OJORNAL 28/03/2010

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Exemplar de assinante CMYK Páginas A33 e A34 Páginas A29, A30 e A31 A Usina Guaxuma, em Coruripe, recebeu a visita de mestrandos da Ufal para uma discussão sobre mata atlântica, fauna silvestre, gestão ambi- ental e armazenagem de resíduos sólidos e líquidos. Página A17 Marco Antônio Marco Antônio R$ 2,00 Esportes L L JORNA O JORNA O ALAGOAS Maceió, domingo, 28 de março de 2010 | Ano XVI | Nº 99 | www.ojornalweb.com | Aumenta o desemprego em Alagoas Situação só não foi pior por causa das obras do Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Lula APICULTURA Produzir mel é alternativa para geração de renda Dois Camila Morgado, a Malu de Viver a Vida, mostra que, além de sexy, pode ser engraçada O JORNAL conversou com especialistas, colecionadores, cordelistas populares e universitários para responder a essa pergunta: o cor- del é uma arte viva ou em extinção? Páginas B1, B4 e B5 TV CPI vai ouvir SDS sobre o sumiço de crianças ASA e Coruripe medem forças em Palmeira Página A4 Páginas A18, A19 e A20 Homicídios ocorridos à noite ficam sem perícia técnica

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AUsina Guaxuma, em Coruripe, recebeu a visita de mestrandos da Ufalpara uma discussão sobre mata atlântica, fauna silvestre, gestão ambi-

ental e armazenagem de resíduos sólidos e líquidos. Página A17

Marco Antônio Marco Antônio

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Aumenta o desemprego em AlagoasSituação só não foi pior por causa das obras do Programa de Aceleração do Crescimento, do Governo Lula

APICULTURA

Produzir melé alternativapara geração

de renda

Dois

Camila Morgado,

a Malu de Viver a

Vida, mostra que,

além de sexy, pode

ser engraçada

OJORNAL conversou com especialistas, colecionadores, cordelistaspopulares e universitários para responder a essa pergunta: o cor-

del é uma arte viva ou em extinção? Páginas B1, B4 e B5

TV

CPI vai ouvir SDS sobreo sumiço de crianças

ASA e Coruripe medem forças em Palmeira

Página A4 Páginas A18, A19 e A20

Homicídios ocorridos à noiteficam sem perícia técnica

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JORNALO JORNALO

Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

OpiniãoO Big Brother 10 virou um show na TV aberta.

Duramente criticado pela sua falta de conteúdo, oprograma atual subverteu a ordem e bateu recordesde audiência. A premiação milionária, o número depresentes, a guerra de egos e diferenças sexuais, alémdo que a disputa fratricida guinou o espetáculo anúmeros incríveis e que não eram esperados pelaemissora.

Ou seja, na terça-feira, ao seu final, o faturamen-to publicitário deve ser elevadíssimo devido ao gran-de número de televisores que devem estar ligados noBig Brother, sem contar a Internet, vale salientar.

A estratégia da Rede Globo em popularizar aparticipação foi o diferencial desta edição. Até entãoo BBB registrava uma tendência de queda naaudiência – o que apontava até mesmo para o fim docontrato com a Endemol, como chegou a ser cogita-do.

No entanto, a percepção dos diretores do progra-ma, que nos últimos anos vinham optando pormulheres esculturais e homens que trabalharamcomo modelos, foi fundamental para esse giro tático.No final, quem acertou lucrou institucionalmente efinanceiramente.

Resumindo: tem o lado inútil de ficar vendo ecuidando da vida dos outros, aliás, decidindo, gas-tando tempo e dinheiro e acompanhando diariamen-te o que fazem os participantes.

Há pessoas que até mesmo se emocionam com asações de dentro da casa. Por outro lado, principal-mente para quem estuda ou analisa o comportamen-to humano, o BBB é interessante. Mostra como con-vivem aqueles que aceitam interagir com pessoasque nunca viram na vida, ao mesmo tempo em quese isolam do mundo e ficam vivendo com poucasinformações da realidade.

Esta edição termina de forma muito interessan-te, pois mostra o íntimo do ser humano, na luta porcomida, por dinheiro, conflitos existenciais pessoaise coletivos. Para os que gostam, é a melhor de todasas edições; afinal, mostra como os seres humanos secomportam quando alguma coisa está em jogo.

Para quem não gosta, é o auge da falta de cultu-ra e conhecimento na nossa sociedade. Uma provafoi a idiotice declarada por um dos favoritos que che-gou a dizer que a Aids apenas existia entre homosse-xuais, quando, cada vez mais, mulheres casadas con-traem o vírus.

Dois lados do BBB

Ponto de vista

San

A humanidade encontra-se em estado de pro-fundas mudanças sociais, econômicas identidadesreligiosas e organizações. No turbilhão das trans-formações vulcânicas, o indivíduo é atingido emseu ser e em seu espaço social. Frente aos ataques,promovidos em nível estrutural e ou pessoal, oímpeto imediato é dar respostas à altura do impac-to provocado.

As crises são vistas pela sociedade ocidental,como algo negativo. Ao contrário, dêem ser trata-das com prudência e inteligência. Frentes as ques-tões suscitadas, é o silêncio que deve ajudar na des-coberta e identificação das motivações mais profun-das que possibilitaram o seu surgimento.

Silenciar frente ao bombardeio midiático ou degrupos, não significa omitir-se, mas olhar para den-tro, procurar as razões e buscar conhecer os reaisinteresses religiosos, políticos, econômicos e pes-soais envolvidos.

O bombardeio midiático referente à sexualida-de dos membros da hierarquia da Igreja, acusadosda prática de pedofilia, de homossexualismo e derelações heterossexuais, reflete questões mais pro-fundas. Do ponto de vista do senso comum, sur-gem as explicações e possíveis soluções. Nessaperspectiva, a causa estaria no celibato, e, portanto,com o fim da disciplina os problemas estariam

resolvidos. A causa é tão leviana e superficial quan-to à solução proposta.

Os mesmos casos ocorrem com grande intensi-dade dentro de outras instituições e segmentoshumanos, a exemplo das famílias e das religiõesque não exigem a renúncia do casamento aos seuspastores. Ainda mais, no calor dos fatos, emergemmoralismos e justificativas, a exemplo de que Igrejapreserva a obrigatoriedade do celibato por motivoseconômicos. Todas elas ficam na superficialidade enão identificam as causas mais profundas.

O modelo ideal de sociedade anunciado e pre-gado pela Igreja, ocorre uma profunda e incomen-surável distância entre o ideal e a realidade. Como ouniverso não se encaixa no modelo de uma únicasociedade, por sua diversidade cultural, precisa quesejam superados a cosmovisão monocultural e seusmétodos. O que não significa renunciar à utopia doReino, que seria deixar de cumprir a tarefa essencialque lhe foi confiada. Mas crise está em confundir asociedade ocidental com o Reino de Deus.

Semelhante devem ser a análise e atitude pessoalfrente aos problemas: buscar conhecer as causas esuas motivações. É o momento da purificação e cons-trução de novas relações humanas e com a natureza.

“O silêncio é um momento em que a criatura secala, mas o espírito fala...” (Autor desconhecido).

“Silenciar frente ao bombardeio midiáticoou de grupos, não significa omitir-se”

Jorge VieiraJornalista

O silêncio fala mais alto

No que diz respeito às competências, enquanto diversidade depoder-dever de que se servem os órgãos estatais para realizar suasfunções ou “faculdade juridicamente atribuída a uma entidade, ou aum órgão ou agente do Poder Público para emitir decisões”.Estabeleceu a Constituição Federal, em razão da denominada autono-mia da União, Estados-membros e Municípios, dois grandes grupos. -A Competência material: Exclusiva, atribuída a uma entidade comexclusão das demais; Comum cumulativa ou paralela que consistenum campo de atuação comum as várias entidades, sem que o exercí-cio de uma venha a excluir a competência de outra, que pode assimser exercida cumulativamente. Significa a possibilidade de praticarcertos atos, em determinada esfera, juntamente e em pé de igualdade.Já a Competência Legislativa é Exclusiva, atribuída a uma entidadecom exclusão das demais; Privativa enumerada como própria de umaentidade, com possibilidade, no entanto, de delegação e competênciasuplementar. Difere da exclusiva, na medida em que esta é indelegá-vel, já que não admite suplementariedade nem delegação;Concorrente, conceito que compreende dois elementos, a saber, possi-bilidade de disposição sobre o mesmo assunto ou matéria por mais deuma entidade federativa, bem como primazia da União no que tangea normas gerais; Suplementar, vinculada à competência concorrente,significando o poder de formular normas que desdobrem o conteúdode princípios e normas gerais ou que supram à ausência ou omissãodestas.

Ao estruturar a Política Nacional do Meio Ambiente, com base naCarta Magna, a Lei nº. 6.938/81, modificada pela Lei nº. 8.028/90, pre-tendeu estabelecer critério de proteção do meio ambiente adaptado àchamada competência material comum, ou seja, proteção ambientaladstrita a normas que conferem deveres aos entes da Federação.

A orientação constitucional, portanto, é estabelecer competênciascomuns a todos os entes da Federação brasileira, União, Estados,Distrito Federal e Municípios.

Em analise sucinta de cada uma das repartições de competênciasambientais, estaríamos na verdade diante de “uma única matéria quetem, por assim dizer, várias facetas relevantes, acerca dos qual o trata-mento não é idêntico, mas sistemático. Em função da própria nature-za do meio ambiente nem seria conveniente um tratamento únicopara aspectos tão distintos”. No entanto, quando da interpretação danorma para aplicação em caso concreto é necessário ter atenção para ocritério de colaboração entre os entes da federação.

Alder Flores

Alder Flores, advogado, químico, esp. em Direito, Engenharia eGestão Ambiental, auditor Ambiental

Cartas à Redação: [email protected]

“É necessário ter atençãopara o critério de colaboraçãoentre os entes da federação”

A competência paralicenciamento

Marcial LimaProfessor

Compromissopúblico

“Programas deEstado não sefundamentamem ações decurto prazo”.

REPRESENTANTE NACIONAL

SSÃÃOO PPAAUULLOO:: (11) 2178-8700

RRIIOO DDEE JJAANNEEIIRROO:: (21) 3852-1588

BBRRAASSÍÍLLIIAA:: (61) 3326-3650

RREECCIIFFEE:: (81) 3446-5832

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Em meus textos semanais,evito citar pessoas e a eviden-ciar autores; sou cauteloso aoexpor doutrinas e a louvarideologias com ares dogmáti-cos. Procuro não cair na fulani-zação, reforçando vaidades,gerando discórdias estéreis ouabrindo espaços para guetos,que se retroalimentam; onde,quase sempre, a reflexão éantecipada pela contestação. Otempo me fez notar que, namaioria dos casos, citar nomesseria meramente circunstancial,porque os fatos, mais das ve-zes, se repetem tanto e tantoque se traduzem apenas em di-ferentes personagens compon-do as mesmas histórias. Por ou-tro lado, nós, que atuamos nosegmento cultural, temos tan-tos objetivos comuns e, na es-sência, são tão próximos nossosideais, que sempre defendo ati-tudes mobilizadoras, sugerin-do que identifiquemos o quenos une antes de exaltar nossasdiferenças; transformando es-ses pontos de convergênciasem alavancas que impulsionemnossos desejos.

Nos dois últimos artigos (14e 21/03), evidenciei que algunspré-candidatos ao Governo doEstado já se movimentam naelaboração de seu Programa deGoverno. Louvei a iniciativa,falei de sua importância, obser-vando, no entanto, que muitos,antes elaborados como peça decampanha, foram totalmenteesquecidos nas gestões admi-nistrativas. E talvez por ter de-monstrado conhecimento desseprocesso, fui convidado poruma das coligações, para com-por o grupo encarregado dessetrabalho, na área específica daCultura. Sempre estarei dispos-to a contribuir, desde quandoesses documentos sejam perce-bidos como bens públicos, e co-mo concebo a transparência co-mo um dos principais requisi-tos da democracia, consideroestar cumprindo um direito decidadania ao me posicionardiante da tarefa a que sou con-vidado a participar.

Dessa forma, estou mecomprometendo com um do-cumento pensado dentro daperspectiva de fundamentarProgramas de Estado, não sequedando nas ações de curtís-simos prazos, movidas porinteresses imediatos. Que sejaconceitualmente claro e consis-tente, mas formalizado numaversão preliminar a ser apro-fundada mediante a análise depossibilidades de uma sincro-nia com outras áreas: planeja-mento, educação, turismo, saú-de, ação social, meio ambiente,infraestrutura. Que seja dispo-nibilizado, por um tempodeterminado, para que receba-mos contribuições da socieda-de civil e dos setores envolvi-dos com as expressões artísti-cas; consciente, de igual modo,que a sociedade civil aumenta-rá sua capacidade de mobilizar,formular, propor e cobrarquanto mais organizada for;quanto maior for seu lastro deconsciência coletiva.

“Na verdade esta materialização do imaterialé um esforço da inteligência, na suaânsia de descobrir o sentido das coisas”

João Baptista HerkenhoffLivre-Docente da Universidade Federal do Espírito Santo, pro-fessor pesquisador da Faculdade Estácio de Sá de Vila Velha eescritor / [email protected] / www.jbherkenhoff.com.br

Realizo um sonho. Acabo de publicar um livro de Filosofia do Di-reito. É a primeira obra de autor capixaba nesta área do conhecimento.

São muitos os juristas da terra que escreveram livros de Direito.Obras primorosas foram produzidas e algumas delas granjearam reco-nhecimento nacional. Entretanto, ninguém até agora se aventurara noscaminhos da Filosofia do Direito.

Começo por citar sete livros, de sete autores vivos. São capixabas eresidem no Espírito Santo. Depois virão os autores falecidos. Essa cita-ção tão restrita tem uma razão de ser. O número sete tem todo um sim-bolismo.

Os antropólogos afirmam que o homem da Europa paleolítica jáconhecia o simbolismo desse número que representava o princípio:“três para masculino e quatro para feminino”.

No Oriente, especialmente na cultura judaica, os números não têmapenas um valor linear. Carregam também um valor oculto, que muitoinflui na compreensão da Fé.

Na tradição bíblica, sete representa a perfeição. Ou como quer SantoAgostinho: a perfeição, a amplitude, a integridade, a plenitude, a totali-dade.

Três indica algo que se refere a Deus, na noção do triângulo equilá-tero, que é uma figura geometricamente perfeita. Quatro refere-se a algoque está dentro dos limites do mundo.

Na verdade esta materialização do imaterial é um esforço da inteli-gência, na sua ânsia de descobrir o sentido das coisas. Mas parece que,no final, o que se percebe é que não há uma explicação lógica, racional.Trata-se da linguagem do mistério, do indizível, do inefável. Caracteri-za-se mais pelo silêncio, pelo não expresso, do que pela verbalização.

Toda essa digressão histórica, antropológica, teológica tem a finali-dade de esclarecer que os sete autores aqui mencionados, tanto os vivos,quanto os mortos, representam dezenas de outros. As obras que vamosmencionar pretendem abarcar todo o universo jurídico: Direito Consti-tucional, Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho, DireitoProcessual Civil, Direito Processual Penal, Direito Tributário, Direito doConsumidor (no caso dos autores vivos; dos mortos vamos tratar de-pois).

Evitei citar duas obras situadas no mesmo campo do Direito.Vamos então ao resultado dessa delicada obra de engenharia literá-

ria. Aí vão os sete vivos, pela ordem alfabética: Carlos Henrique BezerraLeite (Curso de Direito Processual do Trabalho); Carlos Simões Fonseca(Sincretismo processual e acesso à Justiça); José Carlos Batista (Aempreitada na indústria da construção civil, o acidente de trabalho e aresponsabilidade civil); Marcelo Abelha (Manual de Direito ProcessualCivil); Marcos Dessaune (Histórias de um Superconsumidor); RicardoCorrêa Dalla (Multas tributárias); Wiliam Silva (Direito Processual PenalVivo).

Vamos agora aos mortos, escolhidos por critério semelhante aoanteriormente colocado, só que aqui a naturalidade capixaba não serácondição para a escolha. Começamos com um capixaba que nasceu emPernambuco: Augusto Emílio Estellita Lins (A Paixão Coletiva – estudojurídico em torno dos crimes de multidão). Seguem-se outros autoresque considero representativos, para completar a restrita lista dos sete:Afonso Cláudio de Freitas Rosa (Direito Romano, em dois volumes);Antônio José Miguel Feu Rosa (Direito Constitucional); Attilio Vivacqua(Separação de Corpos no Direito Brasileiro); Clovis Ramalhete (EstadoEstrangeiro perante a Justiça Nacional); Eurípedes Queiróz do Valle (OTribunal de Justiça do Espírito Santo); Renato José Costa Pacheco (Juiz eMudança Social); Thiers Vellozo (Inconstitucionalidade das LeisImorais).

Os trabalhos publicados dos autores falecidos espraiam-se pelo ter-reno do Direito Penal, Direito Romano, Direito Constitucional, DireitoCivil, Direito Internacional, História do Direito, Sociologia do Direito,Ética, mas nenhum deles está localizado nas balizas da Filosofia doDireito. Mesmo remontando ao passado distante, minha cuidadosabusca concluiu que nosso livro é o primeiro que se debruça, no EspíritoSanto, sobre a reflexão filosófica do Direito. O mais próximo desseconhecimento, vizinho mesmo da Filosofia, é o trabalho de ThiersVellozo, que trata de um tema de Ética.

Já me ocorrera de muito tempo a possibilidade de vir a escrever umlivro de Filosofia do Direito. Era, porém, uma ideia que pairava noinconsciente, sem que tomasse a forma de um efetivo propósito.

Numa das visitas que me fez o amigo e editor Guilherme Zincone, aproposta veio como provocação:

“O senhor deve um livro de Filosofia do Direito à comunidade jurí-dica brasileira. Eu o convido para lançar-se a essa tarefa. Quero ser oeditor desse livro.”

E assim foi. O livro está sendo publicado justamente pela EditoraGZ, do Rio de Janeiro.

Filosofia do Direito

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JORNALO JORNALO

Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

PolíticaAA33

TCU notifica Planejamento paraidentificar duplo emprego públicoMinistério deve implementar cadastro nacional que permita apurar irregularidade

Da Editoria de Política

O Ministério do Planejamen-to recebeu, na última sexta-feira,notificação do Tribunal de Con-tas da União (TCU) para imple-mentar um cadastro nacionalque permita apurar altos salá-rios pagos na administração fe-deral, além de casos ilícitos deacúmulo de cargos. O tribunaldeu prazo de 60 dias para que ogoverno forme um grupo de tra-balho que cruze informaçõessobre os vencimentos dos fun-cionários públicos.

A decisão do TCU foi toma-

da na última quarta-feira, moti-vada por uma representação doMinistério Público Federal que,em 2006, denunciou dois servi-dores, um aposentado do Minis-tério da Fazenda e outro do pró-prio TCU, que acumulavam car-gos no Tribunal de Contas doDistrito Federal (TCDF) e rece-biam vencimentos que ultrapas-savam o teto previsto pela Cons-tituição. Em três anos de inves-tigações, a área técnica do TCUidentificou mais 40 funcionáriosna mesma situação.

O acórdão está sendo anali-sado pelo Planejamento, que

ainda não divulgou como ogrupo será constituído. O cadas-tro, de acordo com a decisão, de-verá abranger as esferas federal,estadual e municipal, incluindoos servidores aposentados.

TETO - A Constituição Fe-deral prevê que a remuneraçãodos ocupantes de cargos, fun-ções e empregos públicos daadministração direta, autar-quias e fundações, dos mem-bros de qualquer dos poderesda União, dos estados e dosmunicípios, não podem exce-der a remuneração mensal dos

ministros do Supremo Tribu-nal Federal (STF), atualmentede R$ 26,7 mil.

Recentemente, o próprio go-verno cruzou informações defuncionários do Executivo fede-ral e de 13 estados, incluindo oDistrito Federal. Identificou 164mil servidores suspeitos de du-plo emprego. Somente esses fun-cionários geram uma despesaextra de R$ 1,7 bilhão ao ano pa-ra os cofres públicos. Não estãonesta conta ainda informaçõessobre municípios e os PoderesLegislativo e Judiciário. As in-formações são da Agência Brasil.

Contexto

EXPRESSASOs servidores da Assembleia Legislativa não estão

nem um pouco satisfeitos com a demora da Mesa Diretoraem implantar o Plano de Cargos e Carreira (PCC) da ca-tegoria.

Há quem já fale em manifestações para “lembrar” os depu-tados do compromisso assumido com os funcionários do Legislativo.

O prefeito Cícero Almeida (PP) participa hoje, emBrasília, do lançamento da segunda edição do PAC dogoverno federal, como anunciou em entrevista á RÁDIOJORNAL.

Almeida também garantiu que volta à capital federal embusca de mais recursos para Maceió.

[email protected]

OAB E PFAmanhã, às 16 horas, os integrantes da Comissão de Combate

à Corrupção Eleitoral (CCCE) da Ordem dos Advogados do Brasil(OAB) em Alagoas se reúnem com o superintendente da PolíciaFederal em Alagoas, Amaro Vieira. Na pauta, apresentação dosnovos integrantes e colaboração nas ações de combate à compra devoto e outras formas de corrupção eleitoral. A CCCE já se reuniu,na semana passada, com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral(TRE), desembargador Estácio Luiz Gama de Lima, com o mesmointuito.

DINÂMICA

Os próximos dias antes da Semana Santa devem serbastante reveladores no que se refere á disputa eleitoraldeste ano. É que muitos ocupantes de cargos públicos têmaté o final da semana para pedir exoneração e entrar na dis-puta eleitoral por vagas na Assembleia Legislativa, naCâmara dos Deputados e no Senado e pelo comando nogoverno do Estado. A semana deve ser movimentada nessesentido.

SEM DEFINIÇÕES

Mas é bom ter calma: os nomes que substituirão os titu-lares nos cargos, em especial no que se refere ao governodo Estado, não são definitivos. As articulações político-eleitorais dos tucanos devem mudar os titulares das pastas.

VISITA

A Organização e Sindicato das Cooperativas (OCB) doEstado de Alagoas participou, esta semana, do encontronordestino dos presidentes das OCBs. O objetivo da reu-nião, que aconteceu em Recife, foi traçar as diretrizes para2010 com o intuito de integrar as organizações nordestinas.Dentre as ações definidas no encontro ficaram agendadasvisitas técnicas em cooperativas a Alagoas e aos estados doCeará, Bahia, Rio Grande do Norte, Sergipe e Pernambuco,para conhecer as melhores práticas de gestão cooperativa.Em Alagoas a visita acontece no dia 14 de maio naCooperativa Pindorama, no município de Coruripe.

DELMIRO GOUVEIA

O vereador por Delmiro Gouveia Edvaldo Nascimento(PCdoB) se reuniu com sem-terras do acampamento Altoda Boa Vista, que fica às margens da estrada que ligaDelmiro Gouveia ao município de Paulo Afonso, na Bahia,na tarde da última quinta-feira. No encontro, o grupo expli-cou que, entre as solicitações, estão a regularização da terra,entrega de cestas básicas, projeto de construção de casasjunto ao Instituto Nacional de Colonização e ReformaAgrária (Incra) e instalação de energia e água. Edvaldo en-trou em contato telefônico com o superintendente do Incraem Alagoas, Estevão Oliveira, para agendar uma reuniãocom a comunidade. A princípio, a reunião ficou marcadapara o dia 15 de abril.

ESCOLA

O “Guarda Faz Escola”, projeto lançado pela Prefeiturade Maceió no início da semana, no Conjunto SelmaBandeira, já está agendando suas próximas edições, a partirde solicitações de escolas públicas e entidades não governa-mentais. De acordo com o secretário municipal de DireitosHumanos, Segurança Comunitária e Cidadania, PedroMontenegro, antes mesmo do encerramento da primeiraedição do projeto, diretoras de cinco instituições fizeramcontato com a Semdisc para solicitar agendamento.

CONSELHO...

A Procuradoria Geral do Estado (PGE) publicou esta se-mana no Diário Oficial a lista dos candidatos que concor-rem às vagas para o Conselho Superior da Advocacia-Geraldo Estado referente ao biênio 2010/2012. A eleição aconteceno dia 6 de abril, na sede da Associação dos Procuradoresde Estado (APE), das 9 horas da manhã às 17 horas. OConselho é composto por nove procuradores de Estado,sendo seis titulares e três suplentes, eleitos pelos integran-tes em atividade da categoria.

... DA PGE

Concorrem às vagas de conselheiros os procuradores deEstado Roberto Tavares Mendes Filho, Flávio CavalcantiGomes de Barros, Emmanuelle de Araújo Pacheco, CamilleMaia Normande Braga, Renato Lima Correia, Edson Victorde Oliveira Santos, Augusto Carlos Borges do Nascimento,Márcio Guedes de Souza, José Cláudio Ataíde Acioli,Maurício de Carvalho Rêgo, José Alberto Moreira Casado,Teodomiro Andrade Neto, Antônio Fontes Freitas Júnior,Vanaldo de Araújo Ferreira e Arnaldo Pinto Guedes dePaiva Filho.

CPC

Juristas realizamaudiência públicasobre novo texto

A Comissão de Juristas en-carregada de elaborar o antepro-jeto do novo Código de ProcessoCivil (CPC) promoveu na últimasexta-feira sua quinta audiênciapública para discutir sugestõesao texto que pretende acelerar eaperfeiçoar os trabalhos daJustiça no Brasil. O grupo, pre-sidido pelo ministro do SuperiorTribunal de Justiça (STJ), LuizFux, ouviu opiniões de profis-sionais da área e de estudiososdo Direito, como a professoraAda Pellegrini Grinover, o con-sultor jurídico e ex-desembar-gador José Manoel ArrudaAlvim Neto e o professor KazuoWatanabe, entre outros.

Watanabe expôs dados a res-peito do crescimento da deman-da pelo Poder Judiciário. Se-gundo ele, somente no estadode São Paulo há quase 18 mi-lhões de processos tramitandoem primeira instância. Alémdisso, de acordo com o profes-sor, enquanto a população deSão Paulo cresce 2,1% ao ano, asdemandas judiciais aumenta-ram 12% nesse mesmo perío-do. O presidente da comissãoapontou como respostas paraisso o incidente de coletiviza-ção - nos casos das demandasde massa -; e a diminuição daquantidade de recursos, alémda adoção, no primeiro grau dejurisdição, de uma única opor-tunidade de impugnação,quan-do da sentença final, nos casosdas ações individuais.

INSTRUMENTOS - AdaGrinover ressaltou a conciliaçãoe a mediação como instrumen-tos que podem diminuir o nú-mero de processos que ingres-sam na Justiça. Assim, commenos demandas, seria possí-vel agilizar o andamento dosprocessos que já se encontram noPoder Judiciário. Luiz Fux disseque a comissão trabalha nessesentido, já que uma das modifi-cações propostas é tornar obri-gatória a audiência de concilia-ção como passo inicial de qual-quer ação. De acordo com o mi-nistro do STJ, é necessário subs-tituir a “cultura da sentença”pela de resolução de conflitos.

Arelatora da comissão, a ju-rista Teresa Wambier, destacoua importância das audiênciaspúblicas promovidas para de-bater o Código de Processo Ci-vil. Segunda ela, essas audiên-cias têm aberto os trabalhos dacomissão de forma democráticae, ao mesmo tempo, têm sidofonte de reflexão e de coleta desugestões interessantes e con-sistentes. O trabalho do grupode juristas será debatido, ainda,nas cidades de Manaus, Curitibae Porto Alegre. A reforma doCPC já foi discutida em reuniõesem Belo Horizonte, Fortaleza,Rio de Janeiro e Brasília. O re-latório final dos trabalhos deveser entregue ao presidente doSenado, José Sarney (PMDB),até o final de abril.

PROCESSO ELETRÔNICO

CNJ e Tribunais se unempara implantar o sistema

Todas as instâncias da Justi-ça do Trabalho do país, o Tribu-nal Regional Federal (TRF) da5ª Região e mais 13 tribunais deJustiça nos estados vão desen-volver o novo sistema de Pro-cesso Judicial Eletrônico (PJe) emqualquer procedimento judicial.As adesões ao PJe serão feitasamanhã, por meio de coopera-ção com o Conselho Nacionalde Justiça (CNJ), que coordenao desenvolvimento e a implan-tação do sistema nos tribunais.

Os termos de cooperaçãotécnica serão assinados às 17horas, no Plenário do CNJ, emBrasília, com a participação dopresidente do Conselho e doSupremo Tribunal Federal(STF), ministro Gilmar Mendes,e do Corregedor Nacional deJustiça, ministro Gilson Dipp.O convênio com os órgãos daJustiça do Trabalho será firma-do por meio do Tribunal Supe-rior do Trabalho (TST) e do Con-selho Superior da Justiça doTrabalho (CSJT).

No âmbito da Justiça esta-dual, o CNJ assinará acordocom os tribunais dos estados deMato Grosso, Amapá, Bahia,Maranhão, Pará, Paraná, Piauí,

Pernambuco, Rio de Janeiro,Rondônia, Roraima, Rio Grandedo Norte e São Paulo.

Um terceiro acordo será as-sinado com o TRF da 5ª Região(TRF-5), que abrange os esta-dos de Alagoas, Ceará, Paraíba,Pernambuco, Rio Grande doNorte e Sergipe. A cooperaçãoprevê um investimento de R$5,7 milhões, do orçamento doCNJ, que serão transferidos nodecorrer deste e do próximoano, ao TRF-5, responsável di-reto pelo desenvolvimento dasfuncionalidades do novo siste-ma. Os demais acordos não en-volvem a transferência de re-cursos financeiros.

Em fase experimental, o Pro-cesso Judicial Eletrônico já é uti-lizado no peticionamento deações em algumas das unidadesda Justiça Federal de 1º e 2º grausdo TRF-5. Esse projeto-piloto éresultado de um termo de coo-peração assinado, em setembrodo ano passado, entre o CNJ, oConselho da Justiça Federal (CJF)e os Tribunais Regionais Federaisdas 1ª a 5ª regiões.

AVANÇOS - Desenvolvidopela Subsecretaria de Informá-

tica do TRF-5, o PJe - tambémdenominado Creta - permite atramitação eletrônica de todosos tipos de ações judiciais emqualquer ramo do Judiciário. Aferramenta dá maior celeridadeà tramitação dos processos,além de facilitar o acesso de par-tes, advogados e procuradoresàs ações.

O sistema do Processo Judi-cial Eletrônico contempla, ainda,atividades essenciais à tramita-ção de qualquer ação judicial,como autuação, numeração, va-lidação e cadastro, distribuição,audiência, perícias, intimação,central de mandados, precató-rios, cálculos, certidões, segredode justiça e sigilo. Além disso,proporciona mais flexibilidadeà tramitação dos processos, umavez que pode ser adaptado àsparticularidades do fluxo dasações.

A previsão é que, em abril,o PJe comece a ser utilizado naJustiça Federal do Rio Grandedo Norte para a tramitação deprocessos nas várias cíveis. Aideia é que o sistema seja ado-tado por todos os tribunais quedemonstrarem interesse emadotar a ferramenta.

CRITÉRIOS

CCJ vota regras pararestrição de corte de luz

O corte no fornecimento deluz, água e outros serviços pú-blicos em casas de misericórdia,escolas, presídios, centros de in-ternação de menores e residên-cias de famílias de baixa renda,por inadimplência, deverá obe-decer a prazos e critérios quepreservem condições mínimasde manutenção da atividadedesses estabelecimentos e asaúde das pessoas atingidas. Éo que define projeto a ser vota-do na próxima quarta-feira pelaComissão de Constituição, Jus-tiça e Cidadania (CCJ) do Sena-do, em caráter terminativo.

A proposta foi apresentadapelo senador Antonio CarlosValadares (PSB-SE), em 2008,diante de notícias divulgadaspela imprensa de casos de inter-rupção de fornecimento de ser-viços públicos de água, energiaelétrica e telefonia a Santas Ca-sas de Misericórdia. Conformeobservou, esses estabelecimen-tos atendem principalmentepessoas carentes e tornaram-seinadimplentes no pagamentopelos serviços públicos espe-cialmente em decorrência deatraso no repasse de verbas doSistema Único de Saúde (SUS).

“O princípio da solidarieda-

de exige que as empresas con-cessionárias, efetivamente e semo marketing da mera propagan-da de consciência social, cum-pram com parcela de uma fun-ção social que todos nós temos”,justificou Valadares. O projeto178/08 também estabelece a exi-gência de notificação com pelomenos 30 dias de antecedênciae de informação a respeito dovalor consolidado do débito edas parcelas que o compõem.

Medida contida no texto ori-ginal, que vedava o registro dainadimplência em cadastros dedevedores, não foi aceita pelo re-

lator, senador Romero Jucá(PMDB-RR). Ele concordoucom o teor de emenda apresen-tada pelo senador DelcídioAmaral (PT-MS) para excluiressa parte do projeto. Para Jucá,os cadastros de inadimplentesdesempenham um papel fun-damental na proteção ao crédi-to, elemento que considera degrande importância para o de-senvolvimento da economia dopaís. O projeto altera a lei quedispõe sobre o regime de con-cessão e permissão da presta-ção de serviços públicos (Lei8.987 de 1995).

Senador Antonio Carlos Valadares foi quem apresentou o projeto

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Câmara Municipal elege Mesapara tentar modificar imagemCasa busca harmonia com novo grupo na direção do Legislativo municipal

Da Editoria de Política

O novo presidente da Câ-mara Municipal de Maceió,Galba Novaes (PRB), eleito nasexta-feira, só assume o cargoano que vem, mas começou ase inteirar do tamanho dosproblemas que administraráem 2011. Isso para que aCâmara faça as pazes com oMinistério Público Estadual -que detectou problemas naCasa de Mário Guimarães, emrelação ao uso da verba de ga-binete.

Na sexta-feira, o presiden-te da Câmara, Dudu Holanda(PMN), disse que a Câmara éinvestigada pelo Tribunal deContas do Estado, por elamesma e pelo MP. Falou aindaque cada vereador é respon-sável por seus gastos e que aprocuradoria setorial vai seposicionar no TJ, para onde aação pública deve ser enca-minhada.

