OG-2015-07-08

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A reação da presidente Dilma à crise política elevou o nível de tensão en- tre governo e oposição, com acusa- ções mútuas de golpismo. À “Folha de S.Paulo” , Dilma disse que a previ- são de que ela não terminará o man- dato é “um tanto quanto golpista” e Dilma e oposição trocam acusações de golpismo afirmou: “Eu não vou cair” . Presidente do PSDB, Aécio Neves rebateu dizen- do que a petista tenta inibir as insti- tuições e a imprensa. Parte do PT co- memorou o tom da presidente, mas, para alguns aliados, ela levou a crise para dentro do Planalto. PÁGINAS 3 e 4 ‘Eu não vou cair’ , disse a presidente; PT comemora reação, mas aliados acham que afirmação amplia crise Plano já sofre resistência de empresas e sindicatos Trabalhadores querem manter ganho; indústria vê negociação difícil Analistas alertam que, sem recuperação da economia, demissões devem continuar REDUÇÃO DE JORNADA E SALÁRIO _ O plano lançado pelo governo para evitar demissões, que prevê redução de jornada e de salário, já enfrenta resistência. Montadoras como GM e Fiat informaram que não vão aderir. Os sindicatos de metalúrgicos do ABC e de Betim também se mostra- ram céticos. A indústria de máquinas e equipamentos prevê dificuldades para negociar com os trabalhadores. Especialistas avaliam que a medida do governo vai na direção correta. Alertam, no entanto, que diante da atual crise, mesmo podendo reduzir os salários, muitas empresas devem manter seus planos de demissões porque não têm, ainda, perspectiva de retomada da economia. PÁGINA 17 OGLOBO QUARTA-FEIRA, 8 DE JULHO DE 2015 ANO XC - Nº 29.920 Irineu Marinho (1876-1925) (1904-2003) Roberto Marinho RIO DE JANEIRO oglobo.com.br 100% balé SEGUNDO CADERNO CORPO NA MEDIDA PARA A DANÇA FABIO SEIXO O governo grego deve apresentar hoje aos líderes europeus pedido de socorro de € 50 bilhões para os próximos três anos. Em troca, vai se comprometer com reformas. A decisão final da União Europeia, porém, só sairá após cúpula no domingo. PÁGINA 20 Grécia vai pedir ajuda de € 50 bi Crise na Europa Poesia é política e não deve ser desperdiçada. FRED COELHO Bethânia: poetisa, filósofa e pioneira dos feminismos. JORGE MAUTNER Thiago Soares. Amanhã e sexta no Municipal Uma grande operação, que mobilizou cerca de 200 policiais civis, agentes da prefeitura e oficiais de Justiça, interdi- tou ontem 1.100 boxes do camelódro- mo da Rua Uruguaiana, no Centro. A ação é uma ofensiva contra a venda, no estado, de produtos roubados e fal- sificados. O local deverá ficar interdi- tado até sexta-feira, para a realização de novas diligências. Três toneladas de mercadorias foram apreendidas. Segundo as investigações, parte do camelódromo é controlada por mili- cianos que, devido à alta lucratividade dos negócios ilícitos, cobrariam até R$ 30 mil de aluguel pelos boxes. PÁGINA 8 PABLO JACOB Contra-ataque. Sacos com mercadorias apreendidas na operação de ontem chamaram a atenção de quem passava pelo Centro: área de boxes investigados foi isolada pela polícia Três toneladas sob suspeita Paolo Guerrero Camisa 9 exalta torcida rubro-negra: “É a maior do mundo”. PÁGINA 30 NOVO ATACANTE DO FLA JÁ JOGA HOJE FOTOS DE ALEXANDRE CASSIANO 1 ANO DEPOIS... Sete pecados do futebol brasileiro que explicam os 7 a 1 na Copa. PÁGINA 28 ESPORTES HELENA CELESTINO Guerra entre Grécia e credores é briga por alma europeia PÁGINA 26 O Coaf diz ter identificado movimentações atípicas de investigados na Lava-Jato no total de R$ 51,9 bi, sendo R$ 1,3 bi em espécie. PÁGINA 7 Coaf põe R$ 52 bi sob investigação No rastro da Lava-Jato Diferenças na mesma idade Estudo mostra por que alguns envelhecem mais rápido. Homem mais velho do mundo morre aos 112. PÁGINA 24 LONGEVIDADE KYODO NEWS/AP Sakari Momoi. O mais velho Com “luta política”, Dilma tenta minimizar ilegalidades. PÁGINA 4 MERVAL PEREIRA CHICO Em pleno processo de reatamento entre EUA e Cuba, 110 dissidentes foram detidos e sofreram violência, no domingo, em Havana. PÁGINA 25 Cuba detém 110 e preocupa EUA Na ilha dos Castro Novos bondes estão em teste Obras em Santa Teresa Quatro novos bondes estão sendo testados num trecho de 900 metros em Santa Teresa, onde obras foram refeitas. PÁGINA 9 2ª Edição - Preço deste exemplar no Estado do Rio de Janeiro R$ 3,00 - Circula com esta edição: Segundo Caderno ELIO GASPARI Os tucanos e a “divina missão” de governar o país. PÁGINA 14 JORGE MORENO Dilma ainda não botou os pés na realidade da crise política. PÁGINA 4 MÍRIAM LEITÃO Impeachment só é golpe se a lei não for respeitada. PÁGINA 18

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diario de brasil

Transcript of OG-2015-07-08

  • A reao da presidente Dilma crisepoltica elevou o nvel de tenso en-tre governo e oposio, com acusa-es mtuas de golpismo. Folhade S.Paulo, Dilma disse que a previ-so de que ela no terminar o man-dato um tanto quanto golpista e

    Dilma e oposio trocamacusaes de golpismo

    afirmou: Eu no vou cair. Presidentedo PSDB, Acio Neves rebateu dizen-do que a petista tenta inibir as insti-tuies e a imprensa. Parte do PT co-memorou o tom da presidente, mas,para alguns aliados, ela levou a crisepara dentro do Planalto. PGINAS 3 e 4

    Eu no vou cair, disse a presidente; PT comemorareao, mas aliados acham que afirmao amplia crise

    Plano j sofre resistnciade empresas e sindicatos

    Trabalhadores querem manter ganho; indstria v negociao difcilAnalistas alertam que,

    sem recuperao da

    economia, demisses

    devem continuar

    REDUO DE JORNADA E SALRIO_

    O plano lanado pelo governo paraevitar demisses, que prev reduode jornada e de salrio, j enfrentaresistncia. Montadoras como GM eFiat informaram que no vo aderir.Os sindicatos de metalrgicos do

    ABC e de Betim tambm se mostra-ram cticos. A indstria de mquinase equipamentos prev dificuldadespara negociar com os trabalhadores.Especialistas avaliam que a medidado governo vai na direo correta.

    Alertam, no entanto, que diante daatual crise, mesmo podendo reduziros salrios, muitas empresas devemmanter seus planos de demissesporque no tm, ainda, perspectivade retomada da economia. PGINA 17

    OGLOBOQUARTA-FEIRA, 8 DE JULHO DE 2015 ANO XC - N 29.920 Irineu Marinho (1876-1925) (1904-2003) Roberto Marinho RIO DE JANEIRO oglobo.com.br

    100% bal SEGUNDO CADERNO

    CORPO NAMEDIDA PARA

    A DANA

    FABI

    O SE

    IXO

    O governo grego deveapresentar hoje aos ldereseuropeus pedido de socorro de 50 bilhes para os prximostrs anos. Em troca, vai secomprometer com reformas. A deciso final da UnioEuropeia, porm, s sair apscpula no domingo. PGINA 20

    Grcia vaipedir ajudade 50 bi

    Crise na Europa

    Poesia polticae no deve serdesperdiada.

    FRED COELHO

    Bethnia: poetisa,filsofa e pioneirados feminismos.

    JORGE MAUTNERThiagoSoares.Amanhe sexta noMunicipal

    Uma grande operao, que mobilizoucerca de 200 policiais civis, agentes daprefeitura e oficiais de Justia, interdi-tou ontem 1.100 boxes do cameldro-

    mo da Rua Uruguaiana, no Centro. Aao uma ofensiva contra a venda,no estado, de produtos roubados e fal-sificados. O local dever ficar interdi-

    tado at sexta-feira, para a realizaode novas diligncias. Trs toneladasde mercadorias foram apreendidas.Segundo as investigaes, parte do

    cameldromo controlada por mili-cianos que, devido alta lucratividadedos negcios ilcitos, cobrariam at R$30 mil de aluguel pelos boxes. PGINA 8

    PABL

    O JA

    COB

    Contra-ataque. Sacos com mercadorias apreendidas na operao de ontem chamaram a ateno de quem passava pelo Centro: rea de boxes investigados foi isolada pela polcia

    Trs toneladas sob suspeita

    PaoloGuerrero

    Camisa 9 exalta torcida

    rubro-negra: a maior

    do mundo.PGINA 30NOVO

    ATACANTE DO FLA J JOGA HOJE

    FOTOS DE ALEXANDRE CASSIANO

    1 ANO DEPOIS... Sete pecados dofutebol brasileiroque explicam os

    7 a 1 na Copa.PGINA 28

    ESPORTES

    HELENA CELESTINOGuerra entre Grcia e credores briga por alma europeia PGINA 26

    O Coaf diz ter identificadomovimentaes atpicas deinvestigados na Lava-Jato no total de R$ 51,9 bi, sendo R$ 1,3 bi em espcie. PGINA 7

    Coaf pe R$ 52 bisob investigao

    No rastro da Lava-Jato

    Diferenas namesma idade

    Estudo mostra por quealguns envelhecemmais rpido. Homemmais velho do mundomorre aos 112. PGINA 24

    LONGEVIDADE

    KYOD

    O NE

    WS/

    AP

    Sakari Momoi. O mais velho

    Com luta poltica,Dilma tenta minimizarilegalidades. PGINA 4

    MERVAL PEREIRACHICO

    Em pleno processo dereatamento entre EUA e Cuba,110 dissidentes foram detidose sofreram violncia, nodomingo, em Havana. PGINA 25

    Cuba detm 110 e preocupa EUA

    Na ilha dos Castro

    Novos bondesesto em teste

    Obras em Santa Teresa

    Quatro novos bondes estosendo testados num trecho de900 metros em Santa Teresa,onde obras foram refeitas.PGINA 9

    2 Edio - Preo deste exemplar no Estado do Rio de Janeiro R$ 3,00 - Circula com esta edio: Segundo Caderno

    ELIO GASPARIOs tucanos e a divinamisso de governar o pas. PGINA 14

    JORGE MORENODilma ainda no botouos ps na realidade dacrise poltica. PGINA 4

    MRIAM LEITOImpeachment s golpe se a lei no forrespeitada. PGINA 18

  • Conte algo que no sei_

    A arte emerge para novos mundos_

    Paul Brown, artistaUm dos pioneiros da arte artificial viva, britnico, que j trabalhou com Pink Floyd e The Who, veio ao Rio para expor trabalho no Oi Futuro Flamengo

    Nasci em 1947, em Halifax,Gr-Bretanha. Comeceibrincando com tijolinhos demadeira, enveredei pela artegeomtrica, trabalhei combandas de rock e, desde1974, dedico-me ao processocomputacional e generativo,as fractais e vida artificial. Em vez de ser construda ouprojetada, a arte, assim,emerge para novos mundos _

    ENTREVISTA A:

    [email protected]

    l Conte algo que no sei.Na infncia, todos os meus

    brinquedos eram compradosem lojas de caridade. Tinha nomeu quarto um monte de tijoli-nhos de madeira, de diferentescolees. Os kits vinham em la-tas cbicas de alumnio, pratea-das. Meus blocos moravam nu-ma lata dessas e tinham tama-nhos os mais variados possveis.

    l O que tm esses blocos deimportante?

    Outras crianas jogariam os ti-jolinhos no cho e construiriamcastelos de fadas, prdios, casas.Mas eu esvaziava a lata com ou-tra inteno. Pegava bloco porbloco e ia pondo de volta na caixade modo a ocupar o mnimo deespao possvel. Tinha 4 anos, e,at hoje, aos 67, me lembro per-feitamente dessas experincias.

    l Como era sua relao sen-sorial com os tijolinhos?

