OCORRÊNCIA DE TRIATOMÍNEOS NO ZOOLÓGICO MUNICIPAL PARQUE DO SABÍA, NA CIDADE DE UBERLÂNDIA MG

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II INTERNATIONAL CONGRESS OF GEOGRAPHY HEALTH IV Simpósio Nacional de Geografia da Saúde Uberlândia - Brazil Geosaúde, 30 de novembro a 03 de dezembro de 2009 2092 OCORRÊNCIA DE TRIATOMÍNEOS NO ZOOLÓGICO MUNICIPAL PARQUE DO SABIÁ, NA CIDADE DE UBERLÂNDIA (MG), BRASIL Beatriz Vieira dos Santos [email protected] Bióloga do Zoológico Parque do Sabiá Paulo Henrique Batista [email protected] Bolsista IC/Fapemig - UFU Elisete de Araújo Naves [email protected] Veterinária do Zoológico Parque do Sabiá Fernando de Sousa [email protected] Veterinário do Zoológico Parque do Sabiá Maria Araci Magalhães [email protected] Doutoranda Instituto de Geografia UFU Paulo Cezar Mendes [email protected] Instituto de Geografia UFU Samuel do Carmo Lima [email protected] Instituto de Geografia UFU RESUMO Historicamente a transmissão vetorial da doença de Chagas é um problema de saúde associado ao ambiente rural dos países subdesenvolvidos do continente americano. Entretanto, não é de hoje que estudos demonstram a existência de focos de triatomíneos também no espaço urbano. No mês de março de 2009, funcionários do Zoológico Municipal Parque do Sabiá encontraram barbeiros em recintos de animais cativos. Este fato motivou esta pesquisa, cujo objetivo principal foi identificar o nível de infestação destes recintos, bem como avaliar a dispersão verificada. No período de março a junho de 2009 foram capturados 32 triatomíneos e 13 ecsúvias de P. megistus. Quanto à infecção por T. cruzi, um adulto estava contaminado. A análise dos elementos observados no decurso desta pesquisa nos permite concluir que: ambientes com maior instabilidade parecem ser evitados pelos triatomíneos; o manejo, no segundo semestre de 2008, de aproximadamente 60 capivaras que habitavam livremente a área do parque, pode ter influenciado na dispersão. Associado a isso, tem-se o período de maior dispersão do P. megistus, que ocorre no segundo semestre do ano, no período chuvoso, quando as formas adultas buscam por novos biótopos viáveis à colonização, o que neste período do ano pode diminuir, em razão da ação desalojante da água das chuvas. Assim, a marcha migratória continua até que biótopos passíveis de serem ocupados sejam encontrados. Os indivíduos que alcançaram os recintos dos animais encontraram ambientes estáveis e proximidade com a fonte de repasto. Estas condições permitiram, assim, a colonização destes ambientes. Palavras-chave: triatomíneos, parques urbanos, doença de Chagas.

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Trabalho apresentado no II Congresso Internacional de Geografia da Saúde e IV Simpósio Nacional de Geografia da Saúde

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OCORRÊNCIA DE TRIATOMÍNEOS NO ZOOLÓGICO MUNICIPAL PARQUE DO SABIÁ, NA CIDADE DE UBERLÂNDIA (MG), BRASIL

Beatriz Vieira dos Santos [email protected]

Bióloga do Zoológico Parque do Sabiá

Paulo Henrique Batista [email protected]

Bolsista IC/Fapemig - UFU

Elisete de Araújo Naves

[email protected] Veterinária do Zoológico Parque do Sabiá

Fernando de Sousa [email protected]

Veterinário do Zoológico Parque do Sabiá

Maria Araci Magalhães

[email protected] Doutoranda – Instituto de Geografia – UFU

Paulo Cezar Mendes [email protected]

