não temos no nosso Arquivo.

A p recia çã o m a r a l: — Sem in­convenientes. PARA TODOS.

Estreado em 1958.Sábado, 2 6 ; « JU L IE » . País de

origem - E . U. A.. Género - Dram». Principais intérpretes : Doris Day, Louis Joudan e Barry Sullivan.

E n red o : — Um homem, doen­tiamente ciumento, leva a esposa a viver momentos de grande an­siedade. Um dia, ela descobre que fora ele quem matara o seu pri­meiro marido. Com medo de a perder, ameaça-a de morte, se fu­gir. Ju l ie abandona o lar e regressa à antiga profissão de hospedeira ,!e bordo. O marido, porém, subre- píieamer.te, introduz-se no avião. Detuoberto, provoca uma cena de tiros. Mata o comandante e ieie gravemente o segundo piloto. O assassino morre na luta : E é Julie que tem de guiar o aparelho até à base, seguindo as indicações do radar e do piloto ferido.

A p recia çã o estética : — Ópti­ma interprétação de Doris Day. Realização excelente.

A p recia çã o m o r a i: — Cenas de forte emoção. PARA A DUL­TOS.

Estreado no cinema Monumen­tal, em 4 de Fevereiro de 1958,

Domingo, 27 ; «O P R ÍN C IPE E A CORISTA». País de origem - I n g l a t e r r a . Género - Comédia. Principais intérpretes : L au ren ce Olivier e Marilyn Monroe.

E n r e d o : — O príncipe da Car- pátia chega a Londres para assis­tir à coroação do rei Jo rg e V. Pensa divertir-se nesses dias e para isso convida uma artista de teatro a ir a sua casa cear. A a r ­tista mantém o príncipe em res­peito e. mais tarde, ajuda-o em várias situações difíceis. E le acaba por apaixonar-se.

A p reciação e s tè i ic a : — E x c e ­lente realização. Bom colorido. Interpretação perfeita.

A p recia çã o m o r a l: — Cenas demasiadamente livres fazem que ie re-erve o f ilm e PARA A DUL­T O S.

Estreado no cinema Monumen­tal em 15 de Outubro de 1957.

3 * fe ira ,2 9 ; «ROMANCE DUMA MULHER->. Pais de origem - Ale­manha Género - Drama. Princi­pais in térp retes : Lilli Palmer,Ivan Desny e NVilli Kleinan.

E n red o : — Mariana era casada com um pintor de quem tinha um filho. Ao dar um pssso em falso, iitrás duma ilusória felicidade, começou o seu romance que havia de ser cheio de desenganos. A repulsa do filho, o abandono do marido, o divórcio e aquela felici­dade sonhada mas não alcançada, estão na base do romance desta mulher que, no final, encontra perdão.

A p recia çã o e s té t ic a : — Bom desempenho. Realização cuidada.

A p recia çã o m o ra l: — O adul­tério, o divórcio e o ambiente em que a acção se desenrola, levam- -nos a classificar o f ilm e PARA A D U L T O S COM RE SER V A S.

Estreado no cinema Condes em 8 de Novembro de 1957.

D E P O S I T O G E R A L :

C a s a A r í i , L .DA

Àv. Mor.ueí do M oia, 19 - A

l I S B 0 A Telef. 49312

A o p e r e t a p o p u l a r

«C a n çã o do Cigano»

Ho Salão de festas d a

Banda DemocráticaEm s e x t a representação do

grupo cénico da Sociedade F i lar ­mónica Progresso e Labor Sa- mouquense, da vizinha povoação de Samouco, subiu à cena no Do­mingo, dia 20 , naquele salão, a opereta em 3 actos, «Canção do Cigano», original de Manuel Gon­çalves Amorim, e musicada pelo maestro sr. Gilberto Varela.

Dos seus personagens destaea- ram-se Alfredo de Carvalho, (em Frei João); Jo sé Alberto Vilacova, (Gabriel, o Cigano Trovador); Cacilda Rocha dos Santos, (Maria, a apaixonada de G abriel) ; Manuel F e r n a n d o V i l a c o v a , (André, D. Juan da aldeia); João de Car­valho, (João da Herdade); F er­nando líamos Vespeira, (José, es­tudante de C oim bra); António Agostinho Gomes, (Gaspar, o vi­s ionário); e Maria Odete P eiro Tavares, (em D. Mónica, espírito malévolo, sob o aspecto preten cioso de moralista), etc., etc..

A rematar este interessante e s ­pectáculo,realizou-se animado acto de variedades, cujos intérpretes foram muito aplaudidos.

O desempenho satisfez em abso­luto a numerosíssima assistência, tendo sido valiosa igualmente a actuação musical da Orquestra «Os Pacatos», da direcção artística do aludido maestro.

Como amadores não se poderia desejar melhor, e reunindo num merecido louvor todos os seus elementos, felicitamos igualmente os seu3 ensaiadores, srs. Manuel de Almeida, Manuel Póvoas F e r ­reira, e maestro, sr. Gilberto Va­rela, pelo brilhante conjunto apre­sentado.

Enfim, foi mais um êxito com ­provativo do valor dos amadores que compõem aquele grupo cénico, a juntar aos aplausos já recebidos anteriormente no Samouco em três espectáculos, num outro rea­lizado há semanas, na ridente vila de Alcochete, e o último no Afon­soeiro.

Agradecemos o convite enviado, — gentilezas que continuamos re­gistando como prova de atenção para com a Imprensa local.

AgradecimentoRita Amélia da Silva, seu marido,

e filhos vèm por este meio agra­decer a todas as pessoas que se dignaram acompanhar à sua úl­tima morada, sua sempre chorada tia, Adelaide Silva.

Telefone 026 576

V a za haai C ffltoQ za (la x

Foro Montijense

GRUPO DESPORTIVO

DAS FAIASCom um programa perfeitamen­

te emotivo, comemora no dia 27 do corrente o seu 1 .® aniversário este Grupo Desportivo que, apesar de tão jovem, tem sabido orien­tar-se c grangear a simpatia geral.

