OJORNAL 22/06/2010

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Enchentes causam mortes e destruição em Alagoas Defesa Civil confirmou 26 mortos, mais de 73 mil desabrigados ou desalojados e 607 desaparecidos Exemplar de assinante CMYK Petrobras fará investimentos de US$ 224 bi Página A8 Dona de casa é acusada de tentar matar a filha Página A14 R$ 1,00 L L JORNA O JORNA O ALAGOAS Maceió, terça-feira, 22 de junho de 2010 | Ano XVI | Nº 169 | www.ojornalweb.com | A té ontem, as enchentes que atingiram Alagoas tinham deixado 26 mortos, 73.728 desalojadas ou desabrigadas, 834 doentes e 607 desaparecidos. Ao todo, 26 cidades, inclusive Maceió, foram atingi- das pelas enchentes. O governo federal anunciou o envio de hospitais de campanha para o Estado e a li- beração em cinco dias do FGTS para as vítimas. Amanhã, o presidente Lula chega a Alagoas. Páginas A2, A3, A4, A7 e de A9 a A16 Na Usina Laginha, dezenas de caminhões foram virados como se fossem de brinquedo Desolada sobre os escombros de sua casa, Josenilda Prudêncio lamenta os estragos da enchente As águas do Mundaú inundaram União dos Palmares, mataram pessoas e destruíram ruas inteiras X 11h00 França África do Sul México Uruguai Grécia Argentina X 11h00 X 15h30 Nigéria Coreia do Sul X 15h30 Os jogos de hoje O atacante Luís Fa- biano fez as pazes com a rede e está mais confiante para encarar os próximos desafios do Brasil na Copa do Mundo. Até domin- go, ele não marcava há seis jogos e não escondia a ansieda- de. Com os dois gols anotados na vitória por 3 x 1, contra Costa do Marfim, o atacante provou que pode ser decisivo para a seleção. Sexta-feira, o Brasil vai enfrentar Portugal, que goleou ontem a Coreia do Norte por 7 x 0. Ontem tam- bém, o Chile venceu a Suíça por 1 x 0, e a Espanha bateu Honduras por 2 x 0. Copa 2010 Luís Fabiano marca dois gols e dá um bico na ansiedade Thiago Sampaio/Agência Alagoas Lula Castello Branco Thiago Sampaio/Agência Alagoas

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OJORNAL 22/06/2010

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Enchentes causam mortese destruição em AlagoasDefesa Civil confirmou 26 mortos, mais de 73 mil desabrigados ou desalojados e 607 desaparecidos

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LLJORNAO JORNAOALAGOASMaceió, terça-feira, 22 de junho de 2010 || Ano XVI || Nº 169 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm ||

Até ontem, as enchentes que atingiram Alagoastinham deixado 26 mortos, 73.728 desalojadas

ou desabrigadas, 834 doentes e 607 desaparecidos.

Ao todo, 26 cidades, inclusive Maceió, foram atingi-das pelas enchentes. O governo federal anunciou oenvio de hospitais de campanha para o Estado e a li-

beração em cinco dias do FGTS para as vítimas.Amanhã, o presidente Lula chega a Alagoas.

Páginas A2, A3, A4, A7 e de A9 a A16

Na Usina Laginha, dezenas de caminhões foram virados como se fossem de brinquedo Desolada sobre os escombros de sua casa, Josenilda Prudêncio lamenta os estragos da enchente

As águas doMundaúinundaramUnião dosPalmares,matarampessoas edestruíramruas inteiras

XX11h00

França África do Sul México Uruguai Grécia Argentina

XX11h00

XX15h30

Nigéria Coreia do Sul

XX15h30

OOss jjooggoossddee hhoojjee

O atacante Luís Fa-biano fez as pazescom a rede e está

mais confiante para encarar ospróximos desafios do Brasil na

Copa do Mundo. Até domin-go, ele não marcava há seisjogos e não escondia a ansieda-de. Com os dois gols anotadosna vitória por 3 x 1, contra

Costa do Marfim, o atacanteprovou que pode ser decisivopara a seleção. Sexta-feira, oBrasil vai enfrentar Portugal,que goleou ontem a Coreia do

Norte por 7 x 0. Ontem tam-bém, o Chile venceu a Suíçapor 1 x 0, e a Espanha bateuHonduras por 2 x 0.

Copa 2010

Luís Fabiano marca dois gols e dá um bico na ansiedade

Thiago Sampaio/Agência Alagoas

Lula Castello BrancoThiago Sampaio/Agência Alagoas

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JORNALO JORNALO

Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Política

Chuvas mobilizam políticos eLula promete dinheiro para ALMinistros sobrevoam áreas atingidas e anunciam a construção de casas

Odilon RiosRepórter

José ÁrabesEditor de Política

Os estragos causados pelaschuvas que caem desde a sema-na passada em Alagoas mobili-zaram grupos políticos, entida-des da sociedade civil organiza-da, governo, prefeituras e viroutema do “Café com o Presiden-te”, programa das segundas fei-ras do presidente Luiz Inácio Lu-la da Silva. Ele anunciou que vaieditar medida provisória paraliberar recursos aos Estados atin-gidos. Ontem, ele recebeu, emBrasília, os governadores dosdois Estados para conversarsobre o quadro de destruição,tratado como uma das piores tra-gédias dos últimos 20 anos noEstado.

Ao mesmo tempo, o gover-no de Alagoas assinou decreto deEstado de Calamidade Públicano Estado. O documento foi pu-blicado ontem, no Diário Oficialdo Estado. Também foram publi-cados dois decretos que decla-raram situação de emergêncianos municípios afetados pelaschuvas. Entre as cidades atingi-das pela chuva, 15, segundo ogoverno, encontram-se em está-gio de calamidade: Quebra0n-gulo, Santana do Mundaú, Joa-quim Gomes, São José da Laje,União dos Palmares, Branqui-nha, Paulo Jacinto, Murici, RioLargo, Viçosa, Atalaia, Cajueiro,

Capela, Jacuípe e Satuba.Amobilização dos setores se

arrastou por todo o fim de se-mana. Às 11 horas da manhã desábado, o governador TeotonioVilela Filho (PSDB) telefonoupara o presidente Lula pedindosocorro federal. Às 15 horas, osministros Márcio Fortes (Cida-des) e João Santana (IntegraçãoNacional) vieram ao Estado paraanunciar a construção de casasnas áreas mais atingidas. O go-vernador percorreu as áreas atin-gidas de helicóptero.

O senador Fernando Collor(PTB), o ex-governador RonaldoLessa (PDT) e o líder do PMDBno Senado, Renan Calheiros,também visitaram áreas atingi-das pelas enchentes. Três heli-cópteros do Estado, além de maisdois emprestados pela Compa-nhia Hidrelétrica do São Fran-cisco (Chesf) e Aeronáutica aju-davam no resgate de pessoas queestavam penduradas em telha-dos das casas ou isoladas emáreas alagadas.

Ontem, um avião da ForçaAérea Brasileira (FAB), trazendoapoio dos governos de São Pau-lo, Minas Gerais e Rio de Janei-ro, trouxe cestas básicas e manti-mentos aos desabrigados, que,até o fim da manhã de ontem,passavam de 70 mil. O Rio en-viou dois hospitais de campanha.Corpo de Bombeiros e o Exércitose mobilizaram, no fim de sema-na, para facilitar a distribuição dealimentos doados pela popula-ção ou a Companhia Nacional de

Abastecimento (Conab).Parte da Transnordestina, fer-

rovia que interliga os portos doCeará, Pernambuco, Maranhãoe Alagoas, também foi destruída,no trecho alagoano. Segundo ogoverno do Estado, os prejuízossão de R$ 300 milhões e a rei-nauguração do trecho, marcadapara o dia 27, não tem mais datapara ser entregue.

A Transnordestina tem 550quilômetros de extensão. EmAlagoas, as obras recuperavamparte dos trilhos que haviam sidodestruídos por outra enchente,em 2000, e estavam incluídas noPrograma de Aceleração doCrescimento (PAC), custando R$112 milhões, que deveria bara-tear, em 40%, o transporte deaçúcar, álcool, gesso, cimento,adubo e fertilizante. “Alagoasvive uma tragédia”, disse o go-vernador.

Ministério Público Estaduale Tribunal de Justiça tambémdiscutiram ações. O chefe do MP,Eduardo Tavares, reuniu pro-motores para traçar estratégiascom os promotores das cidades.

A presidente do Tribunal deJustiça, desembargadora Elisa-beth Carvalho Nascimento, emato normativo, suspendeu osprazos processuais e demais ati-vidades dos juízos das comar-cas - inclusive cartórios extraju-diciais - de Quebrangulo, PauloJacinto, Branquinha, Murici, Uni-ão dos Palmares, São José da La-je, Rio Largo, Atalaia, JoaquimGomes, Viçosa, Cajueiro, Capela

e Santa Luzia do Norte, até hoje.A desembargadora-presi-

dente, ao elaborar o ato norma-tivo, levou em consideração ossérios transtornos resultantes dasfortes chuvas que atingiram oEstado de Alagoas, provocandoalagamento nas dependênciasdos fóruns das comarcas, demodo que as atividades forensesestariam com seu normal fun-cionamento prejudicado.

Elisabeth Carvalho conside-rou ainda que diante dos estra-gos, cabe promover minuciosaanálise local para determinar areal extensão dos danos causa-dos. O ato normativo entra emvigor na data de sua publicação,revogando-se todas as disposi-ções em contrário.

SOLIDARIEDADE - Apre-sidente do Tribunal de Justiça,desembargadora Elisabeth Car-valho Nascimento, comovida eapreensiva com as dificuldadese sofrimentos vividos pelas po-pulações dos municípios casti-gados pelas últimas chuvas, ma-nifestou sua solidariedade e apo-io irrestrito do Poder Judiciárioàs vítimas das enchentes. Ela es-tará empreendendo visita aosmunicípios atingidos e solicitan-do aos servidores do Poder Ju-diciário donativos para os desa-brigados. Os donativos devemser encaminhados ao Cerimoni-al, no prédio sede do TJ, à dire-ção do Fórum da Capital, no Bar-ro Duro, e aos demais fóruns dointerior.

Cícero Almeida pediu para que governo federal “acenasse” a Alagoas Presidente Lula anunciou que vai editar MPs para ajudar o Estado

Estragos nas cidades e reclamações de prefeitosOs estragos das chuvas eram

objeto de reclamação dos prefei-tos, dos vereadores e até dono doscartórios. Pelos dados da Associa-ção dos Cartórios, três foram des-truídos nas enchentes. “Há cida-des que o cartório foi embora. Nãosobrou nada das escrituras. Estãocolocando os poucos livros quesobraram no sol”, disse o presi-dente da associação, Iran Malta.

Já os prefeitos se reuniramontem, na sede da Associação dosMunicípios (AMA) para discutiro quadro. Eles formaram uma co-missão para uma conversa, nospróximos dias, com o presidentedo Tribunal de Contas do Estado,Isnaldo Bulhões. Aproposta é queas cidades possam ser autorizadasa fazer doações aos municípios

mais castigados pela enxurrada.“Aproposta é que cada cidade de-posite este dinheiro em uma contae que ele seja usado para se com-prar aquilo que está se precisan-do”, disse o prefeito CristianoMatheus (PMDB), que estava noencontro.

O prefeito de Maceió, CíceroAlmeida (PP), pediu que o gover-no federal “acenasse” para oEstado e lembrou da força daschuvas no Rio de Janeiro. Citouainda que mesmo com as enchen-tes o São João da capital está man-tido. “Só vamos fazer o São Joãoporque está tudo programado.Vamos brincar o São João masprocurar ser solidário”, disse.

Por outro lado, prefeitos demunicípios do interior atingidos

pelas fortes chuvas contabiliza-vam os estragos. Toninho Lins(PSB, Rio Largo) explicava que,nas próximas horas, esperava-seaumento no número de corpos,com o recuo das águas. “Os aces-sos a cidade ficaram fechados.Havia muita água atrás da Igreja,que subiu e não sobrou nada. ADefesa Civil na cidade foi conver-sar com o governador”, disse oprefeito de Rio Largo. “Estamoscom todos os nossos estoques che-gando a exaustão. Não basta queos ministros venha a Alagoas.Temos que ter mais”, afirmou.“Precisamos de garantia de re-construção”.

Em União dos Palmares, se-gundo a Prefeitura foram conta-bilizadas 12 pessoas mortascom

possibilidade desse número cres-cer para, pelo menos, 30. Houvesituações, segundo a Prefeitura,de uma família inteira morrer.Oitocentas famílias estão alojadasem postos de saúde e escolas.

O governo negou morosida-de. O Departamento de Estradase Rodagens (DER) fez ontem umlevantamento nas cidades que ti-veram acessos obstruídos pelalama ou destruição; a Companhiade Abastecimento e Saneamentode Alagoas (Casal) disponibilizou2,8 mil vasilhames, cada um com20 litros de água, para distribui-ção. Cidades como Capela, Jacuí-pe, Paulo Jacinto e Quebrangulotiveram o abastecimento de águareestabelecido no fim de semana.

Continua na página A3

Pauta [email protected]

RECONSTRUÇÃO NA LAJEA cidade de São José da Laje tem demonstrado resistência e

insistência. Nos últimos 41 anos, o município “encarou” trêsgrandes cheias. A pior de todas foi em 1969, quando muita mor-reu e a cidade precisou ser reconstruída tijolo por tijolo. Hoje, acidade se recupera de uma mais grave surpresa da natureza. Aschuvas foram consideradas normais para o período, mas, a trom-ba d´água do rio Canhoto que desceu de Pernambuco quase “varre”a cidade do mapa de Alagoas. Ontem foi dia de retirar a lama einiciar – mais uma vez - a reconstrução. Mas o povo da Laje é fortee perseverante e vai recomeçar tudo de novo. O Canhoto no mu-nicípio arrastando tudo que encontrava. Casas foram destruídase pessoas morreram afogadas, principalmente idosos e crianças.O que era estrada virou rio. O resultado dos estragos pôde ser vistoontem em toda a sua dimensão. Por um momento, houve uma amea-çadora desolação, mas os moradores de São José da Laje já arre-gaçaram as mangas e iniciaram a reconstrução. Vão precisar daajuda do povo alagoano, e do poder público, é bem verdade, masquem não precisa de ajuda para recomeçar?

NÚMEROS

Se for levado em consideração o número de pessoas desa-parecidas, o número de mortos vítimas das enchentes emAlagoas vai subir consideravelmente. Vale lembrar que, em ou-tras enchentes parecidas com a que se registra hoje, dezenas depessoas não foram encontradas, nem mortas nem vivas. Essaspodem ser principalmente, aquelas pessoas que moravam emsítios distantes da zona urbana. Ou seja, os dados oficiais sobremortos serão divulgados, mas a verdade sobre quantas pessoasmorreram no Estado nunca se saberá ao certo.

SAQUEADORES

Em Rio Largo, um grupo de larápios se aproveitou datragédia e saqueou casas, estabelecimentos comerciais e car-ros. Preocupadas em atender as vítimas das enchentes, asautoridades policiais não puderam fazer nada no sentidode evitar a ação dos ladrões. Muita gente perdeu seus per-tences para a enchente.

BRANQUINHA

Pode-se dizer que medo de errar que a cidade de Branquinhafoi a mais atingida pela enchente. O rastro de destruição foi de-marcado pelos limites da cidade com os outros municípios. Ouseja, foi tudo destruído. As imagens denotam regiões arrastadaspor tufões, fenômenos muito comuns nos Estados Unidos, porexemplo. O que era casa virou um amontoado de escombros,entre tijolos e telhas. O que era pista virou rio.

SANTANA

Santana do Mundaú foi o primeiro município alagoanoa ser atingido pela enchente. O nível do rio Mundaú subiude repente e invadiu a cidade. Em outras épocas, o riopassa lentamente pela cidade, fazendo suas curvas até che-gar a União dos Palmares. Este ano, a terra da laranja teveboa parte de sua estrutura física levada pelas chuvas. Mas,como há na cidade regiões altas, as pessoas tiveram onde seproteger. Perderam suas casas, mas continuaram vivas. Omunicípio ficou totalmente ilhado. Não se chegava à cidadenem por Alagoas, nem por Pernambuco.

BEBEDOURO

No final de semana passado e ontem o bairro deBebedouro ficou semi-ilhado. Isso porque o acesso pela ruaprincipal, a Cônego Costa, foi tomado pelas águas da LagoaMundaú, no trecho da linha férrea. Quando o rio Mundaúenche, o reflexo é sentido na lagoa e, assim, as regiões próxi-mas são alagadas. A travessia foi por carroceiros e canoeiros.

EXPLORADORES

Em Bebedouro, a solidariedade passou longe. Logo queo trecho próximo à estação ferroviária ficou intransitável,montou-se um sistema alternativo de travessia. O esquemaenvolvia carroças de burro, barcos e canoas. Houve genteque cobrou até R$ 2,00 por cabeça, numa travessia de poucomais de 50 metros. Sem alternativa, as pessoas tiveram quepagar. Seria isso ou um contorno de mais de 15 quilômetros.

JORNALISTAS

No último final de semana, os jornalistas de Alagoas sereuniram para a 19ª edição do seu Congresso Estadual. Esteano, o evento aconteceu no município de Palmeira dos Ín-dios, com o patrocínio da Prefeitura local, da Secretaria deEstado da Saúde e da Fapeal, além de contar com o apoioda Clipping Notícias. Durante o evento, o município dePalmeira dos Índios prestou homenagem ao professor JoséMarques de Melo, filho da terra e referência nacional naárea de comunicação social. O evento contou também coma participação de integrantes da direção da FederaçãoNacional dos Jornalistas (Fenaj), além de representantes dossindicatos do Rio Grande do Sul e de Sergipe.

DIRETASA cada ano, o concurso de quadrilhas juninas, fase eli-

minatória para decisão do Brasileiro, este ano em Recife,registra confusão.

Quem perde quer saber porque perdeu e fala em maracutaia.Quem ganha só quer saber de comemorar, o que é confundidocom deboche.

Este ano, a campeã do São João foi a Rosa dos Ventos,do Eustáquio Gomes Gomes.

A reclamação ficou com a Luar do Sertão, que não ganhou edesconfiou do resultado e questionou os jurados. APM precisouintervir.

Lula Castello Branco

Lula Castello Branco

Cenário de destruição emBranquinha, após fortes chuvas:governo federalprometeu ajuda

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Collor cobra a instalação de umcomitê para vítimas das chuvasSenador visitou municípios, cobrou empenho do governo e resgatou idosa

Editoria de Política

O senador Fernando Collor(PTB) sugeriu a criação de umgrupo de comando especial paraajudar os milhares de desabriga-dos que foram vítimas da en-chente do final de semana. Apro-posta foi feita durante o Progra-ma Cidadania na Rádio JornalAM conduzido pelo radialistaFrança Moura. Collor, inclusive,foi o primeiro a propor a criaçãode um hospital de campanha pa-ra evitar doenças epidêmicas. Nofim da tarde, o governo Lula au-torizou a instalação de tendasmédicas – com profissionais vin-dos do Rio de Janeiro.

À noite, o senador esteve, emBrasília, com o presidente Lula,os governadores Eduardo Cam-pos (PSB/PE) e Teotonio Vilela,além da ministra da Casa Civil,Erenice Guerra, e o senador Re-nan Calheiros (PMDB). Lulamarcou uma visita para amanhãaos dois Estados. Além de dei-xar acertada a liberação de re-cursos (sem estabelecer valores);autorização para uso do FGTS ea criação de uma comissão do

Ministério de Minas e Energiapara viabilizar o religamento darede elétrica na região.

Ainda na audiência com Lu-la, o senador Fernando Collorentregou-lhe artigo escrito peloempresário e ex-deputado fede-ral João Lyra, que também enca-minhou informações ao presi-dente sobre a situação de Ala-goas com os estragos das enchen-tes, com destaque para a regiãode União dos Palmares.

Pela manhã na rádio, Collorlamentou a tragédia: “Isso é umacalamidade, algo que eu nuncavi”, afirmou, lembrando da en-chente de 1989. “Precisamos deuma grande ação efetiva parasalvar o nosso povo. Só que pre-cisamos de uma coordenação,pois estamos no meio de umacrise, temos que ter um coman-do de guerra”, destacou cobran-do a instalação de um telefonepara auxílio e doações. “Temos

que ter secretários com o pé nalama”, contou. O senador reali-zou salvamentos por conta pró-pria e resgatou de helicópterouma idosa paraplégica emSantana do Mundaú.

O senador chamou a atençãopara as doenças que surgem apósenchentes, cobrando vacinas emedicamentos. Ele conclamou aparticipação de toda a sociedadeem um mutirão para apoiar as fa-mílias, como a presença de estu-dantes das áreas de saúde nasregiões atingidas pela enchente.“O povo está só, está sofrendo,chorando, desassistido, sem pers-pectiva, é necessário uma açãoefetiva do poder público paracompensar um pouco da ausên-cia física das autoridades”, disse.

Collor visitou os municípiosauxiliando moradores que foramvítimas das chuvas. Cobrandoações do governo, para o sena-dor é preciso que os secretáriosestaduais entrem de cabeça nabusca para salvar os que sobre-viveram, que podem ser vítimasdo pós-crise, ao contrair doen-ças a partir da água contamina-da.

AA33Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Política JORNALO JORNALO

Contexto

EXPRESSASA Companhia de Água e Saneamento de Alagoas

(Casal) liberou 2,8 mil vasilhames com 20 litros deágua potável cada um, para as vítimas da enchente noInterior do Estado.

Em Santana do Ipanema, o Riacho Camoxinga está comvolume d´agua acima do limite. A precipitação pluviométricana região, este mês, foi a maior dos últimos três anos.

Já em Pão de Açúcar o problema é a falta de ener-gia elétrica.

A vereadora Rosinha da Adefal é a entrevistada desta noitedo Conversa de Botequim, com o jornalista Plínio Lins, noRapa Nui, na Ponta Verde. A partir das 9 horas.

Em Palmeira dos Índios, a situação da Barragemda Cafurna ainda é de risco; se houver sobrecarga a bar-ragem pode romper.

Roberto Vilanova - [email protected]

A REVOLTA DAS ÁGUAS

Há tragédias que não se prenunciam e tragédias anunciadas.As tragédias causadas pelas cheias dos rios, por exemplo, sãoacontecimentos que se pode prever.

Carrasco e vítima do próprio mecanismo que criou, a popu-lação assiste a devastação sem nada poder fazer - exceto enterrarseus mortos e lamentar as perdas materiais.Os Rios Mundaú,Canhoto, Camaragibe e Paraíba estão abrindo caminho para con-tornar o que o homem brecou e devastou.

Nada mais justo e natural.As barreiras que deslizam e soterram residências foram antes

golpeadas pelas mãos do homem insensível e mal-educado.O pior é que muitos parecem acreditar que a água, por ser

mole, não vai procurar seu novo caminho. Esses vão continuarsendo vítimas da revolta das águas.

E ainda arrastam o vizinho para a morte.

VEM CÁ

O presidente Lula ligoupara os governadores TéoVilela e Eduardo Camposchamando-os a Brasíliapara discutirem a ajuda àsvítimas das chuvas emAlagoas e Pernambuco.

CRÍTICA

O senador FernandoCollor (PTB) cobrou açãoenérgica do governo doEstado na assistência às ví-timas das enchentes dosRios Canhoto, Mundaú,Paraíba e Camaragibe.

Fernando Collor contou que nunca viu uma tragédia desta proporção

Lula Castello Branco

Yvette Moura

ELEIÇÕES

Juiz suspendeportaria contraadesivosAlexandre H. LinoRepórter

O juiz eleitoral LucianoGuimarães Mata suspendeu osefeitos da portaria do juiz da2ª Zona Eleitoral, Paulo Zaca-rias, que impedia a circulaçãode automóveis com adesivosde pré-candidatos nas eleiçõesde outubro. O integrante dopleno do Tribunal RegionalEleitoral (TRE) de Alagoas con-cedeu liminar em mandado desegurança impetrado pelo PRPapontando que não existe comodemonstrar na prática a exis-tência de propaganda eleitoralirregular.

Na semana passada, cercade 300 carros foram alvos dafiscalização com risco de multae até mesmo prisão para aque-les motoristas que desobede-cessem a decisão judicial. Comisso, as ações policiais que es-tavam acontecendo em diver-sos pontos da cidade estão sus-pensas.

Para o juiz “a legislação elei-toral, a princípio, não impedea promoção pessoal, ao contrá-rio, resguarda a liberdade deexpressão, sendo a JustiçaEleitoral chamada a atuar ape-nas quando tais atos ameaçama igualdade de oportunidadesdos pretensos candidatos emdeterminado pleito, atuaçãoesta que impõe análise indivi-dual, condicionada ao casoconcreto e devidamente judi-cializado”.

Luciano Guimarães aindalembrou que o próprio TREestá judicializando cada umdos casos de abusos contra a le-gislação eleitoral, e os candi-datos que utilizem destes mé-todos estão sendo multadosconforme prevê a lei. O juizeleitoral ainda questionou otrabalho de policiais militaresna retirada dos adesivos, apon-tando que os PM’s estavampassíveis ao descumprimentoconstitucional excedendo in-clusive as suas funções devi-do a subjetividade da decisãodo juiz da 2ª Zona Eleitoral.

REUNIÃO – E para conti-nuar a preparação para as elei-ções, está marcada para hoje,às 9 horas da manhã, uma reu-nião na presidência do Tri-bunal Regional Eleitoral coma Corregedoria Eleitoral e aProcuradoria Regional Elei-toral e o órgãos da defesa so-cial (estadual e federal) paradiscutir o funcionamento doaparato da área de segurançapública durante o períodoeleitoral.

UNIDOS

Frente por Alagoas acertaconvenção no domingo

A reunião de ontem daFrente por Alagoas decidiuque PMDB, PT, PC do B, PDT,PR, PV e PRP farão convençãoconjunta, no próximo domin-go, no ginásio do Sesi, nobairro Trapiche da Barra, parareferendar o ex-governadorRonaldo Lessa (PDT) comocandidato ao governo doEstado. O vice será o presi-dente estadual do PT,Joaquim Brito, referendadopelo partido na última sexta-feira, depois de encontro comum dos coordenadores dacampanha da candidata pe-tista Dilma Rousseff emAlagoas, o ex-deputado fede-ral José Dirceu.

Além disso, entre as deci-sões, os integrantes da frenteacordaram que vão lançarchapas conjuntas, ou seja, comtodos os partidos, para depu-

tado federal e estadual.“Domingo será a grande con-venção, rumo à vitória”, disseJoaquim Brito.

CHUVAS - Os integrantes

da Frente se reuniram ontemnão só para discutir o quadroeleitoral como também paramanifestar solidariedade aosatingidos pelas chuvas emtodo o Estado.

NOVA SEDE

Semas pode mudar paraprédio da Igreja Católica

O secretário municipal deAssistência Social, FranciscoAraújo, reuniu-se com o arce-bispo de Maceió, Dom AntônioMuniz, para discutir a propos-ta de mudança de sede daSecretaria Municipal de Assis-tência Social (Semas) para umprédio da Igreja Católica.

Segundo Francisco Araújo,a iniciativa partiu do prefeitoCícero Almeida, que tem ideiade levar a Semas para um localde acesso mais fácil, onde possaatender a um maior número deusuários.

Durante o encontro, DomMuniz mostrou a disposição

da Igreja em disponibilizar oespaço do Centro Social DomAdelmo, no Vergel, para aSemas desenvolver o trabalhocom a população.

Ficou marcada uma novareunião para verificar quais sãoas reais necessidades para ofuncionamento da secretaria.

Lessa critica ausência do Estado“É nítida a ausência do

Estado na assistência à popula-ção”. A observação é do ex-go-vernador Ronaldo Lessa, quenesse domingo, acompanhadodo senador Renan Calheiros(PMDB) e do prefeito deArapiraca e presidente daAssociação dos MunicípiosAlagoanos (AMA), LucianoBarbosa (PMDB), sobrevoou,de helicóptero, as cidades ala-goanas mais atingidas pelaschuvas dos últimos dias.

Segundo Lessa, além doCorpo de Bombeiros, que atuaintensamente no socorro aosdesabrigados, não se vê nenhu-ma outra estrutura de governonas cidades. “Essa não é a pri-

meira vez que o Estado é atin-gido por inundações, mas, tal-vez, seja a mais violenta”, afir-mou. A comitiva esteve nosmunicípios de Rio Largo, Uniãodos Palmares, Branquinha eMurici, e pôde verificar deperto os estragos causadospelas inundações, que além dedeixarem milhares de pessoasdesabrigadas, trouxeram mortee muita destruição.

“Em 2000, Alagoas tambémfoi atingido por fortes chuvase inundações em diferentes lo-calidades, o que causou a des-truição de pontes, casas, rodo-vias. O Estado todo teve queser praticamente reconstruído.Os prejuízos foram enormes,

mais de 90 mil pessoas perde-ram suas casas, ficaram desa-brigadas. Mas, com muito es-forço, conseguimos reergueros municípios, reconstruímosas pontes, as rodovias e as re-sidências”.

Na avaliação do ex-gover-nador, essa cheia talvez seja, amais violenta das últimas déca-das. “Apesar de o número dedesabrigados e de cidades atin-gidas ser bem menor do que oque ocorreu em 2000, o queimpressiona é a fúria com queas águas invadiram os municí-pios. Sem falar do número demortes e pessoas desapareci-das. O rastro de destruição édesolador”, finalizou Lessa.

SUGESTÃO DELE

O senador Fernando Collor sugeriu a criação de umacomissão especial para agilizar a ajuda às vítimas dacheia no Estado.

MAIS 2

A Frente de Oposiçãopor Alagoas se reuniuontem para discutir o in-gresso de mais dois par-tidos: o PRTB e o PSDC.Agora são oito os par-tidos coligados em tornoda pré-candidatura deRonaldo Lessa (PDT) aogoverno do Estado.

