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EXERCÍCIO 13: tipos textuais, estrutura do texto argumentativo, editorial, artigo de opinião, classificação de orações, produção de parágrafo argumentativo, conjunções – valores sintáticos e semânticos, pontuação – usos da vírgula, acentuação gráfica, pronomes relativos. TEXTO I ONDA INCENDIÁRIA 28/01/2014 03h00 A depredação de patrimônio público ou privado, a título de protesto contra os mais variados problemas, tem se transformado numa perigosa e inaceitável rotina no cotidiano nacional. Se o direito de manifestação e de reunião é assegurado pela Constituição, nem por isso pode ser exercido de maneira irrestrita. Os atos devem ser pacíficos e, como é óbvio e desnecessário dizer 1 , seus participantes não são autorizados a praticar crimes de nenhuma natureza 2 . Alguns manifestantes, todavia, parecem se esquecer das regras básicas de civilidade 4 . Neste sábado, em São Paulo, um Fusca foi incendiado e terminou destruído 5 . Ainda que o episódio tenha sido acidental, como se afirma, por pouco não resultou em tragédia, já que cinco pessoas estavam no automóvel. A piromania, porém, não é nova. Propaga-se, na periferia paulistana, uma onda de incêndios de ônibus municipais. Até sexta-feira, 21 veículos haviam sido queimados neste mês. O número equivale ao total de casos registrados no primeiro semestre de 2013. Os ataques se dão em meio a protestos relativos a temas diversos, de enchentes ao desaparecimento de crianças. Os principais prejudicados, além das empresas de ônibus, são os usuários de transporte público, pois perdas e substituições elevam o custo do sistema. Estima-se que o prejuízo já alcance R$ 8,5 milhões neste ano. Apesar da recorrência do fenômeno, pouco se caminhou no sentido de identificar os responsáveis e submetê-los aos ritos legais. A Secretaria da Segurança Pública organizou, no final de 2013, reuniões com representantes do setor de transportes, mas ainda não se sabe quais serão as providências. É evidente que tais agressões não cessarão sem que as autoridades tomem as medidas necessárias para reprimi-las. As polícias, por seu turno, têm notórias dificuldades para lidar com os protestos que se disseminam pelo país. Como esta Folha vem reiterando desde o ano passado, a corporação oscila entre o abuso da força e a omissão diante dos vândalos, dois extremos incompatíveis com sua missão. Neste sábado, em São Paulo, um policial baleou um manifestante, que está internado num hospital. Mesmo que em alegada legítima defesa, a reação parece desproporcional. O caso está por ser

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EXERCÍCIO 13: tipos textuais, estrutura do texto argumentativo, editorial, artigo de opinião, classificação

de orações, produção de parágrafo argumentativo, conjunções – valores sintáticos e semânticos,

pontuação – usos da vírgula, acentuação gráfica, pronomes relativos.

TEXTO I

ONDA INCENDIÁRIA

28/01/2014 03h00

A depredação de patrimônio público ou privado, a título de protesto contra os mais variados

problemas, tem se transformado numa perigosa e inaceitável rotina no cotidiano nacional.

Se o direito de manifestação e de reunião é assegurado pela Constituição, nem por isso pode ser

exercido de maneira irrestrita. Os atos devem ser pacíficos e, como é óbvio e desnecessário dizer1, seus

participantes não são autorizados a praticar crimes de nenhuma natureza2.

Alguns manifestantes, todavia, parecem se esquecer das regras básicas de civilidade4. Neste

sábado, em São Paulo, um Fusca foi incendiado e terminou destruído5. Ainda que o episódio tenha sido

acidental, como se afirma, por pouco não resultou em tragédia, já que cinco pessoas estavam no

automóvel.

A piromania, porém, não é nova. Propaga-se, na periferia paulistana, uma onda de incêndios de

ônibus municipais. Até sexta-feira, 21 veículos haviam sido queimados neste mês. O número equivale ao

total de casos registrados no primeiro semestre de 2013.

Os ataques se dão em meio a protestos relativos a temas diversos, de enchentes ao

desaparecimento de crianças. Os principais prejudicados, além das empresas de ônibus, são os usuários

de transporte público, pois perdas e substituições elevam o custo do sistema.

