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1. TÍTULO DESCRITIVO 3ª Historiografia do Núcleo Princesa Sama - 2ª Região Historiografada: Conselheira Marisa da Silva Jordão Participantes: Mestre Eliésio- M.Representante- Crianças, Jovens, Sócios e Equipe da Orientação Espiritual. Data de realização: 01/08/2015 Horário de realização: 15h30 – 17h 2. FRASE INTERESSANTE “Muito contentes e felizes estamos a conhecer a história da Conselheira Marisa, pois é sempre tempo de aprender. Vamos amiguinhos perguntar e assim aprender, pois o conhecimento é a ciência do saber ’’ Parte da poesia declamada pela criança Letícia 3. INTRODUÇÃO COM DESCRIÇÃO DO CENÁRIO

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1. TÍTULO DESCRITIVO

3ª Historiografia do Núcleo Princesa Sama - 2ª Região Historiografada: Conselheira Marisa da Silva JordãoParticipantes: Mestre Eliésio- M.Representante- Crianças, Jovens, Sócios e Equipe da Orientação Espiritual. Data de realização: 01/08/2015 Horário de realização: 15h30 – 17h

2. FRASE INTERESSANTE

“Muito contentes e felizes estamos a conhecer a história da Conselheira Marisa, pois é sempre

tempo de aprender. Vamos amiguinhos perguntar e assim aprender, pois o conhecimento é a

ciência do saber ’’ Parte da poesia declamada pela criança Letícia

3. INTRODUÇÃO COM DESCRIÇÃO DO CENÁRIO

Sábado ensolarado típico do verão amazônico. Crianças, jovens e adultos do Núcleo Princesa

Sama, vem chegando e se acomodando aos poucos, se aproximando do Jardim, local colorido,

aconchegante na frente do nosso Templo, onde faz sombra a tarde, escolhido para acontecer

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o perguntatório. Além das flores da natureza enfeitando o local, todos a observar um

barquinho cuidadosamente construído para esse dia, enfeitado com gravura de Santo

Antonio de Borba, e Nossa Senhora do Carmo .

4. FOTOS HISTÓRICAS TRAZIDAS PELA ENTREVISTADA Em outra parte do cenário, um painel com algumas fotos da conselheira, conseguidas com

muita dificuldade, que contam por si só um pouco da sua história. Quando solicitamos as fotos

antigas ela declarou que os filhos já tinham tomado conta.

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CDC Marisa e seu esposo(falecido) CDC CDC Marisa e Padre MarceloAdemar Jordão

5. A ENTREVISTA

Todos acomodados no Jardim, tudo pronto, equipe de som, filmadoras, máquinas

fotográficas, cenários e painéis. O que está faltando? Nossa personagem principal, a que

será entrevistada.

Chegada da CDC Mariza ao Jardim.

Eis que vem chegando ao jardim a cdc Marisa, simpática, sorridente, acompanhada pela

cdc Tessalia. De chegada fica emocionada ao ver o cenário, painel de fotos, as pessoas

presentes, as crianças atentas e eufóricas. E diz: “Tudo isso é pra mim?” Senta-se no local

anteriormente preparado.

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A atividade tem início oficial com a palavra do Mestre Representante dando as boas vindas

e dizendo da sua grande alegria em poder ouvir um pouco mais da história da cdc Mariza.

Mestre Eliézio- M. Representante do Núcleo Princesa Sama

Dando continuidade a criança Letícia declama um lindo poema em sua homenagem.

Letícia lendo o poema

“Olha que dia lindo, as flores a se abrir.

Os passarinhos a cantar e as crianças a sorrir.

Sejam todos bem vindos amiguinhos, a essa confraternização.

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O tema é Cidadania, pois somos o futuro da nossa nação.

Muito contentes e felizes estamos a conhecer a história da conselheira Mariza, pois é sempre tempo de aprender.

Uma senhora simpática com muito alto astral, sempre de bem com a vida e querida por nós da União do Vegetal,

Vamos amiguinhos perguntar e assim aprender, pois o conhecimento é a ciência do saber ’’

Iniciam as perguntas com as crianças, Maria Luísa pergunta: Quantos anos a senhora tem?