De um lado, gastos irregu-lares com a verba de gabine-te; do outro, o segundo verea-dor cassado, Dino Júnior(PCdoB), por compra de votos.Isso sem falar em outros pro-blemas como agressões entrevereadores, um concurso pú-blico cancelado pela Justiçapor indícios de irregularida-des, cuja entidade responsá-vel pelo certame não devol-veu o dinheiro aos participan-tes. O caso está na Justiça.

Como a Casa pretende re-cuperar a credibilidade? “Oque vamos fazer é conversarcom o Ministério Público Es-tadual para que o trabalhocom a Câmara possa ser feitoem conjunto”, resumiu o pre-sidente eleito, Galba Novaes.“Todo esse trabalho de re-

construção dessa imagem seráfeito pela Mesa Diretora”, afir-mou o 1º secretário eleito,Sílvio Camelo (PV).

Um dos problemas queprecisarão de gestão é a velharixa entre Galba Novaes eTereza Nelma (PSB) dentro daCasa, que voltou à tona na úl-tima sexta-feira. Os dois se de-sentendem desde o início daatual legislatura, ano passa-do. Na sexta-feira, questionan-do diretamente a eleição daCâmara, atingiu diretamenteo futuro presidente. A verea-dora pediu ajuda das mulhe-res contra Galba Novaes.

Elas reagiram ficando dolado do novo presidente;Tereza Nelma relembrou o

processo, por quebra de de-coro, movido ano passadocontra a vereadora HeloísaHelena (PSOL). Galba era orelator. O processo foi arqui-vado. Para superar o quadrode rixa, Galba usará a tribunana próxima terça-feira paraapresentar os projetos parasua gestão. Quer manter a TVCâmara funcionando, levar assessões para a internet.

Também disse que faráconcurso público, conversarácom a Funcefet, a entidaderesponsável pelo concursoque foi anulado, por ordemjudicial e buscará viabilizar adevolução do dinheiro. Con-versará, ainda com o Judiciá-rio, para convencer sobre a

nova ordem: dirigente dife-rente, orientações diferentes.A Câmara não vem tendo re-lações agradáveis com o MPEdesde a gestão anterior à atualda Mesa.

A votação do ano passadofoi conturbada; o prédio, ondedeveriam funcionar as sessõeslegislativas fechou para refor-mas, que só foram concluídasno mês passado. De volta apraça Marechal Deodoro, ascrises na Câmara não acaba-ram. Nas questões a serem re-solvidas pela Mesa, havia de-sentendimentos entre o pre-sidente, Dudu Holanda, aatual 1ª secretária, SilvâniaBarbosa (PTdoB), e o 2º, PauloCorintho.

Chamariz propôs a audiência da CPI da Câmara em Alagoas

NO SENADO

Conselhos serãotema de debateem comissão

As normas de atuação dosConselhos Tutelares vão serdiscutidas na Comissão deDireitos Humanos e Legis-lação Participativa (CDH) doSenado em audiência públi-ca a ser realizada na próximaquarta-feira, a partir das 10horas da manhã. Na audiên-cia, solicitada pelo presiden-te da CDH, senador Cristo-vam Buarque (PDT-DF), serãodebatidas as atribuições, res-ponsabilidades e compensa-ções dos Conselhos Tutelares.

De acordo com o artigo131 da Lei 8.069/90, que ins-tituiu o Estatuto da Criança edo Adolescente (ECA), osconselhos tutelares são órgãospermanentes e autônomos,não-jurisdicionais, encarrega-dos pela sociedade de zelarpelo cumprimento dos direi-tos da criança e do adolescen-te.

Os conselhos tutelares sãoórgãos públicos municipais.Criados por lei municipal eefetivamente implantados,passam a integrar de formadefinitiva o quadro das insti-tuições municipais. A açãodesses órgãos não deve so-frer solução de continuidade,sob qualquer pretexto.

Estão convidados para aaudiência pública o presiden-te do Conselho Nacional dosDireitos da Criança e do Ado-lescente (Conanda), Fábio Fei-tosa da Silva; a presidente daAssociação dos ConselheirosTutelares do Estado do Riode Janeiro, Tânia Cúbica; apresidente da Associação dosConselheiros Tutelares doMunicípio do Rio de Janeiro,Liliane Gomes da Costa; o se-cretário-executivo do FórumNacional de Defesa da Cri-ança e Adolescente, Oto Qua-dros; e o relações instituciona-is do Fórum Colegiado Na-cional dos Conselhos Tutela-res, Paulo Roberto dos Santos.

MENORES

CPI vai ouvir SDS emna ALE sobre sumiços

A Comissão Parlamentarde Inquérito (CPI) da Câmarados Deputados, que investigao desaparecimento de crian-ças e adolescentes no Brasil,visita a Maceió amanhã, onderealiza, às 14 horas, na As-sembleia Legislativa, uma au-diência pública com represen-tantes do governo local, doPoder Judiciário e de familia-res de desaparecidos. O obje-tivo é conhecer as principaiscausas e consequências doscasos registrados, pa-ra, ao final dos traba-lhos da Comissão,apresentar propostasque diminuam a in-cidência de desapa-recimentos no Esta-do.

Para a presidenteda CPI e autora daLei 12.127/09, quecria o Cadastro Na-cional de Crianças eAdolescentes Desa-parecidos, deputadafederal Bel Mesquita (PMDB-PA), “a presença da Comissãoem Maceió será importantepara conhecer de perto os mo-tivos dos baixos índices de lo-calização de menores”. Se-gundo dados apresentadospela Secretaria de Estado e daDefesa Social, nos últimoscinco anos desapareceram 120crianças em Alagoas. Dessetotal, menos de 10% são loca-lizados. Um número muito

abaixo da média nacional, quegira em torno de 85% de casossolucionados.

A reunião no Estado foiproposta pelo deputado An-tônio Carlos Chamariz (PTB),que integra a CPI. Estão napauta para serem ouvidos: osecretário de Defesa Social,Paulo Rubim; o presidentedo Conselho Estadual emDefesa da Criança e Ado-lescente, Claudio Soriano; o

presidente do FórumEstadual dos Conse-lhos Tutelares, Ed-milson Souza; a de-legada de Proteção àCriança e Adolescen-te, Bárbara Arraes; opresidente da Co-missão de DireitosHumanos da Ordemdos Advogados doBrasil (OAB), seccio-nal Alagoas, GilbertoIrineu; a presidente

da Comissão deDefesa da Criança e do Ado-lescente da OAB Alagoas,Lucila Vicentin; a coordena-dora do Centro de Apoio aVítimas do Crime do Estado,Thaise Cristine de OliveiraCosta; a jornalista Ana PaulaOmena, que fez reportagemsobre o assunto para o jornalTribuna Independente; Mi-cheline Maria de SouzaVieira; e familiares de crian-ças ou adolescentes desapa-recidos.

Relatório sobre verba de gabineteNa última quinta-feira, a

promotora de Justiça daFazenda Pública Municipaldo Ministério Público Esta-dual, Fernanda Moreira, re-velou, em entrevista coletiva,que maioria dos vereadoresde Maceió gastou de formairregular a verba de gabinetede R$ 27 mil mensais. Umaverba que deveria ser usadapara manter o gabinete (co-mo diz o nome) mas patroci-nou uma série de gastos des-necessários: um curso sobredesign de sobrancelha, outrode corte e costura, uma festan-ça regada a forró ou um showcom bandas que caem nogosto do povo.

Em cinco meses, de acor-do com o relatório do MPE,houve exageros nos gastos daverba. Foram R$ 286 mil paracontratar bandas; R$ 433,9 milpara a locação de automóveis,mais R$ 477,4 mil para a com-

pra de combustíveis. “Não dápara entender um gasto tãoalto com locação de veículos,quando eles poderiam sercomprados e integrados afrota da Câmara, ou seja, pas-sariam a ser patrimônio públi-co”, disse a promotora Fer-nanda Moreira.

“As notas fiscais tambémchamam atenção pelo gastocom assessoria de comunica-ção, quando a própria Câma-ra disponibiliza este serviço,sem contar os gastos com di-vulgação e publicidade queentram em choque”, contoua integrante do MP. A promo-tora ainda questionou o usode consultorias na área jurídi-ca e contábil, argumentandoque a própria Câmara Muni-cipal possui órgãos com talfinalidade.

“Os vereadores têm, porhábito, apresentar os recibosdos serviços após a compra

ou aquisição dos serviços, le-vando a Mesa Diretora aquitá-los sem que seja verifi-cado se os itens compradosou serviços adquiridos foramentregues”, explicou. Cursosde oratória e tratamentoodontológico também estãoincluídos entre os gastos su-postamente ilegais.

Eles editaram uma lei, quemuda a forma de pagamentoda verba de gabinete, disci-plinando o fluxo de dinheirona Casa de Mário Guimarães.Os repasses são feitos deforma indenizatória: os ve-readores gastam e depois sãoressarcidos naquilo que gas-tam. O estudo do MP, feito apartir de notas fiscais e ou-tros documentos repassadosà instituição, levou em contaos cinco primeiros meses de2009, quando a Mesa Diretoraenviou os documentos daprestação da contas.

AA44 Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Política JORNALO JORNALO

FEDERAÇÃOALAGOANA DE BEACH SOCCER - FALABSVinculada à Confederação Brasileira de Beach Soccer (CBBS) como parceira única eexclusiva para fomento do Beach Soccer em Alagoas

CONVOCAÇÃO DAASSEMBLEIA GERAL DE ELEIÇÕES

Ofício 02/10

Convocamos dirigentes e clubes filiados e demais interessados à Federação Alagoana de Beach Soccer, emcondições de participação nos termos do estatuto, para reunirem-se em Assembleia Geral de Eleição, em local,com endereço na Rua Augusto Ribeiro, 282, Conj. Santa Cecília, Jatiúca, Maceió-AL, em convocação commaioria simples, às 20 horas, do dia 05 de Abril de 2010, a fim de deliberar sobre a seguinte pauta:

- Eleições para presidente.

Federação Alagoana de Beach Soccer - FALABSJobson dos Santos Oliveira

Galba Novaes conta que vai conversar com Ministério Público para fazer trabalho com Câmara em conjunto

Objetivo é

conhecer

principais

causas e o

desenrolar

dos casos

registrados

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Celso de Mello: “O Tribunal de Contas da União não dispõe, constitucionalmente, de poder para rever decisão judicial transitada em julgado”

NESTA SEMANA

Pré-sal é assunto de comissões do Senado

Os quatro projetos de lei doExecutivo relativos ao marco re-gulatório para exploração do pe-tróleo do pré-sal estão entre asprincipais matérias na pauta dascomissões do Senado na próxi-ma semana. Na terça-feira termi-na o prazo para apresentação deemendas. Embora os projetos tra-mitem simultaneamente nas di-versas comissões, para cumpriro prazo de 45 dias previsto na ur-gência constitucional, a apresen-tação de emendas está centrali-zada na Comissão de Constitui-ção, Justiça e Cidadania (CCJ).

Quando se encerrar o prazo,na terça-feira, as emendas retor-narão à Mesa do Senado, que asencaminhará às comissões. Entrealguns relatores já esco-lhidos, há a tendência depropor a realização de au-diências públicas para ins-truir os projetos. A reali-zação desses debates éapresentada como umcontraponto à decisão dogoverno de fazer as pro-postas tramitarem comurgência. Um dos proje-tos, o PLC 309/09, o quecria a Petro-Sal, poderáentrar na pauta doPlenário em 9 de abril,trancando-a partir do dia 19, senão for votado até lá. Os outrostrês - os PLCs 7/10, 8/10 e 16/10 -integrarão a ordem do dia até 27de abril, trancando-a a partir de5 de maio.

RELATORES - O presidenteda CCJ, senador DemóstenesTorres (DEM-GO), já indicou osrelatores para as propostas. Ase-nadora Kátia Abreu (DEM-TO)cuidará do projeto mais polêmi-co, o PLC 16/10, que institui o re-gime de partilha para o pré-sal eredistribui os royalties entre todosos estados e municípios, confor-me os respectivos fundos de par-ticipação. O projeto desperta umdebate ideológico - o sistema departilha é acusado pela oposiçãode aumentar a presença doEstado na exploração - e federa-tivo, porque os estados e muni-cípios produtores se sentem pre-judicados pela redistribuição dos

recursos prevista na emenda dodeputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS).

O senador Antonio CarlosJunior (DEM-BA) vai relatar naCCJ dois projetos - o PLC 7/10,que cria o Fundo Social com os re-cursos obtidos na exploração dopetróleo do pré-sal, e o PLC 8/10,que trata da capitalização daPetrobras. O PLC 7/10 tambémtem gerado muitos debates, poishá ideias para se aplicarem os re-cursos do fundo em áreas as maisdiversas, como educação, saúdee recomposição de perdas dasaposentadorias.

PETRO-SAL - Outro projetoque integra o conjuntodas proposições sobre opré-sal é o PLC 309/09,que cria a Petro-Sal. Essaproposta, relatada na CCJpelo senador TassoJereissati (PSDB-CE), tam-bém gerou muita polêmi-ca, a começar pela manei-ra como chegou à Casa.Os senadores da oposi-ção propuseram na CCJ ena Comissão de AssuntosEconômicos (CAE) o que,

na linguagem legislativa, sechama de sobrestamento da ma-téria. Eles pretendiam fazer comque o projeto não andasse nas co-missões e no Plenário antes dachegada das demais proposições.Na verdade, a Petro-Sal cuidariade algo que estava em outra pro-posta, que ainda não havia che-gado à Casa: o regime de parti-lha.

A própria criação da Petro-Sal é questionada por vários se-nadores, como Tasso Jereissati,Francisco Dornelles (PP-RJ), JoséAgripino (DEM-RN) e ÁlvaroDias (PSDB-PR). Eles argumen-tam que, ainda que o sistema departilha seja acolhido pelo Sena-do, a criação de mais uma esta-tal seria desnecessária. Afinal, suaatividade-fim poderia ser desem-penhada por outros organismosgovernamentais já existentes,como a própria Petrobras e aAgência Nacional de Petróleo(ANP). As informações são daAgência Senado.

Acórdãos do TCU são cassados por ministroO ministro Celso de Mello

cassou acórdãos do Tribunalde Contas da União (TCU)que suspendiam vantagempaga a servidor público játransitada em julgado. Ocaso chegou ao Supremo noMandado de Segurança (MS)25805, teve a liminar deferi-da pelo ministro em 2006 eagora ele confirmou a sus-pensão em julgamento mo-nocrático de mérito. O MS25805 buscava o restabeleci-mento da parcela correspon-dente à URP de 26,05% pagahá mais de 13 anos à impe-trante e cujo pagamento foicassado pelo TCU.

“O Tribunal de Contas daUnião não dispõe, constitu-cionalmente, de poder pararever decisão judicial transi-tada em julgado nem paradeterminar a suspensão debenefícios garantidos porsentença impregnada da au-toridade da coisa julgada,ainda que o direito reconhe-

cido pelo Poder Judiciárionão tenha o beneplácito dajurisprudência prevalecenteno âmbito do Supremo Tri-bunal Federal”, explicou oministro em sua decisão.

Celso de Mello lembrouque o trânsito em julgadoem matéria civil sópode ser legilimamen-te desconstituído me-diante ação rescisória.

SEGURANÇA - Oministro decano apoiou-se no entendimento quereconhece no decursodo tempo a possibilida-de de constituir, aindaque excepcionalmente,fator de legitimação e deestabilização de deter-minadas situações jurídicas. Eleesclareceu que a decisão se ba-seia nos princípios da seguran-ça jurídica, da boa-fé e da pro-teção da confiança, sendo osdois últimos projeções específi-cas do postulado da segurança

jurídica.“Os postulados da segu-

rança jurídica, da boa-fé obje-tiva e da proteção da confian-ça, enquanto expressões doEstado Democrático de Di-

reito, mostram-se im-pregnados de elevadoconteúdo ético, sociale jurídico, projetando-se sobre as relações ju-rídicas, mesmo as dedireito público, emordem a viabilizar a in-cidência desses mes-mos princípios sobrecomportamentos dequalquer dos poderesou órgãos do Estado(os Tribunais de Con-

tas, inclusive), para que sepreservem, desse modo, situa-ções administrativas já conso-lidadas no passado”, escreveuCelso de Mello.

CONFIANÇA - Em suadecisão, o ministro citou ain-da a “proteção da confiança”,

segundo a qual “a fluênciade longo período de tempoculmina por consolidar jus-tas expectativas no espíritodo administrado (cidadão) e,também, por incutir, nele, aconfiança da plena regulari-dade dos atos estatais prati-cados, não se justificando -ante a aparência de direitoque legitimamente resulta detais circunstâncias - a ruptu-ra abrupta da situação de es-tabilidade em que se manti-nham, até então, as relaçõesde direito público entre oagente estatal, de um lado, eo Poder Público, de outro”.

EMENDA - O julgamen-to teve decisão monocráticade mérito baseada na emen-da regimental do SupremoTribunal Federal de número28/2009, que passou a permi-tir aos ministros decidir mo-nocraticamente o mérito da-quilo que já tiver jurispru-dência dominante na Corte.

Precatórios: STF dá prazo a EstadosPresidente do Supremo dá 15 dias para 15 unidades da federação apresentarem um plano de pagamentoDa Editoria de Política

O presidente do SupremoTribunal Federal (STF), mi-nistro Gilmar Mendes, deter-minou que os Estados doEspírito Santo, Paraíba,Paraná, Goiás, Rio Grande doSul e São Paulo apresentemum plano de pagamento deprecatórios, em no máximo15 dias. O ministro é relatorde ações de IntervençãoFederal (IF) que tramitam naCorte para reivindicar o pa-gamento de precatórios.Gilmar Mendes fez a deter-minação semelhante em 42processos de intervenção fe-deral referentes a esses seisestados, agrupando os pedi-dos em despacho único porEstado.

Ao fixar o prazo para oenvio do plano de pagamen-to de precatórios, o ministroGilmar Mendes fez referên-cia ao Regimento Interno doSTF, que em seu artigo 351,inciso I, estabelece que o pre-sidente da Corte, ao receber opedido de intervenção federal“tomará as providências ofi-ciais que lhe parecerem ade-quadas para remover, admi-nistrativamente, a causa dopedido”.

Nas decisões, o ministrofrisa que para a elaboraçãodos planos de pagamentodeve ser observada a ordemcronológica dos precatórios,conforme estabelece o artigo100 da Constituição Federal.Observa, ainda, que o prazode 15 dias começa “a contarda data da ciência do despa-

cho”. Em suas decisões o mi-nistro pede um “plano deta-lhado com cronograma paracumprimento da referidasobrigações, em data razoável,considerando, para tanto, aordem cronológica de preca-tórios”.

INADIMPLÊNCIA - Oministro classificou de fato“notório e preocupante” a si-tuação de inadimplência porparte dos estados, municípiose da União. “Se de um ladoestá a escassez de recursos ea reserva do financeiramentepossível, de outro se vislum-bra, hoje, um quadro de pro-fundo desânimo e descrençada população na quitação detais débitos”, disse o presi-dente do STF.

Na avaliação do ministroGilmar Mendes, “não é pos-sível justificar o não paga-mento de créditos, muitasvezes de natureza alimentí-cia, apenas com alegações ge-néricas de falta de recursosmateriais. É necessário um es-forço conjunto dos poderesno sentido da organização fi-nanceira e do adimplementodas dívidas financeiras que oEstado contrai com a socie-dade”.

O presidente do Supremocitou precedentes da Corte nojulgamento das IF 2915 e2953, em que ficou decididoque “enquanto o Estado semantiver diligente na buscade soluções para o cumpri-mento integral dos precató-rios judiciais, não estarão pre-sentes os pressupostos para

a intervenção federal ora so-licitada. Em sentido inverso,o Estado que assim não pro-ceda estará sim, ilegitima-mente, descumprindo deci-

são judicial, atitude esta quenão encontra amparo naConstituição Federal.”

A partir desse entendi-mento, o ministro realçou a

necessidade de que os esta-dos requeridos demonstrem,detalhadamente, seus esfor-ços e diligências voltados aocumprimento dos precatórios

judiciais. Diante disso, fixouo prazo de 15 dias para aapresentação do plano de pa-gamento desses precatóriospor parte dos Estados.

AA55Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Política JORNALO JORNALO

Segundo o presidente do STF, Gilmar Mendes, relator das ações contra os Estados, “não é possível justificar o não pagamento” dos precatórios

Tendênciaentre os

relatores jáescolhidos é

de proporaudiênciaspúblicas

Celso deMello usou

princípios dasegurançajurídica da

proteção daconfiança

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AA66 Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

JORNALO JORNALO

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JORNALO JORNALO

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NacionalAA77

Diversos setores da sociedade debatem ações para manter alunos na escola e elevar o ni´vel da educação pública brasileiea

Investimento é baixo no Brasil, diz senadoraA presidente da CE expli-

cou que o Plano Nacional deEducação 2001-2010 - que nãofoi precedido de uma confe-rência nacional, como agora -propôs que 10% de toda a ri-queza nacional fossem desti-nados à educação. Mas o per-centual aprovado pelo Con-gresso foi de 7% do ProdutoInterno Bruto (PIB), o qual,por sua vez, foi vetado pelopresidente Fernando Henri-que Cardoso.

“Tivemos um plano que,na verdade foi uma carta deintenção. Mesmo com todosos esforços do governo do pre-sidente [Luiz Inácio] Lula [daSilva] nos últimos sete anos, ototal dos investimentos emeducação, em relação ao PIB,ainda não chegou a 5%, paramostrar o quanto ainda esta-mos distantes”, afirmou Fáti-ma Cleide.

Para a senadora, uma dasprincipais discussões na elabo-ração do próximo plano seráa questão do financiamento.

“O que a gente tem hoje éo resultado de muitas déca-das de falta de compromissocom educação brasileira. Cos-tumo dizer sempre que as pes-soas são muito compromissa-das, principalmente a classepolítica, no momento da elei-ção. No momento do palan-

que político, todo mundo temcompromisso com educação,todo mundo quer uma edu-

cação de qualidade. Mas, nodia seguinte à eleição, são real-mente poucos aqueles que de-

dicam sua vida para melho-rar a educação”, disse a sena-dora.

Não há “receita pronta” para melhoria

Fátima Cleide assinalouque não há “uma receitapronta” para a melhoria daeducação, mas um conjuntode medidas que passa princi-palmente pela definição dopapel do Estado na garantiado direito à educação de qua-lidade.

“Para que a gente possater uma educação dequalidade, como re-sultado de todo o es-forço de trabalhado-res e dirigentes dosistema, é precisoque a gente tenhaantes esse compro-misso com o finan-ciamento, compro-misso com a forma-ção, com a gestãodemocrática, e ocompromisso comavaliação. Tudo issoresulta, aí sim, nagarantia do acesso, na garan-tia da permanência da crian-ça na escola e, principalmen-te, na garantia do sucesso es-colar”, afirmou a parlamen-tar.

A senadora salientou ain-da a necessidade de se am-pliar a oferta do ensino técni-co. Lembrou que o governofederal também tem se esfor-çado para expandir a ofertado ensino tecnológico, maslamentou que muitos esta-

dos, que também têm a res-ponsabilidade pela oferta doensino médio, não têm esseinteresse.

“Poucos são aqueles esta-dos que acorreram ao Pro-grama Brasil Profissiona-lizado, do Ministério da Edu-

cação, que dispõe derecursos para isso.Nós precisamos efe-tivamente ter o com-promisso, ter a von-tade política de rea-lizar [a expansão doensino tecnológi-co]”, afirmou FátimaCleide.

Com relação aoensino superior, asenadora lembrouainda, entre as açõesdo governo federalna gestão do presi-

dente Lula, do progra-ma de Reestruturação eExpansão das UniversidadesFederais (Reuni), que alterouo acesso às vagas oferecidasnas universidades; e o Pro-grama Universidade paraTodos (Prouni), que “demo-cratizou o acesso ao terceirograu para filhos da classe tra-balhadora”.

“Mas ainda precisamosnos esforçar bastante para ga-rantir ainda mais vagas e aqualidade e o sucesso da edu-cação”, afirmou a senadora.

Temas abrangentes estão em pauta

As discussões abordam te-mas bastante variados, comoEducação e Diversidade Sexual,Educação Escolar Indígena eTerritorialidade, Educação noCampo, Educação e Relações Ét-nico-Raciais e Multiculturais,Estratégias de Superação à Vio-lência no Ambiente Educacio-nal e Novas Fontes de Recursopara o Financiamento da Edu-cação Pública. Serão abordadostambém, temas como a autono-mia universitária, a formação evalorização dos profissionais daeducação e a expansão do ensi-no médio, entre outros.

A senadora Fátima Cleideserá coordenadora do colóquioFuncionários de Escola e Pes-soal Técnico-administrativo:Formação e Identidade Profis-sional, a ser realizado na manhã

da próxima terça-feira. O sena-dor Cristovam Buarque (PDT-DF), ex-presidente da CE, par-ticipa do colóquio O Papel doEstado na Regulação e naGarantia do Direito à Educação,na tarde do dia 29.

A Conae começou a ser rea-lizada no ano passado, com asconferências municipais, segui-das das conferências estaduais.Os mais de um milhão de par-ticipantes dessas conferênciaselegeram os 2,5 mil delegadosque participarão da Conae, re-sultando num variado espectroque vai de gestores e trabalha-dores na educação até alunos epais de alunos, nos três níveis degoverno - municipal, estaduale federal - e em todos os níveiseducacionais, da creche à pós-graduação.

Começa hoje conferência de EducaçãoEvento é o maior já realizando no país para discutir da creche à pós-graduação; resultado segue para o Legislativo

Começa hoje, em Brasília,a Conferência Nacional deEducação (Conae). Nas pala-vras da presidente da Comis-são de Educação, Esporte eCultura (CE), senadora Fáti-ma Cleide (PT-RO), trata-se

da maior conferência sobre otema já realizada no Brasil.

A Conae segue até o dia 1ºde abril, com 52 colóquios quevão abordar toda a educaçãobrasileira, da creche à pós-graduação. A aula inaugural

será ministrada pelo drama-turgo, romancista e poeta Ari-ano Suassuna, e o encerra-mento será com show do mú-sico, compositor, dançarino eator Antônio Nóbrega. Asconclusões do encontro serão

utilizadas para a elaboração,pelo Congresso Nacional, donovo Plano Nacional de Edu-cação, que vigorará de 2011 a2020.

“Nós, da comissão organi-zadora, já pedimos aos repre-

sentantes das Comissões deEducação do Senado Federale da Câmara dos Deputadosque aguardem a realização daConae, para que as diretrizessobre o Plano Nacional deEducação possam ser consi-

deradas e, assim, fazer comque o Plano seja um projetoda sociedade”, afirmou a par-lamentar, em entrevista con-cedida à Rádio Senado, daqual foram reproduzidos tre-chos nesta reportagem.

Criação doReuni pelo

governoLula

facilitou oacesso à

universidade

Senadora Fátima Cleide acredita que problemas atuais são resultado de anos de descaso com Educação

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Ignorar a guerra virou um trunfoQuando o conflito estourou,

Marvin conta que um grupode 20 trabalhadores poloneseslhe pediu para ir embora doIraque. Traumatizados pelaprópria história, eles sabiam osignificado de uma guerra. Osbrasileiros não.

Na construção, os 20 mil bra-sileiros tocavam a obra, o proje-to era italiano, a fiscalização eraindiana, com operários polone-ses e de outras nacionalidades.Os iraquianos trabalhavam emtoda a parte.

Uma retirada em massa po-deria colocar o projeto abaixo.Um plano de contingência parauma saída por terra pela Jordâniafoi feito, mas a companhia deci-diu ficar.

“Não era uma questão de co-

ragem, é que a gente não sabiao que acontecia. Os iraquianos in-terpretaram aquilo como umamostra que os brasileiros esta-vam do lado deles e a partir de

então a gente passou a ter umoutro status no Iraque. Éramosmais bem acolhidos que france-ses, britânicos, quem quer queseja”, explicou.

Brasileiro viveu guerra e paz no IraqueO engenheiro Marcus Vinícius Marvin conta sua experiência antes e durante a ditadura de Saddam Hussein

Antes de aceitar a propostapara embarcar para o Iraque noano de 1979, o engenheiro bra-sileiro Marcus Vinicius Marvin,hoje com 75 anos, perguntou aseu chefe: “O Iraque e um paisestável?”. A resposta foi: “Sim,claro”.

Ele topou, com a condiçãode que a mulher e os filhos fos-sem no ano seguinte. O país viviaem relativa paz, mas isso dura-ria pouco. Marvin desembarcouno Iraque em 1979, três mesesantes de Saddam Hussein se tor-nar o ditador do país.

Nos anos seguintes, vierama Guerra Irã-Iraque (1980-1988),a Guerra do Golfo (1990-1991) e,

por fim, a invasão americana em2003, à caça das supostas armasde destruição em massa do regi-me de Saddam, uma grandementira. Desde então, o país vivemergulhado na violência, agra-vada neste domingo (7) com osatentados da rede terrorista AlQaeda, que tentam boicotar aseleições no país.

Marvin encontrou um paísbastante diferente. Ele trabalha-va para a construtora MendesJúnior que, assim como váriasmultinacionais brasileiras, lucroucom as obras financiadas pelopetróleo iraquiano nos anos 70 e80. O engenheiro foi trabalharna construção de uma ferrovia

entre Bagdá e a cidade de AlQain Akashat, 450 km ao norte.

Sua mulher, Maria Helena,hoje com 66 anos, chegou de-pois, em janeiro de 1980, juntodos três filhos: um rapaz de 17anos, uma garota de 14 e outrode seis.

Em setembro daquele mesmoano, estourou a Guerra Irã-Iraque(1980-1988). Eles ficaram no paísárabe até 1984. No conforto doseu apartamento no bairro doCampo Belo, zona sul de SãoPaulo, o hoje consultor e enge-nheiro aposentado Marvin con-tou que, inicialmente, ele a mulheracreditavam que a guerra iriadurar oito dias. Foram oito anos.

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Internacional

Marvin na inauguração da ferrovia que ajudou a construir, com fita verde e amarela em homenagem ao Brasil

Acampamento para trabalhadores estrangeiros no deserto do Iraque

Realidade bate à porta de vez quandoOs Marvin viviam den-

tro de uma bolha. No acam-pamento que abrigava a fa-mília de trabalhadores es-trangeiros, mulheres não an-davam de véu como as ira-quianas e as brasileiras usa-vam até biquini - o que é pra-ticamente um crime em vá-rios países árabes e muçul-manos.

Protegidos da realidadepelas cercas do condomínio,eles não viam os horrores daguerra sangrenta que matou300 mil iraquianos. Do ladodo Irã a perda foi aindamaior: cerca de milhão delesmorreram no conflito. Aguerra também fez uso dearmas de destruição emmassa e provocou um mas-

sacre contra o povo curdo.Mas, numa viagem que

fez a Basra, no sul do país, omundo real deu as caras.Surpreendido por uma ba-talha aérea, ele e outros hós-pedes do hotel se reuniramno hall à espera do tiroteiopassar. Para acalmá-los, o ge-rente lhes ofereceu uísque,sem gelo. Marvin recusou.

De repente o engenheiroouviu uma explosão. Ele foipara fora e viu um avião ira-niano em chamas, após serabatido pela Força Aérea doIraque. Ele começou a enten-der o que significava a guer-ra. Chocado com a cena,Marvin voltou depressa aohall. Agachou-se debaixo damesa e bebeu sua dose deuísque, puro, sem gelo. Deuma vez.

Marvin em mercado abrasileirado

Fotos: Arquivo Pessoal de Marvin

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Equipe do CIEE com o gerente regional da instituição, Salvatore

CIEE: meta é aplicar teoria à prática

O CIEE é uma instituiçãofilantrópica mantida pelo em-presariado nacional, com o ob-jetivo de encontrar, para os es-tudantes de nível médio, téc-nico e superior uma oportuni-dade de estágio que os auxi-liem a colocar em prática tudoo que aprenderam na teoria.Ele existe há 45 anos no Brasil,dos quais 25 em Alagoas, onde

está sediado em Maceió e emArapiraca.

“Dentre os vários progra-mas que desenvolvemos, pos-sibilitamos aos jovens estudan-tes brasileiros uma formaçãointegral, ingressando-os aomercado de trabalho, atravésde treinamentos e programasde estágio”, disse o gerenteAlessandro Salvatore.

COMPROMISSO

Com mais de 10 mil contratados, o CIEE afirma a importância do contato entre estudantes e o mercado de trabalhoValdete Calheiros

Repórter

O Centro de Integração Em-presa Escola (CIEE) em Alagoas,tem cerca de 10 mil alunos cadas-trados, dos quais 3.200 estão es-tagiando. Aexpectativa do órgãoé de aumentar ainda mais o nú-mero de estudantes em ativida-de de estágio.

O gerente regional NordesteSul do CIEE, Alessandro Salva-

tore Attinã, esteve em Alagoas es-te mês com intuito de desenvol-ver algumas atividades na uni-dade alagoana do Centro. Eledestacou a importância do está-gio tanto para os estudantesquanto para os empresários. “En-quanto os estudantes praticamdentro de uma empresa a teoriaque aprendem em uma sala deaula, os empresários têm a opor-tunidade de observar de perto acriação de novos talentos. E, tal-

vez, o mais importante: recrutarfuturos contratados sem os ví-cios do mercado de trabalho”,argumentou Alessandro Salvato-re.

Segundo ele, 64% dos jovensestagiários são aproveitados nasempresas assim que o estágiotermina ou na oportunidadeimediatamente subsequente. Nasua avaliação, o perfil do esta-giário não difere muito do per-fil de um bom profissional. “As

empresas levam em conta o do-mínio técnico do assunto, carac-terísticas comportamentais, flu-ência verbal, relacionamento in-terpessoal, espírito de liderança,identificação das possibilidadesde sucesso dentro da empresa efoco em resultados”, relacionou.

O estágio tem carga horáriamínima de quatro horas e máxi-ma de seis. Quanto ao tempo depermanência na empresa, nãohá delimitação mínima; apenas

máxima, que é de dois anos. Jáem relação à remuneração do es-tagiário, isso depende do cursoe do semestre que o estudante seencontra, bem como da cargahorária do estágio. Aseleção finaldos estagiários recrutados peloCIEE é de responsabilidade daempresa, assim como a defini-ção da remuneração.