ELE

O detalhe dos doisnovos partidos que pas-sam a integrar a Frentede Oposição liderada porRonaldo Lessa é o PRTB,que tem forte ligaçãocom o senador FernandoCollor (PTB), que tam-bém pleiteia a candidatu-ra ao governo do Estado.

ESTREIA DO VICE

O presidente estadual do PT, Joaquim Brito, par-ticipou ontem da primeira reunião como candidato avice-governador de Ronaldo Lessa.

NEGA

A ex-prefeita CéliaRocha negou a negoci-ação para ser a vice-go-vernadora na chapa dogovernador Téo Vilela(PSDB), numa com-posição com o PTB. "Nãosei de nada. Sou candida-ta à Câmara Federal",avisou.

APROVADO

O governador TéoVilela (PSDB) atendeu aopedido do prefeito deArapiraca, LucianoBarbosa (PMDB)e prome-teu liberar o dinheiro doFundo de Combate àPobreza para os municí-pios atingidos pelas chu-vas.

PERDAS

Metade da linha férreaque tinha sido recuperadapela TransnordestinaLogística, entre os municí-pios de Porto Real doColégio e Palmares-PE, foidestruída pela enxurrada.Com isso, a data de inau-guração do trecho foitransferida.

DANOS

A assessoria daTransnordestina Logísticainformou que não sabeainda quando será inaugu-rado o trecho da ferroviaem Alagoas. Antes daschuvas que se precipi-taram no Estado, a data deinauguração estava marca-da para o dia 29.

QUEM AMA PERDOA

O prefeito Luciano Barbosa disse que falou com ogovernador na condição de presidente da Associaçãodos Municípios (AMA).

TREM FANTASMA

Por ironia, foi outra enchente dos Rios Mundaú eCanhoto que destruiu a linha férrea em Alagoas em2002.

Grupo aceitou decisão do PT que indicou Joaquim Brito como o vice

22ca03_PB_NOVA FINAL

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JORNALO JORNALO

Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected] AA44

Coluna semanal do presidente Lula

HERMANN SCHATZMAYR

Morre virologista que combateu varíola e pólio

SÃO PAULO - Morreu on-tem o virologista HermannGonçalves Schatzmayr, aos 74.Ele participou dos esforços deerradicação da varíola e decombate à poliomielite no país,além de ter sido o responsávelpelo isolamento dos vírus dadengue 1, 2 e 3 no Brasil. Tevefalência múltipla dos órgãos,no Rio de Janeiro.

Membro da Academia Bra-sileira de Medicina Veterináriae da Academia Brasileira deCiências, Hermann integrouvários comitês internacionaisda Organização Mundial daSaúde (OMS). Ele ingressou naFiocruz em 1961, onde atuoudesde então. Por 30 anos este-ve à frente do departamento deVirologia, que deu origem a di-versos centros de referência na-cionais e internacionais. Ocu-

pou o cargo de presidente dainstituição entre 1990 e 1992.

Nos anos 1960, desenvol-veu pesquisas que incluíam oisolamento e identificação dovírus da pólio e o estudo desurtos. Pouco depois, liderou aequipe responsável pela dilui-ção e distribuição da vacinaSabin, que acabara de ser ado-tada pelo Brasil e era importa-da na forma concentrada parao país.

Nas décadas seguintes, es-teve à frente de projetos de pes-quisas com também com varío-la e rubéola. Nos anos 1980,quando a epidemia de denguejá preocupava em alguns paí-ses da América Latina, dedi-cou-se ao estudo do vírus, iso-lando os tipos 1, 2 e 3.

Hermann Schatzmayr deixaesposa, dois filhos e cinco netos.

RIO

Fotógrafo da TV Globoé morto a tiros de fuzil

RIO DE JANEIRO - O fotó-grafo da área de comunicaçãoda TV Globo, Márcio Alexan-dre de Sousa, 36, foi morto comcerca de dez tiros de fuzil nobairro de São Cristóvão, zonanorte do Rio, no início da tardede domingo.

De acordo com informaçõesda Polícia Militar, o corpo deSousa foi encontrado em umdos acessos do morro do Tuiuti,na esquina das ruas GeneralPadilha e Almérico de Sousa ea duas quadras da casa ondemorava com a família, nomesmo bairro.

Segundo a assessoria da TVGlobo, Márcio de Sousa era fo-tógrafo há cinco anos da emis-sora e costumava viajar pararealizar trabalhos de divulga-ção do setor artístico. Sua últi-ma viagem foi com o elenco danovela “Passione” à Itália.

O enterro do fotógrafo foimarcado por comoção e revol-ta ontem no cemitério Memo-rial do Carmo, no Caju, tam-bém na zona norte. Amigos e

familiares afirmaram queSouza não era usuário de dro-gas e que pretendem entrarcom um processo na Justiçacontra o Estado.

O serviço reservado da PMafirmou que investigações con-firmam que o fotógrafo erausuário de drogas e tinha umadívida com traficantes, mas acorporação não disse se exis-tem provas.

O crime aconteceu no iní-cio da tarde de ontem, entre12h e 12h30, quando Márcio le-vava o filho de 10 anos a umaaula de futebol no estádio SãoJanuário, em São Cristóvão.Familiares afirmaram que osdois foram abordados por doishomens armados em uma mo-tocicleta que mandaram acriança correr. Em seguida, elesatiraram contra o fotógrafo.

Parentes falaram que o filhode Márcio “está em estado dechoque e só chora”. O fotógra-fo tinha mais dois filhos, sendouma menina de 13 anos e umbebê de nove meses.

Fortes chuvas obrigam Dilma acancelar viagem a PernambucoEstado contabiliza 12 mortes e mais de 17.700 pessoas desabrigadas

RECIFE - A candidata doPT à Presidência, Dilma Rous-seff, decidiu cancelar a visitaque faria nesta terça-feira aPernambuco para prestigiarfestas de São João e conversarcom lideranças políticas. Se-gundo o presidente do PT, JoséEduardo Dutra, Dilma desistiuda viagem por causa das for-tes chuvas que atingem a re-gião.

“Ela conversou com oEduardo Campos (governadorde Pernambuco) para avaliar asituação do Estado e decidiuvoltar direito da Bahia paraBrasília”, disse

De acordo com a DefesaCivil de Pernambuco, o Estadocontabiliza 12 mortes e mais de40 mil pessoas fora de casa,sendo 24.331 desalojados - estãoem casas de amigos e parentes- e 17.779 pessoas estão desabri-gadas, ou seja, dependem deabrigos públicos. Ao todo, 53municípios foram atingidos,com destaque para as cidadesde Palmares e Barreiros.

Ontem, na cidade de BeloJardim, no agreste do Estado,foi encontrado o corpo do ado-lescente Denilson Leite dosSantos, de 13 anos. O garotohavia sido arrastado pela cor-renteza quando tentava atrav-essar as localidades de CohabI e Pontilhão, na última sexta-feira.

Já na cidade de Palmares, amais atingida do Estado, foi en-

contrado o corpo de uma idosaque ainda não teve o nome di-vulgado. Das 4 estradas que es-tavam interditadas, 3 já foramdesbloqueadas: BR-104, BR- 423e BR-232. Apenas a BR-101 con-tinua bloqueada na altura dePalmares.

BARRAGEM - No sábado,as comportas da barragem deCarpina, que têm o objetivo de

conter cheias no Recife, foramabertas. A Companhia deDefesa Civil do Recife (Codecir)estará monitorando 15 comu-nidades nas margens do RioCapibaribe para prestar atendi-mento às famílias em caso denecessidade.

Segundo o secretário deRecursos Hídricos e presidenteda Compesa (CompanhiaPernambucana de Sanamento),

João Bosco, a barragem deCarpina tem capacidade de 270milhões de metros cúbicos e,normalmente, opera com 70milhões. Como houve umacréscimo de mais cem milhõesde metros cúbicos decidiu-seque ela seria esvaziada. Elaopera com um terço da ca-pacidade porque é precisoguardar esse espaço paracheias.

O presidenteresponde

Envie você também sua pergunta para o presidente Lula através do e-mail opiniã[email protected]

Nacional

Flaviane Lopes Francisco, 35 anos, professora de SãoMateus (ES) – Gostaria de saber por que há diferença nas bol-sas-benefícios do Projovem Urbano e do Projovem Rural?

Presidente Lula – Todas as quatro modalidades doProjovem oferecem ajuda financeira de R$ 100. O valor é omesmo, tanto para o Projovem Urbano quanto para oAdolescente, Campo ou Trabalhador. A diferença entre oProjovem Urbano e o Projovem Campo refere-se apenas aonúmero de bolsas mensais pagas em cada programa e isso de-pende da frequência escolar. No caso do Projovem Urbano, oaluno recebe a bolsa durante os dezoito meses ininterruptosem que frequenta a sala de aula, recebendo formação em al-gumas áreas. No Projovem Campo, embora o curso tenha du-ração total de dois anos, o aluno tem aula mês sim e mês não,o que representa 12 meses de freqüência escolar e é por esseperíodo que ele recebe a bolsa. Os programas atenderam, em2008 e 2009, mais de 1 milhão de jovens e este ano a expecta-tiva é de atender mais 1 milhão. A iniciativa está asseguran-do aos jovens brasileiros de 18 a 29 anos a oportunidade devoltar à escola e obter uma capacitação profissional.

Edvaldo Francisco dos Santos, 36 anos, auxiliar adminis-trativo de Itapecerica da Serra (SP) – Gostaria de saber por queo programa Minha Casa, Minha Vida está demorando tanto parasair na minha cidade, sendo que já foi fechado convênio comCEF, e até agora a prefeitura da cidade não tem uma posição.

Presidente Lula – No âmbito do Programa Minha CasaMinha Vida, a Caixa Econômica já recebeu de Itapecerica daSerra proposta para financiar um conjunto com 350 unidadeshabitacionais. Aprevisão é de que o contrato para a produçãodo empreendimento seja assinado até o final do mês que veme sua conclusão ocorra no segundo semestre de 2011. Alémdeste, encontra-se em negociação outro conjunto para a cida-de com 300 unidades habitacionais. No caso de empreendi-mentos destinados a famílias com renda de até três saláriosmínimos, a escolha das famílias é feita pelo estado ou pelo mu-nicípio que apresentou a proposta, com base em critérios de-finidos pelo Ministério das Cidades. De 1 milhão de unida-des habitacionais previstas no PAC 1, a Caixa já recebeu, atéa primeira quinzena de junho, propostas para a construção de917.432 e, destas, já foram contratadas 482.230 em todo o Brasil,no valor total de R$ 30,7 bilhões. Eu compreendo que existauma certa ansiedade porque, afinal, o Brasil ficou muito temposem uma política habitacional. Mas posso assegurar que oprograma está andando num ritmo muito forte e dando res-postas firmes ao déficit habitacional, principalmente no casodos mais pobres.

Adriano Douglas Raimundini, 44 anos, professor deJardinópolis (SP) – O Fundeb é um fundo criado para valo-rizar o professor. Mas, na prática não é bem isso que ocorre.Sendo ele um fundo contábil e separado do orçamento domunicípio, por que a folha de pagamento dos professores con-tinua vinculada à Lei de Responsabilidade Fiscal? O senhornão pode fazer uma lei desvinculando a referida folha de pa-gamento da LRF e criando uma Lei de Responsabilidade daEducação?

Presidente Lula – Para começar, é preciso esclarecer algu-mas questões. Na verdade, ainda que seja um fundo contábil,os recursos do Fundeb integram sim o orçamento dos muni-cípios e têm sido decisivos para a valorização da educação bá-sica. É importante lembrar que o Fundeb é fruto de uma emen-da constitucional que obriga o investimento de 60% dos re-cursos do fundo na valorização dos profissionais do magisté-rio. Portanto, estão garantidos os recursos necessários paraum dos propósitos para o qual o fundo foi criado, ou seja, amelhoria da remuneração dos professores. Com isso, foi pos-sível estabelecer – o que é inédito – o piso salarial nacional dosprofessores da rede pública, que hoje está em R$ 1.025,00. Sehá prefeitos que não cumprem o estabelecido pela lei doFundeb, cabe aos habitantes a fiscalização e aos tribunais decontas tomar as medidas cabíveis por conta do descumprimen-to de um imperativo constitucional. O problema neste caso nãoé do Fundeb, mas da prefeitura, que tem que fazer o uso cor-reto dos recursos.

Centro da cidade pernambucana de Palmares ficou completamente submerso; chuvasafetaram 53 municípios

Schatzmayr foi responsável pelo isolamento dos vírus da dengue

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Nicolas ficou conhecido como “o canibal de Rouen” pela imprensa

Novo presidente colombianotem histórico de polêmicas

BOGOTÁ - Juan ManuelSantos, eleito o novo presiden-te da Colômbia no domingo,é uma figura política polêmi-ca dentro de seu país e naAmérica do Sul. Ele ficou fa-moso no continente por lide-rar uma operação militar con-tra as Farc em solo equatoria-no que quase levou o país aum conflito com Equador eVenezuela.

Tramita na Justiça colom-biana um processo que pede aprisão de Santos por consid-erá-lo culpado pela morte de 25pessoas durante a operaçãoFênix, realizada em março de2008 no lado equatoriano dafronteira entre os dois países.Então ministro da Defesa dogoverno Uribe, Santos é consi-derado o responsável por con-ceber a ação militar que cul-minou com a morte do líderguerrilheiro Raúl Reyes e é con-siderada uma das maiores der-

rotas das Farc.Mas o principal conflito do

novo presidente com um vizi-nho é com a Venezuela. Abriga com o Hugo Chávez co-meçou em 2002, quando San-tos apoiou publicamente umatentativa frustrada de golpecontra o mandatório venezue-

lano. Mais tarde, ele defendeua concessão de asilo políticona Colômbia ao golpista PedroCarmona. Devido ao episódio,Chávez colocou Santos na listade inimigos públicos de seupaís. Um dos principais desa-fios de Santos será restauraras relações com os vizinhos.

No entanto, ele também seenvolveu em polêmicas inter-namente, Em 1997, ele foi acu-sado de golpista pelo entãopresidente Ernesto Samperapós se reunir clandestinamen-te com os líderes guerrilheiroscom Raúl Rayes e Carlos Cas-taño, além de outros integran-tes do Exército de LibertaçãoNacional (ELN). No encontro,Santos teria o objetivo de pro-var as acusações de que Sam-per recebia dinheiro do nar-cotráfico. Parlamentares che-garam a mover, em vão, umamoção contra ele. Seus oposi-tores internos o acusam dequerer chegar ao poder “aqualquer custo”.

A versão oficial é de que areunião teve como objetivo ne-gociar a pacificação do país.Mas, atualmente, Santos se po-siciona contrário a qualquertipo de negociação com os re-beldes das Farc.

MACABRO

Preso é julgado porcanibalismo na França

PARIS - A justiça francesacomeçou a julgar ontem umpreso acusado de canibalismodepois de matar, em janeiro de2007, um colega de cela na pri-são de Rouen (oeste) e de comerparte de seus pulmões “paraapoderar-se de sua alma”.

Nicolas Cocaign, apelidado“o canibal de Rouen” pela im-prensa e outros presos, é acusa-do de assassinar Thierry Baudry,de 41 anos, depois de uma brigapor causa da limpeza da cela.

Cocaign, que então tinha 35anos e que estava preso por ten-tativa de estupro, teria matadoa socos seu companheiro de

cela, a quem também atacoucom uma tesoura e usou umsaco plástico para asfixiá-lo.

Depois começou os prepa-rativos com a intenção de co-mer o coração de sua vítima.Com uma lâmina de barbear,ele teria aberto o tórax de Bau-dry e extraído parte do pul-mão. Comeu um pedaço e de-pois misturou o resto com ce-bola. Sua intenção seria se apo-derar da alma do morto.

Um terceiro detento que es-tava na cela não se atreveu aintervir, mas acabou se suici-dando na prisão dois anos de-pois.

Mineiros que conseguiram sair esperam notícias dos companheiros

CHINA

Explosão em minade carvão mata 47

PEQUIM - Uma explosãona madrugada de ontem emuma mina de carvão na pro-víncia de Henan, no centro daChina, deixou 47 trabalhado-res mortos, como confirmaramas autoridades locais.

A explosão aconteceu nodistrito de Weidong, na jurisdi-ção da cidade de Pingdingshan,quando 75 mineradores esta-vam fazendo trabalhos com ex-plosivos. O governo municipalconfirmou que 28 mineradoresconseguiram sair da mina comvida.

O empreendimento é depropriedade privada, mas a li-

cença para exploração venceuno último dia 6. Assim, as pri-meiras investigações apontamque o antigo dono dos direitossobre o local retomou a ativida-de de forma ilegal.

As minas chinesas são asmais perigosas do mundo de-vido à precariedade dos méto-dos de segurança e da explora-ção excessiva de muitas delas.Mais de 2.600 mineiros morre-ram no ano passado, segundocifras oficiais.

O gigante asiático, além dis-so, lidera o ranking mundialde acidentes de trabalho, commais de 83 mil mortos ao ano.

Ex-ministro de Uribe é mestre em Economia

Nascido no dia 10 de agos-to de 1951, Santos é formadoem Economia e Administraçãode Empresas pela Universida-de de Kansas, mestre em Eco-nomia e DesenvolvimentoEconômico pela London Scho-ol of Economics e mestre emAdministração Pública pelaUniversidade Harvard.

Santos é casado há 23 anoscom Mary Clemencia Rodri-guez, conhecida como Tutina,com quem três filhos Martín,21 anos, María Antonia, 19anos, e Esteban, 16 anos.

A ligação dele com a polí-tica vem de seu avô, EduardoSantos Montejo, que presidiuo país entre 1938 e 1942. O pe-ríodo deu origem a uma cor-rente política do Partido Libe-

ral, denominada “Santismo”,que até hoje vigora no país etem no atual presidente umde seus principais seguidores.

Afamília dele também temligações com o jornalismo. Seupai, Enrique Santos Castillo,foi um famoso editor do jornalEl Tiempo, de propriedade doirmão de seu avô. O próprioSantos também trabalhou noperiódico colombiano.

A sua entrada na políticanacional ocorreu quando o ex-presidente César Gaviria lheofereceu o comando do Minis-tério do Comércio Exterior em1991. No entanto, ele quase foiobrigado a não aceitar o con-vite feito por Gaviria quandorecebeu um diagnóstico equi-vocado de câncer.

Na reta final da campanha,Santos procurou se aproximardo eleitorado através das redessociais na internet, especial-mente pelo Twitter e peloFacebook. Durante todo do-mingo, o perfil UneteaSantosfoi atualizado com mensagensde incentivo aos eleitores parairem às urnas e com agradeci-mentos após os primeiros re-sultados parciais apontaremsua vitória.

“Este triunfo também é dopresidente Uribe”, diz mensa-gem do perfil de Santos divul-gada após as 20h (horário deBrasília), quando os primeirosresultados foram divulgados.No início da tarde de ontem,após o resultado final disse:“9.004.221 obrigado! Porque

unidos fomos e somos mais.Obrigado Colômbia”. Tam-bém foi postado um comuni-cado de agradecimento no per-fil do novo presidente no Face-book, além da reprodução dematérias de sites internacio-nais sobre as eleições do país.

Areação virtual de Santosveio após candidato derrota-do Antanas Mockus, do Parti-do Verde, ter conseguido ge-rar grande repercussão paraa sua campanha nas redes so-ciais no início da corrida pre-sidencial. O perfil oficial deMockus no Twitter (Antanas-Mockus) possuía até ontem63.063 mil seguidores, contraos 10.443 seguidores do pre-sidente eleito.

Irã barra entrada de inspetores da AIEAGoverno alega que relatório da agência da ONU contém informações incorretas sobre as atividades nucleares do país

TEERÃ - O Irã proibiu a en-trada de dois inspetores daAgência Internacional de EnergiaAtômica (AIEA), anunciou on-tem, o diretor da Organizaçãode Energia Atômica do Irã(OEAI), Ali Akbar Salehi.

Segundo a agência de notí-cias local Mehr, Salehi disse quea decisão foi tomada porque osinspetores, que não se identifica-ram, estariam oferecendo infor-mações incorretas sobre as ati-vidades nucleares do Irã.

“Na semana passada anun-ciamos à AIEA os nomes dedois dos inspetores da agênciaque não possuem mais o di-reito de entrar no Irã, já quedivulgaram um relatório quenão está em conformidadecom a realidade, antes do pro-cesso oficial”, disse.

Salehi não revelou o nomenem a nacionalidade dos doisinspetores, e sublinhou aindaque esta decisão não põe emxeque a cooperação do Irã como organismo internacional.

O Irã anunciou esta medidaapós a publicação de um novorelatório da AIEA, onde se con-clui que é impossível confirmaro caráter puramente pacífico pro-grama nuclear da RepúblicaIslâmica.

O relatório também expres-sa a “preocupação” da AIEAso-bre a verdadeira natureza doprograma nuclear iraniano,referindo-se “a possível existên-cia de atividades secretas, passa-das ou presentes, ligadas ao setornuclear, que envolveria organi-zações militares.”

O diretor da agência irania-na diz que seu país não vai per-mitir inspeções além do protoco-lo adicional, ou seja, as inspe-

ções surpresas para qualquer ins-talação nuclear do Irã.

“No passado, quando está-vamos realizando voluntaria-mente o protocolo adicional, osinspetores podiam inspecionarqualquer instalação nuclear ira-niana de forma inesperada”, dizSalehi, ao acrescentar que istoestava fora das normas da AIEA.

A autoridade nuclear do Irãdiz, entretanto, que atualmenteexistem estas inspeções surpre-sas, porém acrescentou que sãofeitas sobre uma série de condi-ções acordadas.

Salehi também se referiu àcriação de um reator mais po-tente em Teerã, para a produçãode medicina nuclear (isótopos) ediz que os especialistas irania-nos estão trabalhando há váriosmeses para projetá-lo.

“Se trata de um reator pare-cido ao atual de Teerã, com algu-mas alterações para melhorar oseu desempenho”, disse ele, ex-plicando que o modelo atual tema capacidade de 5 megawatts, eo novo modelo pode aumentarpara até 20 megawatts.

COMUNICADO - Em Vie-na, a AIEArejeitou as alegaçõesiranianas. “A AIEA tem totalconfiança no profissionalismoe na imparcialidade dos inspe-tores em questão”, disse oporta-voz Greg Webb por meiode comunicado. “Aagência con-firma que seu relatório sobre aimplementação de fiscais no Irã,publicado no dia 31 de maio de2010, é totalmente preciso”,disse o porta-voz, acrescentan-do que a agência reguladora daOrganização das Nações Uni-das (ONU) continuará a moni-torar a situação.

JORNALO JORNALO

Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Internacional

Santos foi eleito em segundo turno no domingo, derrotando Mockus

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JORNALO JORNALO

Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

OpiniãoCaos. É isso que os municípios da zona da mata

alagoana vivem. Uma tromba d’água sem preceden-tes, ao lado de muita chuva e vento quase varreramcidades do mapa. Foi tanta água a tal ponto que sódeu tempo de correr, pois desta vez nada ficou parasalvar. Rapidamente os rios tomaram conta das ruase subiram pelas calçadas, atingindo casas e derru-bando prédios, em alguns pontos da cidade, commais de dois metros de profundidade. Em União dosPalmares o rio subiu, pasmem, 14 metros – o maiornível de sua história.

Os carros viraram, caminhões boiaram pelo rio.Outros flutuaram ao sabor das ondas barrentas quese formaram em mais de 15 cidades. E a imagem deum tanque de etanol que pesava toneladas perdidodentro da imensidão das águas, como um barquinhode papel, chocou o Brasil inteiro. Desta vez as fotosaéreas não conseguiam refletir o tamanho do estragoprovocado pela maior inundação de todos os temposem Alagoas, iniciada com as fortes chuvas que caí-ram em Pernambuco e que desceram com força pelos

rios que cortam os dois estados.Dos edifícios, alguns que ficaram em pé, a água

ultrapassava o primeiro andar. A água infiltravapelas rochas e terra e formavam verdadeiras cascatasque invadiam as estradas. As cidades de Quebran-gulo, Branquinha e Santana do Mundaú simples-mente desapareceram embaixo de uma água lama-centa, suja, que varreu o que encontrou pela frente.Rio Largo tremeu, assim como São José da Laje, Vi-çosa e Murici. Do outro lado, Matriz do Camaragibee Jacuípe ficaram completamente isoladas. Das casasmais baixas, não sobraram nem os telhados.

No salvamento foi toda uma epopeia. Com al-gum sacrifício, subindo calçadas, casas e prédios, osbombeiros mais uma vez foram heróicos ao impediruma tragédia ainda maior. Um helicóptero não pa-rou. O governo federal entrou em campo liberandorecursos. O Estado agora contabiliza os prejuízos eas famílias enterram seus mortos, na busca de re-construir. Na prática, a tranqüilidade só virá agoraquando parar de chover.

Nunca se viu

Ponto de vista

San

Ronaldo Lessa Engenheiro e ex-governador de Alagoas

“É hora de pôr a inércia de lado e partir para a ação”

Lições da tragédia

Do alto, a tragédia revela toda sua extensão:cidades submersas, imensas estruturas arranca-das e arrastadas pela força das águas, gente atô-nita vagando nas áreas alagadas. No domingo,ao lado do senador Renan Calheiros e do prefei-to de Arapiraca, Luciano Barbosa, presidente daAssociação dos Municípios Alagoanos (AMA),sobrevoamos o Estado e constatamos a calami-dade. Os números ainda são imprecisos, mas atéa tarde de ontem havia 20 mortos e mais de 60mil pessoas desabrigadas e/ou desalojadas. Aotodo, 21 municípios de Alagoas foram atingidos.

A tragédia poderia ser ainda maior casomuita gente avisada previamente tivesse reluta-do em abandonar domicílios. Os que ficarampodem estar entre os tantos desaparecidos. Noslocais que visitamos, encontramos prefeitos lu-tando contra a situação contando apenas com es-forços próprios, o governo do Estado esteve au-sente. Já o governo do presidente Lula mandoupara cá os ministros Márcio Fortes (Cidades),João Santana (Integração Nacional), e PauloSérgio Passos (Transportes). Eles garantiramajuda emergencial.

Em agosto de 2000, durante nosso primeiromandato, o Estado passou por crise semelhante.As chuvas inundaram, destruíram e mataram.

Os prejuízos chegaram a R$ 177 milhões; 27 mu-nicípios foram atingidos. Pusemos o colete daDefesa Civil e fomos trabalhar junto com oCorpo de Bombeiros no resgate das pessoas e naajuda aos desabrigados. O trabalho foi árduo,levou tempo, mas conseguimos recuperarAlagoas, graças a um esforço coletivo que envol-veu toda a sociedade como ONG’s, organizaçõesreligiosas, associações e sindicatos. Os alagoanosderam-se as mãos e juntos nos pusemos de pé.

É necessário que se faça algo parecido agora.Não podemos deixar que as coisas se resolvampor si só ou que se resolvam com o tempo. O go-verno estadual precisa fazer a sua parte, arrega-çar as mangas e trabalhar. Há milhares de pes-soas precisando desesperadamente de comida,água e roupas. É hora de pôr a inércia de lado epartir para a ação. É neste momento que um go-verno comprometido com o povo se revela; éneste momento que um governante mostra oseu tamanho.

Usamos o colete da defesa Civil durante atragédia – voltaríamos a usar tempos depois atéque os índices sociais de Alagoas melhorassem.Naquele período estivemos em alerta e aprende-mos todos com o episódio. Que o governo sejahumilde e busque aprender com a história. Cartas à Redação:

[email protected]

Djalma de MeloCarvalhoMembro da AcademiaMaceioense de Letras

Repetidas vezes o próprio perso-nagem contou esta história no antigoBar do Tonho, em Santana doIpanema, e eu aproveitei seu enfo-que pitoresco para reproduzi-la nolivro Festas de Santana, em 1977.Agora, motivo novo me faz relem-brá-la.

Encontrei em meus arquivos, hápouco, o recorte do trabalho jornalís-tico assinado pela repórter LáyraSanta Rosa, intitulado BR-316, noSertão, a estrada sem fim, que O Jor-nal publicou em sua edição de27/01/2008. Refere-se a repórter aotrecho de 48 km de estrada de barro,poeirenta, esburacada e abandonada,que vai do entroncamento Carié àdivisa de Alagoas com Pernambuco,passando por Canapi. E acrescentaela: “Poucos são os carros de peque-no porte que se arriscam cruzar a ro-dovia. Alguns moradores denun-ciam que a região é muito visada porcomerciantes de mercadorias ilegais.Os traficantes de drogas tambémusam a BR como rota para o trans-porte de entorpecentes. Tem servidotambém a assaltantes fortemente ar-mados que entram em Alagoas semser abordados por policiais.”

Quando o presidente da Repú-blica aqui esteve recentemente, nos-sos nobres políticos esqueceram delhe dizer, em meio às manifestaçõesde boas-vindas, que esse pedaço deestrada, maldito e esquecido, nuncafoi asfaltado. O descalabro desafiapor muito tempo o prestígio dos ala-goanos que exercem liderança na-quela região.

Entre 1957 e 1961, por algumasvezes transitei por aquela estrada.Ainda não havia asfalto na rodovia-tangente que vai de Petrolândia aArcoverde, passando por Ibimirim,em Pernambuco. Ali, ao lado do en-troncamento, existia o conhecidoHotel do Peba (bar e hospedaria),onde, horas a fio, passageiros aguar-davam transporte para completar oretorno a Alagoas.

O conterrâneo Zé Panta, o perso-nagem desta história, era sujeito inte-ligente, espirituoso, cheio de gracejoe gozador da humanidade. Tocavaviolão e era seresteiro de verdade.Faz alguns anos, foi para o túmulocomo motorista aposentado doDNER. Herdara a virtuosa qualida-de de músico do pai, Manuel Panta,tocador de pratos da banda que abri-lhantou a solenidade comemorativado Centenário da Independência, em1922, em Santana do Ipanema. Tãocompenetrado estava ele com o com-passo naquela histórica apresenta-ção, que os pratos destruíram sualarga gravata, reduzindo-a a um to-quinho, pertinho do nó.