CDC. Marisa: 73 anos, bem vividos, com baixos e altos.

Rosalinda: Em qual interior a sra. nasceu?

CDC. Marisa: Eu nasci no lugar do nome Cachoeirinha, no Município de Manicoré, no Amazonas, lá minha mãe teve 8 filhos, tudo normal.

Maria Luísa: Quantos irmãos a sra. teve?

Cdc. Marisa: Eu tive 8 irmãos, Maria Shofia, já falecida, Juarez, já falecido, Jeminês, também já falecido, e Jaspinês, também falecido, ainda estão de pé, Marilda, Marisa, Matiza, e Matilda. (Risos)

Letícia: A sra. gostava de subir em pé de árvore?

Cdc. Marisa: Eu gostava, eu e minhas primas, a gente gostava de subir nos pés de mangas, comer manga verde com sal.

Samuel: A senhora teve filhos? risonha ela responde,

Cdc. Marisa: Eu tive quatro filhos, Ademar Júnior, Aderson, Adriano e Marucia.

E Samuel continuou perguntando: Qual foi seu filho preferido?

CDC. Marisa: Geralmente o primeiro filho, porque sendo mãe de primeira viagem, queremos registrar com foto tudo o que o filho faz, mas eu amo todos os quatros.

E a conversa boa, muitas perguntas sobe vários aspectos faziam as crianças despertarem para querer saber como era a infância daquela senhora risonha e serena e continuam a perguntar, Isis: Quais tipos de músicas que vocês dançaram?

Cdc. Marisa: Na época em que eu era jovem, eu não estou bem lembrada, acho que era forró, mas era qualquer música que o tocador tocasse, a mãe e o pai reparando os filhos dançando e era daquele jeito, mas era respeitada a festa.

Cosmo: Como era sua infância?

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Conselheira Marisa responde: “Olha minha infância no interior era bem simples, não tinha brinquedo, não tinha bonecas bonitas, se a gente quisesse tinha que fazer de pano, tipo aquelas bruxas, mas aquilo pra mim e para as minhas irmãs era lindo, chegava dia de domingo a gente tinha que brincar e umas das brincadeiras mais engraçadas na época, era reunir as meninas, e aí a gente ia para o campo, lá tinha um pé de limão caiano, não sei se alguém de vocês conhecem, é uma fruta mais azeda do que o limão, a gente levava uma mão cheia de sal e apanhava o limão maior, e disputávamos,quem fizesse careta, esse era carregado e era colocado em cima de uma sepultura de um cemitério que ficava bem perto da gente...Muitos colegas foram pra cima da sepultura (risos).”

Logo em seguida Marisol pergunta: Na sua infância o que a Sra mais gostava de fazer?

A Conselheira respondeu: Era brincar, brincar com as colegas, as primas, se a gente quisesse fazer uma roupinha pra boneca de pano, a gente tinha que pegar uma folha de laranjeira das bem novinhas, furava com o dedo e vestia na boneca.”

Rosalinda: Qual era a sua comida preferida?

Cdc. Marisa: Na época morando no interior, peixe, era peixe assado, peixe, cozido, peixe frito, peixe salmorado, com aquela farinha feita na hora, eram poucas vezes que a gente comia frango e carne, por isso que eu adorooo peixe.

E então como aquela senhora fazia com sua história de vida que todos compartilhassem a vivência no interior, as brincadeiras de bonecas, peraltices compartilhadas nos risos de criança que sabe sonhar, e então ...

Isis perguntou: A sra. lembra qual foi o seu primeiro sonho de vida?

Marisa: “olha o meu primeiro sonho de vida, eu não vou dizer que eu me lembre, mas foi quando eu vim do interior pra capital estudar, porque no interior onde eu morava, só tinha da primeira a quarta serie, e quando você terminava a quarta serie, aí pronto acabava alí, se você quisesse morar lá pro resto da vida, você continuava e repetia a quarta serie pra não esquecer o que você aprendeu, e aí a minha mãe querendo que a gente estudasse mais, nos mandou para Manaus. “

A criança Manuela perguntou: No interior onde a senhora morava, quando as pessoas adoeciam, tinha médico?