    Eu me recordo at da textura edo paladar deles.... pois eu os

    botava na boca algumas vezes eeles tinham gostos diferentes, al-guns mais marcantes em funodas tintas com que eram pinta-dos. uma lembrana forte. Euainda vejo as cores, os formatos,sinto o tato. E pensar que, deze-nas de anos depois, aquele pro-cesso mental da minha infnciaaflorou e se manifestou justa-mente no meu ciclo de criao.

    l Quando enveredou, enfim,pela arte geomatemtica?Em 1964, comecei a estudar ar-tes. Trs anos depois, certo dia,estava em casa rabiscando e fizum pequeno desenho envol-vendo quadrados com os can-tos numerados de 1 a 4. Eu ti-nha 20 anos, fazia um cursolongo e estava muito infeliz. Deseis em seis meses havia na es-cola a chamada Crit, sessode crtica em que nossos traba-lhos eram avaliados formal-mente por professores e cole-gas avanados. Decidi levarpara a Crit esses desenhos.

    l E qual foi o veredito?Depois da apresentao de

    um aluno, havia dilogo acalo-rado e crticas positivas e nega-tivas. Meu trabalho se chamavaTiles (Ladrilhos). Quandomostrei os quadrados e expli-quei a disposio dos nmeros,a repetio dos padres horri-os e anti-horrios e o retorno aopadro original, a plateia ficouem silncio, com as pessoasolhando para seus sapatos eexaminando suas unhas. Umminuto depois, o diretor do cur-so disse, gentilmente: Paul,no acho que voc seja talhadopara uma vida de artista.

    l Mas voc insistiu...Larguei a escola de arte e co-

    mecei a fazer projeo lumino-sa em shows de rock de gruposcomo Pink Floyd e The Who.Mas os quadrados continuavamna minha cabea. Dez anos de-pois, conheci o trabalho do ma-temtico francs Benot Man-delbrot, que descrevia as frac-

    tais, coisas que eu no sabia oque eram, nem que eram a basedaquele trabalho rejeitado. Vol-tei a fazer arte e passei a estudarcomputao e matemtica. De-pois, misturei essas duas reali-dades, e o que fao at hoje:descobrir novos mundos.

    l Que mundos so esses?Os mundos dos Autmatos

    Celulares, campo da cinciacomputacional com sistemassimples que se propagam notempo, numa disciplina cha-mada Vida Artificial, ou A-life.Nos ltimos 30 anos, tenhoaplicado esses processos emarte temporizada, impressos earte pblica de grande escala.

    l Em que futuro esta formade arte vai desaguar?

    Meu sonho que, no devir,processos computacionais, co-mo os que desenvolvo, sejamcapazes de criar arte autono-mamente, sem qualquer parti-cipao da mente humana.

    ANTONIO SCORZA

    2 l O GLOBO 2 Edio Quarta-feira 8 .7 .2015

    Pgina 2

    Loteriasl O leitor deve checar os resultados em agncias oficiais e nosite da CEF porque, com os horrios de fechamento do jornal,os nmeros aqui publicados, divulgados sempre no fim danoite pela CEF, podem eventualmente estar defasados.

    QUINA 3.825

    l07 l16 l40l60 l67

    DUPLA SENA 1.4001 sorteio 2 sorteio

    l02 l08 l11 l27 l37 l45 l07 l08 l11 l33 l36 l38

    Leia tambm_

    Rio

    Estudante que estava desaparecida encontrada em Ipanema PGINA 10

    Economia

    Dados preliminares indicam recuode 3% na arrecadao em junho,dificultando meta fiscal PGINA 19

    Mundo

    Em resposta ofensiva nigeriana,Boko Haram amplia ataques, com300 mortos em sete dias PGINA 27

    Impasse sobre embargo de armasao Ir adia acordo nuclear PGINA 26

    Pas

    Cmara votar proposta que reduzpropaganda eleitoral na TV PGINA 6

    Xangai cai 27% em 30 dias, eempresas deixam Bolsa PGINA 21

    Guardies da Histria

    Cuidado. Paulo Luiz e o acervo fsico: valorizao crescente da memria

    POR DENTRO

    A jornada dos 23 guardiescomea s 8h e se estendeat as 23h, numa rotina si-lenciosa e atenta de quem tem otempo como aliado. Encaram opassar de dias, meses, anos comserenidade, porque nele reside oofcio que escolheram: manterviva e presente a Histria. Os in-tegrantes do Centro de Docu-mentao e Informao (CDI) doGLOBO preservam todo o conte-do do jornal ao longo dos lti-mos 89 anos, 11 meses e nove di-as (contando hoje), e para sem-pre. Um trabalho precioso ecrescentemente valorizado.

    Eles viajam diariamente ao

    passado recente e remoto. Guar-dam relquias, como a lendriafoto do presidente WashingtonLus, feita por Roberto Marinhoem pessoa, ou a de Getlio Var-gas deixando o Palcio do Cateteem 1945 (flagrante de AntnioMonteiro); indexam imagens,textos e infogrficos digitais pro-duzidos diariamente; adminis-tram o acervo fsico, com mais deoito milhes de fotogramas e 30mil pastas de texto; e ainda guar-dam a coleo com todos osexemplares do jornal, desde oprimeiro, de 29 de julho de 1925.

    So 18 funcionrios, quatro es-tagirios e um jovem aprendiz,

    que trabalham sob o comandode Flvia Campuzano, gerente daAgncia Globo. Vm de l, alis,as maiores demandas atualmen-te cerca de 70% do trabalho doCDI destinam-se a clientes exter-nos, em pedidos variados, deagncias de publicidade, jornaisde todo o Brasil e pesquisadores.

    Os sites de busca ajudaram

    a reduzir as dvidas dos repr-teres, mas as muitas platafor-mas em que O GLOBO est exi-gem constante abastecimentode textos e fotos explica o his-toriador Paulo Luiz, um dos trssupervisores do setor. A valo-rizao da memria no parade crescer festeja o guardioda Histria. l

    ALEXANDRE CASSIANO

    Eu me lembro da capa do GLOBO no dia seguinte morte de Michael Jackson. Achamada falava sobre o que tinha acontecido com ele e a repercusso da histria.FERNANDO LOUREIRO, 21 ANOS, estudante

    DEPOIMENTOS veja o vdeo: http://bit.ly/1B8pNGK

    |Panorama

    poltico|

    _

    O PMDB tenta convencer o PT a baixar a guarda.Acredita que a crise poltica inflada pelobate-boca e que a melhor ttica a lei do silncio. _

    Com Amanda Almeida, sucursais e [email protected]

    _ILIMAR FRANCO

    [email protected]_

    Na prensaRepresentantes daoposio tm conversadocom frequncia com osministros do TCUindicados pelo PMDB doSenado: Vital do Rgo(foto) e Bruno Dantas.Acreditam que eles so osmais vulnerveis pressopelo voto favorvel scontas da presidente Dilma. O Planalto tambm acusado de pressionar o Tribunal de Contas.

    AILTON DE FREITAS/1-12-2014

    _

    Baixar a bola? Ns vamos para cima deles (as oposies).No tem essa de amenizar.Vamos para a beligerncia Humberto Costa Lder do PT no Senado_

    A cada dia sua agoniaDiante da postura dos petistas de votarem contrapropostas e posies do governo nos plenrios daCmara e do Senado, os aliados esto optandopor seguir o PT ao invs de acompanhar oPlanalto. Se os petistas no querem se desgastarcom eleitores e os movimentos sociais, os demaisgovernistas tambm no querem perder pontoscom suas bases. O governo Dilma no tem maisaliados incondicionais e ter de negociar medidapor medida. O Planalto j vinha tendo que fazerisso com o principal partido do governo, o PT. Apartir de agora ter que ouvir todos os demais. Older do PP, Dudu da Fonte, informa que sualegenda decidiu que o partido vai tratarindividualmente cada votao. O PP tem umabancada de 39 deputados e de 5 senadores.

    Via satliteDetectado pela rea de Inteligncia das ForasArmadas o instrumento usado, pela CIA e pelaNSA, para espionar a aeronave presidencial. Osistema de comunicao do avio americano epode ser acessado a qualquer momento.

    No tem molezaA presidente Dilma deu duas broncas na reuniode lderes de anteontem. Uma em Lus Adams(AGU), que no estaria explicando direito a defesadas pedaladas (TCU). Outra no garom, por estardemorando a servir o suco para os presentes.

    Separao de corposDiante de manifestaes do PSDB de que queriacassar, no TSE, a chapa Dilma Rousseff-MichelTemer, o PMDB fez consultas a juristas. Essesdisseram aos seus dirigentes que a tese no temqualquer sustentao. A prestao de contas dascampanhas no so conjuntas (da coligao),mas feitas separadamente pelos partidos.

    Nos bastidoresOs assessores da presidente Dilma no sabem, ouno querem contar, quem a preparou para aentrevista concedida Folha de S.Paulo. H noPlanalto quem diga que ela no recebeunenhuma orientao e falou espontaneamente.

    Correndo contra o tempoA presidente Dilma ganhou uma semana paraconstruir uma alternativa s novas regras decorreo do FGTS. Mas o governo vai atuar paraadiar a votao para o segundo semestre. Paraisso, ter que obter a solidariedade de sua base.

    O Senado no dar a ltima palavra sobre aemenda que reajusta os aposentados pelacorreo do salrio-mnimo. Os senadoresvo aprovar emendas para que a MP volte Cmara. O governo alega que a emenda vaigerar gastos extras anuais de R$ 9,2 bilhes.Senadores, do governo e de oposio, dizem:quem pariu Mateus que o embale. Caber Cmara manter seu texto ou deixar morrer.

    A responsabilidade da Cmara

  • JORGE WILLIAM/24-6-2015

    CRISE POLTICA_

    Troca de golpesAps Dilma desafiar oposio a derrub-la, adversrios trocam acusaes de golpismo

    -BRASLIA- Governo e oposio trocaram ontem acu-saes de golpismo em meio ao agravamento dacrise poltica. O dia lembrou os momentos maisacirrados da campanha eleitoral do ano passado,na qual a presidente Dilma venceu Acio Neves(PSDB). De um lado, Dilma escancarou o tema ementrevista publicada ontem na Folha de S.Paulo,classificando alguns dos adversrios de golpistase atacando duramente a possibilidade de deixar ocargo por condenao do Tribunal de Contas daUnio (TCU) ou do Tribunal Superior Eleitoral(TSE): Eu no vou cair. No vou, no vou, repetiu.

    No incio da tarde, o PSDB reagiu no mesmotom. Em nota, Acio, presidente do partido, afir-mou que o discurso de Dilma uma sada para fu-gir de investigaes e contra-atacou: Tudo quecontraria o PT e os interesses do PT golpe!

    No texto, Acio disse que o discurso do golpe re-petido por Dilma e petistas uma estratgia parainibir a ao de instituies e da imprensa em rela-o s denncias de corrupo e manobras fiscais.

    Houve tambm elogios entre os aliados, comoos do senador Lindbergh Farias (PT-RJ):

    Ela fez certo, a situao grave. Ela pare-ceu, depois de muito tempo, a Dilma coraovalente, disposta a brigar disse Lindbergh, re-ferindo-se ao slogan da campanha reeleio.

    O lder do PSD na Cmara, Rogrio Rosso (DF),elogiou apontando sinais de segurana:

    Quando ela diz que no vai cair, est convictae tranquila sobre qualquer responsabilidade.

    Ao comentar as declaraes de Dilma de queno vai cair, o presidente do Senado, Renan Ca-lheiros (PMDB-AL), disse que a sada para a crisedeve estar dentro dos limites da Constituio:

    No vamos silenciar, jamais, com qualquersada construda fora desses limites. O PMDB temsido, ao longo dos tempos, o pilar da governabili-dade. E quer, claro, colaborar para sadas corretaspara o pas. Mas dentro da lei, da Constituio.

    O ministro do TCU Augusto Nardes, relator dascontas de 2014 de Dilma, tambm reagiu entre-vista, em que ela refutou as pedaladas fiscais:

    No existe golpe nenhum. O TCU cumpre alegislao. As instituies tm de funcionar e tmde ser fortes. No h sentimento de golpismo. l

    que teria tentado suicdio: Eu no quis me suicidarna hora em que eles estavam querendo me matar!A troco de que vou querer me suicidar agora?, disseDilma, recorrendo ao passado de tortura como pre-sa poltica na ditadura para demonstrar resistncia.Em outro trecho, ela desafia a oposio a demons-trar qualquer envolvimento seu no escndalo decorrupo da Petrobras: Vo reescrever (minha bi-ografia)? Vo provar que algum dia peguei um tos-to? Vo? Quero ver algum deles provar.

    ALIADOS SE DIVIDEM SOBRE EFEITO DA ENTREVISTA O senador Romero Juc (PMDB-RR) disse que aentrevista lembrou os momentos que precede-ram o impeachment de Fernando Collor, em1992, em que o ex-presidente dizia que resistiriaat o fim de seu mandato:

    Pense num juzo! A presidente Dilma deuuma de Collor, chamou a crise para si.

    O senador Jorge Viana (PT-AC) afirmou queDilma no deveria ter dado tanto destaque stentativas da oposio de abreviar seu mandato:

    No precisava ter gasto tanto tempo falan-do do PSDB. Deixa a gente (parlamentares)tratar dos golpistas. Isso problema nosso.