Certa feita, Zé Panta retornavade uma das visitas que costumavafazer à sua noiva em Ibimirim ou Ta-caratu, Pernambuco. Vestido delinho branco e segurando o insepará-vel violão, pacientemente aguardavatransporte à porta do Hotel do Peba.Levantava o braço, pedia carona,mas os motoristas não paravam oveículo, cobrindo-o de poeira.

Mais um caminhão, mais outro,e nada. Até que enfim uma alma boaparou para atendê-lo. Mas aí aconte-ceu o incômodo: Zé Panta esquecerao violão numa mesa do hotel. Ao re-tornar com o instrumento, eis a recu-sa do motorista: “Se soubesse que osenhor era violeiro, não teria parado.Veja bem: mesmo pagando emdobro, aqui não carrego rapariga,soldado de polícia e violeiro!Entendeu?”

Zé Panta entendeu a implicânciado motorista com essa boa gente, econtinuou aguardando novo trans-porte...

Acordei com o som de um carro que passava na orla próximo às 6horas; aqui não se respeita a lei do silêncio, pulei da cama, meti os pés naágua da chuva que após invadir a varanda adentrara ao quarto. Sem em-pregada, eu mesma retirei a enorme quantidade de água da suíte, fuiretirá-la debaixo da cama, mas o rodo não alcançava a extensão, tive deentrar debaixo da cama engatinhando e o fiz rapidamente, mas, para sair,foi um verdadeiro sufoco, uma tortura, pois tentava sair de ré mas asancas não permitiam!

Fiquei um tempo enorme tentando sem consegui-lo, até que resolvimudar a técnica e rastejando sai por onde entrara! Após ter concluído oestafante trabalho,a higiene e o café matinal, fui para o computador escre-ver meu texto semanal, a máquina emperrou e não ligou, busquei o note-book e com dificuldade escrevi sobre a PEC da felicidade-, querem in-cluir como direito do cidadão a busca da felicidade.

Terminado o texto telefonaram do Banco do Brasil avisando que foradevolvido um cheque de R$ 75,00 da Caixa e ainda que eu seja clientedessa instituição há quarenta anos, não me avisaram e carimbaram o che-que, levei um baita susto, pois não movimento aquela conta, pois, é ape-nas conta salário, talvez por isso mesmo, eu jamais tive um gerente decontas como acontece com outras instituições congêneres, mesmo oficiais.

Decepcionada e infeliz pela falta de consideração daquela instituiçãoda qual sou cliente desde o meu primeiro estágio, há muitos anos, cum-prindo orientação do banco depositário, tentei conseguir a cópia do talcheque, junto à Caixa , para as devidas providências, enquanto espero,haja sofrimento! Ao receber a tal cópia, depois de longo tempo, verifiqueipara minha surpresa que a assinatura não era minha, fora falsificada, eque aquele cheque fora roubado juntamente com outro com a numeraçãosubsequente, ligo para Caixa para sustar o segundo cheque antes que sejatambém depositado, informaram-me que somente poderia ser feito pes-soalmente, e nada adiantou eu apelar para o Estatuto do deficiente físico,que, como tantos outros não são respeitados, e da impossibilidade de medeslocar naquele momento sozinha para a minha agência, onde tenhoconta salário há quase 20 anos. Para minha infelicidade era uma sexta-feira e teria de sofrer todo o fim de semana.

Enquanto penso nisso, a chuva volta a cair e mais uma vez com maisviolência ultrapassa a borracha de proteção então, temendo um novoexercício forçado embaixo da cama, telefono para seguradora que a prin-cípio deveria cobrir a despesa com inundação. Depois de longo tempo,chegam três homens e dizem que nada podem fazer pois a água era dechuva, mas mexeram na borracha que sempre impedira a água de entrarno ambiente; em menos de 10 minutos terminaram o “pseudo serviço” eme deram um boleto para assinar, na agonia com o cheque, e com o sustoda água que voltava a invadir o ambiente, assinei sem ler o conteúdo oque jamais costumo fazer.

Volta a chover e a água mais violentamente volta a inundar o quartoficando pior que antes; profundamente triste e infeliz tento falar com aseguradora, era necessário que os técnicos retornassem antes do fim desemana para desfazer o que fizeram, evitando outra inundação maior!

Esperando-os atrasei minha ida à fisioterapia e não fui atendida, jus-tamente naquele dia em que estava estressada. Infeliz e decepcionadavoltei para casa, as compras que pedi no armazém vieram quase todasestragadas, queijo, pão de centeio e iogurte vencidos, frutas passadas, so-mente aproveitei o mel de abelha!

Infeliz ligo para O Jornal, pergunto se meu artigo sobre a PEC chega-ra, responderam-me a página fora fechada o e meu texto não chegara,pois, com tantos aperreios eu atrasei em enviá-lo. Mais triste ainda eu fi-quei, pois caprichara na sua produção.

Enfim, chegou a noite e pensei relaxar vendo um bom programa,mas, eis que falta luz e constato que meu forno de microondas quebrara!Fui deitar, arrumei a cama pelo tato e na minha oração agradeci a Deuspelo dia desastroso, mas que conseguira superar!

“Volta a chover e a água maisviolentamente volta a inundaro quarto ficando pior que antes”

Jandira TorreiroAdvogada e escritora

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Pois bem, o fato é que iniciaram uma convivência de atração mútua,vivendo-a no dia a dia que já lhes era comum. A paixão que os haviaaproximado e atingido, logo se transformou e alastrou-se em fogo purifi-cador de suas buscas e desejos. Ato contínuo, a estima, a admiração, aconfiança e o respeito, como consequência, impuseram-se, redefinindovalores, comportamentos e atitudes, estabelecendo uma sólida parceria,auspiciosamente incondicionada, capaz de vencer distâncias e de ultra-passar obstáculos, suficiente à capacitação por que ansiavam.

Apaixonados, consectários, celebravam-se; envolviam-se, cada vezmais, fizeram-se protagonistas de acendradas avaliações, para cortar asasas de uma precoce e atilada volúpia, mantendo-se na pureza do amor,contendo a paixão que lhes alvoroçava os sentidos e conspirava contraum projeto de longo prazo; e, assim, lograram refrear e frustrar as inves-tidas desses inebriantes provocadores.

Guardavam-se, conscientemente, para quando fosse próprio e natural.Então, materializariam, consumariam o amor dado e recebido e todas assuas sublimes e prazerosas consequências. Assim agindo, sem que perce-bessem, cultivavam a própria substância do amor, do amor sem culpas;do puro amor entre eles, sem fronteiras e sem limites, o amor-amor entredois seres verdadeiramente enamorados, convertendo-o em seiva de quese poderiam nutrir nas futuras e inumeráveis conjunções de que deve-riam ser protagonistas, e por todo o tempo que lhes haveria de ser comum.

A partir daí, espontânea e amoravelmente, despertaram para umprocesso novo e construtivo, em que, sem qualquer planejamento, já esta-vam solidariamente envolvidos. Consumavam, deste modo, uma auspi-ciosa aliança. Já se sentiam seguros e confiantes entre si: um com outro eum pelo outro. Essa era a perspectiva ditada pelos primeiros raios lumi-nosos do amor que se derramavam sobre eles e os fortaleciam cada vezmais, e mais..., conclamando-os a que se fizessem complementares, inse-paráveis e fiéis: um para o outro, por toda a vida, e além da vida.

Eles acreditavam e proclamavam que, no amor verdadeiro, os praze-res físicos devem ser frequentes, o mais que se possa, exercitados na mu-tualidade e na reciprocidade; que, por isso mesmo, se transformariam emsólidos sentimentos. O verdadeiro amor, na prática que adotaram, dentrode uma sólida convivência, era uma amálgama de sentidos e sentimen-tos, capaz de ultrapassar as intempéries da vida e o passar dos tempos.

O relacionamento que construíram fez-se em união companheira,acesa e colorida, uma exuberância do querer e do oferecer; renovada,sempre, no dar e no receber, no perdoar e ser perdoado. Um magistériode corajosas renúncias e de mútuas satisfações. Enfim, eles davam exem-plo de que o amor é nobre e forte e não morre com a morte.

Nascia, então, o amor que se fez sol e sal de suas vidas, unindo-os emsentimentos vivos e supinamente prazerosos. Nada ou ninguém poderia,a partir dessa consolidação, atentar contra esse sacramento consensual,construído sem imposições, mansamente, espontaneamente, motivo porque se tornara sacramental.

A paixão que, inicialmente, os atraíra, convertera-se em sentimentosde perpetuação, emoldurando estima, lealdade, amizade, respeito, solida-riedade e, sobremodo, amor incondicionado; uma contínua e ascendentedeterminação de caminharem, juntos e unidos, os caminhos de uma exis-tência a dois, que queriam longa, harmônica e frutuosa.

Embora haja brotado de uma tenra e incendiária paixão, de uma frí-vola atração material de aparências e de formas, o amor que entre elesfora concertado em definitivo, transformou-se em compartilha de vida:até que a morte inclemente o desfizesse, ou, segundo poderia ser visto,mantendo-se para além da morte. No caso deles, certamente, nem ela, asevera ceifadora, haveria de abater e extinguir, no ente supérstite, esseinexpugnável e vertical sentimento de amor. Tudo, embasado na fé e vi-vendo a esperança de um reencontro na eternidade...

Murillo Rocha Mendes

Membro da Academia Alagoana de Cultura

“Já se sentiam seguros e confiantes entresi: um com outro e um pelo outro”

Ensaio sobre o amor(conclusão)

(Seus cantos e seus encantos)

A estradae o violão

“Levantava o braço,pedia carona,

mas osmotoristas

não paravam”

Mas que dia infeliz!

AA77

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JORNALO JORNALO

Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Economia

Projeção para crescimento da economia aumenta para 7,06%

A projeção de analistas domercado financeiro para o cres-cimento da economia neste anoaumentou pela 14ª semana con-secutiva. Aestimativa passou de6,99% para 7,06%. Para 2011, foimantida a expectativa de 4,5%.As informações são do boletimFocus, publicação semanal elabo-rada com base em projeções domercado financeiro para os prin-cipais indicadores da economia.

Para o crescimento da pro-

dução industrial, não houve al-teração nas projeções de 11,32%para este ano e de 5% para 2011.

A estimativa para a relaçãoentre a dívida líquida do setorpúblico e o PIB passou de 41,20%para 41%, neste ano, e de 39,85%para 39,70%, em 2011.

Para a cotação do dólar, foimantida a projeção de R$ 1,80,neste ano. Para 2011, a estimati-va passou de R$ 1,86 para R$1,89.

A previsão para o superávitcomercial (saldo positivo de ex-portações menos importações)para este ano foi ajustada de US$15 bilhões para R$ 15,10 bilhões.No próximo ano, os analistas es-peram um superávit comercial deUS$ 6 bilhões, contra os US$ 6,23bilhões previstos anteriormente.

Para o déficit em transaçõescorrentes (registro das transa-ções de compra e venda de mer-cadorias e serviços do Brasil com

o exterior), neste ano, os analis-tas alteraram a estimativa de US$48,20 bilhões para US$ 47,57 bi-lhões. Para 2011, eles ajustarama projeção de US$ 57,40 bilhõespara US$ 57,99 bilhões.

Aexpectativa para o investi-mento estrangeiro direto (recur-sos que vão para o setor produ-tivo do País) passou de US$ 36bilhões para US$ 35 bilhões, em2010, e permaneceu em US$ 40bilhões, em 2011.

SERASA

Cai quantidade decheque sem fundos

A inadimplência com che-ques no Brasil foi de 1,86% emmaio, segundo informou aSerasa Experian, empresa es-pecializada em análise de cré-dito. Conforme o Indicador,este foi o menor porcentualpara um mês de maio desde2004. No mês passado foramdevolvidos cerca de 1,76 mi-lhão de cheques e compensa-dos 94,3 milhões. No acumula-do do ano, até maio, 1,90% doscheques emitidos no Brasilforam devolvidos - o menorporcentual registrado desde2006 para o mesmo período.

De acordo com os técnicosda Serasa Experian, enquantoa inadimplência ligada a car-tões de crédito, financeiras ebancos aumentou em maio, oscheques sem fundos registra-ram movimento contrário. Oresultado estaria ligado ao fato

de o consumidor estar evitan-do o parcelamento com che-ques pré-datados.

Entre os estados, a maiorinadimplência no acumuladodo ano foi registrada no Amapá(12% de janeiro a maio). Em se-guida aparecem Maranhão (ín-dice de 9,70%), Roraima(9,63%), Acre (8,02%) e Sergipe(6,69%). Em São Paulo, o índi-ce de cheques sem fundos noacumulado do ano é o menordo ranking: 1,45%. Rio deJaneiro (1 57%), Santa Catarina(1,70%) e Paraná (1,70%) apare-cem na sequência.

Por regiões, a Norte apre-senta o pior resultado, com ín-dice de 4,29% nos cheques semfundos em 2010, até maio.Nordeste (3,23%), Centro-Oeste(2,43%), Sul (1,82%) e Sudeste(1,57%) completam o levanta-mento.

CARTÕES

Ministério da Justiçainvestiga denúncias

Às vésperas de a integra-ção dos serviços de cartões depagamento nos estabelecimen-tos comerciais entrar em vigor,a Secretaria de Direito Econô-mico anunciou que investigadenúncias de pressão da Cielosobre varejistas. A secretaria,que faz parte da estrutura doMinistério da Justiça, recebeudenúncias de que a empresaestaria forçando donos de pos-tos de combustíveis a assinarcontratos em branco, sem es-pecificações de tarifas ou taxasde administração.

“Os comerciantes não po-dem aceitar imposições da Cie-lo ou da Redecard. Temos preo-cupação com pequenos super-mercados e pontos de venda noPaís, que são mais vulneráveisa esse tipo de pressão. Vamosconvocar as empresas a prestaresclarecimentos”, disse a direto-ra do Departamento de Proteçãoe Defesa Econômica (DPDE) daSDE, Ana Paula Martinez.

Segundo ela, o ministériojá recebeu quatro denúnciasfeitas por postos de gasolina,

mas o número pode ser maior.Apartir de julho, os lojistas po-derão receber os pagamentosde diversas bandeiras utilizan-do apenas uma máquina.Atualmente, o estabelecimen-to precisa ter um terminal daCielo, para a bandeira Visa, eum da Redecard, para as de-mais operadoras. “O poderestá com o lojista e ele não podeaceitar pressão. As duas admi-nistradoras têm que concorrere o preço, baixar,” disse AnaPaula.

Cielo e Redecard não co-mentaram as denúncias. A di-retora do DPDE reiterou a ne-cessidade de regulamentaçãodo setor, campeão de reclama-ções nos Procons entre 2007 e2009, superando a telefonia eos bancos. “O desafio é prote-ger o consumidor e fazer comque os serviços sejam claros etransparentes”, disse. O presi-dente do Banco Central (BC),Henrique Meirelles, defendeuuma nova regulação para ga-rantir um crescimento equili-brado do setor.

Analistas preveem pouso suave para o País A economia brasileira deve

fazer um “pouso suave” depoisdo superaquecido início de 2010,na visão predominante entre osanalistas. Isso quer dizer que,embora não deva ser nada desas-troso, o cenário a partir do fim doano - e, especialmente, em 2011- será bem menos propenso àeuforia. Afinal, a economia devedesacelerar de um ritmo anualentre 7% e 8% para algo entre

3,5% e 5%, os juros devem subirbastante, a inflação permanece-rá ainda num nível elevado e odéficit em conta corrente podecrescer.

Além disso, 2011 pode ser oano em que o novo governoaproveitará para tentar conter ogasto público, o que significa se-gurar o reajuste do funcionalis-mo e do salário mínimo (que in-dexa milhões de benefícios pre-

videnciários e sociais), mexen-do no bolso de boa parcela da po-pulação. “O Brasil vai ter de tra-zer essa economia aquecida paraum nível de crescimento maisrazoável”, diz o economista Ar-mando Castelar, da Gávea In-vestimentos.

Ao contrário de outros mo-mentos do passado, quando oPaís era obrigado a frear violen-tamente em função de crises,

desta vez a desaceleração temtudo para ser um processo civi-lizado. “Pouso forçado é coisado passado, quando o Brasiltinha problemas de solvência.Hoje, nós parecemos mais os paí-ses desenvolvidos de antigamen-te, já que os desenvolvidos agoratêm problemas parecidos comos que a gente tinha no passado”,resume André Loes, economista-chefe do HSBC no Brasil.

Recursos serão liberados em 5 dias, diz CaixaBRASÍLIA - A presidente da

Caixa Econômica Federal, MariaFernanda Ramos Coelho, disseque os recursos do FGTS para asvítimas das enchentes em Ala-goas e Pernambuco devem serliberados em cinco dias úteis. Se-gundo ela, esse é o tempo neces-

sário para que a Caixa viabilizeo atendimento à população.

“Temos que esperar a água bai-xar, mas normalmente consegui-mos fazer isso em cinco dias úteis”,disse. Aideia é usar a mesma estra-tégia adotada para ajudar as vítimasdas enchentes de Santa Catarina e

do Rio de Janeiro. O limite de saqueserá de R$ 4.650, respeitando o saldode cada contribuinte.

A Caixa também está fazen-do outras ações na região, comoa reemissão gratuita de docu-mentos para quem perdeu suadocumentação na enchente, sus-

pensão de cobrança de multas ejuros para parcelas que vence-rem nesse período e condiçõesdiferenciadas para crédito. “Tam-bém estamos vendo o que po-demos fazer para liberar recur-sos de habitação para a região”,disse a presidente.

Prejuízos econômicos não foram calculadosValdete CalheirosRepórter

Os prejuízos materiais pro-vocados pelas chuvas que caí-ram em Alagoas são ainda in-calculáveis, de acordo com oeconomista Adelmo Mota. Co-mércio, indústrias, lavouras,

tudo foi completa ou parcial-mente destruído nos municí-pios do Vale do Mundaú e doVale do Paraíba.

O economista avalia que areconstrução dos municípios nãoserá fácil. “Cerca de 70% dos mu-nicípios alagoanos sobrevivemexclusivamente com os recursos

do INSS, dos programas fede-rais e do Fundo de Participaçãodos Municípios (FPM). Em al-guns lugares, nada ficou de pé,de residências particulares a pré-dios públicos”.

Atalaia, Branquinha, Cajuei-ro, Capela, Jacuípe, Joaquim Go-mes, Jundiá, Maragogi, Marechal

Deodoro, Matriz do Camaragibe,Murici, Paulo Jacinto, Quebran-gulo, Rio Largo, Santana doMundaú, São José da Laje, SãoLuiz do Quitunde, Satuba, Uniãodos Palmares e Viçosa foram osmunicípios atingidos.

Leia mais sobre as chuvas nos cadernos de Cidades e Municípios

Cartões substituem cheque especial

Após reinar por anos comoprincipal linha de crédito dosbrasileiros, o cheque especialtem perdido adeptos. Dadosdo Banco Central (BC) mos-tram que, proporcionalmente,o uso dessa opção nunca foi tãobaixo. Hoje, o limite da conta éfonte de 34% dos empréstimosrealizados pelas famílias. Hádez anos, eram 60%.

Mas a troca embute um pro-blema grave: os clientes têm mi-grado para uma opção aindamais cara, o cartão de crédito - quetem o maior juro entre as opera-ções bancárias. Em abril, 26,8% detodo o crédito da pessoa física foitomado no dinheiro de plástico,novo recorde. Bancos admitemque “pode haver problema” se aexpansão continuar no atualritmo por muito tempo.

Como meio de pagamento,

a migração do cheque para o di-nheiro de plástico é um movi-mento esperado e que aconte-ceu em praticamente todos ospaíses. Mas, no Brasil, a trocatem uma particularidade: geroumudança no perfil do endivida-mento das famílias. É aí quemora o problema, já que o jurodo cartão é muito maior que opraticado no cheque: o uso dolimite da conta cobra 161,3%ao ano; o rotativo do cartãocobra 238,3%. Em outras pala-vras, os brasileiros trocam umjuro caro por outro mais caroainda.

A Febraban diz que a mu-dança do perfil de endivida-mento não traz preocupaçãopor enquanto, mas admite que“pode haver problema” se oatual ritmo continuar por muitotempo.

FGTS será liberado para desabrigadosMedida anunciada pelo presidente Lula deve ter aplicação imedidata, de acordo com a Caixa Econômica Federal

O presidente Luiz Inácio Lulada Silva disse ontem que o go-verno vai liberar o saque doFundo de Garantia por Tempode Serviço (FGTS) às pessoas afe-tadas pelas enchentes em Ala-goas e Pernambuco. “Vamos fa-zer o mesmo que fizemos para

Santa Catarina e com a mesmarapidez, inclusive liberar o Fun-do de Garantia daqueles que ti-verem Fundo de Garantia e fo-ram vítimas de enchentes”, afir-mou Lula.

O presidente não deu deta-lhes de como será a liberação.

Nos dois estados há pelo menos31 mortes confirmadas e maisde 100 mil pessoas desabrigadaspelas chuvas que atingem a re-gião desde a semana passada.Antes de começar a discursar na4ª Conferência Nacional das Ci-dades, em Brasília, ele pediu um

minuto de silêncio em homena-gem aos mortos e desaparecidosem decorrência das chuvas.

Ainda ontem, o ministro dasCidades, Márcio Fortes afirmouque o governo deve liberar recur-sos para Alagoas e Pernambuco.O dinheiro, segundo ele, virá de

uma medida provisória editadaeste mês que prevê R$ 1,2 bilhãopara estados e municípios afe-tados por desastres naturais.

A quantia que será destina-da especificamente para os doisestados ainda não foi definida evai depender da apresentação

de projetos por parte dos gover-nadores dos dois estados. Paraobter o dinheiro do governo fe-deral, os dirigentes devem apre-sentar ao Ministério da Integra-ção Nacional um relatório deta-lhando os danos provocadospela chuva.

Como ajuda aos desabrigados,os recursos do Fundo deGarantia estarão disponíveisem até 5 dias, no limite de R$ 4.650,00

Lula Castello Branco

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PETROBRAS

Estatal via investir em etanol via aquisiçõesO presidente da Petrobras,

José Sergio Gabrielli, afirmou on-tem que a estatal deverá crescerem produção de etanol atravésde aquisições.

“Tínhamos estratégia diferen-te, e mudamos. Era de greenfields(novas usinas) e hoje estamos reven-do para crescimento de produçãoprincipalmente via aquisições”,disse Gabrielli em entrevista sobreo Plano de Negócios da Petrobraspara o período entre 2010 e 2014.

A Petrobras prevê investirUS$ 3,5 bilhões em biocombus-

tíveis (produção, logística e co-mercialização) até 2014, um au-mento de mais de US$ 1 bilhãoem relação ao plano anterior.

Ontem, a Petrobras anunciouum acordo com a São Martinhoque permitirá a expansão do negó-cio da estatal em etanol para oCentro-Oeste, com a empresa pas-sando a atuar em uma região con-siderada nova fronteira para a cana.

Há cerca de dois meses, aPetrobras firmou um acordo coma Açúcar Guarani, do grupo fran-cês Tereos, com a estatal detendo na

Guarani participação semelhante àfatia que terá em uma nova empre-sa formada com a São Martinho.

De acordo com Miguel Ros-setto, presidente da PetrobrasBiocombustível, braço de bio-combustíveis da estatal, a estra-tégia de crescimento da petrolí-fera em etanol terá como basetanto as participações na Guaraniquanto na nova empresa consti-tuída com a São Martinho.

APetrobras tem uma estraté-gia de não ser majoritária em seusacordos de etanol, mas buscan-

do uma participação relevante.Juntamente com suas parcei-

ras, a Petrobras tem atualmentecapacidade de processamentode 24 milhões de toneladas decana, com previsão de produçãode 890 milhões de litros de eta-nol na safra 2010/11. Mas essevolume deve mais que dobraraté 2014, para 2,6 bilhões de litros,segundo o novo plano de inves-timento da estatal.

Aestatal projeta ter entre 4%e 5% da produção de etanol doPaís em 2014.

AA88 Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Economia JORNALO JORNALO

Papel Moeda Marco Aurélio Mello - [email protected]

UM DIREITO NÃO DIVULGADOA cena é comum: o proprietário de um veículo contrata um

seguro e recebe uma lista de oficinas credenciadas pela opera-dora. Quando ele aciona a empresa, devido a um sinistro, rece-be logo a recomendação de levar o carro para uma das oficinasda lista. O que poucas pessoas sabem é que elas têm o direitode escolher livremente a oficina e, podem sim, optar por aque-la de sua confiança, mesmo que ela não esteja entre as “reco-mendadas”. E o melhor, sem que isso acarrete qualquer custoextra. O direito está expresso em circular da Superintendênciade Seguros Privados.

O que leva ao desconhecimento é que o direito de livre es-colha não está expresso com a devida clareza nos contratos,além, claro, do velho e prejudicial hábito do brasileiro em assi-nar qualquer documento sem lê-lo por completo. E no caso decontrato, a preguiça é maior ainda.

É para informar sobre esse direito, tantas vezes desrespei-tado, que a Susep está chamando a atenção dos segurados e dosconsumidores em geral. Segundo a entidade, a lista de oficinascredenciadas é apenas uma referência.

Mas, há um alerta, o consumidor tem liberdade para esco-lher a oficina que quiser, mas não pode contratar um serviço queextrapole o limite segurado. O que não deixa de ser óbvio.

Outro detalhe importante que deve ser levado em conside-ração na hora da oficina é a segurança, entenda-se, garantia doserviço realizado. Muitas oficinas podem não garantir esse itemque é fundamental, destaca ainda a Susep.

TURISMO E COPA 1

Documento do Ministério do Turismo projeta que areceita do País com turistas estrangeiros deve crescerdos atuais R$ 6,3 bilhões para R$ 8,9 bilhões até a Copado Mundo de 2014. A projeção é de um faturamento55% maior com a vinda de turistas do exterior.

TURISMO E COPA 2

No quesito geração de emprego, o Ministério estimaa criação de 2 milhões de novas vagas de trabalho for-mal, com carteira assinada, além das informações nospróximos quatro anos. Isso só referente à Copa.

TURISMO E COPA 3

Por fim, projeta-se um crescimento significativo naquantidade de desembarques domésticos que devempassar de 56 milhões para 73 milhões de passageiros. Eaí, o bicho pega. Os gargalos devem ficar mais eviden-tes no setor. O próprio Ministério reconhece. Eles estãona infraestrutura aeroportuária, na qualificação profis-sional e na rede hoteleira. Como faltam quatro anospara os jogos, tempo há para se tentar corrigir oserros...ou não?

BNB CULTURA

O Banco do Nordeste abriu edital do Programa BNBde Cultura - Edição 2011, uma linha de patrocínio emparceria com BNDES, para apoio à produção e difusãoda cultura nordestina, mediante seleção pública de pro-jetos, envolvendo R$ 6 milhões para as áreas de Música,Literatura, Artes Cênicas, Artes Visuais, Audiovisual eArtes Integradas. O edital está disponível no Portal doBNB: www.bnb.gov.br

ÚLTIMA

Começou ontem o prazo de pedido de reserva paraa oferta pública de ações do Banco do Brasil.

Os interessados devem fazer a solicitação até o dia 29,em qualquer corretora de sua preferência.

O BB vai oferecer ao mercado 286 milhões denovas ações ordinárias, além de outros 70,84 mi-lhões de ações secundárias.

Mas, a quantidade poderá ser ampliada com mais umlote suplementar de 39,15 milhões de ações.

Com lançamento, o Banco do Brasil poderá teruma captação estimada em R$ 10,3 bilhões.

Plano prevê US$ 224 bilhões eminvestimentos até o ano de 2014Maior parte dos recursos será aplicada na exploração da camada do pré-sal

A Petrobras planeja investirUS$ 224 bilhões entre 2010-2014,uma média de US$ 44,8 bilhõespor ano, informou a estatal emfato relevante disponível naComissão de Valores Mobiliários(CVM). Do montante total, 95%serão aplicados no Brasil, ou US$212,3 bilhões, e a parcela restan-te no exterior, ou US$ 11,7 bi-lhões.

“O Plano de Negócios 2010-2014 mantém as metas de cres-cimento para a companhia, in-cluindo os recursos necessáriospara a exploração e desenvolvi-mento das descobertas de petró-leo no pré-sal. Ameta de produ-ção de petróleo é de 3,9 milhõesde barris de óleo equivalente pordia (boe) em 2014 e projeção de5,4 milhões de boe em 2020”, re-velou a estatal.

A Petrobras notou que o no-vo planejamento implica um au-mento de 20% em relação ao an-tecedente, sendo US$ 31,6 bilhõesreferentes a novos projetos, dosquais 62% dedicados para a área

de Exploração e Produção (E&P),ou US$ 19,7 bilhões.

“O plano considera uma ge-ração de fluxo de caixa opera-cional baseada em um preçomédio de petróleo de 80 dólares

o barril para o período, abaixo damédia das projeções do merca-do”, diz o comunicado.

“A redução da projeção deprodução total de 318 mil boe,em comparação com a do Plano

anterior, se deve a revisão dasmetas internacionais, em funçãoda revisão dos investimentos fu-turos para adequação à atual es-tratégia de E&P da Petrobras”,diz a Petrobras.