Cdc. Marisa: Tem várias histórias. O meu pai era um que fazia papel de médico, ele tinha um motor que viajava, vendendo as coisas, como açúcar, café, fazenda (tecidos) e aí uns dos melhores fregueses dele adoeceu, e veio com ele no motor a bordo, ele perguntou o que tinha acontecido, o freguês disse que ele e sua família toda tinham adoecido de febre e diarréia, e perguntou se meu pai tinha algum remédio, nesse época estava ruim de alimentação, o meu pai mandava pegar os peixes, salgava e empalhava no paneiro, meu pai disse:_Rapaz, eu tenho um remédio muito bom. Ele pegou a folha que estavam empalhados os peixes, ele retirou quase todos os olhos dos peixes, e deu para o freguês e disse: Tome uma de manhã , outra ao meio dia, e outra quando for se deitar. E como isso eles ficaram bonzinhos. Meu pai

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também fez um parto, com um arpão, ele fazia um papel de médico. Nessa época , existia o “tiro seguro” era uma espécie de remédio pra verme, tinha o cheiro horrível, só com o cheiro dele eu botava aos montes(risos).

A criança Rosalinda pergunta? O que a senhora acha que mudou, do mundo de antigamente, para o mundo de hoje em dia?

Marisa: Hoje o que nós escutamos mais nas televisões, rádios, ao vivo, é violência, é droga, e muitas coisas, no passado essas coisas eram bem menos, hoje é preciso a gente ter muito cuidado, pra onde a gente vai, onde a gente fica, sempre olhando para os lado, para trás e para frente,eu acho que mudou muitas coisas, boas e ruins.

A jovem Elize pergunta: Qual o significado de um barquinho, que está no cenário. Ela sorri e

Cdc. Marisa logo responde: Esse barquinho representa a festa de Santo Antônio no Município de Borba, eu sempre tenho ido para essa festa, há três anos que eu não vou devido a minha saúde, é uma festa muito linda, muita devoção do povo. Lá na procissão também tinham os confissionários e perto de mim tinha uma senhora se confessando para o padre, e disse assim: Ai seu padre, eu estou tão preocupada, eu sai da minha casa e deixei uma ninhada de galinha com oitenta pintinhos, e eu estou com medo de chegar lá e encontrar os pintinhos todos mortos. Mariza fala em tom de brincadeira: Isso é coisa pra se confessar para padre? (risos novamente).

Samuel: Quando foi que a senhora conheceu o seu marido?

Cdc. Marisa: Olha já faz muito tempo, eu não lembro a data, mas eu era novinha, ele me paquerava quando eu saía da aula, e no mesmo caminho ele vinha também, com aquelas conversinhas, eu disse pra ele: Paga aí logo um picolé, porque eu estou morrendo de sede(risos). Eu passei doze anos namorando com esse meu marido, e convivi com ele vinte e dois anos

A jovem Cecília, pergunta, como era o namoro de antigamente?

CDC. Marisa: Bem, o meu, eu posso dizer, porque os dos outros eu não posso (muito risos), Meu namoro era assim, ele chegava ás 7:30 da noite e tinha que vir pra porta da casa onde eu morava, e durava até ás 9:00 da noite, era um namoro decente e respeitado,eu dava graças a Deus quando tinha visita na minha casa, porque no pensamento eu poderia ficar mais um tempinho com ele, mas tinha o relógio que batia os ponteiro, quando dava o horário pra ele ir embora, hoje em dia os namoros estão tudo diferente... (risos).

Samuel perguntou: Qual foi o local onde a senhora bebeu o vegetal pela primeira vez?

CDC. Marisa: foi no núcleo Caupuri, convidada na época pelo mestre Asplinger

Rosalinda pergunta: O que a senhora sentiu quando bebeu o chá pela primeira vez?