Estima-se que o prejuízo já alcance R$ 8,5 milhões neste ano. Apesar da recorrência do fenômeno,

pouco se caminhou no sentido de identificar os responsáveis e submetê-los aos ritos legais.

A Secretaria da Segurança Pública organizou, no final de 2013, reuniões com representantes do

setor de transportes, mas ainda não se sabe quais serão as providências. É evidente que tais agressões

não cessarão sem que as autoridades tomem as medidas necessárias para reprimi-las.

As polícias, por seu turno, têm notórias dificuldades para lidar com os protestos que se

disseminam pelo país. Como esta Folha vem reiterando desde o ano passado, a corporação oscila entre o

abuso da força e a omissão diante dos vândalos, dois extremos incompatíveis com sua missão.

Neste sábado, em São Paulo, um policial baleou um manifestante, que está internado num

hospital. Mesmo que em alegada legítima defesa, a reação parece desproporcional. O caso está por ser

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esclarecido, mas o uso de arma de fogo, de todo modo, não é recomendável na patrulha de atos públicos.

Nenhuma hipótese, contudo, isenta a polícia, enquanto instituição, de merecidas críticas em

relação ao despreparo que tem demonstrado nessas ocasiões, bem como à truculência com que age.

É urgente mudar esse padrão. A polícia tem de coibir atos de vandalismo incompatíveis com o

convívio democrático, mas não pode reproduzir excessos que busca repelir. Os episódios de sábado são

um perigoso sinal de alerta.

http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/01/1403763-editorial-onda-incendiaria.shtml. Acesso em 20 jan. 2014.

1ª questão

Identificar elementos estruturais de cada gênero.

INDIQUE o gênero do texto em estudo e JUSTIFIQUE sua resposta apresentando 3 elementos estruturais,

aspectos formais e a linguagem inerentes ao gênero indicado.

2ª questão

Habilidade: identificar os elementos que caracterizam o texto argumentativo.

IDENTIFIQUE a tese enunciada e INDIQUE duas estratégias argumentativas de que se vale o autor.

3ª questão

Identificar elementos que caracterizam o texto narrativo

A- EXPLIQUE se o texto em estudo tem traços da tipologia narrativa

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B- PRODUZA, a partir do tema abordado, um parágrafo narrativo.

4ª questão

Avaliar propriedade da seleção de sinais de pontuação

A- EXPLIQUE se as vírgulas presentes no excerto são de uso obrigatório e INDIQUE o efeito que decorre

desse uso.

“Propaga-se, na periferia paulistana, uma onda de incêndios de ônibus municipais.”

B- JUSTIFIQUE o uso da vírgula no período a seguir.

“A piromania, porém, não é nova.”

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C- EXPLIQUE se é possível inserir uma vírgula no local indicado pela seta, sem subverter as normas da

gramática.

“Estima-se que o prejuízo já alcance R$ 8,5 milhões neste ano.”

D- EXPLIQUE a alteração de sentido que decorrerá do uso da vírgula para separar a oração sublinhada.

“As polícias, por seu turno, têm notórias dificuldades para lidar com os protestos que se disseminam

pelo país.”

5ª questão

Avaliar a adequação de recursos lexicais e gramaticais de coesão em um texto ou sequência textual

“Alguns manifestantes, todavia, parecem se esquecer das regras básicas de civilidade. Neste

sábado, em São Paulo, um Fusca foi incendiado e terminou destruído. Ainda que o episódio

tenha sido acidental, como se afirma, por pouco não resultou em tragédia, já que cinco pessoas

estavam no automóvel.

A piromania, porém, não é nova. Propaga-se, na periferia paulistana, uma onda de incêndios de

ônibus municipais.”

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A- INDIQUE o valor semântico das palavras emolduradas e EXPLIQUE se foram adequadamente utilizadas,

tendo em vista o contexto enunciativo em que se encontram.

B- EXPLIQUE se as duas palavras sublinhadas marcam uma mesma relação de sentido.

6ª questão

Habilidade: operar convenções gráficas.

JUSTIFIQUE, com regra completa, a acentuação nas palavras em destaque.

As polícias, por seu turno, têm notórias dificuldades para lidar com os protestos que se disseminam

pelo país.

