OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA –...

44
OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO POLIPROPILENO E HIDROTALCITA Renato de Barros Oliveira Rio de Janeiro 2012

Transcript of OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA –...

Page 1: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO

POLIPROPILENO E HIDROTALCITA

Renato de Barros Oliveira

Rio de Janeiro

2012

Page 2: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

ii

RENATO DE BARROS OLIVEIRA

Aluno do Curso Superior de Tecnologia em Polímeros

Matrícula: 0723800024

OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITOS A PARTIR DE

POLIPROPILENO E HIDROTALCITA

Trabalho de Conclusão de Curso, TCC, apresentado

ao Curso Superior de Tecnologia em Polímeros, da

UEZO como parte dos requisitos para a obtenção do

grau de Tecnólogo em Polímeros, sob a orientação

dos pesquisadores Marcia Gomes de Oliveira e Alex

da Silva Sirqueira.

Rio de Janeiro

Julho de 2012

Page 3: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

iii

OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO

POLIPROPILENO E HIDROTALCITA

Elaborado por Renato de Barros Oliveira

Aluno do Curso Superior de Tecnologia em Polímeros da UEZO

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

Julho de 2012

Page 4: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

iv

Dedico este trabalho à minha família, sobretudo aos

meus pais pela paciência e o apoio de sempre.

Page 5: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

v

Aos meus orientadores, Marcia Gomes de Oliveira e

Alex da Silva Sirqueira como também da Drª Ai Ren

Tan pela grande oportunidade que me ofereceram e

a todos os colaboradores que se esforçaram na

referida pesquisa.

Page 6: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

vi

RESUMO

Este trabalho visa à obtenção de nanocompósitos a partir de uma poliolefina, o

polipropileno (PP) junto com o polipropileno modificado com anidrido maleico (PP-MA),

e uma argila comercial conhecida como hidrotalcita.

Foram utilizados 3 teores da hidrotalcita (4, 8 e 12%) para a incorporação na matriz

de PP/PP-MA. Os nanocompósitos foram preparados por meio da técnica de intercalação

por fusão em uma extrusora dupla rosca, e após a extrusão, os corpos de prova foram

moldados por injeção e via compressão.

A caracterização morfológica dos nanocompósitos foram estudadas por análise de

difração de raios X (DRX), calorimetria diferencial de varredura (DSC) e microscopia

eletrônica de varredura (MEV).

Suas propriedades mecânicas também foram estudadas pelo ensaio de tração e impacto

como também a resistência à flamabilidade.

Foi observada uma redução significativa da intensidade do pico no difratograma de

raios X. Os teores de argila apenas atuaram como agentes nucleantes.

Uma grande semelhança foi obtida entre as imagens do MEV para as composições

com a nanocarga.

Quanto às propriedades mecânicas só ocorreu à redução da deformação. A adição da

carga proporcional à diminuição da velocidade de queima das composições.

Palavras-chave: nanocompósitos, hidróxidos duplos lamelares, polipropileno, intercalação

por fusão.

Page 7: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

vii

ABSTRACT

This study aims to obtain the nanocompósito from a polyolefin, polypropylene (PP)

with the maleic anhydride modified polypropylene (MA-PP), and commercial clay known

as hidrotalcita.

In this study we used three levels of hydrotalcite (4, 8 and 12%) for incorporation

into matrix PP/PP-MA. The nanocompósitos were prepared by melt intercalation technique

in a twin screw extruder, and after extrusion, the specimens were injection molded and

compression.

The morphology of nanocomposites was studied by analysis of x-ray diffraction

(XRD), differential scanning calorimetry (DSC) and scanning electron microscopy (SEM).

Their mechanical properties were also studied by testing as well as maps and impact

resistance to flammability.

Their mechanical properties were also studied by tensile test and impact resistance as

well as flammability.

There was a significant reduction in the peak intensity in X-ray diffractogram. The

clay only acted as nucleating agents.

A great similarity was observed between the SEM images for compositions with

nanocarga.

As regards the mechanical properties did not occur until the reduction in

deformation. The addition of charge proportional to the decreased burn rate of the

compositions.

Keywords: nanocomposites, layered double hydroxides, polypropylene, melt intercalation.

Page 8: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

viii

“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para

a vitória é o desejo de vencer.”

Mahatma Gandhi

Page 9: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

ix

SUMÁRIO

RESUMO ........................................................................................................................................... vi

ABSTRACT ...................................................................................................................................... vii

LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................................ xi

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

2. OBJETIVO ................................................................................................................................. 2

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................... 3

3.1. NANOCOMPÓSITOS ................................................................................................... 3

3.2. PRINCIPAIS CARGAS ................................................................................................. 6

3.3. HIDRÓXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLs) ........................................................ 8

3.4. POLIPROPILENO ....................................................................................................... 10

4. MATERIAS E EQUIPAMENTOS .......................................................................................... 13

4.1 MATERIAIS ...................................................................................................................... 13

4.2 EQUIPAMENTOS ............................................................................................................. 13

5. METODOLOGIA..................................................................................................................... 14

5.1 CARACTERIZAÇÃO DO HIDRÓXIDO DUPLO LAMELAR (HDL) ........................... 15

5.2 PREPARAÇÃO DOS NANOCOMPOSITOS DE PP-HDL .............................................. 16

5.3 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DOS NANOCOMPÓSITOS PP-HDL ............ 16

5.4 DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES TÉRMICAS DO NANOCOMPOSITOS DE

PP-HDL ............................................................................................................................... 16

5.5 DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS ............................................ 17

5.6 DETERMINAÇÃO DA FLAMABILIDADE .................................................................... 17

5.7 DETERMINAÇÃO REOLÓGICA DOS NANOCOMPÓSITOS DE PP-HDL ................ 17

5.8 MORFOLÓGIA DOS NANOCOMPÓSITOS ................................................................... 18

6. DADOS E DISCUSSÕES ........................................................................................................ 18

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA HIDROTALCITA SINTÉTICA (HDL) ................................. 18

Page 10: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

x

6.2 MORFOLOGIA DOS NANOCOMPÓSITOS ................................................................... 19

6.3 ANÁLISE TÉRMICA DOS NANOCOMPÓSITOS ......................................................... 20

6.4 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS NANOCOMPÓSITOS ....................................... 23

6.5 DETERMINAÇÃO DA FLAMABILIDADE .................................................................... 24

6.6 REOLOGIA DOS NANCOMPÓSITOS ............................................................................ 26

7. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 28

8. PERSPECTIVA FUTURA DESTE TRABALHO ................................................................... 28

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 29

Page 11: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

xi

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Método por intercalação por fusão. ...................................................................... 4

Figura 2 - Método de intercalação via solução. ..................................................................... 4