    Mais tarde, Acio ironizou a reao de Dilma aosdiscursos de tucanos na conveno do PSDB, nofim de semana, em que se diziam preparados paraassumir o governo em caso de impedimento, pelaJustia Eleitoral, da chapa eleita em 2014 por algu-ma irregularidade no financiamento da campanha.

    Olha o nvel de instabilidade emocional epoltica da nossa presidente! No achava que anossa convenozinha ia deix-la to assusta-da. Ela piscou. Est to fragilizada que passourecibo comentou Acio, no Senado.

    O tucano disse que o PT utiliza muito mais apalavra impeachment do que a oposio.

    No com o PSDB que ela tem que se preo-cupar, mas com os tribunais que a esto investi-gando por crime de responsabilidade e por utiliza-o de dinheiro oriundo da propina da Petrobrasna sua campanha disse: Golpe, se h algumtentando, no a oposio. o governo do PT.

    Do outro lado das trincheiras, a base da presi-dente se dividiu em relao aos efeitos da entre-vista dela. Enquanto petistas comemoraram areao da presidente, outros aliados criticaram.

    Na entrevista, a presidente chegou a falar sobreboatos que correram as redes sociais semanas de

    ANDR DE SOUZA, CHICO DE GOIS, CRISTIANEJUNGBLUT, VINCIUS SASSINE E MARIA [email protected]

    Quarta-feira 8 .7 .2015 2 Edio O GLOBO l 3

    Pas

    EURICO FIGUEIREDO Diretor do Instituto de Estudos

    Estratgicos da UFF

    Numa democracia, legtimo aoposio se mostrar como tal, e a

    presidente se defender. Nas demo-cracias consolidadas, respeita-se a

    rotatividade pacfica do poder. Mas,nelas, coloca-se tudo em jogo, me-nos a prpria estabilidade, que oque nossas lideranas esto fazen-do. Uma alternativa democracia

    a anarquia, num primeiro e curtomomento, e depois sabemos quevem a ditadura. Quando falo de

    lideranas, incluo a oposio, alia-dos, Dilma, Lula, FH, os presidentes

    de Cmara, Senado, TCU. Dilmatem viso de Estado ao afirmar quepe todos os meios a favor da apu-rao da corrupo, o que verda-

    de, e ela ter mantido o ministroCardozo mostra isso. Mas Dilma

    tem mesmo uma viso de governoe ajudou a criar instabilidade ao

    desfavorecer o PMDB no Minist-rio; tirou seu pilar no Congresso.

    Ela tambm ajuda a criar instabili-dade com comparaes estapafr-dias como a de interrogatrios na

    ditadura e na democracia. E Dilmaprecisa ver que o cara na rua nem

    quer saber o que pedalada fiscal;quer saber do preo da gasolina. Ela

    est atrasada, deveria ter reagidoantes, na poltica e tambm na

    economia. Mas ainda d tempo.

    O QUE ELA DISSE

    POR QUE ELA DISSE

    Eu no vou cair. Isso moleza, isso luta poltica. As pessoas caem

    quando esto dispostas a cair. Noestou. No tem base para eu cair. E

    venha tentar

    Sobre a defesa de seu afastamento pormembros de partidos da oposio

    Isso do ponto de vista de uma certaoposio um tanto quanto golpista. Euno vou terminar (o mandato) por qu?

    Para tirar um presidente, tem queexplicar por que vai tirar

    Para chamar de golpismo previso deoposicionistas de que no terminar seu mandato

    uma coisa estranha. Porque, paramim, no mesmo dia em que recebo

    doao, em quase igual valor ocandidato adversrio recebe tambm.

    O meu propina e o dele no?

    Ao lembrar que Acio Neves tambm recebeudoaes de empresas citadas na Lava-Jato

    No acho que houve o que nos acusam.O que adotamos foi adotado muitas

    vezes antes de ns. Gostaria de saberem que legislao est em queproporo altera a qualidade

    Sobre o risco de o TCU rejeitar suas contas por causadas manobras fiscais conhecidas como pedaladas

    RICARDO ISMAELCientista poltico

    da PUC-Rio

    Dilma j estava sendo pressionadapor Lula e pelo PT. A reao dela

    agora no nasceu domingo, com ascrticas na conveno do PSDB. Foi

    um acmulo da presso interna comessas crticas, e com dois fatos que atiraram da zona de conforto: o prazodado pelo TCU para sua defesa (con-tra a acusao de que realizou mano-bras contbeis chamadas de pedala-

    das fiscais); e a delao de RicardoPessoa (empreiteiro da UTC investi-gado na Lava-Jato, que falou de doa-es para sua campanha que seriampropina). Acumulou-se a isso a que-da de popularidade. Ao falar, Dilma

    pe mais pimenta na panela, porqueacaba chamando a ateno at dequem no acompanhava o debate.

    Mas, se fica calada, d a sensao deque no reage. Desqualificar a dela-o de Pessoa, por exemplo, estra-tgia contra a anlise de suas contas

    de campanha pelo TSE. E, no caso daanlise do TCU, que vai para o Con-gresso depois, Dilma se rene com

    aliados, o governo diz que pedaladatodo mundo faz. Ela viu que a postu-

    ra de ficar olimpicamente calada,andando de bicicleta, no estava

    dando certo. Foi um discurso defen-sivo, mas Dilma tinha que correr o

    risco de falar. Para quem votou nela, importante.

    PAULO BAA Cientista poltico

    da UFRJ

    Dilma estava muito acuada. Mas,nos ltimos dias, a crise comeou a

    ganhar outro contorno, com EduardoCunha falando sobre parlamentaris-mo e criticando Michel Temer; espe-

    culao sobre o PMDB se aproxi-mando de Jos Serra; PSDB falandoem assumir o governo. H um climade desnimo que abre espao para aoposio. A sensao que se tem de

    um governo velho, num incio demandato. Ento, Dilma precisava

    reagir, precisava desse rompimentode isolamento para sua imagem

    pblica. Sem dvida (o marqueteiro)Joo Santana deve ter participaonessa orientao. Um dos vetores

    dessas declaraes dela foi dizer quetem como se defender de tudo. Outro

    vetor foi estabelecer pontes com oPMDB ao dizer: O PMDB timo.

    Dilma tem de assumir mesmo a crisepara ela, para dizer que a bola tem

    dono. Precisa mostrar que assumiu aliderana, porque no presidencialis-mo o presidente tem de ser forte. Sno sei se essa reao ter efeitos toimediatos. Para isso ocorrer, preciso

    haver medidas econmicas e depoltica social. Dilma precisa de

    medidas que no sejam a negociaode cargos com aliados. Essa reao svai valer o esforo se tiver uma conti-

    nuidade na economia.

    CARLOS MELO Cientista poltico

    do Insper

    Dilma deu a entrevista no piormomento porque fica parecendo

    uma resposta conveno tucana,que aconteceu no domingo. No

    acertou nem no momento, nem nocontedo. Ela repete a crtica

    figura do delator, que j no tinhapegado bem antes, abusa em cha-mar os entrevistadores de queri-

    dos muitas vezes, um tique nervo-so que ela j tem h tempos, e

    ainda se diferencia do Lula ao dizerque discorda dele sobre estar no

    volume morto. Alis, pela primeiravez, ela no chama Lula de presi-dente Lula, como sempre fez. Voc

    l nas entrelinhas que ela estnervosa, distante de Lula e do PT,impaciente e reativa. Os leitoresveem uma presidente perdida e

    isso uma mensagem ruim para omercado. Estrategicamente teriasido melhor ficar calada. Se a en-trevista j estivesse marcada, eladeveria ter desmarcado. Ao falar,ela no saiu da agenda negativa e

    entrou no jogo da oposio, depoisde passar semanas tentando pro-duzir uma agenda positiva. A en-

    trevista um erro primrio decomunicao, mostra afobao,

    algo tpico de quem est sofrendodo fgado. Ela diz que no vai cair,

    mas no diz em que vai se segurar.

    RUBENS FIGUEIREDOCientista poltico do Centro de Pesquisa

    e Anlises de Comunicao (Cepac)

    Se avaliarmos a entrevista, doponto de vista do governo e de seusaliados, foi favorvel. Mas precisa-

    mos lembrar que ela tem 9% ou10% de aprovao e falou com umasociedade que a desaprova, em suamaioria. Esse tom de bravata que a

    presidente usou cria ainda maisantipatia. Ela est acuada. E aindatem um governo impopular ado-

    tando medidas impopulares numasituao de crise econmica, ouseja, o quadro no favorvel.

    Sobre denncias contra o seu go-verno, as instituies tm de averi-

    guar o que aconteceu. A personalidade dela de uma

    mulher resistente, que tem umafora interior muito grande. Ela

    tem de dar uma resposta para den-tro do governo, para as pessoas

    terem um argumento para usar naluta poltica. Nesse sentido, at

    demorou a faz-lo. Mas no umaentrevista que vai serenar os ni-

    mos. Pelo contrrio, vai gerar umapolmica muito grande. Vale lem-brar que, em artigo recente, o ex-presidente Fernando Henrique

    falou de responsabilidade da opo-sio. A entrevista da presidente

    joga querosene na fogueira. (Ales-sandra Duarte, Mariana Sanches e

    Leonardo Guandeline)

  • brincou, ento, com o senador: O senhor no deve ter notado, mas falou

    que na conveno foi reeleito presidente daRepblica. O senhor j usou essa expresso...

    No, presidente do PSDB retrucouAcio, sem se referir ao erro.

    Acio classificou como pattica a entre-vista da presidente Folha de S.Paulo, e dis-se que ela est acuada. Ele tambm refutoua afirmao de que a oposio est defen-dendo um golpe contra a democracia. l

    Em entrevista Rdio Gacha, de Por-to Alegre, o senador Acio Neves co-meteu um ato falho ontem e disseque, no domingo passado, havia sidoreeleito presidente da Repblica. Na verdade,ele se referia sua reconduo presidnciado PSDB na conveno do fim de semana.

    A afirmao surgiu quando o senador, can-didato derrotado s eleies presidenciais de2014, respondia a pergunta sobre a possibili-dade de impeachment de Dilma Rousseff.

    O que ns dissemos na conveno destedomingo, que me reelegeu presidente da Re-pblica, de que o PSDB um partido prontopara qualquer que seja a sada, inclusive apermanncia da presidente disse Acio.

    O comunicador que conduzia a entrevista

    Acio Neves e seu ato falhoEm entrevista, tucano disse que

    no ltimo domingo foi reeleitopresidente da Repblica

    ANDRE COELHO

    Tucanos. Aloysio e Acio: equivoco na entrevista

    NO AR

    FLVIO [email protected] ALEGRE-

    4 l O GLOBO l Pas l Quarta-feira 8 .7 .2015

    MERVALPEREIRA

    | |

    [email protected]

    Fala-se com muita facilidade em golpesantidemocrticos da oposio, para defender omandato da presidente Dilma, que est cercadapelos sete lados com acusaes diversas, que vodesde o financiamento ilegal de sua campanhaeleitoral at irregularidades fiscais e autorizaesindevidas para o gasto pblico.

    A verdadeira Repblicade Bananas

    D izem que seramos malvistos internacional-mente caso um segundo presidente da Rep-blica em 23 anos fosse impedido de continuarno cargo. Os Estados Unidos passaram por situaosemelhante, e por questes bem mais prosaicas, enunca foram chamados de Repblica de Bananas.

    Depois de Richard Nixon ter renunciado em 1979, noescndalo do Watergate, para no ser impichado, 19anos se passaram e em 1998 estourou o escndalo se-xual do presidente Bill Clinton, que teve uma relaocom uma estagiria da Casa Branca, Monica Lewinsky.

    O caso quase levou ao seu impeachment, mas os Re-publicanos no tiveram votos suficientes para tal. Emnenhum momento, falou-se de golpe antidemocrti-co, embora estivesse claro que os adversrios do presi-dente se utilizavam do episdio para tentar derrub-lo.

    Ora, seremos realmente uma Repblica de Bana-nas se, ao contrrio, decidirmos que um presidente daRepblica est acima da lei e pode fazer qualquer coisano exerccio do cargo, porque foi eleito pelo povo.

    Seremos uma Repblica de Bananas se o presi-dente da Repblica se sentir com fora suficiente pa-ra enfrentar os rgos de controle como o Tribunalde Contas da Unio (TCU) ou o Tribunal SuperiorEleitoral (TSE) e desafi-los, como fez a presidenteDilma na entrevista que concedeu Folha.

    Querendo transformar a polmica em que est en-volvida em luta poltica, o que ela quer minimizar asirregularidades cometidas. Ao admitir que fez realmen-te as pedaladas fiscais, sem encontrar explicaesdentro da lei que as justifiquem, alega que governos an-teriores, especialmente os de Fernando Henrique, tam-bm fizeram.