Instituto de Geografia – UFU

Samuel do Carmo Lima

[email protected] Instituto de Geografia – UFU

RESUMO Historicamente a transmissão vetorial da doença de Chagas é um problema de saúde associado ao ambiente rural dos países subdesenvolvidos do continente americano. Entretanto, não é de hoje que estudos demonstram a existência de focos de triatomíneos também no espaço urbano. No mês de março de 2009, funcionários do Zoológico Municipal Parque do Sabiá encontraram barbeiros em recintos de animais cativos. Este fato motivou esta pesquisa, cujo objetivo principal foi identificar o nível de infestação destes recintos, bem como avaliar a dispersão verificada. No período de março a junho de 2009 foram capturados 32 triatomíneos e 13 ecsúvias de P. megistus. Quanto à infecção por T. cruzi, um adulto estava contaminado. A análise dos elementos observados no decurso desta pesquisa nos permite concluir que: ambientes com maior instabilidade parecem ser evitados pelos triatomíneos; o manejo, no segundo semestre de 2008, de aproximadamente 60 capivaras que habitavam livremente a área do parque, pode ter influenciado na dispersão. Associado a isso, tem-se o período de maior dispersão do P. megistus, que ocorre no segundo semestre do ano, no período chuvoso, quando as formas adultas buscam por novos biótopos viáveis à colonização, o que neste período do ano pode diminuir, em razão da ação desalojante da água das chuvas. Assim, a marcha migratória continua até que biótopos passíveis de serem ocupados sejam encontrados. Os indivíduos que alcançaram os recintos dos animais encontraram ambientes estáveis e proximidade com a fonte de repasto. Estas condições permitiram, assim, a colonização destes ambientes. Palavras-chave: triatomíneos, parques urbanos, doença de Chagas.

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INTRODUÇÃO

Com 40.000 novos casos por ano (informação verbal1), a Tripanossomíase americana ou doença de Chagas continua a ser, após um século de sua descoberta, um problema de saúde pública na América Latina. Uma doença de pobres, excluídos socialmente, e que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), acomete neste continente cerca de 14 milhões de pessoas (Minas Faz Ciência, 2009).

Uma patologia que tem atacado a espécie humana desde a pré-história (informação verbal2), e que tem, na sua história recente, como elemento chave da transmissão, a domiciliação de seus vetores, os triatomíneos ou, como popularmente são chamados, barbeiros. O processo de domiciliação destes insetos, estritamente hematófagos (DUJARDIN; SCHOFIELD; PANZERA, 2002), é desencadeado a partir da antropização dos espaços. Na natureza, o ciclo da Tripanossomíase americana se mantém a partir da transmissão do Trypanossoma cruzi, agente etiológico da patologia, através dos triatomíneos, a uma variedade de hospedeiros vertebrados silvestres (LEITE, 2008).

A degradação de ecossistemas naturais para a constituição de propriedades rurais ou aglomerados urbanos, por um lado, faz diminuir ou mesmo extinguir as condições de sobrevivência das espécies que os constituíam. Com o desequilíbrio da cadeia ecológica, a migração é inevitável em busca de ambientes propícios à sobrevivência. Por outro lado, para os triatomíneos, se criam ecótopos artificiais com condições ambientais semelhantes aos encontrados na natureza (DUJARDIN; SCHOFIELD; PANZERA, 2002), no que tange à disponibilidade e estabilidade dos abrigos e a proximidade com fontes alimentares. As moradias humanas e seus anexos (galinheiros, pocilgas, entre outros), além de fornecerem abrigo dos rigores climáticos e de predadores, propiciam a estes hemípteros, proximidade com os animais domésticos e o homem, que passam a constituírem sua fonte de repasto (ibid.; DIAS, 2007). Deste modo, pode-se iniciar o ciclo da doença no ambiente domiciliar.