Figura 3 - Argila dispersa na cadeia polimérica. ................................................................... 5

Figura 4 - Geometria das nanocargas. ................................................................................... 6

Figura 5 - Representação esquemática da estrutura da hidrotalcita....................................... 8

Figura 6 - Fórmula química do monômero propileno e do polipropileno. .......................... 10

Figura 7 - Etapas para se chegar ao polipropileno............................................................... 10

Figura 8 - Polimerização do polipropileno. ......................................................................... 11

Figura 9 - Taticidade do polipropileno. ............................................................................... 11

Figura 10 - Fluxograma do processo experimental. ............................................................ 15

Figura 11 - Espectros de DRX da HDL sintética. ............................................................... 18

Figura 12 - Difratograma de raios X. .................................................................................. 19

Figura 13 - Curva de DSC com 0%HDL. ............................................................................ 20

Figura 14 - Curva de DSC com 4%HDL. ............................................................................ 21

Figura 15 - Curva de DSC com 8%HDL. ............................................................................ 21

Figura 16 - Curva de DSC com 12%HDL. .......................................................................... 22

Figura 17 - Micrografias dos sistemas: (a) 0%HDL, (b) 4%HDL, (c) 8% HDL e (c)

12%HDL. .......................................................................................................... 24

Figura 18 - Imagem do processo do ensaio de resistência flamabilidade. .......................... 25

Figura 19 - Gráfico das curvas da viscosidade complexa (η*) versus frequência angular

(ω). .................................................................................................................... 26

Figura 20 - Gráfico das curvas do módulo elástico (G’) (A) e módulo viscoso (G”) (B)

versus Frequência (ω). ...................................................................................... 27

Page 12: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição dos nanocompósitos. ..................................................................... 16

Tabela 2 - Valores do espaçamento basal. ........................................................................... 20

Tabela 3 - Propriedades térmicas dos nanocompósitos PP-HDL. ....................................... 23

Tabela 4 - Propriedades mecânicas dos nanocompósitos preparados em extrusora dupla

rosca. ................................................................................................................... 23

Tabela 5 - Taxa de queima dos nanocompósitos PP-HDL. ................................................. 25

Page 13: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

xiii

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

PP – Polipropileno

PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico

HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

DRX – Difração de raios X

DSC – Calorimetria diferencial de varredura

MEV – Microscopia eletrônica de varredura

MET – Microscopia eletrônica de transmissão

Tm – Temperatura de fusão

Tc – Temperatura de cristalização

Xc – Grau de cristalinidade

η* - Viscosidade complexa

G’ – Módulo elástico

G” – Módulo viscoso

ω – Frequência angular

RPM – Rotações por minuto

Page 14: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

1

1. INTRODUÇÃO

Os nanocompósitos são uma nova classe de materiais poliméricos que têm atraído o

interesse de muitos pesquisadores, na qual vem sendo largamente ampliado nos últimos

anos, pelo fato de oferecerem uma extensa diversidade de aplicações [1,2]

.

Representados não só como uma opção criativa para se pesquisar novos materiais,

estes compostos permitem também o desenvolvimento de aplicações industriais inovadoras

[3].

Nanocompósitos poliméricos são materiais que apresentam duas fases, na qual uma

das fases é formada por nanopartículas dispersas em uma matriz polimérica representada

pela fase continua proporcionando novas e melhoradas propriedades quando comparados

aos compósitos poliméricos convencionais [4].

No mercado comercial é possível encontrar diferentes tipos de nanocargas que podem

ser incorporados à matriz polimérica, dependendo da aplicação e da propriedade de que se

espera obter. Dentre elas, destacam-se as argilas, a sílica, a alumina, os nanotubos entre

outros [5].

Foi empregado para este trabalho um mineral da família das argilas aniônicas atuando

como uma carga inorgânica denominado de Hidróxidos Duplos Lamelares (HDLs),

também conhecidos como composto do tipo da hidrotalcita, carga lamelar que possui

caráter hidrofílico [6].

Esses hidróxidos duplos lamelares, embora não sejam abundantes na natureza, podem

ser sintetizados no laboratório a um custo relativamente baixo. Estes compostos possuem

uma estrutura do tipo da brucita, com camadas de octaedros ocupados por cátions di e

trivalentes em seu interior. Entre as camadas desses octaedros existem moléculas de água e

ânions interlamelares [7].

Proporcionando características únicas à matriz em função de seu grau de dispersão,

orientação na matriz, adesão interfacial matriz-reforço, sua morfologia controlada e

pequeno volume, por consequência da grande área superficial, os nanocompósitos de

HDLs tem apresentado melhores desempenho e propriedades físicas em comparação aos

compósitos tradicionais [8].

Page 15: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

2

Uma das matrizes poliméricas mais utilizadas é o polipropileno (PP), um dos

termoplásticos mais empregados em escala industrial no mundo atual, decorrente de sua

grande versatilidade, garantida através de sua estrutura química, processabilidade e

propriedades mecânicas além de seu potencial para a reciclagem [9].

No intuito de melhorar a afinidade entre o polímero e a superfície da carga se fez uso

do polipropileno modificado com anidrido maleico (PP-MA) atuando com agente

compatibilizante [10].

2. OBJETIVO

O objetivo desse trabalho de conclusão de curso é produzir um estudo experimental de

misturas de polipropileno virgem (PP) junto com o polipropileno modificado com anidrido

maleico (PP-MA), utilizado como matriz polimérica orgânica e nanopartículas inorgânicas

do tipo hidrotalcita, uma carga mineral aniônica para a obtenção de nanocompósitos

poliméricos por meio do sistema polipropileno/argila pelo método de intercalação por

fusão numa extrusora dupla rosca. E também avaliar suas propriedades mecânicas,

térmicas e morfológicas.

Page 16: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

3

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. NANOCOMPÓSITOS

O interesse e desenvolvimento da nanotecnologia nas ultimas décadas levou a um

grande potencial de crescimento e amplo interesse pela área de nanocompósitos devido às

propriedades muito superiores às dos compósitos poliméricos convencionais ou do

polímero propriamente puro [11].

Os nanocompósitos poliméricos são uma classe de materiais de matriz polimérica

preenchidos por partículas onde pelo menos uma das dimensões está em escala

nanométrica [12].

Sendo eles híbridos, podem ser formados pela combinação de diferentes materiais do

tipo inorgânico-inorgânico, orgânico-orgânico ou ainda orgânico-inorgânico em que pelo

menos um dos componentes tem dimensões nanométricas, formando um material

homogêneo apresentando propriedades complementares [12].

A produção de nanocompósitos poliméricos com argilas ou silicatos lamelares pode

ser feita por vários métodos, porém, as três formas mais comumente de serem realizadas

para sintetiza-los são: intercalação no estado fundido; polimerização “in situ”; e

intercalação via solução [6].