    Como se um erro justificasse outro, se que ocorrerammesmo as pedaladas anteriormente. Caber a ela pro-var isso no documento que encaminhar ao TCU, e nempor isso sua burla Lei de Responsabilidade Fiscal deve-ria ser perdoada, embora j existam polticos se movi-mentando para chegar a um acordo possvel, isto , casoo TCU rejeite as contas com base nas pedaladas, que apresidente admita o erro e se comprometa a no utilizarmais essa contabilidade criativa.

    Mas e as demais acu-saes, de aumento degastos sem autorizaodo Congresso, gastosalm do previsto no Or-amento para aumentarprogramas sociais comoo Bolsa Famlia ou o Fiesem ano eleitoral? O fato que a presidente pis-cou, chamou para den-tro do Palcio do Planal-to a crise que pode levara seu impeachment, co-mo bem registrou o se-nador Romero Juc, umobservador atento do ce-nrio poltico h muitotempo, comparando-a aCollor antes do ocaso desua Presidncia.

    As reunies polticasdurante o dia e a entre-vista Folha tiveram ainteno de reanimar abase poltica, que andadesorientada. Mas naverdade ela est depen-dendo mesmo doPMDB, que ser o juiz daquesto no Congresso.

    O PMDB provavel-mente no aceitaruma soluo que impli-que a impugnao dachapa, pois o vice Te-mer ser levado de roldo, mas uma impugnao dapresidente Dilma uma questo a ser negociada nomomento em que se apresentar concretamente.

    A avaliao de foras levar em conta at mesmo ocomportamento das ruas. Independe da vontade dapresidente da Repblica a deciso sobre seu mandato,embora atitudes como as de segunda-feira possamcriar fatos polticos a seu favor, para proteg-la.

    A reao poltica tem um valor em si, inclusive pa-ra a definio dos ministros do TCU e do TSE. evi-dente que impichar um presidente no uma tarefatrivial, preciso prova conclusiva. Mas a presidenteDilma est fraca politicamente, com apenas 9% deaprovao, e a tendncia no melhorar.

    Essa luta poltica, no momento, desfavorvel a ela,inclusive porque os fatos esto contra ela, com ou sembravatas. E, afinal, numa democracia, os fatos devemfalar mais alto do que os arreganhos do Poder. l

    1Dizem que seramosmalvistosinternacionalmente casoum segundo presidente em23 anos fosse impedido decontinuar no cargo. OsEstados Unidos passarampor situao semelhante, epor questes bem maisprosaicas, e nunca foramchamados de Repblica deBananas

    2Ora, seremos realmenteuma Repblica deBananas se, ao contrrio,decidirmos que umpresidente est acima dalei e pode fazer qualquercoisa no exerccio do cargo,porque foi eleito pelo povo

    3Essa luta poltica, nomomento, desfavorvel aDilma, inclusive porque osfatos esto contra ela, comou sem bravatas

    UOs pontos-chave

    acesse

    140BOULEVARD RIO SHOPPING Rua Baro de So Francisco, 236SHOPPING NOVA AMRICALinha Amarela, Sada 5 e Metr Del CastilhoGUANABARA ALCNTARAAv. Jornalista Roberto Marinho, 221

    COPACABANA Rua Barata Ribeiro, 181 DUQUE DE CAXIAS (PREZUNIC CENTER)Rua Jos de Alvarenga, 95NOVA IGUAU Av. Nilo Peanha, 639SULACAP (PARQUE SHOPPING SULACAP)Av. Marechal Fontenele, s/n

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    140

    -BRASLIA- Os discursos dos diri-gentes do PSDB na convenodo ltimo domingo dizendo-seprontos para assumir o governofuncionou como catalisador dareao da presidente DilmaRousseff e do PT. Os petistas de-cidiram usar o discurso golpis-mo como forma de tentar rea-glutinar sua base social. O mo-vimento, capitaneado pela pr-pria presidente, foi seguido noCongresso, onde as bancadasde deputados e senadores doPT divulgaram notas atacandoo PSDB e ocuparam as tribunas.

    Os lderes da base reuniram-se com o vice Michel Temer e,em tom menos agressivo, tam-bm defenderam em nota omandato de Dilma e do vice.No documento, os parlamen-tares afirmaram seu profundorespeito Constituio e seuinarredvel compromisso"com a vontade popular expres-sa nas urnas.

    Muitas vezes aparece umaou outra informao segundoa qual um partido est descon-tente, ento eles decidiram foiexatamente revelar essa uni-dade. No latim se diz: verbavolant scripta manent, quer di-zer: as palavras voam, o escritose mantm. Foi isso que eles fi-zeram justificou Temer.

    O governo est preocupadocom o tamanho das manifesta-es contra a presidente mar-cadas para o dia 16 de agosto,desta vez com articulao fortedos partidos de oposio. O te-mor que elas piorem aindamais o clima poltico e influen-ciem os ministros do TribunalSuperior Eleitoral (TSE), quejulgar ao proposta pelo

    PSDB apontando abuso do po-der econmico na campanha reeleio de Dilma e do viceMichel Temer, no ano passado.

    Hoje, a preocupao com estejulgamento do TSE maior doque com o do TCU sobre as cha-madas pedaladas fiscais, quepoderia ensejar um pedido deimpeachment da presidente. Pe-tistas contabilizam, no momen-to, que trs dos sete ministros doTSE votariam com a oposio. Otemor que o depoimento Jus-tia Eleitoral de Ricardo Pessoa,dono das construtoras UTC eConstran, marcado para o prxi-mo dia 14, vire um voto e garantamaioria para a oposio.

    BANCADAS PETISTAS: TOM DURO Nas notas divulgadas ontem, otom das bancadas petistas foiduro: O PSDB parece tambmdesconhecer que o Brasil no mais uma Repblica de Bana-nas, que d ensejo a golpescom base em pretextos jurdi-cos canhestros, diz trecho danota divulgada pelo PT no Se-nado.

    Os senadores do PT recorre-

    ram at a Tancredo, av do presi-dente do PSDB, senador AcioNeves (MG), para atac-lo. A-cio Neves, que parece cada vezmais inspirado pelo esprito gol-pista da UDN de Carlos Lacerda,deveria se inspirar mais na figurademocrtica e visceralmente an-tigolpista de seu av, diz a nota.

    Na noite de segunda-feira, Dil-ma recebeu o presidente da C-mara, Eduardo Cunha, e MichelTemer para uma reunio reser-vada no Palcio da Alvorada, quedurou mais de uma hora. Dilmafez um apelo a Cunha para queevite pautar projetos que prejudi-quem as contas do governo e pe-diu que fosse adiada a votao daproposta que aumenta a corre-o do FGTS. A presidente argu-mentou que a aprovao poderiaquebrar o Minha Casa MinhaVida, cujos emprstimos sosubsidiados pelo fundo. Houvecerta tenso quando Cunha re-bateu Dilma, afirmando que issono verdade, j que a mudanaocorrer apenas sobre os depsi-tos futuros. (Colaboraram Cristi-ane Jungblut, Jnia Gama eWashington Luiz) l

    No governo, porm, relao instvel com PMDB e protestos preocupam

    [email protected]

    GIVALDO BARBOSA

    Unidos? Em reunio, Temer e aliados: apoio ao mandato de Dilma e do vice

    PT e base aliada defendem Dilmae tentam demonstrar unidade

    CRISE POLTICA_

    Classificados do Rio. Achou de verdade.

    classificadosdorio.com.br2534-4333

    Classificados do Rio. Achou de verdade.

    classificadosdorio.com.br2534-4333

    E m 1985, comoum dos primei-ros a entrevistaro ento presiden-te Jos Sarney em seu ga-binete, afoito perguntei-lhe quem achava que po-deria ser seu sucessor.

    Meu filho, certas pa-lavras so impronunci-veis na boca do presiden-te. Seu eu tratar desse te-ma, meu governo acabaagora.

    Dilma rompeu esse c-digo do poder, pela pri-meira vez, ao dizer que nohaveria impeachment ne-nhum. Com isso, levou adiscusso para dentro dogoverno. No vou cairsoa agora at mais forte.

    Se Lula tambm errouao se antecipar ao calen-drio da crise, com frasesdo tipo eu vou me defen-der na rua, no vou mesuicidar, no mximo, co-mete um spoiler, sem aresponsabilidade de estarsentado na cadeira depresidente.

    Na entrevista, Dilma re-pete o equvoco de com-parar delaes sob torturacom delaes premiadas,sancionadas por ela, compompas e circunstncias,dentro do programa decombate corrupo.

    Fica patente na entre-vista que a presidenteainda no botou os psna realidade da crise po-ltica que consome seugoverno, principalmentequando abordada sobreo fato de partidrios doPMDB j estarem conver-sando abertamente comsetores do PSDB sobresua sada. Ela no s ne-ga, como ainda diz que oPMDB timo. A no serque estivesse a exerci-tando uma fina ironia, jno limite do deboche.

    Em todo caso, Dilma,imobilizada, fez o queUlysses Guimares cos-tumava dizer: Minha fi-losofia a do soldadofrancs: estou cercado,eu ataco! l

    [email protected]

    Cdigo dopoder foirompido

    Artigo

    A presidente aindano botou os ps na

    realidade da crise queconsome seu governo

  • Quarta-feira 8 .7 .2015 l Pas l O GLOBO l 5

  • 6 l O GLOBO l Pas l 2 Edio Quarta-feira 8 .7 .2015

    -BRASLIA- O projeto de lei que comple-mentar a proposta de reforma polticada Cmara tentar reduzir os custos dascampanhas. O texto prev a diminuioda durao do perodo de campanhaeleitoral nas ruas e do horrio eleitoralgratuito de rdio e TV. Tambm fixa tetomais rigoroso para as doaes empresa-riais e reduz de um ano para seis meses oprazo de filiao para um candidatoconcorrer por um partido. A inteno tentar votar o projeto ainda hoje ou, nomximo, at a prxima semana.

    O projeto reduz de 90 para 45 dias otempo das campanhas eleitorais nas ru-as. E diminui para 30 dias, no primeiroturno, o prazo da propaganda eleitoral nordio e na TV. Privilegia os comerciais deat um minuto no meio da programao,em vez dos blocos de propaganda quechegavam a 50 minutos no horrio nobre.

    No caso de prefeitos e vereadores, oprojeto estabelece que no haver maisesses blocos, s comerciais ao longo daprogramao. Nas eleies gerais (presi-dente, governador, senador e deputados),os blocos dirios caem de 50 minutos pa-ra 30 minutos (duas vezes ao dia), almde comerciais de 30 segundos e 1 minuto,ao longo da programao das emissoras.

    FINANCIAMENTO PODE VOLTAR AO DEBATEOntem noite, a Cmara aprovou em se-gundo turno o texto-base da PEC da re-forma poltica, por 420 votos a 30. Mas avotao dos destaques, que podem alte-rar o texto j aprovado, foi adiada para aprxima semana. Os principais pontosaprovados foram o fim da reeleio e omandato eletivo de cinco anos.

    Temas polmicos podero voltar a serdebatidos na votao dos destaques, co-mo o financiamento de campanhas: hdestaques propondo a excluso da regraque permite a doao de empresas apartidos polticos, e de pessoas fsicas apartidos e a candidatos.

    Tanto a PEC da reforma poltica quan-to o projeto de lei que complementar areforma ainda tero que ser apreciadospelo Senado. Com o objetivo de minar aimportncia dos partidos nanicos, o pro-jeto reduz tambm a parcela do FundoPartidrio que distribuda igualmenteentre todas as legendas.

    Vamos privilegiar os partidos que ele-gem mais deputados. Reduzimos o tempodas campanhas e do horrio eleitoral, o

    que reduz muito os custos das campa-nhas. E colocamos limites para as doaese tetos das campanhas disse RodrigoMaia, relator da PEC e do projeto de lei.

    O texto da Cmara cria tetos para as do-aes empresariais. Cada empresa pode-r doar at R$ 20 milhes, desde que noultrapasse 2% do faturamento do ano an-terior. O projeto probe que empresas quetenham contratos de execuo de obrascom prefeituras, estados e Unio faamdoao no local onde executam a obra.

    Foram fixados gastos para as campa-nhas eleitorais: 70% do gasto nas lti-mas eleies. No caso da campanhapresidencial, disse Maia, o teto ser de175 milhes no primeiro turno e de R$58 milhes no segundo.

    INDEFERIMENTO DE REGISTRONo Senado, a comisso especial da refor-ma poltica aprovou regra que prev no-vas eleies, em caso de indeferimentode registro, cassao do diploma ou per-da do mandato de presidente da Rep-blica, governadores e prefeitos. A regraincluda no parecer do relator RomeroJuc (PMDB-RR) vale a partir de 2016,para decises transitadas em julgado atseis meses antes do fim do mandato.

