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Obsessão Amorosa Escrito por: Marina Rodrigues Amorim Resumo: O tema obsessão amorosa é muito discutido na mídia da atualidade, contudo não é uma novidade, a primeira vez foi divulgada, em 1761, por John D. Moore em seu livro, confundindo amor com obsessão (Confusing Love With Obsession); Através de uma revisão de literatura, e sob uma ótica psicanalítica, este artigo, procurou analisar a obsessão amorosa dentro da psicanálise, destacando seus sintomas, causas e possíveis tratamentos, tendo como publico alvo às mulheres. Palavras-chave: Obsessão Amorosa. Fases Psicossexuais. Neurose Histérica Summary: The theme of love addiction is much discussed in the media today, however is not new, the first was published in 1761 by John D. Moore in his book, confusing love with obsession (Confusing Love With Obsession) Through a literature review, and under a psychoanalytic perspective, this article attempts to analyze the love addiction within psychoanalysis, highlighting its symptoms, causes and possible treatments, having as a target audience of women. Keywords: Obsession Amorosa. Psychosexual stages. Hysterical neurosis. INTRODUÇÃO O conceito de personalidade ainda é algo em construção, embora se tenha várias definições a respeito desta, há quem defina personalidade como a eficiência que um indivíduo tem para produzir reações positivas nas pessoas, outras avaliam personalidade como a impressão que o indivíduo causa nas outras, e há os que defendem que personalidade é o conjunto de características internas que causam um comportamento e que é proveniente de experiências individuais de cada um.

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Obsessão Amorosa Escrito por: Marina Rodrigues Amorim

Resumo: O tema obsessão amorosa é muito discutido na mídia

da atualidade, contudo não é uma novidade, a primeira vez foi

divulgada, em 1761, por John D. Moore em seu livro, confundindo

amor com obsessão (Confusing Love With Obsession); Através de

uma revisão de literatura, e sob uma ótica psicanalítica, este artigo,

procurou analisar a obsessão amorosa dentro da psicanálise,

destacando seus sintomas, causas e possíveis tratamentos, tendo

como publico alvo às mulheres.

Palavras-chave: Obsessão Amorosa. Fases

Psicossexuais. Neurose Histérica

Summary: The theme of love addiction is much discussed in the

media today, however is not new, the first was published in 1761 by

John D. Moore in his book, confusing love with obsession (Confusing

Love With Obsession) Through a literature review, and under a

psychoanalytic perspective, this article attempts to analyze the love

addiction within psychoanalysis, highlighting its symptoms, causes

and possible treatments, having as a target audience of women.

Keywords: Obsession Amorosa. Psychosexual

stages. Hysterical neurosis.

INTRODUÇÃO

O conceito de personalidade ainda é algo em construção, embora

se tenha várias definições a respeito desta, há quem defina

personalidade como a eficiência que um indivíduo tem para produzir

reações positivas nas pessoas, outras avaliam personalidade como a

impressão que o indivíduo causa nas outras, e há os que defendem

que personalidade é o conjunto de características internas que

causam um comportamento e que é proveniente de experiências

individuais de cada um.

De forma geral, esse artigo veio caracterizar a obsessão

amorosa, segundo o viés psicanalítico, em diferentes épocas, há

começar por Freud o fundador da psicanálise, até os psicanalistas

atuais, mas sempre retomando os conceitos para Freud; para tanto

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esse artigo foi elaborado com base em pesquisas feitas a partir de

documentos já publicados, como artigo, livros, internet, periódicos na

Universidade Estadual do Piauí. Com intuito de facilitar tal

compreensão sobre o assunto

Esta pesquisa tem um grande interesse social devido à

quantidade de casos existentes e a popularização do assunto devido

à evidenciação da mídia onde a população tomou consciência de que

às vezes, amar exageradamente pode sim ser uma doença e com isto

houve um aumento considerável de pessoas procurando ajuda por

identificarem-se com as características deste transtorno.

Os benefícios dessa pesquisa são esclarecer a população sobre o

conceito de obsessão amorosa, fatores desencadeantes, diferenciar a

neurose obsessiva da neurose histérica, quais suas características e

as formas de tratamento dentro do contexto psicanalítico.

1. Personalidade

O ser humano desenvolve-se em um meio sócio – cultural, e é

nesse meio que ele vai desenvolver sua personalidade. Personalidade

essa que no começo da vida do indivíduo será aprendida mais com o

passar do tempo ela será moldada pelo próprio sujeito. Teóricos de

várias abordagens psicológicas deram suas colaborações para a

formação de um conceito para a personalidade, porém ainda não se

definiu um conceito exato para a personalidade, já que esta é muito

abrangente. Gardner conceitua personalidade como sendo a

eficiência em produzir reações positivas em diversas pessoas e em

diferentes situações; mais também a impressão que o indivíduo causa

em outras pessoas, podendo-se falar em “personalidade agressiva”,

“personalidade passiva” e “personalidade tímida”. (HALL E LINDZEY,

2000).