A intercalação no estado fundido: é a técnica mais atrativa, devido aos baixos custos,

alta produtividade, compatibilidade com as técnicas de processamento convencionais de

polímeros fundidos e ainda apresenta a vantagem de não utilizar solventes orgânicos

voláteis [6].

Neste caso, o polímero no estado fundido é misturado mecanicamente (via extrusão,

por exemplo) com o silicato lamelar de forma a permitir a intercalação e/ou esfoliação das

cadeias do polímero entre as lamelas da argila decorrentes das tensões de cisalhamento e

interações químicas no sistema. Um esquema do método é apresentado na Figura 1 [10].

Page 17: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

4

Figura 1 - Método por intercalação por fusão.

Intercalação via solução: inicialmente a argila é inchada em um solvente com o intuito

de que a distância lamelar de suas camadas seja aumentada e então, é dispersa em uma

solução do polímero, permitindo que as cadeias poliméricas penetrem entre suas camadas.

Depois que o solvente é evaporado, o nanocompósito obtido possui estrutura intercalada

e/ou esfoliada. Um esquema do método é apresentado na Figura 2 [10,13].

Figura 2 - Método de intercalação via solução.

Polimerização “in situ”: a argila é inchada juntamente com o monômero líquido, ou

uma solução de monômero, para que a formação do polímero possa ocorrer entre as

lamelas da argila. A polimerização pode ser iniciada tanto por calor como por radiação

pela difusão de um iniciador ou um agente de cura, ou por um iniciador orgânico [10,13].

Page 18: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

5

A dispersão das nanopartículas lamelares nos polímeros apresenta uma deficiência

devido a sua incompatibilidade com os polímeros e a grande proporção área/volume,

principalmente dos polímeros apolares como o polipropileno. Assim sendo, torna-se

necessário com o objetivo de melhorar a dispersão destas nanopartículas em matrizes

poliméricas o uso de grupos polares (em quantidades pequenas), como o anidrido maleico,

para obter as morfologias intercaladas e/ou esfoliadas. Assim também como o uso de

surfactantes orgânicos para obter uma melhor interação entre o polímero e a argila [10].

Dependendo dessa dispersão da argila entre a matriz e o silicato lamelar é determinado

a estrutura dos nanocompósitos sendo constituídas de três tipos diferentes com

demonstrado na Figura 3.

Figura 3 - Argila dispersa na cadeia polimérica.

Microcompósito com estrutura de fases separadas: Não há uma boa dispersão da argila

no polímero, e em consequência, ocorre a formação de aglomerados, tendo as suas

propriedades comparadas aos compósitos convencionais [13].

Nanocompósito intercalado: Neste caso ocorre uma melhor dispersão da argila no

polímero, ou seja, o polímero consegue penetrar entre as camadas da argila sem, no

entanto, conseguir desorganizá-las obtendo propriedades superiores a um compósito

convencional [13].

Page 19: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

6

Nanocompósito esfoliado: A argila esta completa e uniformemente dispersa no

polímero, ou seja, além do polímero conseguir penetrar entre as camadas da argila,

também as deixa completamente desorganizadas obtendo ganhos significativos nas

propriedades físicas e mecânicas [13].

Nanocompósitos estão sendo projetados para as mais diversas finalidades, como a

produção de plásticos que retardam a chama (uso de lonas), que não riscam facilmente

(para uso em óculos), materiais mais resistentes e leves (peças de carro), para proteção

(recobrimentos de peças), para liberação controlada de fármacos, etc [14].

3.2. PRINCIPAIS CARGAS

A escolha da carga utilizada está baseada nas aplicações e propriedades desejadas, bem

como, no custo envolvido. Diversos tipos de nanocargas podem ser adicionados a

diferentes matrizes poliméricas, dentre as mais estudadas e aplicadas estão o carbonato de

cálcio (CaCO3), os óxidos metálicos (Al2O3, Fe2O3, ZnO e TiO2), os nanotubos de carbono

e os argilominerais [15].

As nanocargas podem ser isodimensionais, bidimensionais e unidimensionais,

dependendo do número de dimensões que apresentam tamanho inferior a 100nm. Deste

modo, elas podem ser classificadas em três categorias, nanopartículas, nanotubos e

nanocamadas, conforme ilustrado na Figura 4:

Fibrosas

Lamelares

Nanocargas 3-D

< 100 nm

< 100 nm

~ 1 nm

Figura 4 - Geometria das nanocargas.

Page 20: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

7

As nanopartículas são denominadas de nanocargas isodimensionais, ou seja,

possuem as três dimensões em escala nanométrica. A segunda classificação refere-se aos

nanotubos, podendo também ser denominado de nanofibras ou nanocargas bidimensionais.

Neste caso duas dimensões apresentam escala nanométrica e a terceira dimensão é

consideravelmente maior do que as outras duas. Por fim, a terceira classificação é a das

nanocamadas ou nanofolhas, consideradas nanocargas unidimensionais, onde apenas uma

dimensão se encontra em escala nanométrica. Estas partículas em geral são encontradas na

forma de folhas de poucos nanômetros de espessura e centenas de nanômetros de

comprimento [16, 17, 18].

Destacam-se como nanocargas unidimensionais os silicatos lamelares, os hidróxidos

duplos lamelares (HDLs), naturais e sinéticos, a grafita, o nanotalco e alguns óxidos. Já os

nanotubos de carbono, as nanofibras de aluminosilicato hidratado (imogolite) e as

nanofibrilas de celulose são alguns exemplos de nanocargas bidimensionais. Quanto às

isodimensionais é possível mencionar o negro de fumo, as nanopartículas de sílica e as

metálicas [17].

As diferentes formas das nanocargas conferem propriedades distintas aos

nanocompósitos. As estruturas do tipo lamelar, devido à sua elevada anisotropia, são mais

adequadas quando o material dever apresentar maior resistência mecânica e melhores

propriedades de barreira, por outro lado, para nanocompósitos funcionais, tendo, por

exemplo, propriedades ópticas e elétricas diferenciadas, cargas esféricas são mais

adequadas [17].

As nanopartículas apresentam elevada área superficial e razão de aspecto quando

comparadas as partículas de tamanho convencional. Devido à diminuição do tamanho de

partícula, a porcentagem de moléculas e átomos presentes na superfície destas cargas é

maior. Tal fato resulta em forças interpartículas tais como Van der Waals e eletrostáticas,

bem como, um aumento das atrações magnéticas. Sem tratamento químico e/ou físico

adequado para reduzir esta energia superficial, é muito comum a formação de aglomerados

(cluster) destas nanopartículas sendo difícil de dispersá-las individualmente e

uniformemente na matriz polimérica, resultando, assim, em nanocompósitos opacos

semelhantes aos compósitos convencionais [10,19].