    A jurisprudncia atual na Justia Eleito-ral, nesses casos, prev a posse do segun-do, do terceiro e at do quarto colocado naeleio. A nova regra vale para decises daJustia eleitoral. Em caso de morte ou im-peachment, continua assumindo o vice. l

    Fim da reeleio e mandato de 5 anos so aprovados em segundo turno

    ISABELBRAGA EMARIA [email protected]

    AILTON DE FREITAS/27-01-2009

    Mudana. Rodrigo Maia, relator da PEC e do projeto de lei: Colocamos limites para as doaes

    Proposta da Cmara reduz para45 dias campanhas eleitorais

    Assaltante preso a poste e linchado em So Lus

    o segundo caso deespancamento at amorte, este ano, nacapital maranhense

    BRENOBOECHATbreno. [email protected]

    Um homem foi amarrado emum poste e espancado at amorte por moradores dobairro So Cristvo, em SoLus, no Maranho, aps as-saltar uma loja. Segundo aPolcia Civil, CleydenilsonPereira Silva, de 29 anos, foilinchado, com mos, pernase tronco amarrados a umposte de luz. Um adolescen-te, que tambm participoudo assalto, foi apreendido,depois de tambm ser agre-dido pela populao.

    O caso aconteceu anteontem tarde. A dupla que tentava oassalto acabou rendida por umgrupo de pessoas. Cleydenil-son, segundo a polcia, foiagredido com socos, chutes,pedradas e garrafadas, e mor-reu no local, de hemorragia. Oadolescente teve escoriaesleves e foi levado para a Dele-gacia do Adolescente Infrator.

    O pai de Cleydenilson, quefoi ao local para reconhecer ocorpo, disse desconhecer o en-volvimento do filho com cri-mes. A Polcia Civil informouque o caso investigado em si-gilo pela Delegacia de Homic-dios da capital maranhense,que trabalha para identificaros autores do linchamento.

    Nenhum suspeito foi detido.O corpo do rapaz foi levado

    ao Instituto Mdico-Legal deSo Lus. Ainda no h previ-so para o sepultamento.

    O assassinato de Cleydenil-son no um caso isolado noestado. Desde janeiro de 2014,houve outros nove casos dejustiamento que terminaramem morte, no interior e na ca-pital maranhense.

    Este ano, alm do caso deCleydenilson, houve outraocorrncia de linchamentona capital. Um assaltante foiassassinado no bairro Tibiri,em janeiro. Em maro, nomunicpio de Z Doca, no in-terior do Maranho, dois ho-mens foram assassinados.Eram suspeitos de terem es-tuprado uma mulher.

    No ano passado, foram seiscasos registrados, um deles emAmarante do Maranho, no in-terior do estado, onde um ho-mem, acusado de estuprar ematar uma menina de 4 anos,acabou linchado. l

    Roberto Oscar Gonzlez acusado de matar o escritore militante Rodolfo Walsh

    REPRODUO

    Procura-se. Cartaz com valor da recompensa

    -PORTO ALEGRE- A Polcia Federal (PF)prendeu ontem um dos ex-policiais ar-gentinos acusados de matar o jornalistae escritor Rodolfo Walsh, em maro de1977. Roberto Oscar Gonzlez, de 64anos, foi preso em Viamo, na RegioMetropolitana de Porto Alegre, na ofici-na mecnica onde trabalhava.

    Walsh, autor do livro-reportagemOperao Massacre (1957), desapa-receu em Buenos Aires, um ano aps ogolpe militar que derrubou Isabel Pe-rn. O corpo do escritor, que militavana organizao Montoneros, nunca foiencontrado.

    H dez anos, Gonzlez era procura-do; seu nome integrava a lista de fugiti-vos da Interpol. Ele tambm era procu-rado por sequestro, crcere privado,tortura, ameaa, roubo qualificado,alm de abuso de funo.

    Gonzlez tinha ordem de priso, parafins de extradio, expedida pelo Su-

    premo Tribunal Federal (STF). Segun-do o pedido, feito pelo governo argenti-no, ele atuou nos sistemas de repressooficiais da Argentina entre 1976 e 1983.

    Aps a redemocratizao, Gonzlezcontinuou praticando crimes comunsat 1997. O acusado foi recolhido car-ceragem da PF em Porto Alegre e deve

    aguardar num presdio militar at a ex-tradio, j autorizada.

    Com Gonzlez, a polcia localizou oparadeiro de um segundo ex-policialacusado do desaparecimento de Walsh.Pedro Osvaldo Salvia morava na mesmacasa com o ex-policial capturado. Mor-reu, aos 62 anos, no dia 17 de junho,aps ser internado no Hospital de Via-mo. O corpo de Salvia est recolhido noInstituto Mdico-Legal e ficar disposi-o das autoridades argentinas.

    H cerca de cinco anos, surgiram asprimeiras informaes da possvel lo-calizao dos fugitivos. Em 2013, polici-ais argentinos foram sede da PF emPorto Alegre e reforaram a importn-cia da captura dos acusados. Ano pas-sado, uma multa de trnsito de um ve-culo vinculado a uma empresa de Gon-zlez, registrada antes do pedido depriso, deu a pista mais concreta.

    Os dois ex-policiais faziam parte deuma lista de quatro agentes da ditaduramilitar argentina procurados no Brasil.Em 2013, a PF j havia prendido em Pa-raty, no litoral do Rio, Gonzalo Sn-chez, acusado dos mesmos crimes.Ainda esto foragidos os ex-policiaisJuan Carlos Liarez e Juan Carlos Fo-tea, tambm acusados de envolvimen-to na morte de Walsh. l

    PF prende ex-repressor argentino no Sul

    FLVIO [email protected]

    Ato contra Cunharene 700 no RioEntidades estudantise siglas de esquerdacriticam atuao do

    presidente da CmaraLETICIA [email protected]

    Um enterro simblico da de-mocracia, com direito a caixoe velas ao redor. Foi assim queterminou o protesto que cercade 700 pessoas, na avaliao depoliciais militares e dos prpri-os manifestantes, fizeram on-tem contra o presidente da C-mara dos Deputados, EduardoCunha (PMDB-RJ), no Centrodo Rio. A manifestao pacfi-ca comeou na Candelria eseguiu at o Largo da Carioca.

    O grupo de estudantes e or-ganizaes de esquerda liga-das a partidos como PT, PSOLe PCdoB criticou bandeirasdo deputado, como a constru-o de um anexo na Cmara,chamado de Parlashopping,e a reduo da maioridadepenal para 16 anos em caso decrimes hediondos. A propostafoi aprovada semana passadana Casa, aps uma manobrado peemedebista.

    Decidimos que a gente fa-ria um enterro simblico por-que o Cunha est atropelandoa democracia disse LeandroUchoas, militante do PSOLque caminhava frente dosdemais segurando um caixocom a palavra democracia.

    Durante o ato, os manifes-tantes caminharam com pipas

    onde se lia voa, juventude eno reduo. Eles tambmgritavam palavras de ordemcomo Cunha ditador,acompanhados por msicosque tocavam instrumentos desopro e percusso. Nos carta-zes, mensagens como shop-ping no Congresso? e pelareduo da picaretagem, almde crticas aos cortes no Ora-mento da Unio feitos pelapresidente Dilma Rousseff .

    POLCIA BLOQUEIA CAMINHOEntre os grupos de estudantesque integraram o protesto, aUnio Nacional dos Estudan-tes (UNE), a Unio Estadualdos Estudantes do Rio de Ja-neiro (UEE-RJ) e a Unio daJuventude Socialista (UJS).

    Um retrocesso como oCunha na Cmara cristalizaaquilo que h de mais retr-grado na sociedade brasileira.O que ele est fazendo apli-car uma contrarreforma pol-tica. No tem frmula mgica(para mobilizar a sociedade), organizar as pessoas e mos-trar que ele est impondo umretrocesso. A populao tam-bm apoiou a ditadura, o na-zismo. A maioria pode estarerrada criticou Felipe Gar-cez, segundo diretor de Cultu-ra da UNE.

    Os manifestantes foram ata porta do prdio onde fica oescritrio de Cunha, no Cen-tro, apesar de a polcia tertentado fazer um bloqueio.Para evitar atos violentos, ogrupo decidiu encerrar o pro-testo no Largo da Carioca. l

    FERNANDO QUEVEDO

    Nas ruas. Protesto pacfico faz enterro simblico da democracia no Rio

    Estava errada a informao,publicada na reportagem Daditadura anistia, na pgina 5da edio do ltimo dia 6, deque o militante do PCdoBDower Cavalcante morreu naguerrilha do Araguaia. Elecumpriu pena, foi libertado ese formou em Medicina.Faleceu nos anos 1990. l

    CorreoHoje na web

    oglobo.com.br/pais

    l VDEO: Doleiro diz que foiprocurado para trazer doexterior dinheiro paracampanha de Dilma

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    | Opinio |

    TRADUOPETISTAS SE exasperam com odiretor-geral da PF, Leandro Daiello,por ele, em entrevista ao Estado deS.Paulo, ter dito que a prioridade dacorporao o cumprimento da lei,ao ser questionado sobre o que fariase o ministro da Justia, superiorhierrquico da Polcia do ponto devista funcional, pedisse para manei-rar nas investigaes de empreitei-ros que envolvessem Dilma e Lula.

    ORA, DAIELLO respondeu o bvio:organismo de Estado, a PF segue alei. Mas, enquanto a Lava-Jato avan-a, aumentam as presses para oministro Jos Eduardo Cardozo,tambm petista, enquadrar a PF.

    PRECISO perguntar o que issosignifica. Ser maneirar quandoalgum petista for identificado emuma investigao? Se for isso, petis-tas propem, na verdade, a privati-zao da PF, sua transformao emguarda pretoriana do partido.

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  • Quarta-feira 8 .7 .2015 l Pas l O GLOBO l 7

    -BRASLIA- O Conselho de Controle de Ati-vidades Financeiras (Coaf) identificoumovimentaes atpicas de investiga-dos na Lava-Jato no montante de R$51,9 bilhes. A informao foi reveladana CPI da Petrobras pelo presidente doCoaf, Antnio Gustavo Rodrigues, e resultado dos 267 relatrios feitos de2011 at agora, a pedido da Polcia Fe-deral e do Ministrio Pblico Federal.Ele afirmou que, desse total, R$ 1,381bilho foi movimentado em espcie,num tipo de operao que provocamais suspeita no sistema do rgo.

    Rodrigues ressaltou que pode haver ca-sos de algumas operaes repetidas. Des-tacou que foram alvo dos relatrios doCoaf, at o momento, 27.579 pessoas fsi-cas e jurdicas. A base para os relatriosforam 8.918 comunicaes de movimen-taes atpicas recebidas pelo rgo.

    ENTRADO DE GAIATOO presidente do Coaf observou quenem todas as pessoas citadas nesses re-latrios devem ter envolvimento diretocom os crimes investigados na Lava-Ja-to. Citou como exemplo algum que te-nha vendido legalmente um imvel pa-ra algum dos envolvidos no esquema.

    Nosso foco so as operaes finan-ceiras. Nesse meio tem gente que podeter entrado de gaiato, mas isso a in-vestigao dos rgos competentes (PFe MPF) que vai dizer explicou Rodri-gues, em entrevista aps o depoimento.

    Entre os citados nos relatrios estoalguns dos principais alvos da opera-o, como o doleiro Alberto Youssef.

    Youssef j era famoso (antes da La-va-Jato), j tinha sido investigado, fezdelao no passado, mas continuouoperando afirmou Rodrigues.

    Segundo ele, foi com base em relatrios

    do rgo sobre a atuao de doleiros quefoi iniciada a operao. Desde ento, a in-vestigao cresceu e chegou Petrobras,com a priso de ex-dirigentes, e s princi-pais empreiteiras do pas, que tiveramseus executivos presos.

    Rodrigues reclamou da falta de estru-tura do rgo que preside. Disse queenquanto o Coaf brasileiro tem 54 fun-cionrios, o rgo similar do Paraguaitem 80. Ressaltou ainda que 9 dos fun-cionrios que atuam atualmente noCoaf so cedidos por outros rgos. Eletem tentado contornar a falta de pesso-al com investimentos em tecnologia.

    Na audincia, Rodrigues afirmou ain-da que no v os bancos como coni-ventes na movimentao dos recursosdesviados da Petrobras. Ressaltou ain-da que foi por meio da comunicaodos bancos que se descobriram as mo-vimentaes. Um dos exemplos citadosfoi a tentativa do ex-diretor da Petro-bras Nestor Cerver de sacar recursos

    de um fundo de previdncia mesmosendo avisado que teria prejuzo naoperao. Cerver acabou preso antesde concretizar o saque, e o relatrio doCoaf foi um dos argumentos da priso.