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7ª questão

Inferir a partir de informações implícitas ou explícitas

A Secretaria da Segurança Pública organizou, no final de 2013, reuniões com representantes do

setor de transportes, mas ainda não se sabe quais serão as providências. É evidente que tais agressões

não cessarão sem que as autoridades tomem as medidas necessárias para reprimi-las.

CONSIDERE a parte sublinhada para JUSTIFICAR o uso da conjunção em destaque.

8ª questão

Reconhecer em um texto marcas política, religiosa, ideológica ou de interesses econômicos de produtos

“Estima-se que o prejuízo já alcance R$ 8,5 milhões neste ano. Apesar da recorrência do

fenômeno, pouco se caminhou no sentido de identificar os responsáveis e submetê-los aos ritos

legais.”

EXPLICITE o ponto de vista que se infere a partir de cada uma das palavras em destaque, no contexto

enunciativo em que se encontram.

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9ª questão

Reconhecer e operar com relações morfossintáticas.

CLASSIFIQUE as orações sublinhadas e numeradas no texto.

TEXTO II

27/01/2014 17h02 - Atualizado em 27/01/2014 21h04

'POLÍCIA AGIU CORRETAMENTE', DIZ GRELLA SOBRE JOVEM BALEADO DURANTE PROTESTO

Secretário da Segurança comentou ação da PM durante manifestação.

'Tem que agir quando há quebra da ordem', defendeu nesta segunda.

O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira, disse nesta segunda-feira (27)

que “a polícia agiu corretamente” na ação que terminou com o estoquista Fabrício Proteus Chaves, de 22 anos,

baleado durante protesto neste sábado (25) no Centro de São Paulo. “A polícia tem que agir quando há quebra

da ordem”, afirmou o secretário.

Grella disse que o jovem não era um manifestante. "Não acho que seja manifestante quem anda com

estilete, com materiais supostamente explosivos, com bolinhas de gude. Não acho que sejam pessoas dadas a

manifestações”, declarou.

“As imagens são de uma agressão que, em tese, justificaria a legítima defesa. Esses fato e outros

individuais evidentemente que serão apurados”, completou Grella. A polícia diz que o jovem carregava um

artefato que aparentava ser explosivo, mas que apenas durante as investigações poderá ser concluído o que é o

objeto.

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Segundo a versão da PM, Fabrício foi baleado após tentar atingir com um estilete um policial na Rua

Sabará, em Higienópolis, na altura no número 100.

Nota da secretaria divulgada no fim de semana afirmava que Chaves é adepto da tática black bloc. "No

último sábado, o black bloc resistiu à abordagem, fugiu e atacou um policial", relata o texto.

O secretário afirmou que o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) irá cruzar dados

para determinar se o jovem é adepto da prática. De acordo com o delegado Luciano Pires, do 4° Distrito Policial,

responsável pela investigação do caso, o jovem recebeu um tiro de cada policial.

Irmão nega 'black bloc'

O irmão dele, o auxiliar de escritório Gabriel Chaves, de 24 anos, negou que o ferido seja adepto da

prática. “Ele ia *a protestos+, mas ia pacificamente. Eu também ia com ele. Um monte de amigos meus também

[iam]. Nunca teve nenhum problema. Se você vir no vídeo, ele estava com roupa branca. Quem tem mais roupa

preta sou eu, mas a gente não participava do Black Bloc, nada assim”, afirmou. Segundo Gabriel, ele também

não costumava usar máscaras durante os protestos.

O irmão confirma que ele tinha um estilete, mas para usar no trabalho. “Ele usa, mas é por causa do

serviço dele. É desses escolares. É pequeno até. Ele pega a caixa e tem que cortar”, contou.

De acordo com a Santa Casa, onde Fabrício está internado, ele tomou dois tiros. Um deles atingiu o tórax,

provocando hemorragia interna, e o outro, a base do pênis. Ele perdeu um testículo e passou por cirurgia. Nesta

segunda, ele saiu do coma induzido, permaneceu sedado, mas não precisa da ajuda de aparelhos para respirar.

Até a noite deste domingo, havia PMs fazendo escolta do jovem no hospital, mas não há mais policiais nesta

segunda

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Manifestações

Fabrício trabalha como estoquista nos Armarinhos Fernando e pretende prestar vestibular para

engenharia mecânica. No Facebook, Fabrício acompanha dois grupos de black blocs e também outras

comunidades de protesto em São Paulo. De família evangélica, Fabrício faz parte ainda de grupos cristãos e

comunidades de arte de rua.