Page 21: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

8

3.3. HIDRÓXIDOS DUPLOS LAMELARES (HDLs)

Os HDLs podem ser estruturalmente descritos como o empilhamento de lamelas

positivamente carregadas com ânions hidratados intercalados entre essas lamelas. Eles

podem ser representados por uma fórmula geral:

[MII1-xMIIIx(OH)2]x+

Ax/nn-

.mH2O

Onde MII é um íon metálico bivalente (Mg+2

, Zn+2

, etc.), MIII é um íon metálico trivalente

(Al+3

, Cr+3

, etc.), A é um ânion de valência n (CO3-2

, Cl-, etc). As lamelas de hidróxido do

HDL guardam similaridade com a brucita ou Mg(OH)2, onde alguns íons MII das lamelas

da brucita foram substituídos por cátions trivalentes originando lamelas carregadas

positivamente [MII1-xMIIIx(OH)2]x+

.

Formas abreviadas também são utilizadas para representar esses materiais. Alguns

autores, para descrever o sistema no qual o HDL é composto, simbolizam esses materiais

como MII-MIII, MII-MIII-X, ou ainda, MII/MIII-X (em que X é o ânion intercalado) [20].

As camadas inorgânicas dos HDLs podem ser empilhadas de acordo com duas

simetrias diferentes, resultando em células unitárias romboédrica ou hexagonal. A maioria

dos HDLs sintéticos apresenta célula unitária hexagonal, apenas os HDLs com proporção

MII/MIII igual a 1 apresentam célula unitária ortorrômbica, a estrutura da hidrotalcita pode

ser observada na Figura 5 [21].

Figura 5 – Representação esquemática da estrutura da hidrotalcita.

Page 22: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

9

A característica que torna os HDLs materiais apropriados para a síntese de

nanocompósitos poliméricos é a natureza intercambiável dos ânions interlamelares por

ânions poliméricos ou oligoméricos [22,23]. Existem vários métodos para a síntese de

HDLs, que podem ser divididos em duas categorias: métodos de síntese direta (co-

precipitação, sal-óxido, síntese hidrotérmica, hidrólise induzida, sol-gel, preparação

eletroquímica) e métodos de síntese indireta (troca aniônica simples, troca aniônica por

regeneração de material calcinado e troca aniônica com fase dupla). Para formar o HDL, os

cátions metálicos que participam da camada inorgânica devem obrigatoriamente apresentar

coordenação octaédrica e apresentarem raio iônico na faixa de 0,50-0,74 Å [20]. Por meio

da variação dos cátions metálicos, da razão entre estes e da substituição do ânion

interlamelar, pode ser preparada uma grande variedade de HDLs. Vários cátions podem

fazer parte desta estrutura, dentre eles: Mg+2

, Al+3

, a maioria dos cátions do primeiro

período de transição, etc. Além disso, é possível a síntese de HDLs contendo mais de um

cátion bivalente e/ou trivalente, o que as possibilidades de composição. A razão entre os

cátions metálicos MII/MIII é muito importante na formação do HDL. A modificação dessa

razão resulta na variação da densidade de carga da lamela, visto que a carga é gerada a

partir da substituição isomórfica de cátions bivalentes por trivalentes na estrutura das

folhas inorgânicas [24]. Conforme mencionado anteriormente, o domínio interlamelar é

constituído principalmente por ânions e moléculas de água. Geralmente, ânions

inorgânicos simples têm uma tendência maior para serem intercalados, em função da maior

interação eletrostática com as camadas inorgânicas. Na intercalação de ânions orgânicos,

principalmente no caso de polímeros aniônicos, devem ser levados em consideração fatores

como a geometria do ânion, a interação que ocorre entre os ânions, o tamanho e a relação

entre o tamanho e a carga [21,25].

Ainda há poucos relatos sobre o uso de HDLs como material inorgânico na obtenção

de nanocompósitos poliméricos, mas é possível encontrar trabalhos na literatura que na sua

grande maioria utilizam como técnicas de preparação a polimerização in situ e a mistura

em solução. Como ponto em comum, a necessidade de usar HDLs intercalados com ânions

orgânicos (HDLs organofílicos), para redução da polaridade da superfície das folhas

inorgânicas do HDL, permitindo assim a sua delaminação e aumentando a compatibilidade

com o polímero.

Page 23: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

10

3.4. POLIPROPILENO

O polipropileno (PP) é da família das poliolefinas, onde na qual são polímeros

oriundos de monômeros de hidrocarboneto alifático insaturado contendo uma dupla ligação

carbono-carbono reativa (Figura 6). Classificados como termoplásticos, tendo como

principal característica o reprocessamento, podendo ser moldado inúmeras vezes, através

do uso da temperatura. [26]

Figura 6 – Fórmula química do monômero propileno e do polipropileno.

Dentre as poliolefinas, o polipropileno é um dos mais importantes termoplásticos

utilizados comercialmente. São empregados desde a sua descoberta nos anos 50, e o seu

desenvolvimento fez com que o mercado aproveitasse sua versatilidade em termos de

propriedades, reciclabilidade e preços de commodities [27,28].

O PP é produzido através da reação de polimerização (Figura 8) a partir do

monômero de propeno (ou propileno), produto derivado da nafta (Figura 7), através de

catalisadores a fim de produzir um material sólido semicristalino

Figura 7 - Etapas para se chegar ao polipropileno.

Page 24: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

11

. A polimerização é uma reação ou um conjunto de reações pela qual moléculas

simples reagem entre si, compondo uma macromolécula de alta massa molecular [26].

Figura 8 - Polimerização do polipropileno.

Durante a polimerização do PP seus monômeros podem apresentar uma estrutura

molecular com diferentes formas com relação a sua taticidade (Figura 9), está estrutura

apresenta-se como: isotático, sindiotático e atático.

Figura 9 - Taticidade do polipropileno.

Page 25: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

12

Polipropileno isotático apresenta grupos metila situado no mesmo lado do plano da

cadeia principal. Os sindiotáticos apresentam grupamento metil situado em lados opostos

da cadeia principal. E no atático o grupamento metil não apresenta nenhuma regularidade

[29].

3.4.1 PROPRIEDADES

Um termoplástico com um custo relativamente baixo, devido ao baixo custo do

monômero e à eficiente tecnologia de polimerização, comparada à de outros

termoplásticos, hoje representando um importante papel na indústria do plástico. Assim

como a facilidade de processamento, o que permite seu uso econômico na maioria das

técnicas de fabricação de artefatos.

As resinas de polipropileno possuem uma baixa densidade na ordem de 0,9 g/cm3,

uma das mais baixas entre os principais polímeros oferecendo um bom equilíbrio de

propriedades térmicas, químicas e elétricas, além de permitir obter peças com baixo peso.