Ainda segundo o gerente re-gional, os estudantes cadastra-dos no CIEE têm alguns diferen-

ciais em relação aos outros alu-nos, como facilidade de financia-mento para compra de compu-tadores junto ao Banco Bradescoe diferenciação em relação ao pa-gamento das taxas bancárias.

Para se cadastrar no CIEE, osalunos interessados não preci-sam pagar nenhum tipo de taxa.É tudo gratuito. Mais informa-ções podem ser obtidas pelos te-lefones 3338-2650 e 3338-2621 ou,ainda, pelo site www.ciee.org.br.

JORNALO JORNALO

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Do estagiário ao bom profissional

POLIDACTILIA

Má formação genéticaé comum em Alagoas

Nascer com alguns dedosa mais nas mãos nos pés ounos dois é um dos problemasmais comuns de má forma-ção genética dos membros. Oproblema é conhecido comopolidactilia, uma alteração ge-nética ligada à hereditarieda-de.

Na semana passada, a po-lidactilia chamou a atençãodo mundo após a divulgaçãode um caso na China em queum menino tinha 16 dedosnos pés e 15 nas mãos. Ele foioperado e teve os dedos emexcesso extraídos.

Em Alagoas, o ortopedis-ta com formação em cirurgiado pé, Antônio Alício deOliveira Júnior, chega a ope-rar até quatro alagoanos porano com o problema. No con-sultório e no centro cirúrgico,as experiências do médicomostram que é mais comuma pessoa ter um dedo extraem cada um dos membros.“A polidactilia é causada porum gene autossômico domi-nante. O que significa dizerque, se um dos pais tem, ofilho do casal tem 50% dechance de nascer com omesmo problema”, explicouAlício de Oliveira.

Não há fatores externosque possam desencadear a al-teração. A anomalia genéticaé mais comum de acontecerentre os homens e às pessoasda raça negra.

A polidactilia é divididaem estruturada e não estrutu-rada. No primeiro caso, háformação óssea e no segun-do, o dedo sobressalente é li-gado ao pé ou a mão apenaspela pele. “Em casos assim, é

comum o recém-nascido seroperado logo após o parto.Evita até mesmo arrastar oproblema para o futuro. Ape-sar de também ser um tipode polidactilia, nestes casossão ainda mais difíceis de che-garmos a estatísticas sobre onúmero de pessoas que nas-cem com a má formação ge-nética”, considerou.

Na grande parte dos ca-sos, os dedos que nascem amais funcionam bem. Acirur-gia para a extração do mem-bro ou dos membros sobres-salentes costuma ser recomen-dada. Além do problema físi-co, há a questão estética e aemocional, já que deformida-de gera impacto psicológico.

Segundo Alício Oliveira,o paciente com a má fomaçãoapresenta limitações para ouso de calçados convencio-nais. As deformidades são res-ponsáveis pelas limitações navida social desses pacientes. Oaumento da largura do ante-pé, causado pelos dedos extra-numerários, torna difícil aconvivência com os calçados.Portanto, estreitar o pé é ob-jetivo primordial. Aformaçãode calosidades e o apareci-mento de deformidades se-cundárias dos dedos são agra-vantes na evolução da poli-dactilia no pé”, explicou Alíciode Oliveira.

Ainda segundo o médico,as metas do tratamento ci-rúrgico são a prevenção dador, de deformidades resi-duais, de alterações no pa-drão da marcha, a possibili-dade de uso de calçados co-merciais e a satisfação esté-tica. (V.C.)

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Desde abril de 2009, psicólogos,fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e enfermeiros seentregaram ao mutirão paraaplicar toxina e mudar a vidade pacientes

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Equipes multidiciplinares participam dos mutirões; parcerias de diversas entidades são essenciais Toxina diminui as contrações e movimentos involuntários musculares: menor intensidade de sintomas

Atuação da toxina botulínica melhora qualidade de vida de usuáriosA toxina botulínica pode

ser aplicada a pacientes quesofreram derrame cerebral,paralisia cerebral e traumatis-mo craniano e tiveram seque-

las que causam contrações oumovimentos involuntáriosnos músculos acometidos.

Os esforços concentram-seem encontrar modos de redu-

zir a intensidade dos sinto-mas. Graças à ação bloquea-dora da contração muscular,a toxina botulínica tem sidoconsiderada pelos especialis-

tas como a melhor opção te-rapêutica não-invasiva utili-zada com esse fim.

Para as indicações aprova-das pela Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (Anvisa),A Toxina Botulínica é aplica-da diretamente no músculocomprometido, inibindo a li-beração da acetilcolina (neu-

rotransmissor químico res-ponsável pela contração mus-cular) e relaxando a muscu-latura no local em que é apli-cado. (C.S.)

Iniciativa transforma vida de pacientes Projeto da Pestalozzi, no município de Arapiraca, promove mutirões para crianças com alteração motora

Carolina Sanches

Repórter

ARAPIRACA– Uma inicia-tiva da Associação Pestalozzi deArapiraca tem proporcionadouma melhora na vida de crian-ças com alterações motoras.Desde abril do ano passado, aunidade realiza mutirões paraaplicação da Toxina Botulínicanos pacientes. Após participarde três mutirões a realidadedeles começou a mudar. A ini-ciativa já beneficiou diversascrianças.

Nos últimos dias 12 e 13, foi

realizado o III Mutirão de Apli-cação de Toxina Botulínica, comatendimento a 74 pacientes. Deacordo com a coordenadora clí-nica da Pestalozzi de Arapiraca,a fisioterapeuta Fabiana Caval-cante, a toxina é aplicada deforma terapêutica e reabilitado-ra, minimizando e prevenindodeformidades e contratura, re-duzindo espasticidade – a con-tração muscular – e, consequen-temente melhorando a qualida-de de vida dos pacientes.

Antes da aplicação, foi de-senvolvido o projeto deHumanização do Mutirão, cujo

objetivo foi orientar a família dopaciente, através de palestra ex-plicativa sobre a medicação eseus efeitos e enfatizando a im-portância dele participar daação. Os trabalhos foram orien-tados pelos profissionais dosetor de psicologia e serviço so-cial, e destinado aos pais e res-ponsáveis de pacientes atendi-dos durante o mutirão. “O mu-tirão é uma oportunidade dosnossos usuários terem acesso aum serviço de excelência quemuitas vezes só são encontra-dos em grandes centros”, expôsa coordenadora.

A ação contou com a parti-cipação dos neuropediatras RitaLucena e Camilo Vieira, da Ba-hia. Eles estiveram em Arapiracapara fazer um treinamento coma neuropediatra da instituição,Amália Uchôa, para que elapossa aplicar mais detalhessobre a toxina. Também partici-param como convidados doisneurologistas de Pernambuco.

Aequipe de fisioterapeutas,terapeutas ocupacionais, fo-noaudiologos, psicólogos, assis-tentes sociais e enfermeiros par-ticiparam do mutirão sob coor-denação de Fabiana Cavalcante.

“A parceria com empresas deArapiraca foi fundamental paraa realização do mutirão. Tive-mos apoio da Farmex Arapiracaatravés do Farmacêutico LucasFernandes, que facilitou a aqui-sição da medicação; do Labo-ratório Ipsen Farmacêutica e daDistribuidora Exatas, que nosproporcionou a presença deprofissionais capacitados”, afir-mou Fabiana.

RESULTADOS – O resulta-do dos mutirões animou pro-fissionais da Pestalozzi e fami-liares de pacientes atendidos

pela instituição. “Com o atendi-mento em regime de mutirão,criamos uma dinâmica de fun-cionamento eficaz que, além defavorecer o paciente, proporcio-na aos voluntários um apren-dizado específico na área da es-pasticidade”, ressalta a coorde-nadora Fabiana Cavalcante.

Fabiana disse que os pro-fissionais se sentiram recom-pensados com o resultado dasaplicações. “Familiares nos pro-curaram para contar a evolu-ção dos pacientes que estasendo muito importante no tra-tamento”, conclui.

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Cidades JORNALO JORNALO

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Cidades

Os detalhes fazem a diferençaNo curso “Fale Bem em

Público”, carro-chefe dacasa, Carlos Conce e umafonoaudióloga trabalhamdesde a postura e a formade vestir até a maneira dese expressar. E como lem-bra o jornalista, apesar deparecerem detalhes semimportância, são questõescomo essas que fazem todaa diferença para quem pro-cura o Instituto. “Uma veztivemos um aluno que veioacompanhado da mãe. Eletinha uma grande dificul-dade de falar em público,mas ao final do curso, como acompanhamento, as

análises e as dicas, deu umverdadeiro show”, lembra.

O jornalista ressaltaque todo o trabalho é feitocom base no estímulo daautoconfiança dos alunosque, aos poucos, vão per-dendo o medo de se ex-pressar e argumentardiante da platéia. “Muitasvezes a dificuldade nemestá ligada à timidez, masà falta de estímulo”, ava-lia Carlos Conce. “Cadapessoa pode falar um mi-nuto, mas houve um casode uma menina que ficouquase cinco minutos dis-cursando, ela precisava. O

curso também é um traba-lho de terapia. A palavracura”.

O prédio do Institutopossui duas salas de aula,espaço para coffe breake,toaletes e um grande au-ditório, com capacidadepara 100 pessoas. Os deta-lhes caprichados da deco-ração e algumas peculiari-dades arquitetônicas cha-mam a atenção não só dosalunos, mas de empresase universidades, que tantofazem parcerias para ofer-tas de cursos, como alu-gam o espaço para diver-sos eventos. (G.L.)

Com o dom e a paReferência quando se fala em oratória, Carlos Conce explica osGabriela LapaEstagiária*

Quem nunca se sentiu des-confortável na hora de fazer umdiscurso ou apresentar um tra-balho? Diante do olhar atento deuma platéia, até o mais experien-te dos líderes gagueja, pensandoonde pôr as mãos. Mas ao contrá-rio do que parece, há detalhesbem simples que, quando prati-cados, podem reverter a situaçãoe acabar, de vez, com a timidez.É o que ensina, há 20 anos, o jor-nalista Carlos Conce, no institu-to que leva seu nome, no bairroda Ponta Verde.

Retomando os ensinamentosseculares de Aristóteles nas mais

diversas situações do cotidiano,Carlos Conce trabalha aulas decomunicação verbal e não-verbalpara dar aos seus alunos confian-ça total na hora de se expressar.“Acho que isso começou porque,desde criança, eu gostava de brin-car de ensinar, e minha mãe sem-pre foi professora”, lembra o jor-nalista. Mas a paixão pela orató-ria foi descoberta somente depoisde um encontro com o professorReinaldo Polito, hoje a maior au-toridade na área. “Conheci os li-vros do professor Polito e perce-bi que havia a possibilidade de,assim como ele, trabalhar expres-são verbal”, conta.

Independente do foco docurso ministrado no Instituto

Carlos Conce, o método de apre-sentação é todo baseado em si-mulações, gravação em vídeo eanálise. “Se as aulas forem volta-das para comunicação empresa-rial, simulamos uma reunião. Sefor comercial, uma venda. Tudopara analisar a postura dos alu-nos e indicar onde eles podemmelhorar”, explica Carlos Conce.

Os alunos participam, emmédia, de dez encontros, dividi-dos em três módulos, nos quaisvão treinando auto-apresentaçõese discursos e analisando a pró-pria performance através das gra-vações. O primeiro treino é feitopara vencer o medo de falar empúblico, depois a auto-apresen-tação e do marketing pessoal.

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JORNALO JORNALO

Conce: segredos e técnicas para falar bem e se comunicar com sucesso são procurados por públicos variados

Técnica específica para cada públicoAmaioria das aulas, como

no curso ‘Fale Bem emPúblico’, acontece de formacoletiva, no auditório. Mas,como destaca Carlos Conce, épossível manter o acompanha-mento individual sem dificul-dades ou constrangimentos.“Explicamos de forma bem di-dática em que pontos o alunoprecisa melhorar. Quando exi-bimos o vídeo da sua apresen-tação, fazemos sugestões e es-timulamos a análise, sem ofen-der ou desconcertar nin-guém”, diz o jornalista.

Mas não é só quem vivelonge da tribuna ou dos palan-ques que procura auxílio no

Instituto Carlos Conce.Desfrutando de um acompa-nhamento mais reservado,feito nas salas de aula, cha-mado de Treinamento Perso-nalizado para Líderes (TPL),prefeitos, deputados e gover-nadores também já receberamdicas de como aperfeiçoar acapacidade de expressão ver-bal. “Houve até um caso emque a pessoa chegou anun-ciando que ficaria somentedurante a primeira aula e aca-bou participando de todo ocurso”, lembra, satisfeito.

O TPL tem duração de seishoras e é direcionado especifi-camente ao marketing pessoal

do político ou do candidato.Carlos Conce já viajou por

quase todos os estados brasi-leiros levando dicas de expres-são verbal através de palestrase mini-cursos para anônimose políticos. Mesmo na condi-ção de professor, ele diz quetambém aprende com as aulas,e que a maior lição tirada des-sas experiências passa longede técnicas de discurso: é sobrehumildade. “Para ser um gran-de líder e saber falar, é preci-so, acima de tudo, aprender aservir”, afirma. (G.L.)

*Sob a supervisão da Editoriade Cidades

aixão pela palavra s detalhes que fazem a diferença na hora de se expressar bem

Yvette Moura

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AA1166 Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

JORNALO JORNALO

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Alunos viram que é viável aliar pontos de vista econômico e ambiental

Coordenadora de Meio Ambiente explicou processo de coleta seletiva

Visitantes receberam explicações sobre o trabalho feito na Usina

Coletores de resíduos sólidos: prioridade para ambiente sustentável

Seleção e encaminhamento do material a ser reciclado é feito na usina

Visita ao santuário do Jacaré-de-papo-amareloOutro ponto visitado pelos

mestrandos durante a ida à Gua-xuma foi o Santuário Ecológico doJacaré-de-papo-amarelo. Areser-va natural foi criada pelo GrupoJoão Lyra para a conservação doréptil que estava ameaçado deextinção devido à caça ilegal. Hojea Lagoa do Pastor, que fica nosantuário, abriga cerca de cincomil jacarés, segundo os adminis-tradores do local.

“O Ibama, que é um órgão fe-deral, utiliza essa reserva comoárea de soltura para animais re-cuperados, isso mostra a quali-dade do ambiente em equilíbrioecológico”, argumentou Marce-lino Weigmar, veterinário doGrupo João Lyra. Weigmar infor-mou ainda que no local vivemespécies que raramente são en-contradas em outros ecossiste-mas como gato-do-mato, lontra,jaguatirica e diversas espécies derépteis, além do jacaré.

Mas a preservação da fauna

não é a única atividade desen-volvida na reserva, que tambémé um criadouro de abelhas afri-canizadas: “Essas abelhas pro-duzem mel de ótima qualidade,embora nosso intuito ao criá-lasnão seja a venda, e sim umaconscientização da comunida-de e até uma fonte de renda, já

que oferecemos treinamento decomo lidar adequadamente comelas”, completou o veterinário,ratificando que um dos pilaresda política de qualidade am-biental é orientar as pessoas anão impactarem o ambiente.

O aluno Cristiano Costa de-clarou que o grande benefício da

visita para a turma foi o contatocom a organização do sistema degestão ambiental da empresa: “Amaneira que a empresa gere asatividades da Guaxuma é real-mente impressionante, principal-mente pelo planejamento e or-ganização. Geralmente as pes-soas aprendem a cultivar umaimagem poluidora e destruido-ra quando se fala em usina e aquivimos, na prática, o quanto é viá-vel aliar pontos de vista econômi-cos, ambientais e comunitáriosquando existe uma gerência queprima pela excelência”.

Para Jane Paula, receber es-tudantes na unidade é umaoportunidade de crescimentomútuo: “Eles vêm até nós como conhecimento acadêmico enós os recebemos com o conhe-cimento diário de quem adotaum sistema de gestão de quali-dade. E essa troca sempre dáfrutos para ambos os lados”, fi-nalizou. (I.H.)

Coleta seletiva como prioridade

Um dos setores que mais pre-cisa de investimento em cons-cientização pessoal, ainda deacordo com Jane Paula, é o quetrata de aproveitamento e arma-zenagem de resíduos sólidos e lí-quidos. “Quando dizemos issonão estamos falando apenas deseparar o lixo químico do lixocomum dentro da usina.Temos que orientar aspessoas de que a co-leta deve ser seletivae isso acontece nãoapenas no interior daGuaxuma, mas foradela, nas comunida-des próximas”, reve-lou a coordenadoraenquanto os alunosconheciam a Centralde Resíduos da em-presa.

Este ponto da vi-sita, aliás, foi destaca-do pela professoraNídia Fabré como umdos mais importantes da visita.“Aforma de organização da cen-tral impressionou pela funcio-nalidade, pois o fim dos resíduosé uma questão ambiental impor-tantíssima e que deve ser uma

das prioridades quando falamosem gestão de meio ambiente”,opinou Nídia.

A Central de Resíduos daGuaxuma funciona com três eta-pas fundamentais: a separação,o armazenamento e o encami-

nhamento de detri-tos para empresas dereciclagem tambémcertificadas. Por se-guir os mais moder-nos padrões para otratamento dessematerial, o local foivisitado por órgãosdo município deMaceió e do Estado,quando da elabora-ção do projeto doaterro sanitário daCapital: “Nos orgu-lha saber que temosum sistema que ins-

pira a construção deobras grandiosas, como o ater-ro sanitário de Maceió. Isso sómostra que estamos estenden-do o nosso alcance ambiental esocial para além das dimensõesda Guaxuma”, afirmou o geren-te sócio-ambiental do GrupoJoão Lyra, Ronaldo Melo. (I.H.)

AA1177Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

Antes ameaçado de extinção, jacaré é encontrado facilmente no lugar

“A organizaçãoda central

impressionapela

funcionalidade”

Mestrandos debatem políticaambiental na Usina Guaxuma

DA UFAL PARA O CAMPO

Unidade foi a primeira do setor contemplada com qualificação ISO 14001

Isolda HerculanoEspecial para O JORNAL

Alunos do curso de mes-trado em Diversidade Biológi-ca e Conservação dos Trópicosda Universidade Federal deAlagoas (Ufal) visitaram, nasemana passada, a Usina Gua-xuma, em Coruripe, com o ob-jetivo de discutir a política am-biental implantada em empre-sas de grande porte e conhecera diversidade de ecossistemasdo local. AGuaxuma faz partedo Grupo João Lyra, maior em-pregador de Alagoas, respon-sável pela manutenção de maisde 12 mil postos de trabalhono Estado.

Recepcionados pela coorde-nação de gestão ambiental da

indústria, os alunos puderamdebater questões ligadas à frag-mentação da Mata Atlântica,preservação de espécies da fau-na silvestre e gestão ambiental.“Essa oportunidade de conhe-cer in loco o funcionamento e agestão dos recursos de meio am-biente é uma política adotadapelo curso para que os alunospossam aliar a teoria da sala deaula à prática dentro das em-presas geridas tanto pelo Estadoquanto por particulares”, expli-cou a coordenadora do curso,Nídia Fabré.

Segundo a professora, a for-ma de uso e conservação dosresíduos provenientes da pro-dução industrial de uma usinadesperta a curiosidade do meioacadêmico e proporciona ricos

estudos na área de ciências bio-lógicas, especialmente pela li-gação com as políticas de de-senvolvimento sustentável.“Desenvolver práticas para asustentabilidade faz parte dapolítica de gestão de todas asindústrias do Grupo João Ly-ra”, afirmou Jane Paula de Sou-za, coordenadora de Meio Am-biente da Guaxuma.

QUALIFICAÇÃO - Elaressalta, ainda, que empresafoi a primeira do mundo, nosetor sucroenergético, a rece-ber a certificação ISO 14001 –atestado máximo de qualidadeambiental. “Para que uma em-presa receba esse selo é preci-so cumprir uma lista de norma-tizações que passam pela po-

lítica ambiental e social, cami-nhos que hoje são obrigatóriospara se obter excelência na pro-dução”, garantiu Jane Paula.

A coordenadora chamaatenção, ainda que, para man-ter qualificações como esta, énecessário um grande investi-mento não apenas na usina,mas nas comunidades circun-vizinhas, que passam pelo fatordeterminante da conscientiza-ção: “Colaboradores e mora-dores das comunidades maispróximas da Guaxuma sãofundamentais nesse processo,porque não é possível garantirbons resultados apenas compráticas técnicas. Para atenderuma política ambiental rígidaé preciso grande investimentohumano e pessoal”.

Fotos: Marco Antônio

Resíduos são separados para receberem tratamento

adequado, segundo normas ambientais

Garrafas PET sãoreaproveitadas para outras finalidades

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Cidades

Seriam necessários 500 profissionO trabalho da perícia se

divide em três tipos: contrapessoa, contra o patrimônioe acidente de tráfego. “Todosos dias, três equipes estão deplantão e cada um atua emuma área ou deveria atuar. Sóque o efetivo pequeno fazcom que atendamos todos oschamados. Somos apenascinco peritos por dia, para otrabalho externo em todo oEstado. Se houver um chama-do em Pariconha, temos quenos deslocar de Maceió atélá”, explicou José Veras.

Segundo o vice-presidenteda Associação, Paulo Rogério,um estudo feito no ano 2000,aponta que seria necessária acontratação de 500 peritospara atender bem todo o Esta-do de Alagoas. “Estamos semconcurso há mais de 10 anos.Muitos peritos já deixaram otrabalho por causa da desva-lorização da profissão, outros

se aposentaram, a populaçãocresceu e o número de peritoscontinua o mesmo. Um estu-do aponta para a necessidadeda contratação de mais profis-sionais. Acredito que um efe-tivo com 100 homens já resol-veria o nosso problema”,disse Paulo Rogério.

O perito falou ain-da, da criação depólos, descentralizan-do o serviço deMaceió, seria umgrande passo paramelhorar o trabalhoda perícia. “Seria ne-cessário um pólo naregião Norte, outro noSertão e a moderniza-ção do de Maceió.Dessa forma estaría-mos presente em todo oEstado. Hoje, muitas vezes osdelegados do interior prefe-rem não chamar a perícia porcausa da demora na nossa lo-

comoção”, lamentou PauloRogério.

O sindicalista revelou queexiste um projeto do GovernoFederal para investir na cons-trução de laboratórios e na com-

pra de equipamentosaproximadamente R$2,5 milhões. “Afatia doGoverno Federal já estádisponível, o problemaé a contrapartida dogoverno Estadual quenão ficou acertada.Mais uma vez ficamosemperrados por causado Estado. Sem dúvidaesse investimento rees-truturaria todo oCentro de Perícias

Forenses, melhorando oInstituto de Criminalística”,falou. “A demanda de trabalhotem crescido, mas o órgão não.Temos profissionais bastantequalificados e reconhecidos na-cionalmente, só que não temos

Falta de perícia deixa crimes sem eluciSem adicional noturno, profissionais especializados deixam de trabalhar à noite e de coletar provas importantes para Láyra Santa RosaRepórter

Problemas estruturais noInstituto de Criminalística e atémesmo, a falta de perícia em al-guns locais de crime está se tor-nando um grande problema paraa elucidação de casos de violên-cia em Alagoas. Há um ano, osperitos que estão sem receberadicional noturno não saem nohorário entre às 22h até às 5hdeixando dezenas de casos, prin-cipalmente assassinatos, sem olevantamento preliminar.Os delegados da PolíciaCivil já começam a en-contrar problemas paraprovar na Justiça as ra-zões e autorias dos cri-mes.

As dificuldades noInstituto de Criminalís-tica vão desde a falta deequipamentos modernosnos laboratórios ao nú-mero pequeno de efeti-vo, com apenas 50 peritosrealizando trabalhos in-ternos e externos. Sem falar naluta constante da categoria – quevem se estendendo desde o iní-cio da atual gestão do governodo Estado - por um reajuste sa-larial e pelo pagamento do adi-cional noturno. “Estamos hácinco anos sem receber reajustesalarial. Anossa categoria é total-mente desvalorizada. O piornisso tudo é que o governo jáchegou a negociar conosco e vol-tou atrás do prometido. A situa-ção está ficando insuportável”,disse o presidente da AssociaçãoAlagoana dos Peritos Criminais,José Veras.

De acordo com ele, a alega-ção do governo para o não paga-mento do reajuste foi a crise in-ternacional. “Eles alegaram queo Estado não ia poder ajustar o

salário de nenhum servidor pordesconhecer os danos da criseinternacional em Alagoas.Acabamos sendo prejudicados.Hoje, temos um dos menores sa-lários de peritos do país. Todoano a data-base vence e ficamossem correção”, lamentou.

A categoria espera se reuniramanhã, com o secretário deDefesa Social, Paulo Rubim, natentativa de sensibilizá-lo paraos problemas do Instituto deCriminalística. “Estamos aber-

tos para a conversa. Aprincípio, queremos o pa-gamento do adicional no-turno e dos 30 por centoda gratificação por exclu-sividade, que temos di-reito e nunca recebemos.Esperamos conseguirabrir o canal de negocia-ção com o governo que,hoje não existe”, afirmouVeras. “Acredito que faltavontade do governo pararesolver a nossa situação.

Não precisaria nem de estudona folha de pagamento doEstado para implantar o adicio-nal noturno. O valor fica emtorno de dez mil reais, para 30peritos que fazem o trabalho in-terno. É muito pouco”, justificou

Além da luta pelo pagamen-to das gratificações, a categoriatambém almeja o reajuste salarialequiparando com o mesmo valordado a Polícia Civil no ano pas-sado. “Na nossa negociação acer-tamos com o governo que elesnos dariam reajuste de 9,11%.Esse valor foi oferecido por eles,mas acabamos ficando sem nada.Esperávamos, pelo menos, quefosse repassado o mesmo per-centual de reajuste dado aos po-liciais. Estamos sendo desvalo-rizados em relação aos outras ca-tegorias”, afirmou o presidenteda Associação.

Cena do crime vira espetáculo macabro queatrai curiosos; populaçãointerfere nas provas

“Esperamosabrir canal

de negociação

com o governo,que hoje

não existe”

Presidente do Sindicato dos Peritos, José Veras denuncia falta de condições de trabalho e de diálogo com o governo

Governo federal de 2,5milhões para equipamen-tos, falta

contrapartidado Estado

Thallysson Alves / Estagiário

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JORNALO JORNALO

Davino afirma que sem peritos, muitas provas deixam de constar nos inquéritos Para Flávio Saraiva, policiais deveriam ser treinados para fazer trabalho de perícia

nais em ALestrutura para trabalhar. Muitasvezes temos que realizar ativi-dades periciais em Estados vi-zinhos para conseguirmos con-cluir um laudo”.

Hoje, o Instituto de Cri-minalística tem internamen-te laboratórios para análisede balística, documentosco-pia, química, DNA, grafotéc-nica, informática. “Temos oslaboratórios, mas a falta deestrutura com equipamentosmodernos faz com que pas-semos meses para conseguirterminar um laudo, sem falarque acontece de não obter-mos resultado”, contou Pau-lo Rogério. “Muitas vezes,acabamos pedindo auxíliodos estados vizinhos, comoé o caso do exame residuo-gráfico que temos que man-dar as análises para Per-nambuco. É preciso de mu-danças imediatamente”, cla-mou. (L.S.R.)

Peças dos quebra-cabeças são violadas pelos curiososAquelas cenas dos seriados

americanos mostrando o tra-balho da Perícia Forense comisolamento bem feito, equipa-mentos ultra modernos e comos criminosos reconhecidos emmenos de 24 horas, passa bemdistante da realidade da perí-cia alagoana. O problema já co-meça no local do crime, ondeparentes, curiosos, a polícia eaté mesmo a imprensa nãoaprenderam a respeitar a áreaque pode solucionar o caso.

Não é difícil chegar a umlocal de assassinato e ver deze-nas de pessoas ao redor docorpo analisando a cena.Muitas vezes, apenas uma fita

de isolamento é colocada paraevitar a proximidade das pes-soas, mas até a chegada da pe-rícia, aquele local já foi mexidoe as peças do quebra-cabeçaperdidas.

“Sempre são deixados ves-tígios no local onde aconteceuuma ação delituosa. Será a pe-rícia que irá encontrar as infor-mações que poderão dar emba-samento às investigações dapolícia. Produzimos um laudono prazo de dez dias, podendoser renovados por mais dez quepassarão todos os detalhes dolocal do crime”, explicou JoséVeras. “Aperícia é uma das pro-vas mais importantes para o

inquérito. Sem essas informa-ções, a Justiça pode até mesmoanular uma causa e, com isso,culminar com a impu-nidade”, alertou

No local do crime,os peritos têm o cuida-do de observar cada de-talhe. Eles recolhemprojeteis, armas, drogas,materiais de informáti-ca, tudo que puder serusado para a elucida-ção do caso. “A períciaestará presente emqualquer lugar que forsolicitado pelo delega-do. Apenas no horárioentre às 22h às 5h, os trabalhos

estão suspensos. Mas se a áreaestiver isolada depois desse ho-

rário, iremos até o localfazer o nosso serviço. Oproblema é que nemsempre a polícia esperaa nossa chegada ou res-peita o isolamento dolocal”, falou PauloRogério.

Com a decisão desuspender a saída nohorário noturno, en-quanto o adicional nãovoltar a ser pago, os pe-ritos solicitaram que a

área onde o crime for cometi-do fique isolada. “É precisopreservar o local. O problema

é que, com a presença de vá-rias pessoas, os vestígios vãodesaparecendo. As pessoaspegam projéteis, somem comas provas e o laudo fica com-prometido”, lamentou o vice-presidente da Associação,Paulo Rogério. “Na maioriadas vezes, a polícia não espe-ra a nossa chegada. Até enten-demos que esse isolamentodurante toda a madrugada,pode acabar atrapalhando ou-tras ações da polícia, que temobrigatoriedade ficar no localpreservando a área. Mas sema perícia, a situação se tornaum prato cheio para a impu-nidade”, alertou. (L.S.R.)

“Local do crime é livro onde o criminoso escreve sua história”O professor universitário e

perito criminal Mário Antôniode Oliveira completou dizendoque o local do crime é um livroaonde o criminoso escreve suaprópria história. “É o laudo pe-ricial que comprova a materiali-dade do delito. No artigo 158 do

processo penal está imposto aimportância da perícia. Ele dizque quando existe a infração sãodeixados vestígios. E neste casoé indispensável o exame de corpode delito, direto ou indireto, nãopodendo supri-lo da confissãodo acusado. Quer dizer, o laudo

é mais importante até do queuma confissão. Esse nosso traba-lho é de muita responsabilida-de, mas infelizmente pouco va-lorizado”, explicou o professor.

Para a diretora do Institutode Criminalística, é preciso queas pessoas tenham consciência

da importância do local do crimee passe a respeitá-lo. “Na maio-ria das vezes, o local não é pre-servado. Nessa falta de cuidado,acabamos perdendo indícios im-portantes, que acabaram fazen-do falta durante a avaliação dojuiz, sem provas técnicas”, falou.

“É preciso de os policiais melho-res treinados para preservar esseslugares. Sabemos que existe ador da família, o trabalho da im-prensa, mas se esses locais foremviolados, os crimes acabaramsem respostas”, alertou MárioAntônio. (L.S.R.)

idaçãodesvendar crimes

“As pessoas

pegam

projéteis e

somem com

as provas”

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Peritos já chegaram a fazer protestos para sensibilizar o governo do Estado, mas até agora nada conseguiram “Ler” as pistas deixadas no local das ocorrências ajuda a desvendar muitos mistérios do crime

Delegados já encontram dificuldades para realizar inquéritos policiaisOs delegados da Polícia Civil

já estão começando a ter dificul-dades para concluir alguns in-quéritos. A falta da perícia temsido um grande problema paraunir provas que dêem substân-cias para a conclusão das inves-

tigações. A opinião de delega-dos e agentes é que outra situa-ção grave será sentida no futu-ro, quando os inquéritos se tor-narem processos e forem enca-minhados para a Justiça.Segundo eles, o trabalho do

Ministério Público e, até a deci-são do juiz, podem ser prejudi-cados pela falta de embasamen-to. Por isso, os profissionais aler-tam que seja provável que mui-tos crimes fiquem impunes, semos autores reconhecidos.

Para o delegado do 4ºDistrito Policial, RobervaldoDavino, a falta de perícia temcausado um grande prejuízo àsinvestigações. “Estamos come-çando a sentir dificuldades paraconcluir os inquéritos, princi-

palmente porque precisamossubstanciar os fatos. Até chega-mos aos autores de crimes, massem a perícia acabamos semprovas”, disse. “O trabalho daperícia é essencial, principal-mente no que diz respeito à co-

leta de dados para complemen-tar o inquérito. Hoje quando ocrime acontece durante a ma-drugada, vamos ao local,pega-mos um documento, nome detestemunhas e mandamos levaro corpo”, relatou. (L.S.R.)

Saraiva sugere que agentes sejam treinados para fazerem períciasO delegado de Marechal

Deodoro, Flávio Saraiva, tam-bém lamentou esses problemasno Instituto de Criminalística.“O local de crime fala por si só.Sem o trabalho da perícia, onosso trabalho fica totalmentecomprometido. Sabemos queos levantamentos feitos pelaDeplan são totalmente superfi-

ciais e quando pegamos as in-formações para investigar fal-tam embasamentos e elemen-tos para darmos continuidadeàs investigações”, colocou.

Flávio Saraiva falou aindaque, como esse problema noefetivo da perícia, já tinha su-gerido à direção da PolíciaCivil que os próprios policiais

Civis sejam treinados para con-seguir realizar um levantamen-to preliminar nos locais dos cri-mes. “Em São Paulo já existeum trabalho nesse sentindo.Acredito que amenizaria o pro-blema da perícia e nos dariamais embasamentos para fina-lizarmos o inquérito. Assim,poderíamos acabar com a se-

quência de impunidade”,disse.