De acordo com a Petrobras, cerca de 95% dos recursos anunciados serão investidos no próprio País

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Usina Laginha, em União dos Palmares, do Grupo João Lyra, foi atingida pela enchente do rio Mundaú

O guarda chuva foi a única proteção para Rosa Quitéria que chora, no meio dos destroços, em UniãoTragédia: Chuvas elevaram as águas no Mundaú destruindo o município de União dos Palmares

A fúria da enchente do Mundaú arrastou casas, sonhos e vidas no município de São José das Laje

Destruição e morte em AlagoasAumento do nível de rios Mundaú e Paraíba alaga cidades, destrói mais de 11 mil casas e mata 26 pessoas

Flávia BatistaEditora de Cidades

As cidades destruídas lem-bram cenários de guerra. Ondeantes existiam casas, escolas,prédios públicos, hoje só res-tam escombros e tristeza. Ascenas das águas invadindo ascasas não saem das lembran-ças dos milhares de morado-res que perderam tudo que ti-nham e hoje dependem da

ajuda do poder público e dasolidariedade para sobreviver.

Ao todo, 22 municípiosforam atingidos, mais de 177mil pessoas foram afetadas, 26mil desabrigadas. Mais 7 milcasas foram danificadas e ou-tras 11 mil foram destruídas.Mais de 200 prédios públicosforam atingidos e 26 pessoas,até ontem à noite, perderam avida, além de outras 834 queestavam feridas até a tarde de

ontem. É um cenário devasta-dor e preocupante.

Três indústrias do setor su-croenergético foram prejudi-cadas pela força das águas. Asusinas Santa Clotilde (RioLargo), Serra Grande (São Joséda Laje) também foram afeta-das pela enchente. Mas o estra-go maior ocorreu na UsinaLaginha, em União dosPalmares, pertencente aoGrupo João Lyra, onde cinco

tanques que armazenavametanol – com capacidade totalde armazenamento de cercade 10 milhões de litros – foramarrancados e levados pela fortecorrenteza.

A Usina Laginha foi umadas indústrias que sofreu comas intempéries. Num dos prin-cipais centros de emprego doEstado, o cenário também foide destruição: tanques quepesam toneladas boiavam

como se fossem brinquedo. Aforça da água não poupou ca-minhões e nem a estrutura doescritório.

Por onde passavam, aságuas deixavam um rastro dedestruição. A escola, que ficadentro da área da usina foi to-talmente destruída pelaságuas.

Enquanto em alguns luga-res, a vida começa a ser reto-mada; em outros, muito ainda

há o que se fazer antes de pen-sar em recomeço. As perspec-tivas são de muito trabalho,especialmente no municípioque praticamente deixou deexistir: Branquinha. Foi de láonde surgiram os flagrantesmais comoventes, da cidadedestruída, das famílias desola-das, do poder público pedin-do socorro, se apegando à so-lidariedade humana para sal-var vidas.

JORNALO JORNALO

Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

CidadesAA99

Thiago Sampaio/Secom

Thiago Sampaio/Secom Lula Castello Branco

Lula Castello Branco

Chuvas provocaram emenchentes nos rios Mundaú eParaíba trazendo prejuízospara 22 municípios alagoanos e deixando mais de 68.500 pessoas desabrigadas

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Morador levantou os móveis, colchão e tudo que pôde para a força das chuvas não levar seus únicos bens comprados com muito sacrifício

Fotos: Yvette Moura

Em alguns lugares, a vida já voltou ao normalElisana TenórioRepórter

Ontem, a rotina nos bairrosdo Pontal da Barra e FernãoVelho havia se normalizado. Jánão havia mais ruas alagadas,o comércio funcionava normal-mente e as pessoas podiam con-tar com tranqüilidade o sustoque havia passado durante ofinal de semana.

No Pontal da Barra, todosos bares localizados na beira daLagoa Mundaú estavam aber-tos ontem à tarde. As lojas de ar-tesanato estavam à disposiçãodo público. Grupos de turistas,aliás, percorria as ruas estreitasda localidade a escolha de peçasque os agradasse.

“Nos assustamos um pouco,mas, graças a Deus, o pior jápassou. Agradeço por não terhavido mortes”, declarou a ar-

tesão Maria do Socorro Fran--cisco.

Já em Fernão Velho, a situa-ção foi pior nas ruas Da Praia eMangueiras. Mesmo assim,ontem à tarde, tudo estava pra-ticamente normalizado. Apenasalguns moradores “apagavam”os últimos indícios do tempo-ral: mesas, colchões, camas,sofás, dentre outros móveis, per-maneciam nas portas das casaspara secarem ou serem limpos.

“No sábado, o nível daságuas atingiu a porta de nossascasas, mesmo que nossas resi-dências estejam localizadasmuito acima da pista”, contou adona de casa Zuila FernandesPrado, acrescentando que a últi-ma enchente que atingiu FernãoVelho ocorreu há três anos.

Para prevenir futuros aci-dentes causados por desliza-mentos de barreira, os enge-

nheiros responsáveis pelo asáreas 5 e 7 do conjunto habita-cional que está sendo construí-do pelo governo do Estado noVale do Reginaldo, resolveramerguer uma área de contençãode barreira.

Ontem, o local estava sendolimpo para, em seguida, a con-tenção ser erguida. “É melhorreforçar a segurança para pre-venir acidentes”, declarou Fran-cisco Pedro, um dos responsá-veis pela obra.

O que aconteceu – O desas-tre que atingiu Alagoas come-çou a se formar em Pernam-buco, onde, de fato, o temporalcaiu na quinta e sexta-feira dasemana passada. A força daságuas atingiu os rios Mundaúe Paraíba, localizados no estadovizinho e isso fez com queAlagoas fosse atingida por tabe-la, já que a água escorreu as ci-

dades ribeirinhas.“Alagoas é um campo de

drenagem de água”, declarou ogerente de Operações daSecretaria de Estado de MeioAmbiente e Recursos Hídricos,Roberto Lobo.

Na prática, o que aconteceufoi o seguinte: quinta e sexta-feira da semana passada, quan-do Pernambuco foi atingidopelo temporal, as águas come-çaram a escoar pelos riosMundaú e Paraíba e atingiramvárias cidades.

As águas do Rio Paraíba,que nasce na cidade pernam-bucana de Paranamatama, atin-giram Quebrangulo, PauloJacinto, Viçosa, Cajueiro,Capela, Atalaia e Pilar. Já os RioMundaú causou estragos emSantana do Mundaú, São Joséda Laje, Branquinha, Murici,Messias, Rio Largo e Satuba.

Cerca de três mil pessoas estão desabrigadas Gabriela LapaEstagiária*

Ontem pela manhã, prefei-tura, secretarias e representan-tes da Coordenadoria Munici-pal de Defesa Civil (Comdec)realizaram uma coletiva paraapresentar as ações de assistên-cia que vão minimizar os es-tragos causados pelas chuvasna capital. A estimativa é deque, nos bairros próximos àLagoa Mundaú, cerca de trêsmil pessoas estejam desampa-

radas.Segundo o coronel Almeida,

coordenador da Defesa Civildo Município, a lagoa transbor-dou durante o fim de semanae atingiu os bairros do Pontal daBarra, Vergel do Lago, BomParto, Mutange, Bebedouro eFernão Velho, onde a situaçãofoi mais grave. “Os moradoresentraram em contato conoscoainda no sábado à noite, parapedir ajuda. No total, 1.200 pes-soas perderam as casas, e ou-tras 800 estão desalojadas”,

disse o coronel.Ainda segundo ele, os agen-

tes da Comdec levaram cercade 12 horas para transferir aspessoas atingidas das áreas dealagamento para abrigos tem-porários. No Pontal, o nível daágua subiu tanto que a transfe-rência teve que ser feita debarco.

Aprimeira medida tomadapara minimizar os estragos foino sentido de garantir a alimen-tação das famílias atingidas.Elas ganharam quentinhas du-

rante todo o fim de semana e,de acordo com a SecretariaMunicipal de Ação Social(Semas), devem continuarnesse sistema até poder rece-ber cestas básicas. “Não demosas cestas em um primeiro mo-mento porque não há condi-ções de as famílias aproveita-rem os alimentos. Elas estão de-sabrigadas”, explicou o secre-tário Francisco Araújo. “Masassim que a situação melhorar,vamos dar início à entrega”, ga-rantiu.

Apartamentos no Dique-Estrada serão ocupadosNos bairros atingidos, pré-

dios da prefeitura e ginásiosestão sendo usados como abri-gos provisórios para as famílias.Durante a coletiva, o prefeitoCícero Almeida anunciou queas pessoas que viviam na FavelaSururu de Capote serão transfe-ridas, em breve, para os aparta-mentos recém-construídos noDique Estrada. Eles já foram pla-nejados para relocar os morado-res, mas não haviam sido inau-gurados. “Quando a situaçãomelhorar, podemos pensar emuma cerimônia de inauguração,mas agora a prioridade é garan-tir o bem estar das pessoas”, de-clarou o prefeito, destacando queas famílias que já possuíam ca-dastro para receber o aparta-mento terão prioridade. Ao todo,estão disponíveis 728 unidades.

Além de se mobilizar paraconter os estragos na capital, os

órgãos municipais também vãoajudar a Defesa Civil nos muni-cípios do interior, que forammais afetados pela chuva. On-tem, o prefeito Cícero Almeidaanunciou a distribuição inicialde mil cestas básicas. “Estamos

compartilhando o sofrimentocom os lugares afetados. Equi-pes da Superintendência deLimpeza Urbana de Maceió(Slum) estão de plantão, bemcomo as da Defesa Civil, quenão devem deixar a capital de-

samparada, mas vão contribuircom o auxílio aos outros muni-cípios”, garantiu o prefeito.

Segundo o coronel Almeida,em três dias, choveu cerca de204,2 milímetros – quase o es-perado para todo o mês dejunho, que é 240,3 mm. Mas esseexcesso, isolado, não seria sufi-ciente para causar tantos estra-gos. Asituação foi agravada pelachuva que caiu em Pernambuco,aumentando o volume dos riosque cortam Alagoas. “A LagoaMundaú não comportou tantaágua e transbordou. Por isso, osbairros da orla sofreram mais”,disse o coronel. “O excesso dechuvas no nosso Estado era con-tornável, mas não podíamos pre-ver o que ia acontecer emPernambuco”, justificou. (G.L.)

*Sob a supervisão da Editoria deCidades

Novas enchentes preocupam moradores

Os moradores da OrlaLagunar continuam preocupadoscom um novo aumento do nívelda lagoa Mundaú. Apesar de mui-tas casas em Bebedouro teremsido construídas com pontos deelevação, a água do último fim desemana não poupou quase nin-guém, assustando toda a popula-ção. “Sempre a água entra pelasruas do bairro, mas como minhacasa fica um pouco distante damargem da lagoa, é preciso muitaágua para chegar até aqui. Mas foio que aconteceu. As marcas aindaestão na parede, a sorte é que parteda minha casa foi construída numponto um pouco mais elevado”,falou o aposentado DjalmaFrancisco de Melo. “Foi tudomuito rápido. A água foi entran-do, entrando e quando menos es-

perava, estava dentro de casa.Colocamos sofás, guarda roupae geladeira em cima de tijolos e ca-deiras para a água não atingir.Tivemos sorte, mas a preocupaçãocontinua”.

Com os olhos cheios de lágri-mas, a dona de casa Maria JoséSilva Melo, disse temer pela famí-lia. “As águas são imprevisíveis.Se começar a chover de novo eachar que a lagoa vai encher, pegominhas netas pequenas e saio decasa. O medo é pela nossa vida ede perder tudo”, disse. “Nunca via lagoa entrar tanto por aqui. Noano de 2000, a situação foi pare-cida com essa e tivemos que dei-xar a casa. É rezar para que essachuva pare e o nível da lagoabaixe. Estou com muito medo”.(L.S.R.)

Força-tarefa pretende conter epidemias

Patrycia MonteiroRepórter

A Secretaria de Estado daSaúde (Sesau) criou uma força-tarefa para conter a difusão deepidemias em decorrência dasenchentes. Desde o final de se-mana, técnicos fazem o recolhi-mento de amostras de água, pa-lestras para desabrigados sobreprevenção de doenças, além dedistribuírem medicamentos, va-cinas e hipoclorito de sódio paradescontaminação da água.

“Percorremos os nove princi-pais municípios atingidos pelachuva e distribuímos kits de emer-gência com soro fisiológico, remé-dios para dor, febre, hipertensão,diabetes e curativos em hospitaise nas unidades municipais daSecretaria da Saúde. Estamos aler-tando a população sobre comoevitar as doenças diarréicas que

são as mais comuns nessas situa-ções, além da leptospirose, cóle-ra, febre tifóide e hepatite”, expli-cou Sandra Canuto, superinten-dente da Vigilância em Saúde daSesau, mencionando que os téc-nicos da Secretaria percorreramos municípios de Rio Largo,Quebrangulo, Branquinha,Santana do Mundaú, PauloJacinto, Jacuípe, Murici, União dosPalmares e Matriz de Camaragibe.

Durante o final de semana,boa parte da remessa de medica-mentos foi realizada de helicóp-tero nas áreas em que o acessopor terra não foi possível. No total,foram entregues 16 mil frascos deparacetamol, 40 mil ampolas desoro fisiológico, 60 mil ampolasde dipirona, oito mil ampolas deantibiótico, 24 mil máscaras des-cartáveis, 100 mil luvas para pro-cedimentos cirúrgicos e oito millitros de hipoclorito de sódio.

Bebedouro: mais de 24 horas de água

Em Bebedouro a situaçãotambém ficou complicada.Foram mais de 24 horas com onível de água alto. Assim comono Bom Parto, as canoas foramnecessárias para dar suportepara os moradores, já que a RuaCônego Costa, principal do bair-ro, estava intransitável. Ontem,a situação tinha amenizado esobraram apenas alguns pon-tos de alagamentos. O climaainda era de preocupação e decontabilização dos prejuízos.

“Estou aqui há mais de dezanos e essa foi uma das maio-res enchentes que já vi. Aindatentamos colocar os equipamen-tos para o alto, mas água chegoua um metro de altura e atingiutudo”, disse o comercianteFabiano Santos Barbosa, donode açougue em Bebedouro.

“Não faço idéia do quanto tereide prejuízo. Hoje é dia de lim-peza, estamos tentando tirar aágua que ficou dentro do açou-gue, para então contabilizar.Essa água chegou de surpresa,ainda estou tentando entendero que aconteceu”, falou.

Para completar, os comer-ciantes do bairro que tiveramseus estabelecimentos invadidospela água, ainda tiveram que sepreocupar com saques. “Dormiaqui na loja, mesmo estandocheio de água, com medo de in-vadirem e me roubarem. Há pes-soas que não respeitam o deses-pero de ninguém. Por aqui aágua chegou a quase meio metrode altura. Pra passar tínhamosque usar canoa”, contou a co-merciante Josinete César, mora-dora de Bebedouro. (L.S.R.)

Nível da Mundaú assusta maceioensesMoradores de Bebedouro, Bom Parto, Fernão Velho, Vergel, Mutange e Pontal da Barra contabilizam prejuízos

Láyra Santa RosaRepórter

O aumento do volume deágua no Rio Mundaú atingiu di-retamente os bairros que ficam àsmargens da lagoa que leva omesmo nome. Em Maceió, ruas,casas e estabelecimentos comer-ciais nos bairros de Bebedouro,Bom Parto, Fernão Velho, Vergel,Mutange e Pontal da Barra foraminvadidos pelas águas. O dia deontem foi de limpeza para partedos moradores, enquanto outraparte ainda aguardava o nível daágua baixar. Na capital, mais demil pessoas ficaram desabriga-das.

Na manhã de ontem, parteda Avenida Senador RuiPalmeira, no Bom Parto, conti-nuava alagada. Apenas carrosaltos, caminhões e motociclistasse arriscavam a cruzar a avenida.Os moradores que precisavamatravessar acabavam sendo obri-gados a entrar na água. O nívelda lagoa subiu tanto, que duran-te todo o domingo, a travessiateve que ser feita de canoa.

Segundo a dona de casa,Rosemary da Silva, essa foi a pri-meira vez que a água da lagoa in-vadiu sua casa. “Quando chove

muito e a maré está alta, a lagoafica beirando a porta da minhacasa. Dessa vez, ela invadiu tudo.Asorte foi que deu tempo de le-vantar os móveis, senão o pre-juízo seria muito maior”, contoua moradora do Bom Parto, en-quanto atravessava a parte inun-dada. “Estava precisando atra-vessar e não tinha como fazer. Ojeito que tive foi colocar os pésnessa água para passar. Nãotemos muita opção por aqui”, la-mentou.

O desempregado GenivaldoAbílio Silva também teve a casainvadida pela água. Na rua ondeele mora, que fica transversal àAvenida Senador Rui Palmeira,o nível da lagoa alcançou ummetro, deixando várias famíliasdesabrigadas. “Aminha rua con-tinua cheia. Dentro do Bom Partoestá tudo alagado. Estou na casado meu sogro por segurança, masainda não tenho idéia do vai pres-tar das minhas coisas em casa”,disse. “Aágua subiu muito rápi-do. Estava em casa com minha fa-mília e quando me dei conta alagoa estava dentro da casa.Coloquei minhas filhas peque-nas nas costas e deixei tudo paratrás. O mais importante é a vidadelas”, disse.

AA1100 Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

O aumento do volume de água na Mundaú atingiu o de Bom Parto

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AA1111Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

Na cidade de Branquinha não sobrou nada, até o trilho foi arrancado pela força da enchete do MundaúVítimas das chuvas no municipio de Rio Largo observavam o que restou das casas em que moravam

Em Branquinha, nada restouA prefeita de Branquinha,

Renata Moraes, era o retratodo desespero, desde que a en-chente tomou conta da cidade,destruindo todo o Centro, es-tabelecimentos comerciais,prédios públicos e residências.“A água passou e levou tudo,devastou a cidade. Eu não seionde está mais nada, o prédioda prefeitura está acabado, ascasas comerciais sumiram, osCorreios, a Casa Lotérica, aRodoviária. Tudo demaissumiu”, afirmou.

Sem saber o que fazer eapostando em ajuda doGoverno Federal para recome-çar, a prefeita começou o diacedo. Por volta das 6 horas, es-tava na sede da Associação dosMunicípios de Alagoas, paraconseguir cestas básicas e, emseguida, se dirigiu a uma emis-sora de TV, onde o governadorTeotonio Vilela Filho, conce-deu entrevista. “Fui atrás deajuda porque a cidade acabou.Ainda não sei por onde come-çar, estou tentando me organi-zar”, revelou, enquanto rece-bia ajuda de voluntários que

foram levar alimentos.A cidade estava sem água,

energia e comunicação. Paraminimizar os problemas, a pre-feita contratou serviço de ca-minhão pipa para abastecer apopulação. A igreja foi trans-formada em quartel-geralonde foi montada uma cozi-nha para fazer a comida das fa-mílias. Os prédios públicos de-sapareceram, restando apenaso que funciona o Peti e o pri-meiro andar da Secretaria deAssistência Social.

Pelas ruas cheias de lamase escombros, as máquinas es-tavam a todo vapor, retirandoos entulhos. Nas calçadas, osmoradores atingidos aindanão acreditavam no que viam.Josefa Cael retornou para sal-var alguma coisa, mas só con-seguiu resgatar duas cadeirasplásticas, o resto foi levadopelas águas.

Aprefeita Renata Moraes játinha feito pela manhã o en-terro de duas crianças e deuma senhora, mas não sabiaainda quantas pessoas tinhammorrido, porque muitas esta-

vam desaparecidas. “Os cor-pos que apareceram fizemosos enterros. Ainda não seiquantos morreram realmen-te”, disse. Desesperada ela iade uma canto ao outro, falan-do com os funcionários e vo-luntários, tentando definir lo-cais que serviriam para aten-der a todos que procuravamsocorro.

No final do dia, o senadorFernando Collor, que tinhapercorrido algumas cidadesatingidas pelo temporal, este-ve em Branquinha. Com o ex-prefeito e esposo de Renata,Raimundo Lopes, Collor disseque estava levando solidarie-dade e que teria no final datarde um encontro com o pre-sidente Luís Inácio Lula daSilva, a quem mostraria, atra-vés de fotos a situação em queo município ficou. O senadorgarantiu que o governoFederal se comprometeu emconstruir as casas desde queseja num terreno distante dasmargens do rio Mundaú e queseriam enviadas cestas bási-cas. (M.L.)

Centro de Murici desapareceuAs águas devastaram o

Centro de Murici. Pelas ruas,troncos de árvores que foramarrastadas pelas águas e inva-diram as casas, a exemplo doCartório de Registro Civil,cujo principal acesso foi fe-chado por um imenso troncode árvore. As imponentes pal-meiras reais da praça ondeacontece os festejos tomba-ram, os muros caíram, amaioria dos estabelecimentoscomerciais e mais de mil casasforam ao chão.

Geladeiras, sofás, mesas,aparelhos de TV, som e ou-tros equipamentos estavamespalhados pelas ruas. Quemfoi ao local, mal podia acredi-tar na cena que era expostaaos olhos.

Na rua Gersino Barbosa, amoradora Graça Damascenoestava desolada com o quevia em sua casa. A água dessavez não perdoou e entroucom toda força levando ospertences da família, que mo-rava numa casa confortável.“O que conforta é que esta-

mos com vida. Os móveis, de-pois compramos e vamos re-começar”, disse, ao mostraros cômodos tomados de lamae o que restou revirado.

Apenas a planta baixa doimóvel restou na casa em queantes morava Antônio Gomesda Silva e sua mãe MariaCícera da Silva. Ao olhar tudoem volta Antônio, disse que

não acreditava no que estavavendo: as casas dos vizinhosno chão e as ruas que desapa-receram, restando apenas es-combros.

Algumas famílias atingi-das foram levadas para umgalpão e outras para casa deparentes. Voluntários pelamanhã estavam distribuindoo café. (M.L.)

Chuva arrastoutanques da Lajinha

A Usina Laginha, do Gru-po João Lyra, que fica em Uni-ão dos Palmares, foi atingidae quatro tanques de etanolforam levados durante a en-chente. O prédio onde funcio-nava o escritório desmoronou.Os reboques dos caminhõestombaram com a força daágua, as casas que ficam pró-ximas, bem como o trilho dotrem que havia sido reforma-da há pouco, também não re-sistiram. Funcionários que es-tavam na noite de sexta-feiradisseram que a as águas pas-savam levando tudo, obrigan-do algumas pessoas a se abri-garem no teto das casas queainda estavam de pé.

O bairro de Jatobá, quefica às margens do rio Mun-daú desapareceu em Uniãodos Palmares. Apenas escom-bros ficaram de um lado e dooutro do rio. Nem mesmo oposto de combustível esca-pou. Os destroços espalhadospor todos os cantos, ferros re-torcidos, veículos destruídos,bicicletas, postes de ilumina-ção caídos. As famílias tenta-vam a todo custo resgatar oque ficou, mas era pratica-mente impossível.

Em cima de um amontoa-do de tijolos, telhas, madeiras,pedras e móveis, JosenildaPrudêncio, observava o querestou do seu antigo lar. Essaera a primeira vez que retor-nava ao imóvel, depois de tersaído correndo, com medo daágua que chegou em ondas,lembrando o mar. “Estavachovendo e eu não tirava osolhos do rio. Mas quando ob-servei a que água estava seaproximando muito rapida-mente, eram ondas que pas-savam levando tudo. Foi di-fícil ter que sair. Todos cor-riam para a parte da cidadeque não tinha sido afetada”,destacou.

Num outro ponto,Quitéria Rosa Damásio, depouco mais de 80 anos, aolado do cachorro e do querestou da sua residência, ob-servava o vai e vem de víti-mas e curiosos, que passa-vam de um lado para ooutro. A idosa, chorando,aguardava veículos da pre-feitura que a levaria para umdos abrigos improvisadosem ginásios de esporte e es-colas públicas. (M.L.)

Quatro mil desabrigados em Rio Largo

O secretário de Finanças deRio Largo, Daniel Lima, fez umapelo para que as pessoas con-tribuíssem com agasalhos e col-chão, principalmente para ascrianças. “O município haviacomprado alimentos e cestasde alimentos para as famílias.Fazemos cálculos que há, pelomenos quatro mil desabriga-dos e 1200 casas destruídas”,disse.

Muitas pessoas foram aGustavo Paiva verificar o que o

temporal causou e ficaram es-pantados com o nível de des-truição. Muitos não se confor-mavam em ver os entulhos, osmóveis jogados. O cabeleireiroLuís Carlos, que reside noEustáquio Gomes, não se con-formou com as notícias atravésdos meios de comunicação equis verificar in loco. Como-vido disse que já tinha mobili-zado a comunidade para reco-lher alimentos, roupas e outrosprodutos. (M.L.)

Enchentes dos rios provocam destruiçãoMaioria das famílias de Branquinha, Santana do Mundaú, União dos Palmares e Rio Largo, perdeu tudo Mônica LimaRepórter

O cenário é de destruiçãonos municípios alagoanos queforam atingidos pelas chuvas.Por causa dos temporais, o níveldos rios Mundaú e Paraíba, naregião da Zona da Mata, subiue a força da água fez com quealgumas cidades quase fossemdevastadas. Em Branquinha,Santana do Mundaú, União dosPalmares e Rio Largo, a maio-ria das famílias perdeu tudo,inclusive a casa em que resi-diam, que virou escombro. Atéontem, os municípios estavamsem água potável, energia oucomunicação. Todos necessita-vam de alimentação para os de-sabrigados.

Na localidade de GustavoPaiva, em Rio Largo, a VilaOperária, foi um dos locais maisatingidos. As águas chegaramaté o teto e algumas não resisti-ram e desmoronaram. Nos imó-veis que ainda estão em pé, as pa-redes estão com rachaduras e oteto ameaçado. Pelas ruas os si-nais da devastação são visíveis echocantes, com móveis espalha-dos pelas ruas, alimentos, rou-pas, paredes caídas, telhas, ma-deira, eletrodomésticos, apare-lhos de som e outros equipamen-tos que foram levados pela cor-renteza.

Na manhã de ontem, emGustavo Paiva, as vítimas daschuvas observavam o que res-tou das casas em que moravam.Cada um tem uma história dehorror para contar dos momen-tos que viveram entre a noitede sexta-feira e a manhã de sá-bado, quando o nível do rioMundaú atingiu o ponto máxi-mo, fazendo com que as águasse transformassem em ondasque passaram varrendo tudoque encontraram pela frente.

“Em 15 minutos tudo esta-va destruído, não deu temposalvar nada. O que restou nãopresta mais”, disse Josivan

Valério, que retornou a casapara ver se conseguia resgataralguns móveis, documentos eoutros objetos. Abalado com atragédia, ele afirmou que,quando observou que o volu-me do rio tinha aumentado,procurou retirar a esposa e nãoteve mais como retornar, por-que tudo já tinha se transfor-mado num imenso mar.

Bartira da Silva Costa vol-tou ontem, ao que agora sãoescombros da casa em que mo-rava com o esposo. No sába-do, quando as águas começa-ram a tomar conta da rua, elanão teve tempo de retirar osmóveis. O imóvel foi ao chãoe Bartira passou a morar como marido em um terreno ondeimprovisou um barraco comlona, juntamente com outraspessoas que foram afetadaspela enchente.

Nas proximidades da igre-ja do Sagrado Coração de Jesus,apenas o templo não foi afeta-do. E foi justamente lá quemuitos moradores procuraramabrigo. Todas as casas que es-tavam em volta foram destruí-das totalmente, inclusive a es-cola Gustavo Paiva. MariaVerônica, que reside no localhá 47 anos, disse que já ocor-reu enchentes, mas após aságuas baixarem, retomavam àvida. “Mas dessa vez, não vaiser possível. Aqui não moromais, porque corremos o riscode passar outra vez por uma si-tuação semelhante. Aágua che-gou próximo ao teto. Forammomentos que nunca mais vouesquecer”, disse, emocionada.

O medo dos vândalos queresolveram se aproveitar datragédia para garimpar o querestou, fez com que Maria Joséda Silva, não abandonasse acasa que está ameaçada de de-sabar. “Estamos precisando deajuda, está faltando tudo, masnão posso sair porque estãovindo roubar”, disse.

Fotos: Lula Castello Branco

A força do trator foi necessária para limpar as ruas de Branquinha A força das águas arrastou tanques de etanol da Usina Laginha

Na cidade de Rio Largo, Josivan Valério, perdeu tudo em 15 minutos

Centro da cidade de Murici foi totalmente destruído pelas chuvas

Santana do Mundaú ficou isolada durante a sexta-feira: um dos lugares mais afetados pelas águas Todos os prédios da parte baixa de Branquinha foram destruódos; cidade praticamente sumiu do mapa

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Fotos: Lula Castello Branco

Divulgação

Há 41 anos, enchente assolava São José da LajeRoberto VilanovaRepórter

Março, 1969. No dia do pa-droeiro São José, o santo parao qual o nordestino apela pe-dindo chuva para plantar omilho do São João, choveu de-mais em São José da Laje, a 90quilômetros de Maceió. Achuva torrencial estragou a festado padroeiro e a população serecolheu cedo – até parecia quealgo de tenebroso estava paraacontecer.

E antes da primeira hora dodia 20 realmente aconteceu apior tragédia, até então, quemarcou a cidade e comoveu oPaís. Há exatos 41 anos o RioCanhoto transbordou e deixoua cidade de São José da Lajesubmersa – só a torre da Igrejade São José, com 10 metros dealtura, poderia ser vista.

Primeiro repórter a chegarà cidade, o jornalista ValmirCalheiros conta que ainda hojese assusta ao lembrar o cenáriode destruição completa e cor-pos boiando no Rio Canhoto –que corta a cidade pela meta-de, depois de se precipitar daSerra Grande, na divisa comPernambuco.

Valmir chegou à cidadecom os repórteres fotográficos

Pedro e Gilberto Farias, pai efilho, que documentaram a tra-gédia e repassaram as imagenspara a imprensa no Sul do País.Uma tromba d´agua na cabecei-ra do Rio Canhoto, que nasceacanhado em Pernambuco e setorna caudaloso em Alagoas,elevou o nível e fez o rio trans-bordar.

