Ofício das Trevas

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Ofício das Trevas Quinta-feira da Semana Santa Este ofício é a recitação do Ofício de Leituras combinado com Laudes, na madrugada ou manhã da Quinta-feira da Semana Santa. Havendo sacerdote ou diácono, ele preside, de acordo com a precedência. Deve vestir vestes corais de acordo com seu estado. Não se usam estolas ou pluviais. Os demais clérigos usam também vestes corais. Se um sacerdote ou diácono presidir, deve haver um cerimoniário e alguns acólitos, com sobrepelizes. Um dos acólitos é o encarregado de extinguir as velas após os salmos. É bom haver um grupo de cantores, para entoar os hinos, as antífonas e os salmos. Se apenas leigos celebrarem o Ofício, um deles dirigirá, com as adaptações indicadas. Se esses leigos forem seminaristas ou religiosos, usarão veste talar ou hábito, com sobrepeliz. No centro do local onde se celebra o Ofício das Trevas, preferencialmente no coro antes do presbitério, coloca-se um ambão, de onde se dirá os salmos, leituras e orações. O presbítero sentará na sede, acompanhado de dois diáconos, ou de um diácono e o cerimoniário, ou do cerimoniário e outro acólito, se houver. Sendo o diácono a presidir, senta-se ao seu lado o cerimoniário e outro acólito, se houver. O Bispo senta-se no trono ou no faldistório, de acordo com as regras do Cerimonial dos Bispos. O candelabro de trevas, constando de quinze velas, é colocado em frente ao altar, à sua direita. Essas velas serão apagadas, aos poucos, durante o rito. Além do candelabro de trevas, seis velas podem estar acesas no altar, como se faz durante a Missa Solene, e serão apagadas durante o Benedictus. Um apagador de velas é colocado perto do candelabro de trevas. Não se usa cruz processional nem velas processionais ou tochas durante o Ofício das Trevas. Dando início à celebração, os clérigos em veste coral, cerimoniários, acólitos e cantores ou coro entram em silêncio e reverência, de forma processional, vindo o celebrante por último, e se aproximam do altar. Genuflectem ao Santíssimo Sacramento, ou, em sua falta, inclinam-se profundamente diante do altar, e vão para seus lugares. Para a extinção de cada vela, o acólito responsável pega o apagador, reverencia o altar e vai ao candelabro para cumprir sua função. No invitatório, no hino, no Evangelho, no Benedictus, nas preces e na oração, bem como na despedida, todos permanecem de pé. Nos salmos e leituras, permanecem sentados, exceto quem lê ou entoa o salmo. No

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Ofício das TrevasQuinta-feira da Semana Santa

Este ofício é a recitação do Ofício de Leituras combinado com Laudes, na madrugada ou manhã da Quinta-feira da Semana Santa.Havendo sacerdote ou diácono, ele preside, de acordo com a precedência. Deve vestir vestes corais de acordo com seu estado. Não se usam estolas ou pluviais. Os demais clérigos usam também vestes corais. Se um sacerdote ou diácono presidir, deve haver um cerimoniário e alguns acólitos, com sobrepelizes. Um dos acólitos é o encarregado de extinguir as velas após os salmos. É bom haver um grupo de cantores, para entoar os hinos, as antífonas e os salmos. Se apenas leigos celebrarem o Ofício, um deles dirigirá, com as adaptações indicadas. Se esses leigos forem seminaristas ou religiosos, usarão veste talar ou hábito, com sobrepeliz.No centro do local onde se celebra o Ofício das Trevas, preferencialmente no coro antes do presbitério, coloca-se um ambão, de onde se dirá os salmos, leituras e orações. O presbítero sentará na sede, acompanhado de dois diáconos, ou de um diácono e o cerimoniário, ou do cerimoniário e outro acólito, se houver. Sendo o diácono a presidir, senta-se ao seu lado o cerimoniário e outro acólito, se houver. O Bispo senta-se no trono ou no faldistório, de acordo com as regras do Cerimonial dos Bispos. O candelabro de trevas, constando de quinze velas, é colocado em frente ao altar, à sua direita. Essas velas serão apagadas, aos poucos, durante o rito. Além do candelabro de trevas, seis velas podem estar acesas no altar, como se faz durante a Missa Solene, e serão apagadas durante o Benedictus. Um apagador de velas é colocado perto do candelabro de trevas.Não se usa cruz processional nem velas processionais ou tochas durante o Ofício das Trevas. Dando início à celebração, os clérigos em veste coral, cerimoniários, acólitos e cantores ou coro entram em silêncio e reverência, de forma processional, vindo o celebrante por último, e se aproximam do altar. Genuflectem ao Santíssimo Sacramento, ou, em sua falta, inclinam-se profundamente diante do altar, e vão para seus lugares. Para a extinção de cada vela, o acólito responsável pega o apagador, reverencia o altar e vai ao candelabro para cumprir sua função.No invitatório, no hino, no Evangelho, no Benedictus, nas preces e na oração, bem como na despedida, todos permanecem de pé. Nos salmos e leituras, permanecem sentados, exceto quem lê ou entoa o salmo. No invitatório, faz-se o sinal-da-cruz na boca, e no Benedictus e na bênção, o grande sinal-da-cruz.

InvitatórioV: † Abri os meus lábios, ó Senhor.R: E minha boca anunciará vosso louvor.Salmo 94 (95)Convite ao louvor de Deus Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser ‘hoje’. (Hb 3,13)Ant. Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!Vinde, exultemos de alegria no Senhor; *

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aclamemos o rochedo que nos salva.Ao seu encontro caminhemos com louvores, * e com cantos de alegria o celebremos!Ant. Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *o grande Rei, muito maior que os deuses todos.Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *e as alturas das montanhas lhe pertencem;o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *e a terra firme suas mãos a modelaram.Ant. Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!Vinde adoremos e protremo-nos por terra, * e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, † e nós somos o seu povo e seu rebanho, * as ovelhas que conduz com sua mão.Ant. Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †"Não fecheis os corações como em Meriba, *como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, *apesar de terem visto as minhas obras. "Ant. Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!Quarenta anos desgostou-me aquela raça, † e eu dise: "Eis um povo transviado, *seu coração não conheceu os meus caminhos!" E por isso lhes jurei na minha ira: * "Não entrarão no meu repouso prometido! "Ant. Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Cristo por nós foi tentado, sofreu e na Cruz morreu: Vinde todos, adoremos!

Ofício de LeiturasHINO1 Cantem meus lábios a lutaque sobre a cruz se travou;cantem o nobre triunfoque no madeiro alcançouo Redentor do Universoquando por nós se imolou. 2 O Criador teve penado primitivo casal,que foi ferido de morte,comendo o fruto fatal,e marcou logo outra árvore,para curar-nos do mal. 3 Tal ordem foi exigidana obra da salvação:cai o inimigo no laçode sua própria invenção.Do próprio lenho da morteDeus fez nascer redenção.

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4 Na plenitude dos tempos,a hora santa chegoue, pelo Pai enviado,nasceu do mundo o autor;e duma Virgem no seioa nossa carne tomou. 5 Seis lustros tendo passado,cumpriu a sua missão.Só para ela nascido,livre se entrega à Paixão.Na cruz se eleva o Cordeiro,como perfeita oblação. 6 Glória e poder à Trindade.Ao Pai e ao Filho, louvor.Honra ao Espírito Santo.Eterna glória ao Senhor,que nos salvou pela graçae nos remiu pelo amor. Amém.SALMODIAAnt. 1 Estou cansado de gritar e de esperar pelo meu Deus

Salmo 68(69),2-22.30-37O zelo pela vossa casa me devora

Deram vinho misturado com fel para Jesus beber. (Mt 27,34)I

Salvai-me, ó meu Deus, porque as águas *até o meu pescoço já chegaram! Na lama do abismo eu me afundo *e não encontro um apoio para os pés. Nestas águas muito fundas vim cair, *e as ondas já começam a cobrir-me! À força de gritar, estou cansado; *minha garganta já ficou enrouquecida. Os meus olhos já perderam sua luz, *de tanto esperar pelo meu Deus! Mais numerosos que os cabelos da cabeça, *são aqueles que me odeiam sem motivo; meus inimigos são mais fortes do que eu; *contra mim eles se voltam com mentiras! Por acaso poderei restituir *alguma coisa que de outros não roubei? Ó Senhor, vós conheceis minhas loucuras, *e minha falta não se esconde a vossos olhos. Por minha causa não deixeis desiludidos *os que esperam sempre em vós, Deus do universo! Que eu não seja a decepção e a vergonha *dos que vos buscam, Senhor Deus de Israel! Por vossa causa é que sofri tantos insultos, *e o meu rosto se cobriu de confusão; eu me tornei como um estranho a meus irmãos, *como estrangeiro para os filhos de minha mãe. Pois meu zelo e meu amor por vossa casa *me devoram como fogo abrasador;

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e os insultos de infiéis que vos ultrajam *recaíram todos eles sobre mim! Se aflijo a minha alma com jejuns, *fazem disso uma razão para insultar-me; se me visto com sinais de penitência, *eles fazem zombaria e me escarnecem! Falam de mim os que se assentam junto às portas, *sou motivo de canções, até de bêbados! Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Estou cansado de gritar e de esperar pelo meu DeusApagam-se as duas velas mais ao extremo do candelabro de trevas.Ant. 2 Deram-me fel como se fosse um alimento, em minha sede ofereceram-me vinagre.

IIPor isso elevo para vós minha oração, *neste tempo favorável, Senhor Deus! Respondei-me pelo vosso imenso amor, *pela vossa salvação que nunca falha! Retirai-me deste lodo, pois me afundo! †Libertai-me, ó Senhor, dos que me odeiam, *e salvai-me destas águas tão profundas! Que as águas turbulentas não me arrastem, †não me devorem violentos turbilhões, *nem a cova feche a boca sobre mim! Senhor, ouvi-me pois suave é vossa graça, *ponde os olhos sobre mim com grande amor! Não oculteis a vossa face ao vosso servo! *Como eu sofro! Respondei-me bem depressa! Aproximai-vos de minh’alma e libertai-me, *apesar da multidão dos inimigos! Vós conheceis minha vergonha e meu opróbrio, †minhas injúrias, minha grande humilhação; *os que me afligem estão todos ante vós! O insulto me partiu o coração; *não suportei, desfaleci de tanta dor! Eu esperei que alguém de mim tivesse pena, †mas foi em vão, pois a ninguém pude encontrar; *procurei quem me aliviasse e não achei! Deram-me fel como se fosse um alimento, *em minha sede ofereceram-me vinagre! Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Deram-me fel como se fosse um alimento, em minha sede ofereceram-me vinagre. Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.Ant. 3 Procurai o Senhor continuamente, e o vosso coração reviverá.