A este respeito, tanto o Panstrongylus megistus quanto o Triatoma sordida, espécies com relevância epidemiológica no sudeste do Brasil, demonstram valência ecológica suficiente para colonizar o ambiente humano, quando da alteração ambiental (FORATTINI, 1971b). Dentre eles, especialmente o T. sordida é beneficiado com a destruição da vegetação, que faz aumentar o número de ecótopos viáveis e reduzir, ou mesmo extinguir, a competição ecológica, principalmente, a predação (idem).

Historicamente a transmissão vetorial da doença de Chagas é um problema de saúde associado ao ambiente rural dos países subdesenvolvidos do continente americano. Entretanto, há décadas, estudos demonstram a existência de focos de triatomíneos também no espaço urbano. Já em 1970, Forattini constatou que em bairros próximos à remanescente florestal, na cidade de São Paulo (Brasil), foram encontrados mais de uma centena de triatomíneos em troncos de árvores, em ninhos de animais silvestres etc. Relata ainda que no interior de uma casa, em um bairro do município de São Bernardo do Campo, também próxima a um fragmento de vegetação nativa, foi realizada a captura destes insetos (FORATTINI, 1970).

Um estudo realizado na Bolívia, entre os anos de 1995 e 1999, verificou a incidência da doença de Chagas aguda em zonas periféricas da cidade de Cochabamba. Crianças e adolescentes tinham sido infectados em bairros das zonas norte e sul desta cidade. Na zona sul, onde é mais baixa a condição socioeconômica da população, foram capturados 1500 barbeiros e na zona norte 1100, embora a infra-estrutura das moradias seja melhor (MEDRANO-MERCADO et al., 2008). Ainda que os autores tenham apontado diferenças nas condições sócio-econômicas das populações dos bairros estudados, não se

1Trecho da palestra de João Carlos Pinto Dias, intitulada “Erradicação da doença de Chagas: Perspectivas,

apresentada no Simpósio Internacional Centenário da descoberta da doença de Chagas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, julho, 2009. 2 Conclusão expressa por Luiz Fernando Rocha Ferreira da Silva em palestra intitulada “Paleoepidemiologia da

doença de Chagas: origem e evolução no Mundo Novo”, proferida no Simpósio Internacional Centenário da descoberta da doença de Chagas, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, julho, 2009.

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estabeleceu uma relação direta entre tais condições e a infestação domiciliar por triatomíneos, que historicamente está relacionada à precariedade das unidades domiciliares.

Em 2006, San Juan era uma das cidades da Argentina com as maiores taxas de infestação por triatomíneos intra e peridomiciliar do país, na qual a maioria dos casos de transmissão vetorial da doença de Chagas ocorreu na área urbana e periurbana. Estudos indicam que a infestação de triatomíneos nesta cidade está relacionada à migração de pombos selvagens e outras aves que, ao construírem ninhos em praças e construções abandonadas, propiciam a formação de colônias, de onde os barbeiros se dispersam para os domicílios em toda a cidade (PICKENHAYN et al., 2008).

Na cidade de Uberlândia, em todos os anos do período de 2004 a 2007, foram capturados triatomíneos. Neste período, em cinco bairros da cidade, capturou-se 6 exemplares, sempre em residências que se localizavam próximas a remanescentes de vegetação nativa: matas ciliares, áreas de preservação permanentes ou unidades de conservação (MENDES, 2008).

Ainda que ocorra transporte passivo de triatomíneos para as cidades, a exemplo do encontro de barbeiros em sacos de milhos oriundos do meio rural (ibidem), não se pode desconsiderar que na cidade há nichos ecológicos de triatomíneos em remanescentes de vegetação nativa. Alguns desses remanescentes se ligam às áreas rurais por meio dos corredores ecológicos, em Uberlândia representados pelas matas ciliares. Os corredores ecológicos possibilitam o trânsito da fauna silvestre e são o habitat de algumas espécies. Em ambientes desta natureza é que se mantém o ciclo silvestre da Tripanossomíase americana, que envolve os triatomíneos, o protozoário Tripanossoma cruzi e os seus reservatórios naturais (mamíferos, roedores, marsupiais etc.). Neste sentido, corredores ecológicos podem também constituir corredores geoepidemiológicos (PICKENHAYN; GUIMARÃES; LIMA; CURTO, 2009).