O delegado de MarechalDeodoro fala, ainda, que o in-vestimentos em perícia são ne-cessários para conseguir me-lhorar a qualidade do trabalhofeito pela polícia alagoana.“Não temos um banco dedados com os projéteis encon-

trados em locais de crimes ouretirado dos corpos, para com-parar com as balas das armasapreendidas. Se tivéssemosessas informações, poderíamoscruzar os dados e conseguirencontrar autores de crimes,até possíveis assassinos emsérie que agem em determina-das regiões”, falou. “Cada

arma tem uma identidade ba-lística e um sistema simplespoderia ser um grande passopara desvendar vários casos.Como isso não é feito, o traba-lho da polícia fica mais compli-cado e o delegado acaba tendoque correr atrás de outras for-mas para identificar os culpa-dos”, finalizou. (L.S.R.)

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Cidades JORNALO JORNALO

Fotos: Arquivo

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JORNALO JORNALO

CidadesDomingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

As ações de revitalização de Maceió estão contribuindo para o progresso social, o desenvolvimento

econômico e a qualidade de vida da população. Plantio de árvores em canteiros e praças, modernização

da infraestrutura da cidade e da orla de Maceió, melhorias na iluminação pública e na limpeza e a

promoção de eventos esportivos elevaram a autoestima dos maceioenses e encantam turistas.

Maceió, bom para se viver e morarInvestimentos elevam qualidade de vida dos maceioenses

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AA2222 Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

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A cidade de Maceió estáficando mais verde e saudá-vel. Praças, canteiros e calça-das da orla da capital alagoa-na receberam um grande in-cremento de árvores que,além de contribuir para o pai-sagismo urbanístico, está au-mentando a qualidade devida da população. O inves-timento ambiental, conse-quência do projeto MaceióMais Verde e da cons-cientização da própriapopulação trouxeramar puro, vida e belezaà cidade.

O comandante doBatalhão Ambiental(BPA) da PolíciaMilitar, tenente-coro-nel Maxwell Santos,disse que o plantio deárvores em canteiros,praças e calçadas daorla de Maceió repre-senta o resgate ambiental. Parao coronel Maxwell, o projetode arborização da cidade estáaproximando ainda mais o ci-dadão maceioense com o meioambiente.

“O plantio de árvores re-sultará em uma melhor har-monia entre a população e o

meio ambiente”, disse o coro-nel Maxwell.

O comandante do BPAprevê que, a partir do investi-mento ambiental, as novas ge-rações terão uma preocupa-ção maior com a preservaçãoda natureza. De acordo como coronel Maxwell, o plantio ea preservação das árvores tra-rão uma melhor qualidade de

vida para todos os mo-radores.

Ele destacou,ainda, que o planeja-mento de arborizaçãoem alguns pontos deMaceió irá acarretarem um melhor equi-líbrio natural. “O serhumano dependemuito das árvores: oar fica mais puro e di-minui o problema docalor. Essa busca do

equilíbrio natural será bené-fica para o futuro da cidade”,afirmou. “A saúde ambientalda capital alagoana será res-tabelecida a partir desse tra-balho de arborização. A cida-de irá respirar melhor, alémde atrair pássaros de diversasespécies”, completou o co-mandante.

Para o presidente da Asso-ciação Brasileira de Indústria eHotelaria em Alagoas (ABIH-AL), Carlos Gatto, a empreita-da para recuperar o meio am-biente e mantê-lo equilibrado éessencial para proporcionaruma sadia qualidade de vidapara os maceioenses.

“O trabalho de recupera-ção do meio ambiente acarre-tará em uma melhor qualida-de de vida e auxiliará no com-bate à poluição”, comentouCarlos Gatto.

“Ninguém imaginava quea plantação de gramas e a co-locação de um jardim no cal-çadão iriam fazer tanta dife-rença na questão estética daorla de Maceió”, disse o pre-sidente da ABIH-AL.

Ainda conforme CarlosGatto, o investimento ambien-tal, principalmente na áreaverde dos canteiros da orla dacidade, deu novas cores aocartão-postal da capital ala-goana.

Carlos Gatto ressaltou,também, a importância do

projeto de despoluição daspraias da orla de Maceió.Segundo o presidente daABIH-AL, o empenho para as-segurar a balneabilidade daságuas das praias da capitaldará contribuição não apenasaos turistas que visitam a cida-de, mas também a toda a po-

pulação alagoana. Para ilustrar que o progra-

ma está apresentando resulta-dos positivos, Carlos Gattoafirmou que somente na se-mana passada cerca de 200 milpessoas se banharam naságuas das praias da orla deMaceió.

O presidente da ABIH-ALgarantiu que Maceió está tri-lhando novos caminhos com oempreendimento direcionadoà limpeza das praias. “A orlade Maceió é uma das mais bo-nitas do País. E, agora, com adespoluição do mar, a belezadas praias da capital alagoanaatrairá ainda mais o turista eo maceioense”, disse o repre-sentante da rede hoteleiro noEstado.

Maceió Mais Verde - Paraassegurar um meio ambienteecologicamente equilibrado, aSuperintendência Municipal deMeio Ambiente (Sempma), pormeio do projeto Maceió MaisVerde, está investindo no plan-tio de árvores em vários pontosda capital alagoana. O objetivoda iniciativa, que vai além deum simples projeto paisagísti-co, pretende dar maior quali-dade de vida para os maceioen-ses. A conduta de incrementaro plantio de árvores visa, ainda,recuperar o meio ambiente ediminuir os danos causadospela depredação da natureza.

Em harmonia com o meio ambienteEm harmonia com o meio ambiente

“A saúdeambiental dacapital será

restabelecidaa partirdesse

trabalho dearborização”

Onda Verde toma conta da capital alagoana

Maceió recebe forte investimento de plantio de árvores

Plantio de árvoresoferece maior qualidade de vida para os maceioenses

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AA2233Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

Representantes da Polícia Militar também participaram das audiências públicas para a prevenção da violência

Para deixar Maceió mais seguraAudiências públicas pretendem encontrar soluções efetivas para o cambate à violência na capital alagoana

Os representantes da Uni-versidade Federal de Alagoas(Ufal), da Aliança ComercialRetalhista, do Conselho Re-gional de Psicologia (CRP) edo Movimento Negro estãootimistas quanto ao plano decombate à violência em Ma-ceió, que está sendo elabora-do a partir de consultas pú-blicas. De acordo com eles, oplano de segurança, que fazparte do projeto “Maceió MaisSegura”, trará soluções efeti-vas para o enfrentamento dacriminalidade na capital ala-goana.

A assistente social e coor-denadora do Núcleo Temáticode Mulheres e Cidadania daUfal, Elvira Simões Barreto,acredita que a ideia de ouvira população para obter suges-tão para diminuir a violênciaem Maceió trará resultados

positivos. “A partir das au-diências públicas, o plano desegurança terá subsídios efica-zes que conseguirão reduziro índice de violência na capi-tal”, disse Elvira Barreto.

“A ação merece apoio dasociedade porque, para seconstruir uma proposta de efe-tivar políticas públicas de en-frentamento à violência, escu-tando a própria população, éuma missão que precisa demuito esforço e dedicação”,afirmou a assistente social.

PIONEIRISMOPara a assistente social, a

consulta pública é inédita emMaceió. Segundo Elvira Bar-reto, que participa do movi-mento há cerca de 20 anos, elanunca havia tido a oportuni-dade de participar de umaconsulta pública nesse sentido.

“Nunca tive a oportunidadede ser ouvida e debater polí-ticas públicas nesse campoque é a violência, principal-mente relacionada à mulher”,disse.

A coordenadora do núcleoda Ufal disse que, somentecom a iniciativa da consultapública, a população já senteuma sensação de segurança etem a confiança de que o pro-jeto é promissor e poderáapresentar resultados.

“A consulta pública é umganho significativo para a po-pulação que sofre na pele coma onda da violência”, desta-cou. Ainda conforme ElviraBarreto, em relação às outrascapitais do País, Maceió já saiuna frente na criação de umprograma de enfrentamento àviolência, principalmente con-tra a mulher. Moradores contribuíram dando sugestões para enfrentamento da violência na capital alagoana

Quem também ressaltao quanto são importantesas audiências públicas queestão sendo desenvolvidasé o presidente da As-sociação Comercial Reta-lhista, João Correia Barros.“A ideia de ouvir a popu-lação e os diversos seg-mentos e entidades declasses é de fundamentalimportância para acolhersugestões e, por conse-guinte, criar uma soluçãopara o combate à violên-cia”, comentou João Cor-reia.

“Essa visão de ouvircomunidades, entidades eassociações é uma propos-ta importante para colherinformações junto àquelesque sofrem na pele as con-sequências da violência”,disse João Correia.

O presidente da Asso-ciação Comercial Reta-lhista acrescentou, ainda,que já participou de váriasoutras audiências públi-cas, mas não da maneiracomo a que está sendopromovida em Maceió. “Adidática utilizada pelasecretaria para abordar eacolher sugestões quantoà violência é diferente etrará bons frutos para ten-tar diminuir a violênciaem Maceió”, disse João

Correia. “Para mim, essetipo de audiência públicapara discutir a questão daviolência na capital ala-goana é inédita”, acrescen-tou.

Para João Correia, a au-diência pública, que tem oobjetivo de criar o PlanoIntegrado de combate àviolência, é o começo deum horizonte que deve terprosseguimento. “Essas

audiências não podemparar por aí. Já que, de iní-cio, estão dando resulta-dos e é necessário seguirem frente”, ressaltou. Opresidente da AssociaçãoComercial Retalhista disse,ainda, que não tem dúvi-da de que, a partir da es-tratégia de desenvolveruma série de ações inte-gradas, o combate à vio-lência será mais eficaz.

Ação integrada contra a violência

Para Helciane Angélica, re-presentante do Centro Cul-tural e Estudos Étnicos, “aproposta de unir forças” aoouvir o clamor da populaçãoe também de vários outrossegmentos da sociedade civilé o primeiro passo para sefazer um programa que tenhaefeito enérgico.

Ela disse que as audiên-cias reacendem a esperançada sociedade, que não tem

mais em quem acreditar. “Asociedade se sente fragiliza-da e desassistida na questãode segurança pública. É muitoimportante manter esse tipode diálogo com a sociedade.Percebe-se, com isso, que a ci-dade de Maceió quer tentarreverter a situação da violên-cia partindo do diálogo”, afir-mou Helciane Angélica.

Já o presidente do Con-selho Regional de Psicologia

(CRP), Félix Vilanova, a ideiade escutar a população em re-lação ao combate à criminali-dade chegou em uma boahora. “A criação desse proje-to chega em um bom momen-to para a população deMaceió. A sociedade tambémquer contribuir para umagrande reflexão acerca da vio-lência e encontrar possíveissoluções para essa situação”,enfatizou.

Audiências vão criar plano de segurança

João Correia: “Paramim, esse tipo de audiência públicapara discutir a questão da violênciana capital alagoana é inédita”

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AA2244 Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

Noite de Maceió fica mais iluminadaAndar pelas ruas da cidade está mais confortável; iluminadas atraem moradores e turistas em passeios

“A melhoria da iluminaçãopública de Maceió, além de tra-zer mais claridade no períododa noite, coíbe as ações de ban-didos e contribui para o desen-volvimento social da popula-ção”. Isso é o que afirmam tu-ristas e moradores dos centrosurbanos de Maceió. O novo sis-tema de iluminação que estásendo instalado nos bairros ena orla da capital alagoana fazparte do programa Luz da Vida,desenvolvido pela Superin-tendência Municipal de Energiae Iluminação Pública (Sima).

Para o estudante Diego O-mena, a nova iluminação públi-ca de Maceió está per-mitindo que a popula-ção desfrute dos espa-ços públicos tambémno período da noite, fa-cilitando o aproveita-mento das áreas delazer. “A nova ilumina-ção pública na capitalalagoana está promo-vendo uma melhorqualidade de vida paraas pessoas que moramnos centros urbanos”,disse Diego Omena.

De acordo com Diego Ome-na, a iluminação pública, alémde estar diretamente associa-da à segurança pública, con-tribui para a prevenção da cri-minalidade, embeleza as áreasurbanas e valoriza monumen-tos, prédios e paisagens.

A aposentada Maria Qui-téria ressalta, também, que amelhoria da qualidade dos sis-

temas de iluminação públicada capital alagoana inibiu oavanço da violência. “Com acidade mais iluminada, com acolocação dos novos postes elâmpadas, a gente tem umasensação de segurança. Oscasos de roubos em via públi-ca reduziram bastante”, con-tou Maria Quitéria. “As pes-soas, agora, se sentem mais se-guras para sair à noite, cami-nhar e até passear de bicicle-ta”, afirmou.

Sensação igual à do estu-dante e da aposentada de queMaceió está mais segura com

a nova iluminação éconfirmada pelo casalde turistas Luiz Hen-rique Basílio e ShirleyLins Henrique. Habi-tuados a fazer caminha-da durante à noite naorla da Pajuçara, os doisafirmam que não se sen-tem inseguros. “Eu sem-pre faço caminhada ànoite na praia e perceboque realmente melho-rou bastante a ilumina-

ção. O visual no período danoite está melhor, mais vivo evibrante. Os postes são maisbonitos e iluminam mais”,disse Luiz Henrique.

“A noite ficou mais clara eestá atraindo uma grandequantidade de pessoas para ca-minhar na orla. Com o reforçoda iluminação, o local ficoumais movimentado e inibe asações dos assaltantes”, com-pletou.

Shirley Lins ressaltou,ainda, que a nova iluminaçãomelhorou a imagem da cidade,favorecendo o lazer noturno,contribuindo, assim, para obem-estar de quem visita a ca-pital e também dos própriosalagoanos. “A iniciativa pro-porciona maior claridade emaior segurança para quemvem passear e fazer caminha-da, ou praticar esporte, duran-te à noite na orla de Maceió”,afirmou. Ela disse que agoratem uma imagem positiva dacidade. “Maceió é uma cidadesegura, confortável e bonita,onde as pessoas podem apro-veitar essa beleza também ànoite”, disse.

PROGRAMA

LUZ DA VIDA

Com o objetivo de melho-rar o sistema de iluminaçãopública, a Sima, por meio doprojeto Luz da Vida, instalou,nos últimos cinco anos, maisde 15 mil novos pontos de luzna cidade. Até o final de 2008,os números de pontos de luzaumentaram em mais de setemil unidades. Os 44 mil pon-tos se transformaram em quase52 mil, um aumento expressi-vo de 16%, que beneficiou bair-ros em toda a Maceió.

O projeto desenvolvido nosistema de iluminação públi-ca, além de deixar a cidademais moderna, está aumentan-do a autoestima da populaçãoda capital alagoana.

A nova coleta do lixo diá-ria proporcionou um rela-cionamento estreito entre aSuperintendência de Lim-peza Urbana de Maceió(Slum) e a população. Todosos moradores já sabem queo sistema de recolhimentode lixo não é feito a qual-quer tempo, mas em dias ehoras preestabelecidos. Deacordo os moradoresdos centros urbanosda capital, a coleta delixo melhora o aspec-to visual da cidade etraz grandes benefí-cios para a saúde,evitando a prolifera-ção de vetores quecausam doenças.

O técnico de en-fermagem John Da-vid, que mora em umtrecho da Ladeira doCalmon, em Bebe-douro, disse que a coletadiária de lixo está evitandoo acúmulo de sujeira e im-pedindo a proliferação deinsetos, bem como de ratos.“A coleta diária facilita a lim-peza da cidade e contribuipara a saúde das pessoas,porque impede a prolifera-ção de moscas e baratas e

até de ratos”, afirmou JohnDavid. De acordo ele, alémda despoluição visual dosbairros de Maceió, o reco-lhimento diário do lixo trazboas consequências para asaúde da população.

“Anos atrás, as calçadasficavam dias cheias de sacosde lixo esperando pelo ca-

minhão coletor. Aí ocheiro desagradáveltomava conta da rua”,lembra a pensionistaMaria Francelina, quemora na Vila Saem,no bairro do Sana-tório. Segundo MariaFrancelina, o lixo queantes ficava expostodurante dias, amea-çando a saúde dosmoradores, é coleta-do todas as noites.“Agora ficou melhor

com a coleta noturna de lixo.O caminhão do lixo passaaqui [na Vila Saem] todos osdias. É bom que, quando agente acorda, não se deparacom aquela quantidade delixo na rua”, frisou a pen-sionista.

O motoboy Misael Fran-cisco, também morador dobairro do Sanatório, ressal-

tou que já sabe da hora apro-ximada em que o serviço éexecutado e trata logo detomar providências antes,colocando o lixo na calçada.Misael Francisco tambémafirmou que a remoção re-gular do lixo evita a prolife-ração de vetores causadoresde doenças. “A partir da co-leta diária da sujeira, ratos,baratas e moscas não conse-guem encontrar no lixo con-dições para se desenvolve-rem”, disse.

Outra iniciativa aprova-da pelos moradores é o mu-tirão de limpeza, promovi-do pelos garis da Slum. Acada semana, os agentes delimpeza ocupam um localde maior necessidade paraserviços de varrição, capi-nação, pintura de meio-fio,limpeza de cais e canteiro.“Quando o lixo não é reco-lhido diariamente, a cidadefica com mau aspecto e maucheiro”, acrescentou.

Ele também disse que ovisual da cidade mudoucom os mutirões de limpeza.“O acúmulo de matos e lixoem terrenos baldios já nãonos preocupa mais”, garan-tiu.

Melhorias na iluminação pública levam mais segurança e comodidade aos moradores do centro urbano Praças de Maceió estão mais iluminadas com o reforço do novo sistema de iluminação pública

Iluminação urbana exerce grande influência no cotidiano das pessoas e cria imagem positiva do local

Praça Vera Arruda, na Jatiúca,também recebeu as ações do mutirão de limpeza

Agentes da Slum intensificam trabalho de capinagem e desobstrução de córregos nos bairros da capital

“Com acidade maisiluminada,

a gente tem uma

sensação desegurança”

Mutirão de limpezarecolhe lixo de Maceió

“A coletadiária

facilita alimpeza dacidade econtribuipara a

saúde daspessoas”

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AA2255Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

Turistas e moradores de Maceió prestigiaram as partidas de hand beach durante o Mexe Maceió

Atletas mostram muita garra e talento durante disputa de partidas nas areias da praia da Pajuçara

Mexe Maceió contou até com uma academia de ginástica a céu aberto; turistas aproveitaram a atividade

Torcedores assistiram às partidas acirradas de beach soccer na arena montada na praia da Pajuçara

As atletas femininas também mostraram sua categoria nas areias da praia da Pajuçara no Mexe Maceió

Mexe Maceió agita orla durante verãoOrla de Capital se transforma em arena de jogos; evento contou com mais de 20 modalidades esportivas

Aorla de Maceió se transfor-mou em uma verdadeira arenade jogos de verão. Reunindo di-versas modalidades, entre elasfutevôlei, vôlei de praia, beachsoccer, handbeach, basquetebolde praia, triathlon, rúgbi, fute-bol americano, lutas e surfe, oprojeto Mexe Maceió, promovi-do pela Secretaria Municipal deEsporte e Lazer (Semel), revel-ou a capacidade da estrutura

urbana para a pratica esportiva,lazer e entretenimento.

Para os representantes defederações esportivas do Esta-do, o evento trouxe grandes be-nefícios para Maceió, como oincentivo à prática de esportese a divulgação do turismo ala-goano.

De acordo com o presiden-te da Federação de Beach Soccer,Daniel Fernandes, além da inclu-são social, o evento esportivo

promoveu a valorização de vá-rias modalidades de esporteamador, bem como de atletasque se consideravam esqueci-dos pela falta de iniciativas de re-creação e esportes.

“O evento esportivo incenti-vou a prática do esporte ama-dor e estimulou a presença demoradores e turistas nas praiasda cidade maravilhosa”, disseDaniel Fernandes.

Outro ponto positivo apon-

tado por ele, decorrente da rea-lização do projeto esportivopromovido, foi uma vitrinepara a Federação de BeachSoccer no cenário nacional. “Oevento serviu para expor a fe-deração estadual de futebol deareia para que a ConfederaçãoBrasileira de Beach Soccer co-nhecesse, ainda mais, o traba-lho que desenvolvemos aqui noEstado”, comemorou.

O presidente da Federação

de Futebol de Areia comemorou,ainda, o aumento da procura dosjovens e adolescentes pelo espor-te de verão. “O projeto instigoua procura de pessoas em praticaro futebol de areia”, contou.

Daniel Fernandes afirmouque a iniciativa facilitou o aces-so dos maceioenses e turistas adiversas modalidades esporti-vas de areia, abrangendo todasas faixas etárias. “O MexeMaceió conseguiu envolver

crianças, jovens e adolescentesna prática de esportes durante operíodo de férias, evitando,dessa forma, que eles entrassempor outro caminho”, disse.

“O Mexe Maceió não ajudouapenas o desenvolvimento deesportes, mas contribuiu paravender Maceió, quanto a ca-pacidade de sediar esses jogos eoutras modalidades esportivas,incrementar o turismo e os negó-cios”, disse.

Já o presidente da FederaçãoAlagoana de Triathlon (FAT),Higino Vieira, disse que a or-ganização do evento esportivocontribuiu para que horas delazer fossem preenchidas coma prática de diversões sadias.

Higino Vieira também co-mentou que as atividades es-portivas do Mexe Maceió im-pediram o desperdício de tem-po por parte da juventude. “Oevento esportivo instigou a prá-tica do esporte, evitando o ócio”,comentou Higino Vieira.

O presidente da FAT, quecomparou a praia da Pajuçaracom a de Copacabana, no Riode Janeiro, disse que o eventodespertou a esperança nas ou-

tras federações esportivas, que,segundo ele, passaram a acre-ditar que ainda é possível. “Oevento ajudou a despertar aprática do esporte amador enos fez acreditar que é possí-vel”.

Por outro lado, Jorge Antô-nio Alves, representante doProjeto Sesc Verão, disse que oMexe Maceió provou que a ca-pital alagoana tem tudo para setornar conhecida nacionalmen-te como a capital dos esportesde verão.

Para ilustrar o que ele con-sidera como sucesso, JorgeAlves disse que, logo após o tér-mino do evento, ele foi procu-rado por turistas que ficaram

interessados em praticar o fute-bol americano.

MEXE MACEIÓO Sesc Verão 2010, desenvol-

vido por meio da Secretaria Muni-cipal de Esporte e Lazer (Semel),em parceria com o Sesc e comapoio do Cesmac e TV Gazeta,aconteceu na orla marítima, commaior concentração na Pajuçara.

Além de reunir as 27 moda-lidades esportivas, houve aapresentação de oito manifes-tações culturais, como danças eginásticas e hip hop. Foram2.659 participantes em 42 diasde atividades, 76 jogos e um pú-blico estimado em 8 mil pes-soas no total.

Campos da Praia de Pajuçara reunem atletas em várias modalidades esportivas

O presidente da Fede-ração Alagoana de FutebolAmericano (Fafa), EduardoMagalhães, disse que, alémde oportunizar a prática dediversas manifestações es-portivas, o projeto ocupoua orla de Maceió e tambémo tempo da juventude, prin-cipalmente no período deférias.

Eduardo Magalhães afir-mou que a oferta de ativida-des esportivas, como a doMexe Maceió, deve ser umaconstante, porque traz de-senvolvimento econômicoe proporciona uma vidamais saudável e feliz para apopulação. “A atividade es-portiva é um lazer quemuda rotina, fazendo comque as pessoas se divirtame, ao mesmo tempo, desen-volvam as partes física emental”, afirmou EduardoMagalhães. “O evento es-

portivo de verão também éimportante para que a cida-de obtenha independênciaseconômica e financeira”,completou.

De acordo com o presi-dente da Fafa, o MexeMaceió é importante por-que ocupa as horas de ocio-sidade durante o períodode férias dos jovens, que,muitas vezes, gastam otempo inutilmente em açõesque não trazem nenhum be-nefício. “O evento ocupou otempo e o espaço dos jovensno período das férias, poisalguns maus atrativospodem levá-los para situa-ções nada saudáveis”, ex-plicou.

Assim como ocorreucom o beach soccer, Eduar-do Magalhães contou quetambém, a partir do MexeMaceió, o futebol america-no conquistou visibilidade

e ganhou novos adeptos.“Depois das partidas de fu-tebol americano realizadasdurante o Mexe Maceió,houve uma procura grandede jovens interessados empraticar o esporte”, disse.“Nossos treinos agora sãotodos com a casa cheia”,completou.

O presidente da Fafadisse que, além de agregarvárias manifestações espor-tivas, o evento permitiu queatletas amadores tivessem aoportunidade de mostrar oseu talento. “O Mexe Maceiócriou oportunidades paravárias formas de manifesta-ções esportivas e oportuni-dades de talento. Uma ini-ciativa dessas é louvável”.

“O maceioense e os tu-ristas tiveram a oportuni-dade de saber que aqui tam-bém se pratica o futebolamericano”, comemora.

Futebol americano ganha adeptosTriathlon teve grandes confrontos

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AA2266 Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

O fluxo de pessoas no Comércio de Maceió aumentou depois das obras de requalificação

Centro de Maceió com cara de shoppingÁrea comercial está mais moderna, atraente e confortável; houve aumento de 20% de novos empregos

As obras de requalificaçãodo Centro impulsionaram aatividade comercial e a gera-ção de emprego em Maceió.Isso é o que afirmam os re-presentantes da Câmara deDirigentes Lojistas (CDL), daAliança Comercial dos Re-talhistas e também comercian-tes. Segundo eles, as transfor-mações nas áreas de in-

fraestrutura urbanística atraí-ram novos comerciantes econsumidores para o Centro,aumentando, dessa forma, amovimentação nas vendas dosetor.

Comemorando a estimati-va de aumento de 20% denovos empregos geradospelas lojas instaladas no cen-tro de Maceió, o presidente

da CDL, Wilson Barreto, disseque a valorização dos prédiosatraiu novos clientes e empre-sários. “A revitalização doCentro contribuiu para a va-lorização dos prédios e atraiunovos clientes e empresários”,afirmou.

O presidente da CDL afir-ma, ainda, que a moderniza-ção do centro incentivou a ex-

pansão de novas lojas de mar-cas. “Com o projeto de requa-lificação, houve uma expan-são de novas lojas e marcaspara o centro de Maceió”, fri-sou.

“Após a revitalização doCentro, novas lojas se insta-laram no local, entre elasestão: O Boticário, Mister,Maxhu´s e C&A. Já outras

grandes empresas, comoEsplanada e Insinuante, am-pliaram seus espaços físicos”,contou.

Wilson Roberto disse queo centro de Maceió se trans-formou num shopping a céuaberto. “A fachada e o interiordas lojas estão com um am-biente mais bonito e aconche-gante para os consumidores”,

afirmou. “O conforto e a lim-peza do calçadão do comérciosão fatores que atraem turis-tas”.

“Com o investimento naslojas, em consequência da re-qualificação do Centro, houveaumento nas vendas do setorvarejista. O comércio estámantendo um comportamen-to positivo”, contou.

O presidente da AliançaComercial dos Retalhistas,João Correia, também confir-mou que a revitalização docentro de Maceió provocouuma valorização dos imóveise o aumento da oferta de em-pregos, além da instalação denovas lojas.

“A revitalização do Centrotrouxe como consequênciamaior fluxo de pessoas, valo-rização dos imóveis e instala-ção de novas lojas, como em-presas regionais e nacionais”,enumerou João Correia.

Para o presidente da Alian-

ça Comercial dos Retalhistas,a modernização do centro dacapital é sinal de novos tem-pos e também é consideradopor ele como um divisor deáguas. “Houve um fortaleci-mento no comércio. A requa-lificação foi um divisor de á-guas”, disse.

“A requalificação do Centroera uma coisa esperada háanos. Nos últimos três anos ti-vemos uma evolução que so-nhávamos há muito tempo”,afirmou.

Quem também justifica ofortalecimento da economia

no Centro, com o projeto derevitalização, é o comercian-te Luiz Antônio. Ele desta-cou que houve avanços a par-tir das obras de requalifica-ção do setor. “O visual mo-derno do Centro está maisatrativo e pode receber me-lhor os visitantes, que têmmais comodidade na hora deefetuar suas compras”, afir-mou.

“O Centro ganhou um vi-sual moderno e confortável.Pessoas que vão àquela regiãoefetuar suas compras têm maistranquilidade”, disse.

Imóveis valorizados, empresas mais sólidas

Aestrutura física de Maceiópassou por mudanças signi-ficativas. Primeiro foi a inau-guração do viaduto Desem-bargador Washington Luiz, noFarol. Em seguida, a cidadeganhou mais dois novos via-dutos: um foi construído aolado do Já Mangabeiras, oviaduto Industrial João Lyra,no cruzamento da Leste/Oestecom as avenidas Gustavo Paivae Álvaro Calheiros, e o outrona Avenida Tomás Espíndola,que faz parte da passagem denível no Parque GonçalvesLedo.

O viaduto Industrial JoãoLyra diminuiu os transtornosno trânsito, frequentes naregião, onde recentemente se

instalaram dois hipermerca-dos e ainda aguarda a inaugu-ração de uma igreja evangéli-ca, com capacidade para 6 milpessoas.

Já a construção de viadu-to Desembargador Wa-shington Luiz contribuiupara desafogar o trânsitona região do Farol, poronde passam cerca de2.400 veículos por hora.

O local é um dosmaiores polos geradoresde viagens (movimen-tação de veículos e pe-destres), já que conta como fluxo de consumidoresque visitam o maior shop-ping do Estado.

Também será construído

um viaduto interligando obairro da Gruta de Lourdes àSerraria.

Além dos viadutos, a capi-tal alagoana recebeu aconstrução da AlçaViária Sandoval Caju,que faz a ligação entrea Rua Íris Alagoense ea Avenida Gover-nador Afrânio Lages.A alça viária trouxemais conforto e segu-rança para pedestrese motoristas. Outraalça viária também foiconstruída na Ladeirados Martírios.O motorista James

Cavalcante disse que sempreutiliza o viaduto Industrial

João Lyra para chegar ao tra-balho. De acordo com o mo-torista, ele não chega a perdertempo em engarrafamentos.

Para ele, as obras de cons-trução de viadutos melho-raram a passagem do trânsitoem alguns locais críticos na lo-calidade. "Além de aperfeiçoaro tráfego, os viadutos cau-saram um bom impacto visualmuito bom na cidade", afir-mou o motorista.

Ainda de acordo com Ja-mes Cavalcante, os novosviadutos acabaram com o su-foco no trânsito no bairro deMangabeiras. “Ainda bem queacabaram o sufoco de enfrentarcongestionamento para chegarao trabalho”, disse.

Cidade ganha novos equipamentos e facilita transporteO investimento na infraes-

trutura para a construção deviadutos, passagens de nível econtornos de quadras facili-tou o trânsito em diversospontos críticos de Maceió etrouxe novas opções de tráfe-go. Motoristas, usuários e pe-destres disseram que a melho-ria do trânsito e o escoamen-to do tráfego melhoraram opercurso entre a região dobairro do Tabuleiro do Martinse a orla de Maceió.

A construção dos viadutosdiminuiu o congestionamen-to em diversos pontos críticosno trânsito de Maceió. “Osviadutos melhoraram o fluxode veículos, facilitando a vidade motoristas que enfren-tavam horas de engarrafa-mento”, disse o rodoviárioJosé Milton.

Para ele, além da facilitaçãono escoamento do trânsito, osinvestimentos nos corredores

de tráfego de Maceió promo-veram uma organização e har-monia entre os motoristas. “Asobras no trânsito de Maceiómexem com a autoestima dosmaceioenses”, disse o rodo-viário.

O taxista Ronaldo Ber-tolino afirmou que o viadutoé uma realização “de grandeenvergadura não só para osveículos, mas também para ospedestres. De acordo com ele,a capital do Estado está commaior mobilidade no tráfego,e os viadutos e contornos dequadra são mais uma alterna-tiva para desafogar o tráfegoem Maceió”.

Ele comentou que a novaalternativa para a facilitaçãodo fluxo de veículos no trân-sito da Avenida FernandesLima são o alargamento da viae a implantação de uma faixaseletiva para a circulação deônibus. Novos viadutos facilitam a vida de motoristas e pedestres, além de aumentar a autoestima dos moradores dos centros urbanos de Maceió

O viaduto Industrial João Lyra melhorou o tráfego em Mangabeiras Passagem de nível Gonçalves Ledo desafogou trânsito no Farol

De acordo com dados re-centes do Detran-AL, a ca-pital alagoana recebeu, nosúltimos dois anos, cerca de50 mil novos veículos.Juntem-se a isso as situ-ações extraordinárias deocupação ou bloqueio deruas por ocasião de mani-festações dos movimentospopulares.

Os viadutos IndustrialJoão Lyra, José Aprígio Vi-lela e WashingtonLuiz facilitam o trân-sito, trazendo novasopções de tráfegoaos maceioenses. En-tre os viadutos, amaioria dos motoris-tas aponta comomais importante aimplantação do via-duto Industrial JoãoLyra, no bairro deMangabeiras, há umano em plena ativi-dade.

A cidade está cada diamais preparada para situ-ações como essa. A cons-trução de viadutos, pas-sagens de nível, contornosde quadras, novos corre-dores de transporte e a pa-vimentação de uma série devias por todos os bairros fa-cilitaram a movimentaçãode veículos e pedestres nasruas e proporcionaram vá-rias opções de tráfego àpopulação.

A obra ajudou a desafo-

gar o intenso fluxo de trân-sito numa área de grandecrescimento populacional ecomercial, que concentrashoppings, diversos super-mercados, escolas e outrosempreendimentos comer-ciais. Tornou-se mais rápi-do trafegar do Aeroporto aocentro de Maceió, entrar esair da cidade rumo às pra-ias ou fazer o percurso entreos bairros da parte alta e

baixa da capital. Além de abrir no-

vos caminhos, asobras estruturais im-plementadas trouxe-ram mais harmonia eorganização às ruasde Maceió.

Mesmo com ocrescimento acelera-do no número de veí-culos, a fluidez notrânsito vem ficando,cada vez mais, evi-

dente. Mas hoje os motivos que

provocam a lentidão notrânsito e congestionamen-to não são mais dor decabeça como antigamente.