Milhares de desabrigadose dezenas de mortos; o jorna-lista Valmir Calheiros contouque foi difícil quantificar quan-tos morreram na tragédia, por-que muitos corpos não foramlocalizados ou foram encontra-dos muito tempo depois e dis-tante do local da tragédia. “Aci-dade foi totalmente destruídae teve de ser reconstruída”, re-latou Valmir.

COMO FOI - Passava dameia-noite quando o telegra-fista da Rede Ferroviária, co-nhecido como Luiz, recebeu oaviso vindo da Estação de SerraGrande. Pelo Código Morseveio o aviso da tromba d´aguaem Pernambuco e do arrastãoque o Rio Canhoto vinda fa-zendo. Luiz saiu pela rua ten-tando acordar a cidade. O tele-grafista ainda encontrou algunsnotívagos, mas a maioria dapopulação estava dormindo.

- Corram que o RioCanhoto vem arrastando tudo!– anunciava o telegrafista.

Para alguns foi providen-cial o aviso de Luiz. Mas, paraa maioria da cidade nãohouve tempo; a maioria dapopulação foi surpreendidaenquanto dormia e, para o jor-nalista Valmir Calheiros, istofoi fatal, sobretudo, para ve-lhos, mulheres e crianças.

“Quem pôde correr, foi parao alto. Mas muita gente nãoteve tempo. Em poucos minu-tos a água cobriu tudo. Só atorre da Igreja Matriz de SãoJosé podia ser vista. O restoficou tudo embaixo d´agua”,recorda Valmir.

A tromba d´agua que seprecipitou na cabeceira do RioCanhoto triplicou o volumenormal do rio e imprimiu umavelocidade nunca vista. A cor-renteza arrastou até vagões es-tacionados na estação ferroviá-ria e retorceu os trilhos de ferro.

Mas, o caso mais comoven-te para Valmir é o protagoniza-do pela professora Maria José.Deficiente visual, ela perdeu ospais e se salvou mesmo semsaber nadar. “Ela fez até umcordel para contar a história datragédia que viveu”, contouValmir. “Ela não pôde ver a tra-

gédia, mas sentiu na pele.”Maria José foi salva pelo vi-

zinho e não gosta de lembrar atragédia, mas é o marco que ojornalista Valmir Calheirosexibe como exemplo de supe-ração e sorte. “Você já pensouuma pessoa que não enxergaescapar de uma tragédiadessa?!”, indagou Valmir.

A tragédia em São José daLaje foi tão grave, que o entãogovernador Lamenha Filho tevede criar uma Pasta só para cui-dar da reconstrução da cidade.“Até a Superintendência deDesenvolvimento do Nordeste(Sudene) teve de ajudar a re-construir a cidade de São Joséda Laje”, lembrou Valmir.

Outro detalhe que o jorna-lista destacou refere-se ao ciclocomo essas tragédias aconte-cem. Valmir lembrou que em1949 registrou-se a tragédia cau-sada pelas fortes chuvas emMaceió – que derrubou até oFarol da Marinha. “O Farol sófoi reconstruído em 1951, nogoverno Arnon de Mello, masdistante do local onde eraantes”.

“Vinte anos depois, em1969, deu-se a tragédia em SãoJosé da Laje. E, agora, 41 anosdepois, se repete em várias ci-dades”, concluiu Valmir.

Famílias inteiras foram arrastadas

Com a cheia, várias casasforam invadidas e famíliasinteiras arrastadas. “A situ-ação é crítica. Temos atéagora 26 mortes e mais de600 pessoas desaparecidas.É um número muito alto, di-ante da situação é provávelque o número de óbitoscresça”, falou. “Agora esta-mos esperando os dados dosmunicípios através daNotificação Preliminar deDesastre para sabermos osdanos reais que essaenchente causou. É impor-tante que os municípios nosenviem esse documento,para então podermos en-caminhar para o Ministério

da Integração Nacional, queenviará recursos”.

Passado o primeiro im-pacto da catástrofe, onde foiiniciado o socorro das pessoasque ficaram ilhadas e feridas,o momento agora é de as-sistência. “Na sexta-feira e nosábado o nosso trabalho foi ode socorro. Agora, vamos ini-ciar a assistência com remé-dios, para evitar epidemias;com água potável, já que ex-istem pessoas que estão hámais de três dias sem beberágua e caso tomem as águasdos rios, podem contrairdoenças; distribuição de co-mida e roupas”, explicouDenildson Queiroz. (L.S.R.)

Operação de socorro iniciou em Santana

O trabalho dos militaresdo Corpo de Bombeiros co-meçou ainda na noite desexta-feira, quando o efetivocomeçou a ser deslocado paraas cidades do interior doEstado. As primeiras equipesforam para Santana doMundaú, União dos Pal-mares, Branquinha e Murici,onde foi iniciado o socorrodas vítimas. “O socorro co-meçou na noite de sexta-feira.O efetivo do Sub-grupamen-to Ambiental e doSalvamento Aquático foi des-locado para os pontos maiscríticos iniciando os trabalhosdos Bombeiros. Muitos passa-ram mais de 24 horas em ati-vidade”, contou o comandan-te operacional metropolita-no, coronel JosivaldoFeliciano de Almeida.

Apenas na manhã de sá-bado, os helicópteros doEstado conseguiram fazer osprimeiros atendimentos.Muitas pessoas ficaram pre-sas em cima dos telhados dascasas e em árvores. “No sába-do estávamos apenas com oshelicópteros do Estado, comosão pequenos não consegui-mos chegar à cidade deSantana do Mundaú que per-maneceu isolada até domin-go. Nesse momento, conta-mos com o apoio dos três he-licópteros do Estado, dois daForça Área e um da PolíciaRodoviária Federal, que deve-rá nos ajudar na distribuiçãodos donativos”, completoucoronel Josivaldo.

ÁGUA – Assim como ospostes de energia que foram

arrastados pela força daágua, várias tubulações tam-bém foram levadas pela en-xurrada. Muitos municípiosestão sem água potáveldesde sexta-feira à noite.Palmeira dos Índios eCapela são as cidades com asituação mais critica e semprevisão para retomar oabastecimento.

“A previsão é que consi-gamos estabelecer o abaste-cimento em Capela ePalmeira em 15 dias. Váriastubulações foram levadaspela força da água, destruin-do tudo. Estamos buscandoformas alternativas paraatender a população”, expli-cou o vice-presidente deGestão Operacional daCasal, Álvaro Menezes.“Além desses dois municí-pios, Jacuípe, Paulo Jacinto eQuebrangulo também fica-ram continuam sem água. Asituação nesses locais deveser resolvida mais rápido,acredito que até quarta tudoesteja normalizado”.

Enquanto isso, a expecta-tiva é que hoje a Defesa CivilEstadual distribua carrospipas em todos os municí-pios que estão sem água,além de 2,8 mil vasilhames,cada um com 20 litros deágua. “Cada cidade semágua terá dois carros pipas,com 15 mil litros cada atéque o abastecimento seja nor-malizado. Além dos vasilha-mes que serão distribuídospara o consumo humano”,completou o comandante doBombeiros, coronel NeitônioFreitas. (L.S.R.)

Dados: catástrofe em 26 municípiosÁguas não pouparam pessoas ou prédios públicos e particulares; prejuizos ainda são contabilizados nas cidadesLáyra Santa RosaRepórter

As fortes chuvas que caí-ram na cabeceira dos riosMundaú, Paraíba, Camaragibee Jacuípe no último final desemana, foram as responsá-veis por inundações e destrui-ções em 26 cidades alagoanas.Os dados contabilizados até ofinal da manhã de ontem sãode uma verdadeira catástro-

fe. Vinte e seis mortes já foramcontabilizadas e mais de 600pessoas continuam desapare-cidas. Além de 47 mil desalo-jados, mais de 27 mil desabri-gados e mais de 11 mil casasdestruídas e danificadas.

A força das águas não pou-pou ninguém, destruindo pré-dios públicos, pontes, usinase casas por toda parte. Entreas cidades mais afetadas estãoSantana do Mundáu, que está

isolada desde a última sexta-feira à noite; União dosPalmares; São José da Lage;Quebrangulo; Jacuípe e RioLargo. A maioria delas estásem água potável e sem ener-gia elétrica, ainda não existeprevisão para que os sistemassejam refeitos.

Ainda de acordo com o le-vantamento da NotificaçãoPreliminar de Desastre foramatingidos com as inundações

os municípios JoaquimGomes, Jundiá, São Luiz doQuitunde, Matriz doCamaragibe, Paulo Jacinto,Murici, Viçosa, Atalaia,Cajueiro, Capela, Maragogi,Marechal Deodoro, Satuba,Maceió e Colônia deLeopoldina

Durante todo o dia deontem, representantes das for-ças armadas e governo doEstado se reuniram para bus-

car alternativas de assistênciaas comunidades atingidas comas enchentes. O clima de preo-cupação continua, principal-mente porque existe previsãoque volte a chover no Estadode Pernambuco – local dasnascentes dos rios alagoanos.

“Choveu em três dias nacabeceira dos rios uma quan-tidade prevista para choverem seis meses, foram mais de400 milímetros de água.

Tínhamos noção que iria cho-ver muito, mas não imaginá-vamos que fosse ter essa pro-porção toda. Estamos diantede uma catástrofe. Um cená-rio de filme de guerra”, disseo tenente-coronel, DenildsonQueiroz, secretário executi-vo da Defesa Social doEstado. “É muito difícil dizerqual cidade está em pior si-tuação, muitas foram destruí-das”.

AA1122 Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

São José da Laje, assimcomo há mais de 40

anos, está sofrendo comuma enchente devastadora

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Tempo pode melhorar a partir da amanhãPatrycia MonteiroRepórter

De acordo com a previsãodo tempo do Departamentode Meteorologia da Secretariade Estado do Meio Ambientee dos Recursos Hídricos (Se-marh), hoje o céu ficará nu-

blado e haverá chuvas espar-sas no litoral, Zona da Mata eparte do Agreste alagoano.

Segundo Emanuel Teixei-ra, meteorologista da Semarh,a chuva dará trégua a partir dequarta-feira. “O sol aparece-rá entre nuvens em todo Es-tado, com chuvas isoladas e

rápidas, pela manhã. Teremosnebulosidade variável duran-te o dia”, disse, mencionandoque novas previsões serão di-vulgadas depois de amanhã.

No total, 22 cidades foramatingidas pelo excesso de chu-va em Alagoas, sendo que 15delas tiveram estado de cala-

midade decretado pelo Go-verno do Estado. São elas,Quebrangulo, Santana doMundaú, Joaquim Gomes,São José da Laje, União dosPalmares, Branquinha, PauloJacinto, Murici, Rio Largo, Vi-çosa, Atalaia, Cajueiro, Cape-la, Jacuípe, e Satuba.

Muita água em Pernambuco afetou AlagoasAs enchentes vêm sendo

causadas pelo volume de chu-va de Pernambuco que contri-buiu para elevar o nível dosrios alagoanos, provocandoenchentes que destruíram par-te das cidades alagoanas e per-nambucanas. De acordo com oCorpo de Bombeiros, já são

mais de 70 mil pessoas atingi-das pelas chuvas.

No estado vizinho, 53 mu-nicípios foram atingidos, dei-xando mais de 40 mil pessoastiveram de abandonar as suascasas, sendo que 17,7 mil delasestão desabrigadas. No total,foram registradas 13 mortes

até o fechamento desta edição.Ontem, o governo federalanunciou que vai liberar re-cursos para prestar socorro aosdesabrigadas em Alagoas ePernambuco. O presidenteLula disse que espera o tempomelhorar para dar início aotrabalho de recuperação de

casas, pontes, estradas e paralimpar as cidades. Ele infor-mou ainda que a Aeronáuticamontará um hospital de cam-panha em Palmares (PE) paraprestar atendimento às pes-soas que precisam do hospi-tal da cidade, que foi totalmen-te alagado. (P.M.)

AL e SE vão ter inverno mais rigoroso

O inverno começou oficial-mente ontem no hemisfério Sul,às 8h28 (horário de Brasília).Segundo a agência meteorológi-ca Climatempo, a estação deveser marcada pelo frio intensocausado pelo fenômeno La Niñae pelo ar seco, que já vem casti-gando o sudeste nos últimosdias. Seis massas polares já al-cançaram o Brasil desde abril,mas é em agosto que devem co-meçar a ser sentidos os efeitosdo resfriamento anormal daságuas do oceano Pacífico Equa-torial que caracteriza o La Niña,conforme a meteorologista daClimatempo, Patricia Madeira.

“No ano passado, estávamossob o domínio do El Niño, fenô-meno oposto ao La Niña. O in-verno foi muito frio no Sul, e foifrio também no Sudeste e noCentro-Oeste. Este ano tambémse espera por frio, mas com ca-

racterísticas diferentes. Se no anopassado enfrentamos um inver-no frio e úmido, este ano tere-mos frio seco”, explica Patricia.

Segundo a meteorologista,no Nordeste, os Estados maischuvosos ao longo do Invernodevem ser Sergipe e Alagoas. Ofrio chega ao sul da Bahia emagosto e em julho e em setembro,os termômetros registram tem-peraturas acima da média. Achuva será irregular. Em julhoos volumes acumulados ficamabaixo da média entre Recife eNatal, mas a partir de agosto aumidade aumenta novamente.No Ceará, no Maranhão e noPiauí, a chuva fica acima damédia em agosto, o que dimi-nui o número de queimadas.Mas na maior parte do interiorda região, as práticas agrícolassó são viáveis com irrigação ar-tificial. (P.M.)

Chuvas deixam rodovias interditadasSEM ACESSO

Pontes caídas deslizamentos e crateras interromperam a comunicação entre municípios de Alagoas e Pernambuco

Gabriela LapaEstagiária*

Com o grande volume dechuvas nos últimos dias, nãosó os municípios do interiordo Estado foram devastados.Durante o final de semana, vá-rios trechos das estradas quedão acesso às cidades do inte-rior tanto de Alagoas, quantode Pernambuco, ficaram inter-ditados. Pontes caídas e crate-ras que se abriram também di-ficultaram a comunicação comesses lugares. Quem precisavaviajar, teve de desistir e foiobrigado a ficar em casa.

No último sábado, desliza-mentos e quedas de árvoresprovocaram a interdição daBR-104 nos trechos correspon-dentes aos km 0 e 9, em Ibate-guara e São José da Laje. Oacesso a União dos Palmares fi-cou parcialmente interditado,e apenas os motoristas que tra-fegavam até o começo da tardepuderam desviar pela AL-101Norte. Depois do meio-dia, en-tretanto, essa rodovia e os qui-lômetros 27, 34 e 37, em Uniãodos Palmares, e o km 25, emJoaquim Gomes, ficaram total-mente alagados. Em Satuba, oprejuízo aconteceu no trecho

do km 268, da BR-316, no co-meço da noite, deixando mo-toristas sem rotas al-ternativas.

O tráfego nas ro-dovias só foi normali-zado no domingo.Ainda no começo dodia, a Polícia Rodoviá-ria Federal (PRF) libe-rou a BR-104, ficandointransitáveis apenasos trechos correspon-dentes a Satuba e oaos quilômetros 0 e 82da BR-101 (em NovoLino e Rio Largo, res-pectivamente).

Segundo a PRF, aforça da água levouparte da ponte deacesso a Novo Lino,na divisa com Per-nambuco, e abriuuma cratera de 5 me-tros em Rio Largo, ar-rastando, inclusive,os trilhos do trem quefazem o percurso atéMaceió. Ontem, o tre-cho próximo a Satubajá estava liberado.Ainda segundo aPRF, muitas estradas

de Pernambuco também fi-caram bloqueadas.

Para tentar reparar esses es-tragos, o Departamento de Es-tradas e Rodagem de Alagoas(DER) mobilizou equipe em al-guns dos locais mais afetados.De acordo com o diretor-pres-idente, Marco Vital, o órgãoestá fazendo um levantamentodos prejuízos e deve reparar osdanos em breve, com apoio daSecretaria de Estado da Infra-estrutura (Seinfra). “Por en-quanto, as ações são provisóriaspara ajudar equipes de assis-tência a chegar aos municípios.Desde sábado estamos repa-rando o acesso a Quebrangulo,Viçosa e Atalaia até que algu-

ma medida efetiva possa sertomada”, declarou.

Em Maceió, o prejuízo nasruas não foi tão grande, maselas também deverão ser recu-peradas. Durante a coletiva deimprensa com a Defesa Civil,na manhã de ontem, o prefei-to Cícero Almeida anunciou apavimentação das principaisavenidas da capital, bem comoas ruas que ainda não estão as-faltadas. Segundo o prefeito,isso deve acontecer assim queo período de chuvas acabar.

*Sob a supervisão da Editoria de Cidades

AA1133Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

O tráfego

nas

rodovias

só foi

normalizado

no domingo

Rastro de destruíçãoem 26 cidades

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UNIÃO DOS PALMARES

Mãe tenta matarmenina de três anos Iracema FerroRepórter

Marinalva Timóteo da Silva,de 35 anos, foi presa na noite doúltimo sábado, acusada de vio-lência doméstica, crime pratica-do em São Miguel dos Campos.

De acordo com o presidentedo Conselho Tutelar, GilliardFerreira, a entidade recebeu umadenúncia de que Marinalva saíatodas as noites para bares dacidade, onde se embriagar e lev-ava a filha de apenas três anosem sua companhia.

Ao chegarem num bar noCentro da cidade, a mulher foiflagrada bêbada e com a criançano colo. Nervosa, Marinalva senegou a conversar com a equipedo Conselho Tutelar. “Ela sentouna calçada, agarrou a filha e disseque não ia a canto algum. Depois,conseguimos convencê-la a irpara a casa de sua mãe, que ficavaa cerca de cem metros. Ela no-vamente sentou-se na calçada,

agarrou a filha e disse que nadaa faria entregar a menina e quepela criança matava e morria. Porfim, Marinalva deu uma ‘grava-ta’na filha, apertando com forçao pescoço e ainda passou a pernapor cima da menina. Acriancin-ha estava gritando de dor, então,resolvemos arrancá-la da mãe”,relatou Gilliard Ferreira.

Aacusada ainda tentou agre-dir o conselheiro tutelar, mas foicontida por agentes da GuardaCivil Municipal e levada para aDelegacia Regional de São Mi-guel dos Campos, onde foi au-tuada em flagrante por violênciadoméstica.

Segundo Gilliard Ferreira, elevai procurar o Ministério Públicopara denunciar Marinalva pormaus-tratos e tentativa de homi-cídio contra a filha. “Amenina iamorrer se nós não tivéssemosagido rapidamente”, avalia.

Depois da confusão, a cri-ança, que é órfã de pai, foi en-tregue à avó paterna.

EXECUÇÃO

Empresário é mortocom 8 tiros na Jatiúca

O empresário JuvêncioAfonso Leite, de 62 anos, donoda Barra Sul EmpreendimentosLtda, foi morto com oito tirosde pistola Ponto 40, na AvenidaAntônio Gomes de Barros, Ja-tiúca, quando chegava para al-moçar no restaurante EngenhoMassayó.

O crime foi praticado porvolta das 14h do último domin-go, por um homem ainda nãoidentificado que estava numamoto CG preta, com placaMUW-3231/AL, e fugiu em altavelocidade, tomando destinoignorado. Juvêncio acabara dedescer de sua caminhonetepreta, placa NLW-9701/AL, nacompanhia da esposa, quandofoi atingido pelos disparos.

O caso está sendo investiga-do pela equipe da delegadaSheila Carvalho, do 2º DistritoPolicial.

De acordo com uma teste-munha, que pediu para não seridentificada, a ação do acusado

foi muito rápida. “O motoquei-ro veio logo atrás da caminho-nete da vítima. Quando o ho-mem saiu da caminhonete, ocriminoso parou a moto, des-ceu, sacou a arma e atirou.Imediatamente, ele voltou paraa moto e fugiu. Aesposa da ví-tima não foi atingida porqueapesar de ter descido da cami-nhonete, ela não tinha chegadoperto do marido quando o mo-toqueiro atirou”, explica a tes-temunha.

Consultando o sistema deRegistro Nacional de VeículosAutomotores (Renavan), os po-liciais descobriram que a placada moto utilizada pelo acusa-do era fria.

Familiares da vítima serãointimados a prestar depoimen-to a partir de amanhã. A polí-cia quer saber se Juvêncio Leitetinha inimigos declarados, seestava sendo ameaçado e a fa-mília tem a quem atribuir ocrime. (I.F.)

SAMU

Família de grávidareclama de demora

Adona de casa Josineide deOliveira Santos, moradora daGrota da Alegria, no BeneditoBentes, teve seu filho em casa,na noite deste domingo. Afamí-lia reclama que solicitou socor-ro médico ao Serviço de Aten-dimento Móvel de Urgência(Samu) e que teve que esperarpor três horas e meia até a che-gada da ambulância.

De acordo com a versão dafamília, eles entraram em con-tato com o Samu tão logoJosineide começou a ter con-trações, às 18h. Cerca de duashoras depois, uma vizinha feza segunda ligação para o Samue a ambulância não chegou.

O coordenador da OperaçãoAsfixia, o agente Daniel Pinto,contou que uma equipe passa-va pelas proximidades da casae foi abordada pelos familiares.“Eles disseram que a ela estavaem trabalho de parto há quasetrês horas e que o Samu se re-cusava a ir atende-la. Entramos

em contato com o Samu e rapi-damente uma viatura chegou”,explica Daniel Pinto.

Procurado pela reportagemde O JORNAL, o coordenadormédico do Samu afirmou que,a primeira ligação recebida peloórgão foi por volta das 20h30,mas que neste contato nãoforam passadas informaçõessuficientes para que fosse deter-minado o encaminhamento deuma ambulância para o local.

“Cerca de 80% das ligaçõesque recebemos são trotes, porisso precisamos de informaçõesprecisas. Nossa prioridade sãocasos de trauma, acidentes, ocor-rências em que a pessoa está sobrisco de morte”, explica.

Mãe e filho foram levadospara a Casa Maternal DenilmaBulhões, no Benedito Bentes,onde receberam atendimentomédico e estão em observação.De acordo com a equipe da uni-dade de saúde, os dois passambem. (I.F.)

Sistema O JORNAL e Grupo JL fazem doaçõesDa Editoria de Cidades

O Jornal Sistema de Comu-nicação (impresso, site e rádio)iniciou, no último sábado, umacampanha de arrecadação paraajudar as vítimas da enchenteque atingiu Alagoas no últimofinal de semana. O diretor fi-nanceiro do Sistema, Sálvio Tai-ne, explicou que, até agora, fo-ram arrecadadas junto a empre-sas parceiras, água mineral, queserá entregue às vítimas locali-zadas em União dos Palmares.

“Decidimos substituir nossa

tradicional festa junina, que fa-zemos todos os anos, pelos do-nativos”, ressaltou o diretorSálvio Taine, acrescentando queos donativos devem ser enca-minhados para a antiga sede doO JORNAL, localizado a Aveni-da Gustavo Paiva, na Manga-beiras.

Em paralelo, o Grupo JoãoLyra também realiza sua cam-panha de doações para as víti-mas da enchente. Hoje, a pri-meira remessa de água mineralserá entregue no Povoado doJacinto, localizado em União dos

Palmares. Este povoado é for-mado basicamente por funcio-nários da Usina Lajinha e, porconta do temporal, está semágua e energia elétrica.

As duas usinas pertencen-tes ao Grupo João Lyra, loca-lizada em Minas Gerais, tam-bém aderiram à corrente desolidariedade. Ontem, deacordo com o gerente-social,Ronaldo Melo, foi enviado umcaminhão repleto de produ-tos. A previsão é de que a doa-ção chegue a Alagoas na pró-xima quinta-feira.

“Estamos arrecadando juntoaos nossos parceiros alimentosnão perecíveis, água mineral,colchões, cobertores, enfim, pro-dutos que possam ser levadospara os desabrigados”, explicouRonaldo Melo.

Quem quiser ajudar, deveencaminhar sua doação paraqualquer empresa a Concessio-nária de Veículos Mapel, emMangabeiras, ou o escritório-central do Grupo João Lyra, lo-calizado na Rodovia AL-101Norte, Km 6, nº 3 600, Guaxu-ma.

Trens param atividades por tempo indeterminadoThallysson AlvesEstagiário*

Até quinta-feira os trens ur-banos deverão ter funcionamen-to suspenso. Esta é a previsão daCompanhia Brasileira de TrensUrbanos (CBTU) para as cidadesde Maceió, Satuba e Rio Largo.Mas mesmo a atividade retorne,o percurso será reduzido parapouco mais da metade do deslo-camento original. A mudança éconsequência da invasão violen-ta das águas nas linhas férreas,que levou consigo aproximada-mente 400 metros de trilhos etoda a sua base de sustentação.

Até ao meio dia de ontem,um dos trens fez transporte atéo povoado de Utinga Leão, en-quanto outro está preso na cida-de de Rio Largo sem poder re-tornar à Maceió. Segundo infor-mações oficiais da CBTU, o tremnão tem como voltar, pois alinha férrea entre as estaçõesGustavo Paiva e Utinga, foi pra-ticamente arrancada.

A equipe técnica da CBTUinformou que a recuperação dostrilhos já começa hoje e terá umprazo de até seis meses. O quepreocupa cerca de 10 mil passa-geiros que buscam o transpor-te férreo por ser um meio mais

acessível à economia das famí-lias com baixa renda salarial.

TRANSNORDESTINA -Ainda não foram fornecidosdados oficiais sobre os prejuí-zos decorrentes da invasão daságuas na ferrovia Transnordes-tina, que interliga os portos doCeará, Pernambuco, Maranhãoe Alagoas.

Todo o trecho que vai entreas cidades de Porto Real doColégio (AL) e Palmares (PE)deverão ser reconstruídos. 70%das linhas férreas pertencentesa Alagoas foram destruídas, oque causou um prejuízo de R$

300 milhões após o investimen-to da Companhia Ferroviáriado Nordeste.

Com 550 km de extensão, aferrovia estava em recuperaçãodos trilhos. Eles foram destruí-dos por outra enchente, em2000, no mesmo trecho alagoa-no. As obras fazem parte do Pro-grama de Aceleração do Cres-cimento (PAC), do Governo Fe-deral, e pretende baratear otransporte de cargas (açúcar, ál-cool, fertilizantes, gesso e cimen-to) em aproximadamente 40%.

* Sob a supervisão da Editoria de Cidades

Campanhas visam arrecadar donativosUma grande rede social se formou para angariar fundos e doações para as vítimas das enchentes em AlagoasPatrycia MonteiroRepórter

Thiago GomesOjornalweb.com

Uma verdadeira rede de so-lidariedade foi criada pela po-pulação de Alagoas para ajudaras vítimas das chuvas. Campa-nhas e mutirões surgem desdeque as primeiras informações dacalamidade foram divulgadaspela imprensa. Aajuda parte deórgãos públicos, templos religio-sos e estabelecimentos comer-ciais. Sem destacar ações indivi-duais que nem são conhecidas.

A Associação Alagoana deMagistrados (Almagis) lançou acampanha “Almagis Solidária”para recolher alimentos, águapotável e roupas. As doações po-dem ser entregues na própria se-de da entidade, na Rua Barão deAnadia, no Centro, ou ainda, ca-so seja uma quantidade de man-timentos maior, funcionários sedispuseram a buscar na casa dovoluntário. Neste caso, a coletaé solicitada pelo telefone 3221-4907.

Em acordo com a Almagis, oDepartamento Estadual de Trân-sito (Detran) de Alagoas in-formou que a colabo-ração do órgão será emdisponibilizar dois ca-minhões para o trans-porte dos donativos atéas regiões do interiorque foram afetadaspelas inundações.

Já a Secretaria deEstado da Infraestru-tura (Seinfra) e os ór-gãos ligados a este seg-mento se uniram nosentido de reconstruiros acessos danificadospela enxurrada e res-tabelecer o saneamento e o abas-tecimento d’água nas áreas atin-gidas. Em várias cidades, faltamágua potável e energia elétricadesde sexta-feira quando acon-teceu o temporal. O Departa-mento de Estradas de Rodagem(DER) e a Companhia de Abas-tecimento e Saneamento de Ala-goas (Casal) estudam os locaismais comprometidos e estãoagindo nos prioritários. A Casalentregou para a Defesa Civil 2,8mil vasilhames, cada um preen-chido com 20 litros de água po-tável.

AOrdem dos Advogados doBrasil, seccional Alagoas(OAB/AL), também se dispôs aajudar. Convocou os associadosa doarem mantimentos na sededa entidade, no Centro de Ma-ceió, ou informar a doação pelotelefone 2121-3207.

A Assembleia de Deus emAlagoas realiza um mutirão como objetivo de arrecadar agasa-lhos, brinquedos e, principal-mente, mantimentos para distri-

buir, sobretudo, com os desabri-gados da igreja. Adireção infor-ma que cerca de mil membrosforam afetados pelas últimaschuvas.

A Polícia Militar e o Corpode Bombeiros também recebemdonativos nas unidades espalha-das pela capital e pelo interior.Nos quartéis gerais, os militaresestão mobilizados para fazer aseleção e distribuição dos man-timentos.

Há postos de coletas emtodos os prédios do CentroUniversitário Cesmac e nas lojasdo Bompreço de Maceió.

Amaior parte deste materialarrecadado será enviado aos lo-cais afetados pela CoordenadoriaEstadual de Defesa Civil (Cedec).O montante já começou a ser dis-tribuído.