No mês de março de 2009, funcionários do Zoológico Municipal Parque do Sabiá encontraram barbeiros em recintos de animais cativos. Este fato motivou esta pesquisa, cujo objetivo principal foi identificar o nível de infestação por triatomíneos destes recintos, bem como avaliar a dispersão verificada.

METODOLOGIA

No período de 02 de março a 08 de Junho de 2009 foram investigados 65 recintos de animais silvestres existentes no Zoológico Municipal Parque do Sabiá, os quais estão organizados em cinco setores. Nestes, realizaram-se buscas ativas com a utilização de fonte luminosa e pinça, sem o uso de desalojante. Os triatomíneos encontrados foram encaminhados ao Laboratório de Entomologia do Centro de Controle de Zoonoses de Uberlândia-MG (CCZ) a fim de serem identificados e examinados quanto à infectividade por Trypanosoma cruzi. Após notificação, agentes do CCZ realizaram avaliação entomológica do setor Extra, por meio de busca ativa com a utilização de desalojante, cujo número de capturas está assinalado nos resultados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Zoológico Municipal Parque do Sabiá está localizado em um dos parques urbanos da cidade de Uberlândia, no estado de Minas Gerais (MG) (mapa 1). Fundado em 1977, o zoológico possui 241 animais de 58 espécies, incluindo mamíferos, aves e répteis. A grande maioria destes animais pertence à fauna regional, havendo, também, animais exóticos como o leão, a lhama, o pavão entre outros.

Situado entre os bairros Tibery e Santa Mônica (figura 1), o parque possui uma área total de 185ha, dos quais 30ha são de remanescente de vegetação nativa e secundária, caracterizado por formações naturais heterogêneas, como a mata mesófila semidecídua, o cerradão, a mata de galeria e a vereda (GUILHERME et al., 1998). Esse fragmento é um importante habitat para a manutenção da avifauna regional, propiciando condições de abrigo e alimentação a aproximadamente 149 espécies (FRANCHIN; MARÇAL JR., 2004). É reconhecida a ornitofilia de algumas espécies de vetores da doença de Chagas, entre

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elas o Rodhinus neglectus, o Triatoma sordida e o Pantrongylus megistus. Este comportamento faz das aves um agente dispersor destes insetos, conforme apontado por Forattini (1971b) e por Pickenhayn e colaboradores (2008), podendo levá-los a distâncias que, autonomamente, muito dificilmente alcançariam.

Embora não se tenha um levantamento sistematizado sobre a totalidade das espécies animais que habitam livremente essa área, cutias, capivaras, tamanduás, sagüis, bicho preguiça, ouriços, ratos e teiús são alguns animais que podem ser observados. A importância da presença destes animais se dá em razão da hematofagia estrita dos triatomíneos. Acerca disso, mamíferos, aves e marsupiais são comumente relatados na literatura como sendo a fonte de repasto sangüíneo para estes hemípteros (FORATTINI, 1971a, 1977a; ARAGÃO, 1983).

Figura 1: Imagem de satélite do Complexo Parque do Sabiá, em Uberlândia (MG): estádio de

futebol e ginásio de esportes, parque e zoológico municipais. À direita, o bairro Tibery e à esquerda o bairro Santa Mônica.

Organizador: BATISTA, P. H.

Ainda a respeito da dispersão dos triatomíneos, os estudos realizados nas décadas de 1940 e de 1950, por Dias e Dias (1968), e aqueles realizados por Forattini durante toda a década de 1970 até meados da década de 1980 identificaram que as colônias de triatomíneos tendem a sofrer fluxo emigratório de sua população adulta logo após estes insetos passarem a esta fase, o que ocorre em ciclos anuais. Segundo estes estudos, as colônias da espécie P. megistus apresentam no segundo semestre do ano maior número de adultos, sendo, portanto, quando há maior ação dispersiva desta espécie (DIAS; DIAS, 1968; FORATTINI, 1977b, 1977c, 1979, 1984a, 1984b).