São inerentemente instáveis na presença de agentes oxidantes e na de raios ultravioletas. É

uma poliolefina com característica apolar, possuindo uma baixa absorção de umidade.

Material altamente versátil, pois pode ser combinado com altos teores de carga,

reforço e outros materiais poliméricos [31].

3.4.2 APLICAÇÕES

É um plástico industrial que permite o desenvolvimento de peças estruturais, como

tanques e dutos, muito utilizados em indústria de processos em geral. Faz-se uso para

revestimentos de tubulações garantindo maior proteção e aumentando a vida útil do

material.

Também garante eficácia em indústrias que trabalham com produtos farmacêuticos e

alimentícios, já que uma de suas características marcantes é a atoxidade, não oferecendo

risco de contaminação tóxica a alimentos e remédios.

Page 26: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

13

É muito utilizado na indústria automobilística, a utilização do Polipropileno reduz o

peso dos veículos, reduzindo o consumo de combustível e por consequência a emissão de

poluentes no ar. Pode ser empregado tanto no interior dos veículos (painéis de

instrumentos, painéis de porta, revestimentos e consoles) quanto no exterior (para-choques,

grades entre outros). Também é utilizado nas caixas de bateria, reservatório de água [31]

4. MATERIAS E EQUIPAMENTOS

4.1 MATERIAIS

A seguir são apresentados os materiais empregados para o processamento e

caracterização das composições.

Polipropileno (PP), gentilmente cedido pela Suzano Petroquímica.; MFI

(230ºC/2,16Kg) = 11g/10min, usado como recebido.

Polipropileno modificado com anidrido maleico (PP-MA) Fusabond MD353D,

adquirido junto a Du Pont com MFI (160ºC/325g) = 22,4g/10min e teor de

anidrido maleico igual a 1,4%, usado como recebido.

Antioxidante Irganox 1010, gentilmente cedido pela Ciba Especialidades

Químicas Ltda, usado como recebido.

Hidrotalcita sintética da Sigma-Aldrich MKBC 7415, usado como recebido.

4.2 EQUIPAMENTOS

Além das vidrarias e aparelhos tradicionais utilizados em laboratório de pesquisa,

foram utilizados também nesse trabalho de conclusão de curso, os seguintes equipamentos:

Aparelho de impacto para Plásticos EMIC, modelo AIC.

Balança Analítica Bioprecisa, modelo FA2104N, com sensibilidade de

0,0001g.

Balança GEHAKA, modelo BG400, com sensibilidade de 0,01g.

Page 27: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

14

Balança METTLER, modelo XS6002S, com sensibilidade de 0,1g

Calorímetro Diferencial de Varredura (DSC), TA Instruments, modelo Q-100,

com sensibilidade de ± 0,1ºC.

Difratômetro de Raios X (DRX) Rigaku, modelo Miniflex,

Estufa com circulação de ar FABBE-PRIMAR, modelo 170.

Extrusora dupla rosca da Extrusão Brasil, modelo laboratorial com L/D=26.

Máquina Universal de Ensaios EMIC, modelo DL-3000.

Microscópio eletrônico de varredura da FEI Company, modelo Quanta 100.

Paquímetro digital Mitutoyo Digimatic Calipers, com sensibilidade de

0,05mm.

Plaina elétrica de laboratório para entalhe de plásticos EMIC, modelo PME.

Prensa de injeção semi-industrial, modelo BattenfeldTM

Plus 35-75 35ton, com

parafuso de diâmetro de 25mm e razão L/D igual a 15.

Prensa hidráulica aquecida MARCONI, modelo MA098/A400.

Prensa hidráulica equipada com circulação de água MARCONI, modelo

MA098/R5.

Reômetro Modular Thermo Electron Corporation, modelo Haake MARS

(Modular Advanced Rheometer System) Rheometer, equipado com placas

paralelas, versão Rheowin 3.40.

5. METODOLOGIA

A seguir são descritos os métodos utilizados para a preparação e caracterização dos

nanocompósitos.

Page 28: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

15

Com o intuito de visualizar o procedimento experimental adotado no laboratório, a

Figura 10 apresenta as principais etapas realizadas para o preparo e caracterização dos

nanocompósitos.

Figura 10 – Fluxograma do processo experimental.

5.1 CARACTERIZAÇÃO DO HIDRÓXIDO DUPLO LAMELAR (HDL)

O espaço interlamelar do HDL foi determinado por análise de difração de raios X,

em um aparelho Rigaku Miniflex, usando radiação CuK(comprimento de onda λ =

1,5418 Å), tensão de 40 kV, corrente de 30mA e na faixa de 2 (ângulo de difração) de 1,5

a 50º. O espaçamento basal foi calculado de acordo com a Lei de Bragg.

n = 2dsen

Onde:

d = distância entre os planos basais (nm)

senθ = inclinação entre os planos

n = ordem de reflexão

λ = comprimento de onda mínimo (nm)

Page 29: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

16

5.2 PREPARAÇÃO DOS NANOCOMPOSITOS DE PP-HDL

Os nanocompósitos de PP/HDL foram preparados por intercalação no estado fundido

em extrusora dupla rosca, marca Extrusão Brasil e modelo laboratorial com L/D=26, com

velocidade de rotação igual a 100 rpm e perfil de temperatura igual a

80/150/160/170/180/190ºC.

E foram utilizados 3 teores da hidrotalcita (4, 8, 12%) para a incorporação na matriz

de PP/PP-MA.

Todos os nanocompósitos PP/HDL preparados foram moldados por injeção em

máquina Battenfeld modelo Plus 35, a 190ºC, para a confecção de corpos de prova para

avaliação das propriedades mecânicas.

As composições estudadas estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 – Composição dos nanocompósitos.

Composição PP (g) PP-MA (g) Irganox 1010 (g) HDL (g)

PP 288 12 3 -

Nano 4% 276 24 3 12

Nano 8% 252 48 3 24

Nano 12% 228 72 3 36

5.3 CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DOS NANOCOMPÓSITOS PP-HDL

A ocorrência de intercalação e/ou esfoliação dos HDLs após incorporação no PP/PP-

MA, visando determinar a formação do nanocompósito, foi verificada pela medida do

espaço interlamelar por análise de difração de raios X, conforme descrito no item 4.1.

5.4 DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES TÉRMICAS DO NANOCOMPOSITOS

DE PP-HDL

As propriedades térmicas dos nanocompósitos de PP/HDL foram determinadas por

calorimetria diferencial exploratória, em equipamento da marca TA Instruments modelo

Page 30: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

17

Q100 utilizando atmosfera de nitrogênio e aproximadamente 6,0 mg de amostra sob a

forma de material injetado. Foi empregada para avaliar o grau de cristalinidade (Xc), a

temperatura de cristalização (Tc) e a temperatura de fusão cristalina (Tm).