IIIPobre de mim, sou infeliz e sofredor! *Que vosso auxílio me levante, Senhor Deus! Cantando eu louvarei o vosso nome *e agradecido exultarei de alegria! Isto será mais agradável ao Senhor, *que o sacrifício de novilhos e de touros.

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Humildes, vede isto e alegrai-vos: †o vosso coração reviverá, *se procurardes o Senhor continuamente! Pois nosso Deus atende à prece dos seus pobres, *e não despreza o clamor de seus cativos. Que céus e terra glorifiquem o Senhor *com o mar e todo ser que neles vive! Sim, Deus virá e salvará Jerusalém, †reconstruindo as cidades de Judá, *onde os pobres morarão, sendo seus donos. A descendência de seus servos há de herdá-las, †e os que amam o santo nome do Senhor *dentro delas fixarão sua morada! Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Procurai o Senhor continuamente, e o vosso coração reviverá. Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.V. Quando eu for elevado da terra, R. Atrairei para mim todo ser. PRIMEIRA LEITURA

Da Carta aos Hebreus 4,14–5,10Jesus Cristo, sumo sacerdote

Irmãos: Temos um sumo-sacerdote eminente, que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus. Por isso, permaneçamos firmes na fé que professamos. Com efeito, temos um sumo-sacerdote capaz de se compadecer de nossas fraquezas, pois ele mesmo foi provado em tudo como nós, com exceção do pecado. Aproximemo-nos então, com toda a confiança, do trono da graça, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça de um auxílio no momento oportuno. De fato, todo o sumo sacerdote é tirado do meio dos homens e instituído em favor dos homens nas coisas que se referem a Deus, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados. Sabe ter compaixão dos que estão na ignorância e no erro, porque ele mesmo está cercado de fraqueza. Por isso, deve oferecer sacrifícios tanto pelos pecados do povo, quanto pelos seus próprios. Ninguém deve atribuir-se esta honra, senão o que foi chamado por Deus, como Aarão. Deste modo, também Cristo não se atribuiu a si mesmo a honra de ser sumo-sacerdote, mas foi aquele que lhe disse: “Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei”. Como diz em outra passagem: “Tu és sacerdote para sempre, na ordem de Melquisedec.” Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, àquele que era capaz de salvá-lo da morte. E foi atendido, por causa de sua entrega a Deus. Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe obedecem. De fato, ele foi por Deus proclamado sumo-sacerdote na ordem de Melquisedec. RESPONSÓRIO Cf. Hb 5,8.9.7 R. Embora fosse o próprio Filho, aprendeu a obediência através do sofrimento * E para quem lhe obedece tornou-se uma fonte de eterna salvação. V. Nos seus dias deste mundo fez subir preces e súplicas com clamores veementes e por sua piedade Jesus foi atendido. * E para quem lhe obedece tornou-se uma fonte de eterna salvação. Apaga-se a próxima vela, à esquerda, no candelabro de trevas.SEGUNDA LEITURADa Homilia sobre a Páscoa, de Melitão de Sardes, bispo

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(N. 65-71: SCh 123,94-100)(Séc. II)

O Cordeiro imolado libertou-nos da morte para a vidaMuitas coisas foram preditas pelos profetas sobre o mistério da Páscoa, que é Cristo, a quem seja dada a glória pelos séculos dos séculos. Amém (Gl 1,5). Ele desceu dos céus à terra para curar a enfermidade do homem; revestiu-se da nossa natureza no seio da Virgem e se fez homem; tomou sobre si os sofrimentos do homem enfermo num corpo sujeito ao sofrimento, e destruiu as paixões da carne; seu espírito, que não pode morrer, matou a morte homicida. Foi levado como cordeiro e morto como ovelha; libertou-nos das seduções do mundo, como outrora tirou os israelitas do Egito; salvou-nos da escravidão do demônio, como outrora fez sair Israel das mãos do faraó; marcou nossas almas com o sinal do seu Espírito e os nossos corpos com seu sangue. Foi ele que venceu a morte e confundiu o demônio, como outrora Moisés ao faraó. Foi ele que destruiu a iniqüidade e condenou a injustiça à esterilidade, como Moisés ao Egito. Foi ele que nos fez passar da escravidão para a liberdade, das trevas para a luz, da morte para a vida, da tirania para o reino sem fim, e fez de nós um sacerdócio novo, um povo eleito para sempre. Ele é a Páscoa da nossa salvação. Foi ele que tomou sobre si os sofrimentos de muitos: foi morto em Abel; amarrado de pés e mãos em Isaac; exilado de sua terra em Jacó; vendido em José; exposto em Moisés; sacrificado no cordeiro pascal; perseguido em Davi e ultrajado nos profetas. Foi ele que se encarnou no seio da Virgem, foi suspenso na cruz, sepultado na terra e, ressuscitando dos mortos, subiu ao mais alto dos céus. Foi ele o cordeiro que não abriu a boca, o cordeiro imolado, nascido de Maria, a bela ovelhinha; retirado do rebanho, foi levado ao matadouro, imolado à tarde e sepultado à noite; ao ser crucificado, não lhe quebraram osso algum, e ao ser sepultado, não experimentou a corrupção; mas ressuscitando dos mortos, ressuscitou também a humanidade das profundezas do sepulcro. RESPONSÓRIO Rm 3,23-25a; Jo 1,29b R. Pois todos os homens pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados, de graça, mediante a libertação, realizada por meio de Cristo. * Deus destinou que Cristo fosse, por seu sangue, a vítima da propiciação, pela fé que colocamos nele mesmo. V. Eis aqui o Cordeiro de Deus, o que tira o pecado do mundo. * Deus destinou que Cristo fosse, por seu sangue, a vítima da propiciação, pela fé que colocamos nele mesmo. Apaga-se a próxima vela, à direita, no candelabro de trevas.

LaudesSALMODIAAnt. 1 Olhai, Senhor, e contemplai meu sofrimento! Escutai-me e vinde logo em meu auxílio!

Salmo 79(80)Visitai, Senhor, a vossa vinha

Vinde, Senhor Jesus! (Ap 22,20)Ó Pastor de Israel, prestai ouvidos. *Vós, que a José apascentais qual um rebanho! Vós, que sobre os querubins vos assentais, †aparecei cheio de glória e esplendor * ante Efraim e Benjamim e Manassés!

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Despertai vosso poder, ó nosso Deus, *e vinde logo nos trazer a salvação! Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, †e sobre nós iluminai a vossa face! *Se voltardes para nós, seremos salvos! Até quando, ó Senhor, vos irritais, *apesar da oração do vosso povo? Vós nos destes a comer o pão das lágrimas, *e a beber destes um pranto copioso. Para os vizinhos somos causa de contenda, *de zombaria para os nossos inimigos. Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, †e sobre nós iluminai a vossa face! *Se voltardes para nós, seremos salvos! Arrancastes do Egito esta videira, *e expulsastes as nações para plantá-la; diante dela preparastes o terreno, *lançou raízes e encheu a terra inteira. Os montes recobriu com sua sombra, *e os cedros do Senhor com os seus ramos; até o mar se estenderam seus sarmentos, *até o rio os seus rebentos se espalharam. Por que razão vós destruístes sua cerca, *para que todos os passantes a vindimem, o javali da mata virgem a devaste, *e os animais do descampado nela pastem? Voltai-vos para nós, Deus do universo! †Olhai dos altos céus e observai. *Visitai a vossa vinha e protegei-a! Foi a vossa mão direita que a plantou; *protegei-a, e ao rebento que firmastes! E aqueles que a cortaram e a queimaram, *vão perecer ante o furor de vossa face. Pousai a mão por sobre o vosso Protegido, *o filho do homem que escolhestes para vós! –E nunca mais vos deixaremos, Senhor Deus! *Dai-nos vida, e louvaremos vosso nome! Convertei-nos, ó Senhor Deus do universo, †e sobre nós iluminai a vossa face! *Se voltardes para nós, seremos salvos! Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. 1 Olhai, Senhor, e contemplai meu sofrimento! Escutai-me e vinde logo em meu auxílio! Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.Ant. 2 Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo!

Cântico Is 12,1-6Exultação do povo redimido

Se alguém tem sede, venha a mim, e beba. (Jo 7,37)Dou-vos graças, ó Senhor, porque estando irritado, *acalmou-se a vossa ira e enfim me consolastes. Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo; *o Senhor é minha força, meu louvor e salvação. Com alegria bebereis no manancial da salvação, *

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e direis naquele dia: “Dai louvores ao Senhor, invocai seu santo nome, anunciai suas maravilhas, *entre os povos proclamai que seu nome é o mais sublime. Louvai cantando ao nosso Deus, que fez prodígios e portentos, *publicai em toda a terra suas grandes maravilhas! Exultai cantando alegres, habitantes de Sião, *porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!” Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. 2 Eis o Deus, meu Salvador, eu confio e nada temo! Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.Ant. 3 Deus nos deu de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha nos fartou.

Salmo 80(81)Solene renovação da Aliança

Cuidai, irmãos, que não se ache em algum de vós um coração transviado pela incredulidade. (Hb 3,12)

Exultai no Senhor, nossa força, *e ao Deus de Jacó aclamai! Cantai salmos, tocai tamborim, *harpa e lira suaves tocai! Na lua nova soai a trombeta, *na lua cheia, na festa solene! Porque isto é costume em Jacó, *um preceito do Deus de Israel; uma lei que foi dada a José, *quando o povo saiu do Egito. Eis que ouço uma voz que não conheço: † “Aliviei as tuas costas de seu fardo, *cestos pesados eu tirei de tuas mãos. Na angústia a mim clamaste, e te salvei, †de uma nuvem trovejante te falei, *e junto às águas de Meriba te provei. Ouve, meu povo, porque vou te advertir! *Israel, ah! se quisesses me escutar: Em teu meio não exista um deus estranho *nem adores a um deus desconhecido! Porque eu sou o teu Deus e teu Senhor, †que da terra do Egito te arranquei. *Abre bem a tua boca e eu te sacio! Mas meu povo não ouviu a minha voz, *Israel não quis saber de obedecer-me. Deixei, então, que eles seguissem seus caprichos, *abandonei-os ao seu duro coração. Quem me dera que meu povo me escutasse! *Que Israel andasse sempre em meus caminhos! Seus inimigos, sem demora, humilharia *e voltaria minha mão contra o opressor. Os que odeiam o Senhor, o adulariam, *seria este seu destino para sempre; eu lhe daria de comer a flor do trigo, *e com o mel que sai da rocha o fartaria”. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