Desse programa constam : às 13 horas, corrida de bicicletas para amadores, com- taças e medalhas como prémios ; às 15 horas, en­contro de futebol entre os infantis de Pegões Velhos e Faias, com uma taça por prémio'; às 16 horas, outro encontro entre o Grupo I). das Faias e o Império Futebol C. Atalaiense, para disputa da taça «Comis«ão de Festas» ; e em se­guida um grandioso baile, abri­lhantado pelos «Canários da Ata­laia» e os acordeonistas José Maria Lourenço e Alfredo Dias Enxerto.

Cumprimentamos e felicitamos o G. D. das Faias pelo seu 1.° ani­versário e agradecemos, muito gratos, o convite que nos envia­ram.

Clube Desportivo de MonHjo

Chég?.-nos a notícia do Grande Festival de Ginástica que este Clube promove e se realizará no próximo dia 11 de,Maio, na Praça de Toiros de Montijo.

N le tomarão parte 180 atlptas, o que constitui um espectáculo inédito na nossa terra.

No próximo número de «A Pro­víncia» daremos o maior desen­volvimento a est • assunto do mais alto relevo local.

T r e s p a s s a - s eD R O G A R I A - F E R R A G E N S

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Resposta a este jo rn a l ao n.° 34.

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Informa se nesta Redacção.

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5.“- f e i r a , 24 — G i r a l d e s

6 .* - f e i r a , 25 — M o n t e p i o

S á b a d o , 26 — M o d e r n a

Domingo, 27 — H i g i e n e

2 . * - f e i r a , 28 — D i o g o

3 . " - f e i r a , 29 — G i r a l d e s

4.*- f e i r a , 30 — M o n t e p i o

Boletim Religioso

Culto CatólicoM ISSA S

5.*-feira, às 8,30 e 9 h.

6 .*-feira, às 8,30 e d h.

Sábado, às 8,30 e 9 h.

Domingo, às 8 , 9, Afonsoeiro;

10, 11,30, 11,30, Atalaia; e 19 h.

Culto Evan gé licoHorário dos serviços religiosos

na Igreja Evangélica Presbiterianà doSalvador — RuaSantos Oliveira,4 - Montijo.

D om in g os — Escola dominical, às 1 0 horas, para crianças, jovens e adultos. Culto divino, às 11 e 2 1 horas.

Q u a rta s-fe ir — C 1< ab re ­viado, com cos i ■ à 'ii o > n ^ j- giosos, às 2 ! o r • .

S e x ia s i ir — ii. u.iiâo de Oraçáo, às 21 h ras.

No segunde lo niogo de cada mès. of 1 b a ã * C - ’a <1<> Senhor, mais vu!tíarmen'e conhecida por Eucarística Sag' ada Comunhão.

Itjr j ' P entecostal, R ua A le ­x a n d r e H erculano, 5-A - M on ­tijo.

D om in g os . — Escola Domini­cal, às 11,30 h.; Prègação do E van­gelho, às 2 1 h.

Q uin tas fe ir a s : — Prègação do Evangelho, às 21 h.

Espectáculos

CINEMA T E A T R O

JOAQUIM D E ALMEIDA

5.a feira, 24 ; (Para 12 auos) Um programa Metro. Uma encantadora comédia que tocará todos os c o ra ­ções: «Todos a Paris», com Gene Kelly, Barbara Laage e Bobby Clark; no programa: interessantes complementos curtos e Cine Jornai.

Sábado, 26 ; (Para 17 anos) Doris Day com Louis Jourdan, B arry Sullivan e Frank Lovejoy, no f ilm e em Metroscópio de verda­deiro suspensa-. « Ju l ie » ; no pro­grama: complementos curtos.

Domingo, 2 7 ; (Para 17 anos) M atinée às 15,30-S o irée às 21,30. Marilyn Monroe e Laurence Oli­vier, num espectáculo esfusiante de graça, beleza, e encanto pela cor da T e c n ic o lo r : «O Príncipe e a Corista»; no programa: 2 inte­ressantes complementos.

2.* feira, 2 8 ; (Para 12 anos) Em homenagem ao O r f a n a t o de M ontijo «Vozes dc Portugal».

3 . 0 feira, 2 9 ; (Para 17 anos) O e x t r a o r d i n á r i o f ilm e a lem ão : «Romance duma Mulher», com Lilli Palm er e Ivan D esn y ; um film e de grande classe para o qual se chama a atenção do público. No p rogram a; complementos cur­tos c Cine Jornal.

Perdeu-se— No trajecto do Cinema à Rua

Serpa Pinto, um pacote com di­nheiro.

À quem o achou, agradece a en ­trega na P. S . P , .

a s

m e l h o r e i :

t i n t a t

p a r a t in g i r e m c a s a

Page 4: OOMPOSIÇAO 21 XMFaBSSÀO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — … · que se mais não lhes digo é porque não tenho engenho para mais. É sob o pseudónimo de Júlio Dinis que se esconde

4 A P R O V ÍN C IA 24-4.958

A f a r s a d o s d u e lo sm r m r r m n r m r m n n n r v T r m T r n n r m r m r m f m n n r

( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )

com 0 antagonista à vista, logo após a abertura das h o s tilid ad e s in d iv id u a is . Também não usamos 0 flo­rete nem a espada, símbolos duma época em decadência e de efeitos duvidosos : Usa­mos 0 marmeleiro, o cajado,0 vara-pau, desses que os nossos s e r ra n o s ostentam nas feiras e fazem temer 0 lobo mais atrevido. Além de mais práticos e económicos são também mais eficientes. Convencem pelo volume e dominam pelo poder. É 0 bastão da gente humilde, mas ciosa da integridade do seu corpo.