5.5 DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS

As propriedades mecânicas dos nanocompósitos de PP-HDL foram determinadas por

ensaios de tração e impacto izod, segundo as normas ASTM D-638 e D-256,

respectivamente.

Os ensaios de tração foram realizados em máquina universal de ensaios, marca

EMIC modelo DL 3000, com célula de carga de 1KN, velocidade de separação entre as

garras de 10mm/min. Os resultados foram obtidos a partir da média de cinco corpos de

prova.

Os ensaios de resistência ao impacto foram realizados em equipamento de imapcto

para plásticos no modo Izod com pêndulo de 2,7J de energia nominal. Os corpos de prova

foram entalhados a 2,5 ± 0,05mm de raio de curvatura e ângulo de 45º, em um entalhador

acoplado com faca em “V”.

5.6 DETERMINAÇÃO DA FLAMABILIDADE

A resistência à chama (flamabilidade) dos nanocompósitos foi determinada segundo

a norma ASTM D-635. Os corpos de prova utilizados neste ensaio foram moldados por

compressão na forma de retângulos, cujas medidas foram 125 mm x 13 mm x 3 mm.

5.7 DETERMINAÇÃO REOLÓGICA DOS NANOCOMPÓSITOS DE PP-HDL

A viscosidade complexa (η*) e os módulos elástico (G’) e viscoso (G”) foram

determinados em função da frequência angular (ω) na faixa de 0,1 a 100 rad/s, em um

reômetro modular rotacional da Thermo Electron Corporation modelo Haake Mars,

Page 31: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

18

utilizando geometria de placas paralelas de 20 mm de diâmetro e distância entre as placas

de 0,5 mm a 190 °C.

5.8 MORFOLÓGIA DOS NANOCOMPÓSITOS

A morfologia dos nanocompósitos foram analisadas pela microscopia

eletrônica de varredura no equipamento da marca FEI Company modelo Quanta 100 diante

da superfície de fratura dos corpos de prova de impacto, recobertos com ouro utilizando

uma voltagem de aceleração de elétrons igual a 20kV e detector de elétrons secundários.

6. DADOS E DISCUSSÕES

6.1 CARACTERIZAÇÃO DA HIDROTALCITA SINTÉTICA (HDL)

A hidrotalcita exibe o difratograma característico de sua estrutura lamelar. Com

aplicação da equação de Bragg, o espaçamento interlamelar calculado a partir da raia (003)

é de 0,76 nm Figura 11.

10 20 30 40 50

(018)(015)

(012)

(006)

(003)

Inte

nsid

ad

e

2 º

HDL

Figura 11 - Espectros de DRX da HDL sintética.

Page 32: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

19

6.2 MORFOLOGIA DOS NANOCOMPÓSITOS

A difração de raios X foi utilizada para avaliar a morfologia dos nanocompósitos de

PP/HDL obtidos em extrusora dupla rosca e os difratogramas obtidos são apresentados na

Figura 11. Como pode ser visto ao misturar PP com o HDL sintético (Mg/Al-CO3; d003 =

0,76 nm) não houve mudança na posição característica da distância basal (d003) deste

HDL (Tabela 2), sendo observada apenas redução da intensidade dos picos no

difratograma (Figura 12).

Merece destaque o surgimento dos picos relativos à fase cristalina do PP nos

difratogramas dos nanocompósitos. Os picos em 2 igual a 19,3 e 22,2 º, correspondente

aos planos cristalinos (110), (040), (130) e 2 igual a 14,5 º e 17,4º, correspondente aos

planos cristalino (111). Estes picos provavelmente são características de cristais de

polipropileno do tipo . Logo, a adição dos HDLs à base de Mg/Al não modifica o tipo de

cristal do PP, embora influenciem o processo de cristalização.

10 20 30 40 50

0

200

400

600

800

3000

4000

5000

6000

7000

8000

Inte

nsid

ad

e, [u

.a]

HDL

Nano 4%

Nano 8%

Nano 12%

Figura 12 – Difratograma de raios X.

Page 33: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

20

Tabela 2 – Valores do espaçamento basal.

HDL d003 (nm)

HDL Puro 0,76

HDL 4% 0,76

HDL 8% 0,74

HDL12% 0,74

6.3 ANÁLISE TÉRMICA DOS NANOCOMPÓSITOS

Com a finalidade de verificar a influência da adição da carga nas propriedades

térmicas da matriz polimérica de PP, foram determinadas a partir do equipamento de DSC

as curvas da temperatura de fusão (Tm) e da temperatura de cristalização (Tc). A entalpia é

calculada pela integração da área do pico da Tm, sendo este valor dividido por 209 J/g

(Entalpia teórica de um PP 100% cristalino) para se obter o grau de cristalinidade (Xc),

cujos as curvas podem ser visualizados na Figura 3.

Figura 13 – Curva de DSC com 0%HDL.

Page 34: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

21

Figura 14 – Curva de DSC com 4%HDL.

Figura 15 – Curva de DSC com 8%HDL.

Page 35: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

22

Figura 16 – Curva de DSC com 12%HDL.

Os resultados podem ser melhor analisados na Tabela 3. Com relação à temperatura

de fusão (Tm) nota-se na tabela que os valores não sofreram alterações significativas,

mantendo-se constante dentro do erro experimenta, portanto a argila não apresentou

influencia na estrutura dos cristalitos. Assim como no grau de cristalinidade (Xc), os

valores se mantiveram.

Já quanto à temperatura de cristalização (Tc) pode-se observar, de modo geral, que a

adição da argila contribuiu para uma moderada elevação nos valores de Tc em relação à

matriz pura de polipropileno, visto que os HDLs analisados atuam como agentes

nucleantes, agindo na velocidade de formação dos cristalitos em função da presença da

carga.

Page 36: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

23

Tabela 3 - Propriedades térmicas dos nanocompósitos PP-HDL.

Teor de

HDL

Tm

(ºC)

Tc

(ºC)

Xc

(%)

0 163,34 111,92 49,38

4 162,77 121,15 47,16

8 164,28 119,98 51,28

12 164,61 121,10 48,18

Tm – Temperatura de fusão cristalina; Tc – Temperatura de cristalização; Xc – grau de

cristalinidade.