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Ant. 3 Deus nos deu de comer a flor do trigo, e com o mel que sai da rocha nos fartou. Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.LEITURA BREVE Hb 2, 9b-10 Vemos Jesus coroado de glória e honra, por ter sofrido a morte. Sim, pela graça de Deus em favor de todos, ele provou a morte. Convinha de fato que aquele, por quem e para quem todas as coisas existem, e que desejou conduzir muitos filhos à glória, levasse o iniciador da salvação deles à consumação, por meio de sofrimentos. RESPONSÓRIO BREVEV. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentre os mortos! * Ele é nossa salvação e nossa glória para sempre. R. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentre os mortos! Ele é nossa salvação e nossa glória para sempre.V. Se com ele nós morremos, também, com ele viveremos. R. Ele é nossa salvação e nossa glória para sempre. V. Glória ao Pai, e ao Filho e ao Espírito Santo. R. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentre os mortos! Ele é nossa salvação e nossa glória para sempre.BENEDICTUS Lc 1, 68-79Durante o Benedictus, se houver as seis velas do altar, o acólito responsável por apagá-las, munido do apagador, dirige-se ao altar, faz a inclinação profunda, e procede à cerimônia. A partir do sexto verso, ele vai à extrema esquerda do altar, e apaga essa vela. Depois, vai à extrema direita, para apagar a vela correspondente. Volta, então, à esquerda, para apagar a próxima, e, então, à direita, e assim por diante, de modo a apagar todas as seis velas nos últimos seis versos. Feita a cerimônia, inclina-se profundamente ao altar, e volta ao seu lugar.Ant. Ardentemente eu desejei comer convosco esta Páscoa antes de ir sofrer a morte. Bendito † seja o Senhor Deus de Israel, *que a seu povo visitou e libertou; e fez surgir um poderoso Salvador *na casa de Davi, seu servidor, como falara pela boca de seus santos, *os profetas desde os tempos mais antigos, para salvar-nos do poder dos inimigos *e da mão de todos quantos nos odeiam. Assim mostrou misericórdia a nossos pais, *recordando a sua santa Aliança e o juramento a Abraão, o nosso pai, *de conceder-nos que, libertos do inimigo, a ele nós sirvamos sem temor † em santidade e em justiça diante dele, *enquanto perdurarem nossos dias. Serás profeta do Altíssimo, ó menino, †pois irás andando à frente do Senhor *para aplainar e preparar os seus caminhos, anunciando ao seu povo a salvação, *que está na remissão de seus pecados. Pelo amor do coração de nosso Deus, *Sol nascente que nos veio visitar lá do alto como luz resplandecente *a iluminar a quantos jazem entre as trevas

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e na sombra da morte estão sentados †e para dirigir os nossos passos, * guiando-nos no caminho da paz. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Ardentemente eu desejei comer convosco esta Páscoa antes de ir sofrer a morte. PRECESA Cristo, eterno sacerdote, a quem o Pai ungiu com o Espírito Santo para anunciar aos cativos a libertação, supliquemos humildemente; e digamos: Senhor, tende piedade de nós!Vós, que subistes a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na glória, – conduzi vossa Igreja à Páscoa da eternidade. Senhor, tende piedade de nós!Vós, que, elevado na cruz, deixastes a lança do soldado vos traspassar, – curai as nossas feridas. Senhor, tende piedade de nós!Vós, que transformastes o madeiro da cruz em árvore da vida, – concedei de seus frutos aos que renasceram pelo batismo. Senhor, tende piedade de nós!Vós que, pregado na cruz, perdoastes o ladrão arrependido, – perdoai-nos também a nós pecadores. Senhor, tende piedade de nós!Pai nosso que estais nos céus,santificado seja o vosso nome;venha a nós o vosso reino,seja feita a vossa vontade,assim na terra como no céu;o pão nosso de cada dia nos dai hoje;perdoai-nos as nossas ofensas,assim como nós perdoamosa quem nos tem ofendido,e não nos deixeis cair em tentação,mas livrai-nos do mal. ORAÇÃOSenhor nosso Deus, amar-vos acima de tudo é ser perfeito; multiplicai em nós a vossa graça e concedei, aos que firmamos nossa esperança na morte do vosso Filho, alcançarmos por sua ressurreição aqueles bens que na fé buscamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. R. Amém.Se um sacerdote ou diácono preside o Ofício, é ele quem despede o povo, dizendo: V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. V. Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo. R. Amém. Dada a bênção, acrescenta-se: V. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. R. Graças a Deus. Não havendo sacerdote, ou diácono, e na recitação individual, conclui-se assim: O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna. R. Amém. Faz-se o strepitus com um pedaço de madeira ou o breviário, significando o terremoto ocorrido na morte de Jesus. Os demais podem juntar-se ao strepitus com seus breviários. Apaga-se a última vela do candelabro de trevas.

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Sexta-feira Santa da Paixão do SenhorEste ofício é a recitação do Ofício de Leituras combinado com Laudes, na madrugada ou manhã da Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor. Não se pode recitá-lo na noite de Quinta-feira Santa nem durante a adoração após a Missa. Deve-se usar outro local que não aquele em que está o monumento.Havendo sacerdote ou diácono, ele preside, de acordo com a precedência. Deve vestir vestes corais de acordo com seu estado. Não se usam estolas ou pluviais. Os demais clérigos usam também vestes corais. Se um sacerdote ou diácono presidir, deve haver um cerimoniário e alguns acólitos, com sobrepelizes. Um dos acólitos é o encarregado de extinguir as velas após os salmos. É bom haver um grupo de cantores, para entoar os hinos, as antífonas e os salmos. Se apenas leigos celebrarem o Ofício, um deles dirigirá, com as adaptações indicadas. Se esses leigos forem seminaristas ou religiosos, usarão veste talar ou hábito, com sobrepeliz.No centro do local onde se celebra o Ofício das Trevas, preferencialmente no coro antes do presbitério, coloca-se um ambão, de onde se dirá os salmos, leituras e orações. O presbítero sentará na sede, acompanhado de dois diáconos, ou de um diácono e o cerimoniário, ou do cerimoniário e outro acólito, se houver. Sendo o diácono a presidir, senta-se ao seu lado o cerimoniário e outro acólito, se houver. O Bispo senta-se no trono ou no faldistório, de acordo com as regras do Cerimonial dos Bispos. O candelabro de trevas, constando de quinze velas, é colocado em frente ao altar, à sua direita. Essas velas serão apagadas, aos poucos, durante o rito. Além do candelabro de trevas, seis velas podem estar acesas no altar, como se faz durante a Missa Solene, e serão apagadas durante o Benedictus. Um apagador de velas é colocado perto do candelabro de trevas.Não se usa cruz processional nem velas processionais ou tochas durante o Ofício das Trevas. Dando início à celebração, os clérigos em veste coral, cerimoniários, acólitos e cantores ou coro entram em silêncio e reverência, de forma processional, vindo o celebrante por último, e se aproximam do altar. Genuflectem ao Santíssimo Sacramento, ou, em sua falta, inclinam-se profundamente diante do altar, e vão para seus lugares. Para a extinção de cada vela, o acólito responsável pega o apagador, reverencia o altar e vai ao candelabro para cumprir sua função.No invitatório, no hino, no Evangelho, no Benedictus, nas preces e na oração, bem como na despedida, todos permanecem de pé. Nos salmos e leituras, permanecem sentados, exceto quem lê ou entoa o salmo. Durante a frase que substitui o responsório breve das Laudes, todos se ajoelham, bem como no momento apropriado no Evangelho. No invitatório, faz-se o sinal-da-cruz na boca, e no Benedictus e na bênção, o grande sinal-da-cruz.

InvitatórioV: † Abri os meus lábios, ó Senhor.R: E minha boca anunciará vosso louvor.Salmo 94 (95)Convite ao louvor de Deus Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser ‘hoje’. (Hb 3,13)Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.Vinde, exultemos de alegria no Senhor; * aclamemos o rochedo que nos salva.Ao seu encontro caminhemos com louvores, *

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e com cantos de alegria o celebremos!Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *o grande Rei, muito maior que os deuses todos.Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *e as alturas das montanhas lhe pertencem;o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *e a terra firme suas mãos a modelaram.Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.Vinde adoremos e protremo-nos por terra, * e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, † e nós somos o seu povo e seu rebanho, * as ovelhas que conduz com sua mão.Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †"Não fecheis os corações como em Meriba, *como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, *apesar de terem visto as minhas obras. "Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.Quarenta anos desgostou-me aquela raça, † e eu dise: "Eis um povo transviado, *seu coração não conheceu os meus caminhos!" E por isso lhes jurei na minha ira: * "Não entrarão no meu repouso prometido! "Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. O Cristo, o Filho de Deus, com seu sangue nos remiu.

Ofício de LeiturasHINO1 O fel lhe dão por bebidasobre o madeiro sagrado.Espinhos, cravos e a lançaferem seu corpo e seu lado.No sangue e água que jorram,mar, terra e céu são lavados. 2 Ó Cruz fiel, sois a árvoremais nobre em meio às demais,que selva alguma produzcom flor e frutos iguais.Ó lenho e cravos tão doces,um doce peso levais. 3 Árvore, inclina os teus ramos,abranda as fibras mais duras.A quem te fez germinarminora tantas torturas.Leito mais brando ofereceao Santo Rei das alturas. 4 Só tu, ó Cruz, merecestesuster o preço do mundoe preparar para o náufrago

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um porto, em mar tão profundo.Quis o Cordeiro imoladobanhar-te em sangue fecundo. 5 Glória e poder à Trindade.Ao Pai e ao Filho, louvor.Honra ao Espírito Santo.Eterna glória ao Senhor,que nos salvou pela graçae nos remiu pelo amor. SALMODIAAnt. 1 Os reis de toda a terra se reúnem e conspiram os governos todos juntos contra o Deus onipotente e o seu Ungido.

Salmo 2 O Messias rei e vencedor

Uniram-se contra Jesus, teu santo servo, a quem ungiste (At 4,27).Por que os povos agitados se revoltam? *por que tramam as nações projetos vãos? Por que os reis de toda a terra se reúnem, †e conspiram os governos todos juntos *contra o Deus onipotente e o seu Ungido? “Vamos quebrar suas correntes”, dizem eles, *“e lançar longe de nós o seu domínio!” Ri-se deles o que mora lá nos céus; *zomba deles o Senhor onipotente. Ele, então, em sua ira os ameaça, *e em seu furor os faz tremer, quando lhes diz: “Fui eu mesmo que escolhi este meu Rei, *e em Sião, meu monte santo, o consagrei!” O decreto do Senhor promulgarei, †foi assim que me falou o Senhor Deus: *“Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei! – Podes pedir-me, e em resposta eu te darei †por tua herança os povos todos e as nações, *e há de ser a terra inteira o teu domínio. Com cetro férreo haverás de dominá-los, *e quebrá-los como um vaso de argila!” E agora, poderosos, entendei; *soberanos, aprendei esta lição: Com temor servi a Deus, rendei-lhe glória *e prestai-lhe homenagem com respeito! Se o irritais, perecereis pelo caminho, *pois depressa se acende a sua ira! – Felizes hão de ser todos aqueles *que põem sua esperança no Senhor! Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Os reis de toda a terra se reúnem e conspiram os governos todos juntos contra o Deus onipotente e o seu Ungido. Apagam-se as duas velas mais ao extremo do candelabro de trevas.Ant. 2 Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha túnica.