Ela respira fundo e diz, boa pergunta, e diz vocês vão me desculpar, mas como era primeira vez, eu senti a morte, senti que eu estava morrendo, no meu vômito eu via aquelas barquinhas

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do tamanho de um pedaço de uma casca de melancia, feito um motor, não foi fácil pra mim, eu disse, não nunca mais vou provar esse chá, que negócio é esse? eu morrendo e os meus filhos lá no Japiim(bairro onde ela mora) e não estão sabendo que eu estou morrendo, eu não queria mais beber de jeito nenhum.

E Maria Gabriela: O que a União mudou na sua vida?

CDC. Marisa : Mudou muita coisa! Eu era católica apostólica romana, o que quer dizer isso? Eu não perdia nenhuma missa, se tinha missa de manhã eu tinha que ir , se a noite,também ia. eu morava com minha prima e depois eu me casei, aí foi quando eu fui convidada pra frequentar a União do Vegetal, foi assim um susto grande para minhas irmãs, elas não acreditavam que eu tinha deixado de ser católica para participar de uma religião onde bebiam um chá, eu disse que era ali que eu iria ficar e eu tinha que acompanhar o meu marido, se ele quer ir, então eu tenho que ir para acompanhá-lo, e minha vida mudou completamente, muitas coisas boas vem acontecendo.

Maria Luísa: O que o Mestre Gabriel represente pra sra ?

CDC. Marisa: Ele representa tudo na vida, ele é meu guia espiritual, é ele que me segura, nas horas que tem que tem que segurar, nas horas de tristeza e também nas horas de alegria.

Samuel: O que fez a sra voltar a beber o chá na União do Vegetal?

CDC. Marisa: Como nessa época o meu marido andava fazendo umas coisas que não eram corretas, eu disse pra ele decidir, ou você vai, ou fica de uma vez, aí ele aceitou e eu também aceitei de coração, mudou completamente a nossa vida e a nossa convivência, a partir dali só foi flores.

Rosalinda: A senhora lembra qual foi o momento mais marcante da sua vida?

CDC. Marisa: Foi quando eu recebi o CDC, dia 23 de junho, aqui no Princesa Sama, na época o mestre Asplinger me convocou para o corpo do conselho.Na minha burracheira, eu me encontrei numa canoa sem quilha, em frente de onde eu nasci, no rio Madeira, mas pra mim isso foi uma felicidade muito grande, me deu força para viver e compreender as coisas com mais facilidade, e eu espero respeitar esse CDC até quando eu puder mesmo, as vezes não é fácil, vem os testes de surpresa, mas a gente tem que aguentar.

Letícia: A Sra levou alguma vez as suas irmãs pra União?

CDC. Marisa: Levei uma irmã e o meu cunhado, convidados pelo Mestre Geraldo Carvalho, e o mesmo não me avisou que minha irmã iria beber o vegetal. Fui pega de surpresa, com isso ela não teve um preparo para beber o vegetal, mas mesmo assim ela bebeu o chá, essa menina gritava, chorava e quanto mais a gente colocava música pra ver de ela parava, mais ela gritava e falando: Meus Deus me leva para delegacia, porque eu quero dar parte, porque eu estou bêbada. Eu tentei acalmá-la, e meu cunhado já parecia que ele tinha bebido há tempos o vegetal, pelo comportamento dele. Depois disso ela me falou que a União é muito bonita, mas que pra ela não dava pra ficar.

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Rosalinda: Quem é o seu marido?

CDC. Marisa: O nome dele é Ademar Amorim Jordão, já fazem27 anos que ele fez a passagem, ele foi Conselheiro daqui do núcleo.

Isis: Se a senhora pudesse voltar no tempo, o que a Sra mudaria?

CDC. Marisa: Eu não mudaria nada, eu continuaria do mesmo jeito, porque eu cheguei até essa idade, estudando, dona de casa, funcionária pública, não tem nada de ruim que eu passei.

Em seguida a CDC. Tessália, falou a respeito do companheiro da conselheira Mariza, CDC Ademar Jordão, que ele é sócio fundador do núcleo, uma pessoa de muito valor, para a criação e fundação desse núcleo. Após sua passagem, nós resolvemos homenageá-lo dando o nome a a nossa área de lazer, ”Ademar Jordão”, onde até hoje existe uma placa com seu nome.