6.4 PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS NANOCOMPÓSITOS

Quanto à deformação (ε) na ruptura, a introdução de carga resultou em menores

valores em função de teores crescentes de HDL, sendo mais significativos nos teores de

8% e 12¨% de HDL. A redução da deformação era esperada em virtude da presença da

carga inorgânica. Não houve modificação significativa dos valores de módulo (E) e tensão

na ruptura (σ) sendo observado na Tabela 4. Não há aumento de módulo acentuado como

os relatados para nanocompósitos com montmorilonita, o que é esperado quando se leva

em conta que as lamelas do HDL são constituídas por apenas uma camada de poliedros,

muitas vezes ondulados e assim, mais flexíveis do que outras partículas de silicatos

intercalados como a montmorilonita [30].

Tabela 4 - Propriedades mecânicas dos nanocompósitos preparados em extrusora dupla rosca.

Teor de

HDL (%)

E

(GPa)

(MPa)

(%)

Impacto izod

(J/m)

0 2,5 ± 0,2 32,1 ± 0,5 499,6 ± 24,1 31,67 ± 3,87

4 3,1 ± 0,1 32,5 ± 0,7 320,9 ± 13,8 36,44 ± 3,39

8 2,9 ± 0,2 31,2 ± 0,5 17,4 ± 1,5 32,08 ± 1,53

12 2,9 ± 0,1 31,1 ± 0,3 16,1 ± 1,9 36,19 ± 2,60

E – Módulo secante a 1%; - resistência à tração; - deformação na ruptura

Page 37: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

24

Já em relação ao ensaio de impacto, não foram observados diferenças significativas

nos resultados, apenas um pequeno aumento em seus valores dentro do desvio padrão da

medida. Este comportamento é confirmado na análise de microscopia eletrônica de

varredura (Figura 17) das superfícies fraturadas. É possível notar que há grande

semelhança entre as imagens obtidas para as composições com a nanocarga. Por outro

lado, a matriz PP/PP-MA apresentou uma superfície mais rugosa quando comparada aos

nanocompósitos, o que pode ser atribuído ao PP-MA, tendo em vista a sua menor

viscosidade.

Figura 17 – Micrografias dos sistemas: (a) 0%HDL, (b) 4%HDL, (c) 8% HDL e (c) 12%HDL.

6.5 DETERMINAÇÃO DA FLAMABILIDADE

A resistência à chama dos nanocompósitos foi determinada segundo a norma ASTM

D 635-06 e os resultados obtidos são apresentados na Tabela 5. Todos os nanocompósitos

estudados nesta etapa sofreram combustão e para nenhum foi observada auto-extinção da

chama, conforme pode ser visualizado na Figura 18. Neste caso, a classificação HB é

conferida aqueles materiais que apresentam taxa de queima linear inferior a 40 mm/min

Foi observada no ensaio de resistência a chama que em todas as composições, os

corpos de prova continuaram queimando, após a retirada da chama inicial. Porém foi

notado que a introdução da argila na matriz de polipropileno fez com que a velocidade de

Page 38: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

25

queima (mm/min) dos sistemas em estudo sofressem uma diminuição, podendo ser visto na

Tabela 5.

Essa diminuição foi bastante expressiva, diante que na presença da argila pode ter

ocorrido à formação de uma camada termicamente isolante, geradas pelas nanopartículas

protegendo a matriz do polímero ocasionando o retardamento no processo de queima do

material pelo efeito de barreira, principalmente no teor de 8% de HDL o que é interessante

do ponto de vista tecnológico.

Tabela 5 – Taxa de queima dos nanocompósitos PP-HDL.

Teor de HDL Taxa de queima

linear (mm/min) Classificação

0 55,03 Falhou

4 40,26 Falhou

8 34,08 HB

12 36,09 HB

Figura 18 - Imagem do processo do ensaio de resistência flamabilidade.

Page 39: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

26

6.6 REOLOGIA DOS NANCOMPÓSITOS

A viscosidade complexa (η*) dos nanocompósitos em função da varredura de

frequência angular (ω) com diferentes teores de argila pode ser avaliada a partir da Figura

19.

Pode-se observar na região de baixa freqüência angular que o teor de nanocarga

interfere na viscosidade, a qual aumenta em função da adição da carga. A mobilidade

molecular do PP é reduzida pela adição de HDL, como reflexo das interações e da

dispersão da argila na matriz.

1

10

100

1000

10000

100000

0,1 1 10 100

w, rad/s

h*

, P

a.s

PP

Nano 4%

Nano 8%

Nano 12%

Figura 19 - Gráfico das curvas da viscosidade complexa (η*) versus frequência angular (ω).

O gráfico das curvas do módulo elástico (G’) e viscoso (G”) em função da frequência

angular (ω) estão ilustrados na Figura 20 .

Ambos os módulos (G’ e G”) são mais elevados conforme a adição da carga,

revelando ação reforçante aos nanocompósitos, concordando com os resultados

encontrados para a viscosidade.

Tal comportamento aponta maior interação carga-matriz na inclinação da curva onde

ocorrem mudanças na região terminal (baixas frequências).

Page 40: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

27

1

10

100

1000

10000

100000

0,1 1 10 100

w, rad/s

G', P

a

PP Nano 4%

Nano 8% Nano 12%

(A)

1

10

100

1000

10000

100000

0,1 1 10 100

w, rad/s

G'',

Pa

PP Nano 4%

Nano 8% Nano 12%

(B)

Figura 20 - Gráfico das curvas do módulo elástico (G’) (A) e módulo viscoso (G”) (B) versus

Frequência ().

Page 41: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

28

7. CONCLUSÃO

Os resultados alcançados pelas composições estudadas e discutidas nesse trabalho

permitiram concluir que:

É possível terem ocorrido para as amostras, morfologias parcialmente intercaladas.

Essa observação foi feita a partir da redução da intensidade do pico no difratograma de

raios X, sendo necessário fazer a modificação do HDL para tentar obter maior

distanciamento basal das lamelas da argila resultando num possível melhoramento dos

resultados. Tendo em vista que as composições tiveram aspecto de um compósito.

O aumento da viscosidade dos nanocompósitos preparados na extrusora não

interferiu para a moldagem por injeção

A presença do PP-MA certamente favorece a dispersão da argila na matriz de PP,

devido a possível interação físico-química entre o grupo anidrido maleico e a superfície

da argila.

A adição do HDL na matriz polimérica proporcionou um ganho significativo na

redução da velocidade de queima dos nanocompósitos.

Os teores de argila em relação as propriedades térmicas atuaram apenas na

velocidade de formação dos cristalitos, atuando como agente nucleante a carga de HDL

Quanto às propriedades mecânicas só ocorreu a redução da deformação com os

teores crescentes de HDL.

8. PERSPECTIVA FUTURA DESTE TRABALHO

De posse deste trabalho, a perspectiva deste trabalho é realizar a microscopia

eletrônica de transmissão (MET) para atribuir a caracterização da morfologia já obtida,

complementando os dados de difração de raios-X (DRX).