Salmo 21(22),2-23 [24-32]Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? *E ficais longe de meu grito e minha prece?Ó meu Deus, clamo de dia e não me ouvis, *

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clamo de noite e para mim não há resposta!Vós, no entanto, sois o santo em vosso Templo, *que habitais entre os louvores de Israel.Foi em vós que esperaram nossos pais; *esperaram e vós mesmo os libertastes.Seu clamor subiu a vós e foram salvos; *em vós confiaram e não foram enganados.Quanto a mim, eu sou um verme e não um homem; *sou o opróbrio e o desprezo das nações.Riem de mim todos aqueles que me vêem, *torcem os lábios e sacodem a cabeça:“Ao Senhor se confiou, ele o liberte *e agora o salve, se é verdade que ele o ama!”Desde a minha concepção me conduzistes, *e no seio maternal me agasalhastes.Desde quando vim à luz vos fui entregue; *desde o ventre de minha mãe sois o meu Deus!Não fiqueis longe de mim, porque padeço; *ficai perto, pois não há quem me socorra!Por touros numerosos fui cercado, *e as feras de Basã me rodearam;escancararam contra mim as suas bocas, *como leões devoradores a rugir.Eu me sinto como a água derramada, *e meus ossos estão todos deslocados;como a cera se tornou meu coração, *e dentro do meu peito se derrete.Minha garganta está igual ao barro seco, †minha língua está colada ao céu da boca, *e por vós fui conduzido ao pó da morte!Cães numerosos me rodeiam furiosos, *e por um bando de malvados fui cercado.Transpassaram minhas mãos e os meus pés *e eu poso contar todos os meus ossos.Eis que me olham e, ao ver-me, se deleitam! †Eles repartem entre si as minhas vestes *e sorteiam entre si a minha túnica.Vós, porém, ó meu Senhor, não fiqueis longe, *ó minha força, vinde logo em meu socorro!Da espada libertai a minha alma, *e das garras desses cães, a minha vida! Arancai-me da goela do leão, *e a mim tão pobre, desses touros que me atacam!Anunciarei o vosso nome a meus irmãos *e no meio da assembléia hei de louvar-vos!Esta última parte do salmo é facultativa.Vós que temeis ao Senhor Deus, dai-lhe louvores; †glorificai-o, descendentes de Jacó, *e respeitai-o toda a raça de Israel!Porque Deus não desprezou nem rejeitou *a miséria do que sofre sem amparo;não desviou do humilhado a sua face, *mas o ouviu quando gritava por socorro.Sois meu louvor em meio à grande assembléia; *

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cumpro meus votos ante aqueles que vos temem!Vosos pobres vão comer e saciar-se, †e os que procuram o Senhor o louvarão; *“Seus corações tenham a vida para sempre!”Lembrem-se disso os confins de toda a terra, *para que voltem ao Senhor e se convertam,e se prostrem, adorando, diante dele *todos os povos e as famílias das nações.Pois ao Senhor é que pertence a realeza; *ele domina sobre todas as nações.Somente a ele adorarão os poderosos, *e os que voltam para o pó o louvarão.Para ele há de viver a minha alma, *toda aminha descendência há de servi-lo;às futuras gerações anunciará *o poder e a justiça do Senhor;ao povo novo que há de vir, ela dirá: *“Eis a obra que o Senhor realizou!”Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Eles repartem entre si as minhas vestes e sorteiam entre si a minha túnica.Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.Ant. 3 Os que buscam matar, me perseguem e procuram tirar minha vida.

Salmo 37(38)Repreendei-me, Senhor, mas sem ira; *corrigi-me, mas não com furor!Vossas flechas em mim penetraram; *vossa mão se abateu sobre mim.Nada resta de são no meu corpo, *pois com muito rigor me tratastes!Não há parte sadia em meus ossos, *pois pequei contra vós, ó Senhor!Meus pecados me afogam e esmagam, *como um fardo pesado me oprimem.Cheiram mal e supuram minhas chagas *por motivo de minhas loucuras.Ando triste, abatido, encurvado, *todo o dia afogado em tristeza.As entranhas me ardem de febre, *já não há parte sã no meu corpo.Meu coração grita e geme de dor, *esmagado e humilhado demais.Conheceis meu desejo, Senhor, *meus gemidos vos são manifestos;bate rápido o meu coração, †minhas forças estão me deixando, *e sem luz os meus olhos se apagam.Companheiros e amigos se afastam, †fogem longe das minhas feridas; *meus parentes mantêm-se à distância.Armam laços os meus inimigos, *que procuram tirar minha vida;os que buscam matar-me ameaçam *e maquinam traições todo o dia.

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Eu me faço de surdo e não ouço, *eu me faço de mudo e não falo;semelhante a alguém que não ouve *e não tem a resposta em sua boca.Mas, em vós, ó Senhor, eu confio, *e ouvireis meu lamento, ó meu Deus!Pois rezei: “Que não zombem de mim, *nem se riam, se os pés me vacilam!”Ó Senhor, estou quase caindo, *minha dor não me larga um momento!Sim, confesso, Senhor, minha culpa: *meu pecado me aflige e atormenta.São bem fortes os meus adversários †que me vêm atacar sem razão; *quantos há que sem causa me odeiam!Eles pagam o bem com o mal, *porque busco o bem, me perseguem.Não deixeis vosso servo sozinho, *ó meu Deus, ficai perto de mim!Vinde logo trazer-me socorro, *porque sois para mim salvação!Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Os que buscam matar, me perseguem e procuram tirar minha vida.Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.V. As falsas testemunhas se ergueram.R. E vomitam violência contra mim.PRIMEIRA LEITURA

Da Carta aos Hebreus 9,11-28Cristo, sumo sacerdote, com o seu próprio sangue,

entrou no Santuário uma vez por todasIrmãos: Cristo veio como sumo-sacerdote dos bens futuros. Através de uma tenda maior e mais perfeita, que não é obra de mãos humanas, isto é, que não faz parte desta criação, e não com o sangue de bodes e bezerros, mas com o seu próprio sangue, ele entrou no Santuário uma vez por todas, obtendo uma redenção eterna. De fato, se o sangue de bodes e touros, e a cinza de novilhas espalhada sobre os seres impuros os santifica e realiza a pureza ritual dos corpos, quanto mais o Sangue de Cristo, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo, pois, em virtude do espírito eterno, Cristo se ofereceu a si mesmo a Deus como vítima sem mancha.Por isso, ele é mediador de uma nova aliança. Pela sua morte, ele reparou as transgressões cometidas no decorrer da primeira aliança. E, assim, aqueles que são chamados recebem a promessa da herança eterna. Onde existe testamento, é preciso que seja constatada a morte de quem fez o testamento. Pois um testamento só tem valor depois da morte, e não tem efeito nenhum enquanto ainda vive aquele que fez o testamento. Por isso, nem mesmo a primeira aliança foi inaugurada sem sangue. Quando anunciou a todo o povo cada um dos mandamentos da Lei, Moisés tomou sangue de novilhos e bodes, junto com água, lã vermelha e um hissopo. Em seguida, aspergiu primeiro o próprio livro e todo o povo, e disse: “Este é o sangue da aliança que Deus faz convosco”. Do mesmo modo, aspergiu com sangue também a Tenda e todos os objetos que serviam para o culto. E assim, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não existe perdão.

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Portanto, as cópias das realidades celestes tinham que ser purificadas dessa maneira; mas as próprias realidades celestes devem ser purificadas com sacrifícios melhores. De fato, Cristo não entrou num santuário feito por mão humana, imagem do verdadeiro, mas no próprio céu, a fim de comparecer, agora, na presença de Deus, em nosso favor. E não foi para se oferecer a si muitas vezes, como o sumo-sacerdote que, cada ano, entra no Santuário com sangue alheio. Porque, se assim fosse, deveria ter sofrido muitas vezes, desde a fundação do mundo. Mas foi agora, na plenitude dos tempos, que, uma vez por todas, ele se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo. O destino de todo homem é morrer uma só vez, e depois vem o julgamento. Do mesmo modo, também Cristo, oferecido uma vez por todas, para tirar os pecados da multidão, aparecerá uma segunda vez, fora do pecado, para salvar aqueles que o esperam.RESPONSÓRIO Cf. Is 53,7.12R. Foi levado como ovelha ao matadouro; e, maltratado, não abriu a sua boca; * Foi condenado para a vida de seu povo.V. Ele próprio entregou a sua vida e deixou-se colocar entre os facínoras. * Foi condenado.Apaga-se a próxima vela, à esquerda, no candelabro de trevas.SEGUNDA LEITURADas Catequeses de São João Crisóstomo, bispo

(Cat. 3,13-19: SCh 50,174-177) (Séc.IV)

O poder do sangue de CristoQueres conhecer o poder do sangue de Cristo? Voltemos às figuras que o profetizaram e recordemos a narrativa do Antigo Testamento: Imolai, disse Moisés, um cordeiro de um ano e marcai as portas com o seu sangue (cf. Ex 12,6-7). Que dizes, Moisés? O sangue de um cordeiro tem poder para libertar o homem dotado de razão? É claro que não, responde ele, não porque é sangue, mas por ser figura do sangue do Senhor. Se agora o inimigo, ao invés do sangue simbólico aspergido nas portas, vir brilhar nos lábios dos fiéis, portas do templo dedicado a Cristo, o sangue verdadeiro, fugirá ainda mais para longe.Queres compreender mais profundamente o poder deste sangue? Repara de onde começou a correr e de que fonte brotou. Começou a brotar da própria cruz, e a sua origem foi o lado do Senhor. Estando Jesus já morto e ainda pregado na cruz, diz o evangelista, um soldado aproximou-se, feriu-lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu água e sangue: a água, como símbolo do batismo; o sangue, como símbolo da eucaristia. O soldado, traspassando-lhe o lado, abriu uma brecha na parede do templo santo, e eu, encontrando um enorme tesouro, alegro-me por ter achado riquezas extraordinárias. Assim aconteceu com este cordeiro. Os judeus mataram um cordeiro e eu recebi o fruto do sacrifício.De seu lado saiu sangue e água (Jo 19,34). Não quero, querido ouvinte, que trates com superficialidade o segredo de tão grande mistério. Falta-me ainda explicar-te outro significado místico e profundo. Disse que esta água e este sangue são símbolos do batismo e da eucaristia. Foi destes sacramentos que nasceu a santa Igreja, pelo banho da regeneração e pela renovação no Espírito Santo, isto é, pelo batismo e pela eucaristia que brotaram do lado de Cristo. Pois Cristo formou a Igreja de seu lado traspassado, assim como do lado de Adão foi formada Eva, sua esposa.Por esta razão, a Sagrada Escritura, falando do primeiro homem, usa a expressão osso dos meus ossos e carne da minha carne (Gn 2,23), que São Paulo refere, aludindo ao lado de Cristo. Pois assim como Deus formou a mulher do lado do homem, também Cristo, de seu lado, nos deu a água e o sangue para que surgisse a Igreja. E assim como Deus abriu o lado de Adão enquanto ele dormia, também Cristo nos deu a água e o sangue durante o sono de sua morte.