É preciso também considerar que o período chuvoso parece ter influência na dispersão destes insetos. Mendes (2008), em estudo que verificou a incidência de triatomíneos

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domiciliados em Uberlândia, demonstra que, no período analisado (2004 a 2007), a maioria das capturas ocorreu na estação chuvosa, principalmente das espécies Panstrongylus megistus e Triatoma sordida (MENDES, 2008).

No período de março a junho de 2009 foram capturados 32 triatomíneos e 13 ecsúvias no Zoológico Municipal Parque do Sabiá (quadro 1). Destes, 30 espécimes foram capturados no setor Extra (Figura 2), no mês de março, sendo 7 ninfas em um depósito de materiais, 6 ninfas no recinto dos quatis, 4 ninfas no recinto dos guaxinins e 13 indivíduos no corredor de acesso aos recintos, sendo 11 ninfas e 2 adultos da espécie Panstrongylus megistus. Isto sugere a colonização deste setor, já que as ninfas ali capturadas variaram de 2º a 4º estádios. Os insetos que colonizaram este espaço podem ter partido de uma vereda que dista aproximadamente 800m deste setor. Entre o setor Extra e o fragmento de vegetação há uma área com árvores de porte médio (bosque) e recintos de aves aquáticas (áreas cercadas com alambrado, cujo eixo é um córrego sob árvores). Neste interstício, há biótopos que, embora possam não dispor de condições suficientemente adequadas à colonização, podem permitir o trânsito destes insetos.

Já no mês de junho, duas ninfas de 5º estádio e 5 ecsúvias de insetos no 2º estádio foram capturadas no recinto dos catetos, no setor de mamíferos. Este recinto dista mais de 1200m do setor Extra, havendo entre eles diversos outros recintos que abrigam aves, mamíferos e répteis. Desta forma, em razão da baixa mobilidade destes insetos, nos parece improvável que os indivíduos que colonizaram um setor tenham partido do outro. Por outro lado, a proximidade entre o ambiente de mata e o recinto dos catetos, sendo este delimitado apenas por alambrado, certamente contribuíram para a colonização deste espaço.

O exame de infectividade realizado pelo Centro de Controle de Zoonoses, identificou a infecção por T. cruzi de um dos adultos capturados no setor Extra, evidenciando que o ciclo da Tripanossomíase americana esta presente no ambiente do Parque.

A ecdise nos triatomíneos tem relação direta com a disponibilidade de repasto sangüíneo (DUJARDIN; SCHOFIELD; PANZERA, 2002). Assim, a duração das fases evolutivas destes insetos é variável, dependendo da abundância de fontes alimentares. Os estudos de Forattini (1977c) identificaram para a espécie de P. megistus uma duração das cinco fases ninfais variando de 282 a 415 dias. Os espécimes de triatomíneos por ele analisados estavam colonizando quatro diferentes galinheiros experimentais instalados em fragmentos de vegetação nativa e/ou secundária. Deste modo, a oferta de alimento era limitada e, assim, a competição intraespecífica deve ser considerada como um dos fatores que determinaram a diferença na duração das fases ninfais encontradas por aquele pesquisador.

O setor Extra, apesar de os recintos terem sido construídos com tijolos e laje maciços (Figuras 3 e 4), apresentava frestas e rachaduras na estrutura interna, principalmente no corredor de acesso aos recintos. A estabilidade ambiental e a menor competição por abrigo e repasto, associado à menor quantidade de predadores, parece ter propiciado condições ecológicas adequadas à sobrevivência e reprodução destes insetos. O recinto dos catetos constitui-se em uma área cercada com alambrado, piso de terra e apenas um abrigo construído de alvenaria, mais ou menos no centro da área, sombreado por espécies arbóreas (Figuras 5 e 6).