O taxista Ronaldo Ber-tolino disse que está per-dendo menos tempo den-tro do trânsito de Maceió.“O trânsito está facilitandoa minha rotina de trabalho.Agora consigo chegar commais rapidez aonde o clien-te está”, afirmou RonaldoBertolino.

Sufoco no trânsito diminui com viadutos

“Agoraconsigo

chegar commenostempo

aonde meuclienteestá”

“Além deaperfeiçoaro tráfego,viadutos

causaramum bom impacto visual”

Trânsito flui melhor na capital

Lula Castello Branco

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AA2277Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

A reurbanização da orla de Maceió provocou um aquecimento no turismo e na economia de Maceió e estácontribuindo para o crescimento da capital. Isso é o que afirmam representantes do setor hoteleiro do Estado eturistas. De acordo com a rede hoteleira, Maceió teve a melhor ocupação dos últimos anos devido ao investi-mento em infraestrutura na orla da capital alagoana.

“O turismo em Maceió encerrou o ano de 2009 com a melhor taxa de ocupação dosúltimos tempos na hotelaria, depois que a orla da capital foi reurbanizada”, afir-mou o presidente da Associação Brasileira de Indústrias e Hotéis (Abih), CarlosGatto.

Para ele, esse sucesso do setor hoteleiro é creditado ao trabalho derevitalização da orla da capital alagoana. “O trabalho de moder-nização da orla de Maceió promoveu uma alta na ocupação nos ho-téis”, disse Carlos Gatto. Segundo o presidente da Abih, a estimativade ocupação nos hotéis em 2009 foi de 75% em relação ao ano anterior.

Abih comemora o “boom” do crescimento do setor hoteleiro. Além de impulsionar a ocupaçãonos hotéis, o presidente da Abih contou que o projeto de urbanização do litoral alagoano estimulou, aindamais, a procura de investidores privados no setor hoteleiro.

De acordo com Carlos Gatto, devido à revitalização da orla local, Maceió ganhou mais 12 hotéis. “Os novoshotéis – alguns deles ainda em projeto e outros que estão sendo erguidos – vão estimular a oferta de mais lei-tos”, destacou. Conforme o presidente da Abih, cada meio de hospedagem deve gerar uma média de100 empregos diretos.

Para ele, com a revitalização de toda extensão do litoral marítimo, a capital alagoanaestá proporcionando conforto, segurança e bem-estar tanto ao turista quanto aos ma-ceioenses, além de incentivar o aquecimento no setor turístico.

O paraíso é logo aqui Reurbanizaçãoda orla deMaceióencanta turistas

Cida Brunelli, agente deviagem de Ribeirão Preto, con-tou que já esteve quatro vezesem Maceió, mas isso há quasedez anos, e afirmou que acidade cresceu muito. “Maceióevoluiu, as orlas estão mais bo-nitas, com novos hotéis. Acida-de está convidativa, de caranova. Muita gente procura aagência para comprar pacotespara capital alagoana. E, comcerteza, vamos vender bemtambém os outros destinos doEstado”, contou Cida Brunelli.

A reurbanização da orlamarítima de Maceió motivou afamília de Eduardo Tavares atrazer para a capital alagoanao Radisson Hotel Maceió, darede Atlantica Hotels Inter-national: com 195 unidades,na categoria luxo, na praia daPajuçara. O investimento, deR$ 40 milhões, gerou 100 em-pregos diretos (90% para ala-goanos).

“Maceió está linda. É umproduto turístico de qualida-de e tem bons hotéis, restau-rante e ótima infraestrutura.

Estou fotografando tudo paramostrar aos meus clientes daagência que a capital alagoanaé uma maravilha. Maceió é fácilde vender”, disse o agente deviagem Cláudio Patrício. Ele,que é da cidade paulista deJarinu, contou, ainda, que estáfazendo uma visita técnica àcapital alagoana.

Cláudio Patrício está emuma comitiva de mais dez

agentes de viagens das cida-des paulistas de Ribeirão Preto,Jarinu, Presidente Prudente,São José do Rio Preto, Bauru,Rio Claro, Araras e Taquaritina.Durante cinco dias, eles fize-ram visitas técnicas nos hotéisde Maceió, Marechal Deodoro(Francês), Barra de São Miguele Maragogi, além dos passeiosaos pontos turísticos dos mu-nicípios.

Orla de Maceió é reurbanizada

Renovada, orla de Maceió aumenta a qualidade de vida da população

O quadro animador dosetor hoteleiro também é co-memorado pelo diretor co-mercial do Hotel Ponta Ver-de, Mauro Vasconcelos Filho.De acordo com ele, umexemplo que ilustra que avalorização da orla está sur-tindo efeito rápido éa alta nas ocupaçõesdos hotéis mesmodepois da agitadatemporada do carna-val.

“Não houve bai-xa na ocupação hote-leira na semana pós-carnaval”, comemo-rou Mauro Vas-concelos, o “Mau-rinho”. De acordocom ele, o motivo daalta registrada no positivo ín-dice de ocupação, após afesta de Momo, é resultadoda valorização da orla deMaceió. Ainda conforme o

diretor comercial do HotelPonta Verde, a ocupaçãogirou em torno de 98% emrelação ao mesmo períodono ano passado, quando re-gistrou 70%.

Para Mauro Vasconcelos,o investindo na revi-talização da orla fa-voreceu significati-vamente o turismo.Ele afirmou que areurbanização daorla de Maceió deusegurança para oshoteleiros investi-rem na capital.

“As ações de me-lhoria da orla deMaceió motivarama permanência dos

turistas, por mais tempo, nacapital alagoana mesmo apósos festejos carnavalescos, quesempre registraram umaqueda na ocupação dos ho-téis”, disse.

Ainda de acordo comMauro Vasconcelos, a pers-pectiva para o setor é aindamais animadora. Ele acredi-ta em um final de ano maisquente para a economia e oturismo.

Conforme dados daSecretaria Municipal de Pro-moção do Turismo, Indústriae Comércio de Maceió(Semptur), na temporada2008/2009 Maceió recebeu 33navios, representando umcrescimento de mais de 50%no número de embarcaçõese mais de 70 mil turistas atéabril de 2009. No primeirosemestre deste ano, o Aero-porto Internacional Zumbidos Palmares recebeu 489.941 passageiros em voos na-cionais. Isso significa um in-cremento de 0,6% em rela-ção ao mesmo período de2008, que teve 486.738 passa-geiros.

Turismo tem quadro animador

“Não houvebaixa naocupação

hoteleira nasemana

pós-carnaval”

Lula Castello Branco

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AA2288 Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

JORNALO JORNALO

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Apicultor Olavo Barros adquiriu uma nova fonte de renda para a família através da criação de abelhas

Cooperativa organiza produçãoFamílias do Sertão de

Alagoas cultivavam abelhasde maneira rústica, sem sepreocupar com implicações,conhecimentos técnicos oupossibilidade de tornar o ne-gócio mais profissional e lu-crativo. Com o surgimentode cooperativas, eles conse-guiram agregar valor ao pro-duto e transformar a ativi-dade em um negócio.

Na região existe a Coope-rativa dos Produtores de Melde Abelhas e Derivados(Coopmel), a Cooperativados Apicultores do Sertão(Coopeapis) e a Cooperativados Produtores de Animaisde Santana do Ipanema (Co-pasil).

A Coopmel foi fundadaem 2001 com sede emMaceió e depois foi transfe-rida para o município de Pãode Açúcar. De acordo com opresidente da cooperativa,Reginaldo Lyra, o projetonasceu da necessidade dosapicultores em se organizarpara aumentar a produção eagregar valor ao produto.

Produtores contam que,antes da associação nas coo-perativas, eles comercializa-vam para atravessadores erecebiam apenas R$ 2,00 porquilo do mel. Hoje, repassamo mel pelo valor de R$ 4,00a 4,50 o quilo. “Buscamos eli-minar a comercialização atra-vés de atravessadores agre-gando valores ao produto eaumentando as vendas”, ex-plica o presidente daCoopmel, ao frisar que o en-volvimento de todos os pro-dutores esta sendo funda-mental para a consolidaçãodo negócio.

A cooperativa possui umentreposto de coleta do pro-duto no município de Pão deAçúcar e sete casas do mel,que é um local próprio parareceber, processar e armaze-nar o produto. A produção éfracionada (em sachês e bisna-ga), e embalada com umamarca que foi criada pelospróprios apicultores da re-gião. Esse ganho trouxe novaperspectiva de vida para azona rural. Anterior ao coope-

rativismo, eles falam que arenda mensal era de apenasum salário mínimo com avenda esporádica de mel e ocultivo de outras lavouras.Agora, a renda mensal variae pode chegar a três saláriosmínimos. “Antes trabalhavade empregado dos donos depropriedades rurais. Hojetenho meu próprio negócio eas abelhas é que trabalhampara mim”, destaca o apicul-tor Olavo Barros.

Somente a Coopmel pro-duz anualmente cerca de 70toneladas. A perspectiva paraeste ano é aumentar aindamais esse volume focando es-pecificamente na qualidadedo mel que é comercializado.Este mês, os produtores assi-naram contrato com umagrande rede de supermerca-dos de Maceió e devem co-meçar a vender o mel já em-balado nos próximos dias.Também foi firmado um acor-do com a indústria Pindora-ma que vai comprar quatrotoneladas por mês de mel dacooperativa.

Produtores investem na atividadeÉ através da cooperativa que

os produtores conseguiram ad-quirir financiamento bancários.Hoje, o principal é do Banco doBrasil (BB), pelo Programa de De-senvolvimento Regional Sustentá-vel (DRS), que tem disponível R$2 milhões para serem investidos,

com juros de 1% ao ano, atravésdos recursos do ProgramaNacional de Fortalecimento daAgricultura Familiar (Pronaf).

Os recursos são destinadosà aquisição de colméias e equi-pamentos apícolas buscando oaumento da produção. “Quan-

do os produtores aderem à coo-perativa eles têm mais facilida-de para conseguir os emprésti-mos e podem investir na me-lhoria, quantidade e qualidadeda produção de mel e deriva-dos”, observa Reginaldo.

Continua nas páginas A30 e A31

JORNALO JORNALO

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Municí iospFotos: Carolina Sanches

Apicultura gera renda no Sertão de ALCriação de abelha tem atraído pequenos agricultores que buscam produzir de forma sustentávelCarolina SanchesRepórter

PÃO DE AÇÚCAR – O cul-tivo de abelhas se transformouem alternativa para geração deemprego e renda no interior. Aatividade, que antes era poucopraticada no Estado, tem con-quistado cada vez mais adep-tos. Atualmente, cerca de 600pessoas se dedicam à apicultu-ra em Alagoas. Na região doSertão, a produção de mel commanejo e responsabilidade so-cial está ajudando a elevar arenda e fixar o homem nocampo, proporcionando conhe-cimento de modernas técnicase maior aprendizado sobre a

apicultura.Produtores têm trabalhado

em sistema de cooperação e con-seguido incrementar a rendamensal. Este foi o objetivo doagricultor Olavo Barros quandodecidiu pelo cultivo de abelhas.Ele conta que não conhecia nadade apicultura até que viu algunsprodutores de mel e resolveuconhecer o trabalho. “Acompa-nhei a retirada do mel e a vendae percebi que o negócio davacerto. Fiz uma caixinha para verse conseguia criar abelha e de-pois não parei mais”, relata.

Barros disse que saia namata atrás de colméias e cap-turava as abelhas sem nenhu-ma proteção. Ele mesmo en-

garrafava o mel e vendia. O ne-gócio foi crescendo e Olavo per-cebeu que precisava de recur-sos para comprar materiais.Através de financiamento ban-cário, ele conseguiu comprar33 colméias e impulsionou onegócio. Após oito anos traba-lhando com abelhas, o apicul-tor conta que consegue extrairem media 800 kg por ano.

O sucesso de Olavo atraiuseu irmão, José dos SantosBarros que o ajudava com ascolméias. “O começo foi difícilporque não tínhamos preparoe roupa adequada para o traba-lho e tínhamos que percorrerquilômetros com as caixas nacabeça. Com o crescimento do

negócio conseguimos compraras roupas e uma caminhonetepara o transporte”, relata o api-cultor que já possui 22 col-méias.

A meta de José dos Santos éaumentar a produção para 100colméias no período de dois atrês anos. “Gosto muito de tra-balhar com apicultura e acredi-to que a região pode crescermuito no comércio de mel.Depois que nos reunimos emcooperativa estamos mais orga-nizados para isso”, observa oprodutor, ao frisar que a apicul-tura é responsável por cerca de30% da renda familiar.

Especialistas acreditam quea grande diversidade de floradas

e micro-climas, aliada às vastasextensões inexploradas, fazemdo semiárido nordestino umaregião com grande potencialpara a apicultura, atividade quemelhor remunera em períodode seca. Nos municípios doSertão, graças ao clima e a varie-dade de espécies de abelhas, essaprática vem crescendo e mudan-do a vida de muita gente.

De acordo com o gestor doArranjo Produtivo Local (APL)da Apicultura do Sertão, AlbertoBrasil, a atividade apícola é umaalternativa para a região semiá-rida, possibilitando ao sertane-jo a integração a uma atividadeviável e lucrativa que gera au-mento de renda, melhoria da

qualidade de vida e promove odesenvolvimento sustentável daregião. “A região é propícia aprodução de mel por ser rica emespécies de flores melíferas. Naépoca das chuvas, de dezembroa maio, a florada da caatinga évariada, propícia para a produ-ção do mel. Além disso, o tipode abelha encontrado se adap-ta ao clima”, explicou.

Alagoas produz cerca de150 toneladas de mel por ano.Todo o trabalho é acompanha-do pelo APL através de pesqui-sas, capacitações e criação deprojetos para impulsionar a ati-vidade. O objetivo é que até ofinal deste ano a produção au-mente mais de 50%.

Pequenos produtoresse capacitaram ecomeçaram a criarabelhas no Sertãodo Estado

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Além de apicultor, CiceroAlves, o “Mangueirinha” é umadmirador das abelhas.

Todo o conhecimento sobreapicultura veio com a experiên-cia prática dos 20 anos de pro-fissão e os estudos realizadospor conta própria.

A paixão pelas abelhas co-meçou em 1988 quando o pro-dutor leu uma reportagemsobre o assunto. Dez anos de-pois, ele mantinha o sonho dese tornar apicultor. “Mandei odesenho de uma colméia e pedi

que um amigo construísse. Elecomeçou a ler sobre o assuntoaté que começou a acompa-nhar a produção da primeiracolméia. Em pouco tempo,Cícero começou a colher os fru-tos da iniciativa.

Mangueirinha continuoucom a criação de gado, masconseguiu expandir seus ne-gócios com a produção de mel.O empresário se tornou refe-rência na região e incentivoumuitos agricultores que decidi-ram fazer o mesmo.

Hoje, com 600 colméias,ele busca a certificação orgâ-nica da sua produção.Mangueirinha explica que umdos critérios é que durante apolinização a planta precisaestar livre desses produtospara não prejudicar as abe-lhas. “Não basta só ter cuida-do com a plantação que asabelhas estão sendo criadas.Muitas vezes os insetos mor-rem por conta do defensivoaplicado em uma plantaçãovizinha”, disse.

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Carolina SanchesCarolina Sanches

Conquistar o mercado com produto de qualidadeO projeto do APL Api-

cultura no Sertão, do Serviçode Apoio a Micro e PequenasEmpresas (Sebrae), tem feitocom que os apicultores conhe-çam melhor a prática da cria-ção de abelhas, agregandovalor ao produto e conquis-tando novos mercados. Paraisso, o APL promove consul-torias, visitas técnicas e per-mite a participação dos pro-dutores em feiras e eventos.

De acordo com o gestor doAPL Apicultura, AlbertoBrasil, o programa foi implan-tado na região do Sertão em2005 e, até o ano passado, foiregistrado um aumento de150% na produção. “A asso-ciação dos produtores em coo-perativas e as capacitaçõesforam fundamentais para queo negócio prosperasse. Logoque o APL começou foi feitoum levantamento das necessi-dades dos produtores de cadamunicípio para que pudessemser diagnosticadas as necessi-dades de forma coletiva”, afir-ma.

O arranjo produtivo estápresente em treze municípiosda região e beneficia cerca deduzentos produtores distri-buídos nas três cooperativas.Uma das ações do programafoi incentivar a inclusão domel na merenda escolar.Através de parcerias com asprefeituras, o mel é adquiri-do para escolas de cinco mu-nicípios.

Para que o mel pudesse co-meçar a ser usado na meren-da escolar, profissionais darede municipal de ensino quecomeçaram a adquirir o pro-duto receberam dicas de es-pecialistas do Sebrae sobrecomo usar o mel de abelhaspara deixar as receitas regio-nais servidas aos alunos aindamais atraentes e, principal-mente, nutritivas.

No final de 2008, apiculto-res do Sertão também começa-

ram a vender parte do melproduzido para a Conab quedestina ao Programa MesaBrasil do Serviço Social doComércio (Sesc) que faz a doa-ção a entidades cadastradasno programa Fome Zero. Esteano já foram comercializados6 toneladas de mel e nos pró-ximos 20 dias esta prevista a

venda de mais 7 toneladas. Projetos para a construção

de entrepostos e casas de meljá foram aprovados peloGoverno Federal e aguardama liberação de recursos para oinicio das obras. Está previstaa construção de oito casas demel em cidades sertanejas. “Atendência é que a produção

cresça cada vez mais no Estadoque tem um potencial muitogrande para a produção demel de qualidade”, observa.

DIFICULDADES – A faltade infraestrutura é apontadacomo o maior entrave para odesenvolvimento da ativida-de. Para o gestor da APL

Alberto Brasil existe uma ca-rência de casas e entrepostosde mel para que seja feito oprocessamento e beneficia-mento do produto. “A regiãodo Sertão é carente de proje-tos. Mesmo com o apoio doAPL, é preciso de novas par-cerias para desenvolver o ne-gócio”, expôs.

O presidente da Coopmel,Reginaldo Lyra, conta que aatividade tem tudo para ex-pandir, mas faltam investi-mentos maiores no setor.“Muitas vezes o apicultor agepor conta própria e acaba co-mercializando o produto porum preço inferior por falta deapoio”, relata.

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Municípios JORNALO JORNALO

Apicultor incentivou comunidadeQuando o agricultor Ju-

nior Gonçalves dos Santos foiconvidado a conhecer a cria-ção de abelhas achou que aatividade não dava certo. Eleconta que estava acostuman-do com plantação de milho efeijão para sustentar a casa enão entendia como a apicul-tura poderia ser aliada as ati-vidades que já costumavafazer. Além de não acreditarno potencial do negócio,Gonçalves disse que não sepreocupava na preservação

ambiental da região. “Estava acostumado a

devastar as áreas para darlugar ao plantio. Quando co-nheci a apicultura vi que po-deria ganhar dinheiro deforma sustentável sem agre-dir ao meio ambiente. A cria-ção de abelhas também temum custo baixo, não ocupamuito espaço e pode serfeita em um tempo menor”,relata.

Aos poucos, o produtorfoi se transformando em um

Agente de DesenvolvimentoRegional (ADR), que são pes-soas pertencentes à comuni-dade que têm facilidade nodiálogo entre os apicultores.“Participei de oficinas e cur-sos e percebi que é muito me-lhor trabalhar sem degradaro meio ambiente. Hoje me or-gulho do que faço e sempreque vejo alguém devastandoa natureza procuro explicara importância da preservaçãoe como isso pode trazer bene-fícios”, afirma.

Mudança de atitude no campo

Mel produzido noSertão é utilizado na merenda escolarde cinco municípios

Sucesso de Cícero Alvesincentivou pequenosagricultores

Presidente da Coopmel explica que apicultoresconseguiram agregar valor ao produto e aumentar vendas

Divulgação/Sebrae

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Carolina Sanches

Carolina Sanches

Divulgação/Sebrae

Divulgação/Sebrae

Além do mel, principalproduto da apicultura, a pro-dução de própolis vermelhavem ganhando espaço entreos produtores de Alagoas, porter uma lucratividade supe-rior aos demais derivados.Apenas em Alagoas, as abe-lhas produzem à própolis ver-melha. Um produto cujas pro-priedades as têm chamado aatenção de pesquisadores deuniversidades de Alagoas eoutras cidades do país.

A própolis é uma substân-cia constituída de resíduos co-letados pelas abelhas de dife-rentes partes das plantas,como brotos e botões florais,que são transportados paradentro da colméia e modifica-dos pelas abelhas por meio daadição de secreções próprias.Sua composição pode variarde acordo com as espécies ve-getais de cada região e a varie-dade da abelha rainha.Analises preliminares mostra-ram que a própolis vermelhaapresenta propriedades antio-xidante, antiinflamatória e an-tibiótica e pode auxiliar no tra-tamento de doenças como ocâncer.

A produção de própolis emAlagoas ainda é pequena com35 apicultores, chegando a 100quilos por ano. Mas a ativida-de tem atraído novos produ-tores outros que já são apicul-tores passam a aceitar a pro-dução de própolis como maisuma alternativa. Um dos mo-tivos desta procura é o custoda própolis vermelha que ficaem torno de R$ 400,00 a R$500,00 o quilo.

A Secretaria de Estado daCiência, Tecnologia e Inovação(Secti) tem cumprido umpapel de articuladora nasquestões relacionadas a pro-dução de própolis, buscandofinanciamento para as pesqui-sas e implantação de tecnolo-gias. A atuação da secretariacomeçou em 2008 quandoforam iniciadas os estudospara melhorar a produção.

A diretora de Política deDesenvolvimento Científico eTecnológico, Lenilda Aus-trilino Silva, explicou que umaparceria entre a secretaria, aFundação de Amparo a Pes-quisa do Estado de Alagoas(Fapeal), universidades e ascooperativas de mel têm rea-

lizado pesquisas sobre o ma-nejo da atividade atuando nocampo e em laboratórios. Oprojeto também busca recur-sos para a aquisição de novosequipamentos.

Os recursos para as pes-quisas são do Banco doNordeste do Brasil (BNB). Asatividades se concentram nosaspectos de estudo das sazo-nalidades, controle de qualida-de e desenvolvimento do pro-duto. “O objetivo é agregarvalor, atuar no campo com omanejo adequado para au-mentar a produtividade esaber como reduzir os custosda produção”, explica Lenilda.

O presidente da Coopemel,Reginaldo Lyra, também éprodutor de própolis na re-gião do Litoral Norte deAlagoas. Ele contou que o ob-jetivo dos produtores é con-seguir agregar valor à própo-lis vermelha produzida emAlagoas e conseguir a certifi-cação para que seja usada notratamento de doenças. “A ex-pectativa é que sejam lança-dos novos produtos com abase de própolis no Brasil nospróximos anos”, disse.

Produto é cobiçado por japonesesA própolis vermelha pro-

duzida em Alagoas é elabora-da a partir da resina do Rabo-de-Bugiu, uma planta localiza-da próximo a manguezais evem sendo procurada por in-dústrias de outros países. NoJapão, por exemplo, o produtobrasileiro é utilizado em trata-mento bucal, produção de so-lução de bochecho, balas, cho-colates, cápsulas, entre outros.

Empresários do Japão jáanunciaram o lançamento deum produto que teve como

base a própolis vermelha. Nodia 19 deste mês, uma comiti-va de empresários e pesquisa-dores japoneses esteve emAlagoas para firmar parceriase conhecer as pesquisas queestão sendo realizadas noEstado. “Os representantes semostraram satisfeitos com o re-sultado das pesquisas emAlagoas e garantiram estudaras idéias ara a firmação de umaparceria”, disse a diretoraLenilda Austrilino.

A proposta é que seja orga-

nizada uma cooperação técni-ca funcione por meio de finan-ciamento para pesquisas, su-porte para estudos e um inter-câmbio cultural que possibili-te uma constante troca de expe-riências para o desenvolvimen-to da produção e da qualidadeda própolis vermelha emAlagoas. “Com a cooperaçãotécnica vai ser possível compa-rar os estudos que estão sendorealizados nas universidadesde Alagoas e os que são feitosno Japão”, explicou Lenilda.

Criação de forma sustentávelAcriação de abelhas é uma

atividade de baixo investimen-to, alta rentabilidade e impac-tos positivos ao meio ambien-te já que as abelhas polinizama região, contribuindo para amanutenção da diversidadeflorestal. “Com a criação des-tas abelhas, o homem colabo-ra com a preservação e aindaretira um produto altamenterentável e aceito em qualquermercado consumidor”, infor-ma o gestor da APL do Sertão,Alberto Brasil.

Um dos objetivos das capa-citações e cursos realizados naregião é fazer com que cadavez mais a atividade atenda osrequisitos para ser considerada

uma ação sustentável. AlbertoBrasil explicou que o produtorprecisa se preocupar com o ma-nejo adequado das colméias,de acordo com o período dasfloradas. “O produtor deveestar atento à saúde do ambien-te, o que inclui colméias loca-lizadas em áreas distantes depesticidas e as lavouras devemser livres de tratamentos à basede venenos, dentre outros as-pectos”, disse.

Alberto explica que na re-gião do Sertão é encontrada aabelha africanizada, que seapresenta como uma das me-lhores produtoras de mel etambém são mais resistentesàs pragas e doenças. “Essa re-

sistência a pragas e doença éum diferencial importe para aapicultura nacional. Por causadisso, não é necessário colo-car veneno nas colméias, o quepermite fazer uma produçãoorgânica em larga escala livrede agrotóxicos, valorizando oproduto”, afirma.

O presidente da Coopemel,Reginaldo Lyra, também éprodutor de própolis na re-gião do Litoral Norte deAlagoas. Ele contou que a pró-polis vermelha é encontradaapenas em áreas próximo amanguezais e, por isso, é im-portante a conscientização dosprodutores com relação à pre-servação do mangue.

AA3311Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Municípios JORNALO JORNALO

Própolis vermelha busca expansão no mercado

Gestor do APL aponta a necessidadede produzir de formasustentável

Propriedades daprópolis vermelha têmchamado a atenção depesquisadores

Lenilda Austrilino mostra embalagem de produto japonês que é feito à base de própolis vermelha

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AA3322 Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

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O ex-prefeito Tonhão foi o grande homenageado emmais uma bateria de inaugurações em Rio Largo

O prefeito Toninho Lins (PSB) inaugurou no último dia 22, a escola modelo Antonio Lins de Souza,com seis salas de aula climatizadas; uma ação pioneira no Estado.

A escola está situada no bairro Prefeito Antônio Lins de Souza, antigo Tabuleiro doPinto, e leva o nome do último gestor a construir escolas no município, o Tonhão, há

duas décadas passadas. Toninho entregou também a pavimentação de diversas ruas deRio Largo beneficiando centenas de moradores de localidades como Jacarepaguá, Cucaú

e Lourenço de Albuquerque, e anunciou que vem pela frente mais uma série de obras como a pavimentação de todas as ruas da Mata do Rolo.

Ae s c o l amunici -p a l

Antonio Lins deSouza leva onome do pai deToninho; umahomenagem doatual prefeitoao Tonhão,como era co-nhecido, porter sido ele oúltimo prefei-to a inaugu-rar escolas nomunicípio. Éa primeira aser construí-da depoisde 20 anos." A q u e l eh o m e m

deixou paraRio Largo ensinamentos de de-cência, honestidade e amor. Foio prefeito que mais fez calça-mento e quem mais construiuescolas em Rio Largo. No go-verno do Tonhão não tinha es-cândalos, nem corrupção. Estouemocionado pois fiz uma ho-menagem mais do que justa aomeu pai", disse Toninho.

Aescola possui seis salas deaula climatizadas e laboratóriode informática que beneficiará250 alunos. "É uma escola mo-delo com todas as salas de aulaclimatizadas. Construímos tam-bém um laboratório de infor-mática para nossos alunos.Estamos trabalhando a inclusãosocial pela inclusão digital. Elestêm que, desde cedo, ter acessoa linguagem da informática parase integrar no mundo globali-zado e, posteriormente, compe-tir no mercado de trabalho deigual para igual com os alunosde escolas particulares", avisouo prefeito.

INFRA-ESTRUTURA"Fiz apenas um terço do que

quero fazer em Mata do Rolo.Estamos inaugurando a recu-peração da Praça Kleber eKeyton e as duas vias de aces-so ao local. Nós vamos calçartodas as ruas da localidade edar uma casa a cada família daComunidade do Alemão, poistrabalhamos, principalmente,para quem mais precisa", avi-sou Toninho Lins. Na ocasiãofoi inaugurada a pavimentação

de todas as ruas do ConjuntoJacarepaguá, que há mais de 17anos não recebia sequer umaobra de infra-estrutura, e reali-zada a pavimentação do bairroCucaú - mais uma opção deacesso até Lourenço deAlbuquerque.

As inaugurações contaramcom a presença do ex-gover-nador Ronaldo Lessa, do sena-dor Renan Calheiros e do de-putado federal Joaquim Beltrão.Diversas obras que estão sendofeitas são com verbas de emen-da parlamentar e têm a contra-partida do município. "O futu-ro de Rio Largo também depen-de dos investimentos que foremfeitos na Educação. Rio Largo éo quarto município do Estado enão temos medido esforços paratrazer recursos que se revertamem mais desenvolvimento equalidade de vida para o muni-cípio", disse Renan Calheiros.

Entre os investimentos fede-rais feitos em Alagoas recente-mente, estão a inauguração donovo aeroporto Zumbi dosPalmares, a duplicação da ro-dovia BR-104, no trecho entre oaeroporto e o município deMessias, a construção da alçaviária do aeroporto, uma obraestimada em quase R$ 20 mi-lhões e a recuperação da malhaferroviária que passa por RioLargo.

PERFIL DE TONHÃOAntônio Lins de Souza nas-

ceu em 04 de junho de 1937. Foiformado em História eAgronomia. Trabalhou comoFiscal de Renda e teve um exten-so e honrado currículo político.Começou a carreira política aolado do já falecido TeotônioVilela. Foi vereador por RioLargo na década de 70. Algunsanos depois foi eleito prefeitode Rio Largo pela primeira vez.De 1983 a 1988 esteve à frente daPrefeitura de Rio Largo pela se-gunda vez. Em 1996 foi vice-prefeito, quando renunciou aocargo por não compartilhar comas ilegalidades da ex-prefeitaElisa Alves. Assumiu em 1999 afunção de articulador e conse-lheiro político do Governo deRonaldo Lessa. Foi ainda DiretorAdministrativo da Companhiade Saneamento de Alagoas(Casal) e candidato a DeputadoEstadual.

Laboratório de informática para inclusão digital Área administrativa da escola Antonio Lins de Souza

Inauguração das ruas adjascentes e da reforma da Praça Kleber e Klayton

Salas de aula climatizadas beneficiam 250 alunos

Inauguração de uma das ruas do conjunto Jacarepaguá com apresença de Toninho Lins, da vice-prefeita Maria de Fátima,

do Senador Renan Calheiros e do vereador Aurísio

Ex-governador de Alagoas, Ronaldo Lessa ao lado da secretária de Assistência Social, Dione Moura no momento

da execução do Hino de Rio Largo

Prefeito Toninho Lins ao lado do senador Renan Calheiros e da primeira- dama, Izabelle Lins

Comitiva visitando o novo acesso de Cucaú a Lourenço de Albuquerque

Escola modelo com salas de aula climatizadas

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Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Economia

Em dois meses, 12 mil alagoanos ficaram desempregados

Baixa diversificação reduz emprego Alagoas registra pior bimestre em três anos na geração de vagas de trabalho com carteira assinada, segundo o Caged

Patrycia MonteiroRepórter

Nos primeiros dois mesesdeste ano, mais de 12 mil traba-lhadores alagoanos perderamseus empregos. Trata-se do piorresultado para o bimestre nomercado de trabalho formal doEstado dos últimos três anos.Segundo dados do CadastroGeral de Empregados e Desem-pregados (Caged), do Ministériodo Emprego e Trabalho, nos pri-meiros dois meses do ano, exa-tos 12.115 profissionais tiveramsuas carteiras assinadas em Ala-goas contra um total de 24.223

demitidos no mesmo período,gerando um saldo negativo for-mado por 12.108 postos de tra-balho extintos. No primeiro bi-mestre de 2008, o saldo negati-vo de desemprego atingiu 3,7mil trabalhadores e em 2009, ou-tros 6,1 mil.

Quem acompanha a série his-tórica das estatísticas do Cagedsabe que a cada ano um ciclo deemprego e desemprego se repe-te em Alagoas. Normalmente, apartir de dezembro, um núme-ro considerável de trabalhado-res é demitido no Estado. Nosmeses seguintes, até meados demaio, são registrados sucessivos

saldos negativos. O número decontratações só volta a ser supe-rior ao de demissões a partir dejunho, com saldo positivo tími-do, e atinge um pico no mês desetembro (ver quadro).

Esse movimento cíclico é re-corrente e se repete a cada anoporque a economia alagoana épouco diversificada. Somenteum pouco antes da safra de cana-de-açúcar começar, a partir desetembro, o setor sucroenergé-tico contrata em massa, admitin-do, no ano passado cerca de 50mil trabalhadores até o auge dasafra, em novembro. Graças aosetor, essas admissões alavan-

cam o número de carteiras assi-nadas no segmento da Indústriada Transformação do Estado.

Só para se ter uma ideia daforça do setor no volume de con-tratações do Estado, em setem-bro de 2009, o mercado de traba-lho de Alagoas registrou 41,5 ad-missões contra 5,9 mil demissões,atingindo um saldo positivo for-mado por cerca de 35 mil empre-gos formais. Desse estoque, maisde 34,7 mil foram vagas ofereci-das pela Indústria de Transfor-mação alagoana, segmento doqual faz parte as indústrias pro-dutoras de álcool e açúcar.

(Continua na página A34)

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AA3344 Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Economia JORNALO JORNALO

Para Cícero Péricles, agricultura familiar pode ser alternativa Heth Cesar: números do Caged traduzem dura realidade do Estado

Impulsionado pelo programa federal M inha Casa, Minha Vida, Construção Civil ajudou os números de Alagoas a não serem ainda mais negativos

Cana, turismo e comércio garantem ofertaAlém disso, no mesmo pe-

ríodo da colheita, começa tam-bém os preparativos para altatemporada turística. E é entre osmeses de outubro e novembroque os hotéis, restaurantes ebares iniciam suas contrataçõesde mão-de-obra temporária. Nosquatro últimos meses do anopassado, o segmento de Serviços- onde estão colocadas as em-presas do ramo turístico - gerouum estoque positivo formadopor 1,4 mil empregos. As contra-tações do último quadrimestreainda são incrementadas pelosetor do Comércio que tambémfaz contratações sazonais emfunção das vendas do períodonatalino. Nos meses de outubroe novembro, o segmento gerouum saldo positivo formado por2,5 mil empregos extras.