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Vede como Cristo se uniu à sua esposa, vede com que alimento nos sacia. Do mesmo alimento nos faz nascer e nos nutre. Assim como a mulher, impulsionada pelo amor natural, alimenta com o próprio leite e o próprio sangue o filho que deu à luz, também Cristo alimenta sempre com o seu sangue aqueles a quem deu o novo nascimento.RESPONSÓRIO Cf. 1Pd 1,18-19; Ef 2,18; 1Jo 1,7R. Não foi nem com ouro nem prata que fostes remidos, irmãos; mas sim pelo sangue preciosode Cristo, o Cordeiro sem mancha. * Por ele nós temos acesso num único Espírito ao Pai.V. O sangue do Filho de Deus nos lava de todo pecado. * Por ele.Apaga-se a próxima vela, à direita, no candelabro de trevas.CÂNTICOS PARA AS VIGÍLIASAntífona: Do lado do Senhor crucificado, depois de aberto pela lança do soldado, logo saiu sangue e água para remir-nos.

Cântico I - Jr 14,17-21Lamentação em tempo de fome e de guerra

O Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho! (Mc 1,15).Os meus olhos, noite e dia, *chorem lágrimas sem fim;pois sofreu um golpe horrível, †foi ferida gravemente *a virgem filha do meu povo!Se eu saio para os campos, *eis os mortos à espada;se eu entro na cidade, *eis as vítimas da fome!Até o profeta e o sacerdote †perambulam pela terra *sem saber o que se passa.Rejeitastes, por acaso, *a Judá inteiramente?Por acaso a vossa alma *desgostou-se de Sião?Por que feristes vosso povo *de um mal que não tem cura?Esperávamos a paz, *e não chegou nada de bom;e o tempo de reerguer-nos, *mas só vemos o terror!Conhecemos nossas culpas †e as de nossos ancestrais, *pois pecamos contra vós!Por amor de vosso nome, *ó Senhor, não nos deixeis!Não deixeis que se profane *vosso trono glorioso!Recordai-vos, ó Senhor! *Não rompais vossa Aliança!Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Cântico II – Ez 36,24-28Deus renovará o seu povo

Eles serão o seu povo, e o próprio Deus estará com eles (Ap 21,3).

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Haverei de retirar-vos do meio das nações, †haverei de reunir-vos de todos os países, *e de volta eu levarei todos vós à vossa terra.Haverei de derramar sobre vós uma água pura, †e de vossas imundícies sereis purificados; *sim, sereis purificados de toda a idolatria.Dar-vos-ei um novo espírito e um novo coração; †tirarei de vosso peito este coração de pedra, *no lugar colocarei novo coração de carne.Haverei de derramar meu Espírito em vós †e farei que caminheis obedecendo a meus preceitos, *que observeis meus mandamentos e guardeis a minha Lei.E havereis de habitar aquela terra prometida, †que nos tempos do passado eu doei a vossos pais, *e sereis sempre o meu povo e eu serei o vosso Deus!Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Cântico III – Lm5,1-7.15-17.19-21Oração na tribulação

Em toda parte e sempre levamos em nós mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para que

também a vida de Jesus seja manifestada em nossa frágil natureza (2Cor 4,10).Senhor, lembrai-vos do que nos sucedeu, *olhai e vede a nossa humilhação!Nossa herança ficou com estrangeiros, *nossas casas passaram a mãos estranhas!Somos órfãos, pois já não temos pai, *nossas mães se tornaram quais viúvas!Nossa água, compramos por dinheiro, *nossa lenha nos custa um alto preço!Perseguidos, com a canga no pescoço, *sem repouso, estamos esgotados!Ao Egito e à terra dos Assírios *estendemos a mão para ter pão.Pecaram os pais, já não existem; *levamos as culpas dos seus crimes.A alegria fugiu dos corações, *converteu-se em luto a nossa dança!A coroa caiu-nos da cabeça, *infelizes de nós, porque pecamos!Amargurou-se o nosso coração, *nossos olhos estão anuviados!Ó Senhor, vós reinais eternamente, *vosso trono perdura para sempre!Por que persistir em esquecer-nos? *Por que, para sempre, abandonar-nos?Convertei-nos a vós e voltaremos, *renovai nossos dias, como outrora!Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Do lado do Senhor crucificado, depois de aberto pela lança do soldado, logo saiu sangue e água para remir-nos. EVANGELHO PARA AS VIGÍLIASPaixão de nosso Senhor Jesus Cristo segundo Mateus 27,1-2.11-56

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Tu és o rei dos judeus?1 De manhã cedo, todos os sumos sacerdotes e os anciãos do povo convocaram um conselho contra Jesus, para condená-lo à morte. 2 Eles o amararam, levaram-no e o entregaram a Pilatos, o governador.11 Jesus foi posto diante do governador, e este o interrogou: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus declarou: “É como dizes”, 12 e nada respondeu, quando foi acusado pelos sumos sacerdotes e anciãos. 13 Então Pilatos perguntou:“Não estás ouvindo de quanta coisa eles te acusam?” 14 Mas Jesus não respondeu uma só palavra, e o governador ficou muito impressionado. 15 Na festa da Páscoa, o governador costumava soltar o prisioneiro que a multidão quisesse. 16 Naquela ocasião, tinham um prisioneiro famoso, chamado Barrabás. 17 Então Pilatos perguntou à multidão reunida: “Quem vós quereis que eu solte: Barrabás, ou Jesus, a quem chamam de Cristo?” 18 Pilatos bem sabia que eles haviam entregado Jesus por inveja.19 Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua mulher mandou dizer a ele: “Não te envolvas com esse justo! porque esta noite, em sonho, sofri muito por causa dele.” 20 Porém, os sumos sacerdotes e os anciãos convenceram as multidões para que pedissem Barrabás e que fizessem Jesus morrer. 21 O governador tornou a perguntar: “Qual dos dois quereis que eu solte?” Eles gritaram: “Barrabás.” 22 Pilatos perguntou: “Que farei com Jesus, que chamam de Cristo?” Todos gritaram: “Seja crucificado!” 23 Pilatos falou: “Mas, que mal ele fez?” Eles, porém, gritaram com mais força: “Seja crucificado!”24 Pilatos viu que nada conseguia e que poderia haver uma revolta. Então mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão, e disse: “Eu não sou responsável pelo sangue deste homem. Este é um problema vosso!” 25 O povo todo respondeu: “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre os nossos filhos”. 26 Então Pilatos soltou Barrabás, mandou flagelar Jesus, e entregou-o para ser crucificado.Salve, rei dos judeus!27 Em seguida, os soldados de Pilatos levaram Jesus ao palácio do governador, e reuniram toda a tropa em volta dele. 28 Tiraram sua roupa e o vestiram com um manto vermelho; =29 depois teceram uma coroa de espinhos, puseram a coroa em sua cabeça, e uma vara em sua mão direita. Então se ajoelharam diante de Jesus e zombaram, dizendo: “Salve, rei dos judeus!” 30 Cuspiram nele e, pegando uma vara, bateram na sua cabeça. 31 Depois de zombar dele, tiraram-lhe o manto vermelho e, de novo, o vestiram com suas próprias roupas. Daí o levaram para crucificar.Com ele crucificaram dois ladrões32 Quando saíam, encontraram um homem chamado Simão, da cidade de Cirene, e o obrigaram a carregar a cruz de Jesus. 33 E chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer “lugar de caveira”. 34 Ali deram vinho misturado com fel para Jesus beber. Ele provou, mas não quis beber. 35 Depois de o crucificarem, fizeram um sorteio, repartindo entre si as suas vestes. 36 E ficaram ali sentados, montando guarda. 37 Acima da cabeça de Jesus puseram o motivo da sua condenação: “Este é Jesus, o Rei dos Judeus.”38 Com ele também crucificaram dois ladrões, um à direita e outro à esquerda de Jesus.Se és o Filho de Deus, desce da cruz!39 As pessoas que passavam por ali o insultavam, balançando a cabeça e dizendo: 40

“Tu que ias destruir o Templo e construí-lo de novo em três dias, salva-te a ti mesmo! Se és o Filho de Deus, desce da cruz!” 41 Do mesmo modo, os sumos sacerdotes, junto com os mestres da Lei e os anciãos, também zombaram de Jesus: 42 “A outros salvou. a si mesmo não pode salvar! É Rei de Israel. Desça agora da cruz! e acreditaremos nele. 43 Confiou em Deus; que o livre agora, se é que Deus o ama! Já que ele disse: Eu sou o Filho de Deus.” 44 Do mesmo modo, também os dois ladrões que foram crucificados com Jesus o insultavam.

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Eli, Eli, lamá sabactâni?45 Desde o meio-dia até às três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. 46

Pelas três horas da tarde, Jesus deu um forte grito: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”, que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” 47 Alguns dos que ali estavam, ouvindo-o, disseram: “Ele está chamando Elias!” 48 E logo um deles, correndo, pegou uma esponja, ensopou-a em vinagre, colocou-a na ponta de uma vara, e lhe deu para beber. 49 Outros, porém, disseram: “Deixa, vamos ver se Elias vem salvá-lo!” 50Então Jesus deu outra vez um forte grito e entregou o espírito.Aqui todos se ajoelham, permanecendo assim por algum tempo.51 E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as pedras se partiram. 52 Os túmulos se abriram e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram! 53 Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas. 54 O oficial e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram: “Ele era mesmo Filho de Deus!”55 Grande número de mulheres estava ali, olhando de longe. Elas haviam acompanhado Jesus desde a Galiléia, prestando-lhe serviços. 56 Entre elas estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu.

LaudesSALMODIAAnt. 1 Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós.

Salmo 50(51) Tende piedade, ó meu Deus!

Renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. Revesti o homem novo (Ef 4,23-24).