O setor Extra, apesar de os recintos terem sido construídos com tijolos e laje maciços (Figuras 3 e 4), apresentava frestas e rachaduras na estrutura interna, principalmente no corredor de acesso aos recintos. Já o recinto dos catetos constitui-se em uma área de aproximadamente 900m2 cercada com alambrado, com piso de terra e apenas um abrigo construído de alvenaria sob a sombra de árvores, mais ou menos no centro da área (Figuras 5 e 6). A estabilidade ambiental e a menor competição por abrigo e repasto, associado à menor quantidade de predadores, parece ter propiciado condições ecológicas adequadas à sobrevivência e reprodução destes insetos.

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Unidades da FederaçãoMinas Gerais

0 600 1200 1800 Kilometers

N

EW

S

LEGENDA

BASE CARTOGRÁFICA: IBGE (2000)ELABORAÇÃO: Maria Araci Magalhães

24°4

9'5

0" 2

4°4

9'5

0"

14°3

9'4

0" 1

4°3

9'4

0"

4°2

9'3

0" 4

°29

'30

"

69°49'50"

69°49'50"

59°39'40"

59°39'40"

49°29'30"

49°29'30"

39°19'20"

39°19'20"

29°9'10"

29°9'10"

Minas Gerais

Município de Uberlândia

0 100 200 300 Kilometers

N

EW

S

BASE CARTOGRÁFICA: IBGE(2000)

ELABORAÇÃO: Maria Araci Magalhães

LEGENDA

17°5

4'5

5" 1

7°54

'55

"

46°54'55"

46°54'55"

41°49'50"

41°49'50"

Limite da cidadeBairrosParque do Sabiá

0 2000 4000 6000 Meters

N

EW

S

LEGENDA

BASE CARTOGRÁFICA: Prefeitura Municipal de Uberlândia (2003)ELABORAÇÃO: Maria Araci Magalhães

783000

783000

792000

792000

79

02

00

0

79

02

00

0

79

11

00

0

79

11

00

0

Mapa1: Localização dos recintos dos animais cativos no Zoológico Municipal Parque do Sabiá, em Uberlândia MG, em que foram capturados triatomíneos

da espécie Panstrongylus megistus, 2009.

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Nos 65 recintos investigados há tanto aqueles nos quais a limpeza ocorre de modo que os abrigos, geralmente de madeira, e os troncos de árvores, que servem para enriquecer o ambiente, sejam molhados cotidianamente, quanto há aqueles nos quais a limpeza ocorre sem o uso de água. Esta heterogeneidade nos procedimentos de higienização dos recintos ocorre em razão das diferenças na infra-estrutura, definidas pela instrução normativa 04 de 04/03/2002 do Instituo Brasileiro de Amparo ao Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), que as estabelece de acordo com as necessidades de cada espécie.

Fato comum às capturas é que estas ocorreram em recintos nos quais não se utiliza água no processo de higienização. No recinto dos catetos, assim como nos que a ele se assemelham, a limpeza é feita através da retirada das sobras de alimento e fezes dos animais. O abrigo para os animais deste recinto foi construído com placas de concreto prémoldadas sob árvores, o que proporciona uma condição climática com temperatura mais amena. Os insetos ali capturados estavam entre uma placa de concreto e outra. Já no setor Extra, os triatomíneos foram capturados nas paredes do corredor interno, no qual há pouca iluminação natural, e nos recintos dos quatis e guaxinins (quadro 1). A maior estabilidade ambiental nestes recintos, em

Figura 2: Setor Extra no Zoológico Municipal

Parque do Sabiá, em Uberlândia (MG).

Imagem: BATISTA, P. H.

Figura 3: Recinto dos Quatis (setor Extra) no

Zoológico Municipal Parque do Sabiá, em Uberlândia (MG). Em detalhe abrigo dos animais e troncos de árvores.