A morte acompanha às vezes a bordoada rija, de peso, e a lei, que impera no | nosso meio, faz valer os seus direitos. M as a paulada é vibrada no momento próprio, oportuno, sem deixar mar­gem a equívocos ou a es- temponlneos co m e n tá r io s . Tudo se passa em família, ainda que família desordeira, acrescente-se; mas nunca se guarda para amanhã aquilo que hoje pode ser resolvido. Nisto, é justo confessar, te­mos 0 raro privilégio de sermos actualizados.

Só não temos, e que falta nos faz uma boa campanha publicitária! r iq u e z a para atrair multidões ávidas de emoções fortes nem títulos nobiliárquicos ou artísticos para se fazer admirar e res­peitar. Sob este aspecto so­mos realmente tão pobres que nem as cacetadas, ma­nejadas por pulso vingador, conseguem passar do noti­ciário de a ld e ia ! E mesmo

R e c r e i o e

D e s p o r t o(C ontin uação da útt. p á g in 1)

freguesia de São Sebastião da Pedreira, na qual tomavam parte bastantes delegados de grupos congéneres. No pró­ximo dia 27, às 13 horas, na sede, almoço de confra­ternização entre os sócios, náo faltando, como legítimos portugueses, fados e guitar- radas.

No dia 15 de Junho, mais um passeio familiar e mais uma visita de estudo.

É como diz 0 nosso que­rido amigo e poeta Carlos C o n d e :

— 1 £ R e c r e i o e B e m f a z e r ,

N ã o p a s s e a r s e m c o m e r .

N e m c o m e r s e m r e p a r t i r h

S A N T A R É M - feira do Ribatejo -1958No colorido inconfundível

do Ribatejo se levanta a Feira mais característica do País. Fe ira do trabalho, da Vontade, de ritmos fabrican­tes, de tipismo, de coragem e de bravezas. Cartaz ilumi­nado de Portugal!

Quando 0 sol entra a es­caldar e todo 0 grande mos­truário da borda de água está renovado e se oferece, 0 ribatejano Vem à sua Feira, Veste as melhores galas, fei­tas da cor do tapete imenso da lezíria e do Vermelho da sua coragem ; e canta e dança os louvores da sua região e os primores da sua arte.

Quem vem de longe, des­lumbra-se no cenário mara­vilhoso, é tomado de inquie­tação e exulta destes regalos cobiçados.

* **Na Verdade, 0 sector pe­

cuário que ano após ano apresenta em larga profusão os mais belos exemplares equíneos, bovinos de carne e de trabalho, leiteiros, ovi­nos e suínos, está a merecer a costumada atenção dos organizadoreseo entusiasmo dos expositores que cuidam carinhosamente da sua apre­sentação.

Em virtude de razões de

ordem plausível, durará tão sòmente 2 dias — 25 e 26 de M aio — a grande Exposição Pecuária da Feira do Riba­tejo.

Dia 25, antes do início do cortejo evocativo que pre­cede a corrida de gala «à antiga portuguesa», haverá, às 14 horas, uma extraordi­nária parada de equíneos que serão passados à mão por campinos das várias casas agrícolas presentes no cer­tame,

Os homens, trajados a ri­gor, e x ib in d o admiráveis exemplares de raça, darão uma nota admirável de pre­sença e do valor pecuário desta Província.

D ia 26 — 2.* da Feira, será tipicamente dedicado à Festa do Campino, justíssima ho­menagem ao bravo lutador da Lezíria.

HaVerá corridas de cam­pinos a cavalo e condução de Jogos de cabrestos, prova de destreza de tanto sabor e colorido.

Todas essas provas terão por cenário 0 próprio recinto da E x p o s iç ã o e sempre alcançam 0 maior êxito de apreciação, quer de nacio­nais, quer de estrangeiros que se deleitam com 0 admi­rável cartaz ribatejano das

CAMIONETAS LIGEIRAS E PESADAS

assim é preciso haver sangue, porque neste caso, em ma­téria sanguinolenta, somos solidários com a tragédia da desafortunada vítima.

Afinal, não nos admira que amanhã, pela mão protectora do Senhor Marquês, surja um novo bailado de Lifar, tendo como fundo 0 duelo de Moulin du Vai. A crítica partidária aplaudirá sem re­servas 0 já previsto su­cesso, e 0 público pagará generosamente mais uns mi­lhões para acudir às despesas dessa gente visceralmente ciosa de honrarias e publi­cidade.

Álvaro Pereira

A G E N T E D IS T R IT A L R e p r e s e n t a ç õ e s M o t o l

.1U G U S T O A L V E S F E R R E IR A Telef. 23999

A\r. 5 de Outubro, 138 — S E T Ú B A L

(Baiq,ueteko-lP R I M E I R A C A T E G O R i A

M o n t ijo , 71 - A r r o io s , ^ 3Jogo disputado no campo do

Parque, a contar para o Catnpeo- to Nacional da 2.® Divisão, série C.

As equipas apresentaram as se­guintes constituições:

M O N TIJO : — Adriano, Américo, Heitor (3), Teodoiniro (4), J . B er- nundes (3), Jo sé Maria (22), Tomás (19), Elisiário (18) e Mocho (2).

A R R O IO S : — Lopes, Alves (8 ), Almeida (6 ), Palheiro (13), Melo (4), Dias (12) e Romão.

A arbitragem esteve a cargo dos srs. João Máximo e Hermínio Castro,

Este jogo, apesar de ter um re­sultado voíumoso, não foi dos melhores que Moniijo tem dispu­tado no presente campeonato, por­que o adversário, apesar de tècni- eamente inferior, era fisicamente superior, e por isso, procurou em­pregara corpolència para destruir a melhor organização e habilidade dos jogadores montijenses.

Um dos jogadores do Arroios foi desclassificado com as cinco faltas pessoais; mas, 9e nâo fosse a benevolência dos árbitros, ainda tu tros não chegariam a terminaro prélio.