A família está chocada com o ocorrido, segundo o irmão. “Eu não vi direito essas imagens *transmitidas

pela TV]. Estava voltando para casa e acabei vendo. É chocante. Eu comecei a chorar na rua. Minha mãe ainda

nem veio ao hospital. Está em choque”, disse Gabriel, enquanto aguardava o horário de visitas em frente ao

hospital.

O auxiliar de escritório disse ter ficado sabendo do incidente envolvendo o irmão na manhã de domingo

(26). “Alguém da imprensa entrou em contato com a gente. Ele deu entrada como desconhecido”, disse. “Nós

somos muito ligados. Essa noite nem consegui dormir. Dormimos no mesmo quarto”, afirmou Gabriel, que não

quis falar o bairro onde mora por medo de represálias.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/01/policia-agiu-corretamente-diz-grella-sobre-jovem-baleado-durante-protesto.html Acesso em

28 jan. 2014.

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10ª questão

Habilidade: comparar textos que falem de um mesmo tema quanto ao tratamento desse tema.

COMPARE o ponto de vista enunciado em relação à polícia de São Paulo no TEXTO I com o que se enuncia

no TEXTO II.

11ª questão

Habilidade: produzir textos considerando interlocutores, o gênero textual, o suporte, a variedade linguística e o objetivo

comunicativo.

PRODUZA um artigo de opinião, a ser publicado na Folha de São Paulo, posicionando-se em relação à ação

da polícia paulistana no episódio em foco.

12ª questão

Habilidade: identificar estratégias de metalinguagem em um texto.

EXPLICITE:

A- a intensão discursiva que determinou a inserção do mapa que se encontra ao final do TEXTO II.

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B- o efeito discursivo que pode decorrer dessa estratégia.

13ª questão

Habilidade: relacionar imagens a informações verbais explícitas em um texto.

JUSTIFIQUE, com base na leitura do texto II e na parte verbal do mapa que o ilustra, o uso do vermelho nos

pontos 3 e 6 do mapa.

TEXTO III

COMIDA

Titãs

Bebida é água!

Comida é pasto!

Você tem sede de quê?

Você tem fome de quê?

A gente não quer só comida

A gente quer comida

Diversão e arte

A gente não quer só comida

A gente quer saída

Para qualquer parte

A gente não quer só comida

A gente quer bebida

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Diversão, balé

A gente não quer só comida

A gente quer a vida

Como a vida quer

Bebida é água!

Comida é pasto!

Você tem sede de quê?

Você tem fome de quê?

A gente não quer só comer

A gente quer comer

E quer fazer amor

A gente não quer só comer

A gente quer prazer

Pra aliviar a dor

A gente não quer

Só dinheiro

A gente quer dinheiro

E felicidade

A gente não quer

Só dinheiro

A gente quer inteiro

E não pela metade

Bebida é água!

Comida é pasto!

Você tem sede de quê?

Você tem fome de quê?

A gente não quer só comida

A gente quer comida

Diversão e arte

A gente não quer só comida

A gente quer saída

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Para qualquer parte

A gente não quer só comida

A gente quer bebida

Diversão, balé

A gente não quer só comida

A gente quer a vida

Como a vida quer

A gente não quer só comer

A gente quer comer

E quer fazer amor

A gente não quer só comer

A gente quer prazer

Pra aliviar a dor

A gente não quer

Só dinheiro

A gente quer dinheiro

E felicidade

A gente não quer

Só dinheiro

A gente quer inteiro

E não pela metade

Diversão e arte

Para qualquer parte

Diversão, balé

Como a vida quer

Desejo, necessidade, vontade

Necessidade, desejo, eh!

Necessidade, vontade, eh!

Necessidade

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TEXTO IV

Black bloc (do inglês black, negro; bloc, agrupamento de pessoas para uma ação conjunta ou

propósito comum, diferentemente deblock: bloco sólido de matéria inerte) é o nome dado a

uma tática de ação direta, de corte anarquista, empreendida por grupos de afinidade1 2 que se reúnem,

mascarados e vestidos de preto, para protestar em manifestações de rua, utilizando-se da propaganda

pela ação para desafiar o establishment e as forças da ordem. Black bloc é basicamente uma estrutura

efêmera, informal, não hierárquica e descentralizada. Unidos, seus integrantes adquirem força suficiente

para confrontar a polícia, bem como atacar e destruir propriedades privadas.