Contudo, já a partir do mêsde dezembro vem a dura reali-dade. As demissões são retoma-das e prosseguem nos seis me-ses seguintes. Em dezembro de2009, segundo o Caged, o saldonegativo foi formado por 1.181desempregados, enquanto queem janeiro foi de 913 desliga-mentos e em fevereiro disparoupara exatos 11.195.

“Esse número de demissõesa cima da média no primeiro bi-mestre do ano ocorreu porque asafra de cana-de-açúcar foi maiscurta”, analisa Heth César Bis-marck Athayde Barbosa de Oli-veira, superintendente daDelegacia Regional do Trabalhoe Emprego em Alagoas. Segun-do ele, ao longo de 2009, o Estadosó não registrou saldos negativosmaiores porque o mercado da

Construção Civil se manteve bemaquecido por causa das obras doPrograma de Aceleração do Cres-cimento (PAC) e do ProgramaMinha Casa, Minha Vida, ambosdo governo federal. As empresasdo setor realizaram 15,1 mil ad-missões e 11,5 mil desligamen-tos, o que resultou num saldo po-sitivo formado por 3,6 mil em-pregos com carteira assinada”,

diz Heth César.De acordo com os dados do

Caged, no ano passado, o co-mércio contratou 22.119 profis-sionais, mas desligou 20.956, ge-rando um saldo positivo forma-do por 1.163 empregos. O setorde Serviços admitiu 23.095 tra-balhadores e demitiu 20.417, re-sultando em um saldo positivode 2.678 empregos. (P.M.)

Lula Castello Branco

Mudar realidade necessita de investimentosSegundo o economista Cí-

cero Péricles de Carvalho, pro-fessor do Departamento deEconomia da UniversidadeFederal de Alagoas (UFAL), ociclo de emprego e desempre-gos de Alagoas se repete acada ano porque o Estadoainda mantém uma economiapouco diversificada, depen-dente de setores que funcio-nam sazonalmente, seja pelabaixa/alta estação, como as ati-vidades ligadas ao turismo eao setor de comércio no finalde ano. “Esse é um dos sinto-mas do nosso subdesenvolvi-mento. Sem um mercado detrabalho estável, de renda cres-cente, não podemos pensar em

investimentos em larga escala,voltados para o atendimentodessa maioria de consumido-res, compradores e clientes”,afirma. “Ainda não criamospolos econômicos – industriais,agrícolas ou de serviços -, queabsorvam mão-de-obra deforma estável”, frisa.

Para o economista é neces-sário fortalecer a agricultura fa-miliar, que, por ser policultorae pluriativa, demanda força detrabalho o ano inteiro. “É preci-so consolidar também os seto-res comerciais e de serviços queatendem as demandas dos seg-mentos de renda mais baixa eque, por isso, se espalham portodo o território e cria dinâmi-

ca em todas as localidades. Maisdo que nunca, criar uma econo-mia diversificada e bem distri-buída espacialmente para gerarum amplo mercado interno quesustente o ciclo virtuoso de cres-cimento e de geração de empre-go numa economia de caracte-rísticas periféricas e atrasadascomo a nossa”, argumenta.

Péricles lembra que o mer-cado informal de trabalho aindaé predominante no Estado, poishá em Alagoas cerca de 1,3 mi-lhão de pessoas em condiçõesde trabalhar, formando o con-junto da população econômicaativa, sendo que apenas 420 mildelas têm contrato formal, sejacom carteira assinada, estatutá-rias ou com contratos no servi-ço público. “O grau de escola-ridade da população economi-camente ativa pode ser medidopelos anos de estudo formal dostrabalhadores empregados. EmAlagoas, essa média é muitobaixa, de pouco mais de quatroanos de escolaridade. Isso signi-fica baixa produtividade no tra-balho, menor remuneração doscontratados, pouca qualificação

para atividades mais comple-xas e menor competitividadeempresarial”, ressalta.

Na opinião do economista,para avançar, o mercado de tra-balho em Alagoas necessita damesma saída para a economiacomo um todo: a ampliação dadiversificação produtiva, rela-cionada à distribuição geográ-fica desta produção. “Algunssetores respondem rapidamen-te a geração de alternativas detrabalho, como a agricultura fa-miliar e as atividades do setorcomercial e de serviços urba-nos. São segmentos que podemser dinamizados com recursoslimitados, como vem provan-do ao longo dos anos o créditoprodutivo urbano, o microcré-dito, no caso das atividades ur-banas; e o crédito rural, no casodo Programa Nacional de For-talecimento da AgriculturaFamiliar (Pronaf). Outro impul-so pode ser dado pela combina-ção entre esse investimento fo-cado nos segmentos de baixarenda, mais um amplo sistemade apoio técnico e de comercia-lização”, diz. (P.M.)

Lula Castello Branco

‘Ao longo de 2009, o Estado só não registou

saldos negativos maiores porque o mercado

da Construção Civil se amnteve bem aquecido

por causa das obras federais”

Heth César

Superintendente da Delegacia Regional do Trabalho em Alagoas

“Ainda não criamos polos econômicos -

industriais, agrícolas ou de serviços-,

que absorvam mão de obra”

Cícero Péricles de Carvalho

Professor do Departamento de Economia da Ufal

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AA3355Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Economia JORNALO JORNALO

Com amplos espaços, cada seção da loja é arrumada para garantir comodidade aos consumidores A rede trabalha com diversas marcas exclusivas, que produzem peças únicas para cada estação

Renner abre primeira loja em AlagoasNova unidade, segunda maior da rede no Nordeste com mais de 2 mil m², começa a funcionar no dia 31Iracema Ferro

Repórter ojornalweb.com

A Lojas Renner inaugura,nesta quarta-feira, sua 1º lojaem Alagoas, na expansão doMaceió Shopping, em Manga-beiras. A unidade estréia emMaceió o plano de expansãoda rede para 2010, com a sua12ª loja do Nordeste.

Segundo o diretor de Re-lações com Investidores, JoséCarlos Hruby, já na inaugura-ção, a Renner doará três milpeças, entre vestuário e calça-dos, para comunidades caren-tes de Alagoas. Os produtosserão repassados à populaçãopor meio das ações sociais da

Prefeitura de Maceió, que re-ceberá 1.500 peças, e do gover-no estadual, que também serácontemplado com o mesmonúmero de mercadorias.

Nossa reportagem teveacesso exclusivo ao interior daloja, que está quase prontapara receber os clientes. O es-tabelecimento é amplo, tem2,1mil metros quadrados (omaior da expansão do MaceióShopping), é bem iluminado,tem duas entradas (uma pelopróprio shopping e outra peloestacionamento) e é totalmen-te climatizado. A loja é a se-gunda maior do Nordeste.

O destaque fica na diversi-dade de produtos, que atende

tanto o público feminino quan-to o masculino e infantil, compreços bem competiti-vos e ambientes al-tamente práticos: asroupas dos mane-quins estão nas ara-ras mais próximas ecada estilo (refletin-do diferentes atitu-des, interesses e per-sonalidades) são di-vididos. Hruby afir-ma que a estratégiaé facilitar a vida doconsumidor.

“Se o cliente gos-ta de determinadoestilo de roupa, nãoprecisa ficar buscan-

do as peças em de-zenas de araras. Aexposição de rou-pas, calçadas e aces-sórios ajuda o clien-te a encontrar peçasmais formais juntas,assim como roupascasuais, esportivas,moda praia. Issopoupa tempo, o quehoje é muito impor-tante. Esta forma dedivisão permite queo cliente identifiqueclaramente o con-junto de peças que

melhor reflete seu jeitode ser e de viver. Temos aindauma ampla perfumaria e cos-

méticos, com oferta de produ-tos de marcas consagradas in-ternacionalmente e itens ex-clusivos”, destaca.

LONDRES - Para a inau-guração, as araras estão re-cheadas das novidades daColeção Outono-Inverno 2010,que tem como tema principala cidade de Londres, marca-da pela irreverência, o contras-te e a modernidade. As cole-ções próprias, como Collection,Blue Steel, Cortelle, MarfinnoJust Be, Request e Satinato se-guem esta tendência, mas aspeças escolhidas para a loja deMaceió, de acordo como Hru-by, segue uma linha mais co-

lorida, tipicamente nordesti-na, visto que o inverno não érigoroso na região.

Para fidelizar o cliente, aRenner oferece cartão próprio,sem anuidade nem taxa deadesão, com dois tipos de par-celamento: zero de entrada eoito parcelas fixas com juros ezero de entrada com cincofixas sem acréscimos.

Assim como outras lojas doramo, a Renner possui cartãopróprio, o que ajuda a rede afidelizar clientes há pelo menostrês décadas. Com 15,2 milhõesde cartões emitidos até dezem-bro passado, a companhia tema terceira maior base de priva-te label do mercado brasileiro.

Esta é a

12ª unidade

da Renner

na região

nordestina

Fotos: Iracema Ferro/ojornalweb.com

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Não importa o tamanho, opreço ou a localização do imó-vel. Todo ano, o proprietáriodeve declará-lo no ajuste anualdo Imposto de Renda (IR).Além disso, devem ser infor-madas as condições em que obem foi adquirido: se foi à vista,financiado pelo SistemaFinanceiro de Habitação (SFH)ou por outra linha de crédito,ou ainda comprado na plantae pago em prestações direta-mente com a construtora. Poisbem: são muitos os detalhesque devem estar na ponta dolápis na hora de preencher aficha de declaração. Por isso, oespecialista da consultoria IOB,Rogério Ramos, listou as per-guntas mais frequentes sobrecomo declarar imóveis no IR.

O imóvel vai se valorizan-do ao longo dos anos, mas ovalor informado na declara-ção é o pago no ato da com-pra. Ao ser vendido, o preçodeclarado fica muito abaixodo de mercado. Existe umamaneira de amenizar essa di-ferença para efeito do impos-to?

Rogério Ramos - Não. Osvalores a serem informados naficha “Bens e Direitos” são osvalores efetivamente pagos porocasião da aquisição. Nãopodem ser atualizados. Devemser repetidos

O contribuinte com maisde 65 anos vendeu uma casaem 2009 e usou o valor parafazer outros investimentos. Eleprecisa pagar IR sobre o valordesta venda?

Rogério Ramos -Primeiramente, é preciso verifi-car se o ganho de capital sobrea venda do imóvel está isentode imposto de renda. São isen-

tos de imposto de renda sobre oganho de capital na venda deimóveis de valor igual ou infe-rior a R$ 440 mil quando se tra-tar do único imóvel que a pes-soa possua, desde que não tenhaefetuado, nos últimos cinco anos,outra alienação de imóvel a qual-quer título, tributada ou não.Também está isento o ganhoapurado na venda de imóveisadquiridos até 1969 e o ganho navenda de imóvel de valor de R$35 mil. Caso não preencha ascondições ci-tadas, deveser apuradao imposto derenda sobre avenda dacasa. A apu-ração deveser feita pormeio do pro-grama cha-m a d oGCAP2009 eos dadosdevem serimportadospara aDeclaraçãode AjusteAnual de2010, ano-calendário de2009.

Haveria a possibilidade decorrigir os bens já declaradospara o valor de mercado, jáque muitos estão com os valo-res defasados?

Rogério Ramos - Não. Osvalores dos bens adquiridos an-tigos poderiam ser atualizadossomente até a UFIR de 1º de ja-neiro de 1996, ou seja, 0,8287,de acordo com a tabela constan-te da IN SRF nº 84/2001

Como deve ser declarado

um imóvel adquirido na plan-ta, a prazo, com entrega em2011?

Rogério Ramos - Para imóvelem construção informe no campo“Discriminação” da ficha de“Bens e Direitos” os dados dacasa e do alienante (empreende-dor). Não preencha o campo“Situação em 31/12/2008”.Informe no campo “Situação em31/12/2009” somente o valor pagono ato mais o total das presta-ções pagas até dezembro de 2009.

Não preencha aficha “Dívida eÔnus Reais”

Como deveser declarado oprimeiro imó-vel do contri-buinte adquiri-do por finan-ciamento imo-biliário? Issointerfere narestituição doIR?

R o g é r i oRamos - Aaquisição debem imóvel em2009 não influino cálculo deimposto de

renda devido oua restituir.

Informe aquisição do imóveladquirido em 2009 na ficha“Bens e Direitos”.

O contribuinte vendeu umimóvel de sua propriedadepara dar entrada em outro. Ovalor restante será financiado.Que modelo de declaraçãodeve ser usado: completo ousimplificado? Isso pode levaro contribuinte a cair na malhafina?

Rogério Ramos - Nestecaso, proceda a retificação dasDeclarações de Ajuste dos anosanteriores para incluir o apar-tamento não declarado. Oganho de capital na venda doapartamento está isento de im-posto de renda em razão de oproduto da venda ter sido apli-cado na aquisição da casa, emseu nome, no prazo de 180 diascontados da celebração do con-trato. Preencha o programaGanho de Capital GCAP2009,com os dados do alienante(vendedor) e do adquirente(comprador), o valor da vendae o custo do imóvel constantena ficha de “Bens e Direito” daDeclaração de Ajuste Retifica-da. No programa GCAP2009opte pela isenção. Após opreenchimento do GCAP2009importe os dados para a ficha“Ganhos de Capital - Bens Imó-veis” da Declaração de Ajustedo exercício de 2010, ano-cal-endário de 2009. Dê baixa doimóvel na ficha “Bens e Direi-tos” da Declaração de AjusteRetificada. No campo Discrimi-nação do item do imóvel infor-me o nome e o número de ins-crição no CPF ou no CNPJ doadquirente, a data e o valor daalienação. No campo “Situaçãoem 31/12/2008”, informe o valorconstante na declaração doexercício de 2009, ano-calen-dário de 2008. Não preencha ocampo “Situação em31/12/2009”. Em relação à casaadquirida em 2009, abra umitem com o código 12 - casa.No campo Discriminação osdados do bem e do alienante.Não preencha o campo Situa-ção em 31/12/2008. No campoSituação em 31/12/2009 o valorpago e das prestações pagas atédezembro de 2009.

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Quem comprou unidades do Residencial Jardim Royal (foto) este ano está livre de declarar o imposto de renda: preocupação fica para 2011

Estar decorado em apartamentocom dois quartos no JTR

ILOA garante férias em hotéis de todo o mundoOs clientes do ILOA Vida

em Família, condomínio quereúne unidades residenciais,um condoresort e um clube delazer em Barra de São Miguel,conheceram esta semana de-talhes do programa de inter-câmbio de férias da multina-cional RCI Group que poderáser utilizado por todos inves-tidores do empreendimento.

O intercâmbio possibilita-rá que o morador permute seissemanas da sua unidade noILOAVida em Família com ou-tras unidades da RCI Group

espalhadas pelo mundo. Sãomais de 4.200 hotéis e resorts daRCI, incluindo 87 no Brasil.

O intercâmbio de férias daRCI nada mais é do que umgrande banco de reservas. Aotempo em que o interessadocoloca seu imóvel à disposi-ção da rede para que associa-dos de todo o mundo possamhospedar-se durante seis se-manas/ano, ele garante omesmo direito em unidades ehotéis do mundo inteiro vin-culados à RCI.

O diretor da RCI Group no

Brasil, Alejandro Moreno,apresentou detalhes do servi-ço no coquetel de boas vindasoferecido esta semana pelaVivendi Empreendimentos noHotel Radisson.

Conforme anunciou Ale-jandro Moreno, antes mesmoda conclusão das obras, osclientes do ILOA Vida emFamília poderão usufruir duassemanas de férias, uma a cadaano, cortesia da parceria fir-mada entre a RCI e a VivendiEmpreendimentos.

O sistema foi elogiado por

Felipe Rodrigues, um dos in-vestidores presentes ao even-to, que possui uma casa emOrlando (EUA) vinculada àRCI. “A rede funciona e permi-te que você conheça o mundointeiro gastando menos do quese optasse por hospedar-senum bom hotel”, afirmouRodrigues.

“O ILOA é o primeiro em-preendimento imobiliário doBrasil a ser comercializado, ofe-recendo intercâmbio de férias”,disse Felipe Cavalcante, dire-tor-presidente da Vivendi.

Imposto de renda: saibacomo declarar seu imóvelEspecialista esclarece principais dúvidas de quem investiu no setor

JORNALO JORNALO

Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm..bbrr || e-mail: [email protected]

ImobiliárioImóveis.com

EM FOCO

O presidente do Sinduscon-AL, MarcosHolanda, está envolvidíssimo com a organiza-ção do 82º Enic (Encontro Nacional da Indústriada Construção), que ocorrerá de 9 a 11 de junho,no Centro de Convenções de Maceió. Esta se-mana, a organização do evento lembrou, in-clusive, que as inscrições realizadas até o pró-ximo dia 30 de março terão um senhor descon-to. A expectativa da Câmara Brasileira daIndústria da Construção é trazer para Maceiómais de mil participantes.

Theodomiro Jr. [email protected]

BOMBA NOS CARTÓRIOSUma verdadeira bomba caiu sobre os cartórios

esta semana. O Provimento nº 04/2010, assinadopelo desembargador James Magalhães, limitou emR$ 3.403,58 o valor pago pela legalização de qual-quer empreendimento imobiliário, independentemen-te do tamanho e do tipo. "Considerando a Lei Fe-deralnº 11.169, os emolumentos cartoriais deverão corres-ponder ao efetivo custo e à adequada e suficiente re-muneração dos serviços prestados", redigiu o desem-bargador James Magalhães. Para se ter uma ideia doimpacto que essa medida representa, empreendimen-tos como o "Norcon Empresarial" e o shopping PátioMaceió tiveram que desembolsar, respectivamente, R$262 mil e R$ 514 mil só pelo registro do Memorialde Incorporação, documento exigido por lei para queo empreendimento seja comercializado. No caso doPatio Maceió, só para averbar a construção do em-preendimento, o cartório exigiu mais R$ 540 mil.Resta saber agora se a medida beneficiará também oscomuns mortais.

SILÊNCIO

O provimento que limitou os emolumentos carto-riais em R$ 3.403,58 foi assinado no último 17 demarço. Mesmo após ter sido publicado no DiárioOficial da Justiça, pouca gente se atreveu a tocar no as-sunto.

ABSURDO

O trabalhador que pretende comprar a casa própriaà vista, mas precisa sacar dinheiro do FGTS para com-pletar o valor do imóvel desejado, vai poder economi-zar até R$ 2.200 a partir de agora. Isso porque oConselho Curador do FGTS estabeleceu um valor má-ximo para a tarifa praticada pelos bancos nestes casos.

EM 60 DIAS

A limitação atinge as tarifas de intermediação douso do dinheiro do FGTS para a compra de imóveis àvista, mas que estejam enquadrados nas condições doSistema Financeiro da Habitação (SFH). As medidasentram em vigor dentro de 60 dias.

FAIXAS DE CÁLCULO

Ficou determinado que as tarifas máximas serão de0,16% para imóveis até R$ 130 mil e de 0,32% até o tetode R$ 500 mil. Assim, as tarifas máximas serão de R$800 e R$ 1.600, respectivamente. Um imóvel que custeR$ 400 mil, por exemplo, terá tarifa máxima de R$1.600 - mas poderá ser menor, de acordo com o banco.

FGTS EM CONSÓRCIO

Hoje a Caixa cobra em torno de R$ 1 mil dos clien-tes quando o FGTS é usado na compra à vista. Mas atarifa é livre e alguns bancos chegam a cobrar até R$ 3mil pelo serviço.

NA CRISTA DA ONDA

Os dados são de São Paulo mas valem para todo oPaís. Em cinco anos, a região metropolitna paulista ga-nhou 1,8 milhão de novos consumidores. Eles hoje inte-gram um grupo que reúne 14,7 milhões de pessoascom renda mensal entre R$ 804 e R$ 4.807. Nesse uni-verso: as classes C e D são a nova classe dominante.Foram eles que sustentaram a construção civil no mo-mento em que os investidores tradicionais deixaram omercado. Quem diria, hein!

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Page 37: OJORNAL 28/03/2010

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JORNALO LO

DoisJORNA

BB11Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || ee--mmaaiill:: ccuullttuurraa@@oojjoorrnnaall--aall..ccoomm..bbrr Confira as promoçõesna Revista da TV

Para responder a essa pergunta, O

JORNAL buscou especialistas e co-

lecionadores, falou com cordelistas

populares, conheceu os versajistas -

universitários que fazem uma releitu-

ra do cordel alagoano - e descobriu

que, apesar de opiniões diversas,

essa espécie de literatura do povo

permanece acompanhando o pro-

cesso evolutivo da humanidade sem

perder a magia dos seus folhetos.

Confira nas páginas B4 e B5.

Cordel:

Marco Antônio

Os cordéis de Jorge Calheiros impressionam pelo formato, pelo som e pela rima. O artista popular há 40 anos se destaca pelo caráter humorístico dos seus escritos e por uma cantoria peculiar dos seus versos

arte viva ou em extinção?

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Sérgio Onofre

Historiador de formação e preso pelo eter-no e fraterno laço de parentesco, o autordestas linhas, na condição de filho, de

início se declara suspeito para tal empreitada,no entanto, por dever do ofício, busca, ampara-do em fontes documentais, depoimentos orais e,especialmente no testemunho da imprensa es-crita alagoana, fontes que busquei analisar deforma rigorosa, inquirindo e cotejando-as entresi ? procedimentos recomendados pela ciênciaHistórica ?, assim, minha dura tarefa como his-toriador foi recolher o maior número de infor-mações, questioná-las, confrontá-las e, por fim,tomar decisões sobre a veracidade destasmesma fontes (ou de suas partes) e justificá-lasna perspectiva de recuperar a memória de maisde meio século de uma vida dedicada à cultura.Falo de Pedro Onofre de Araújo, personagemimportante do cenário alagoano, por sua contri-buição nas diferentes áreas e expressões artísti-cas de nossa terra.

Sobre a trajetória percorrida por PedroOnofre pelas veredas das artes e da cultura,assim publicava o Diário Oficial do Estado deAlagoas (20 de set. 1986, p. 40): “A sua ligaçãocom a arte começou há muito tempo atrás. Bastadizer que em 1958, fundou e foi o primeiro pre-sidente do Centro de Estudos Cinematográficosde Alagoas”, iniciativa que foi agraciada com otítulo de Utilidade Pública, outorgado pelaAssembléia Legislativa de Alagoas. Formadopor um grupo de artistas e intelectuais alagoa-nos, entre os quais: Jesualdo Ribeiro, NivaldoValença, Pádua Moreira, Pedro Farias,Humberto Guerrera, Gildene Loureiro, LedaOliveira e Eunice Alves Pinto, o grupo se orga-nizou com a finalidade de estudar cinema naperspectiva de estudar e produzir filmes. “Nosreuníamos, definíamos tarefas, como a redaçãode um roteiro e voltávamos a nos reunir paradiscutir o texto elaborado”, relembra Onofre emseu depoimento, perguntado sobre se haviaalgum produto dessa fase afirmou: não, estuda-mos, estudamos mas não produzimos nada, so-nhávamos com isso, mas não aconteceu”.

Segundo Onofre, o Centro foi um “retornoao cinema” depois de um breve período em quededicou-se ao teatro, ao rádio e a literatura, talafastamento teve como causa o acidente que so-frera com a queda de uma aeronave CurtesComander da empresa Loyde Aéreo, no dia 5 desetembro de 1958, do qual saíra ileso (Jornal deAlagoas, 6 de setembro de 1958), mas que sepul-tou a jovem Pajuçara Filmes, produtora cinema-tográfica que criara em parceria com GilbertoBarbosa e que rendeu vários curtas metragenscomo: “Petróleo, redenção de Alagoas”, um re-gistro das primeiras prospecções em Jequiá daPraia (Acervo Petrobras). O acidente destruiu osequipamentos da empresa entre os quais umacâmera Bel&Hower (Aymo), 35mm, com trêsobjetivas e torre, equipamentos com os quais aPajuçara produzira “o primeiro cinema sonororealizado em Alagoas”.

Sobre sua participação no rádio afirmouaquele veiculo oficial de comunicação: “foitambém decisiva na criação do Sindicato dosRadialistas de Alagoas, do qual foi o primei-ro Presidente. Antes de ser transformada emsindicato, a entidade era a AssociaçãoAlagoana de Rádio, criada em 1957, poste-riormente Associação dos Radialistas”(Diário Oficial do Estado de Alagoas, 20 desetembro de 1986, p. 40).

Mesmo figurando como um dos precursoresdaquele sindicado, juntamente com Lima Filho,Haroldo Miranda, Nilson Miranda e Jorge Vilare com atuação no rádio e na imprensa escrita, sóa partir de 2001, Pedro Onofre conseguiu seu re-gistro como jornalista. Afirmou-nos, em depoi-mento que “requereu à época da regulamenta-ção da profissão de jornalista, o seu registro pro-fissional junto à Delegacia Regional do Trabalho– DRT [no entanto,] teve seu processo extravia-do naquele órgão federal, não podendo usufruirde um direito que a lei assegurava aqueles quejá exerciam a profissão sem que portassem o di-ploma de jornalista”.

Quando do exercício (em comissão) do cargode “Assessor de Comunicação Social” doTribunal Regional do Trabalho – TRT, 19ªRegião, entre 1996 e 2003, Onofre protocolanovo requerimento naquela delegacia e obtémfinalmente seu registro, sob o número003893/2001-79, em caráter precário.

Voltando às atividades artísticas é na RádioDifusora de Alagoas que Pedro Onofre vai asso-ciar o gosto pelo teatro com aquele vigoroso ins-trumento de comunicação, o rádio, trabalhandoentre 1950 e 1955, atuando como rádio-ator e,posteriormente, de 1957 a 1961, dirigindo oRádio Teatro daquela emissora.

Na verdade, sua ligação com o teatro inicia-se uma década antes daquela referenciada peloveículo de comunicação oficial do Estado, ini-cialmente citado. “Com meio século de vida de-dicado à produção teatral, Pedro Onofre não es-conde a satisfação de ser um dos desbravadoresda arte em Alagoas. História que começou nacidade de Arapiraca ainda [no final da] décadade 1940” (O Jornal, 21 de março, 2004, p. B-3).

O próprio Pedro Onofre prefere demarcar oinício de sua trajetória no Joracy Camargo,numa montagem do “Teatro Amador deArapiraca” (informação verbal, presenciada emdiferentes momentos e por nós registrada). Apartir de então, seguiram-se quase duas deze-nas de atuações como ator de teatro em peçascomo “A História de Noé”, poema teatralizadoem dois atos de sua autoria no papel de “Deus”(1987), “Cabaré” de Karl Valentin ? com direçãode Marcos Fayad ?, no papel do “maestro”(1986), “A Beata Maria do Egito” de Rachel de

Queiroz, no papel do “Coronel Chico Lopes”(1959) e “O Idiota” de Fiódor Dostoiévski, nopapel de “Páfion Rogorsin” com direção deHeldon Barroso (1957), este último numa mon-tagem da “Associação Teatral das Alagoas –ATA”, grupo criado e dirigido por LindaMascarenhas; os demais espetáculos montadospelo “Teatro Cultura do Nordeste – TCN”,grupo criado pelo próprio Pedro Onofre em1959.

Neste meio século foram vinte e nove atua-ções como diretor de espetáculos teatrais, den-tre os quais destacamos: “Terra Maldita” (2006,1982, 1978 e 1963), “O Galo de 3 Pernas” (2005,1993), “No Mundo da Lua” (2004, 1997, 1988) e“Mundau lagoa assassinada” (1988), estes desua autoria. E ainda, “Os Fuzis da SenhoraCarrar” de Bertolt Brecht (1992), “O Auto daCompadecida” de Ariano Suassuna (1989) e“Lampião” de Rachel de Queiroz, numa monta-gem do “Teatro do Estudante de Alagoas”. Nocampo da produção literária é autor de 30 peçasteatrais, nove delas publicadas nos três volumesiniciais da coleção “Teatro de Pedro Onofre”.

Sobre o gosto pela literatura afirmara em en-trevista a José Geraldo W. Marques: “Comecei aler muito cedo. Com a leitura veio o desejo deescrever; a princípio timidamente, depois, demaneira compulsiva. Devo muito, ao curso pri-mário que fiz [...]. com 12 anos de idade li pelaprimeira vez, os “Diálogos de Platão e Diniz [...]Entre os escritores brasileiros obrigatórios [naescola] destacavam-se Humberto de Campos,José de Alencar e Machado de Assis...” (ANotícia, 27 de julho - 2 de agosto de 2003, p.11).

ROMANCISTA - Em sua edição de 7 de fe-vereiro de 1998, o jornal Gazeta de Alagoas(Serviço, p. B-7) afirmava que “Pedro Onofre éconsiderado um dos dramaturgos mais produ-tivos do Nordeste”, naquele mesmo mês, naedição do dia 18, o mesmo jornal voltava a tra-tar da vida e da obra do dramaturgo alagoano“...começou escrevendo críticas teatrais nos jor-nais de Maceió e contracenando nos palcos dacidade até tornar-se diretor de teatro e depoisdramaturgo [...] escreveu, além das peças tea-trais, quatro livros de poemas, um romance,dois ensaios, crônicas e artigos” (Gazeta deAlagoas, Serviço, p. B-7), soma-se ainda a essavasta produção inúmeras composições musi-cais, algumas delas inseridas como trilhas sono-ras em seus filmes e peças.

“Homem de muitas letras”, a poesia poderepresentar um capítulo à parte na sua trajetó-ria, alguns de seus versos foram publicados nasobras: “Turbilhão” (1964); “A canção do luar im-possível” (1975); “I Coletânea de Poetas eEscritores Nordestinos”, uma publicação daAcademia de Artes e Letras do NordesteBrasileiro (Recife, 1978); “Poemas da minhaterra” (1981); “Calabar”, publicado na coletânea“Poesia e prosa do Nordeste” (1981) e “À som-bras das Arapiracas” (1984). Além de poemasinseridos em seus textos para o teatro, a exem-plo de “Mundau lagoa assassinada” (Teatro 01,SECULT, 1987. p. 215-216).

Em 2005, aos 70 anos de idade, encena pelaquarta vez a peça “Terra maldita”, de sua auto-ria, “A primeira montagem é de 1963, esta “...tal-vez, tenha sido a peça de maior impacto psi-cológico-social-político de Pedro Onofre e demaior sucesso de público” (Tribuna de Alagoas,14 de julho de 2005, Caderno Arte & Cultura),talvez também, por esse motivo o texto tenhasido escolhido como tema para sua mais recen-

te obra cinematográfica, “Terra MalditaInicialmente produzido para o teatro, o texto froteirizado em 1970, atualizado em 2009 e finamente produzido em 2009/2010.

Na área do cinema “Terra maldita” constituse no seu quarto longa metragem, precedido p“O suicídio” (2007); “Homens e feras” (1995)“Nas trevas da obsessão” (1970), este último epelícula (p/b), além de outras 06 obras no formto documentário de curta duração, todas atuado como autor do argumento, como roteiristacomo diretor. Assinou também os roteiros de “sal da terra” (1968), “A morte em 80 dias” (197“Aconteceu numa noite de inverno” (1969/197e A epopéia do Cariri (1971).

“Dono de um currículo invejável, PedOnofre é inegavelmente uma das grandes inte

JORNALO JORNALO

BB22

Es açopDomingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..

UMAS POUCAS PALAVRAS

Pedro Onofre e intelectualidade alagoanaCoube a Sérgio - a nosso pedido -, falar sobre Pedro, ajudando-nos a homenagear um homem importante na vida

de Alagoas e que é seu pai. Existem pessoas que têm missão civilizatória, que brigam, que procuram lugar e deixammarcas na vida da sociedade. Pedro é uma delas, um indicador da transição que aconteceu na formação do intelectualalagoano, gerando a saída de uma produção guardiã dos valores senhoriais para as primeiras levas de intelectuais mar-cados pelo processo de urbanização que traz novo quadro de valores e circunstâncias para a vida em Alagoas.

É no quadro da urbanização que vai mudando o perfil do intelectual alagoano; o urbano de Maceió pode simbolizaro palco onde os acontecimentos se deram. A transição nos níveis de produção em Alagoas passam pela dessacralizaçãode valores senhoriais, pela renovação do perfil do intelectual, pela forma como se vai perdendo a noção provincial dassumidades e que ainda encontravam eco nos catedráticos, pelo deslocamento do eixo das instituições que se portavamcomo produtoras de saber. Esses e mais alguns fatores fazem a transição em Alagoas, gerando novas circunstâncias quevão possibilitando uma nova produção, especialmente circunstanciada pelo papel desempenhado pela UniversidadeFederal de Alagoas. O encontro entre Sérgio e Pedro é uma súmula de tudo isto: um grande caminho que foi andado.

Nos palcos da vida

A barba stulti discit tonsor

A noite desce,Na canoa tu retornas,Deslizando, às águas mornaDa Lagoa Mundaú,Rosto queimado,Coração amargurado,Aparentas conformado...- Quem sabe em que pensas

Lagoa Munda

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a”.foial-

ui-por) eem

ma-an-a e“O0),70)

droeli-

gências de Alagoas” (O Jornal, 4 de agosto de2007). Atuando também como planejador e ges-tor de políticas, equipamentos e ações culturais,foi Coordenador Geral de Planejamento eProjetos Culturais da Secretaria Estadual deCultura – SECULT entre 1985 e 1986, chegandoneste último ano a assumir o cargo deSubsecretário Estadual de Cultura.