Como também, fazer a modificação do HDL com sais orgânicos para facilitar a

introdução das cadeias poliméricas de polipropileno entre as lamelas do HDL. Algumas

modificações relatadas na literatura mencionam o uso de dodecil sulfato de sódio e

estearato de sódio, ambos surfactantes aniônicos.

Page 42: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

29

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] Rodolfo Jr., A.; Mei, Lucia H. I. Nanocompósitos de PVC com argila organicamente

modificada: Efeitos do processamento e do método de incorporação da argila – Polímeros

Ciência e Tecnologia vol. 19, n° 1, p. 1-9, 2009.

[2] Rodrigues, André, W.; Brasileiro, Maria , I.; Araújo, Williane, D. Desenvolvimento de

Nanocompósitos Polipropileno/Argila Bentonita Brasileira: I Tratamento da Argila e

Influência de Compatibilizantes Polares nas Propriedades Mecânicas - Polímeros Ciência

e Tecnologia vol. 17, n° 3, p. 219-217, 2007.

[3] Sanchez, C., Julian, B.; Belleville, P.; Popall, M. Applications of hybrid organic -

inorganic nanocomposites – Jounal of Materials Chemistry 2005, 15 (35-36).

[4] Wang, K. H. Synthesis and characterization of maleated polyethylene/clay

nanocompósitos – Polymer, v. 42, p. 9819-9826, 2001.

[5] Almeida, A.S. Obtenção e caracterização de nanocompósitos de poli(l-lactídeo) e

nanopartículas de argila sódica, argilas organofílicas e ôxido de sílica – Dissertação de

mestrado, Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano da Universidade Federal

do Rio de Janeiro, 2010.

[6] Cardoso, L.P. Estudo da aplicação de hidróxidos duplos lamelares na remoção e

liberação lenta de pesticidas – Dissertação de pós-graduação em química pela

Universidade de São Paulo, 2006.

[7] Dos Reis, Mácrio J. Síntese e caracterização de hidróxidos duplos lamelares preparados

na presença de polímeros orgânicos com macromoléculas intercaladas – Tese de doutorado

pela Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2009.

[8] Da Silva, R.F. Nanocompósitos de poliolefinas e argila aniônica oganofuncionalizada

com ácido cinâmico – Dissertação de mestrado pela Universidade Federal do Rio Grande

do Sul, 2010.

[9] Washburger, M.R. Compósito de polipropileno com nanocarga – Dissertação de

mestrado pela Universidade Federal do Rio Grande do sul, 2006.

[10] Bischoff, E. Avaliação das propriedades finas de nanocompósitos de polipropileno

com argilas organofílicas obtidos por intercalação em solução – Trabalho de conclusão de

curso pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Page 43: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

30

[11] Pessan, Michelle, A. S.; Rodolfo Jr. A. Nanocompósitos de poli(cloreto de vinila)

(PVC)/Argila organofílica – Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 16, n°4, p. 257-262,

2006.

[12] Braga, F.C.F. Nanocompósitos de elastômeros termoplásticos à base de

PP/EPDM/Argila organofílica – Dissertação de mestrado pela Universidade do Estado do

Rio de Janeiro, 2010.

[13] De Oliveira, M.F.L. Tenacificação em nanocompósitos de poliamida 6 e argila –

Dissertação de Mestrado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2010.

[14] Mehl, H. Nanocompósitos formados por nanotubos de carbono, nanopartículas de

prata e polianilina: síntese e caracterização – Dissertação de mestrado pela Universidade

Federal do Paraná, 2011.

[15] Silva, V.D. Síntese e caracterização de nanocompósitos poliuretano/dióxido de titânio.

2012. P. 83. Dissertação de mestrado em Engenharia e Tecnologia em Materiais –

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.

[16] Ferreira, C.I. Nanocompósitos PP/Grafite: obtenção e propriedades. 2008. 72 p.

Dissertação (Mestrado em Ciência dos Materiais) – Universidade Federal do Rio Grande

do Sul, Porto Alegre, 2008.

[17] Junior, L.F.R. Avaliação das formas de incorporação de montmorilonita modificada e

não modificada em matrizes termoplásticas e termorrígidas. 2009. 70 p. Dissertação

(Mestrado em Engenharia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,

2009.

[18] Kumar, A.P; Depan, D; Tomer, N.S; Singh, R.P. Nanoscale particles for polymer

degradation and stabilization - Trends and future perspectives. Progress in Polymer

Science, v. 34, p. 479-515, 2009.

[19] Jeon, I.Y; Baek, J.B. Nanocomposites Derived from Polymers and Inorganic

Nanoparticles. Materials, v. 3, p. 3654-3674, 2010.

[20] Kiliaris, P; Papaspyrides, C.D. Polymer/layered silicate (clay) nanocomposites: an

overview of flame retardancy. Progress in Polymer Science, v. 35, p. 902-958, mar. 2010.

[21] Leroux, F.; Besse, J.P.; Chem. Mater. 2001, 13, 3507-3515.

[22] Du, L.; Qu, B.; Meng, Y.; Zhu, Q.; Composites Science and Technology 2006, 66,

913-918.

Page 44: OBTENÇÃO DE NANOCOMPÓSITO A PARTIR DO … DE SIGLAS E ABREVIATURAS PP – Polipropileno PP-MA – Polipropileno modificado com anidrido maleico HDLs – Hidróxidos duplos lamelares

31

[23] Costa, F.R.; Wagenknecht, U.; Jehnichen, D.; Abdel-Goad, M.; Heinrich, G.; Polymer

2006, 47, 1649-1660.

[24] Zammarano, M.; Bellayer, S.; Gilman, J.W.; Franceschi, M.; Beyer, F.L.;

[25] Wilson Jr., O.C.; Olorunyolemi, T.; Jaworski, A.; Borum, L.; Young, D.; Siriwat, A.;

Dickens, E.; Oriakhi, C.; Lerner, M.; Applied Clay Science 1999, 15,265-279.

[26] Canevarolo Jr.,SebastiãoV.Ciência dos Polímeros.Ed 2002.

[27] Passaglia, E.; S,; Augierc, S.; Progress in Polymer Science, 2009, 34, 911.

[28] Handbook of polypropylene and polypropylene Composites, 2ed,Harutun

G.Karian,Michigan, editora Marcel Dekker,Inc.2003.

[29] Desenvolvimento de Compósitos de Polipropileno com Sisal – PP-SISAL, CIMATEC

– SENAI/BA, 2005.

[30] Ardanuy, M.; Velasco, J.L.; Antunes, M.; Rodriguez Perez, M.A.; de Saja, J.A. –

Polymer Composites 2010, 31, 870.

[31] André Petry. Mercado brasileiro de polipropileno com ênfase no setor automobilístico

– Trabalho de Conclusão de Curso, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2011.