As roupas e máscaras pretas - que dão nome à tática e, por extensão, também aos grupos que dela

se utilizam - visam garantir o anonimato dos indivíduos participantes, caracterizando-os, em conjunto,

como um único e imenso bloco.

Os black blocs, à diferença de outros grupos anticapitalistas, realizam ataques diretos

à propriedade privada, como forma de chamar a atenção para sua oposição ao que consideram símbolos

do capitalismo, às corporações multinacionais e aos governos que as apoiam. Um exemplo desse tipo de

ação foi a destruição das fachadas de lojas e escritórios do McDonald's, da Starbucks, da Fidelity

Investments e outras instalações de grandes empresas no centro de Seattle, em 1999, durante as

manifestações contra a conferência de ministros de países integrantes da Organização Mundial do

Comércio (OMC)

Identidade[editar | editar código-fonte]

Segundo o entendimento difundido principalmente pelas grandes redes comerciais

de comunicação de massa, black bloc seria uma organização internacional.4 Outros afirmam que black

bloc não é uma organização mas uma tática utilizada por vários grupos anticapitalistas, que não mantêm

muitas conexões entre si.5 Pode haver vários grupos black bloc dentro de uma única manifestação, com

diferentes formas e táticas.5 Na mesma manifestação, podem formar-se diversos blocos negros, com

diferentes objetivos e táticas. Esses blocos podem até mesmo entrar em confronto entre si, a exemplo do

que ocorreu nos protestos contra o G8, em Gênova (2001)6 e Québec (2007), quando policiais se

infiltraram no black bloc.7

O black bloc geralmente é formado por anarquistas e integrantes de movimentos afins

(anticapitalismo e anti-globalização), que se juntam para determinada ação de protesto. O objetivo pode

variar em cada caso, mas, em termos gerais, trata-se de expressar solidariedade diante da ação

repressiva do Estado e de veicular uma crítica, segundo a perspectiva anarquista, acerca do objeto do

protesto no momento.8

Alguns também consideram um equívoco considerar o bloc como violento. Para John

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Zerzan (teórico anarquista considerado como uma espécie de ideólogo dos movimentos demultidão)

no documentário Surplus,9 não se pode falar em violência contra objetos: não se violenta uma mesa,

cadeira ou vidraça. Segundo Zerzan, a violência só pode ser exercida contra outros seres vivos, coisa que

não acontece com o black bloc. "Veteranos" do bloco confirmam essa visão: "Não somos violentos, jamais

atacamos pessoas (...) Não é violência destruir os símbolos do capitalismo selvagem, da exploração,

da globalização". Esses símbolos seriam lojas, caixas automáticos, carros de luxo. Os blocs nunca andam

armados. Objetos simples, muitas vezes encontrados pelo caminho (pedras, extintores de incêndio, placas

de trânsito, vergalhões de aço encontrados em canteiros de obras), são transformados em armas

improvisadas. O importante, para o sucesso da tática, é ser imprevisível, incontrolável e visível apenas no

breve momento da ação, graças à inconfundível máscara e às roupas pretas.6

História[editar | editar código-fonte]

O black bloc surgiu na Alemanha, na década de 1980, como uma tática utilizada

por autonomistas e anarquistas para defenderem os squats(ocupações) e as universidades contra a ação

da polícia e os ataques de grupos nazistas e fascistas.10 A expressão Schwarzer Block nasce nessa época.

Era utilizada pela polícia alemã para identificar os Autonomen (similares aos Autonomi italianos, que se

situavam na área daesquerda extraparlamentar, mas com uma substancial diferença quanto ao uso de

táticas violentas 11 ) que, durante as manifestações e passeatas antinucleares e em favor da Rote Armee

Fraktion, geralmente usavam roupas e máscaras negras para que o conjunto dos manifestantes formasse

uma massa compacta e bem identificável, seja para parecerem numericamente superiores, seja para

atraírem a solidariedade e a ajuda de outros grupos ideologicamente afins, durante as manifestações. As

máscaras e os gorros ou capacetes têm a função de proteger os membros do grupo e ao mesmo tempo

impedir a identificação dos participantes, por parte da polícia.