LENÇÓIS E COBERTORES- O governo do Estado está reco-lhendo donativos para distribuirentre as vítimas das enchentesque estão em abrigos públicos.São bem-vindos alimentos não-precíveis, lençóis, cobertores, rou-pas, agasalhos, fraldas descartá-veis, calçados e água mineral. As

doações podem ser en-tregues na sede daSecretaria de Estado daAssistência e Desenvol-vimento Social ou empostos de atendimentoda Casal: Capital(Maceió) - Prédio-sededa Casal (rua Barão deAtalaia, 200, Centro);Gerência Comercial(rua do Comércio, 115,Centro – antigoProduban); Gerência deInformática (ruaEmanoel Pedro F. Cos-

ta, nº 8, Bom Parto); Gerência deEngenharia de Segurança eMedicina do Trabalho (rua doSossego, s/n , Farol); Prédio doArquivo Central da Casal (rua doSossego, s/n, Farol); Gerência deProdução e DesenvolvimentoOperacional (rua do Sossego, s/n,Farol – Prédio da Manutenção daCasal); Gerência de Suprimentoe Patrimônio (rua Dr. AntônioPedro de Mendonça, 96,Pajuçara); Unidade de Negóciodo Benedito Bentes (av. Pratagy,279, Benedito Bentes). No inte-rior, os donativos podem ser en-caminhados para a Unidade deNegócio do Leste da Casal (narua Manoel Oiticica, 20, Centro,Rio Largo); Unidade de NegócioSerrana (av. Conselheiro SebastiãoLima, 701, Paraíso, Palmeiras dosÍndios); Unidade de Negócio doSertão (rua Olavo Bilac, 230,Centro, Delmiro Gouveia);Unidade de Negócio do Agreste(rua Santo Antônio, 128, Centro,Arapiraca); Unidade de Negócioda Bacia Leiteira (av. SebastiãoPereira Bastos, 668, Monumento,Santana do Ipanema).

AA1144 Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Cidades JORNALO JORNALO

Localidades

mais

atingidas

terão

prioridade

Yvette Moura

Doações estão sendo arrecadadas por órgão

do governo e pela iniciativa privada

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Chuvas provocaram alagamentos e deixaram centenas de desabrigados em Joaquim Gomes

TRANSBORDOU

Os bairros Baraúna e Artur Morais, em Santana do Ipa-nema, tiveram ruas alagadas e casas invadidas pelas águasdo Riacho Camoxinga que transbordou devido às chuvas quecaíram nos últimos dias. A ponte que liga os bairros ao cen-tro da cidade foi tomada pelas águas.

Município de Jacuípe fica sem água e energiaA situação mais grave, no

entanto, é a de Jacuípe, ondeas enchentes provocaram o de-sabamento de 45 casas e dei-xaram mais de 1800 desabriga-dos. A água das chuvas inva-diu residências, repartições pú-blicas e deixou o municípiosem energia, água e sem co-municação entre a noite dasexta-feira e a manhã do últi-mo domingo. De acordo como prefeito Amaro Jorge, 80%das casas da cidade estão coma estrutura comprometida.

“O nível do rio Jacuípesubiu e inundou a maior partedas casas da cidade, deixandoo município ilhado. Não haviaenergia elétrica, água e comu-nicação entre a noite de sexta-feira e a manhã do domingo.A água também destruiu do-cumentos dos órgãos públicose danificou computadores eaparelhos de TV. É necessárioum mutirão para reconstruirJacuípe, pois a cidade está to-talmente destruída”, observouo prefeito Amaro Jorge.

O Governo do Estado de-cretou, através do Diário Ofi-cial, “Estado de Calamidade”em Jacuípe. Outros quatorzemunicípios – dos 21 que foramatingidos pelas chuvas – tam-bém tiveram o “Estado de Ca-lamidade” decretado. A cida-de também contará com umhospital de campanha, comequipes de médicos e enfer-meiros provenientes do Rio deJaneiro. Além de Jacuípe, San-tana do Mundaú também teráuma unidade médica.

Outra cidade do LitoralNorte afetada pelas chuvas foiPasso de Camaragibe, onde oleito do rio Camaragibe se ele-vou e provocou o desabamen-to de 35 casas, deixando apro-ximadamente 200 pessoas de-sabrigadas. As secretarias deAssistência Social e da Saúdemontaram um plano de ação,que incluiu a evacuação dasáreas de risco – com a transfe-rência dos moradores para es-colas e creches – e a distribui-ção de cestas básicas. (E.A.)

Maragogi ajuda cidade de PEMARAGOGI - As chuvas

que caíram no último final desemana também atingiram osmunicípios do Litoral Sul dePernambuco – que fazem limitecom Maragogi. Barreiros decre-tou estado de calamidade públi-ca depois que o temporal pro-vocou o desabamento de casas edeixou dezenas de pessoas desa-parecidas. Para amenizar osdanos causados pelas chuvas nacidade vizinha, o Corpo de Bom-beiros, a Polícia Militar, a prefei-tura e a população de Maragogimontaram uma força-tarefa.

Os trabalhos tiveram iníciona última sexta-feira à noite, como resgate dos moradores que fi-caram ilhados na cidade. Devidoao grande volume de água e aelevação do rio Una, o Corpo deBombeiros e a Polícia Militar deMaragogi precisaram utilizarlanchas para resgatar as vítimasda enchente. Mergulhadoresprofissionais também participa-ram do socorro das vítimas, queseguiu até a manhã de ontem.Aprefeitura da cidade ainda nãoinformou o número de desaloja-

dos após as chuvas.Além de auxiliar no resgate

dos moradores do municípiopernambucano, a força-tarefamontada em Maragogi envioualimentos, colchões e cobertorespara Barreiros. Segundo o tenen-te-coronel Osman Vilela, coman-dante do 6º Batalhão da PM,ontem foi entregue pela políciamais de 500 kg de alimentos e 15colchões aos desabrigados pelaschuvas. Aprefeitura de Marago-gi também enviou alimentos e aUnidade Mista de Saúde (UMS)distribuiu sopa aos desabriga-dos ontem à noite.

“A situação é de calamidadee a Polícia Militar, assim como oCorpo de Bombeiros, a prefeitu-ra e a população, vem auxilian-do nos trabalhos de resgate e re-construção. Desde a última sexta-feira não param de chegar dona-tivos. Além do caráter socialdessa ajuda, estamos solidáriosaos policiais militares que traba-lham no 6º BPM, mas que resi-dem em Barreiros. Afinal, as chu-vas deixaram um cenário devas-tador no município”, disse Vilela,

que auxiliou nos trabalhos deresgate.

Segundo o secretário deObras e Infraestrutura de Mara-gogi, Pedro Jeová Albuquerque,a prefeitura de Maragogi dispo-nibilizou veículos de coleta pararecolher o lixo na cidade per-nambucana e evitar a prolifera-ção de doenças. “O prefeito Mar-cos Madeira está em Barreirosdesde a última sexta-feira e au-torizou o envio de alimentos, docaminhão que coleta o lixo e estáacompanhando os trabalhos deresgate. Maragogi e Barreirosestão desenvolvendo as açõesem parceria”, observou.

A coordenadora da DefesaCivil em Maragogi, Aliete Estanis-lau, explicou que entrou em con-tato com o órgão de Pernambu-co para propor uma parceria.Estanislau informou ainda queos comerciantes da cidade se uni-ram para doar alimentos aos de-sabrigados no estado vizinho.“Precisamos que a populaçãocontinue colaborando para quenossos vizinhos superem essasdificuldades”, argumentou. (E.A.)

Joaquim Gomescontabiliza estragos

MARAGOGI - Com a ele-vação do rio Camaragibe, asruas de Joaquim Gomes tam-bém foram tomadas pela águano último final de semana.Dados da Defesa Civil reve-lam que quinze casas desaba-ram no município e que ou-tras centenas estão com a es-trutura física comprometida– ainda não há um númeropreciso. O temporal tambémresultou na morte de duaspessoas, que foram arrasta-das pela correnteza do rio.

Ontem pela manhã, o ce-nário era de reconstrução.Representantes da gestão mu-nicipal se reuniram com mem-bros da Defesa Civil Estadual,em Maceió, para apresentaro relatório com os impactoscausados pelas chuvas. Con-forme o prefeito Beneditopontes, cerca de cem pessoasainda estava desalojadas. Osdesabrigados foram levadospara escolas da rede públicae para quadras poliesportivasda cidade.

“Tanto a área urbanaquanto a zona rural foram afe-tadas pelas chuvas. Nós espe-ramos, agora, o apoio doGoverno do Estado para re-construir a cidade. Apopula-ção de Joaquim Gomes estácarente de água, alimentos eaté roupas. Cem famíliasainda continuam sem localpara morar, já que a água in-vadiu as casas e comprometeua estrutura física delas”, ob-servou Pontes antes da reu-nião com representantes daDefesa Civil.

No final da tarde de on-tem, o Governo do Estadoanunciou a liberação de 8 milcestas básicas. Joaquim Go-mes deverá receber apenascem, que serão distribuídaspelo Corpo de Bombeiros.Também devem receber ces-tas básicas as cidades de Uni-ão dos Palmares, Quebrangu-lo, Santana do Mundaú, Ja-cuípe, Murici, Rio Largo, Vi-çosa, Branquinha, Paulo Ja-cinto, Cajueiro, Capela, Satubae Atalaia. (E.A.)

JORNALO JORNALO

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Municí iospEntreLinhas

[email protected]

INAUGURADAFoi inaugurada, na manhã de ontem, uma Casa de Custódia em

Arapiraca. O local fica localizado na Avenida Norte, onde funcio-nava a Delegacia Regional. A delegacia foi desativada desde o finaldo ano passado com a instalação da Central de Polícia de Arapiraca.Na Central, passaram a funcionar a Delegacia Regional, três distri-tais (53º, 54º e 55º DPs) e a delegacia plantonista. ACasa de Custódiatem capacidade para 100 presos e ficará sob a responsabilidade daPolícia Civil. A previsão é que os presos sejam levados para o prédiono próximo final de semana.

SUSPENSO

As Agências da Previdência Social em União dosPalmares, Rio Largo e Viçosa suspenderam o atendimentoem razão das chuvas que provocaram inundações no últi-mo final de semana em 21 municípios alagoanos. A suspen-são dos serviços ocorreu nas diversas áreas nos municípiosatingidos devido ao corte no fornecimento de água, energiaelétrica e telefonia. AAPS Rio Largo foi alagada em 20cm,deixando muita lama dentro da agência, mas não houvedano aos equipamentos. As outras duas agências, União eViçosa, não foram atingidas pelas águas.

FALTA DE ÁGUA

As chuvas que caíram nos últimos dias no município deQuebrangulo danificaram o sistema de abastecimento de águade Palmeira dos Índios. É que a força das águas danificou aadutora Helenildo Ribeiro, que abastece os dois municípios. Aprevisão é de que o abastecimento seja retomado em 15 dias.

SOLIDARIEDADE 1

O Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, representantesda prefeitura e a população de Maragogi estão dandoexemplo de solidariedade. Todos uniram força para mini-mizar os impactos provocados pelas chuvas que caíram noúltimo final de semana em Barreiros, Pernambuco. Comoas cidades são limítrofes, há um grande número de mara-gogienses morando no estado vizinho e que, assim como osbarreirenses, precisam de ajuda.

SOLIDARIEDADE 2

Em parceria com a prefeitura de Maragogi, a Cooperativados Pequenos Agricultores de Maragogi (Coopeagro) tam-bém colaborou com as vítimas das enchentes em Barreiros.Produtos da cooperativa foram entregues aos desabrigados,que, devido a situação de calamidade, chegam a disputar osalimentos. O cenário no município pernambucano é de de-vastação depois que o rio Una transbordou.

EXPLORAÇÃO

A destruição provocada pelas chuvas inflacionou ospreços de produtos como velas e água mineral nas cidadesatingidas. Garrafas de 20 litros de água, que custam emmédia R$ 5, estão sendo comercializadas a R$ 12 emBarreiros. O preço dos produtos obriga os moradores dasáreas mais afetadas a aguardar a ajuda das doações. Nemmesmo a situação de calamidade pela qual passam as víti-mas comoveu os comerciantes.

PARCERIA

Na cidade de Passo de Camaragibe, as secretarias deSaúde e de Assistência Social decidiram firmar uma parce-ria para atender às vítimas das chuvas. Enquanto umapasta fica responsável pela remoção e relocação das famí-lias atingidas, a outra busca evitar que o número de casosde doenças como a leptospirose cresçam no município.Estão à frente das secretarias de Saúde, Josina Quirino, e deAssistência, Nailton Manoel.

MPF 1

Em solidariedade às vítimas das enchentes que atingi-ram municípios alagoanos, o Ministério Público Federal(MPF) em Alagoas está realizando uma campanha internade doação de alimentos e roupas, e também disponibilizoua sede do órgão para se tornar um ponto de arrecadação dedonativos. Tanto a Procuradoria da República em Alagoas,quanto a PRM-Arapiraca serão pontos de coleta.

MPF 2

Para doar alimentos não perecíveis, roupas, agasalhos,colchonetes e outros itens, basta levar o material à sede doMPF/AL, localizada na Av. Fernandes Lima, 3296, Farol,Maceió - AL. Para quem está em Arapiraca e cidades vizi-nhas, basta procurar a PRM-Arapiraca, localizada na Av.Ceci Cunha, 555, Alto do Cruzeiro, Arapiraca.

Chuvas elevam rios, inundamcasas e deixam desalojados Cidades do Litoral Norte de AL foram castigadas pelas enchentes

Eduardo AlmeidaRepórter

LITORAL NORTE - Pelasegunda vez em menos de vin-te dias, as cidades do LitoralNorte do Estado foram casti-gadas por enchentes provoca-das pelas chuvas. Em São Luísdo Quitunde, Matriz de Ca-maragibe, Passo de Camara-gibe, Jundiá e Jacuípe, o níveldos rios Santo Antônio, Cama-ragibe, Manguaba e Jacuípe seelevou, causando a inundaçãode residências e deixando mi-lhares de pessoas desalojadasno último final de semana.

Além dessas cidades, aschuvas também provocaramestragos em Maragogi. A De-fesa Civil informou que dezcasas desabaram e cinquenta

pessoas ficaram desalojadas.A área mais comprometida, se-gundo a coordenadora do ór-gão, Aliete Estanislau,fica no ConjuntoDeda Paes, ondeaproximadamente80% das casas – amaioria feitas detaipa – apresentamproblemas. Na área,no mínimo, 120 pes-soas foram afetadaspelas chuvas.

Escolas públicasda rede municipal equadras poliespor-tivas estão sendoutilizadas para abri-gar os desalojados.A situação se repe-te em Matriz de Camaragibe,onde, conforme a prefeitura,

o número de desabrigadospassou de cinco mildurante o final desemana. Lá, quinzecasas desabaram eoutras centenas fica-ram comprometidasdepois que a águado rio Camaragibeinvadiu as residên-cias. Ontem, a cida-de registrava 300 de-sabrigados.

São Luís doQuitunde tambémsentiu os impactosdas chuvas. Trêscasas desabaram e

aproximadamente cempessoas ficaram desalojadas,embora a elevação do rio San-to Antônio tenha provocadodanos em dezenas de casas. A

Defesa Civil Estadual divul-gou que a cidade registroumortes com as cheias. Porém,o prefeito Cícero Cavalcantenegou a informação, alegan-do que nenhum órgão muni-cipal tomou conhecimento dofato.

“As prefeituras de Matrizde Camaragibe e São Luís doQuitunde distribuíram cercade três mil cestas básicas emcada cidade. Os desalojadosestão sendo acompanhadospela Defesa Civil e, à medidaque o nível do rio Camaragibeestá baixando, estão voltandopara casa”, explicou Cícero Ca-valcante, que, assim como osoutros gestores, participou on-tem de uma reunião com o co-mandante da Defesa Civil Es-tadual, Denildson Queiroz.

Escolas pública eginásios

estão sendoutilizados

como abrigo nos municípios

Cortesia: Alex Silva

Cortesia/Sertão24Horas

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Abastecimento de água está sendo feito através de carros-pipaMantimentos doados estão sendo distribuídos em municípios

Enchente destruiu duas pontes, casas, pontos comerciais, prédios públicos e deixou mais de 3 mil desalojados Comerciante José Cabra mostra estragos em lanchonete que foi construída há 18 anos no Centro

Mais de 3 mil estão desalojados no municípioA cidade teve 70% das casas

invadidas pela água do Rio, quetransbordou após a derrubadade uma barragem. Mais de 200residências desabaram e houvedificuldade para alojar as milha-res de pessoas que ficaram semter como retornar a residência.

Segundo os levantamentosiniciais da Prefeitura Municipal,mais de 3 mil pessoas ficaramdesalojadas. A coordenaria daDefesa Civil de Alagoas divul-gou ontem que haviam cerca de800 desabrigados no município.

De acordo com a Secretáriade Assistência Social do municí-pio, Betânia Teixeira, esta foi con-siderada a pior enchente que omunicípio enfrentou. "Houveuma cheia há 20 anos, mas nãofoi tão devastadora como essade sexta-feira", explicou.

APrefeitura Municipal orga-nizou os locais para abrigar aspessoas que tiveram as casas des-truídas como escolas e ginásiosde esporte. Também estava sen-do realizado o acompanhamen-to da distribuição dos donativos

e de água potável em carros-pipa. "O trabalho agora é reer-guer a cidade que foi destruídapela enchente. É uma situaçãode calamidade e estamos acom-panhando e ajudando no que forpossível desde sexta-feira", disseo prefeito do município MarceloLima.

Equipes da Defesa Civil Esta-dual e Municipal realizaramontem levantamento dos estra-gos, mas até o fechamento destaedição o relatório não havia sidoconcluído. O coordenador da

Defesa Civil municipal, LauroBraga Sobrinho, um relatóriocom a avaliação de danos deve-rá ser entregue amanhã na Defe-sa Civil Estadual.

Além do município deQuebrangulo, a enchente do RioParaíba atingiu as cidades dePaulo Jacinto, Capela, Cajueiro,Branquinha e Atalaia. O muni-cípio de Paulo Jacinto estava semcomunicação por telefone fixo emóvel. Muitas localidades fica-ram ilhadas impedindo que pes-soas deixassem suas casas.

Cidades atingidas recebem donativos

Municípios atingidos pe-las chuvas estão recebendodonativos de diversos pon-tos no Estado. Órgãos públi-cos, empresas e entidadesnão governamentais estão en-viando doações as pessoasque foram atingidas pelasenchentes. As maiores carên-cias, segundo a Defesa Civil,são de alimentos nãoperecíveis e águapotável.

O Corpo deBombeiros estáempregado naOperação Inverno2010 com um efeti-vo diário de 500militares. Devido àdiminuição daschuvas, a operaçãoinverno está con-centrada no apoioàs pessoas afeta-das, através de me-didas assistenciais.

A Operação dedistribuição teve inícioontem, às 10h, com o apoiode dois helicópteros da ForçaAérea Brasileira (FAB), trans-portando dois militares doCorpo de Bombeiros deAlagoas para administrar adistribuição em seis municí-

pios, onde a base de distri-buição foi estabelecida nomunicípio de Joaquim Go-mes.

O transporte de rodoviaabastece as cestas básicas emSão José da Laje, União dosPalmares, Branquinha e

Quebrangulo, comexceção de Santanado Mundaú, quepela deficiência deacesso por via ter-restre recebe apoiode uma aeronaveda FAB, com man-timentos de água,alimentação, col-chonetes, coberto-res, entre outros.Tais municípiosforam primeira-mente assistidospelo fato do esta-do de calamidade

pública decretado pelogoverno do Estado.

O secretário estadual deSaúde, Herbert Motta, visi-tou municípios atingidos pelaenchente e explicou que a se-cretaria esta dando apoio ereforço aos hospitais das ci-dades atingidas e que já fo-ram entregues medicamen-tos e insumos.

Chuva destrói centro de QuebranguloÁrea central da cidade foi a mais atingida com enchente que derrubou casas e pontos comerciaisCarolina SanchesRepórter

Quebrangulo - Muita lama eparte da cidade destruída. Acenaera de desolação ontem no mu-nicípio de Quebrangulo, locali-zado cerca de 100 quilômetrosde Maceió. Paredes de casas, gal-pões, pontos comerciais e pré-dios públicos desabaram com aforça da água que também der-rubou duas pontes e danificouparte da ferrovia. O local foi umdos mais atingidos pelas chuvasque caíram na última sexta-feirae na madrugada de sábado.

A enchente do Rio Paraíba,

causada pela queda de uma bar-ragem no município de BomConselho, em Pernambuco, naúltima sexta-feira, destruiu oCentro, que fica localizado naparte baixa do município. O RioQuebrângulinho transbordou,aumentando o volume de águaque invadiu a cidade.

Sob a lama, muitos morado-res tentavam retirar, na manhãde ontem, carros e objetos pes-soais. Outros olhavam os estra-gos sem saber por onde recome-çar. Equipes da Eletrobrás Distri-buição Alagoas intensificaramos trabalhos para recuperar ospostes e fios de alta tensão que

foram danificados. De acordo com o relato dos

moradores a chuva começou porvolta de 12h da tarde, mas o nívelda água subiu rapidamente às16h. Desde sexta-feira, faltouágua potável, energia elétrica etelefonia móvel e fixa no muni-cípio. A energia elétrica e a tele-fonia fixa estavam sendo resta-belecidas parcialmente na manhãde ontem.

No centro da cidade, mora-dores e comerciante contabiliza-vam os prejuízos. "É muito tris-te ver a lanchonete que construíhá 18 anos ser destruído. Nãotenho como saber ainda o prejuí-

zo, mas foi de 100% dos equipa-mentos e mercadoria", lamen-tou o aposentado José Cabral daSilva, de 67 anos.

A comerciante, MarilenePereira, viu a água subir rapi-damente e levar móveis e ele-trodomésticos. "Eu perdi asparedes e o material de umaloja de construção e uma clíni-ca veterinária e minha casaficou cheia de rachaduras. Oprejuízo foi muito grande. Naminha casa moram 8 pessoasque hoje estão dormindo emum quarto, o único local dacasa que não foi atingido", dis-se a moradora que recolhia al-

gumas roupas de sua famíliaencontradas na lama.

A aposentada Maria ZilmaCavalcanti, de 62 anos, conta queescapou de ser levada pelaságuas com a ajuda de uma filha,ela disse que não conseguia sairde casa por causa da forte corren-teza. "Tive muitas perdas mate-riais, mas o importante é quetodos da minha família estãobem. Todos os moradores aju-daram uns aos outros na horadas chuvas fortes e isso ajudoubastante", ressaltou.

RISCO - Equipes do Corpode Bombeiros ajudaram os mo-

radores a deixar as casas que es-tavam nos locais de risco e aten-deram chamados de desabamen-to e quedas de árvores. Até atarde de ontem, bombeiros per-maneciam no município paraajudar na distribuição dos man-timentos e roupas. As doaçõespara o município estão sendoentregues no Grupamento doCorpo de Bombeiros em Palmei-ra dos Índios.

Além das casas e pontos co-merciais, as secretarias de Finan-ças, Educação, Saúde, obras euma creche municipal foramdestruídas.

AA1166 Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Municípios JORNALO JORNALO

Municípiostêm

carência dealimentos

nãoperecíveis e de água

potável

O calçamento das principais ruas do centro da cidade foi arrancado pela força das águas

Fotos: Carolina Sanches

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JORNALO LO

DoisJORNA

BB11Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || ee--mmaaiill:: ccuullttuurraa@@oojjoorrnnaall--aall..ccoomm..bbrr

Um romance

muito Paul AusterRelações perigosas de um aspirante a poeta estão emInvisível, mais uma engenhosa construção do autor cujo es-tilo se equipara a um enigmático cenário de espelhos

Marta Barbosa

UOL Entretenimento

Apresentar múltiplas per-spectivas sob o mesmoenredo é um recurso

narrativo que parece não sairde moda. Pena que nem todosos escritores que optam pelaestratégia compartilhem domesmo talento de quem podeser tido como um mestre des-ses tempos, Paul Auster. Doseu mais recente título nas pra-teleiras, Invisível destaca-semais uma vez a engenhosaconstrução que se multiplica,

em um enigmático cenário deespelhos.

Invisível parece o ponto dechegada em uma trajetória denarrativas marcadas pela mul-tiplicidade, em que históriasnão simplesmente se cruzam,mas se derivam e se multipli-cam. Não é à toa que muitoscríticos apontam como o me-lhor dos últimos tempos, esteque é um “romance muito PaulAuster”.

São quatro partes de umahistória que tem em seu cen-tro o jovem Adam Walker, es-tudante e aspirante a poeta na

Nova York dos anos 60, e emuma intensa e rápida passa-gem por Paris. Na borbulha deseus 20 anos, ele tem um encon-tro que mudará sua vida.Cruza em uma festa com o pro-fessor Rudolf Born, um homemmanipulador, de olhar inqui-ridor e algo suspeito; e com suaatraente mulher, Margot.

Distantes de sua Françanatal, o casal envolve o inexpe-riente Adam num jogo perigo-so, que apenas parece ter al-guma vantagem. O talento doautor em descrever o imprevi-sível com atenção cirúrgica aos

detalhes enche de tensão essetriângulo sentimental. Entre ostrês há sexo, traição, morte, in-justiça. Não falta nada parasustentar uma grande tragé-dia.

Ponto auge da trama é a en-volvente descrição da relaçãoincestuosa entre Adam e suairmã Gwyn. Embora carregadode todo peso que um incestopode representar, não há nadade culposo ou feio na formaem que o autor apresenta o en-contro dos irmãos.

Há uma atmosfera de na-turalidade na forma em que a

intimidade fraterna desperta odesejo em ambos. No início,tudo não passa de uma curio-sidade mútua pelo corpo dooutro. Com o passar dos anos,e peso de relações fracassadas,faz crescer o sentido daquelarelação de pecado, vivida coma leveza dos que não sentemculpa.

Invisível não é um livro defrases fortes, ou manobras depensamento intrigantes. Éuma narrativa bem construída,em exercício de tempos ver-bais, de perspectivas narrati-vas e também da matemática

do improvável - o mesmo ta-lento capaz de fazer históriasaparentemente distantes ga-nharem sentido juntas, intrín-secas.

Talvez uma frase do livro,que aparece logo na primeiraparte da narrativa, vale ser des-tacada porque de certa formaresume perfeitamente o enredode Invisível: “Só porque umacoisa é improvável, não signi-fica que não venha a aconte-cer”.

Leia a seguir trecho domais recente livro do escritorPaul Auster, Invisível.

Apertei a mão dele pela primei-ra vez na primavera de 1967. Naépoca eu era estudante do segundoano na universidade Columbia, umgaroto ignorante, cheio de apetitepor livros e com a crença (ou ilu-são) de que um dia eu seria bom obastante para poder me chamar depoeta, e, como eu lia poesia, já haviaencontrado o seu xará no inferno deDante, um morto que se esgueira-va entre os últimos versos do canto28 do Inferno.

Bertran de Born, o poeta pro-vençal do século xii, que levava, se-gura pelos cabelos, a própria cabeçacortada, a qual balançava para trás

e para a frente como um lampião —sem dúvida uma das imagens maisgrotescas naquele catálogo de aluci-nações e tormentos em forma delivro. Dante era um leal defensor daobra de De Born, mas condenou-oà danação eterna por ter aconselha-do o príncipe Henrique a se rebelarcontra o pai, o rei Henrique ii, e,como De Born provocou o rompi-mento entre pai e filho e os transfor-mou em inimigos, o engenhoso cas-tigo de Dante foi separar De Borndele mesmo. Por isso o corpo deca-pitado vagava gemendo no outromundo e perguntando ao viajanteflorentino se algum sofrimento po-

deria ser mais terrível que o seu.Quando se apresentou como

Rudolf Born, meus pensamentoslogo se voltaram para o poeta.Algum parentesco com Bertran?,perguntei.

Ah, respondeu ele, aquela cria-tura infeliz que perdeu a cabeça.Talvez, mas não parece provável, eureceio. Não tenho nenhum de nonome. É preciso ser da nobreza paraisso, e a triste verdade é que possoser qualquer coisa menos um nobre.

Não tenho lembrança do moti-vo por que eu estava lá. Alguémdeve ter me chamado para ir junto,mas quem foi essa pessoa é uma coisa

que se evaporou da minha cabeça hámuito tempo desde então. Não con-sigo lembrar nem onde foi a festa— na parte alta ou na parte baixada cidade, num apartamento ou numsótão — nem sequer o meu motivopara aceitar o convite, uma vez queeu preferia evitar grandes aglome-rações na época, ficava desnorteadocom o barulho do falatório das mul-tidões, tolhido pela timidez que to-mava conta de mim na presença degente que eu não conhecia. Mas na-quela noite, de forma inexplicável, eudisse sim, e lá fui eu com o meuamigo esquecido para onde quer queele estivesse me levando.

O que lembro é isto: a certa al-tura da noite, acabei me vendo so-zinho, em pé num canto da sala.Estava fumando um cigarro eolhando para as pessoas do lado defora, dúzias e dúzias de corposjovens amontoados nos limitesdaquele espaço, ouvindo o ala-rido emaranhado de palavras erisos, e me perguntei que diaboeu estava fazendo lá e penseique talvez já estivesse na horade ir embora. Havia um cinzei-ro em cima de um aparelho decalefação à minha esquerda, e,quando me virei para apagarmeu cigarro, vi que o receptá-culo cheio de guimbas estavase erguendo na minha direção,aninhado na palma da mão deum homem. Sem que eu tives-se percebido, duas pessoas ti-nham acabado de sentar sobreo aparelho de calefação, umhomem e uma mulher, os doismais velhos do que eu, sem dú-vida mais velhos do que qual-quer um na sala — ele por voltados trinta e cinco, ela já à beirados trinta anos ou com trintae poucos.