    HAGE NEGA TER PROTELADO INVESTIGAOJorge Hage, ex-ministro da Controlado-ria-Geral da Unio (CGU), tambm fa-lou na CPI e negou que o rgo que che-fiava tenha protelado investigaes so-bre a empresa holandesa SBM com o ob-jetivo de proteger a candidatura reelei-o de Dilma. A acusao foi feita peloex-funcionrio da SBM Jonathan Taylor,que denunciou pagamento de propinaem diversos pases, entre eles o Brasil.

    No verdade que se teria proteladoa investigao sobre o caso, muito menospor motivao poltica. Se a denncia erapblica, qual objetivo de esconder a atua-o dos rgos de controle? Pelo contr-rio, o interesse seria o quanto antes che-gar s punies disse Hage. l

    Ao todo, mais de 27 mil pessoas fsicas e jurdicas foram alvo do rgo

    EDUARDO [email protected]

    JORGE WILLIAM

    Na CPI. Antnio Rodrigues, presidente do Coaf: Youssef j era famoso (antes da Lava-Jato)

    Coaf identifica movimentaoatpica de R$ 51,9 bi na Lava-Jato

    MPF: Odebrecht pagoua Cerver no exterior

    Juiz v risco de fugade ex-diretor da

    empreiteira que fezdepsitos fora do pas GERMANO OLIVEIRA, CLEIDECARVALHO E TIAGO [email protected]

    -SO PAULO- O Ministrio PblicoFederal afirma que documen-tos em seu poder reforam asuspeita de que a Odebrechtpagou propina tambm para oex-diretor da rea Internacionalda Petrobras Nestor Cerver, naSua. De acordo com os procu-radores, Cerver recebeu US$300 mil na conta da Forbal In-vestment Inc., aberta no Uru-guai em abril de 2008. O dinhei-ro foi depositado por BernardoFreiburghaus, apontado comorepassador de propinas para aconstrutora pelo ex-diretor daPetrobras Paulo Roberto Costa,delator da Operao Lava-Jato.

    Os pagamentos a Costa, feitospor Freiburghaus, tambm fo-ram identificados pelo MPF. Umdeles, de US$ 340 mil, foi credi-tado na Quinus Services, quepertencia a Costa e tinha Frei-burghaus como procurador.

    Os pagamentos da Odebre-cht a Cerver e a Costa foramidentificados a partir do depoi-mento de Alexandre Moura dono da Comtex, fornecedorada Petrobras. Moura disse aoMPF que Freiburghaus lhe dis-ponibilizou US$ 640 mil em es-pcie no Brasil e pediu que pa-gasse com transferncias paraduas contas na Sua a Qui-nus, de Costa, e a Forbal, naoperao conhecida como d-lar-cabo. A conta Forbal eraconta de Nestor Cerver, o queindica pagamentos da Odebre-

    cht tambm em favor de Cer-ver no exterior, dizem os pro-curadores do MPF.

    O juiz Srgio Moro informouontem ao Tribunal RegionalFederal da 4 Regio que hrisco de fuga do pas de MrcioFaria, ex-executivo da Odebre-cht, que est preso na carcera-gem da Polcia Federal em Cu-ritiba. Segundo Moro, Fariaenviou ao exterior R$ 11,4 mi-lhes no segundo semestre doano passado, depois que foraminiciadas as investigaes.

    A defesa de Faria contestou edisse que foram eles prpriosque informaram Justia so-bre as remessas, numa de-monstrao de boa-f. Paraos advogados, Faria poderiater fugido se quisesse, pois temnacionalidade sua. Mas per-maneceu no pas.

    O juiz decidiu tambm con-ceder nova oportunidade Odebrecht e aos seus executi-vos para que esclaream as 135ligaes telefnicas entre oexecutivo da empreiteira Ro-grio Santos de Arajo e o do-leiro Freiburghaus. Esta seria aprincipal prova da ligao daempresa com o operador depropina. A Odebrecht tem ago-ra seis dias para se manifestar.Segundo o MPF, 28 ligaes deArajo para Freiburghaus, noperodo de maro de 2011 adezembro de 2012, foram se-guidas de depsitos nas contasde Costa na Sua.

    Freiburghaus, que fugiu paraa Sua, teria feito depsitostambm para Pedro Barusco eRenato Duque, outros doisfuncionrios da estatal benefi-cirios de propina. Baruscoadmite. Duque nega. A Ode-brecht tambm nega ter feitopagamentos no exterior a ex-diretores da Petrobras. l

  • 8 l O GLOBO Quarta-feira 8 .7 .2015

    RioOPERAO NA URUGUAIANA_

    Polcia vai caa de piratasTrs toneladas de produtos roubados e falsificados so apreendidas no cameldromo

    PABLO JACOB

    Indisponveis para venda. Sacos com mercadorias recolhidas na operao, que dever se estender at sexta-feira: policiais suspeitam que milicianos controlam parte dos boxes

    Considerado o maior reduto de vendade produtos pirateados do estado, oMercado Popular da Uruguaiana, noCentro, amanheceu ontem com 1.100de seus 1.600 boxes interditados. Quase200 inspetores da Polcia Civil, guardasmunicipais, agentes da Secretaria Es-pecial da Ordem Pblica (Seop) e ofici-ais de Justia foram mobilizados parauma operao que teve como objetivoprincipal combater o comrcio de mer-cadorias roubadas e falsificadas. Almdisso, investigadores buscaram recibosque comprovariam o envolvimento demilicianos, policiais e at polticos emum esquema de cobrana de taxas ile-gais. Chamados para ajudar a identifi-car falsificaes, advogados do escrit-rio Dannemann Siemsen, especializa-do em propriedade intelectual, acom-panharam a operao e afirmaram queas negociaes de produtos irregularesno cameldromo movimentam cercade R$ 120 milhes por ano.

    A operao foi planejada pela Dele-gacia de Represso a Crimes de Propri-edade Imaterial (DRCPIM), que vemapurando denncias relacionadas aofuncionamento do mercado popular.Segundo a delegada titular Valria Ara-go, h suspeitas de que um grupo demilicianos atua no cameldromo, e ca-da um de seus integrantes seria donode aproximadamente 20 boxes. Passan-do-se por seguranas, eles estariamalugando esses pontos de venda, e osmais prximos da Avenida PresidenteVargas e das ruas Uruguaiana e Senhordos Passos custariam entre R$ 20 mil eR$ 30 mil por ms.

    AGENTES PBLICOS ESTO NA MIRAA locao de boxes no mercado popu-lar local no permitida: as regras domunicpio para a concesso do espaoestabelecem que s pode haver umproprietrio por boxe.

    Pedimos s duas associaes querepresentam os comerciantes listas no-minais de todos os seguranas que tra-balham no local. Vamos saber se per-tencem a empresas legalizadas e se, en-tre eles, h policiais ou guardas munici-pais. Se identificarmos agentes pbli-cos envolvidos em um esquema ilegalde explorao do mercado popular, ascorregedorias de suas corporaes se-ro acionadas disse Valria Arago.

    O advogado Roosevelt Senra, do es-critrio Dannemann Siemsen, explicouque o cameldromo da Uruguaianaconcentra cerca de 60% da venda deprodutos falsificados no estado. Segun-do ele, o Mercado de Madureira res-ponde por outros 20%, e o Calado de

    Campo Grande e a Rua Teresa, em Pe-trpolis, tambm seriam pontos de co-mrcio de mercadorias sem procedn-cia comprovada.

    No Brasil, a venda de produtos fal-sificados no cameldromo da Uruguai-ana s no maior que a da Rua Vinte eCinco de Maro, em So Paulo. Boaparte de suas mercadorias vem da Chi-na, e entra no pas pelo Porto de Santos.A fiscalizao no feita em todos oscontineres afirmou Senra.

    CERCO MONTADO E RECADASTRAMENTOA operao no mercado popular deverser realizada at sexta-feira. At l, duasquadras do cameldromo permanece-ro interditadas: somente policiais,guardas municipais, agentes da Seop eoficiais de Justia podem passar pelocerco montado no local. No fim da tar-de de ontem, trs toneladas de produ-tos apreendidos foram levadas para aCidade da Polcia, no Jacar. De acordocom a DRCPIM, as mercadorias falsifi-cadas devero ser destrudas.

    A lista dos boxes nos quais investiga-dores encontraram produtos irregula-res ser encaminhada Seop, que pro-mete abrir um novo processo de legali-zao dos comerciantes. A partir de ho-je, cada barraca voltar a ser numerada

    e, de amanh at domingo, os camelsda Uruguaiana tero de fazer um reca-dastramento em posto montado na se-de administrativa da prefeitura, na Ci-dade Nova.

    Os donos dos boxes onde foramachadas mercadorias irregulares nopodero participar desse processo.Vamos sortear os que ficarem vazios,usando uma lista de candidatos. E,agora, h uma nova exigncia paraquem quer trabalhar no Mercado Po-pular da Uruguaiana: o comercianteprecisa se regularizar como microem-preendedor individual disse o se-cretrio municipal da Ordem Pblica,Leandro Matielli.

    A presidente da Unio dos Comerci-antes do Mercado Popular da Uruguai-ana, Rosalice Rodrigues Oliveira, reco-nheceu que pelo menos 40% dos ven-dedores trabalham com mercadoriaspirateadas. Ela tambm admitiu que,em nome de sua associao, cobra decada proprietrio de boxe uma taxa se-manal de R$ 30 para manter a estrutu-ra de limpeza, custear a segurana e pa-gar a conta de luz. No entanto, Rosaliceafirmou nada saber sobre uma supostaatuao de milicianos no local. A dele-gada Valria Arago prometeu investi-gar como o espao administrado.

    Infelizmente, as pessoas so com-placentes com a pirataria. E, assim,acabam alimentando essa atividadecriminosa, que movimenta valores ele-vadssimos. Os ambulantes tm olhei-ros, e suspeitamos que utilizam at la-ranjas, ou seja, pessoas que se passampor proprietrios de boxes disse Va-lria, que, quatro anos atrs, coorde-nou uma operao semelhante na Uru-guaiana, durante sua primeira passa-gem pelo comando da DRCPIM.

    BELTRAME QUER APOIO INVESTIGAOA nova operao contou com um man-dado coletivo de busca e apreensoconcedido pela 5 Vara Empresarial doTribunal de Justia do Rio. A investiga-o foi elogiada pelo secretrio de Se-gurana, Jos Mariano Beltrame, mas,em entrevista ao RJ-TV, da Rede Glo-bo, ele afirmou que o trabalho da Pol-cia Civil depende do apoio de outrasesferas do poder pblico para dar o re-sultado esperado.

    Mais uma vez, a polcia faz essetrabalho de represso ao comrcio ile-gal, alimentado pela receptao de pro-dutos roubados e falsificados. Vamosver o que outros rgos faro com isso.Se as coisas no mudarem, continuare-mos enxugando gelo. l

    LUIZ ERNESTOMAGALHESluiz.magalhaes@[email protected]

    DESORDEM QUEDURA DCADAS

    OMercado Popular daUruguaiana foi inaugurado em1994, em terrenos do estadoremanescentes das obras do metrecedidos prefeitura para oreordenamento do comrcioambulante. At ento, camelsocupavam as caladas da AvenidaRio Branco e das ruas da Carioca eSete de Setembro. Porm, aquelesque foram para o novo espaojamais saram da informalidade. Nasemana passada, a prefeituraadmitiu ao GLOBO que no teminformaes precisas sobre osocupantes de cada barraca. Aolongo de duas dcadas, os donosdos boxes nunca pagaram a Taxade Uso de rea Pblica (R$136,04) , cobrada anualmente deambulantes legalizados.Considerando apenas milcomerciantes do local, a dvidachega a R$ 32 milhes.

    UMemria

  • Quarta-feira 8 .7 .2015 l Rio l O GLOBO l 9

    Quatro bondes de Santa Teresaentram em testes operacionaisOsrio diz que veculos logo levaro passageiros da Carioca ao Curvelo

    [email protected]

    A Secretaria estadual de Trans-portes iniciou ontem os testescom quatro dos 14 bondes quecircularo experimentalmenteem Santa Teresa. Durante aoperao, que vai durar dez di-as, os veculos percorrero o tre-cho entre a estao Carioca e a

    Rua Joaquim Murtinho. O traje-to de 900 metros ser feito sempassageiros, para avaliar os frei-os magnticos (os novos bon-des tm cinco tipos de freios,contra trs dos antigos).

    Por determinao do governoestadual, foi preciso cortar e re-baixar paraleleppedos entre ofim da Rua Joaquim Murtinho e oLargo do Curvelo. A altura do cal-

    amento comprometia a atuaodos freios magnticos sobre ostrilhos. Os ajustes devem ser con-cludos na prxima semana.