A mesma denominação foi posteriormente utilizada em inglês - Black Bloc - nos Estados Unidos,

durante as manifestações contra o Pentágono (1988) e durante os protestos contra a Primeira Guerra do

Golfo (1991). Outras aparições significativas dos black bloc ocorreram em Seattle (30 de novembro a 4 de

dezembro de 1999) durante as manifestações contra a conferência de ministros dos países membros

daOMC, em Praga (26 a 28 de setembro de 1999), quando a cidade foi ocupada durante a reunião dos

países membros do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial. O black bloc também apareceu

em Gotemburgo (14 e 15 de junho de 2001) nas manifestações contra oConselho Europeu.12 Em Gênova

(20 de julho de 2001), durante a cúpula do G8, as manifestações destruíram partes da capital da Ligúria.

Na época, houve suspeitas de que provocadores estivessem infiltrados no black bloc, atuando em

cumplicidade com a polícia.13 Mais tarde, ficou claro que havia policiais infiltrados nos grupos. Além disso,

os black bloc foram criticados por outros ativistas, por provocarem uma violenta reação da polícia, o que,

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além de inviabilizar as manifestações pacíficas de diferentes organizações, resultou na morte do

jovemCarlo Giuliani, por um policial.14 15 16 Em Québec (20 de abril de 2007) durante a cúpula das

Américas, integrantes do black bloc destruíram as redes metálicas que protegiam o local da reunião. Tais

redes haviam sido definidas pelos manifestantes como o muro da vergonha. Em 2009, a City, o centro

financeiro de Londres, foi transformada em praça de guerra durante os protestos contra a reunião do G-

20. A tropa de choque tentou dispersar os manifestantes, e um homem acabou morto. Em todas as

ocasiões, o padrão das ações do black bloc basicamente se repete. No Rio de Janeiro e em São Paulo, em

2013,17não foi diferente: enfrentaram a polícia com paus e pedras, quebraram vitrines de lojas e bancos

(que consideram símbolos do capitalismo), fizeram barricadas incendiando lixeiras, destruíram veículos

(principalmente carros da polícia).18

Em alguns casos, porém, a reação policial às ações do black bloc pode ser muito mais violenta. Em

Gênova (2001), depois de atirar e passar duas vezes por cima do corpo deCarlo Giuliani com um carro, a

polícia realizou, na noite de 20 para 21 de julho, um ataque ao complexo de escolas A. Diaz. No local,

funcionavam a coordenação do Genoa Social Forum ("Fórum Social de Gênova") e a sala de imprensa

da Indymedia, além de um dormitório improvisado. O motivo da invasão teria sido a suspeita de que lá

haveria participantes do black bloc. Na sequência, os policiais passaram a espancar indistintamente todas

as pessoas se encontravam no prédio. Ao final, 61 pessoas foram feridas e levadas a hospitais, três das

quais em estado grave e uma (o jornalista britânico Mark Covell) em estado de coma; 93 foram presas e,

dentro das instalações da polícia, continuaram a maus-tratos. Relatos publicados pela imprensa da época

descreveram o episódio como um massacre.19 Posteriormente, 125 policiais foram indiciados pelas

agressões. 20 21 22 23 24 A invasão da escola foi tema do filme Diaz - Don't Clean Up This Blood (em

português, Diaz - Não limpe esse sangue), de Daniele Vicari.25

Referências

1. Ir para cima↑ O Black Bloc e a resposta à violência policial. O Black Bloc não é uma organização e sim uma forma de

protesto estética baseada na depredação dos símbolos do estado e do capitalismo. Por André Takahashi. Carta Capital,

31 de julho de 2013.

2. Ir para cima↑ Peasant Revolt’ - N30 Black Bloc Communique. ACME Collective (A communique from one section of the

Black Bloc: N30 in Seattle). In VAN DEUSEN, David; MASSOT, Xaviar (ed.). The Black Bloc Papers - An Anthology of

Primary Texts From The North American Anarchist Black Bloc 1988-2005. The Battle of Seattle Through The Anti-War

Movement, p.42

3. Ir para cima↑ Infoshop.org Autonomia and the Origin of the Black Bloc

4. Ir para cima↑ A agência Reuters se referiu a "algo em torno de 2.000 militantes conhecidos como o 'black block'

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[sic]". "German organizers condemn violence at anti-G8 demos". Reuters, 3 de junho de 2007.