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! * Na imensidão de vosso amor,purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, * e apagai completamente a minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniqüidade, * o meu pecado está sempre à minha frente. Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei, * e pratiquei o que é mau aos vossos olhos! –

Mostrais assim quanto sois justo na sentença, * e quanto é reto o julgamento que fazeis. Vede, Senhor, que eu nasci na iniqüidade * e pecador já minha mãe me concebeu.

Mas vós amais os corações que são sinceros, * na intimidade me ensinais sabedoria. Aspergi-me e serei puro do pecado, * e mais branco do que a neve ficarei.

Fazei-me ouvir cantos de festa e de alegria, * e exultarão estes meus ossos que esmagastes. Desviai o vosso olhar dos meus pecados * e apagai todas as minhas transgressões!

Criai em mim um coração que seja puro, * dai-me de novo um espírito decidido.

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Ó Senhor, não me afasteis de vossa face, * nem retireis de mim o vosso Santo Espírito!

Dai-me de novo a alegria de ser salvo * e confirmai-me com espírito generoso! Ensinarei vosso caminho aos pecadores, * e para vós se voltarão os transviados.

Da morte como pena, libertai-me, * e minha língua exaltará vossa justiça! Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar, * e minha boca anunciará vosso louvor!

Pois não são de vosso agrado os sacrifícios, * e, se oferto um holocausto, o rejeitais. Meu sacrifício é minha alma penitente, * não desprezeis um coração arrependido!

Sede benigno com Sião, por vossa graça, * reconstruí Jerusalém e os seus muros! E aceitareis o verdadeiro sacrifício, * os holocaustos e oblações em vosso altar! Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Deus não poupou seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós. Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.

Ant. 2 Jesus Cristo nos amou até o fim e lavou nossos pecados com seu sangue.

Cântico Hab 3,2-4.13a.15-19 Deus há de vir para julgar

Erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima (Lc 21,28). Eu ouvi vossa mensagem, ó Senhor, * e enchi-me de temor. Manifestai a vossa obra pelos tempos * e tornai-a conhecida.

Ó Senhor, mesmo na cólera, lembrai-vos * de ter misericórdia! Deus virá lá das montanhas de Temã, * e o Santo, de Farã.

O céu se enche com a sua majestade, * e a terra, com sua glória. Seu esplendor é fulgurante como o sol, * saem raios de suas mãos.

Nelas se oculta o seu poder como num véu, * seu poder vitorioso. Para salvar o vosso povo vós saístes, * para salvar o vosso Ungido.

E lançastes pelo mar vossos cavalos * no turbilhão das grandes águas.

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Ao ouvi-lo estremeceram-me as entranhas * e tremeram os meus lábios.

A cárie penetrou-me até os ossos, * e meus passos vacilaram. Confiante espero o dia da aflição, * que virá contra o opressor.

Ainda que a figueira não floresça * nem a vinha dê seus frutos, a oliveira não dê mais o seu azeite, * nem os campos, a comida;

mesmo que faltem as ovelhas nos apriscos * e o gado nos curais: mesmo assim eu me alegro no Senhor, * exulto em Deus, meu Salvador!

O meu Deus e meu Senhor é minha força * e me faz ágil como a corça; para as alturas me conduz com segurança * ao cântico de salmos. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Jesus Cristo nos amou até o fim e lavou nossos pecados com seu sangue. Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.Ant. 3 Adoramos, Senhor, vosso madeiro, vossa ressurreição nós celebramos. A alegria chegou ao mundo inteiro, pela cruz que nós hoje veneramos.

Salmo 147(147 B) Restauração de Jerusalém

Vem! Vou mostrar-te a noiva, a esposa do Cordeiro! (Ap 21,9). Glorifica o Senhor, Jerusalém! * Ó Sião, canta louvores ao teu Deus!

Pois reforçou com segurança as tuas portas, * e os teus filhos em teu seio abençoou; a paz em teus limites garantiu * e te dá como alimento a flor do trigo.

Ele envia suas ordens para a terra, * e a palavra que ele diz core veloz; ele faz cair a neve como lã * e espalha a geada como cinza. –

Como de pão lança as migalhas do granizo, * a seu frio as águas ficam congeladas. Ele envia sua palavra e as derrete, * sopra o vento e de novo as águas corem.

Anuncia a Jacó sua palavra, * seus preceitos e suas leis a Israel. Nenhum povo recebeu tanto carinho, * a nenhum outro revelou os seus preceitos.

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Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Glorifica Adoramos, Senhor, vosso madeiro, vossa ressurreição nós celebramos. A alegria chegou ao mundo inteiro, pela cruz que nós hoje veneramos. Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.LEITURA BREVE Is 52,13-15Ei-lo, o meu Servo será bem sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo – tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto humano – do mesmo modo ele espalhará sua fama entre os povos. Diante dele os reis se manterão em silêncio, vendo algo que nunca lhes foi narrado e conhecendo coisas que jamais ouviram.Em lugar do responsório se diz, de joelhos:

Ant. Jesus Cristo se humilhou e se fez obediente, obediente até à morte e morte de cruz.BENEDICTUS Lc 1, 68-79Durante o Benedictus, se houver as seis velas do altar, o acólito responsável por apagá-las, munido do apagador, dirige-se ao altar, faz a inclinação profunda, e procede à cerimônia. A partir do sexto verso, ele vai à extrema esquerda do altar, e apaga essa vela. Depois, vai à extrema direita, para apagar a vela correspondente. Volta, então, à esquerda, para apagar a próxima, e, então, à direita, e assim por diante, de modo a apagar todas as seis velas nos últimos seis versos. Feita a cerimônia, inclina-se profundamente ao altar, e volta ao seu lugar.Ant. Acima de sua cabeça puseram escrito o motivo da culpa e do crime de Cristo: Jesus Nazareno, o Rei dos judeus.Bendito † seja o Senhor Deus de Israel, *que a seu povo visitou e libertou; e fez surgir um poderoso Salvador *na casa de Davi, seu servidor, como falara pela boca de seus santos, *os profetas desde os tempos mais antigos, para salvar-nos do poder dos inimigos *e da mão de todos quantos nos odeiam. Assim mostrou misericórdia a nossos pais, *recordando a sua santa Aliança e o juramento a Abraão, o nosso pai, *de conceder-nos que, libertos do inimigo, a ele nós sirvamos sem temor † em santidade e em justiça diante dele, *enquanto perdurarem nossos dias. Serás profeta do Altíssimo, ó menino, †pois irás andando à frente do Senhor *para aplainar e preparar os seus caminhos, anunciando ao seu povo a salvação, *que está na remissão de seus pecados. Pelo amor do coração de nosso Deus, *Sol nascente que nos veio visitar lá do alto como luz resplandecente *a iluminar a quantos jazem entre as trevas e na sombra da morte estão sentados †e para dirigir os nossos passos, * guiando-nos no caminho da paz.

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Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Acima de sua cabeça puseram escrito o motivo da culpa e do crime de Cristo: Jesus Nazareno, o Rei dos judeus.PRECESAdoremos com sincera piedade a Cristo, nosso Redentor, que por nós sofreu a Paixão e foi sepultado para ressuscitar ao terceiro dia; e peçamos humildemente: Senhor, tende piedade de nós!

Cristo, nosso Mestre e Senhor, obediente até à morte por nosso amor, – ensinai-nos a obedecer sempre à vontade do Pai.Senhor, tende piedade de nós!

Cristo, nossa vida, que morrendo na cruz, destruístes o poder da morte e do inferno, – ensinai-nos a morrer convosco, para merecermos também ressuscitar convosco na glória. Senhor, tende piedade de nós!

Cristo, nosso Rei, que fostes desprezado como um verme e humilhado como a vergonha do gênero humano, – ensinai-nos a imitar a vossa humildade salvadora.Senhor, tende piedade de nós!

Cristo, nossa salvação, que destes a vida por amor dos seres humanos, vossos irmãos e irmãs, – fazei que nos amemos uns aos outros com a mesma caridade. Senhor, tende piedade de nós!

Cristo, nosso Salvador, que de braços abertos na cruz quisestes atrair para vós a humanidade inteira, – reuni em vosso reino os filhos e as filhas de Deus dispersos pelo mundo. Senhor, tende piedade de nós! Pai nosso que estais nos céus,santificado seja o vosso nome;venha a nós o vosso reino,seja feita a vossa vontade,assim na terra como no céu;o pão nosso de cada dia nos dai hoje;perdoai-nos as nossas ofensas,assim como nós perdoamosa quem nos tem ofendido,e não nos deixeis cair em tentação,mas livrai-nos do mal. ORAÇÃOOlhai com amor, ó Pai, esta vossa família, pela qual nosso Senhor Jesus Cristo livremente se entregou às mãos dos inimigos e sofreu o suplício da cruz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. R. Amém.Se um sacerdote ou diácono preside o Ofício, é ele quem despede o povo, dizendo: V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. V. Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo.

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R. Amém. Dada a bênção, acrescenta-se: V. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. R. Graças a Deus. Não havendo sacerdote, ou diácono, e na recitação individual, conclui-se assim: O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna. R. Amém. Faz-se o strepitus com um pedaço de madeira ou o breviário, significando o terremoto ocorrido na morte de Jesus. Os demais podem juntar-se ao strepitus com seus breviários. Apaga-se a última vela do candelabro de trevas.

Sábado da Semana SantaEste ofício é a recitação do Ofício de Leituras combinado com Laudes, na madrugada ou manhã do Sábado da Semana Santa.Havendo sacerdote ou diácono, ele preside, de acordo com a precedência. Deve vestir vestes corais de acordo com seu estado. Não se usam estolas ou pluviais. Os demais clérigos usam também vestes corais. Se um sacerdote ou diácono presidir, deve haver um cerimoniário e alguns acólitos, com sobrepelizes. Um dos acólitos é o encarregado de extinguir as velas após os salmos. É bom haver um grupo de cantores, para entoar os hinos, as antífonas e os salmos. Se apenas leigos celebrarem o Ofício, um deles dirigirá, com as adaptações indicadas. Se esses leigos forem seminaristas ou religiosos, usarão veste talar ou hábito, com sobrepeliz.No centro do local onde se celebra o Ofício das Trevas, preferencialmente no coro antes do presbitério, coloca-se um ambão, de onde se dirá os salmos, leituras e orações. O presbítero sentará na sede, acompanhado de dois diáconos, ou de um diácono e o cerimoniário, ou do cerimoniário e outro acólito, se houver. Sendo o diácono a presidir, senta-se ao seu lado o cerimoniário e outro acólito, se houver. O Bispo senta-se no trono ou no faldistório, de acordo com as regras do Cerimonial dos Bispos. O candelabro de trevas, constando de quinze velas, é colocado em frente ao altar, à sua direita. Essas velas serão apagadas, aos poucos, durante o rito. Além do candelabro de trevas, seis velas podem estar acesas no altar, como se faz durante a Missa Solene, e serão apagadas durante o Benedictus. Um apagador de velas é colocado perto do candelabro de trevas.Não se usa cruz processional nem velas processionais ou tochas durante o Ofício das Trevas. Dando início à celebração, os clérigos em veste coral, cerimoniários, acólitos e cantores ou coro entram em silêncio e reverência, de forma processional, vindo o celebrante por último, e se aproximam do altar. Genuflectem ao Santíssimo Sacramento, ou, em sua falta, inclinam-se profundamente diante do altar, e vão para seus lugares. Para a extinção de cada vela, o acólito responsável pega o apagador, reverencia o altar e vai ao candelabro para cumprir sua função.No invitatório, no hino, no Evangelho, no Benedictus, nas preces e na oração, bem como na despedida, todos permanecem de pé. Nos salmos e leituras, permanecem sentados, exceto quem lê ou entoa o salmo. No invitatório, faz-se o sinal-da-cruz na boca, e no Benedictus e na bênção, o grande sinal-da-cruz.