Imagem: SANTOS, B. V. dos.

Figuras 4 e 5: Recinto dos Catetos no Zoológico Municipal Parque do Sabiá, em Uberlândia (MG).

Em destaque o abrigo dos animais.

Imagens: SANTOS, B, V. dos; BATISTA, P. H.

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oposição àqueles nos quais a limpeza cotidiana é realizada com o uso de água corrente e, portanto, alterando rápida e drasticamente as condições microclimáticas destes biótopos, parece ter implicações em sua colonização por triatomíneos.

Os insetos capturados foram encaminhados ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) que, além de realizar a avaliação entomológica do setor Extra, efetuou 2 borrifações de inseticida neste setor. Ademais, foi feita a remoção dos troncos secos de árvores, que ambientavam o interior dos recintos, assim como foi realizada a vedação das frestas existentes nas paredes da edificação. Após estas ações, novas buscas foram realizadas pelos autores, não sendo verificada mais a presença destes hemípteros. Até o momento de redação deste artigo não havia sido realizada a borrifação de inseticida no recinto dos catetos, tendo em vista a necessidade de remoção dos animais para outro recinto.

Algumas informações relatadas pelos funcionários do zoológico são importantes neste contexto. Há cerca de dez anos ocorreu a captura de triatomíneos em um recinto localizado próximo da mata, a aproximadamente 600m de onde hoje se encontra o recinto dos catetos. Alterações realizadas no ambiente de mata no final de 2007, causando impactos em parte da vegetação, e o manejo de cerca de sessenta capivaras, no último quarto do ano de 2008, também foram relatadas. Desequilíbrios ambientais interferem na dinâmica dos ecossistemas e desencadeiam respostas adaptativas das populações que se dispersam em busca de ambientes propícios à manutenção da espécie, buscando ocupar nichos ecológicos vagos.

Quadro 1 Captura de triatomíneos no Zoológico Municipal Parque do Sabiá, em Uberlândia (MG) 2009

Locais de captura Estágios

Setores Recintos Adultos

Ninfa Total Ecsúvia M F

Setor Extra

recinto quati 0 0 06 06

8 recinto guaxinim 0 0 04 4

corredor interno 1 1 11 13

Depósito 0 0 07 7

Setor Quarentena Primatas 0 0 0 0

Aves 0 0 0 0 0

Setor Mamíferos

Primatas 0 0 0 0 0

Canídeos 0 0 0 0 0

Felinos 0 0 0 0 0

Paca 0 0 0 0 0

Cutia 0 0 0 0 0

ouriço cacheiro 0 0 0 0 0

tamanduá bandeira 0 0 0 0 0

Jupará 0 0 0 0 0

Guaxinim 0 0 0 0 0

Quati 0 0 0 0 0

Lhama 0 0 0 0 0

Cateto 0 0 2 2 5

Setor Aves

gaviões/corujas/falcões 0 0 0 0 0

patos/gansos/cisnes 0 0 0 0 0

tucanos/pavões/emas 0 0 0 0 0

araras/papagaios/periquitos 0 0 0 0 0

faisões/mutum de penacho 0 0 0 0 0

jacupemba/jacupiranga 0 0 0 0 0

Tuiuiú 0 0 0 0 0

Setor Répteis

Jacaré 0 0 0 0 0

tigre d`água 0 0 0 0 0

Jabuti 0 0 0 0 0 TOTAL 1 1 30 32 13

Organizadores: SANTOS, B.V; SOUZA, F.

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CONCLUSÃO

Os fragmentos de vegetação nativa, ou secundária, provêem alimentos e abrigo à fauna silvestre e cumprem também a função de corredores ecológicos para espécies animais cosmopolitas, principalmente as aves. É pertinente lembrar que os corredores ecológicos também podem cumprir a função de corredores geoepidemiológicos, uma vez que vetores, reservatórios e patógenos circulam por estes espaços.