5. ↑ Ir para:a

b K, 2001, "Being black block". In On Fire: The Battle of Genoa and the Anti-capitalist movement, p. 31-5.

London: One Off Press, 2001.

6. ↑ Ir para:a

b Strana violenza: se il potere ha paura, scatena i black bloc

7. Ir para cima↑ Manifestazione in Québec, agosto 2007

8. Ir para cima↑ Black Blocs for Dummies

9. Ir para cima↑ Surplus: Terrorized Into Being Consumers, documentário de Erik Gandini (2003). Disponível com

legendas em português em youtube.com/watch?v=YbpmWeymWWw#t=12

10. Ir para cima↑ Black Bloc: "Fazemos o que os outros não têm coragem de fazer". Fórum, 20 de agosto de 2013.

11. Ir para cima↑ German autonomen: morality police Louis Proyect: The Unrepentant Marxist.

12. Ir para cima↑ Gothenburg Riots: An Eye witness Reports

13. Ir para cima↑ A ordem liberal e a baixaria. A manobra do governo italiano, permitindo que fossem devastados bairros

inteiros de Gênova, visava a responsabilizar pela violência centenas de organizações não violentas. A tentativa

fracassou, mas o preço foi alto: um morto e 600 feridos... Por Susan George. Biblioteca Diplô, agosto de 2001

14. Ir para cima↑ Fórum Social pede suspensão da cúpula devido à morte do ativista; número de prisões chega a 69. De

luto, 70 mil protestam contra o G-8. Por Leonardo Cruz. Folha de S. Paulo, 22 de julho de 2001.

15. Ir para cima↑ A Personal Account of the G8 Demonstrations in Genoa July 2001

16. Ir para cima↑ GENOVA G8: Há 10 anos, o mundo assistia ao "inferno". Radio Italiana.

17. Ir para cima↑ O Black Bloc está na rua. Nem grupo nem movimento, essa tática de guerrilha urbana anticapitalista

pegou carona nos protestos atuais. Como esse fenômeno pode impactar o Brasil. Por Piero Locatelli e Willian

Vieira. Carta Capital, 21 de agosto de 2013.

18. Ir para cima↑ Davos, Londres, Praga, Gotemburgo: protestos explodem no rastro de Seattle. Ação do grupo Black

Bloc foi semelhante ao que acontece agora nos protestos no Brasil. O Globo, 11 de outubro de 2013.

19. Ir para cima↑ G8, Fournier: Sembrava una macelleria. La Repubblica, 13 de junho de 2007.

20. Ir para cima↑ Diaz-choc, l’agente: la polizia si decida a chiedere scusa. Libre idee, 17 de abril de 2012

21. Ir para cima↑ L'incubo della Diaz, botte calci e sangue. ANSA, 10 de julho de 2011.

22. Ir para cima↑ Gênova-G8 - O julgamento dos acontecimentos da Escola Diaz. Mídia independente, 18 de maio de

2006.

23. Ir para cima↑ The Genova G8 Diaz trial - Chilean night. Por Oscar Beard. Indymedia 21 de janeiro de 2006

Page 18: ONDA INCENDIÁRIA - conteudoseducar.com.br · esclarecido, mas o uso de arma de fogo, de todo modo, não é recomendável na patrulha de atos públicos. Nenhuma hipótese, contudo,

24. Ir para cima↑ Guadagnucci: "La giustizia non cancella la vergogna". Il reduce della Diaz: gli arresti dei poliziotti non

riabilitano uno Stato assente. Por Wanda Valli. La Repubblica, 4 de janeiro de 2014

25. Ir para cima↑ Sobre o filme Diaz – Não limpe esse sangue (2012)

http://pt.wikipedia.org/wiki/Black_bloc. Acesso em 28 jan. 2014.

14ª questão

Habilidade: estabelecer relação entre o texto literário e o contexto social e político de sua produção.

ANALISE se o conteúdo do TEXTO III justifica a existência de “black bloc.”

15ª questão

Habilidade: identificar elementos que caracterizam um texto como poético.

EXPLIQUE o que caracteriza o TEXTO III como poético e o II como referencial.