InvitatórioV: † Abri os meus lábios, ó Senhor.R: E minha boca anunciará vosso louvor.

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Salmo 94 (95)Convite ao louvor de Deus Animai-vos uns aos outros, dia após dia, enquanto ainda se disser ‘hoje’. (Hb 3,13)Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!Vinde, exultemos de alegria no Senhor; * aclamemos o rochedo que nos salva.Ao seu encontro caminhemos com louvores, * e com cantos de alegria o celebremos!Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!Na verdade, o Senhor é o grande Deus, *o grande Rei, muito maior que os deuses todos.Tem nas mãos as profundezas dos abismos, *e as alturas das montanhas lhe pertencem;o mar é dele, pois foi ele quem o fez, *e a terra firme suas mãos a modelaram.Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!Vinde adoremos e protremo-nos por terra, * e ajoelhemos ante o Deus que nos criou! Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor, † e nós somos o seu povo e seu rebanho, * as ovelhas que conduz com sua mão.Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!Oxalá ouvísseis hoje a sua voz: †"Não fecheis os corações como em Meriba, *como em Massa, no deserto, aquele dia, em que outrora vossos pais me provocaram, *apesar de terem visto as minhas obras. "Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!Quarenta anos desgostou-me aquela raça, † e eu dise: "Eis um povo transviado, *seu coração não conheceu os meus caminhos!" E por isso lhes jurei na minha ira: * "Não entrarão no meu repouso prometido! "Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, *Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Cristo por nós padeceu, morreu e foi sepultado: Vinde todos, adoremos!

Ofício de LeiturasHINO1 Jesus, Senhor supremo, do mundo redentor, na cruz salvastes todos, da morte vencedor!

2 Mantende, suplicamos, em nossos corações, os dons que conquistastes por todas as nações.

3 Cordeiro imaculado, pregado sobre a cruz, lavastes nossas vestes em vosso sangue e luz.

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4 Aqueles que lavastes com sangue de Homem-Deus, convosco ressurgidos, levai-os para os céus.

5 Ó povos redimidos, ao Deus do céu louvai, Jesus nos fez, morrendo, um reino para o Pai. Amém.SALMODIAAnt. 1 Tranqüilo eu adormeço e repouso em vossa paz.

Salmo 4 Quando eu chamo, respondei-me, ó meu Deus, minha justiça! † Vós que soubestes aliviar-me nos momentos de aflição,* atendei-me por piedade e escutai minha oração!

Filhos dos homens, até quando fechareis o coração? * Por que amais a ilusão e procurais a falsidade?

Compreendei que nosso Deus faz maravilhas por seu servo, * e que o Senhor me ouvirá quando lhe faço a minha prece!

Se ficardes revoltados, não pequeis por vossa ira; * meditai nos vossos leitos e calai o coração!

Sacrificai o que é justo, e ao Senhor oferecei-o; * confiai sempre no Senhor, ele é a única esperança!

Muitos há que se perguntam: “Quem nos dá felicidade?”* Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!

Vós me destes, ó Senhor, mais alegria ao coração, * do que a outros na fartura do seu trigo e vinho novo.

Eu tranqüilo vou deitar-me e na paz logo adormeço, * pois só vós, ó Senhor Deus, dais segurança à minha vida! Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Tranqüilo eu adormeço e repouso em vossa paz. Apagam-se as duas velas mais ao extremo do candelabro de trevas.

Ant. 2 Até meu corpo no repouso está tranqüilo. Salmo 15(16)

Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio! † Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor: * nenhum bem eu posso achar fora de vós!”

Deus me inspirou uma admirável afeição * pelos santos que habitam sua terra.

Multiplicam, no entanto, suas dores * os que correm para os deuses estrangeiros; seus sacrifícios sangüinários não partilho, *

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nem seus nomes passarão pelos meus lábios.

Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, * meu destino está seguro em vossas mãos! Foi demarcada para mim a melhor terra, * e eu exulto de alegria em minha herança!

Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, * e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, * pois se o tenho a meu lado não vacilo.

Eis por que meu coração está em festa, † minha alma rejubila de alegria, * e até meu corpo no repouso está tranqüilo;

pois não haveis de me deixar entregue à morte, * nem vosso amigo conhecer a corrupção.

Vós me ensinais vosso caminho para a vida; † junto a vós, felicidade sem limites, *delícia eterna e alegria ao vosso lado!Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Até meu corpo no repouso está tranqüilo. Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.

Ant. 3 Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar!

Salmo 23(24)Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, * o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tornou firme sobre os mares, * e sobre as águas a mantém inabalável.

“Quem subirá até o monte do Senhor, * quem ficará em sua santa habitação?” “Quem tem mãos puras e inocente coração, † quem não dirige sua mente para o crime, * nem jura falso para o dano de seu próximo.

Sobre este desce a bênção do Senhor * e a recompensa de seu Deus e Salvador”. “É assim a geração dos que o procuram, * e do Deus de Israel buscam a face”.

“Ó portas, levantai vossos frontões! † Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, * a fim de que o Rei da glória possa entrar!”

Dizei-nos: “Quem é este Rei da glória?” † “É o Senhor, o valoroso, o onipotente, * o Senhor, o poderoso nas batalhas!”

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“Ó portas, levantai vossos frontões! † Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, * a fim de que o Rei da glória possa entrar!”

Dizei-nos: “Quem é este Rei da glória?” † “O Rei da glória é o Senhor onipotente, * o Rei da glória é o Senhor Deus do universo!” Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Elevai-vos bem mais alto, antigas portas, a fim de que o Rei da glória possa entrar! Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.V. Defendei a minha causa e libertai-me. R. Pela palavra que me destes, dai-me a vida!PRIMEIRA LEITURA

Da Carta aos Hebreus 4,1-13Esforcemo-nos por entrar no repouso de Deus

Irmãos: Tenhamos cuidado, enquanto nos é oferecida a oportunidade de entrar no repouso de Deus, não aconteça que alguém de vós fique para trás. Também nós, como eles,

recebemos uma boa-nova. Mas a proclamação da palavra de nada lhes adiantou, por não ter sido acompanhada da fé naqueles que a tinham ouvido, enquanto nós, que acreditamos, entramos no seu repouso. É assim como ele falou:

“Por isso jurei na minha ira: jamais entrarão no meu repouso.”

Isso, não obstante as obras de Deus estarem terminadas desde a criação do mundo. Pois, em certos lugares, assim falou do sétimo dia: “E Deus repousou no sétimo dia de todas as suas obras”, e ainda novamente: “Não entrarão no meu repouso.” Então, ainda há oportunidade para alguns entrarem nesse repouso. E como os que primeiro receberam o anúncio não entraram por causa de sua incredulidade, Deus marca de novo um dia, um “hoje”, falando por Davi, muito tempo depois, como se disse acima: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações”.

Ora, se Josué lhes tivesse proporcionado esse repouso, não falaria de outro dia depois. Portanto ainda está reservado um repouso sabático para o povo de Deus. Pois aquele que entrou no repouso de Deus está descansando de suas obras, assim como Deus descansou das suas.

Esforcemo-nos, portanto, por entrar neste repouso, para que ninguém repita o acima referido exemplo de desobediência. A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais cortante do

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que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Ela julga os pensamentos e as intenções do coração. E não há criatura que possa ocultar-se diante dela. Tudo está nu e descoberto aos seus olhos, e é a ela que devemos prestar contas.

RESPONSÓRIO Cf. Mt 27,66.60.62

R. Sepultado o Senhor, rolaram uma pedra à entrada do túmulo e lacraram o sepulcro, * Colocando soldados a fim de guardá-lo. V. Os chefes do povo chegaram a Pilatos e pediram que mandasse vigiar o sepulcro. * Colocando. Apaga-se a próxima vela, à esquerda, no candelabro de trevas.

SEGUNDA LEITURADe uma antiga Homilia no grande Sábado Santo

(PG43,439.451.462-463)(Séc.IV)

A descida do Senhor à mansão dos mortos

Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.

Ele vai antes de tudo à procura de Adão, nosso primeiro pai, a ovelha perdida. Faz questão de visitar os que estão mergulhados nas trevas e na sombra da morte. Deus e seu Filho vão ao encontro de Adão e Eva cativos, agora libertos dos sofrimentos.

O Senhor entrou onde eles estavam, levando em suas mãos a arma da cruz vitoriosa. Quando Adão, nosso primeiro pai, o viu, exclamou para todos os demais, batendo no peito e cheio de admiração: “O meu Senhor está no meio de nós”. E Cristo respondeu a Adão: “E com teu espírito”. E tomando-o pela mão, disse: “Acorda, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te iluminará.

Eu sou o teu Deus, que por tua causa me tornei teu filho; por ti e por aqueles que nasceramde ti, agora digo, e com todo o meu poder, ordeno aos que estavam na prisão: ‘Saí!’; e aos que jaziam nas trevas: ‘Vinde para a luz!’; e aos entorpecidos: ‘Levantai-vos!’

Eu te ordeno: Acorda, tu que dormes, porque não te criei para permaneceres na

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mansão dos mortos. Levanta-te dentre os mortos; eu sou a vida dos mortos. Levanta-te, obra das minhas mãos; levanta-te, ó minha imagem, tu que foste criado à minha semelhança. Levanta-te, saiamos daqui; tu em mim e eu em ti, somos uma só e indivisível pessoa.

Por ti, eu, o teu Deus, me tornei teu filho; por ti, eu, o Senhor, tomei tua condição de escravo. Por ti, eu, que habito no mais alto dos céus, desci à terra e fui até mesmo sepultado debaixo da terra; por ti, feito homem, tornei-me como alguém sem apoio, abandonado entre os mortos. Por ti, que deixaste o jardim do paraíso, ao sair de um jardim fui entregue aos judeus e num jardim, crucificado.