Notámos nos jogadores de M on­tijo o pé>simo defeito de discuti­rem uns com os outros e em pleno jogo os erros que cada um comete. N.-o há necessidade disso porque, quanto menos se discutir, melhor correrão as coisas e erros todos os fazem. Ponhamos cobro a tal sistema, porque causa má impres­são s todas as pessoas que assistem a estas competições, que vão para ver jogar e não para ver quezílias entre colegas da mesma equipa.

No próximo domingo o Montijo desloca-se a Lisboa, onde vai j o ­gar com o Campolide. Todos con­tamos que vençti; mas como no

desporto não há ló g i c a . . . ficará campeão da série C.

, ! f - l i r n l r u u , 32j r u i v i o « E S

Jogo para o campeonato Regio­nal de Setúbal.

Alinharam e marcaram;M O N T IJO : — Massacote, Paiva,

A. Bernardes (1), Cepinha (8 ), R i ­beiradio (7). Abel (10) e Frade.

B A R R E I R E N S E : - C o s t a (101, Marques (2), Carvalho, Figueiredo, Custódio (8), Rodrigues (6 ), S an ­tos (4) e Lino (2).

Os juniores de Montijo têm vindo a fazer utn campeonato muito interessante. Até ao passado domingo ainda não tinham per­dido qualquer jo go em casa. Veio quebrar essa invencibilidade a equipa Barreirense, em rodagem para a conquista de mais um Campeonato Nacional.

José RoiaXmtm

fainas em campo aberto.Tractores, ligeiros e pesa­

dos, alfaias, debulhadoras, aparelhagem de rega por dispersão, material oleícola, material vinícola, automóveis ligeiros e pesados, etc., etc., dos mais variados e recentes modelos, oferecerão o as­pecto tentador aos milhares de Visitantes que Vêm à Feira do Ribatejo, com o objectivo das suas escolhas e acerto de transacção.

NATAÇÃOÀ preparação do Benfica

durante o invernoFoi com bastante alegria

que todas as pessoas ligadas à natação viram o ano pas­sado regressar às competi­ções um grande clube portu­guês — o «Benfica».

Este regresso fez-se por meio dos rapazes e raparigas da Secção de Iniciação Des­portiva, tendo entrado nas provas da categoria de Inicia­dos e no Torneio das Escolas de Infantis.

Este Inverno o Benfica não parou, e assim, até ao pre­sente momento, já realizou cerca de 10 treinos na piscina de Inverno doà lgés. A Sec ­ção de Iniciação Desportiva tem trazido a estes treinos 18 nadadores que, para apro­veitarem bem o tempo con­cedido ao Benfica, foram

divididos em dois grupos de 9, uns treinando à 3.a feira e outros à 0 .a feira. Ou trei­nos continuam a ser dirigidos pelo prof. Arnaldo Barbosa, auxiliado pelos srs. Carlos S ilva e Plácido Abreu.

Todos os nadadores têm nos treinos mostrado vontade de aprender, e seguem aten­tamente as instruções dos seus professores. Fazemos votos para que continuem a seguir este caminho, pois virão a contribuir para o progresso da nossa natação.

Os n ad a d o re s que até agora se têm mais salien­tado são os que o Benfica apresentou na 2 .a jornada do Torneio da Prim avera ; Fer­nando Pestana, Victor An­tunes, e Maria Luisa Leitão, a qual, quando mais trei­nada, melhorará as qualida­des que mostrou possuir.

Possui ainda o Benfica uma jovem nadadora, Maria Helena Cadillon, que já to­mou parte nas provas do ano passado e que, se continuar a treinar com vontade, pode vir a ser alguém na nossa natação, pois possui bastan­tes qualidades.

Ao terminar este nosso artigo, felicitamos o Sport Lisboa e Benfica por não ter parado a preparação dos seus nadadores durante o Inverno, e fazemos votos para que eles continuem a trabalhar com vontade firme, para prestigiarem o Benfica e v i­rem a contribuir para o pro­gresso da natação em Por­tugal.

Manuel Lima

SalsichariaFrutas e hortaliças, trespassa-se

no centro da vila.Informa nesta redacção.

«Á Província»a s s i n a t u r a s

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Page 5: OOMPOSIÇAO 21 XMFaBSSÀO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — … · que se mais não lhes digo é porque não tenho engenho para mais. É sob o pseudónimo de Júlio Dinis que se esconde

24-4-958 A P R O V IN C IA 5

JÚLIO DINIS(contimmçào da 1. página) p Qr _ f e o d o r o A ntunes M en d es

lidade médica de respeito,

Folha ao v e n to . . .

É vulgar ouvir dizer a uma mulher casada, ou como se 0 fosse, «já não tenho a quem agradar I» Ora isso, estimada leitora, não é mais do que puro engano.

À mulher casada, ou àquela que 0 pareça ser, mais do que a nenhuma outra, cum­pre 0 dever de se saber en­feitar, adornar e arrebicar com mais cuidado e perfei­ção do que 0 fazia antes de se ter ligado ao homem com quem vive, muito embora os seus afazeres se tenham multiplicado.

Para a paz e para a tran­quilidade do seu lar muito contribuirá a maneira de sa­ber despertar para si a aten­ção do companheiro, que a deverá considerar sempre, dia a dia, muito melhor do que uma dessas mulheres que se arrebicam e enfeitam apenas com 0 fito de roubar os maridos alheios e primam por levar a discórdia e a in­tranquilidade a muitos casais que, até então, eram felizes e se entendiam maravilhosa­mente.

Acreditem que por esse Mundo fora há inúmeros la­res desfeitos só porque e l a

deixou de encarar a conve­niência de se alindar para 0 s e u h o m e m , e colocou de parte a preocupação de o saber prender a si e à casa, indo, assim, impensadamente, cair no duro laço de 0 impe­lir para os braços de outra «bonequinha».