Formavam um casal incon-gruente, me pareceu, Born numterno de linho branco amarrotado eum pouco encardido, com uma ca-misa branca igualmente amarrota-da por baixo do paletó, e a mulher(cujo nome mais tarde eu soube serMargot) vestida de preto. Quandoagradeci pelo cinzeiro, ele me diri-giu um breve e cordial aceno de ca-beça e disse O prazer é meu com umlevíssimo sotaque estrangeiro.Francês ou alemão, não conseguiidentificar, pois seu inglês era quaseimpecável. Que mais eu vi naque-les primeiros instantes? Pele pálida,cabelo avermelhado e descuidado(mais curto que o cabelo da maioriados homens na época), rosto largo esimpático, sem nada particularmen-te característico (um rosto genérico,de certo modo, um rosto que se tor-

naria invisível em qualquer multi-dão), e olhos castanhos e firmes, osolhos inquiridores de um homemque parecia não ter medo de nada.Nem magro nem pesado, nem altonem baixo, mas apesar disso davauma impressão de força física, talvezpor causa da solidez das mãos.Quanto a Margot, ficou sentada semmover nenhum músculo, fitando ovazio, como se a missão dela na vidafosse mostrar um ar entediado. Masera atraente, profundamente atraen-te para os meus vinte anos de idade,com seus cabelos pretos, o suéterpreto de gola rulê, minissaia preta,botas pretas de couro, e uma ma-quiagem pesada e preta em tornodos grandes olhos verdes. Não umabeleza, talvez, mas um simulacro debeleza, como se o estilo e a sofistica-ção de sua aparência corporificas-

sem um ideal feminino daqueletempo.

Born disse que ele e Margot es-tavam quase indo embora, mas meavistaram sozinho no canto e, comoeu parecia infeliz, resolveram se apro-ximar e me animar um pouco — sópara ter certeza de que eu não ia cor-tar a garganta antes de a noite che-gar ao fim. Eu não tinha a mínimaideia de como interpretar suas pala-vras. Será que aquele homem esta-va me insultando, me perguntei, ouestaria de fato tentando mostrar al-guma bondade para um jovem es-tranho e perdido? As palavras em sitinham um certo teor jocoso, que de-sarmava, mas o aspecto dos olhosde Born ao dizer aquelas palavras erafrio e reservado, e não pude deixarde ter a sensação de que ele estava

me testando, escarnecendo de mim,por razões que eu não conseguianem de longe entender.

Dei de ombros, dirigi-lhe um li-geiro sorriso e disse: Acredite se qui-ser, estou me divertindo como nuncana vida.

Foi aí que ele se levantou, aper-tou minha mão e me disse seu nome.Após minha pergunta sobre Bertrande Born, ele me apresentou Margot,que sorriu para mim em silêncio edepois voltou à sua tarefa de fitar ovazio com ar indiferente.

A julgar pela sua idade, disseBorn, e a julgar por seu conheci-mento de poetas obscuros, eu diriaque você é um universitário.Estudante de literatura, sem dúvi-da. Universidade de Nova York ouColumbia?

Columbia.Columbia, suspirou ele.

Que lugar mais desolador.Você conhece?Estou dando aulas na

Escola de Relações Internacio-nais desde setembro. Professorvisitante, contrato de um ano.Felizmente, já estamos em abrile vou voltar para Paris daquia dois meses.

Então é francês.Por acaso, inclinação e pas-

saporte. Mas suíço de nasci-mento.

Suíço francês ou suíço ale-mão? Estou ouvindo um poucodas duas coisas na sua voz.

Born emitiu com a línguao som de uma risadinha e, de-pois, fitou-me nos olhos comatenção. Você tem um ouvidoapurado, disse ele. De fato, souas duas coisas — o produto hí-brido de uma mãe germanófo-na e um pai francófono. Cresciindo e vindo entre os dois idio-mas.

Em dúvida sobre o que dizer emseguida, fiquei calado um momen-to e depois fiz uma pergunta ino-cente: E o que está lecionando nanossa universidade desoladora?

Desastre.É um tema bem amplo, não

acha?Mais especificamente, os desas-

tres do colonialismo francês. Estoudando um curso sobre a perda daArgélia e outro sobre a perda daIndochina.

Essa guerra adorável que her-damos de vocês.

Nunca subestime a importân-cia de uma guerra. A guerra é a ex-pressão mais pura e mais vívida daalma humana.

Você está começando a falar comoum poeta sem cabeça.

“Um dia eu seria bom o bastante para poder me chamar de poeta”

Mais recente livro de Paul Auster

Paul Auster escreve histórias

que não simplesmente

se cruzam, mas se derivame se multiplicam

JORNALO JORNALOVariedadesTerça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected] BB22

Amanhã

6a feira

Em Breve

Divulgação

[email protected]

Roteiro Artes plásticas Música Teatro Dança Cinema Literatura Artesanato

Sábado

�� O espetáculo Barney e seus Amigos levará as crianças alagoanas a um mundo imaginário reple-to de aventuras e situações inusitadas. No dia 2 de julho será a vez da meninada de Arapiracacurtir a peça, às 17h, no Clube dos Fumicultores. Ingressos: Foto Nacional 1 e 2. Já no dia 4do mesmo mês, serão as crianças maceioenses que irão assistir à divertida estória, às 16h30,no Teatro Gustavo Leite (Centro Cultural e de Exposições, em Jaraguá). Ingressos: stands VivaAlagoas. Mais informações: (82) 3033-5539 / 8106-5414.

�� Agora é a vez de Maceió receber o show solo de Oscar Filho que já passou por mais de 75cidades brasileiras e foi visto por mais de 105 mil pessoas. Putz Grill... será apresentadono dia 4 de julho, às 20h30, no Teatro Gustavo Leite (Centro Cultural e de Exposições, emJaraguá). Ingressos: R$ 80 (Inteira) e R$ 40 (meia – carteirinha de estudante e idosos), à vendano Stand Viva Alagoas. Mais informações: (82) 3033-5539 / (82) 8821-7727.

�� O curso de Psicologia do Centro Universitário Cesmac vai abrir inscrições para novos cursosde inverno, a partir de segunda-feira (dia 21/06). As aulas serão ministradas durante as fé-rias, pelos professores da instituição, entre os dias 19 e 23 de julho. A carga horária das ca-pacitações é de 20h, com direito a certificado de participação. Gratuitos e abertos à comuni-dade em geral - inclusive estudantes e profissionais de outras instituições de ensino e comformação em diversas áreas do conhecimento - os cursos serão oferecidos nos turnos datarde e da noite. Para participar, basta entregar duas latas de leite no ato da inscrição. Nestasférias serão oferecidos nove cursos: o de Psicopatologia, com o professor Félix Vilanova;Psicologia Jurídica Civil e Criminal, com Franklin Bezerra; Jogos de Empresas, com WalterRocha; Psicodrama, com Rosiete Pereira; Gestão do Comportamento Humano nas Organizações,com Robson Menezes; Psicologia Hospitalar e Processo de Adoecer, com Margarida Ferreira;Sexualidade Humana, com Cristine Rose; Sexualidade Infantil, com Ivana Carla; e Ludoterapia,com Silvino Ferro. As inscrições vão até o dia 9 de julho e podem ser feitas na Faculdade dePsicologia do Cesmac (R. Íris Alagoense, no Farol). Mais informações: (82) 3215-5153.

�� O projeto Quarta no Arena está de volta a partir do dia 21 do próximo mês com a exibiçãoda produção teatral alagoana. Cada espetáculo será encenado por duas semanas consecu-tivas, às quartas-feiras, com ingressos no valor de R$ 3 e R$ 6, totalizando 20 apresenta-ções. Confira a programação: 21 e 28 de julho – Madame, da Cia Infinito Enquanto Truque;4 e 11 de agosto – Os fuzis, da Cia Piloto de Teatro; 18 e 25 de agosto – O avarento, da Cia6 Ponto-Cena; 1º e 8 de setembro – O dono da noite, da Cia Muro Imaginário; 15 e 22 desetembro – Os dragões não conhecem o paraíso, da Cia do Avesso; 29 de setembro e 6 deoutubro – Romeu e Julieta, da Cia Expressão e Inclusão; 13 e 20 de outubro – A troca, daAssociação Teatral das Alagoas – ATA; 27 de outubro e 3 de novembro – Nós, nus e os ou-tros, da Cia de Teatro Animus; 24 de novembro e 1º de dezembro – Calila, da AiéguaProduções; 8 e 15 de dezembro – K, da Cia Ganymedes.

�� Quadrilha junina, fo-gos, fogueira, muitacomida gostosa e aapresentação de Va-lério do Sertão e Ban-da. As atrações vãofazer parte da Festade São João da Santo-régano Pizzaria Ltda(AL-101 Norte, 56 –Riacho Doce), a partirdas 20h. Couvert: R$5. Mais informações:(82) 3355-1222.

�� A banda Alma deBorracha (foto) vai sera atração do EngenhoMassayo (Av. AméliaRosa, 173), às 21h. Norepertório, rock dosanos 60, 70, 80 e 90.Couvert: 8. Mais in-formações: (82) 3357-1099,

� A Banda L 100 vai apre-sentar sucessos dosTitãs, Lulu Santos,Capital Inicial, Enge-nheiros do Havaí eLegião Urbana, às 22h,no Engenho Massayo(Av. Amélia Rosa,173). Couvert: R$ 8.Mais informações: (82)3357-1099.

�� A Companhia deDança Maria EmíliaClark e seu ProjetoSocial realizarão noTeatro Gustavo Leite– Centro Cultural e deExposições, em Jara-guá – nos dias 26(20h) e 27 (16h e 20h)deste mês, o espetá-culo Não te esqueçasque venho dos trópi-cos. A peça contextua-liza o pintor alagoa-no Fernando Lopes,envolvendo mais de500 pessoas entre téc-nicos, bailarinos, alu-nos e crianças doProjeto Social manti-do pela AcademiaMaria Emília Clark.No palco serão 40 bai-larinos, entre criançase adolescentes. In-gresso: R$ 10 (meia) eR$ 20 (inteira). Maisinformações: (82)3336-8292.

06h00 - Vida Vitoriosa07h00 - Primeiro Jornal07h30 - Band Kids 09h15 - Quase Anjos10h00 - Direto da África 10h30 - Copa do Mundo13h00 - Jogo Aberto14h15 - Conexão África15h00 - Copa do Mundo17h30 - Brasil Urgente19h20 - Jornal da Band20h25 - Show da Fé 20h50 - Band Mania 22h15 - A Liga23h15 - É Tudo Improviso 00h15 - Diário da África 00h30 - Jornal da Noite01h45 - Show da Copa 02h00 - Copa do Mundo 2010

Variedades

TTVV AABBEERRTTAAEDUCATIVA Canal 3

01h15 - Ponto de Luz06h45 - Fique Alerta 1ª Edição07h00 - Alagoas Rural07h10 - Agreste Noticias07h25 - Casa & Negocio07h30 - Pajuçara Manhã08h30 - Fala Brasil09h30 - Hoje em Dia12h00 - Feito Pra Você12h15 - Pajuçara Esporte12h30 - Fique Alerta13h45 - IURD

14h00 - Record Kids14h30 - Tudo a Ver 16h30 - Todo Mundo Odeia o Chis18h15 - Os Mutantes

- Caminhos do Coração 19h00 - Record Kids19h40 - Jornal da Pajuçara - Noite20h10 - Jornal da Record21h00 - CSI - Investigação Criminal22h00 - Ribeirão do Tempo23h30 - Ídolos - HD01h15 - Ponto de Luz

TV GAZETA05h00 - Telecurso Educação Básica

- Tecendo o Saber05h15 - Telecurso Profissionalizante05h35 - Telecurso Ensino Médio05h50 - Telecurso Ensino Fundamental06h05 - Sagrado06h08 - Globo Rural06h30 - Bom Dia Alagoas07h15 - Bom Dia Brasil08h12 - Gazeta Notícia08h17 - Mais Você09h43 - Globo Notícia I09h46 - TV Globinho10h35 - Copa 2010 13h15- AL TV - 1ª Edição13h30 - Jornal Hoje14h00 - Vídeo Show

14h35 - Vale a Pena Ver de Novo- Sinhá Moça

15h15 - Copa 2010 17h45 - Malhação ID18h15 - Escrito nas Estrelas19h05 - AL TV - 2ª Edição19h25 - Tempos Modernos20h20 - Jornal Nacional21h05 - Passione22h15 - Casseta & Planeta Urgente!22h55 - Na Forma da Lei23h40 - Profissão Repórter00h05 - Jornal da Globo00h50 - Programa do Jô02h00 - Copa 2010

- Compacto dos Jogos03h05 - Intercine

Canal 7 TV BANDEIRANTES Canal 38

TV ALAGOAS06h00 - Jornal do SBT - Manhã07h00 - Carrossel Animado09h00 - Bom dia & Cia10h45 - Igreja Mundial12h45 - Plantão Alagoas14h15 - Cinema em Casa14h15 - Cinema em Casa16h00 - As Tontas Não Vão ao Céu17h00 - Casos de Família18h00 - Programa do Ratinho19h05 - Plantão Solidário

19h30 - SBT Brasil20h15 - Uma Rosa Com Amor21h15 - Grey's Anatomy22h10 - Boletim de Ocorrências22h15 - A História de Ana Raio e Zé Trovão23h15 - Cine Espetacular00h45 - Jornal do SBT - Noite01h30 - Dois Homens e Meio // Two and a Half Men02h15 - Tele Seriado I

- O Vidente03h15 - Encerramento

Canal 5 TV PAJUÇARA Canal 11

05h50 - Salto para o Futuro06h50 - Telecurso Ensino Médio07h05 - Telecurso Ensino Fundamental07h20 - Telecurso Tecendo o Saber07h50 - Jornal Visual08h00 - Repórter Brasil 08h45 - Da Sua Conta (Reprise local)09h00 - Connie a Vaquinha 09h30 - Um Menino Muito Maluquinho10h00 - A Turma do Pererê10h30 - Os Pézinhos Mágicos de Franny11h00 - Castelo Rá-Tim-Bum 11h30 - Janela Janelinha12h00 - 100% Brasil12h30 - A Turma do Pererê13h00 - Copa 201013h30 - Catalendas14h00 - Dango Balango14h30 - Castelo Rá-Tim-Bum

15h00 - Cocoricó15h15 - Curta Criança15h30 - Vila Sésamo16h00 - Sem Censura17h30 - Tô Sabendo18h00 - Estúdio Móvel18h30 - Karkú, Uma Galera Atrevida19h00 - Snobs19h30 - Expedições20h00 - Lá e Cá20h30 - Cara e Coroa21h00 - Repórter Brasil 22h00 - Observatório da Imprensa 23h00 - Repórter África - Copa 201000h00 - Samba na Gamboa01h00 - Arte com Sérgio Brito01h30 - Mama África02h45 - Sem Censura

JORNALO JORNALO

BB33Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Elô BaêtaRepórter

Foi em meados de 1998, na cidade deAlta Floresta – divisa com o Estado doPará –, que Odair Gonçalves Salvador eJosé Orlando Resende se conheceram.Um encontro que logo se transformouem afinidade sonora, consolidando umatrajetória de lutas e vitórias até chegarao sucesso e tornar os seus nomes artis-ticamente familiares aos ouvidos de mui-tos, em boa parte do País, como Marceloe Resende.

A dupla certeira – que elegeu traba-lho e persistência como palavras de or-dem – logo começa a colher louros e con-segue gravar “Pensa”, o primeiro CD;quatro anos mais tarde, explode com o se-gundo, “Bateu Saudade”, seguidos doterceiro, do quarto...

Agora, eles – considerados a maisnova revelação na música sertaneja – com-pletam 13 anos juntos nos palcos com acerteza de terem encontrado a trilha so-nora de sucesso da carreira no novo tra-balho, que vem com arranjos modernospara ornamentar a história de amor entre

vampiros de “Crepúsculo” - série queconquistou plateias adolescentes no Brasilinteiro – como carro-chefe de “LuaNova”, o sexto álbum da carreira dadupla, com lançamento no segundo se-mestre deste ano.

O repertório jovem e eclético que co-manda o novo CD será apresentado jun-tamente com mais 19 canções que com-pletam o disco em um tour 2010, que, se-gundo os empresários João Maria Lou-renço e Angelina Martone, da Marj Mar-tone Produções, “terá o que de mais mo-derno é usado hoje nos grandes shows doBrasil”.

Com “Lua Nova, eles dizem que che-gam inovando em arte e musicalidade,brindando o público e os fãs com o seumelhor. “É um CD voltado para a juven-tude. Moderno em ritmo, letra e energia.Nesse trabalho trazemos uma pegadajovem, romântica, mas também ritmosnordestinos”, conta o paranaense Marce-lo, que cresceu apurando os ouvidos como som de músicas caipiras cantadas porseu pai nas rodas de viola. Uma históriaque se funde com a do seu companhei-ro de palco, Resende, cujo pai formava

dupla caipira com um primo animandoos bailes de roça nos fins de semana.

AO VIVO – A dupla sertaneja já con-tabilizava quatro CDs quando deu aindamais brilho à carreira com o lançamentodo primeiro DVD, “Marcelo e Resende aovivo em Oliveira – MG”, no ano de 2009.Um trabalho eclético que chegou às mãosde muitos - entre emissoras de rádio, fãse inúmeras plateias -, carimbado pelosprincipais sucessos da dupla e por can-ções de grandes nomes na esfera musi-cal brasileira, como “Entre a serpente ea estrela”, de Aldir Blank, eternizada nainconfundível voz de Zé Ramalho.

Com arranjos de Ed Júnior e DavidFilho, “Marcelo e Resende ao vivo” traztambém - para os que curtem o som ser-tanejo - a inesquecível “Papo de aranha”,canção que abriu as portas para a proje-ção da dupla nos estados de São Paulo eMinas Gerais e também no Sul do País,além de ter galgado por várias semanaso primeiro lugar em conceituadas rádiosnacionais. Para os que curtem o som ser-tanejo, o duo avisa que “chegou a horade eles fazerem sucesso no País inteiro”.

Dupla lança CD comrepertório jovem e eclético

Divulgação

Marcelo e

Resende

lançam

novo CD

CMYK

JORNALO JORNALO

B4

SocialTerça-feira, 22 de junho de 2010 | www.ojornalweb.com | e-mail: [email protected]

TopNewsPPiitt SSttoopp

Capa do convite de Moro Num País Tropical, festa que acontece no próximo mês, em nova data, dia 22 de julho, mas no mesmo local, Ritz Lagoa da Anta

Texform/Grafitex

A patologista Alice Pereira Leite segue colecionando elogiospelo primoroso trabalho que realiza à frente do laboratóriode análises clínicas da Santa Casa de Misericórdia

Chico Brandão

1Nosso Estado sofreu um durobaque, neste final de semana,

com as fortes chuvas que arrasa-ram várias cidades alagoanas.Campanhas foram lançadas paraarrecadar roupas e alimentos paraas famílias que perderam tudo.Procure um ponto de arrecada-ção e entregue seu donativo. Asfotos que nos chegam não dei-xam nada a dever as tragédiasocorridas no sul do Brasil oumesmo fora do país.

2Tereza Rezende Turismo pre-parou uma viagem que vai

levar muitos alagoanos paraOrlando no período de 15 a 25 desetembro deste ano. O pacote in-clui transporte aéreo, hotel, trans-lado e muita diversão nos par-ques da Disney. Com preços a par-tir de U$d 1.074,00 não dá paraperder.

3A convite da Grafmarques,maior indústria gráfica de

Alagoas, o designer RodrigoAmbrosio criou a inédita SérieHelvexa. Todos juntos Rumo aoHexa, inclusive a FamíliaTipográfica Helvética™, a maispopular do mundo e figurinhacarimbada no meio gráfico. O re-sultado foi uma série de postais ti-pográficos e um pôster / tabelapara Copa do Mundo 2010.Confira a versão virtual emwww.ambros.io/helvexa

4Mônica Fireman segue fazen-do a alegria das antenadas.

Não basta lotar sua Naranja compeças de arrasar, ela resolveu fazeruma festa de preços. Casa lotada!

5ASantorégano apresenta umasuper programação para a co-

memoração da Festa de São João,que acontece amanhã, a partir das20 horas. Entre as atrações, estãoValério do Sertão e Banda, quadri-lha junina, fogos, fogueira e muitacomida gostosa. A festa já viroutradição e todos os anos reúne fa-mílias inteiras para relembrar astradições juninas. E para incenti-var a tradição, o casal matuto maisanimado vai ganhar um jantar naSantorégano. Vale a pena, vestir-se a caráter e participar.Informações: 3355-1222

6O adesivo para decorar pare-des não é unanimidade entre

os decoradores, mas muita gentequer um em casa. É uma alterna-tiva barata para incrementar am-bientes, mas que precisa ser bemavaliada. Aideia divertida, desdeque os adesivos sejam usados emambientes descontraídos. Os ade-sivos podem ser colocados emqualquer ambiente, exceto os quetêm necessidade de serem lava-dos, porém, adesivos mais resis-tentes, que podem ser colocadosem áreas externas e resistem bemà água e ao sol, mas é preciso seinformar na hora da compra.

[email protected]

Chico Brandão

Marythânia Melro, que mantém uma linda coleção de invernode sua Teenager e o empresário Marcos Palmeira: presençasconfirmadas, dia 22 de julho, na festa Moro Num País Tropical

Chico Brandão

Chico Brandão

Chico Brandão

Em destaque: Paula Sarmento, que vem dando mais gás ao turismo, em Alagoas e Cláudia Pessoa, que segue se destacandopor seu excelente trabalho na Secretaria de Turismo do Município

Mais um arraial acaba deentrar para a agenda dosVIPs, lindos e badalados dacidade: é o Forró Fios, co-mandado pela equipe deMônica Casado e com oapoio de marcas como Wella,Loreal e Senscience. A festa,que há alguns anos começoureunindo os colaboradoresdo Fios de Cabelo, este anoganhou ares de superprodu-ção, assinada por AndréNormandi e pela duplaLuciana Amaral e ManuelaToledo, e vai tomar conta doArmazém Uzina no próxi-mo domingo, dia 27, às 18horas. No melhor estilo fa-mília, o evento terá espaçoinfantil, concurso para ele-ger as melhores produções,comidas típicas, quadrilha ecoco-de-roda -- além da ani-mação comandada pelabanda Affarra, Sertanejo comAlex Franco e DJs. As cami-sas já estão à venda em todosos salões Fios de Cabelo, aR$ 50 (adulto) e R$ 30 (crian-ça). Na compra de duas ca-misas de adulto, grátis umingresso infantil. Reserva demesas e informações : 9964-3381.

FORRÓ FIOS

Não é novidade paraninguém que o corte de ca-belo de Gisele Bündchen éum dos mais copiados pelasnorte-americanas. De acor-do com a revista "Allure",além de agradar as mulhe-res, as "beachy waves" damodelo também conquista-ram os homens. Em umapesquisa publicada na últi-ma edição da publicação,63% dos homens entrevis-tados disseram que o corteà la Gisele é o ideal paraqualquer garota. A vice-lid-erança ficou com JenniferAniston, a favorita de 25%dos marmanjos. No quesitosobrancelha, a atriz ThandieNewton foi considerada umexemplo, ao contrário deJennifer Connelly, que éadepta do "estilo MaluMader". Pra terminar, quan-do o assunto foi maquia-gem, a ala masculina optoupor um simples lápis escu-ro ao redor dos olhos.

BELEZA EM FOCO

Uma festa para ser mar-cante precisa ser pensada emtodos os detalhes. Desde olocal até a decoração, semfalar dos bufeets e da segu-rança, tudo necessita de aten-ção especial. Em razão disso,precisamos alterar a data dafesta Moro Num PaísTropical, que aconteceria dia21 de julho, para o dia 22 dejulho. Assim, uma grandeatração, reservada para estamaravilhosa noite, ficarápronta a tempo de encantar osconvidados desta noite deamigos. Então fica o aviso (eleserá dado em outras oportu-nidades): dia 22 de julho, ossalões do Ritz Lagoa da Antase abrem para momentos dealegria e glamour de MoroNum País Tropical.

NO DIA 22 DE JULHO

Ana Loureiro comemora o sucesso doslançamentos de O Boticário, que deixamsuas franquias entre as mais procuradas do Estado

7Com peças que dão oque falar, e qua causa-

ram o maior frisson na úl-tima edição do SPFW, aColcci, comandada por aquipor João Mascarenhas, con-tinua como uma das queri-dinhas dos antenados.

8Oscar Filho, que fazparte do programa hu-

morístico CQC, traz seu es-petáculo "Putz Girill", umacomédia inteligente, para oTeatro Gustavo Leite, no dia5 de julho. Em formatoStand Up, a peça prometefazer todo mundo rir.Venda no estande VivaAlagoas (Maceió Shop-ping). Mais informações:3033-5539.

9Os segredos do Mr. Hora,restaurante localizado no

Pátio Maceió e comandadopela dupla Ana Hora e JoséFerreira, ninguém sabe. Aquestão é que os pratos ser-vidos por lá estão entre osmais procurados do mall.

10Hoje, a marca Maho-gany desembarca na ci-

dade com uma super lojadentro do Maceió Shopping.Acasa, especializada em cos-méticos de qualidade, pro-mete ser um dos novospoints para os que adoramcuidar do cabelo e do corpo.

“A maior felicidade é a certeza de sermos amados,apesar de sermos como somos”

RECADO

EElleenniillssoonn GGoommeess

Chico Brandão

O nosso fax para envio de notícias: 4009-1960.

FAX

CopaCopaCopa 20102010JORNALO LO JORNA

Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm | e-mail: [email protected]

Homem de confiançaHomem de confiança

Com os dois gols marcados contra aCosta do Marfim,

Luís Fabiano ganhamoral para buscar artilharia da Copa

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22

JORNALO LO JORNAEsportesTerça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Villa fez osdois gols daEspanha

Missão cumpridaEspanha derrota Honduras por 2 x 0 e se reabilita na Copa

Uma das grandes favoritasao título, a Espanha se reabili-tou da decepção na estreia evenceu a Honduras por 2 x 0,gols de David Villa, ontem, noestádio Ellis Park, em Johan-nesburgo, pela segunda rodadado Grupo H da Copa doMundo da África do Sul. Coma vitória, os espanhóis se recu-peraram da derrota para a Suíçana rodada de abertura e soma-

ram seus primeiros três pon-tos. A equipe europeia ocupaagora a segunda colocação dachave. A Suíça também somatrês, mas leva desvantagem nosaldo de gols. O Chile, que ven-ceu os suíços por 1 x 0, lideramcom seis pontos, enquanto queHonduras é o lanterna, sempontuar.

Os resultados desta segun-da deixaram o Grupo H inde-

finido, com chances de classifi-cação para as quatro seleções.Para ficar com a vaga, aEspanha precisa vencer o Chileno confronto mais esperadodesta chave, na próxima sexta,às 15h30. No mesmo horário,Suíça e Honduras brigam poruma das vagas do grupo. Asduas seleções classificadas paraas oitavas de final vão enfren-tar os times do Grupo G, do

BateProntoVictor Mélo - [email protected]

LUÍS FABIANO FEZ A DIFERENÇA

Domamos a Jabulani. Domingo, contra a Costa do Marfim, nos-sas principais peças começaram a funcionar. Kaká foi expulso, masevoluiu muito em relação à estréia. Esteve bem mais perto do jogadorque ajudou a colocar o Brasil no topo do Ranking da FIFA. A seleção,mais solta no gramado e livre da ansiedade do primeiro jogo, foi maisaguda, mais eficiente.

O grande destaque foi nosso homem de frente. Como já escrevi ou-tras vezes nesse espaço, a seleção conta com dois jogadores impre-scindíveis, que, coincidentemente, entraram no ano da Copa longe dacondição ideal. O primeiro é Kaká, que já foi enaltecido no primeiro pará-grafo, e o segundo é Luís Fabiano. O centroavante do Sevilla semprefoi o "air-bag" de Dunga. Quando a seleção corria o risco de entrar emcrise, ele aparecia das sombras e marcava gols improváveis.

Os poderes do atacante deixaram de ser detectados em campo a par-tir da vitória do Brasil sobre a Argentina, em setembro do ano passa-do, por 3 x 1. Foram seis jogos sem marcar, mas, após a apresentaçãopouco inspirada do time diante dos norte-coreanos, o artilheiro mar-cou presença. Com dois golaços - um irregular, diga-se de passagem -, Luís Fabiano deu um bico na ansiedade dele, do treinador e de mil-hões de brasileiros.

A seleção se livrou, com sobras, de um adversário que poderia com-plicar a vida de qualquer um nesta Copa. Costa do Marfim não jogoubem, mas foi o Brasil que soube anular suas peças e encaixar seu esti-lo. Vencemos a batalha fundamental no meio-campo, puxamos contra-ataques letais, variamos o jogo, atacamos pelas pontas e pelo meio e colo-camos respeito no nosso lado do campo.

Foi uma atuação convincente. Dunga já tem um parâmetro nesseano para exigir um padrão de qualidade dos jogadores. Com o time clas-sificado às oitavas, a partida contra Portugal servirá para definir oprimeiro colocado e para Dunga soltar a equipe. Mais acostumados coma pressão e as condições da Copa na África, os atletas devem evoluirtanto na parte coletiva quanto na individual.

DUNGA X IMPRENSA

A relação entre o treinador os jornalistas é bem compli-cada. Há excessos dos dois lados. Parte da imprensa, emnome da tal coerência, defende teses absurdas mesmoquando a seleção joga bem. Dunga, por sua vez, se preocu-pa demais com as críticas e vai para as entrevistas prontopara o combate, caçando canelas. O treinador precisa se res-guardar mais, até para não levar essa briga para o grupo daseleção brasileira. A imprensa esportiva também precisaevoluir. Essa ladainha de detonar todos os técnicos que co-mandam a seleção é até infantil. Os torcedores são volúveis.Na mesma partida, podem amar ou odiar um time ou umjogador, mas esse é um papel que cabe à torcida. Parte daimprensa, algumas vezes, é embalada pela massa justa-mente no momento em que precisa analisar os fatos comfrieza.

Dentro do contexto da partida, a expulsão de Kaká foi injusta.O árbitro errou no lance do segundo gol brasileiro e quis compen-sar. Deixou de punir com veemência jogadas mais ásperas, princi-palmente dos marfinenses, e deu salvo-conduto aos jogadores parase estranharem. No final da partida, tentando restabelecer a ordem,resolveu punir o camisa 10 brasileiro. Se observarmos as regras dofutebol, o cartão vermelho foi bem aplicado, mas ele demonstrou queo juiz não teve critério ao longo dos 90 minutos.