As capturas de triatomíneos no Zoológico Municipal Parque do Sabiá, realizada durante este estudo, associadas à que ocorrera há quase uma década, sugerem que este fragmento apresenta condições favoráveis à manutenção de nichos ecológicos ocupados por triatomíneos e à manutenção do ciclo silvestre da Tripanossomíase americana, uma vez que um dos espécime adulto capturado estava infectado pelo T. cruzi.

Dentre os fatores observados no decurso desta pesquisa, e considerando o já exposto, concluímos que:

Ambientes com maior instabilidade são evitados pelos triatomíneos, haja vista que nenhum espécime foi encontrado em ecótopos artificiais que lhes podem servir de abrigo, mas que sofrem alterações abruptas em suas condições microclimáticas. Lavar periodicamente os abrigos dos animais e os troncos rachados que se encontravam dentro dos recintos provoca alterações bruscas na umidade e na temperatura do ambiente, o que parece tê-los tornado refratários à colonização.

A distância entre os dois focos de infestação no Zoológico Municipal Parque do Sabiá é considerável; ademais, inúmeras são as barreiras físicas entre ambos, o que inviabilizaria a colonização de um recinto a partir do outro. Isso nos permite inferir que os nichos ecológicos ocupados por triatomíneos no interior do fragmento ocorram em mais de um lugar e que, portanto, os indivíduos que colonizaram os recintos partiram de mais de um ponto do remanescente de vegetação.

A alteração ocorrida no ambiente de mata do zoológico no final do ano de 2007, em razão do tempo decorrido até o presente estudo, não parece ter tido influência na dispersão que se identificou. Já a retirada de aproximadamente 60 capivaras que habitavam livremente a área do parque pode ter influenciado na dispersão verificada. A diminuição ou interrupção da fonte de repasto sangüíneo é sabidamente um fator que desencadeia a dispersão destes hemípteros.

Associado a isso, tem-se o período de maior dispersão do P. megistus, que ocorre no segundo semestre do ano, no período chuvoso, quando as formas adultas buscam por novos biótopos viáveis à colonização, o que neste período do ano pode diminuir em razão da ação desalojante da água das chuvas. Assim, a marcha migratória continua até que biótopos passíveis de serem ocupados sejam encontrados. Os indivíduos que alcançaram os recintos dos animais encontraram, então, ambientes estáveis e proximidade com a fonte de repasto. Estas condições permitiram, assim, a colonização destes ambientes.

A proximidade do zoológico com bairros residenciais populosos, como são os bairros Tibery e Santa Mônica na cidade de Uberlândia (MG), demanda ações de vigilância entomológica por parte do CCZ e do Zoológico Municipal, já que este ambiente demonstra ser propício à colonização de triatomíneos. Às atividades de higienização cotidiana dos recintos pelos trabalhadores se poderia acrescentar a verificação periódica da presença destes insetos, permitindo, assim, a breve notificação das autoridades de saúde, a fim de debelar rapidamente o foco.

Na cidade de Uberlândia não é raro a proximidade entre moradias e Áreas de Preservação Permanente, onde aves se alimentam e nidificam. Tendo em vista que as aves apresentam capacidade de dispersar os triatomíneos, podendo transportá-los a distâncias significativas, conseqüentemente levando-os a ocuparem ecotópos localizados no ambiente urbano, o estudo do papel das aves no transporte passivo dos triatomíneos e o seu monitoramento torna-se importante. Além disso, a capacitação dos moradores próximos destas áreas para

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o reconhecimento das principais espécies de barbeiros e a sensibilização destes para a importância de se notificar as autoridades de saúde, são ações que permitiriam tanto o conhecimento sobre aspectos ecológicos do vetor da doença de Chagas na cidade de Uberlândia, quanto propiciaria maior velocidade nas ações de combate à infestação domiciliar.

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