Como gestor e planejador cultural “...entreoutras realizações, Pedro Onofre [contribuiu]decisivamente, com Noaldo Dantas, na organi-zação da Secretaria Estadual de Cultura”.Coordenou naquela pasta, um importante semi-nário com ampla participação de produtores eagentes culturais da terra, evento que subsidioua elaboração do primeiro plano de cultura doestado “considerado pelo então ministro Aloísio

Pimenta, o melhor do país” (Jornal Espaço, nº65, 6 - 12 maio, 1995, p. 09). Sobre o amigo e co-laborador, escreveu Noaldo Dantas, na apresen-tação da coletânea “Teatro” (1987, p. 9), “Já co-nheci muita gente inteligente e talentosa. Igual aPedro Onofre, ninguém [...]. O Pedro é um ocea-no e comporta-se existencialmente como umriacho [...]. Cento e vinte quilos de sabedoria eum coração de criança.”

Na Fundação Teatro Deodoro (FUNTED) ?hoje reduzida à Diretoria dos Teatros do Estadode Alagoas (DITEAL), responsável pela admi-nistração dos teatros Deodoro e Sérgio Cardosoe que nem de longe expressa a importância da-quela fundação enquanto gestora de diferentesações e equipamentos culturais ?, atuou primei-ro como pesquisador e planejador cultural

(1978-1996); assumindo depois a direção doMuseu da Imagem e do Som de Alagoas (MISA)entre 1982 e 1985, sendo o responsável pela suacriação e organização. E ainda, de 1986 a 1987,chegou ao cargo de Diretor Presidente da FUN-TED, a partir de um processo participativo ?quando, pela primeira vez, artistas, intelectuaise funcionários daquela Fundação tiveram aoportunidade de se manifestarem na indicaçãode nomes para gerir aquela instituição cultural.

A segunda metade da década de 1980 repre-sentaria um momento novo, momento de gran-de efevercência, de grande vitalidade no meioartísco-cultural alagoano, protagonizado poruma instituição pública que era, se não a única,a mais importante enquanto centro de promo-ção e difusão cultural do estado. “Quase a tota-

lidade dos funcionários da Fundação TeatrDeodoro e os artistas chamados a escolherempor votação, um nome para dirigir aquela casde espetáculos, deram sua preferência ao teatrólogo Pedro Onofre...” (Jornal de Hoje, 26 dabril de 1986, p. 3 – Política/Governo). Meses depois, aquele mesmo matutino avalia o gestor: “AFUNTED, a partir da presidência do teatrólogPedro Onofre, passou a ser um complexo cultural Dinamizado...” (Jornal de Hoje, 15 de novembro de 1986, p. 6 - Geral).

E, ainda, como registrou o “Jornal dAlagoas” (16 de novembro de 1986, p. A-12), “o milagre aconteceu! [...] a maior surpresa do espetáculo [Cabaré de Karl Valentin], fica poconta da entrada em cena do veterano dramaturgo Pedro Onofre, atual presidente da Funte[...] No palco ele divide destaque com atores qunem tinham nascido quando ele já se emaranhava pelo mundo difícil das artes cênicas alagoanas [...] E era tudo maravilhoso, pois eu jamaipoderia imaginar que teria a sorte e o prazer, dver em nossos palcos, de uma forma tão simplee democrática, a figura solene do ‘presidente dFunted’, atuando com os demais artistas dnossa sociedade teatral”.

Longe das instituições oficiais, Pedro Onofrcria, em outubro de 1985, o Instituto de EstudoCulturais, Políticos e Sociais do HomemContemporâneo (IECPS), “Juntamente com outros intelectuais [...] sendo seu primeiro presdente e atualmente Presidente de Honra [...] qudesenvolve projetos sociais de inclusão de jovens da periferia de Maceió através de projetos ações voltados para a capacitação e formaçãprofissional para o mundo das artes” (O Fiscojun/ago.n2007, nº 71, Ano XLVII, p. 06). Tanto longa metragem “Terra maldita” como “O suicdio”, são resultados de um trabalho experimental, realizado com alunos do Centro de Cultura Belas Artes de Maceió (CCBAM), braço executodo IECPS. “Aos 70 anos, Pedro Onofre tira dnheiro do bolso e instala no Benedito Bentes Centro de Cultura e Belas Artes de Maceió – Osegundo maior palco destinado a receber a dversidade cultural de Alagoas acaba de ser inaugurado [...] Protagonista da história do teatro nestado [...] o senhor de 70 anos encontrou no gapão uma inspiração para quebrar o establishment cultural alagoano” (O Jornal, 5 de abr2005, Caderno B).

Homem de cultura e da cultura alagoanaintelectual de mérito reconhecido, não só posua obra, escrita, declamada, encenada ou publicada. É também um incansável guerreirque, como tantos outros que teimam em produzir seus textos, seus espetáculos, seus filmesseus versos, suas prosas, enfim, sua arte, compouco ou nenhum apoio ou recurso público emais que isso, insiste em levar para a periferida capital não só o produto cultural de seu intelecto, de seu esforço e de seus parcos recursos, mas também, ou melhor, mais aindabusca oferecer àquela população, carente emtodos os sentidos, a possibilidade de exercitao fazer artístico, de também produzir arte cultura, de desenvolver o espírito, o senso estético e crítico e de poder sonhar. Enfim, de sentir-se humano em sua plenitude, capaz de realizar nesse sonho uma alternativa concreta dsubsistência. Portanto, encerro este breve relato (também apaixonado), acrescentando maiuma qualidade ao currículo de Pedro Onofrequal seja: a de efetivamente promover ações ddemocratização do acesso à cultura no Estadde Alagoas.

BB33oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

O que faz Sérgio OnofreHistoriador e professor da Universidade Federal de Alagoas

de Pedro Onofre

as.

tu! -

Voltas pra casa,Uma palhoça arrumadaBem na lama da Levada,Tão tristonha tão singela...Essa palhoça esquecida,Parece que não tem vida,Por ser vida mal vividaNas privações da favela.

Nada persegues Nessa simplória existênciaQue a ternura e a paciênciaDa cabocla que te quer...E que à tarde, na Lagoa,Espera a tua canoa,Com um riso, florindo à toa,No seu rosto de mulher.

Meu pescador Da Lagoa Mundaú,Pescador de sururu,Precisas te acostumar:Um dia irás emboraPara outras plagas em fora,Porque, sem muita demora,Tudo isso aqui vai mudar.

É que o progressoQue envenena a natureza,Há de acabar com a belezaDa Lagoa Mundaú.E, da aquarela passada,Não nos restará mais nada,Nem mesmo tu, camarada,Pescador de sururu.

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JORNALO JORNALOVariedadesDomingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaall--aall..ccoomm..bbrr || e-mail: [email protected] BB44

Continuação da página B1

Dentre os inúmeros ho-mens e mulheres do povo queeternizaram o cordel tradicio-nal no Estado, dois deles aindaseguem firmes, sustentandoessa arte nas mãos com a fir-meza dos seus talentos. Os cor-déis de Jorge Calheiros im-pressionam pelo formato, pelosom e pela rima. Criando per-sonagens, dando um rumopróprio as suas narrativas eidealizando as ilustrações dascapas dos seus folhetos háquase 40 anos, o artista se des-taca pelo caráter humorísticodos seus escritos e por umacantoria peculiar dos seus ver-sos.

Ser pobre demais é ruim, serrico demais não presta, Eu mecasei enganado, Mulhé feia,Matuto na Bienal, O encontro deTancredo com São Pedro lá nocéu, A paz e o meio ambiente estãopedindo socorro, tantos e tantosoutros, trazem o carimbo docordel autêntico, vivo, dessealagoano da cidade de Pilar,espalhados em bancas de re-vistas de diversos bairros dacapital e da cidade de Penedo,na Biblioteca Pública Mu-

nicipal e no Museu ThéoBrandão (MTB-Ufal). “Vendobem os meus cordéis - compreços que variam de R$ 2,00a R$ 3,00 -, principalmentepara turistas”, conta, apresen-tando as suas duas mais re-centes produções: Doença ruimde curar & tem suína em Maceióe O professor deveria ser melhorremunerado, onde satiriza apouca valorização dos educa-dores brasileiros.

Para ele, a arte cordelísticatradicional está em decadên-cia. “O cordel está em extinção.Dificilmente, você encontraum verdadeiro cordelista, ori-ginal, aquele que faz perfeito,com sentimento e que rimecerto. O cordel é popular, nãoé só a pessoa querer escrever,tem de ter o dom. Sem o lin-guajar do povo simples, não éautêntico”, frisa.

Maria José de Oliveira, aMariquinha, descortina todasas tardes, na Feirinha da Paju-çara e na Praça Sete Coqueiros,essa arte com variados temas.Com o segundo grau comple-to em Administração e um sor-riso nos lábios, ela revela que

escreve cordéis há 30 anos eque as vendas dos seus folhe-tos vêm crescendo, sobretudopara turistas e marinheiros,apresentando um dos seus es-tilos mais peculiares: os acrós-ticos - poesias cujas letras ini-ciais de cada verso formamverticalmente o título da nar-rativa.

Entre um cordel e outro,ela conta que o folheto em quedenuncia a devastação dasmatas pelo homem, intitula-do Por quererem ser mais sabidosque Deus, as coisas estão se mo-dificando, foi entregue por elaao papa João Paulo II em suavisita a Maceió, em 1991, e quetempos depois teria recebidouma carta do vaticano aben-çoando a sua arte. Mariquinhatambém comemora a sua par-ticipação no Programa do Jô,no ano 2000, para onde enviouuma carta toda em rima.Mesmo lamentando as pou-cas verbas para imprimir osseus cordéis e apresentá-losao mercado, a poetisa popularrevela: “Não penso em deixaro cordel, pois gosto muito deescrever”. (E.B.)

Elô BaêtaRepórter

Ela nasceu na Europa, quan-do o mundo sequer sonha-va com as transformações

e evoluções tecnológicas da mo-dernidade que viria bater à suaporta no futuro. Estendeu-se pelaFrança, Portugal, Holanda, Espa-nha. Chegou ao Brasil na baga-gem dos lusitanos, fortemente li-gada a cantorias desafiadoras e es-pontâneas sonorizadas na viola.Mas foi na voz, no linguajar cria-tivo do homem simples, dohomem do povo, do nordestino- carentes de requintes, mas ricosem originalidade -, que encon-trou o berço esplêndido. Em meioà multidão, aos gritos de dispu-ta por clientes e de ofertas dasmercadorias das feiras livres dascidades do interior, lá estava a li-teratura de cordel, propagando-se com destaque em versos can-tados, escritos em folhetos compardos papeis e belas ilustraçõesxilográficas, expostos em finoscordões e presos com pregado-res de roupas, como uma arte le-gítima do Nordeste.

Que o cordel, essa poesia nar-rativa e popular, fincou raízes de-finitivas no solo áspero e no solcausticante do Nordeste brasilei-ro, não se tem dúvidas. Que seimpregnou com toda força e au-tenticidade na vida e nos costu-mes do sofrido povo desse peda-ço do Brasil, também não. Mas,mesmo com os mais de cem anosque o povoam como uma dasmais valiosas manifestações dacultura popular, não conseguiufechar os olhos para os percalços,para os altos e baixos, perdendogenerosos pedaços da farta fatiaque chegou a ocupar no mundodo entretenimento - sobretudonas cidades do interior - para orádio, a televisão, o cinema e tan-tas outras criações da tecnologiadominante no mundo atual.

E em Alagoas, a literatura decordel permanece viva ou em ex-tinção? Relatos de alguns estu-diosos no assunto e pesquisas,como a intitulada Cordel alagoano:memória, cultura e imaginação te-cendo o literário, desenvolvida noPrograma Semente de IniciaçãoCientífica, do Centro de EnsinoSuperior de Maceió (Cesmac),fazem notar que o cenário dessaarte ainda tem voz e vez por aqui,com expressivos nomes.

A autora do estudo, Jamillade Paula, ressalta que a partir darelação das produções contem-porâneas da literatura de cordelno Estado no período de 2001 a2006, apresentadas na pesquisa,vê-se que essa arte vem tentandofugir da linha do esquecimento,acompanhando o processo evolu-tivo da humanidade, mas man-tendo a incontestável magia dosseus folhetos, numa incansávelluta contra o silêncio dos seuspoetas. É fato que alguns delesse calaram definitivamente; ou-tros, ainda persistem, mantendo-se atuante e fiel à tradição com osfabulosos resquícios que a origi-naram.

A professora Sônia MariaPinheiro destaca que, durante apesquisa - orientada por ela -, foiconstatada a forte presença docordel em Alagoas, em nomescomo Enéias Tavares dos Santos,o Pica-Pau, o primeiro cordelistaa escrever para crianças no Estadoe exímio xilógrafo; Maria José deOliveira, com destaque para o seucordel religioso O Padre Cícero doJuazeiro; João Caboclo-Linho dasAlagoas, com a tradição da vendade cordéis em sacolas plásticaspelas ruas de Arapiraca, dentreoutros, mas que, embora esse gê-nero tenha sido considerado pelofolclorista Ranilson França em ex-tinção desde o final dos anos 90,sendo apreciado apenas pelasclasses sociais mais carentes, aindase mantém vivo no Estado. (E.B.)

Pesquisadora do Cesmac constata forte presença do cordel em Alagoas

Maria José de Oliveira, a Mariquinha, descortina na Feirinha da Pajuçara e na Praça Sete Coqueiros, sua literatura com temas variados

Cordel de Jorge Calheiros é vendido em bancas de revistas, na Biblioteca Pública Municipal e no MTBCristiano Krico se considera um poeta tanto erudito quanto popular

Mariquinha segue sustentando essa arte nas mãos

Aílton Cruz/Arquivo

Alessandra Vieira

Marco Antônio

"O cordel legítimo éuma arte que já nasce

com o artista, masessa produção quevem sendo feita por

universitários, que decerta forma detêm

conhecimentos, mesmoerudita, não deve ser

desconsiderada, tem oseu valor. (...) É umaquestão puramente

ideológica.

Jairo Campos da Costa

"Os cordelistas da novageração tentam preser-var o padrão do cordeltradicional, só que de

forma diferente doconvencional.

Utilizando a Internetcomo veículo de repre-sentação do cotidiano

do Século XXI, dis-cutem vários proble-mas da atualidade.

Sônia Maria Pinheiro

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07h00 - Info10h30 - Brasil Caminhoneiro11h00 - Rota Sertaneja12h00 - Uma Escolinha Muito Louca13h00 - Magazine UEFA13h30 - O Maior Espetáculo da Terra14h00 - Band Esporte Clube15h30 - Futebol 201018h00 - Terceiro Tempo20h00 - Fórmula Indy 20h30 - Videonews21h30 - Força Secreta22h30 - Mar Sem Fim: Viagem À Antártica 23h25 - De Olho na Copa23h30 - Canal Livre00h30 - Mundo Fashion01h00 - Cine Band

- O Rei Urso Polar03h30 - Vida Vitoriosa

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JORNALO JORNALOVariedadesBB55Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

TTVV AABBEERRTTAA

EDUCATIVA Canal 3

00h00 - IURD05h25 - Bíblia em Foco05h55 - Desenhos Bíblicos 06h45 - Nosso Tempo 07h15 - Desenhos Bíblicos08h00 - Record Kiks09h00 - Ponto de Luz10h00 - Alagoas da Sorte

11h00 - Informativo Cesmac11h30 - Record Kids12h30 - Tudo é Possível17h00 - Domingo Espetacular20h30 - Programa do Gugu 00h00 - Serie: Heroes01h00 - IURD

TV GAZETA

05h50 - Santa Missa 06h50 - Sagrado07h00 - Gazeta Rural 07h30 - Pequenas Empresas08h05 - Globo Rural09h00 - Auto Esporte09h30 - Esporte Espetacular12h30 - A Turma do Didi13h05 - Temperatura Máxima

- A Hora da Virada14h49 - Globo Notícia 14h52 - Domingão do Faustão

15h45 - Futebol 2010- Campeonato Carioca:

Flamengo x América 18h00 - Domingão do Faustão21h00 - Fantástico23h25 - Big Brother Brasil 1000h15 - Domingo Maior

- Baladas, Rachas e um Louco de Kilt01h52 - Flash Big Brother Brasil 1001h58 - Sessão de Gala

- O Ilusionista03h45 - Corujão

Canal 7 TV BANDEIRANTES Canal 38

TV ALAGOASA emissora não forneceu sua programação.

Canal 5TV PAJUÇARA Canal 11

06h00 - Via Legal06h30 - Brasil Eleitor07h00 - Palavras de Vida08h00 - A Santa Missa09h00 - Viola Minha Viola10h00 - A Turma do Pererê10h30 - Poko11h00 - Castelo Rá-Tim-Bum11h30 - Janela Janelinha12h00 - ABZ do Ziraldo12h45 - Curta Criança13h00 - Os Heróis da Praia13h30 - Papo de Mãe14h30 - Cultura Ponto a Ponto

15h00 - Stadium16h00 - Assim que Funciona16h30 - Expedições17h00 - Ver TV18h00 - De Lá pra Cá18h30 - América Latina Tal Como Somos19h00 - Som na Rural20h00 - Conexão Roberto D'Ávila21h00 - EsportVisão22h30 - Arte com Sérgio Brito23h00 - Cine Ibermédia00h45 - Curta Brasil01h45 - DOC TV

Cordelistas da nova geração surgem do meio acadêmico

Continuação da página B4

Em Alagoas, como em outrosestados do Nordeste, a literatu-ra de cordel vem ganhando umar diferente, vindo do seio aca-dêmico das universidades, coma produção de estudantes e pro-fissionais das mais diversas áreas.A professora Sônia Maria Pi-nheiro destaca essa releituracomo um dos fatos mais saluta-res na poesia popular alagoana,embora ressalte que esse gêneroproduzido no meio acadêmiconão vem sendo considerado cor-del por alguns estudiosos, massim poesia versajista.

“Os cordelistas da nova gera-ção tentam preservar o padrãodo cordel tradicional, só que deforma diferente do convencio-nal, utilizando a Internet comoveículo de propagação da repre-sentação do cotidiano do SéculoXXI, como os assaltos à mão ar-mada, a compra de votos naseleições, a miséria do povo, entreoutros problemas da atualidade.Entretanto, não escapam das di-ficuldades que os cordelistas tra-dicionais vivenciaram, como aquestão da autoria e a não-clas-

sificação deles entre os poetas”,explica.

Formado em Filosofia pelaUniversidade Federal de Alagoas(Ufal), Cristiano Krico apropria-se da linguagem do cordel desdeos primeiros anos da década de90 e se considera um poeta tantoerudito quanto popular. “Dizemque o meu cordel é erudito porconta dos meus conhecimentos

acadêmicos, mas o meu contatocom a literatura vem de bemantes da universidade, transitan-do também pelos contos e poe-mas”, destaca o artista. Na artecordelística de Krico, destaca-seo folheto Enéias Tavares dos Santos,O Pica-Pau, no qual homenageiao famoso cordelista e xilógrafode Marechal Deodoro, além deSeverino e Seu Xodó, Cordel do João

Boneco, O lixo e a preservação am-biental e o mais recente deles,Cordel do Ponto dos Mestres, queserá lançado ainda este ano.

“Aliteratura de cordel é umaarte viva, que perdura a cada diae que continua sendo uma refe-rência na cultura popular nor-destina. Mas falta um movimen-to dessa arte no Estado de formaque os nossos cordelistas pos-sam interagir com troca de co-nhecimentos e divulgar os seustrabalhos”, comenta Krico, queministra oficinas e palestras sobreliteratura de cordel em escolasparticulares e nas redes estaduale municipal, além de Organiza-ções Não-Governamentais(ONGs).

Para o professor de Literaturada Universidade Estadual deAlagoas (Uneal) e estudioso dasestruturas de poesia Jairo JoséCampos da Costa, é indiscutívela origem do cordel no povo sim-ples, mas, como toda manifesta-ção cultural, passa por proces-sos naturais de reconstrução. “Ocordel legítimo é uma arte que jánasce com o artista, mas essa pro-dução que vem sendo feita poruniversitários, que de certaforma detêm conhecimentos,mesmo erudita, não deve serdesconsiderada, tem o seu valor.Os poetas acadêmicos fazem li-teratura, criam metáforas comconsciência, por isso a arteperde um pouco a originalida-de. Nos poetas populares, a artebrota espontaneamente, temmagia, mas é preciso que se en-tenda que os mesmos elemen-tos que conferem literariedadea um texto popular, tambémconfere ao erudito. É uma ques-tão puramente ideológica”, en-fatiza.

Como colecionador de inú-meros exemplares de cordel eestudioso da cultura enquantopromoção humana, como fatorde redução das desigualdades,como veículo de melhoria daqualidade de vida e como po-lítica pública, incidindo dire-tamente no desenvolvimentosocial, Marcial Lima revelauma diminuição significativana produção do cordel tradi-cional em Maceió. “Em recen-te visita ao Mercado doArtesanato fui informadonuma lojinha que se propõe adivulgar o trabalho dos nossoscordelistas sobre uma extremadificuldade de localizá-los, poressa razão o seu acervo é com-posto por autores de outros es-tados nordestinos. Tal fato meleva a crê que essa arte estáminguando".

Questionado sobre a poesiacordelista que vem sendo escri-ta por universitários, afirma: "Aarte popular é aquela que brotaespontânea, do âmago do poeta,motivado por uma força inata,incontrolável, por uma inspira-ção natural, sem qualquer pro-pósito a não ser externar o seusentimento, a sua percepçãodiante de um fato. O cordel po-pular é visceral. Nos demais,quase sempre nota-se propósi-tos imediatistas: mensagens po-líticas e ecológicas, cuidadoscom a saúde, versões de umlivro clássico. Não poucas vezes,as palavras pesam, o ritmo nãoflui, a rima é forçada. É claroque há exceções, mas facilmen-te sentimos essas diferenças".Erudito ou popular, o cordeldeve perdurar livre, preso ape-nas à originalidade, à autentici-dade e à simplicidade do povonordestino. (E.B.)

Marcial Lima sente uma diminuição na produção do cordel tradicional

Aílton Cruz/Arquivo

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JORNALO JORNALO

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SocialDomingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

“A maior felicidade é a certeza de sermos amados,apesar de sermos como somos”JetNews

RECADO

EElleenniillssoonn GGoommeess

HHoollooffootteess

O industrial Manuel Marques que ainda hoje recebe felicitações por mais uma virada de calendárioque celebrou ontem com um jantar em família

A querida Maridalva Nunes adiantou sua viagem aos Estados Unidospara poder, logo mais, acompanhar de perto o crescimento dabarriguinha de Alessandra Nutels, que lhe dará um neto

Chico Brandão

Dona de uma elegância sempre elogiada, Rosiana Beltrão segue se destacando nos assuntos que abraça,sendo um exemplo para as mulheres alagoanas

André Fon

1Em abril, o Maceió Shopping,em parceria com a Yabe

Consultoria e Educação Empre-sarial, realiza em Arapiraca eMaceió, nos dias 13 e 14, respec-tivamente, Seminário Interna-cional de Excelência Empresariale Profissional com Jim Cun-ningham, consultor que durante15 anos coordenou a Universi-dade Disney, gerenciando os pro-gramas de desenvolvimento pro-fissional e formando equipes dealto desempenho em seriços paraos parques da rede. A ação fazparte do Programa de Qualifi-cação Profissional do MaceióShopping (Qualishop) e terátradução simultânea Tisel.

2Estiveram com os telefonescongestionados, recebendo

muitos parabéns em razão demais uma virada de calendário,Walgra Pereira de Mello, JaneEyre de Andrade Lins, a person-al training Valéria Camerino e aadvogada Ana Maria de França.

3No último dia 20, o Centro deConvenção do Hotel Jatiúca

ferveu com a entrega do Trofeulagoa Mar. Quem ainda colecionaparabéns e elogios é a queridaVanessa Tenório. Primeiro porquesua System Tours foi agraciadacom um dos prêmios e segundoporque estava maravilhosa us-ando uma peça da coleção MIA,que Mônica Fireman acaba detrazer para sua Naranja.

4Desde ontem que Mônica eMonique Casado não param.

Sua passagem pelo Hair Brasil2010 começou com o workshop"Profissional com Selo de Quali-dade", apresentado por Mônica.Hoje, elas participam do MegaShow Pret a Porter com PatrickCameron. Aline Oliveira (Cam-peã Nacional do Trend Vision2008), que faz parte da equipe Fiosde Cabelo também fará parte doevento. Amanhã e terça tambémprometem ser bem agitas. Navolta, as madeixas das alagoanasé quem vão ser premiadas.

5A querida Márcia Maciel estáde parabéns pelo requinte com

o qual selecionou as peças parasua nova coleção. As vitrines dãouma pequena mostra do que amaison preparou para esta es-tação.

[email protected]

Chico Brandão

Gustavo Ramalho e Rodrigo Fagá, jovens arquitetos que estão agitando o mercado alagoano comseus trabalhos cheios de inspiração e técnica apurada

Andrea Moreira

Arquivo

Edênia Diniz está deixando asmulheres da cidade cada diamais bonitas com as joias esemijoias de sua Plátanos

O ex-Conselheiro do Tribunal de Contas de Alagoas,José Alfredo de Mendonça: um exmplo a ser seguido

Todo mundo tem umtique. Ele pode não ser gri-tante, mas que tem, tem. Aquestão é que existem certosmovimentos repetitivos quesão pouco higiênicos, comoficar mexendo no nariz, fun-gar como se estivesse resfria-do, ou produzir roncos hor-ríveis e resfolegar como se opulmão fosse sair pela gar-ganta. Se isso é feio, imagineentão quando é feito num am-biente de trabalho. É a treva!

DICAS NEWS

Como é o seu sorriso?Saiba que quanto mais largoe mais profundos os vincosem volta dos olhos quandose sorri, mais longa será avida do indivíduo. Cientistasestudaram 230 fotos de jo-gadores da principal liga debeisebol americana que co-meçaram a jogar antes de1950 e as agruparam de acor-do com os tipos de sorriso.Os jogadores foram classifi-cados segundo os critérios"sem sorriso" - quando ape-nas olhavam inexpressiva-mente para a câmera -, "sor-riso parcial" - quando o sor-riso envolvia apenas os mús-culos ao redor da boca - ou"sorriso total", quando o sor-riso envolvia a boca, os olhose ambas as bochechas pare-ciam levantadas. As fotosforam tiradas do Registro deBeisebol de 1952, uma listade informações profissionaiscom dados e estatísticassobre os jogadores, como anode nascimento, índice demassa corporal, estado civile tempo de carreira, os quaisrefletem a forma física. Entreos jogadores falecidos a par-tir de 1º de junho do ano pas-sado, os da categoria "semsorriso" viveram uma médiade 72,9 anos, os com "sorri-so parcial", 75 anos, e os de"sorriso total" viveram, emmédia, 79,9 anos, demons-trou o estudo. Resumindo: avida é muito curta para ficarcarrancudo.

MAIS LARGO

Faltam pouquíssimosdias para que os maceioens-es ganhem de presente umaloja que tem tudo para con-quistar dos mais jovens aosmais exigentes. Falo daFinger, especializada emmóveis planejados quetrouxe o design europeu e aprecisão alemã para nossacidade. O coquetel de lança-mento será na terça-feira, naÁlvaro Calheiros. A loja foiaberta onde ficava a antigaBoate Life.

FINGER

6Acontece hoje, a partir das15 horas, no Parque

Municipal, mais uma ediçãodo projeto Papel no Varal.Deste vez será a estreiaPapelzinho no Varal, dedica-da a criançada. Atarde literá-ria vai contar com a participa-ção musical da compositoraEzra Mattivi. Free.

7Só de lembrar do buffetde frutos do mar que

Eduardo Salles oferece emseu restaurante Porto Salles jádá água na boca. O lugar setornou parada obrigatória dequem adora jogar conversafora se deliciando com pratoscheios de sabor.

Chico Brandão

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Já ouviu falar em arroz à bo-lonhesa? Não? Então separe duascolheres (sopa) de azeite de oliva,uma cebola picada, dois dentes dealho picados, duas xícaras (chá)de carne moída, uma xícara (chá)de azeitona preta picada, uma ce-noura cortada em cubos, uma xí-cara (chá) de ervilha em conser-va (sem a água), uma xícara (chá)de milho verde em conserva (sema água), quatro tomates sem pelee sem sementes picados, duas xí-caras (chá) de molho de tomate,seis xícaras (chá) de arroz cozido,um tablete de caldo de carne, umxícara (chá) de água fervente,uma xícara (chá) de queijo tipomussarela ralado, meia xícara(chá) de queijo tipo parmesão ra-lado, sal e pimenta do reino agosto e terás um surpreendenteprato. Em uma panela, aqueça oazeite e doure a cebola e o alho.Acrescente a carne moída e re-fogue-a. Junte a azeitona, a ce-noura, a ervilha, o milho, o toma-te, o molho de tomate, o caldo decarne dissolvido na água ferven-te, o sal, a pimenta-do-reino, mis-ture e deixe cozinhar por 10 mi-nutos. Coloque uma porção dearroz no fundo de um refratárioaté cobri-lo e distribua o molhocom a carne. Cubra com o restan-te do arroz, salpique os queijos eleve ao forno médio (180 ºC) prea-quecido por cerca de 20 minutos.

INVERNO 2010Ipioca abriga um dos restau-

rantes mais badalados da cidade,que une o sabor de seus pratos aum ambiente que nos faz esque-cer um pouco dos problemas. OHibiscus, idealizado e comanda-do pelo amigo Gastão Arruda,segue como uma das melhoresopções de quem quer comer bemnum astral maravilhoso.

HIBISCUS

Usuários do PortugalRamalho encenam a quartaedição da Paixão de Cristo nestaquarta, 31, às 18h30, no pátio dainstituição. São mais de 60 atoresrepresentando vida, morte eressurreição de Jesus Cristo. Opsiquiatra Audenis Peixoto, ger-ente geral da Unidade Hospitalarlembra a todos que essa é umaatividade de reinserção social dosusuários. A entrada é franca.Betty Costa, sempre atenta, nosenvia a informação.

REINSERÇÃO

Pessoas que trabalham sen-tadas e têm uma ocupação degrande estresse correm maisrisco de se tornarem obesas, se-gundo estudo da Universidadede Rochester, nos EstadosUnidos. E, de acordo com os au-tores, nem uma dieta rica em fru-tas, verduras e legumes pode re-verter os efeitos do estresse crôni-co no trabalho sobre o ganho depeso de pessoas sedentárias. Aanálise de mais de 2,7 mil em-pregados de uma fábrica deNova York indicou uma associ-ação entre alta pressão no tra-balho - com o medo das demis-sões e a falta de controle sobre aspróprias atividades - e diversosproblemas de saúde, incluindodoença cardiovascular, síndromemetabólica, depressão, exaustão,ansiedade e ganho de peso.

ENTÃO É POR ISSO!

JORNALO JORNALOSocialDomingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected] BB77

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MMaammmmootthh//SSaannttaa LLoollllaa

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Sônia Sampaio, Ledinha Maranhão,BRanca Rosa Fragoso e Yara Cassar

Rafaella da Costa Barros, Kristhine eKatherine Albuquerque e Sofia Arecippo:moda em dose extra

Ana Paula, Lisiana e Ana Cristina Cansanção

O chef alagoano Mário Lopes e o chef francês Christian Haug que dão sbor doHibiscus e Gastão Arruda ladeado por seus filhos João, Renata e Gastãozinho

A hoteleira Isadora Gatto e a empresária Carmosina Pereira Leite

Cristina Oiticica e a mais nova noiva da cidade, Janine Belo

Paula e Mônica Lyra: sempre lindasIvanilda e Jairon Machado: sucesso com a Mister Frios

João Mascarenhasaquietou os ânimosdos mais antenadosquando trouxe para acidade a nova coleçãode sua Colcci

As estampas são amarca registrada daCantão, que para oOutono/Invernocaprichou nas cores

Quando anunciou o lançamento da coleçãoOutono/Inverno da Mammoth Store, MárciaLavini brindou os fashionistas com uma marcaprópria, a LAVINI, e uniou as peças as sandálias eacessórios da Santa Lolla, comandaa porCarolina e Marina Freitas. Desde então os elogiosnão param de pipocar

8Amanhã é dia de Antônio Correia Sena, do dentista Carlos Santa Rita Filho e de DulceMagalhães Tenório receberam chuvas de felicitações por mais um niver que cele-

bram. Parabéns!

9Para Marythânia Melro não existe tempo ruim, pois sua Teenager tem peças que sãoideias para o “inverno” alagoano. O entra e sai de sua loja confirma seu sucesso.

10Quem estava acostumado a a querida Carmen Aragão, da Transamérica Turismo,terá que esperar até o dia 1a de abril. Neste perídoo ela está de férias. Mas isso não

será problema para os que estão agendando suas viagens para o roteiro especial de SemanaSanta, em Portugal, programado pela agência.

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CMYK

JORNALO JORNALOVariedadesDomingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm|| e-mail: [email protected] BB88

Roteiro Artes plásticas Música Teatro Dança Cinema Literatura [email protected]

Hoje

Terça-feira

�� Para levar literatura também para ascrianças, o projeto Papel no Varalestreia a edição infantil. OPapelzinho no Varal, vai aconte-cer às 15h, no Parque Municipalde Maceió, em mais uma edição doViva Cultura no Parque. Atarde li-terária vai contar com a participa-ção musical da compositora EzraMattivi (foto). Aberto ao público(convites disponíveis nas lojasSuper Pizza). Mais informações:(82)8872-1705 / 3315-4735.

�� Show com a Banda Caxacústica(projeto musical mantido pelosintegrantes da Oficina 137), noSESC Guaxuma, a partir das 13h.No repertório, músicas dos anos60, 70 e 80, que vão do brega aopop rock, com roupagens musi-cais diferenciadas. Ingressos: deR$4 a R$11; comerciário com acarteirinha do SESC, não paga.