Atente bem no que lhe digo, leitora, e compreenda •se é ou não erro pensar que não vale a pena embelezar- -se porque «já não tem a quem agradar» ..

ãaphêra Costa

gica do Porto, contando então17 anos de idade. Fez nm curso brilhante, apesar de no2 .° ano haver sofrido a pri­meira h e m o p tis e , terrível mensageira do mal que 0 havia de sepultar aos 32 anos, roubando-lhe muitos sonhos queridos.

Formado, não se decidiu a entrarabertamente na clínica, se bem que haja visto alguns doentes ; porém, não se aba­lançou a tal por ter consciên­cia da sua fragilidade de construção, abalada pela tu­berculose que bem cedo 0 havia de prostrar. Decidiu-se a tomar a carreira de profes­sorado e porque, dois anos depois, se abriu concurso para demonstrador da secção médica da Escola Médico — Cirúrgica do Porto, 0 jovem médico apresentou-se como c a n d i d a t o , tendo como concorrentes: José Carlos Lopes Júnior, Miguel A u ­gusto César de Andrade e Pedro Augusto Dias.

A vontade enorme com que Gomes Coelho se empenhou no concurso sofreu um rude golpe, por lhe ter sobrevindo uma hemoptise que 0 levou a abandonar esse concurso. Mas neste moço franzino e pálido havia uma vontade inquebrantável e uma alma que queria vencer! Tendo ido para O var com 0 desejo de se refazer do acidente, hemoptóitico, voltou ao Porto com sensíveis melhoras e, muito embora dedicasse já grande parte do seu tempo à actividade l i t e r á r ia , ainda assim se preparou para novo concurso em 1864, tendo apenas como concorrente, Pedro Augusto Dias, que já 0 havia sido no concurso anterior. Feitas as provas, 0 júri preferiu em mérito rela­tivo 0 antagonista. Novo, mas não fatal golpe para a

alma de eleição do infeliz Gomes Coelho, pois se em muitos homens este novo percalço teria sido catastró­fico, no jovém médico, não ! A sua alma delicada, que transparece em cada página dos seus romances, tinha um grande dever a cumprir, e para que tal sucedesse não poupou e s fo rç o s , compro­metendo deveras a sua aba­lada saúde que se ressentiu bastante dessa teimosia em vencer, desse querer mais forte que a adversidade!

Ao pai de Gomes Coelho faleceram-lhe d o is filhos, também vitimados pela tu­berculose, não tendo por isso, 0 velho médico visto coroado de êxito 0 seu es­forço pela felicidade de am­bos Gomes Coelho tinha alma para compreender a dor do velho pai e sabia bem que era a sua última espe­rança ; era este, pois, 0 de­ver que a si mesmo impu­sera. Era para 0 cumprir que lutava.

No ano seguinte, em 1865, foi de novo aberto concurso. Era uma nova probabilidade que ele não deixou fugir. A p re s e n to u - s e novamente como candidato, tendo desta vez como competidores J e ­rónimo António de Faria e António Maria Pinheiro To r­re s ,— este ú lt im o médico pela Faculdade de Medicina de Coimbra e que foi um temível adversário, vencido pelo querer do grande G o ­mes Coelho, 0 homem que arrostou com três concursos, de tamanha engergadura, em precárias condições de saúde.

São de Egas Moniz, as palavras que vão segu ir: «Não tinha sorte nestas jus­tas 0 desditoso Gomes C oe­lho. Ao terceiro rebate sai-se a defrontá-lo outra persona-

nada menos do que António Maria Pinheiro Torres, inte­ligência, saber, vivacidade e eloquência — reunia em sumo grau os dotes todos para brilhar num concurso, superando, ou pelo menos igualando, fosse com quem fosse.»

Gomes Coelho é um exem­plo a seguir pelos que se querem g u in d a r honesta­mente sem atropelar ninguém, porque soube lutar sem des­falecimentos, apesar da tuber­culose que 0 atacava, para atingir 0 desgraçado fim. Deve ter sofrido imenso 0 infeliz médico, por se sentir impotente para debelar 0 ma! que alastrava. Ainda assim, chegou a ser opti­mista, tendo até afirmado a Custódio de Passos, um amigo que lhe recebeu 0 derradeiro suspiro, que a sua doença era mais imagi­nária, que real. Pura ilusão; ele, 0 médico, bem sabia que tal não era verdade !

Por três vezes demandou 0 Funchal, em busca de ar que lhe tonificasse os pul­mões doentes, e só a princí­pio mandou notícias anima­doras. D e p o is , foi uma grande batalha, onde de ano para ano 0 guerreiro heróico recebia no seu escudo maior quantidade de golpes, que 0 matariam em Setembro de 1871.

Foi no ano de 1869 que pela primeira vez procurou 0 Funchal, tendo-se demo­rado apenas dois meses. Chegado a Lisboa a 20 de Maio, escreve a Custódio de Passos a 23, dando-lhe boas novas. Dizia-lhe: «Eu devo ser grato a este clima que, se me não curou de todo, deu-me mais vigor e mais resolução.»

Os anos que se seguiram, 1870 e 1871, ano em que se despediu da Madeira, foram um somatório de desespe­ranças e desilusões. O ' se­gundo e terceiro actos da­quela tragédia atingem 0 ponto culminante, quando 0 desgraçado médico escreve em 26 de Fevereiro de 1871 : «Emagreci. Quase que me desconheço quando, ao pen­tear-me, me v e jo . . .»

A auto-prognose diz-lhe que está perdido e que 0 fim está perto. Escreve «A ideia da dissolução aterra-me».

Chega de novo a Lisboa, sem se demorar nesta cidade, que nunca teve 0 condão de 0 seduzir. Escreve ao seu velho amigo em carta datada de 24 de Maio de 1871 :

«Cheguei a Lisboa. Por toda esta semana espero abraçar-te no Porto. Meu pai está aqui e mostra desejos de ir comigo. É provável que me não demore. Vou pior do que vim, mas melhor do que estive. De mal com o uni­verso inteiro, como nunca estive, e resolvido a não lu­tar mais tempo contra a força das coisas. Vou procurar um buraco onde me meta a es­perar pelo que Deus quiser que venha. Adeus, até breve».