Em seguida, num intervalo as perguntas, foi colocado uma música, previamente selecionada em homenagem a Cdc Mariza. “Deusa do Asfalto com Nelson Gonçalves” Momento de lágrimas, recordações de um tempo já passado e de muita emoção....

Momento de forte emoção ao ouvir a Música “Deusa do Asfalto com Nelson Gonçalves”

Cdc Ronizi pergunta: Do que a senhora lembra quando toca essa música e quantos anos você tinha?

CDC. Marisa: Eu tinha uns 15 anos, como eu disse anteriormente, lembro da época do meu namoro.

Maria Luíza: Por que a sra se emocionou com a música?

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CDC. Marisa: Pra mim foi uma surpresa muito grande ouvir essa música aqui, porque já faz muito tempo que eu não escutava.

Isis pergunta? Do que a Sra lembrou quando ouviu a música?

CDC. Marisa: Lembrei de muitas coisas boas.

Maria Gabriela então pergunta: Algumas das suas irmãs frequenta a União do Vegetal?

CDC. Marisa : Não, nem um dos meu filhos frequentam, o mais velho, ele ainda chegou a ganhar uma blusa de sócio do Ailton Carvalho, que eram colegas de sala de aula, porém uma vez na sessão, meu filho teve uma burracheira muito forte, ele foi para o banheiro e lá ele chorava e gritava e só voltou para o salão no final da sessão. Nenhum frequentam, mas todos eles acham bonito a UDV, as músicas, e quando eu venho pra sessões eu sempre falo.Eu digo meus filhos o convite está feito, vocês sabem para onde eu vou, eu não tenho horário pra chegar. Uma vez o mestre Celso me deu uma carona, e quando ele foi chegando próxima da minha casa , por volta das 2:30 da manhã, vimos dois rapazes na esquina, fumando cigarros que parecia uma lanterna , eles estavam também com uma garrafa pra trás das costas. Mestre Celso parou o carro em frente da minha casa, mas pediu pra eu não saltar do carro, devido os dois caras, eu disse pra ele que eu conhecia aqueles rapazes e que ia saltar, quando eu sai do carro os cara falaram: Agora que a senhora vem chegando Dona Mariza? Eu disse, agora (risos).

CDC Greiciane: Pede para ela falar um pouco sobre sua experiência como primeira Ogan no núcleo Princesa Sama, quanto tempo foi?

CDC. Marisa: Maninha foi um ano (risos) hoje é dois meses, eu passei um ano e eu era marinheira de primeira viagem, pelo amor se Deus, na época, o mestre Asplinger foi lá em casa e disse: Mariza eu tive um sonho, que os anjos diziam pra convidar você para ser Ogan, eu disse: Como é que é Mestre? Não, Não e Não, nem venha com esse sonho, eu posso auxiliar de todas as maneiras, mas Ogan não. Ele disse, mas você tem que aceitar e é um ano. Na época o negócio não foi fácil, as minhas auxiliares eram: Ana Moura, Hiléia, Maria e Fátima. E uma vez no preparo eu disse, Fátima chama mais duas pessoas pra vocês fazerem um mingau de banana verde, depois de um tempo quando eu voltei, pensando que elas já estavam terminando de raspar a banana,e o que encontrei, foi a Fátima dormindo, eu disse: Jesus isso não pode! Fátima... Fátima, o mingau ( risos), então não foi fácil pra mim, um ano, e na época meu companheiro já meio adoentado, mas mesmo assim eu disse pra mim mesma: Eu não entrego, só irei entregar, quando for a data de entregar.

A Cdc Tessalia pergunta: Como era que pegavam água pra fazer a alimentação?

CDC. Marisa: Na cacimba, era muito gratificante aqui no início do Princesa Sama, uma vez nós fomos para uma feira vender roupas usadas, o dinheiro arrecadado era pra construir o templo, a gente vendia muito, e entre essas roupas tinha um blusa do CDC Uchôa toda suada. Quando eu olhei já tinha uma mulher pegando ela, eu disse: Epa! Essa blusa já tem dono (risos).

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A irmã Ana Moura, pede para ela contar, a história de uma tenda, que ocorreu bem no início do Núcleo.