CURTO-CIRCUITO

Fifa vai se pronunciarhoje sobre pena a Dunga

JOHANNESBURGO - AFifa deve se pronunciar aindahoje sobre os incidentes comDunga após a vitória (3 x 1) doBrasil contra Costa do Marfim,no último domingo. Não estádescartada uma possível puni-ção, multa ou uma simples ad-vertência ao treinador da sele-ção brasileira pelos supostosxingamentos ao árbitro francêsStephane Lannoy, que apitou ojogo, ao atacante Drogba e aocomentarista Alex Escobar, daTV Globo.

Hoje, a entidade também

decide quantos jogos Kaká serásuspenso por ter sido expulsona partida diante dos marfinen-ses. A expectativa é de fique defora apenas do confronto con-tra Portugal, na próxima sexta,em Durban.

Até o final da noite de se-gunda em Johannesburgo, aFifa analisava que medidas de-veriam ser tomadas no casoDunga. As decisões seriamanunciadas por meio de um co-municado oficial. O treinadorcorre o risco de ser punido emum artigo do Código Disci-

plinar da Fifa, que prevê sus-pensão ou multa por ofensasaos árbitros e profissionais en-volvidos no evento esportivo.

Há poucos meses, o técni-co da Argentina, Diego Mara-dona, foi punido com a sus-pensão de dois meses e umamulta de US$ 25 mil por tam-bém ofender jornalistas numaconferência de imprensa apósconquistar a classificaçãopara a Copa. “Que chupemtodos e que continuem chu-pando”, disse Maradona aosjornalistas.

33Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

JORNALO LO JORNAEsportes

A seleção de Portugal con-seguiu alcançar a meta de ven-cer por uma boa margem degols, ontem, e goleou a Coreiado Norte por 7 x 0, em parti-da disputada no Estádio GreenPoint, na Cidade do Cabo, eválida pela segunda rodadado Grupo G da Copa doMundo da África do Sul Atéagora, esta é a maior goleadada competição.

Assim, Portugal vai entrarna última rodada do GrupoG em situação mais tranqui-la, já que está com quatropontos e tem sete gols desaldo, enquanto a Costa doMarfim, com só um ponto,amarga saldo negativo dedois gols. Na última rodadada chave, no dia 25 de junho,os portugueses vão duelarcom o Brasil, em duelo quevalerá a liderança do grupo,enquanto que a Coreia doNorte, que já está eliminada,vai medir forças com os mar-finenses.

O duelo de ontem marcoua repetição de um dos maioresjogos da história da Copa doMundo. Em 1966, depois deestar perdendo por 3 x 0,Portugal conseguiu uma vitó-ria e derrotou a Coreia doNorte por 5 x 3, nas quartasde final. E não foi dessa vezque os norte-coreanos conse-guiram se vingar desse incrí-vel revés. Além disso, agoraacumulam 12 gols sofridoscontra Portugal em dois con-frontos em Mundiais.

O técnico Carlos Queirozfez quatro alterações na esca-lação de Portugal em relaçãoao time que empatou por 0 x0 com a Costa do Marfim parao confronto com a Coreia doNorte. Liedson, Deco, Dannye Paulo Ferreira foram troca-dos por Hugo Almeida, Tiago,

Simão e Miguel, respectiva-mente.

Apesar da larga vitória,Portugal não teve uma boaatuação no primeiro tempo e,aplicada e disciplinada, aCoreia do Norte surpreendeuao adotar uma postura ofen-siva na etapa inicial, maspecou pelas suas deficiências.Assim, também deixou espa-ços na sua retaguarda. Naetapa final, os portuguesesaproveitaram estes espaços,jogaram em velocidade, abu-sando dos contra-ataques econstruíram a goleada, mar-cando seis gols nos 45 minu-tos finais, o que mostrou o seupoderio ofensivo.

ANÁLISE TÁTICA DA PARTIDA

Depois de um empate por

0 x 0 com a Costa do Marfim,a seleção de Portugal conse-guiu mostrar o seu poderioofensivo nesta segunda-feira evenceu a Coreia do Norte por7 x 0, em partida disputada noEstádio Green Point, na Cidadedo Cabo, na maior goleada daCopa do Mundo da África doSul até agora. Para isso, apro-veitou os espaços deixados pelaseleção asiática.

Ao contrário da sua estreiana Copa do Mundo, quandoatuou fechada na defesa e nãose abriu nem quando sofreu oprimeiro gol do Brasil na der-rota por 2 x 1, a Coreia doNorte decidiu ser mais ofensi-va diante de Portugal. A pos-tura até surtiu efeito no pri-meiro tempo, quando a equi-pe surpreendeu os adversá-rios, criou várias chances degol, mas teve a meta vazada

por Raúl Meirelles aos 29 mi-nutos.

No segundo tempo, porém,a ofensividade norte-coreanaredundou em um desastre.Atuando em velocidade,Portugal explorou os contra-ataques e massacrou os ator-doados adversários. Assim, fezseis gols em 45 minutos, comSimão, Hugo Almeida, Tiago,que marcou dois, Liedson eCristiano Ronaldo.

Na partida, Portugal fina-lizou 26 vezes contra 15 tenta-tivas dos norte-coreanos, quepecaram pela falta de preci-são, já que só acertaram o goldefendido por Eduardo quatrovezes. Já o goleiro Ri Myong-Guk, vazado seis vezes, viu abola ir ao seu gol outras setevezes.

Com marcação fraca, a se-leção da Coreia do Norte deu

muito espaço aos jogadoresportugueses. No confronto, aequipe cometeu apenas trêsfaltas, sendo que a primeiraaconteceu apenas no início dosegundo tempo. Mais compe-titiva, a seleção portuguesa co-meteu 18 faltas e teve maisposse de bola (55% a 45%).

Sem marcar gols pela se-leção portuguesa desde feve-reiro de 2009, o astro CristianoRonaldo lutou muito para aca-bar com o jejum nesta segun-da-feira. Se movimentou, deuassistências e bons passes paraos seus companheiros e foi ojogador que mais finalizou napartida. Ele chutou sete vezes,acertou o gol em cinco delase na última, aos 42 minutosdo segundo tempo, deixou asua marca na goleada dePortugal.

PORTUGAL - Eduardo;Miguel, Ricardo Carvalho,Bruno Alves e Fábio Coentrão;Pedro Mendes, Raúl Meireles(Miguel Veloso) e Tiago;Cristiano Ronaldo, HugoAlmeida (Liedson) e Simão(Duda). Técnico - CarlosQueiroz.

COREIA DO NORTE - RiMyong-Guk; Cha Jong-Hyok(Nam Song-Chol), Pak Chol-Jin, Ri Jun-Il, Ri Kwang-Chone Ji Yun-Nam; Mun In-Guk(Kim Yong-Jon), An Yong-Hake Pak Nam-Chol (Kim Kum-Il); Hong Young-Jo e Jong Tae-Se. Técnico: Kim Jong Hun.Técnico - Kim Jong-Hun.

GOLS - Raúl Meirelles, aos29 minutos do primeirotempo; Simão, aos 8, HugoAlmeida, aos 11, Tiago, aos 15e aos 44, Liedson, aos 36, eCristiano Ronaldo, aos 42 mi-nutos do segundo tempo.

Sem piedadePortugal massacra a Coreia do Norte por 7 x 0 e fica bem perto de vaga

CristianoRonaldo

fez um gol no jogo de ontem

JOHANNESBURGO - Quando ad-mitiu que atacante vive de gols, LuísFabiano estava falando sério. O jejumsem balançar as redes desde que a se-leção brasileira se juntou em Curitibanão o deixava dormir direito, mesmosem jamais ter sido cobrado pelos com-panheiros e comissão técnica. Mas terpassado em branco nos dois amistososna África, contra Zimbábue e Tanzânia,e também na estreia da equipe na Copado Mundo diante da Coreia do Nortebatia em sua cabeça como se ele estivessedevendo ao grupo

O torcedor no Brasil e também nastribunas dos estádios de Johannesburgojá cobrava uma reação do atacante.Depois de ver a 9 da seleção vestir umalegião de outros jogadores, Luís Fabianocomeu grama para convencer Dungade que a posição era dele. Conseguiu nasegunda parte das Eliminatórias Sul-Americanas e mais efetivamente naCopa das Confederações de 2009, quan-do foi artilheiro do time com cinco gols.

Mas Dunga estava de olho nele.Sabia do seu fraco aproveitando atéantes da partida contra a Costa doMarfim. Em nenhum momento, porém,acenou com a possibilidade de tirá-loda equipe. O treinador esperou. E LuísFabiano finalmente reagiu. Os doisprimeiros gols da seleção diante dosmarfinenses na vitória por 3 x 1 ali-mentaram o atacante, que voltou a sor-rir e a caminhar com a cabeça erguida.“Eu sabia que tinha de dar uma resposta.E tinha de ser contra Costa do Marfim.Atacantes vivem de gols. Há muita coisaainda pela frente, mas agora tenho maistranquilidade para trabalhar”, admitiu.

Com os gols, ele entra na briga pelaartilharia do Mundial, que tem o ar-gentino Higuaín com três gols. O Brasiljá tem mais duas partidas garantidas -contra Portugal, nesta sexta-feira, pelaterceira rodada da fase de grupos, e nasoitavas diante de um dos classificadosdo Grupo H (Espanha, Chile, Hondurasou Suíça) “Não penso nisso, nessas con-quistas individuais, mas sei que é sem-pre bom marcar numa Copa. Sei que osgols virão na hora certa Fico feliz prin-cipalmente porque pude ajudar a se-leção e sei que quando a seleção gan-har o povo fica maluco”.

Nenhum dos 23 jogadores de Dunga

tem certeza de que estarão na Copa doMundo de 2014 no Brasil. Por isso, todosentram em campo para fazer históriana África do Sul. Luís Fabiano não querdeixar passar sua chance. Para figurarnuma lista respeitada de artilheiros de

mundiais, ele precisa fazer mais quatrogols. Não é fácil. Se tivesse marcadopelo menos um contra os norte-core-anos, o caminho seria mais curto.Ronaldo ainda é o artilheiro de todasas Copas, com 15 gols.

Dunga procura agorasubstituto para Kaká Eu resolvo!

Luís Fabiano comemora tranquilidade para marcar mais gols na Copa

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Esportes JORNALO LO JORNA

Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

JOHANNESBURGO - Com a ex-pulsão de Kaká nos minutos finais davitória sobre a Costa do Marfim, nodomingo, Dunga será obrigado amudar a escalação da seleção brasilei-ra para o jogo de sexta-feira, contraPortugal, no encerramento da primei-ra fase da Copa. Mas ele garante estartranquilo e diz ter boas opções à dis-posição - além disso, o Brasil já asse-gurou a classificação antecipada paraas oitavas de final, o que tira um poucoda importância do duelo com os por-tugueses.

Depois da partida de domingo noEstádio Soccer City, em Johannes-burgo, Dunga saiu em defesa de Kaká,dizendo que a expulsão foi “totalmen-te injusta”. Mas também lamentou aausência de seu principal jogador naterceira rodada do Mundial, pois es-perava que ele pudesse atuar para ga-nhar mais ritmo de jogo - agora, omeia irá aproveitar a folga forçadapara fazer um trabalho especial paraaprimorar a sua recuperação física etécnica.

Enquanto Kaká já está descarta-do, Dunga ainda depende da recupe-ração de outro titular do meio-de-campo para definir o time que enfren-tará Portugal na cidade de Durban.O meia Elano levou uma forte panca-da durante o jogo contra a Costa doMarfim e deixou o estádio mancando.Mas os médicos da seleção afirma-ram que o caso não é grave e que épossível que ele volte aos treinos emdois ou três dias, estando, assim, libe-rado para jogar na sexta-feira.

Se puder contar com Elano, Dungaprecisaria fazer apenas uma mudan-ça no time - mesmo já classificado, elenão deve poupar nenhum titular dian-te de Portugal, pois quer manter oritmo e melhorar o entrosamento dosjogadores. O meia Júlio Baptista é osubstituto natural de Kaká, como opróprio treinador já afirmou, e surgecomo favorito para ficar com a vaga.Mas existem outras opções, comoDaniel Alves, Ramires, Kleberson eaté mesmo Nilmar

Com a entrada de Júlio Baptistano lugar de Kaká, o esquema de jogoda seleção continuaria praticamente omesmo. Uma alternativa seria DanielAlves, uma espécie de 12.º jogador dotime brasileiro, que costuma entrarsempre no segundo tempo e é bas-tante versátil. Se quiser uma posturamais ofensiva, Dunga pode optar peloatacante Nilmar, recuando Robinhopara a armação das jogadas. E, se formais precavido, tem Ramires eKleberson como opções.

Luís Fabianomarca o 1o gol

do Brasilcontra Costado Marfim

POLOKWANE - Um empate con-tra a Grécia hoje, às 15h30 (de Brasília),no estádio Peter Mokaba, emPolokwane, valerá à Argentina a classi-ficação às oitavas de final como líder doGrupo B. Mas o que importa mesmo aotécnico Diego Maradona é o desencan-tar de Lionel Messi na Copa do Mundo.O melhor jogador do mundo fez boaspartidas contra Nigéria e Coreia do Sul,mas ainda não balançou a rede. E é paraisso que ele estará em campo em meioa um time recheado de reservas.

Como o primeiro lugar está pratica-mente assegurado, Maradona pouparáseus titulares para as oitavas de final.Apenas o goleiro Romero, o zagueiroDemichelis, o meia Verón - que retor-na de contusão - e Messi jogarão con-tra os gregos. E o técnico espera que ocamisa 10 comece a repetir o que elemesmo fez na Copa de 1986: desequi-librar e conduzir a Argentina ao título.

Sempre que pode, Maradona fazquestão de elogiar seu pupilo nas entre-vistas. “Messi vai decidir no momentocerto e este momento esta chegando”,disse o treinador. “Deixá-lo de fora deuma partida seria um pecado. Não possoescalar a equipe e deixar quem faz a di-ferença de fora. Ela vai jogar”. O moraldo atacante é tão grande com o treina-dor que ele usará a braçadeira de capi-tão, pois Mascherano não vai jogar.

Maradona também se utilizou dahistória para mostrar que o melhor deMessi está por vir. “Na Copa de 1986fomos campeões, mas eu não fiz gol

logo nos primeiros jogos”. Por falar emhistória, o confronto com a Grécia temsignificado especial: foi contra esse ad-versário que marcou seu último gol emCopas, há exatos 16 anos e um dia.“Espero que o primeiro gol de Messiseja tão ou mais bonito do que aquele”.

Para se classificar sem dependerdo resultado do jogo entre Coreia doSul e Nigéria, a Grécia precisa vencera Argentina por três gols de diferen-ça. E os jogadores acreditam quepodem conseguir essa façanha. “Todosconhecemos a Argentina e sabemosquem são. Têm 22 jogadores fantásti-cos e Messi, que está um degrau acima.Mas também depende de nós. Se jo-

garmos bem, podemos conseguir (avitória). Se nos mantivermos concen-trados nos 90 minutos, acho que po-demos vencer”, disse o atacanteKapetanos.

GRÉCIA - Tzorvas; Kyrgiakos,Vyntra, Papadopoulos e Torosidis;Tziolis, Papastathopoulos, Katsouranise Karagounis; Gekas e Salpingidis.Técnico: Otto Rehagel.

ARGENTINA - Romero; Otamendi,Burdisso, Demichelis e ClementeRodríguez; Bolatti, Maxi Rodríguez eVerón; Messi, Aguero e Milito. Técnico:Diego Maradona.

Plano BMaradona elogia atuação do Brasil

PRETÓRIA - Um empate contra aGrécia, hoje, em Polokwane, garante àArgentina o 1.º lugar no Grupo B. Masesta não parece ser a maior preocupaçãode Diego Maradona no momento. Nestasegunda, em Pretória, o treinador voltoua expressar a sua obsessão pela seleçãobrasileira. “O Brasil é o grande favoritoao título. Ganha mesmo quando não jogabem”. Em seguida, discretamente, deusua “secada” no time de Dunga. “Nãogosto de ser apontado como favorito, poisem Mundiais o favorito sempre cai”.

Também comentou o fato de LuísFabiano ter dito que havia feito o segun-do gol contra a Costa do Marfim com a“mão de Deus”, relembrando frase dopróprio Maradona ao anotar o polêmicogol contra a Inglaterra, em 1986. “O delefoi com o braço. Duas vezes”, sorriu. Ecompletou: “Achei tragicômico o juiz per-guntar a ele se havia usado o braço.Quando fiz o gol, saí correndo, olhandopara o bandeirinha, quarto árbitro, tor-cedores...”

Maradona diz não se surpreender como desempenho dos sul-americanos nestaprimeira fase. “Nossas Eliminatórias sãobem mais disputadas”. E prevê: “Se aItália cair logo de cara, vai ser um quilom-bo (caos)”, cutucou o argentino, que apre-sentou o presente recebido de suas filhaspelo Dia dos Pais, festejado em váriaspartes do mundo no último domingo:um estiloso óculos escuros.

Há um consenso entre os jornalistasque acompanham a Argentina emPretória. Se Maradona conseguir melho-rar a zaga, vai ser difícil o título não irpara Buenos Aires pela terceira vez. Oataque se mostra capaz de criar muitasoportunidades nos 90 minutos. Mas osetor defensivo permite chances aos ri-vais. Por isso, “El Diez” vai usar o jogodesta terça contra os gregos como um“super coletivo” para aparar as arestasna retaguarda.

Esportes55

JORNALO LO JORNA

Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

Para desencantar, Messi lidera reservas da Argentina contra a Grécia

Messi aindanão balançou

a rede naCopa

Não vai ter arrumadinho

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JORNALO LO JORNAEsportesTerça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

México e Uruguai negam “jogo de compadres” e disputam a liderança

RUSTEMBURGO - México eUruguai fazem às 11h (deBrasília) de hoje, no estádio RoyalBafokeng, em Rustemburgo, umconfronto que vale a liderança doGrupo A da Copa do Mundo.Mas que também pode se trans-formar em amistoso, já que o em-pate classifica as duas seleções àsoitavas de final. As equipessomam quatro pontos, mas osuruguaios têm um gol a mais desaldo (3 x 2) e, por isso, ficarão emprimeiro lugar se a partida ter-minar empatada. Dessa forma,evitaria um provável confrontocontra a poderosa Argentina deMessi na próxima fase.

Tanto mexicanos como uru-guaios preocuparam-se em negarqualquer tentativa de arranjo deresultado para favorecê-los. “Quea partida possa terminar empata-da é parte da realidade, mas sesugere que podemos entrar emacordo, isso descarto totalmentee não gosto que ninguém pense

isso de mim”, disse o técnico da“Celeste”, Oscar Tabarez.

“Tentaremos ganhar e estoucerto que o Uruguai fará omesmo”, concordou JavierAguirre, treinador mexicano.“Espero que ganhe o futebol. Queseja uma partida viril, bem dispu-tada e que vença o melhor”.

O Uruguai terá a mesma for-mação que venceu a África do Sulpor 3 x 0, com Forlán jogando re-cuado e a dupla de frente sendoformada por Suárez e Cavani. “OMéxico sempre foi um adversáriodifícil devido às características deseus jogadores. São rápidos, ha-bilidosos e têm um bom chute demédia distância”, elogiou Tabarez.

No México, Aguirre precisaráfazer duas mudanças. O atacanteVela sofreu uma lesão muscularcontra a França e será substituídopor Barrera. Já o volante Juárezrecebeu o segundo cartão amare-lo e dará lugar a Guardado.“Estamos cientes que não fizemos

nada ainda. Não há motivos parase alegrar por enquanto”, disse otreinador.

SINA DE EMPATE - No quedepender do retrospecto do está-dio Royal Bafokeng, mexicanos euruguaios sairão de campo come-morando. As três partidas da Copadisputadas ali até o momento ter-minaram empatadas por 1 a 1:Inglaterra x Estados Unidos, NovaZelândia x Eslováquia e Gana xAustrália.

MÉXICO - Pérez; Osorio,Moreno, Rodríguez e Salcido; RafaMárquez, Torrado, Guardado eGiovanni dos Santos; Barrera eJavier Hernández. Técnico: JavierAguirre.

URUGUAI - Muslera; MaxiPereira, Lugano, Godín e Fucile;Arévalo, Pérez, Alvaro Pereira eForlán; Suárez e Cavani. Técnico:Oscar Tabarez.

BLOEMFONTEIN - África do Sul e França entramem campo às 11h (de Brasília) de hoje, no estádio FreeState, em Bloemfontein, de chuteiras nos pés e cal-culadora nas mãos. Ambas as seleções somam ape-nas um ponto no Grupo Ada Copa do Mundo, masainda têm chances matemáticas de avançar às oitavasde final. Por ter um gol a mais de saldo (-2 a -3) doque o rival, a França tem uma tarefa um pouco menoscomplicada: precisa vencer por cinco gols de difer-ença e torcer para que não haja empate entre Méxicoe Uruguai. Já a África do Sul tem que ganhar por seisgols de diferença e também esperar que haja vence-dor no outro jogo.

Se houver qualquer empate no confronto entreuruguaios e mexicanos, sul-africanos e franceses sedespedirão do Mundial. O técnico da seleção anfitriã,Carlos Alberto Parreira, disse não acreditar em arranjode resultado. “Estou seguro que não haverá nenhumtrato. Mas o nosso problema é ganhar o nosso jogo eesperar que o outro resultado seja bom para nós”.

Como precisa golear, Parreira deve escalar umaÁfrica do Sul ofensiva, abrindo mão do esquema comsomente um atacante. Assim, Mphela deve ganhar acompanhia de mais um homem de frente, provavel-mente Parker. O goleiro Khune e o volante Dikgacoi,suspensos, darão lugar a Moenneb e Khubobi, re-spectivamente. A escalação, no entanto, só será di-vulgada horas antes do jogo.

A equipe da casa terá uma França retalhada porproblemas disciplinares. O centroavante Anelka foiexcluído da Copa por ter xingando o técnico RaymondDomenech no intervalo do jogo contra o México e terse recusado a pedir desculpas. O elenco não treinouno domingo como forma de protesto contra a saídado atacante. Essa greve, por sua vez, custou a demis-são do chefe da delegação na África do Sul, Jean-LouisValentin.

O clima no elenco é tão ruim que o capitão Evrafaltou nesta segunda à entrevista coletiva obrigatóriadas vésperas das partidas. Coube a Domenech tentarexplicar a constrangedora situação. “É difícil, sei quegastamos muita energia fora do âmbito esportivo, oque é uma infelicidade. Não há palavras para explicaro que aconteceu. Ações vão significar mais do quepalavras”, afirmou.

Domenech não falou sobre esperança de classifi-cação, mas sobre despedir-se da Copa com honra. “Areputação da equipe francesa estará em jogo. Se estareputação estará alterada ou não, não sei. No fim dapartida isso será respondido. A única coisa que es-pero de desportistas desse nível é que se comportembem no campo”.

No lugar de Anelka, que já deixou a África do Sul,Domenech deve escalar Thierry Henry, que ainda nãoentrou em campo no Mundial

FRANÇA - Lloris; Sagna, Gallas, Abidal e Evra;Diaby, Toulalan, Malouda e Govou; Ribéry e Henry.Técnico: Raymond Domenech.

ÁFRICA DO SUl - Moenneb; Gaxa, Mokoena,Khumalo e Masilela; Letsholonyane, Khubobi,Tshabalala e Pienaar; Parker e Mphela. Técnico: CarlosAlberto Parreira.

África do Sul e França se dividementre honra e milagre na Copa

Diego Forláné o destaquedo Uruguai

Acostumados a ver de pertoos melhores jogadores de vôleide praia do país anualmenteno Circuito Banco do Brasil, osalagoanos agora receberão a se-leção brasileira feminina devôlei, com oito campeãs olím-picas em ação: a líbero Fabi, aoposto Sheilla, as centraisFabiana e Thaísa e as ponteirasJaqueline, Paula Pequeno, Marie Sassá. Depois de enfrentar oJapão em dois amistosos emNatal, o Brasil jogará mais umapartida em Maceió hoje, às20h30, no ginásio do Sesi.

“Estamos no início da tem-porada. Estes são nossos pri-meiros jogos. Nos amistososem Natal, não jogamos bem

na primeira partida, mas di-minuímos os erros e evoluí-mos na segunda. Nosso obje-tivo é utilizar estes jogos paraaferir o que vem sendo feitonos treinamentos e procurarmelhorar sempre. Temos duascompetições importantes noano: o Grand Prix e, princi-palmente, o Mundial, títuloque ainda não temos”, comen-tou o técnico José RobertoGuimarães.

O Brasil fez o treino de reco-nhecimento do ginásio do Sesino domingo, das 20h às 21h30.As atividades serão abertas àimprensa e os jornalistas pode-rão falar com técnico e jogado-ras ao término das mesmas.

Incluindo os dois amis-tosos disputados em Natal,Brasil e Japão já se enfren-taram 92 vezes. Foram 59vitórias brasileiras contra 33das orientais. O jogo deontem realizado em Maceiónão foi computado nessehistórico.

BILHETES - Cada entradacustará R$ 20. Estudantes e ido-sos pagam meia. No ato dacompra e da entrada no giná-sio será exigida a carteira deidentificação estudantil e a car-teira de identidade. Cada torce-dor poderá comprar até seis in-gressos e os de meia-entradaserão nominais.

77Terça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]

JORNALO LO JORNAEsportes

CSA e CRB ainda entre osmelhores do Nordestão

TTAABBEELLAA DDOONNOORRDDEESSTTÃÃOO

PPGG -- ppoonnttooss ggaannhhooss;; JJ -- jjooggooss;; VV -- vviittóórriiaass;; EE -- eemmppaatteess;; DD -- ddeerrrroottaass;; GGPP -- ggoollss pprróó;; GGCC -- ggoollss ccoonnttrraa;; SSGG -- ssaallddoo ddee ggoollss..

PP CCLLUUBBEE PPGG JJ VV EE DD GGPP GGCC SSGG AAPPRROOVV.. 1 CSA 10 4 3 1 0 10 6 4 83.3% 2 ABC 8 4 2 2 0 9 3 6 66.7% 3 CRB 8 4 2 2 0 4 2 2 66.7% 4 CONFIANÇA 6 3 2 0 1 8 7 1 66.7% 5 TREZE 6 3 2 0 1 6 6 0 66.7% 6 SANTA CRUZ 5 3 1 2 0 6 5 1 55.6% 7 FLUMINENSE-BA 5 3 1 2 0 4 3 1 55.6% 8 VITÓRIA 4 3 1 1 1 7 4 3 44.4% 9 NÁUTICO 4 3 1 1 1 5 5 0 44.4% 10 FORTALEZA 4 3 1 1 1 5 5 0 44.4% 11 CEARÁ 4 4 1 1 2 5 5 0 33.3% 12 AMÉRICA RN 4 3 1 1 1 2 3 -1 44.4% 13 BAHIA 1 4 0 1 3 2 8 -6 8.3% 14 SERGIPE 1 4 0 1 3 2 9 -7 8.3% 15 BOTAFOGO-PB 0 4 0 0 4 3 7 -4 0.0%

Luciano Milano

.Repórter

Representantes de Alagoasna Copa do Nordeste, CSA eCRB voltaram a campo na com-petição nacional no último fimde semana. No sábado, o Galofoi até Recife, enfrentou oNáutico e ficou no empate semgols. Já no domingo, o Azulãodo Mutange recebeu oFluminense de Feira deSantana, às 10h da manhã, porconta do jogo do Brasil contraCosta do Marfim, no mesmodia à tarde, e também não con-seguiu vencer o adversário. Empartida disputada no NelsonPeixoto Feijó, o time azulinosaiu perdendo e empatou a par-tida com um gol de pênalti, con-vertido pelo atacante Catanha.

Mesmo sem vencerem seuscompromissos, os rivais alagoa-nos se mantiveram no grupo

dos quatro primeiros coloca-dos: o CSAcontinua líder, agoracom 10 pontos, enquanto que oGalo da Pajuçara perdeu umaposição, caiu do segundo parao terceiro lugar, com 8, mesmapontuação do vice-líder, o ABC,que tem melhor saldo de golsque o time alvirrubro. Na pró-xima quinta, também peloNordestão, o CRB joga à tardecontra o ABC, às 15h, no está-dio Severiano Gomes Filho.

Já o CSA vai a Recife, ondepega o Santa Cruz, que é ape-nas o sexto lugar na competiçãoregional. Para o jogo, o técnicoLino não terá o volanteAnderson, que deu uma entra-da violenta no jogador doFluminense e foi expulso.

SEGUNDONA LOCAL–Os oitos clubes que irão dis-putar o Campeonato Alagoanoda Segunda Divisão - CSA, São

Luiz, São Domingos, Sete deSetembro, Capelense, IgrejaNova, Sport e C.E.O. - se re-uniram na tarde de ontem, nasede da Federação Alagoanade Futebol (FAF) para oprimeiro arbitral que definiuas regras da Segundona. Entreos pontos que ficaram acerta-dos, estão a data de início e tér-mino da competição. Segundoa FAF, a competição estadualterá a primeira rodada dis-putada no dia 22 de agosto,com a final em 7 de novembro.A competição será feita, naprimeira fase, em jogos só deida, com quatro clubes pas-sando para a segunda fase. Naetapa final, haverá o cruza-mento olímpico, garantindo osdois finalistas na PrimeiraDivisão em 2011. A únicaequipe que não compareceu àreunião foi o Santa Rita, de SãoLuiz do Quintunde.

Meninas de ouroCampeã olímpica, seleção brasileira de vôlei joga hoje em Maceió contra o Japão

Wellington Rocha/CBV

Oito campeãsolímpicas estão

no grupo da seleção

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JORNALO LO JORNAEsportesTerça-feira, 22 de junho de 2010 || wwwwww..oojjoorrnnaallwweebb..ccoomm || e-mail: [email protected]