Esse buraco, encontrou-o na Rua de Costa Cabral, onde a morte 0 arrebatou à uma hora da madrugada do dia 12 de Setembro de 1871, tendo à cabeceira seu primo José Joaquim Pinto Coelho e Custódio de Passos.

E foi desta sorte que se finou 0 espírito mais subtil dos nossos romancistas, que por todos os séculos a pos­teridade admirará com 0 sim­ples pseudónimo de «Júlio Dinis».

N.° 1 0 1 F o l h e t i m d e « A P r o v í n c i a » 2 4 - 4 - 1 9 5 8

fffldeia do ffívessoc í P c ? c A . l v a r 0 V a l e n t e

— Tu vais ao Porto, levas uma carta minha pró sr. Engenheiro, e verás que ele toma conta de ti. Se ele 0 fizer, como espero, governa-te por lá e não tornes a esta terra. Esta terra ’stá excomungada, que to digo e u ! Ven­des 0 que aqui tens, dás metade a tua irmã, e adeus, passe muito bem !

— Olha : O sr. Engenheiro, segundo me mandou dizer há tempos, ’stá muito bem. Não lhe faltam trabalhos e é muito c o n ú d r a d o por toda a gente. Diz-me que ia casar e arranjar 0 seu conchego. E le 0 merece, podes crer! E uma bela alma! Vê lá tu como se não esqueceu cá do velho Santana, do miserável abandonado, do pobretão de aldeia ! É um homem como há poucos e Çomo deviam ser todos, afinal. Se fossem todos assim, 0 mundo era mais feliz e a vida mais alumiada. E le não podia estar ali, no meio daquela endrómina. Ainda bem que se tirou a tempo daquele charco. ..

O rapaz concordava. Sentia-se esmagado por tanta desdita, sem forças Para reagir, e, de momento, aceitava tudo quanto lhe aconselhassem.

— É verdade, t i Santana : E ’nha irmã ? Acha que devo mandar-/* estanotícia ?

— Sabes a d irecção?— Eu não senhor. Nunca mais soubemos dela, nem ela também quis

saber da gente pra nada. Veio aí uma ca rta ; mas ’nha mãe não na recebeu. Mais tarde ouvi dizer que ela pregara a partida ao tal sr. Morais e que vi- j'la com oitro qualquer, —- um tísico a despedir .. Aquilo, cá no meu en­tender, acaba numa rua suja, pra quem q u ise r...

— Cala-te, Joaquim. Não digas maldades. Tem cobro na língua que

tua mãe inda pode escu ita r... Respeita a M orte ! Deixa-a lá com seu fadá­rio. E la as pagará, sem que metas pràí «prego nem estopa». Cá neste mundo é que tudo se paga. E 0 tal sr. Morais, — 0 autor do que vos acon­teceu— também as há-de pagar, que to digo eu ! É questão de tempo.

O outro rangeu os dentes. . .O velho reparou :— Nâo penses mais nisso. Vai depois à tua vida e põe as maluqueiras

de parte. Adiante me darás razão, pois !— Ficam-se todos a rir, não é ?— Tenho visto muita gente a rir que dias passados já choram ...— Olhe, t i Santana: Eu já não posso chorar mais !— Contigo é 0 revés. Choras agora, depois é que ris.— O t i Santana pôs-se também do avesso, é que é . ..— P o i’ sim. Cheguei quase a estar «virado , isso é verdade; mas a

nossa serra fez-me arrepender e estou do «direito», como tod os ... Foi um milagre, acred ita!

— A nossa serra ?— Sim , homem, a nossa serra! Contos la rg o s ... Um dia to contarei.

Por agora, é 0 que tens a fazer: Ju izo e cabeça fresca. Ninguém pense em endireitar 0 inundo, nem sequer dar-lhe qualquer je ito .. . Vai cada qual à sua sorte e ao seu destino, — é 0 que me diz a prática da vida, e não há mais nada. Eu tenciono fazer 0 mesmo, daqui por uns dias. Enrolo a manta, despeço-me dos meus sítios, e volto ao que fui sem pre: — Um vàdio a correr terras. O que me vale, é que não será por muito tempo . . Isto está na última, Joaquim ! Lembra-te de vez em quanto cá do velhote, que foi teu amigo a v a le r ; e, se ouvires dizer que apareci morto num barranco, não tenhas pena. Era a minha sorte e 0 meu destino!

E abraçaram-se mais uma vez, para chorarem am argam ente...Entretanto, 0 Joaquim aceitou os conselhos do filósofo. No Domingo

seguinte lá partiu, a caminho do Porto.E em tão boa hora, que a vida lhe sorriu. O engenheiro tomou-o à sua

conta e fez dele um H O M E M , á s u a i m a g e m * s e m e l h a n ç a . . .

( C O N T I N U A )

Page 6: OOMPOSIÇAO 21 XMFaBSSÀO — TIPOGRAFIA «GRAFEX» — … · que se mais não lhes digo é porque não tenho engenho para mais. É sob o pseudónimo de Júlio Dinis que se esconde

6 A P R O V IN C IA 24-4.958

PO

R

C L A R O

L O P E S

A frase acima c tão nossa conhe­cida como os dedos das nossas m ãos!

Não há cão nem gato que a não utilize por tudo e por nada, a pro­pósito disto ou daquilo ou até mesmo a propósito de coisa ne­nhum a! É fino, é chique, é modal

Não sei de onde veio, nem quem primeiro a utilizou. Talvez um campino por obrigação e depois e depois os outros — por calão 1 Mas isso não interessa. O que inte­ressa, sim, é dizer-se que ela criou raízes e que é utilizada por quase toda a gente.