    Segundo o secretrio estadualde Transportes, Carlos RobertoOsorio, a previso que, at ofim de julho, esses quatro bon-des passem a levar passageirosentre a Estao Carioca e o Lar-go do Curvelo, das 11h s 16h,

    sem cobrana de tarifa. Acompanhados pelo fabri-

    cante dos bondes (T Trans), va-mos fazer os ajustes necessriospara recebermos a autorizao ea garantia de que os veculos es-to em perfeitas condies deuso diz Osorio, informandoque o consrcio responsvel pe-los trilhos tem at meados de ju-lho para concluir as alteraes . l

    MARCELO CARNAVAL

    Nos trilhos. Quatro bondes percorreram ontem um trecho de 900 metros

    A operao tambmservir para treinar

    os motorneiros

    Na avaliao do presidente daCompanhia Estadual de Enge-nharia e Logstica RobertoMarques, que acompanhou ostestes de ontem, o resultado foipositivo:

    O trabalho serviu para ca-librar os equipamentos e paratreinar os motorneiros que,apesar de experientes, precisa-vam usar todas as novas tecno-logias disponveis, em especialo freio magntico avalia.

    Passeando pelo Rio, o estu-dante francs Pierre Aguilar,de 28 anos, ficou encantado aover, mesmo que em fase de tes-tes, o bonde circulando pelasruas do bairro:

    a segunda vez em que vi-sito o Rio e todos meus amigosfalavam sobre o bonde de SantaTeresa. Mesmo em teste fiqueiencantado com o veculo diz.

    CUSTO DA OBRA J SUBIU 49%O morador Edson Arajo, de30 anos, no est to otimista.Ele lembra que outros testes jforam feitos e, at agora, o sis-tema no voltou a funcionar.

    muito dinheiro jogado fo-ra e que garantia temos de queos bondes vo mesmo voltar? Jhouve outros testes e, no msque vem, vamos completar maisum ano sem o sistema lamen-ta Edson, nascido no bairro.

    As obras j andaram a passoslentos e at pararam. A conclu-so, prevista inicialmente parajunho de 2014, foi adiada diver-sas vezes. Hoje, o governo do es-tado sequer arrisca uma data pa-ra o encerramento dos trabalhos.

    O consrcio Elmo-Azvi j foimultado duas vezes por proble-mas nos servios prestados. Omontante chega a R$ 1,35 mi-lho. O grupo apresentou umrecurso, que est sob anlise.

    No Largo dos Guimares ainstalao dos trilhos j foi con-cluda mas a obra ainda est emfase de concretagem no trechoda Rua Almirante Alexandrinoprximo ao Bar do Arnaudo. Ocusto total da reforma, que jest 49% mais alto que o valorinicial, passou para R$ 87,1 mi-lhes no ms passado.

    O sistema est parado desde27 de agosto de 2011, quandoseis pessoas morreram e 57 fi-caram feridas num descarrila-mento na Rua Joaquim Murti-nho. O laudo do Instituto deCriminalstica Carlos boli(ICCE) detectou 23 problemasno veculo. l

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  • 10 l O GLOBO l Rio l Quarta-feira 8 .7 .2015

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    Jovem sumida desde domingo encontrada em Ipanema

    Paulista, que fazps-graduao

    na UFRJ, estava desorientada

    Desaparecida desde domingo,a paulista Daniela Batista, de23 anos, foi encontrada ontem tarde em Ipanema. Ela estavanuma lanchonete e foi reco-nhecida por algumas pessoas.Policiais do 23 BPM (Leblon)foram chamados para acolhera estudante, que estava desori-entada. Num vdeo enviadopara o WhatsApp do GLOBO(21 99999-9110), Daniela apa-rece tentando se desvencilhardos PMs. Em determinadomomento, ela quase atravessaa pista com o sinal aberto.

    O ltimo contato de Danielacom a famlia ocorreu por voltadas 14h30m de domingo, quan-do uma mulher no identifica-da a ajudou a telefonar para opai, que vive em Botucatu, no

    interior de So Paulo. Ela teriaencontrado a jovem desmaiadano Largo da Carioca e a levadopara a Catedral Metropolitana.Daniela, descontrolada, teriacomeado a gritar. Desde ento,parentes e amigos no tiverammais notcias da jovem.

    Aluna de ps-graduao emFarmcia na UFRJ, Daniela foi

    encaminhada ontem para aCidade da Polcia, onde sereencontrou com o pai, Mau-rlio de Andrade Batista. Pelamanh, policiais civis da dele-gacia de Descoberta de Para-deiros tinham feito operaespara encontrar a jovem noCentro e em bairros da ZonaSul, onde ela fora vista.

    O pai, que chegou ao Rio nasegunda-feira, aps sete horasde viagem, distribuiu folhetoscom a foto da filha na manhde ontem, na Lagoa. SegundoNbia Almeida, amiga da jo-vem, Daniela parecia tristeantes do desaparecimento.Ela havia se mudado h pou-cos dias de um albergue emBotafogo para um apartamen-to em Copacabana, onde esta-va morando com um amigo. l

    NA WEBVDEOoglobo.com/rioImagens mostram a

    jovem sendo abordada por PM

    FOTO DO LEITOR HUMBERTO SOUZA

    Desnorteada. Daniela ( direita) norestaurante onde foi encontrada

    Jos Mariano Beltrame falar no Frum deSegurana Pblica da Emerj, dia 31.A querida fotgrafa Cristina Granato encerra,dia 13, a exposio Bossa & Jazz no CircuitoCarioca, no Solar de Botafogo. Breno Ges lanou o CD Depois do susto, nosite brenogoes.com. O Hemorio realiza coleta de sangue, dia 14, das8h30m s 14h, na sede do Viva Rio, na Glria. O 42 Salo Internacional de Humor de Piraci-caba recebe inscries at dia 17. CTIDor promove palestra hoje sobre tratamentoa laser para hrnia, no Leblon Medical Center.Mrcia Pontes esteve em congresso internacio-nal em Vancouver. Trouxe novas tecnologiasde rejuvenescimento para o Brasil.O Coral de Yale se apresenta hoje no Shopping Leblon.

    UZona Franca

    Telefone sem fioNo fcil a vida da Oi. Agora o

    empresrio Hernni Vaz Antunes queentrou na Justia de Lisboa paracobrar cerca de 70 milhes de euros valor que assegura ter combinado coma brasileira como pagamento por suaintermediao na operao de vendada PT Portugal Altice.

    Ser?

    Voz da AmricaDeve sair ainda esta semana a deciso

    da Justia dos EUA sobre a questolevantada pela Petrobras em relao aosinvestidores americanos que se sentemlesados com a roubalheira na estatal.

    O que est em jogo se essa turmadeve continuar na Justia de l ou apelaraqui no chamado Tribunal Arbitral.

    A solucionticaO plano de salvao do Enseada do

    Paraguau nada a ver com OdoricoParaguau, da novela O Bem Amado passava pela deciso da japonesaKawasaki e da Odebrecht decomprarem as partes dos scios OAS eUTC, ambos em dificuldades.

    Agora, a dvida na Petrobras, quedeseja comprar sondas no estaleirobaiano, se o plano continua de paps a priso de Marcelo Odebrecht.

    Tempos modernosO Conselho da Magistratura do TJ-RJ

    aprovou a implantao do regimeespecial de trabalho distncia naprimeira instncia. assim: ofuncionrio trabalhar fisicamente numavara perto de casa, mas, virtualmente,cuidar de casos de outra, longe dali.

    O trabalho ser por meio do processojudicial eletrnico, de videoconfernciae at por bate-papo virtual.

    Tom e ViniciusA 15 Cmara Cvel do Rio manteve

    sentena que condenou a Sony, aCoqueiro Verde e a RadiotelevisioneSvizzera di Lingua Italiana a indenizarMicha e 11 herdeiros de Vinicius e Tom.

    A cantora receber R$ 50 mil, e osherdeiros, R$ 10 mil cada, mais juros ecorreo. As empresas produziram evenderam, em 2007, sem autorizao, oDVD de um show na Sua, em 1978.

    Brasa apagadaPelo site de compras coletivas Peixe

    Urbano, 1.041 clientes pagaram R$ 80,cada, por um rodzio na rede Porco.S que, com a crise da churrascaria,deram com a cara na porta.

    Agora, o Procon Carioca exige do siteuma soluo imediata. Do contrrio,ter de pagar multa de R$ 358 mil.

    A Grcia aquiPara reduzir custos, a rede carioca de

    sales Beleza Natural, especializada emcabelos afro, tirou o recheio do po docaf da manh dado aos funcionrios.

    No lugar do presunto e do queijo,agora, s manteiga.

    Guerra das camisinhasMoradores do edifcio ao lado do

    Motel Love Time, na Rua do Catete, noRio, esto em p de guerra. que oesgoto do templo da salincia estsempre entupido, porque oshspedes... jogam camisinha no vaso.

    Ontem, o sndico do prdio, AntnioCarlos Barbosa da Silva, juntou ascamisinhas e as jogou sobre o carro dogerente do motel. Calma, gente.

    Lembra a imagem de Nossa Senhora da Conceio que, como saiu aqui, haviasido furtada da Pista Cludio Coutinho, na Urca, em 27 de junho? Pois ontem,acredite, ela foi devolvida. No se sabe por quem. Mas, como d para ver na foto,ficou bem danificada alm de arranhes, est sem as mos (!!!) e a coroa. OExrcito, que administra a rea com a prefeitura, informou que vai restaurar aimagem e, depois, reconduzi-la a seu lugar. Os militares investigam para saberquem foi o responsvel pelo furto e pela depredao. Que a santa detenha ovandalismo e a ns no desampare jamais l

    DEUS CASTIGA

    DIVULGAO/COMANDO MILITAR DO LESTE

    ANCELMO GOIS

    www.oglobo.com.br/ancelmo

    ANA CLUDIA GUIMARES, DANIEL BRUNET,MARCEU VIEIRA E TIAGO ROGERO

    EI (Estado Impotente)Ontem tarde, Plantu, o grande

    chargista francs do Le Mondeque veio Flip, chegava para umapalestra no Ciep Leonel Brizola, nop do Morro do Preventrio, emNiteri, quando... ratatatat!!!!!!

    Um tiroteio entre PMs e bandidoso fez dar meia volta e partir.

    Como se sabe... fresca na memria de chargistas

    franceses como Plantu o atentado dejaneiro ao jornal Charlie Hebdo.

    Boicote a IsraelA turma no desiste. Depois de

    Londres, na semana passada, nestasegunda foi a vez de um grupopequeno fazer protesto em Paris, noLe Palais des Congrs, antes daapresentao de Caetano e Gil.

    O pessoal segurava cartazes coma frase: Caetano e Gil, no cantempara o apartheid israelita!

    Trema na linguiaO Supremo Tribunal de Justia de

    Portugal aplicou pena disciplinarde advertncia ao juiz Rui Teixeirapor ter se recusado, acredite, areceber documento escrito... sob asregras do novo acordo ortogrfico.

    Teixeira j havia sido punido eminstncia anterior por violao dosdeveres de obedincia e correo.

    Wagner espadaFilmes brasileiros tm feito sucesso

    na seo de DVDs gays da Barnes &Noble, na 5 Avenida, em Nova York.Um deles Futuro Beach, ttuloamericano do nosso Praia doFuturo, com Wagner Moura.

    Na capa do DVD, o bofe brasileiroaparece sem camisa.

    O fim do mundoOntem, corriam boatos de que o

    ex-tesoureiro do PT Joo VaccariNeto teria feito consultas sobredelao premiada.

  • Quarta-feira 8 .7 .2015 l Rio l O GLOBO l 11

    REFERNCIA PARA SUA CARREIRA.REFERNCIA PARA SUA VIDA.

    INCIO DAS AULAS: A PARTIR DE AGOSTO/2015CONDIES ESPECIAIS PARA MATRCULAS ANTECIPADAS.

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    Lei mais dura contra mortede policiais sancionada

    Assassinato de agentespassa a ser crime

    hediondo, punido com12 a 30 anos de priso

    [email protected]

    -BRASLIA- O assassinato de polici-ais, bombeiros militares, agen-tes penitencirios e integrantesdas Foras Armadas e da ForaNacional de Segurana Pblicapassou a ser crime hediondo nopas. De acordo com a lei sanci-onada ontem pela presidenteDilma Rousseff, a morte dessesprofissionais em decorrncia dafuno que exercem passar aser punida com 12 a 30 anos depriso. Hoje, a pena prevista pa-ra o crime de homicdio simples de seis a 20 anos de recluso.