�� O Quintal Música, Bar e Restaurante(Praça São Pedro, 460, na praia deGarça Torta - próximo ao restau-rante Lua Cheia) vai completar umano. Para comemorar, dois showsvão animar a tarde do domingo àbeira-mar, a partir das 13h. O pri-meiro, conta com a apresentaçãodo grupo Trem Bala, formado porOsman (voz e violão), FabinhoOliveira (baixo e vocal), ToniAugusto (guitarra), Jiuliano Gomes(teclado) e Jarlandson Araújo (ba-teria). No repertório, MPB, poprock nacional e internacional, bossanova, soul, funk, samba, entre ou-tros ritmos. O segundo show é como Macamba Trio, de Pernambuco,formado pelos músicos AugustoSilva (bateria), Renato Bandeira(guitarra) e Bráulio Araújo (baixo),com o melhor da música instru-mental brasileira e internacional. Emais uma super jam session, compresenças confirmadas dos músi-cos Almir Medeiros (sax), EveraldoBorges (sax), Baygon (baixo),Geraldo Benson (guitarra), ÍtaloVinícius (bateria), Silvano Moreno(teclados), banda Ferrovia Aérea,e os cantores Júlio Uçá, GuillaGomes, Allan Bastos, WellingtonBahia, Carol Salgado, PaulinhoBraz, Pica-Pau (Cumbuca), entreoutros artistas. Couvert artístico:R$ 5. Mais informações: (82)9939-0391.

�� A banda Barba de Gato está com aagenda cheia no final de sema-na. No domingo, o grupo se apre-senta às 16h, no Bar do Carlinhos(Garça Torta). Já na quinta-feira,a banda faz o som às 22h, noMandala Café (Centro). Nomesmo dia faz a festa do públi-co com a Casa Flutuante, às 23h.Ingresso: R$ 15.

�� O Voo do gafanhoto, de Reinaldo Cabral, será lançado às 19h30, no Memorial àRepública (Jaraguá). O livro, com a temática fictícia, tem como pano de fundo re-alista os atuais acontecimentos divulgados pela mídia envolvendo jogadores defutebol em festas bancadas pelo tráfico e assassinatos de pessoas religiosas quetrabalhavam contra o vício de jovens em uma periferia de São Paulo, como pro-duto do serviço do narcotráfico no Brasil.

Quinta-feira�� As Baianas do Pontal da Barra farão uma apresentação comemorativa de aniversário

de cinco anos do grupo, às 19h, no pátio do Museu Théo Brandão – Ufal (Av. da Paz).

Em Breve�� Os Backyardigans

(foto) chegam comuma nova aventuraa Maceió. Fuga daaldeia mágica seráapresentado nos dias11 e 12 de abril noTeatro Gustavo Lei-te (Centro Cultural ede Exposições RuthCardoso-Jaraguá).Ingressos à vendano Estande Sue Cha-musca (Maceió Shop-ping). Mais informa-ções: (82) 3235-5301/9928-8675/ www.chamusca.com.br.

Amanh� O Cine Sesc vai exibir filmes para todas as idades no projeto Novas e velhas sonorida-

des, a partir de 12h30, no Teatro Sesc Jofre Soares, Sesc Centro (R. Barão de Alagoas,229, Centro de Maceió) e Auditório Maron Emile Abi-Abib (Sesc Poço - Maceió). Entreas atrações, Batuque na Cozinha (RJ, 2004, Doc, 19’), Nelson Sargento (RJ, 1997, Doc,19’), São Luis Dorme ao Som dos Tambores (MA, 2007, Doc, 25’) e Folia no Morro(RJ, 2007, Doc, 25’). Entrada franca. Mais informações: 0800 284 2440 e (82) 3326-3133.

Fotos: divulgação

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EsportesEsportesEsportesJORNALO LO JORNA

Domingo, 28 de março de 2010 | wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm | e-mail: [email protected]

Elida Miranda

Senhoras do vôleiEm Alagoas, ex-atletas e apaixonadas pelo esporte se reúnempara provar que a idade pode não ser adversária

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JORNALO LO JORNAEsportesDomingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

BateProntoVictor Mélo - [email protected]

CELSO E O FUTEBOL ALAGOANOO novo técnico do CRB já faz parte do futebol alagoano há 11 anos.

Nascido em Campinas, Celso Teixeira, de 48 anos, iniciou a carreira comotreinador profissional no Rio Verde, de Goiás, em 1994, e cinco anos de-pois foi convidado para trabalhar no CSA. Curiosamente, na mesma tem-porada, comandou também o Galo.

Depois voltou ao Estado em 2003, quando montou o time doCorinthians-AL que conquistou o inédito título estadual. Trabalhoutambém no Timão em 2004 e 2005, e comandou o CRB em 2005 e2006. No mesmo ano, foi desenvolver um projeto audacioso no Coruripee ainda foi treinador do Hulk em 2007. Voltou ao CSA ainda em 2007,se afastou por alguns meses e retornou em 2008. No ano passado, co-mandou o Azulão na Série D, o Coruripe no Campeonato Estadual e oSanta Rita na Segunda Divisão, conquistando o acesso.

Celso se notabilizou por armar times de muita qualidade no Estado,mas, talvez por causa de seu temperamento explosivo, iniciou e termi-nou poucos trabalhos. O treinador foi a última alternativa encontradapela diretoria do CRB para dar uma chacoalhada no grupo. Para fazeresse trabalho, ele era realmente o mais indicado. Mas, com Celso, nãohá meias-medidas: ou é oito ou oitenta. Quem não se adaptar ao seu es-tilo vai sofrer na Pajuçara. Que o dia o centroavante Calmon.

ORGULHO

Celso se orgulha de ter trabalhado com três jogadores queconseguiriam grande destaque no futebol brasileiro: os atacan-tes Luizão e Leandro Amaral, e o zagueiro Fábio Luciano. Sobreo zagueiro, Celso lembra que Fábio jogava como meia na PontePreta e foi recuado para a defesa por ele.

PRA FRENTE

Celso diz que gosta de armar suas equipes ofensivamente eseus sistemas de jogo preferidos são o 3-5-2 e o 4-4-2, com doisvolantes e dois meias de armação. Às vezes, o técnico faz varia-ções na sua forma de escalar o time por falta de peças no elenco.

A MÚSICA DE CLAYTON

A torcida do ASA deve protestar. O meia Clayton marcoutrês gols no jogo contra o Ipanema, no último domingo, e nãopediu a música no Fantástico. Se conheço a força da massa alvi-negra, a caixa postal do excelente jornalista Tadeu Schimdt deveter enchido na semana passada.

CLEITON XAVIER

O alagoano Cleiton Xavier destoa no Palmeiras. Apesar de oVerdão está despencando pelas tabelas, o meia mantém a exce-lente média de assistências. Neste ano, ele lidera o ranking, com12 passes que resultaram em gols.

Há quem garanta em São Januário que muitos jogadoresqueriam derrubar o técnico Vágner Mancini. Vamos ver até queponto essa notícia é verdadeira nos jogos de hoje, contra o Flu,e de quarta, contra o ASA.

Na semana passada, o Vasco foi o clube que apresentou o pior fu-tebol entre os grandes clubes do País. Até o Palmeiras jogou mais bola.

CURTO-CIRCUITO

Depois de disputar o Campeonato Alagoano, CRB vai iniciar a preparação para o Brasileiro da Série C

Luciano MilanoRepórter

Em 2010, o número declubes nordestinos queirão disputar o Cam-peonato Brasileiro daSérie C aumentou.Com o rebaixamentode Fortaleza-CE, Cam-pinense-PB e ABC daSegunda para a Ter-ceira Divisão, e aindacom o acesso do Ale-crim-RN, além de Sal-gueiro-PE e CRB, porAlagoas, são seis ostimes que brigarão poruma vaga na Série Bnesta temporada. Des-sa forma, a Confederação Bra-sileira de Futebol precisará fazeruma acomodação no grupo do

Nordeste. Acompetição nacional,desde o ano passado, é disputa-

da por chaves. Comona Região Norte hámenos clubes dis-putando a Série C, éprovável que um dosnordestinos seja deslo-cado para grupo doNorte.

Nos bastidores dofutebol, o Fortaleza-CE,que já disputou a SérieA do País, avisou quenão será ele o clube queirá compor a chave doNorte na TerceiraDivisão. Com a força

que o time tem na CBF, pro-vavelmente não será ele.Tentando se antecipar e preven-do que a Federação Alagoana deFutebol e o CRB não tenham o

mesmo poder de persuasão dosdemais clubes nordestinos, opresidente do Conselho Deli-berativo do Galo, KennedyCalheiros, mesmo tendo a an-tipatia de parte da torcida, tenta,ao lado do presidente da FAF,Gustavo Feijó, uma reunião coma CBF visando a um entendi-mento. "Passamos 15 anos naSérie B do futebol brasileiro eacredito que temos algum prestí-gio na CBF. Nós não sabemos oque irá acontecer no futuro, mashá a conversa de que o Fortalezajá avisou que não irá para o grupodo Norte. Nós também não quer-emos, até porque não teríamoscondição financeira para arcarcom as despesas de viagens, jáque a CBF não banca os custos naTerceira Divisão”, declaroKennedy.

Diretoria do CRB articula nos bastidores paranão jogar 1ª fase da Série C fora do Nordeste

Seis clubes

nordestinos

vão disputar

a Terceirona

deste ano

Fuga do Norte

Marco Antônio

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Luciano MilanoRepórter

A Idade é um tabu para amaioria das mulheres. Por isso, épreciso ter cuidado quando seaborda o tema perto delas. É im-prescindível ter jogo de cinturapara não ofendê-las. Na verdade,o melhor mesmo é nem ousarfalar sobre isso para não desper-tar a fúria feminina. Na últimaquinta-feira, a reportagem de OJORNAL passou por situaçãoparecida. Areportagem foi até oginásio do centenário clube Fênix,na praia da Avenida, à procuradas 'Vovós' do voleibol alagoano.Ao escutarem o termo vovó, elaslogo se apressaram em rechaçara expressão. Em tom de brin-cadeira e descontração, disseramque poderiam ser, no máximo,as 'Titias' da modalidade noEstado.

"Vovós? Nada disso. Somosjovens, bonitas e estamos comtodo o gás", brincaram. Elas sãoex-jogadoras de voleibol e out-ras modalidades, como hande-bol. Na adolescência em Maceió,chegaram a disputar competiçõesna categoria profissional. Há maisde 20 anos, elas se reúnem noginásio do clube Fênix, sempre àssegundas e quartas, das 17h às19h. O grupo conta, em média,com 20 mulheres, que praticamo voleibol e não deixam a chamado esporte sempre presente nelasacabar.

"Além do amor ao esporte eao voleibol, isso aqui é uma ter-apia para todas nós. Também nãogostamos de academia, mal-hação, essas coisas. Substituímoso ambiente de uma academiapelo prazer das quadras de volei-bol. Mesmo com o joelho podrede algumas que vêm jogar aqui,nossos 'rachas' também nos alivi-am da TPM (Tensão Pré-Menstrual), estresse, problemascom marido, filho e tudo que en-volve um dia a dia de uma mul-her", declarou a animada jo-gadora Luciene Vieira de Morais.

Espécie de porta-voz do

grupo, Luciene conta que o grupotambém disputa competições,saindo um pouco do cotidianodos 'rachas' no clube Fênix. Elalembra que, em uma delas,chegaram a vencer um time de jo-gadoras compostas pelo o queela chama de 'meninas'.

"A gente chegou numa com-petição onde a maioria dos timesera de meninas, como o pessoalchama. Lá, fomos olhadas comcerto desdém porque não éramostão meninas como elas (todasriram), e acabamos vencendo adisputa. Mostramos que estamosbem e que não há isso de idade",garantiu Luciene, empresária doramo de industrialização de es-trutura metálica. Na adolescênciae parte da fase adulta vividas emPernambuco, Luciene tambémpraticou basquetebol.

IDADE - Se no início da con-

versa rolou uma espécie de climadesconforto para as Vovós dovoleibol alagoano, o restante daconversa seguiu sem maioresproblemas. Tanto é que, quandoa equipe se preparava para se de-spedir do grupo no ginásio doclube Fênix, se surpreendeu coma declaração das amigas, quaseem uníssono.

"Bom, para falar a verdade,aqui há alguma titias, mas muitasde nós, quem sabe a maioria évovó sim, e com muito orgulho.Não há problema nisso. O queimporta é que nos sentimos bem,estamos com saúde e fazendo oque gostamos. Depois daqui,vamos aproveitar o calor paratomarmos uma cervejinha paradescontrair", brincavam as "atle-tas", que, de fato, demonstrambastante disposição para jogar ealegria para viver.

Porém, nem todas encararam

com tanta naturalidade o fato derevelar a idade. A mais nova dogrupo é Ana Paula, com 34 anos.A de idade mais elevada é de 72anos. Entretanto, apesar do vigorque demonstrou no 'racha',preferiu não ser identificada. "Éa vaidade, rapaz", brincou a jo-gadora.

Apesar de terem o clube Fênixà disposição, o grupo de jogado-ras aproveitaram para fazer umapelo: elas querem patrocíniopara que o piso da quadra, des-gastado com o tempo, seja recu-perado para que dê condiçõesmelhores de jogo.

FÊNIX - Centenária, a FênixAlagoana hoje é dirigida porEduardo Guimarães, que está àfrente administrativamente há 3anos, embora esteja por lá comodiretor há mais de 35 anos. AFênix já contou com muitas

equipes esportivas das mais di-versas modalidades e exibe, emuma das entradas do clube, osmuitos troféus que conquistouao longo da história. SegundoEduardo, a saída das pessoas porvários motivos do dia a dia doclube, e a não renovação doquadro de sócios acabaram ex-tinguindo as modalidades da roti-na do clube.

"Mas estamos aqui e fazendoo melhor pela Fênix. Algunsgostam de dizer que estamos fali-dos, fechados, mas isso não é ver-dade. Estamos com uma equipeforte para a natação, com o pro-fessor paulista Native, que dáaulas e tem um número acimade 200 alunos. Temos atividadescom o pessoal da terceira idade,tênis e outros esportes. Aospoucos, mostramos que o nossoclube ainda é muito forte", de-clarou Eduardo Guimarães.

33Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

JORNALO LO JORNAEsportes

Vovós do voleibolElas treinam duas vezes por semana em Maceió e ainda participam de competições

Apaixonadas pelo vôlei, as “vovós” dizem que não há idade para praticar esporte e garantem que não fazem feio quando jogam contra “meninas”

Élida Miranda

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EsportesDomingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallww

Confronto diretoSérios candidatos ao título do Turnão, ASA e Coruripe duelam hoje à tarde em Palmeira

Victor MeloEditor de Esportes

O Primeiro Turno doEstadual é feito de pequenasdecisões. Uma delas, certa-mente, é o jogo de hoje entreASA e Coruripe, às 16h, noEstádio Juca Sampaio, emPalmeira. Dois candidatosreais ao título se enfrentam eapenas o vencedor deve seguircom boas chances de conquis-tar a fase e garantir a classifi-cação para a final do campe-onato.

O Alvinegro vive um ex-celente momento na com-petição. Desde o jogo contra oVasco, pela Copa do Brasil, oASA emplacou duas vitóriasno Alagoano, 4 x 0 sobre o Ipa-nema, e 3 x 2, diante do SantaRita, assumindo a vice-lider-ança, com 30 pontos.

O Hulk passou por um mo-mento de instabilidade noEstadual, mas se recuperou eestá apresentando um bomfutebol, tanto que venceu trêsdos últimos quatro jogos, per-dendo apenas o último, por 3x 2, para o Ipanema, com umgol aos 45 minutos da etapafinal.

O técnico Vica perdeu doisjogadores importantes para apartida de hoje. Suspenso, o

zagueiro Plínio está fora decombate e deve ser substituí-do pelo volante Fausto, con-tratado na semana passadajunto ao Madre de Deus-BA.Com uma lesão no joelho,Edson Veneno também não vaiatuar e deve ser substituídopor Índio. Nas demaisposições, o técnico do ASAdeve manter a base que atuouna quarta-feira, com PauloCésar no gol, Fausto e Índiona zaga. Nas laterais, Celso eCléber estão confirmados. Nomeio-campo o técnico devecontinuar apostando em Lê,Jota, Didira e Clayton, comFábio Lopes e Júnior Viçosasendo escalados na frente.

Após a partida contra oSanta Rita, o técnico Vica falousobre o desgaste dos joga-dores. "Alguns se desgastarammais do que os outros. Mas játeve um trabalho de hidro-massagem, descanso, e nestedomingo o time já deve estarinteiro", completou.

No Coruripe, o técnicoElenílson Santos não contacom os meio-campistas Nilsone Léo, suspensos. Hoje, ele temà disposição o armador MárcioCarioca, ex-Colo Colo-BA,além dos meio-campistasBétson e Cabrine, todos con-tratados na semana passada.

GGUUIIAA DDOO TTOORRCCEEDDOORR

X

QQUUAANNDDOO:: hoje; OONNDDEE:: Estádio Juca Sampaio, em Palmeira; HHOORRAA:: às 16h

AASSAA - Paulo César; Celso, Silvio

(Veneno), Fausto e Cléber; Jota, Lê, Didira

e Clayton; Fábio Lopes e Júnior Viçosa.

Técnico: Vica.

CCOORRUURRIIPPEE - Harlei, Isaac, Leandro,

Diguinho e Nilton; Leonardo, Bétson, La

Bamba e Márcio Careca; Ivan e Edson

Di. Técnico: Elenilson Santos.

Celso é uma dasboas opções que otécnico Vica tem noelenco alvinegro

Fotos: Marco Antônio

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JORNALO LO JORNA

wweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Copa do Brasil: Alvinegro pega o Vasco na próxima quartaAlém do Estadual, o ASAestá

rigorosamente no páreo na Copado Brasil. O time empatou no pri-meiro jogo contra o Vasco, por 1x 1, há duas semanas, e na próxi-ma quarta-feira, às 21h50, decidea vaga em São Januário.

Para passar de fase, o Alvi-negro precisa de um empate pordois ou mais gols ou uma vitó-ria simples. Se empatar por 1 x1, a decisão vai para os pênaltis.É óbvio que o jogo de quarta estámexendo com os jogadores nestedomingo. Não é fácil mudar ofoco de um compromisso tão im-portante, mas, no Alvinegro, odiscurso exalta a importância doEstadual.

“Uma partida por vez. O Co-ruripe é o nosso adversário destedomingo e não podemos pensarno Vasco, até porque o Estadualé muito importante e esta na retafinal. Só vamos falar em Copa doBrasil após essa partida emPalmeira”, comentou o técnicoVica.

O meia Fábio Lopes disse que

o Vasco não é imbatível fora decasa. “Temos condições de che-gar no Rio e vencer. Sabemosque vamos enfrentar um grandeclube do futebol brasileiro, maso ASA também já tem seu lugarde destaque, participa da SérieB e pode conseguir a classifica-ção”, declarou.

O ASA sempre deu trabalhoaos grandes em suas participa-ções na Copa do Brasil. O clubejá eliminou o Palmeiras, em2002, e infernizou a vida deFlamengo e Vitória, perdendo avaga nos detalhes. Com a che-gada do lateral Cléber e do vo-lante Fausto, o Alvinegro tam-bém aumenta sua força para oconfronto de quarta-feira.

CARIOCAS – O momento doVasco é o pior possível. O clubeperdeu duas partidas consecutivasno Carioca e corre sério risco deser desclassificado. Hoje, o timeda Colina faz uma partida decisi-va contra o Fluminense, às 18h30,no Maracanã. (V.M)

Corinthians Alagoano tenta manter ascensãoO Corinthians-AL montou

seu time ao longo da disputa,teve dificuldades até de motiva-ção, mas conseguiu engrenarnessa reta final do PrimeiroTurno. O Timão tirou a grandevantagem que o separava doCRB e, com 24 pontos, ficoumais perto da classificação paraa segunda fase. Hoje a equiperecebe o perigoso Ipanema, queandou roubando pontos dos lí-deres na última rodada e aindaconserva um sonho distante dechegar ao G-4. A partida come-ça às 15h, no Estádio NelsonPeixoto Feijó.

FORMAÇÃO - O Timãojoga com dois zagueiros, quatrojogadores no meio-campo e doisatacantes. A estrutura tática daequipe é tradicional, com o meiaCiel fazendo a transição para oataque com velocidade. O pro-blema do jogador é que ele pren-de demais a bola e às vezes travao time. Com características bemofensivas, ele rende melhoratuando como um terceiro ata-

cante, chegando de trás e baten-do cruzado. Assim, marcou doisgols no jogo com o CRB.

Catanha, enfim, ganhou acondição de titular e dá muitotrabalho aos defensores. Faz bem

o papel de pivô, sabe jogar sembola e ainda puxa a marcação.Por enquanto, seu companheiroé Tozim, que não fez uma boapartida na vitória por 3 x 1 con-tra o CRB. Léo é uma boa opçãono banco.

Os laterais se alternam nassubidas, mas Maizena é maisefetivo do que Caique. No meio-campo, Lucas, Daniel e Sidneymarcam mais do que apóiam,mas Gilmar Batista tem opçõespara mudar a dinâmica da equi-pe. Chimba, que se recupera delesão e ainda não sabe se vaipoder atuar hoje, e YannickPupo são jogadores que distri-buem bem a bola e melhoram aqualidade do passe quando en-tram no time.

Na zaga, Everton e DanielMelo não formam uma duplamuito segura. A proteção à de-fesa também apresenta algumasfalhas, representando o pontofraco da equipe. No gol,Anderson está entre os melho-res goleiros do campeonato.(V.M)

Rodriguinho foi um dos destaques da primeira partida contra o Vasco, realizada no Estádio Nelson Peixoto Feijó

Contratação de Catanha melhorou a performance do Corinthians-AL

Timão ainda jogacom ASA e Coruripe

Depois de pegar oIpanema, o Timão enfrentao ASA e o Coruripe, fora decasa. “São jogos difíceis,mas o time se apresentoumuito bem contra o CRB eprovou que está ligado, su-bindo de produção no mo-mento certo. Confio muitona nossa classificação”, dis-se Catanha.

Hoje, Gilmar não vaicontar com o zagueiro Ever-ton, expulso na últimaquarta-feira. Mendonça de-ve ser escolhido para entrarna defesa.

O Ipanema venceu o Co-ruripe na última terça-feirae está muito motivado paraa partida desta tarde. Paramanter as chances de clas-sificação, precisa vencer oTimão e bater, na sequên-cia, o Penedense, fora, e oUnião, em Santana. A equi-pe soma 20 pontos na tabe-la e ocupa a sexta coloca-ção. (V.M)

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CRB terá uma semana de preparaçãoO técnico Celso Teixeira tem

uma semana para tentar arru-mar a casa regatiana. Ele se apre-sentou na última sexta-feira e,depois da partida contra oPenedense, tem um difícil com-promisso no sábado, diante dolíder Murici, às 15h, no Estádioda Pajuçara.

O Galo duela com o Corin-thians-AL por uma vaga no G4,e não pode mais perder pontos.Na fase dos jogos de ida, o CRBempatou com o Alviverde, forade casa, por 1 x 1, e precisa da vi-tória em casa para manter aschances de classificação.

Para esta partida, Celso vaicontar com o retorno do volan-te Éder, que fez duas boas parti-das desde que voltou ao clube.Além dele, o atacante ReinaldoRatinho também está à disposi-

ção, já que ambos cumpriramsuspensão automática.

Assessor de imprensa doMurici, Jailson Colácio disse quepara esse jogo um empate é umótimo resultado. “Vamos a Ma-ceió com a missão de arrancarum empate. Se somarmos pelo

menos um ponto na Pajuçara,vamos fechar nossa participaçãono Turnão em casa contra o SantaRita em excelentes condições”,comentou Jailson. Depois de en-frentar o Murici, o CRB fecha suaparticipação no Turnão contra oCSE, também na Pajuçara.

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JORNALO LO JORNAEsportesDomingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Victor MeloEditor de Esportes

O Murici tem o caminhomenos complicado entre os trêscandidatos ao titulo do PrimeiroTurno. Pelo menos na teoria, olíder do campeonato tem amplascondições de vencer seus jogos ese garantir na grande final. Hoje,o adversário vai ser o CSE, a par-tir das 15h, no Estádio José Gomesda Costa, em Murici.

Depois, o time duela com oCRB, sábado, em Maceió, e fechaa sua participação no Turnão con-tra o Santa Rita. Com 32 pontos,o Murici também entra nessa ro-dada torcendo por um empateentre ASA e Coruripe, respecti-vamente, segundo e terceiro colo-cados. Se esse resultado for so-mado a uma vitória dos muri-cienses, o time de Edson Ferreiraconquista o Turnão com um triun-fo sobre o Santa Rita.

“Sabemos que o jogo deste do-mingo é muito complicado. OCSE ainda não está livre do re-baixamento e ainda vai nos dátrabalho. Precisamos vencer e tor-cer por um empate entre ASA eCoruripe, que se enfrentam nestedomingo”, comentou o assessorde imprensa do Murici, JaílsonColácio.

Avantagem do líder em rela-ção a quase todos os concorren-tes é qualidade do elenco do meiopara frente. Edson conta com jo-gadores de qualidade, comoEverlan, Da Silva, Gustavo,Peixinho e Alexandro, que nãojogam todos juntos, mas ofere-cem boas possibilidades de mu-danças ao longo das partidas. Amaior dificuldade do treinador édefinir os titulares.

Hoje, Edson conta com o re-torno de dois jogadores muito im-portantes. Recuperado uma lu-xação na mão, o goleiro Dias estáconfirmado na equipe e o meiaEverlan fica à disposição depoisde cumprir suspensão. Ele aindatrava uma disputa particular comDa Silva na equipe. O Murici deveatuar hoje com: Dias; Gueba,Nado, Sinval e Paulinho; Serginho,Branco, Gustavo e Everlan(DaSilva); Peixinho e Alexsandro.

O CSE é talvez o único clubeda tabela que não tem grandesaspirações no campeonato. Coma vitória da última quarta-feira,por 2 x 1, sobre o Penedense, oTricolor chegou aos 17 pontos eficou no purgatório, longe da zonado rebaixamento e sem chancesde chegar ao G-4. Nesta tarde, umempate em Murici vai ser muitocomemorado em Palmeira.

A três passos do ParaísoLíder do Campeonato Estadual, Murici pode ampliar vantagem na rodada de hoje

O atacante Peixinho é o artilheiro do Murici no campeonato, com oito gols marcados

JOGOS FINAIS

DO ALAGOANO

1166ªª RROODDAADDAA

HHoojjee

15h - Corinthians x Ipanema

15h - União x Santa Rita

15h - Murici x CSE

16h - ASA x Coruripe

1177ªª RROODDAADDAA

0033//0044

16h CSE x ASA

DDoommiinnggoo

15h - CRB x Murici

15h -Santa Rita x Penedense

15h - Ipanema x União

16h - Coruripe x Corinthians-AL

1188ªª RROODDAADDAA

DDaattaa iinnddeeffiinniiddaa ((ppooddee sseerr nnoo ddiiaa

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15h - União x Coruripe

15h - ASA x Corinthians-AL

15h - Penedense x Ipanema

15h - CRB x CSE

15h - Murici x Santa Rita

TABELA DO ALAGOANO

PPGG -- ppoonnttooss ggaannhhooss;; JJ -- jjooggooss;; VV -- vviittóórriiaass;; EE -- eemmppaatteess;; DD -- ddeerrrroottaass;;GGPP -- ggoollss pprróó;; GGCC -- ggoollss ccoonnttrraa;; SSGG -- ssaallddoo ddee ggoollss..

PP CClluubbee PPGG JJ VV EE DD GGMM GGSS SSGG AApprroovv..1 Murici 32 15 10 2 3 26 13 13 71,11%2 ASA 30 15 9 3 3 33 18 15 66,67%3 Coruripe 29 15 9 2 4 38 28 10 64,44%4 Corinthians 24 15 7 3 5 28 22 6 53,33%5 CRB 24 15 7 3 5 24 18 6 53,33%6 Ipanema 20 15 6 2 7 21 33 -12 44,44%7 CSE 17 15 4 5 6 17 26 -9 37,78%8 União 12 15 3 3 9 22 33 -11 26,67%9 Penedense 11 15 3 2 10 17 27 -10 24,44%10Santa Rita 11 15 2 5 8 16 24 -8 24,44%

Celso tem a missão de recolocar o CRB no caminho da segunda fase

Rodrigo Cortez/Divulgação

Atualizada antes do jogo Penedense x CRB

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77Domingo, 28 de março de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

JORNALO LO JORNAEsportes

Cotado pra ser efetivadocomo técnico do Vasco, Gaúchocomandou seu primeiro treinoà frente do elenco na manhã desexta-feira, no Centro de Instru-ção Almirante Graça Aranha(Ciaga), na Penha, bairro da Zo-na Norte do Rio de Janeiro. Elefoi apresentado aos jogadorespelo gerente do departamentode futebol, Rodrigo Caetano, ejá se mostrou à vontade na fun-ção. Apesar disso tem consciên-cia de que apenas os resultadosirão definir a sua permanênciana Colina. Hoje, o time cruzmal-tino enfrenta o Fluminense, às18h30, no Maracanã.

“O Vasco é uma potência, quejoga todos os jogos para vencer.Tenho certeza de que esse grupovai dar a volta por cima já a par-tir do clássico contra o Flumi-nense. Sobre a minha permanên-cia posso dizer que me sinto téc-nico do Vasco e que sempre es-perei por essa oportunidade. Massei que qualquer coisa que acon-tecer no futuro vai se basear emuma coisa chamada resultado”,afirmou Gaúcho, que comandaa equipe de juniores do time.

O treinador vascaíno aindanão definiu a escalação para oconfronto diante do Fluminense.O meia Carlos Alberto partici-pou da atividade de sexta-feira,mostrando não sentir mais asdores no pé direito que o tira-ram das últimas partidas doCruzmaltino. Porém, sua presen-ça diante do Tricolor ainda épouco provável.

Para este jogo o Vasco nãopoderá contar com o zagueiroFernando e nem com o volanteLéo Gago, que receberam o ter-ceiro cartão amarelo e terão que

cumprir suspensão. Com isso,Thiago Martinelli entra na zagae Sousa, que volta de suspen-são, ganha a vaga no meio-de-campo. O meia Philippe Couti-nho, outro que estava suspensocontra o Americano, tem retor-no assegurado.

TRICOLOR - O Fluminensenão deve ter mudanças na sua es-calação para o clássico contra oVasco. O treinador está satisfei-to com o rendimento da equipeque derrotou o Madureira por 3x 1 sobre o Madureira. Na sexta-feira, Cuca comandou um treina-mento tático no Estádio da Por-tuguesa, na Ilha do Governador.

Apenas Rafael, que sentiu doreslombares e foi poupado, e Alan,que trabalhou mais cedo e foi li-berado para fazer uma prova,não participaram da atividade.

Os dois jogadores, porém,vão participar do clássico entreFluminense e Vasco. Assim, aequipe vai entrar em campo com:Rafael; Gum, Cássio e LeandroEuzébio; Mariano, Diguinho,Everton, Conca e Julio Cesar;Alan e André Lima

Preocupado com as chancesde gol desperdiçadas nos últi-mos jogos Cuca também reali-zou uma atividade especial definalizações após o treino tático.“Trabalhamos sempre finaliza-

ções, assim como a antecipaçãoda zaga. Isso é fundamental paracolocarmos em prática nos jogos.Temos criado muitas chances etemos que treinar para colocar abola para dentro”, explicou.

VASCO - Fernando Prass, Él-der Granja, Gustavo, Titi e Már-cio Careca; Nilton, Souza, RafaelCarioca, Carlos Alberto; PhilippeCoutinho e Dodô. Técnico: Gaú-cho (interino).

FLUMINENSE - Rafael,Gum, Cássio e Leandro Eusébio;Mariano, Éverton, Diguinho,Júlio César; Conca; Alan e AndréLima. Técnico: Cuca.

Tudo ou nadaVasco precisa vencer o Fluminense para ficar mais perto das semifinais

PAULISTÃO

Ronaldo quer“emagrecer”no clássico

Após ter respondido aofensas de alguns torcedoresapós a partida da últimaquarta-feira com um gestoobsceno, Ronaldo quer sedesculpar com a torcida porseu ato. No clássico de hoje,às 16h, contra o São Paulo,o camisa 9 quer desencantar.

“A minha forma físicadepende de gols como eu jácansei de dizer. Se eu façogols, eu estou magro. Se eunão faço, eu estou gordo.Então é tentar emagrecer nodomingo”, disse R9 à TVGlobo.

Ronaldo foi muito criti-cado por sua fraca exibiçãona derrota por 1 a 0 diantedo Paulista. O Fenômenoafirma que entende a pres-são que o Corinthians estásofrendo de sua torcida,mas pede o apoio do corin-tiano.

“A pressão vai continuar,lógico. Mas esperamos queo torcedor corintiano seja overdadeiro corintiano, umtorcedor educado, que saibacobrar com educação e,principalmente, evitandoqualquer tipo de violência”,completou.

O atacante ainda comen-tou que quando atuou pelaInter de Milão (ITA), tam-bém conviveu com algumascríticas. Em uma ocasião,seu carro chegou até a servandalizado. Porém, Ronal-do revelou o que aconteceuquando a Inter o vendeu:

“Aí quebraram a sede doclube”, afirmou o Fenôme-no.

CORINTHIANS - Feli-pe, Alessandro, Paulo An-dré, William e Roberto Car-los; Ralf e Jucilei; Dentinho,Elias e Danilo; Ronaldo.Técnico: Mano Menezes

SÃO PAULO - Rogério,Jean, Alex Silva, Miranda eJúnior César; Hernanes, Ro-drigo Souto, Cléber Santanae Léo Lima; Dagoberto eWashington. Técnico: Ricar-do Gomes.

Flamengo duela com o América no EngenhãoO técnico do Flamengo, An-

drade, comandou o último cole-tivo da equipe antes da partidacontra o América, hoje, às 16h,pela Taça Rio, no Engenhão, e oapoiador Petkovic voltou para o

banco de reservas.O treinador rubro-negro, além

da opção por Vinícius Pacheco, fezoutra alteração no meio-campo: ovolante Toró retorna após cum-prir suspensão e, com isso,

Maldonado perde sua vaga.

FLAMENGO - Bruno, Leo-nardo Moura, David, Fabrício eJuan; Toró, Willians, Kleberson eVinícius Pacheco; Vagner Love

e Adriano.

AMÉRICA - Roberto, Claude-mir, Fábio Braz, Luciano Almeida eGérson; Mael, Renan Silva, BrunoReis e Jones Carioca; Adriano e Paty.

Phillippe Coutinho volta hoje ao time do Vasco Conca é o articulador das jogadas do Fluminense

Ricardo Ayres/Photocamera

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