Numa pálida amostra, aqui se demonstra como e quando já a temos ouvido.

Ainda ontém, à saída dum lu­xuoso cinema, ouvimos fazer a crítica do film e apenas com duas palavras e uma vogal, num sim pli­cidade apavorante de meter raiva ao crítico cinematográfico que tanto se esforça por fazer uma crí-

fazer malha, junto do aparelho de televisão até que ele viesse para lhe aquecer o café e fazer to rra ­das.

A certa altura 0 locutor fez-se o u v ir :

— Hoje, queridos telespectado­res, vamos fazer uma ronda pelos «cabarets» lisboetas para vos dar a conhecer a animada vida noc­turna da nossa C a p ita l . . . Aqui estamos no C A B A R E T N O ITE B E L A . . . No palco Conchita Gaz- pacho em danças típicas espanho­l a s . . . Agora uma vista da assis­tência. . .

A D. Blandina deu um salto da cadeira. «Pode lá »er o meu Ro- mualdo ! Ele ali naquela mesa todo derretido com aquelas duas lambis­góias ! Olha como ele ri, como ele b r in c a ! . . . »

Quando ele chegou a casa, a I). Blandina toda chorosa apenas pôde d iz e r :

— Meu t r a t a n t e , assim me

R E C R E I O E D E S P O R T O0 fiPUPO «OS GALOS UNIDOS»

— A sua cruzada de bem-fazer, é digna dos maiores elogios

tN flA R 0 B A R R ET E!tica justa, honrada, c r i te r io s a . . . que não vá melindrar o empresá­rio. A frase soou cristalina, sinté­tica e b a n a l :

ENFIÁM OS O B A R R E T E !

Até a L ili , menina amimada, moderna, que vai dando ponta­pés no «parece mal» e, vamos lá, na gramática, às juras de amor do seu Zeca, j á tão em desuso, soube dizer com desenbaraço :

— TU NÃO ME E S T Á S A EN­F I A R UM G R A N D E BA R­R E T E ? ! . . .

Lá porque um cigano amigo lhe vendeu, na melhor das boas intenções, um corte de fato que lhe custou a ele 500 escudos pelo preço de 1 2 0 (ele o disse e nós acreditámos!) é caso para que o Juvino Rufino ande por aí a dizer a toda a gente que

ENFIOU O B A R R E T E ?

Um fato não é eterno e se ele se rompeu logo ao 2 .° dia de uso que culpa tem o pobre do cigano ? ! . . .

Um provinciano chega a Lisboa. Vai até ao T erre iro do Paço e fica olhando as gaivotas que pousam nas águas porcas que saem dos esgostos e onde bóiam as mais estranhas coisas. Enquanto vai dizendo que «o mar é coisa linda», chega um bem intencionado cava­lheiro. Vem choramingas. Logo por azar ele, que tem que seguir viagem para o Brasil , não rebater aquele décimo com 10 0 contos porque está tudo fechado e o barco vai p a r t i r !

Mas o provinciano é bom. Na sua aldeia todos são bons. E aquele cavalheiro também o deve ser. E dá-lhe, por troca, o relógio, a cor­rente, os anéis e todo o dinheiro que tem. Uma insignificância em troca de 100 c o n to s ! «Mas não faz mal — pensa — o outro vai para o Brasil e lá ganha m u ito ; não pre­cisa dos 10 0 contos c e r to s !»

Depois, então, porque é que ele se queixou que

TINHA E N F I A D O O B A R ­R E T E ?

Parece que o décimo estava branco.

Puro engano. . . Ele é que f ico u !

O Romualdo disse à esposa :— Vê lá tu que até hoje, domingo, tenho que ir fazer serão para fe­char as f o l h a s ! . . . Maldita sorte a m i n h a ! . . . Mas se faltasse, quem é que aturava amanhã o patrão ? ! . . .

E foi mesmo. Só não foi para onde disse que ia, evidentemente.

A patroa, coitada, ficou triste a

E N F IA S T E UM GRANDE B A R ­R E T E ! . . .

E . . .Bem, o Romualdo, desde esse

dia, chegou à simples conclusão de que aquele rolo de madeira pen­durado na c o z in h a . . . não serve apenas para estender a massa t e n r a ! . . .

Vai o Chico, vai o Zeca e vai o Tóino à bola. Heje é de aprovei­tar. O desafio p rom ete : os dois grupos têm os mesmos pontos e hoje é que se decide o vencedor. Deve ser um grande desafio! O estádio está c h e i o . . . Deve ser um grande desafio! Pi I. . . — apita o a r b i t o . . . Vai ser uma grande « jo g a » !

F im da primeira parte. Rem, o jogo não tem valido nada. Não adm ira : o jogo é de responsabil i­dade! Os nervos são m u i to s . . . Mas na segunda parte é que vai ser ! Entram, de novo, os jogado­res em campo. Vèm todos muito bem penteadinhos. P i ! . . . R e ­começou 0 j o g o . . .

P i i i i . . . Term inou 0 desafio. Os

F a z e r b e m , s e m v e r a q u e m

— E d o s r i f õ e s m a i s s a b i d o s .

E , p o i s , o l e m a q u e t e m

O G r u p o « O s G a l o s U t t i a o s ».

Júlio Pereira, Pedro Fer­nandes, A l f r e d o Braziel, Manuel M a r t in s , Alfredo Soares, A n tó n io Leitão, Francisco Nunes, Joaquim Pereira, Cândido dos Santos, António de Sousa, António Nunes Martins, Armando de Oliveira e Sousa, Teodózio Parreira, José Franco, Abel Francisco Júnior, Á lvaro da S ilva , foram, com outro grupo de sócios auxiliares, o núcleo de boa vontade que até ao9.° ano firmaram a existência desta simpática agremiação.

Constituído por homens de trabalho, — e tantos ali têm p a s s a d o — que nada mais têm que não seja a boa vontade de serem úteis ao semelhante, pode-se afirmar que no campo da beneficên-

grupos empataram. Empataram em bolas e empataram em mau jogo.