    Segundo a nova lei, a lesocorporal dolosa de naturezagravssima e a seguida de mor-te contra profissionais de segu-rana tambm passam a sercrimes hediondos. O mesmovale para os delitos cometidoscontra cnjuges, companhei-ros ou parentes consanguneosde at terceiro grau dos polici-ais e militares, se aconteceremem razo do cargo ocupadopelos agentes de segurana.

    A lei foi elogiada pelos depu-tados da chamada bancadada bala.

    At que enfim a presidentesancionou a lei, to importantepara os policiais. Tenho certezade que o marginal pensar duasvezes antes de matar um polici-al disse o deputado AlbertoFraga (DEM-DF), um dos coor-denadores do grupo.

    No que depender do Con-gresso, outros crimes devem serincludos no rol de hediondos.H pelo menos 81 projetos emtramitao na Cmara e no Se-nado para reclassificar 50 deli-tos, conforme mostrou O GLO-BO no ltimo domingo. Um dosefeitos colaterais da incluso denovos tipos na lista aumentaro alcance da PEC da reduo da

    maioridade penal, aprovada emprimeiro turno na Cmara, ape-nas para crimes hediondos.

    O aumento do nmero de cri-mes pelos quais adolescentes de16 anos teriam de responder co-mo adultos ocorreria sem quefosse necessrio o qurum ele-vado (trs quintos dos votos) pa-ra mudar a idade penal na Cons-tituio. Isso porque a inclusode novos delitos na lista dos he-diondos depende de alteraesem lei ordinria, cujo processolegislativo mais simplificado.At por votao simblica pos-svel aprovar essas mudanas.

    BENEFCIOS SO DIFICULTADOSAlm de punies mais longas,autores de crimes hediondostm a progresso de regime di-ficultada. Eles precisam cum-prir dois quintos da pena noregime fechado, se primrios,e trs quintos, se reincidentes,antes de passar para o semia-berto. O critrio geral um sex-to da pena, alm de bom com-portamento.

    A lei sancionada ontem pelapresidente vlida para policiaiscivis, militares, rodovirios e fe-derais, alm de demais profissio-nais de segurana pblica. A ini-ciativa se inclui numa estratgiado governo de acelerar medidasde combate violncia, para ten-tar barrar o avano da PEC quereduz a maioridade penal. UmaPEC da Segurana Pblica e umPlano de Reduo de Homicdiosesto em elaborao, para seremapresentados em breve.

    Ontem tambm, a Comissode Constituio e Justia (CCJ) daCmara aprovou, por unanimi-dade, um projeto que extingue apriso disciplinar nas PMs e noscorpos de bombeiros dos estadose do Distrito Federal. A propostaseguir para o plenrio.

    O projeto acaba com umregime que admite priso porum simples sapato sujo, cabelomal cortado ou barba por fazer explicou o deputado Subte-nente Gonzaga (PDT-MG), au-tor da proposta. l

    O governador Luiz Fernando Pe-zo garantiu ontem que as obrasda Linha 4 do metr, que ligarIpanema Barra, vo ficar pron-tas at o incio dos Jogos de 2016,em agosto do ano que vem. Pe-zo rebateu as concluses deum relatrio do Tribunal deContas do Estado (TCE), queaponta alto risco de atraso emtrs obras olmpicas, entre elas ado metr, e assegurou que o cro-nograma ser cumprido.

    Estamos chegando esta-o Jardim de Alah, e no hqualquer tipo de problema. Aobra est andando. Vamos en-tregar tudo no prazo garantiuo governador, que criticou o te-or do relatrio do rgo tcnico.

    Segundo Pezo, o documen-to, apresentado numa audin-cia na Cmara dos Deputados,em Braslia, no ltimo dia 17,se baseia em informaes desetembro de 2014.

    Estamos fazendo um sacrif-cio imenso para manter essaobra (Linha 4) em dia, e surge es-se tipo de notcia que no ajudaem nada. E o que pior, cria umclima muito ruim entre os 9.200operrios afirmou Pezo.

    OBRA ORADA EM R$ 8,7 BILHESA assessoria do TCE, no entanto,informou que o relatrio deacompanhamento das obras, di-vulgado ontem pelo GLOBO, te-ve como perodo de anlise o in-tervalo entre 4 de agosto e 5 dedezembro de 2014.

    Orada em R$ 8,7 bilhes, aLinha 4 funcionar como umaextenso da malha atual. A pre-viso que a viagem entre aPraa General Osrio e o JardimOcenico dure 23 minutos.

    O cronograma da Secretariaestadual de Transportes prevque o metr comece a funcio-nar em 1 de junho do ano quevem, mas de forma parcial, compblico reduzido e fora dos ho-rrios de rush. Um ms depois,a operao ser completa.

    Sobre possveis atrasos emoutras duas intervenes pre-

    vistas no caderno de encargosdas Olimpadas a dragagemdas lagoas da Barra e Jacarepa-gu e a construo do troncocoletor de esgotos da CidadeNova , Pezo comentou que oPoder Executivo estadual nopode ser responsabilizado emrelao a esses cronogramas.

    So coisas que fogem aomeu controle. No caso das lago-as, assinamos um TAC (termode ajustamento de conduta)com o Ministrio Pblico esta-dual e, depois, o Ministrio P-blico Federal passou a dizer queele que deve tratar do assunto.No tronco coletor, h briga deempreiteiras na Justia. E a, oque acontece? Atrasa tudo e da-qui a dois anos tem que fazeraditivo, gasta-se mais afir-mou. As pessoas tm que en-tender que no m vontadenossa. H dinheiro empenha-do, projeto, tudo pronto.

    A recuperao ambiental daslagoas est orada em R$ 673 mi-lhes sendo R$ 402 milhesprovenientes de um emprstimodo Banco do Brasil e R$ 271 mi-lhes do Fundo Estadual de Con-servao Ambiental (Fecam). Ocronograma inicial previa 30 me-

    ses para a retirada de mais decinco milhes de metros cbicosde detritos. Em abril, o governodo estado reconheceu que ocompromisso no ser cumpridoantes das Olimpadas. J para aconstruo do tronco coletor doCanal do Mangue, uma obra daSecretaria do Ambiente, estoprevistos R$ 81,4 milhes.

    O TCE informou que iniciouesta semana uma nova auditoriasobre o andamento da escavaoda Linha 4 e que o documentoser concludo em dezembro.Em entrevista Rdio CBN, opresidente do TCE, Jonas Lopesde Carvalho Jnior, voltou a afir-mar ontem que h alto risco deas escavaes das obras do metrsofrerem atrasos. Jonas Lopes fezcrticas falta de planejamento eusou como exemplo o problemacom o tatuzo em Ipanema:

    A gente at compreende al-guns atrasos nas obras, houvefatos alheios vontade do gover-no, como a paralisao do tatu-zo em Ipanema. Mas esse tipode coisa tem que ser previsto. Oprprio secretrio (de Transpor-tes, Carlos Osorio) diz que a situ-ao da escavao no Jardim deAlah complicada. l

    Pezo garante concluso dasobras da Linha 4 at os JogosGovernador diz que sacrifcio imenso mantm cronograma no prazo

    [email protected]

    DOMINGOS PEIXOTO/5-6-2015

    Rumo Barra. Operrios trabalham na estao Antero de Quental, no Leblon, onde as escavaes foram concludas

    Estamos chegando estao Jardimde Alah, e no hqualquer tipo deproblema. A obraest andando.Vamos entregartudo no prazoLuiz Fernando PezoGovernador do Rio

    rgo defende aesmais efetivas para evitar

    a expanso de favelas

    O Tribunal de Contas do Munic-pio (TCM) aprovou ontem, comuma determinao e 30 ressal-vas, os gastos do prefeito Eduar-do Paes em 2014. Uma das res-salvas feitas pelo conselheiro erelator Ivan Moreira que o mu-nicpio seja mais efetivo em suasaes de controle urbano paraevitar o surgimento ou expansode favelas em reas pblicas.

    Moreira disse que decidiu fazera ressalva com base em reporta-gem do GLOBO sobre a Vila Au-tdromo, publicada em maio,que revelou que as remoes nacomunidade, ao lado do futuroParque Olmpico, j custaram R$100 milhes prefeitura:

    A demora para encontraruma soluo efetiva custa caroaos cofres pblicos em indeni-zaes ou desapropriaes.

    Na resoluo, o TCM orientoua prefeitura a tentar acordo como governo do estado ou buscarna Justia reviso dos critrios dediviso da arrecadao do ICMS,alterado na dcada de 90, que re-duziu a cota da capital. Segundoo TCM, o prejuzo acumuladosuperaria R$ 100 milhes. l

    TCM aprovagastos de Paescom ressalvas euma resoluo

    Duda Miccuci eLusa Borges, donado sincronizado,homenagearo aAmaznia no Pande Toronto, sbado.As belas vo imitar na guamovimentos deanimais da floresta.J merecem ouroem formosura

    FORMOSURAAMAZNICA

    DIVULGAO

    Juliana Paes posa como sereia para promover umanova fragrncia de sua linha de perfumes quechega s lojas no fim do ms. A frmula, batizadade Precious, a quarta lanada pela atriz, que, comtodo o respeito, j cheirosa pela prpria natureza

    JUJU JNASCEUCHEIROSA

    FABIO BARTELT

    O Itamaraty desmentiu denncias feitas porhaitianos de que funcionrios da nossaembaixada no Haiti estariam cobrando propinapara conceder vistos. Ainda assim, vale lembrarLus Martins de Souza Dantas (1876-1954), embaixador naFrana na poca do nazismo, cujos vistos salvaram a vida decentenas de perseguidos. Naquele transe, diz o historiadorIsrael Beloch, muitos vendiam vistos, mas ele sempre recusouqualquer retribuio. A famlia do publicitrio ArmandoStrozenberg chegou a insistir para que aceitasse um presente.Como resposta, ouviu a sugesto de do-lo Cruz Vermelha.Souza Dantas (veja na foto) era neto de senador da Repblicaque virou nome de rua (Senador Dantas) e lembrado numaexposio, atualmente na Casa Stefan Zweig, em Petrpolis.

    UPonto Final

    REPRODUO

    e-mail: [email protected]: [email protected]

  • Bandido foi presoaps fugir e nadar naLagoa. Bolsa roubada

    tinha R$ 15 mil

    MARCOS TRISTO

    Cena do crime. O local onde a comerciante foi baleada pelo assaltante, na Rua Visconde de Piraj, em Ipanema

    A comerciante Maria Lucia daCruz Caminha, de 48 anos, foivtima de uma saidinha debanco ontem tarde, logoaps deixar uma agncia naRua Joana Anglica, em Ipane-ma. Ela foi baleada na pernadireita ao tentar impedir que obandido roubasse sua bolsa,na esquina com a Rua Viscon-de de Piraj. Aps atirar, o as-saltante, identificado como Le-andro da Silva de Paula, fugiu ap em direo Avenida Epit-cio Pessoa, mas acabou sendopreso na Lagoa. Ele chegou amergulhar numa tentativa dedespistar a polcia. Na bolsa davtima, policiais do 23 BPM(Leblon) encontraram R$15.571 e um cheque de R$ 130.

    A comerciante foi levada parao Hospital municipal MiguelCouto, na Gvea. De acordocom a Secretaria municipal deSade, ela no sofreu fratura, eseu estado de sade era estvel.A secretaria informou que nohavia previso de alta.

    A vtima foi atacada depoisde sair de uma agncia do Ban-co do Brasil. Segundo testemu-nhas, o assaltante teria puxado

    a bolsa de Maria Lucia, que re-agiu e deu um grito. O bandidoatirou em seguida. De acordocom policiais militares, duran-te a fuga o criminoso largou abolsa da vtima na orla da La-goa e mergulhou. Ao sair dagua, foi para um ponto denibus, onde foi abordado pe-los PMs. O criminoso disse aospoliciais que era flanelinha.

    Segundo a Polcia Civil, ha-via contra Leandro um man-dado de priso em aberto porroubo mo armada. Almdisso, ele tinha outras trsanotaes criminais, sendoduas por desacato autorida-de e uma por desobedincia,no Juizado Especial Criminal(Jecrim).

    TRAUMA COM OUTRO ASSALTOMaria Lucia tinha sido assalta-da h cerca de trs meses emseu salo de beleza, tambmem Ipanema. Segundo a cabe-leireira Rafaela Medina, de 26anos, que trabalha com a vti-ma, na ocasio bandidos teri-am roubado cerca de R$ 20 mildestinados ao pagamento dosempregados.

    Acredito que ela reagiuporque j estava traumatizada.O salo foi assaltado faz poucotempo e nem deu tempo para aMaria Lucia se recuperar disse ela.

    Rafaela contou que, no mo-mento do disparo, atendia umcliente e ouviu os gritos de deses-pero da vtima.

    Eu estava no salo.