CDC. Marisa fala: Nessa época o fogão eram umas pedras, e duas forquilhas enfiadas para segurar uma panela, pretinha, o Geraldo Neves (agora Mestre) pediu para eu terminar de temperar um feijão para o almoço. Quando eu olhei para o feijão tinha uns pedacinhos de grão muitos pretos, eu imaginei que fosse pimenta do reino, mas criatura de Deus não era pimenta do reino, era aqueles bichinhos que dão em feijão( risos) mas, mesmo assim eles comeram o feijão todo.

Maria Gabriela: Por que as pessoas chamam à senhora de docinho de coco?

CDC. Marisa : Porque , primeiro, a pessoa é bonita, é educada, uma vez eu estava internada e nesse hospital, tinham cada médicos lindos, eu dizia pra eles: Ai doutor eu já estou boa, eles questionava: Boa, por quê? porque o senhor é um docinho de coco ( risos) eles falavam que era bondade minha, eu perguntei: o senhor é amazonense? Eles: não, eu sou Paulista., eu logo vi. Simpática como sempre, Mariza diz para o público: Pra mim cada um de vocês é um docinho de coco na minha vida.

A Cdc Greiciane pede para ela deixar um conselho para as crianças, jovens e demais presentes.

CDC. Marisa: Eu não tenho mais filhos crianças, mais tenho netos, e eu vejo que as crianças vai muito da criação dos pais, criar seus filhos sempre estando alerta, olhar como está os desempenho do filho na escola, olhando a agenda, as tarefas , eu acho a educação importante para as crianças, desde pequenos, respeitar o mais velho, respeitar até seu amiguinho. Para os jovens, adolescente não é fácil, ainda mais quando eles são docinhos de coco, e no namoro tem que haver o respeito, pedir conselhos da mãe, e buscar pedir o consentimento nas suas decisões.

A Cdc Greiciane fez os agradecimentos finais aos presentes, tendo em suas palavras o reconhecimento do valor da Cdc Mariza na história do Núcleo, como mãe e como pessoa.

6. FOTOS E VÍDEOS DA ENTREVISTA O vídeo está sendo editado e será postado no site posteriormente.

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Mestre Eliézio, Crianças, jovens e equipe da Orientação Espiritual

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7. DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA UTILIZADA NA ATIVIDADE

A metodologia que vem sendo utilizada nos perguntatórios é a de perguntas livres, iniciando

pelas crianças, que geralmente querem saber mais da fase da infância , embora em alguns

momentos buscam saber de outras fases, principalmente com relação a chegada na União do

Vegetal. Aos poucos os jovens se inserem nas perguntas já com menos intensidade que as

crianças e os adultos geralmente mais no final também se manifestam. O historiografado traz

conselhos a todos e experiências de sua vida. No final as crianças e irmandade homenageam

nossa querida Marisa com flores, presentes e muitos aplausos.

São feitas fotos pelo DMD, filmagens, vídeos e escritas em toadas as historiografias. Depois o

material é trabalhado para as postagens e os jovens elaboram um informativo com um resumo

da história, que circula no Núcleo para conhecimento dos sócios.

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Foto com a algumas Conselheiras: Tessalia, Maria, Marisa, Elane, Greiceane, Greicy .

8. DESDOBRAMENTOS Depois da realização desta 3ª historiografia como desdobramentos, começamos a introduzir

nas atividades rotineiras com as crianças algumas das brincadeiras relembradas e relatadas

pelas entrevistadas, como pega-pega, queimada e outras,o que está sendo bem aceito por

todos.

Aproveitamos também a oportunidade do aniversário de uma das nossas crianças, o menino

Pedro, para que a meninada exercitasse o que vem aprendendo e realizaram a entrevista com

o aniversariante. Foi muito interessante e alegre eles conhecendo mais profundamente a vida

do coleguinha. No final cantaram os parabéns e confraternizaram com direito a bolo e outros

quitutes. Será postado no site, posteriormente esta historiografia infantil, dentro do tema

Cidadania.

Estamos planejando uma atividade para o final do ano, que abranja os ensinamentos

colhidos das historiografias realizadas com os mais velhos .