Vê em meu rosto os escarros que por ti recebi, para restituir-te o sopro da vida original. Vê na minha face as bofetadas que levei para restaurar, conforme à minha imagem, tua beleza corrompida.

Vê em minhas costas as marcas dos açoites que suportei por ti para retirar de teus ombros o peso dos pecados. Vê minhas mãos fortemente pregadas à árvore da cruz, por causa de ti, como outrora estendeste levianamente as tuas mãos para a árvore do paraíso.

Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.

Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste. O inimigo afastou de ti a árvore, símbolo da vida; eu, porém, que sou a vida, estou agora junto de ti. Constituí anjos que, como servos, te guardassem; ordeno agora que eles te adorem como Deus, embora não sejas Deus.

Está preparado o trono dos querubins, prontos e a postos os mensageiros, construído o leito nupcial, preparado o banquete, as mansões e os tabernáculos eternos adornados, abertos os tesouros de todos os bens e o reino dos céus preparado para ti desde toda a eternidade”.RESPONSÓRIOR. Nosso pastor se retirou, ele, a fonte de água viva; e o sol, na sua morte, escurecendo, se apagou; e aquele que trazia prisioneiro o homem primeiro, por Cristo aprisionado. * Hoje o

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nosso Salvador arrombou as portas da morte e quebrou os seus ferrolhos. V. Destruiu as prisões do inferno e derrubou o poder satânico. * Hoje.Apaga-se a próxima vela, à direita, no candelabro de trevas.

LaudesSALMODIA

Ant. 1 Lamentarão a sua morte como a um filho primogênito, pois foi morto o Inocente, Jesus Cristo, Senhor nosso.

Salmo 63(64)

Ó Deus, ouvi a minha voz, o meu lamento! * salvai-me a vida do inimigo aterrador! Protegei-me das intrigas dos perversos * e do tumulto dos obreiros da maldade!

Eles afiam suas línguas como espadas, * lançam palavras venenosas como flechas, para ferir os inocentes às ocultas * e atingi-los de repente, sem temor.

Uns aos outros se encorajam para o mal * e combinam às ocultas, traiçoeiros, onde pôr as armadilhas preparadas, * comentando entre si: 'Quem nos verá?'

Eles tramam e disfarçam os seus crimes. * É um abismo o coração de cada homem! Deus, porém, os ferirá com suas flechas, * e cairão todos feridos, de repente.

Sua língua os levará à perdição, *e quem os vir meneará sua cabeça; com temor proclamará a ação de Deus, * e tirará uma lição de sua obra.

O homem justo há de alegrar-se no Senhor † e junto dele encontrará o seu refúgio,* e os de reto coração triunfarão. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém.Ant. Lamentarão a sua morte como a um filho primogênito, pois foi morto o Inocente, Jesus Cristo, Senhor nosso. Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.

Ant. 2 Das portas do abismo livrai-me, Senhor!

Cântico Is 38,10-14.17-20 Eu dizia: 'É necessário que eu me vá * no apogeu de minha vida e de meus dias; para a mansão triste dos mortos descerei, * sem viver o que me resta dos meus anos'.

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Eu dizia: 'Não verei o Senhor Deus † sobre a terra dos viventes nunca mais; * nunca mais verei um homem neste mundo!'

Minha morada foi à força arrebatada, * desarmada como a tenda de um pastor. Qual tecelão, eu ia tecendo a minha vida, * mas agora foi cortada a sua trama.

Vou me acabando de manhã até à tarde, * passo a noite a gemer até a aurora. Como um leão que me tritura os ossos todos, * assim eu vou me consumindo dia e noite.

O meu grito é semelhante ao da andorinha, * o meu gemido se parece ao da rolinha. Os meus olhos já se cansam de elevar-se, * de pedir-vos: 'Socorrei-me, Senhor Deus!'

Mas vós livrastes minha vida do sepulcro, * e lançastes para trás os meus pecados.Pois a mansão triste dos mortos não vos louva, * nem a morte poderá agradecer-vos;

para quem desce à sepultura é terminada * a esperança em vosso amor sempre fiel. Só os vivos é que podem vos louvar, * como hoje eu vos louvo agradecido.

O pai há de contar para seus filhos * vossa verdade e vosso amor sempre fiel. Senhor, salvai-me! Vinde logo em meu auxílio, † e a vida inteira cantaremos nossos salmos, * agradecendo ao Senhor em sua casa. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Das portas do abismo livrai-me, Senhor! Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.

Ant.3 Estive morto e agora vivo: sou o Vivente pelos séculos; tenho as chaves dos abismos e a vitória sobre a morte.

Salmo 150 Louvai o Senhor Deus no santuário, * louvai-o no alto céu de seu poder! Louvai-o por seus feitos grandiosos, * louvai-o em sua grandeza majestosa!

Louvai-o com o toque da trombeta, *louvai-o com a harpa e com a cítara! Louvai-o com a dança e o tambor, *louvai-o com as cordas e as flautas!

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Louvai-o com os címbalos sonoros, *louvai-o com os címbalos de júbilo! Louve a Deus tudo o que vive e que respira, * tudo cante os louvores do Senhor! Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. * Como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ant. Estive morto e agora vivo: sou o Vivente pelos séculos; tenho as chaves dos abismos e a vitória sobre a morte.Apagam-se as duas velas seguintes em direção ao centro do candelabro de trevas.LEITURA BREVE Os 5, 15d-6,2Eis o que diz o Senhor: Em suas aflições me procurarão. Vinde, voltemos para o Senhor, ele nos feriu e há de tratar-nos, ele nos machucou e há de curar-nos. Em dois dias, nos dará vida, e, ao terceiro dia, há de restaurar-nos, e viveremos em sua presença.Em lugar do responsório se diz, de joelhos:

Ant. Jesus Cristo se humilhou e se fez obediente, obediente até à morte e morte de cruz. Por isso Deus o exaltou sobremaneira em sua glória, e deu-lhe o nome mais sublime, muito acima de outro nome.BENEDICTUS Lc 1, 68-79Durante o Benedictus, se houver as seis velas do altar, o acólito responsável por apagá-las, munido do apagador, dirige-se ao altar, faz a inclinação profunda, e procede à cerimônia. A partir do sexto verso, ele vai à extrema esquerda do altar, e apaga essa vela. Depois, vai à extrema direita, para apagar a vela correspondente. Volta, então, à esquerda, para apagar a próxima, e, então, à direita, e assim por diante, de modo a apagar todas as seis velas nos últimos seis versos. Feita a cerimônia, inclina-se profundamente ao altar, e volta ao seu lugar.Ant. Salvai-nos, Salvador do universo! Por vossa cruz e vosso sangue nos remistes: ajudai-nos, vos pedimos, nosso Deus!Bendito † seja o Senhor Deus de Israel, *que a seu povo visitou e libertou; e fez surgir um poderoso Salvador *na casa de Davi, seu servidor, como falara pela boca de seus santos, *os profetas desde os tempos mais antigos, para salvar-nos do poder dos inimigos *e da mão de todos quantos nos odeiam. Assim mostrou misericórdia a nossos pais, *recordando a sua santa Aliança e o juramento a Abraão, o nosso pai, *de conceder-nos que, libertos do inimigo, a ele nós sirvamos sem temor † em santidade e em justiça diante dele, *enquanto perdurarem nossos dias. Serás profeta do Altíssimo, ó menino, †pois irás andando à frente do Senhor *para aplainar e preparar os seus caminhos, anunciando ao seu povo a salvação, *que está na remissão de seus pecados. Pelo amor do coração de nosso Deus, *Sol nascente que nos veio visitar

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lá do alto como luz resplandecente *a iluminar a quantos jazem entre as trevas e na sombra da morte estão sentados †e para dirigir os nossos passos, * guiando-nos no caminho da paz. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. *Como era no princípio, agora e sempre. Amém. Ant. Salvai-nos, Salvador do universo! Por vossa cruz e vosso sangue nos remistes: ajudai-nos, vos pedimos, nosso Deus!PRECESAdoremos com sincera piedade a Cristo, nosso Redentor, que por nós sofreu a Paixão e foi sepultado para ressuscitar ao terceiro dia; e peçamos humildemente: Senhor, tende piedade de nós!Cristo, nosso Salvador, que junto à cruz e ao sepulcro quisestes ter presente vossa Mãe dolorosa, – tornai-nos também participantes da vossa Paixão por meio dos sofrimentos da vida. Senhor, tende piedade de nós!

Cristo, nosso Senhor, que como grão de trigo caído na terra fizestes germinar para nós o admirável fruto da vida eterna, – dai-nos a graça de morrer para o pecado e viver somente para Deus. Senhor, tende piedade de nós!

Cristo, nosso Pastor, que jazendo no sepulcro quisestes vos ocultar da vista de todos, – ensinai-nos a amar nossa vida escondida convosco em Deus Pai. Senhor, tende piedade de nós!Cristo, novo Adão, que descestes ao reino dos mortos para libertar os justos que, desde a origem do mundo, lá estavam encarcerados, – compadecei-vos dos que estão mortos no túmulo de seus pecados, para que, escutando a vossa voz, recuperem a vida. Senhor, tende piedade de nós!

Cristo, Filho do Deus vivo, que pelo batismo nos sepultastes convosco, – tornai-nos cada vez mais semelhantes a vós, no mistério da vossa ressurreição, para que vivamos a vida nova da graça. Senhor, tende piedade de nós!Pai nosso que estais nos céus,santificado seja o vosso nome;venha a nós o vosso reino,seja feita a vossa vontade,assim na terra como no céu;o pão nosso de cada dia nos dai hoje;perdoai-nos as nossas ofensas,assim como nós perdoamosa quem nos tem ofendido,e não nos deixeis cair em tentação,mas livrai-nos do mal. ORAÇÃOPai cheio de bondade, vosso Filho unigênito desceu à mansão dos mortos e dela surgiu vitorioso: concedei aos vossos fiéis, sepultados com ele no batismo, que, pela força

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de sua ressurreição, participem da vida eterna, com ele. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo. R. Amém.Se um sacerdote ou diácono preside o Ofício, é ele quem despede o povo, dizendo: V. O Senhor esteja convosco. R. Ele está no meio de nós. V. Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho † e Espírito Santo. R. Amém. Dada a bênção, acrescenta-se: V. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe. R. Graças a Deus. Não havendo sacerdote, ou diácono, e na recitação individual, conclui-se assim: O Senhor nos abençoe, nos livre de todo o mal e nos conduza à vida eterna. R. Amém. Faz-se o strepitus com um pedaço de madeira ou o breviário, significando o terremoto ocorrido na morte de Jesus. Os demais podem juntar-se ao strepitus com seus breviários. Apaga-se a última vela do candelabro de trevas.