Cá fora o Chico, o Zeca e Toino olham uns para outros. Estão fu­riosos. Das três bocas saíram estas palavras, como se fosse num afi­nado co ro :

- M A S QUE GRANDE B A R ­R E T E QUE NÓS E N F IÁ M O S !

Há muitas mais ocasiões de se utilizar a frase «enfiar barretes». Até eu, ao fechar esta minha mo­desta secção, tenho quase a cer­teza que o leitor d irá :

— Mas onde está a graça de tudo isto ? E perdi eu o meu rico tempo a ler esta aldrabice!

MAS QUE G R A N D E B A R ­R E T E !

Y O G H U R T

BOM DIAFonte de Saúde e Energia

P r e p a r a d o s o b c o n t r o l e c i e n t í f i c o

iaiiM e iiergli io i U M SOM M H

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BIOLACTA - 1L I S B O A - T e l e f

cia realizam «com migalhas de gente pobre, uma obra rica». Senão, vejamos : Com a pouca cotização de 5$00 semanais para os efectivos e 2$50 para os sócios auxi­liares, no campo da benefi­cência, vestiram e calçaram 190 crianças pobres, no que gastaram 40.298$25, tendo

« O s e u j o r n a l »

É verdade. Todos os anos editam um simpático jornal- zinho, de que Jú lio Pereira é editor. Lá encontramos neste número : Conhece To­m a r ?— por Adérito Cabral; Conheça Portugal — Roma­rias de Portugal — por Car-

ainda, distribuído bodos a 470 pobres na importância de 9.410$00.

Crentes da sua simpática acção, realizaram espectá­culos para os seus protegi­dos, não fugindo de contri­buir dentro dessa simpática acção com óbolos, sempre que lhes apareça um caso digno de protecção. Em Abril de 1951, por exemplo, o jor­nal «A Comarca de Arganil» lançou um «eco» em prol da doente Maria Çeleste, entre­vada, e que, graças à <cor- tizona», estava obtendo gran­des melhoras. Pois estes homens, pobres de finanças mas ricos de coração, envia­ram im e d ia ta m e n te 50$00 como quota parte para a subscrição aberta pelo nosso prezado confrade. Sem alar­des de qualquer espécie, a obra prossegue, num ritmo inteligentemente orientado.

C o n h e c e r P o r t u g a l 1

Fazer excursionismo, não é entrar num combóio ou auto-carro e devorar em dois ou mais dias, quilómetros e quilómetros, deixando sem ser vistos os mais belos mu­seus e monumentos. Têm percorrido, sim, Lisboa que tanto tem que se admirar, os seus arredores, dum encanto sem igual, o u t r a s terras com o: C o im b r a , Tomar, Évora, e tc .; mas repousa­damente, para que os seus sócios e famílias possam afirmar que conhecem esta ou aquela terra, os seus monumentos, feiras e roma­rias, tão típicas nos nossos costumes. Tudo isso vêm realizando, sem interesse em provas de a z e s do volante.

V i s i t a s d e e s t u d o ?

E porque não? Nos nove anos de actividades do mo­desto agrupamento têm efec­tuado interessantes tardes culturais, não só nas cidades, vilas e aldeias percorridas, como visitas a trabalhos de escultura, arte antiga, arte sacra, exposições de pintura, fotográficas, Iavotes, par­ques infantis, sanatórios,— onde levam sempre uma lembrança para os pequeni­nos doentes, além de Serões Culturais, especialmente de cinema, p ro m o v id o s pela Embaixada dos Estados Uni­dos. Grande liç ã o !

doso Martha ; «Em nós, tudo é m úsica»; Como sinto o moral de *Os Galos Unidos»— por José Pe re ira ,— além de outras secções dignas do maior elogio.

« O s G a l o s U n i d o s » e s t ã o

c o m e m o r a n d o o s e u

9 . ° a n i v e r s á r i o

No passado dia 1, jantar no « C a p o e ir a » , entre os associados, durante o qual foi servido um Cartaxo de Honra ao simpatizante do grupo; no dia 6 , realizou-se um bodo a 80 pobres da fre­guesia ; no domingo 13, dis­tribuição de vestuário e cal­çado a 20 crianças suas pro­tegidas, seguindo-se uma refeição às mesmas; no pas: sado domingo, 20, uma ses­são solene, a que presidiu o representante da junta de

(C ontinua n a p á g in a 4)

k Sociedade Instrução Musical e Escolar Cruz

Quebradense,elegeu os seus novos Corpos Gerentes pereo anodel958

A ssem b leia G era l

Presidente, Dr. António do Valle Domingues; 1.° Secretário, Levy Nunes Gomes; 2.° Secretário, Ani- ceto Assunção Barbosa.

D irecção

Presidente, Jo rg e Nunes Roch» de Alm eida; Vice-Presidente, José Ullan Cebrian; 1.” Secretário, José Carlos da Silva C ru z ; 2 ° Secretá­rio, Edmundo Alves; Tèsoureiroi Alfredo Francisco Marinho.

C onselho F isca l

Presidente, Amaro Nunes da Costa; S e c r e t á r i o , José Victor Contrim A lbuquerque; Relator? António Eduardo Maximiano dr* Santos.

Secção E sco la r

Carlos Sousa Fernandes, LeV.’' Nunes Gomes, e Firm ino Neve* Sequeira.

Secção D esportiva

António Ernesto Garrido, J° s Gomes, Fernando António Mar' ques, e Manuel Antunes Pereir*1

D eleg a d o s à Federação

Efectivo, Eugênio Ribeiro Nu" nes; Suplente, Horácio Ferreir*1

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Foi aprovado um voto de mui10 agradecimento à Imprensa e Rá“l0, destacando «A Província», Pe,* | propaganda em prol do «Recrel e Desporto».