O conceito formulado por Gardner é mais um dos mais

populares, devido ao conteúdo, pois consegue conceituar de uma

forma simples e ao mesmo tempo totalizadora.

Alport classifica o conceito de personalidade segundo uma

concepção biossocial e biofísica: o biossocial corresponde ao conceito

de popular, onde a personalidade é entendida em termos de

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importância social, um exemplo é quando se diz que o indivíduo é

caridoso; já a concepção biofísica, a personalidade apresenta um

aspecto aparente e pode estar ligada a qualidades específicas do

indivíduo, um exemplo é dizer que o sujeito é alegre. (ALPORT, 1966).

Pode-se entender personalidade como sendo um conjunto de

características que são constituídas de acordo com o meio social e as

experiências de cada um; é o que ordena o comportamento do

indivíduo; pode ser definida como um conjunto de características

psicológicas que determinam a forma de pensar e agir do indivíduo.

A formação da personalidade é particular de cada um. Ha várias

teorias psicológicas que explicam a personalidade, dentre elas estão

à psicanálise, a gestalt terapia, o humanismo e o behaviorismo. Para

a Freud a personalidade forma-se aos quatro ou cinco anos já para

Piaget, ela começa a se formar somente entre os oito e doze anos de

idade.

2. Estrutura da personalidade

Segundo Freud, a personalidade é composta por três estruturas,

sendo elas: id (isso), ego (eu), superego (super-eu). Cada estrutura

possui sua função e juntas integram e contribuem para o perfeito

funcionamento do aparelho psíquico, sendo assim, não há uma

estrutura mais importante que a outra. (CALVIN, 2000)

O id é o sistema original da personalidade e é formado pelos

impulsos herdados desde o nascimento, inclusive os instintos, sendo

assim ele não tem noção da realidade objetiva. O id não tolera

aumento de energias e por isso é regido pelo princípio do prazer,

princípio este, que busca manter um nível de conforto constante e

uma baixa energia e entra em ação sempre que o id está em

desconforto devido ao aumento de tensão. (HALL & LINDZEY, 2000).

O ego é regido através do Principio da realidade e opera através

da função secundária; ele é a parte racional da personalidade, é ele

quem controla quais os instintos serão satisfeitos e de que forma

serão satisfeitos. Seu papel principal é o de intermediário entre as

exigências pulsionais do organismo e as condições do ambiente. Seus

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objetivos consistem em manter a vida do indivíduo e garantir a

reprodução da espécie. (HALL & LINDZEY, 2000).

Para Jung o ego é o centro da consciência; ele fornece um

sentido de consistência e direção em nossas vidas conscientes e

contrapõem-se a qualquer coisa que ameace essa consistência.

Somos levados a crer que o ego é o elemento central de toda psique

e chegamos a ignorar sua outra metade, o inconsciente. (NICOLAU,

2007)

O superego funciona como uma “arma moral” da personalidade,

nele estão contidos os padrões morais da sociedade, sendo assim,

tem como uma de suas principais funções a preocupação em decidir

se alguma coisa é certa ou errada, ele luta constantemente contra os

desejos impróprios e procura sempre a perfeição.

Hall e Lindzey afirmam em seu livro:

As principais funções do superego são inibir os impulsos do id,

particularmente os de natureza sexual e agressiva; e persuadir o ego

a substituir os alvos moralistas por alvos realistas; e por fim ele dizia

que o superego tinha por função lutar pela perfeição, ele faz do

mundo o reflexo de sua imagem. Ao contrário do ego o superego não

somente adia a gratificação do instinto, mas ele tenta bloqueá-lo

permanentemente. (HALL & LINDZEY, 2000, p.28)

3. Desenvolvimento psicossexual

O desenvolvimento psicossexual do indivíduo é para Freud o

padrão de desenvolvimento possui caráter universal e necessário no

desenvolvimento da saúde mental.

Segundo Freud, os estágios psicossexuais são divididos em

quatro fases: fase oral, fase anal, fase fálica e a fase genital; os três

primeiros estágios psicossexuais acontecem nos primeiros cinco anos

de vida, depois acontece o chamado período de latência, onde há

uma estabilidade (onde nada acontece) após esse período, na

adolescência, começa outra fase, a genital, e essa percorre por toda a

vida adulta. (HALL & LINDZEY, 2000)

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Na fase oral, que ocorre em crianças recém-nascidas, todo prazer

da criança encontra-se na cavidade oral, a priori para satisfazer a

fome, mas depois o sugar torna-se uma satisfação sexual, um

exemplo disso é quando a criança chupa chupeta, ela não satisfaz a

fome, ela satisfaz o impulso sexual. (FREUD, 1905)

Para Gardner (2000) a fase oral é a fase onde comer é a principal

fonte de prazer produzido pela boca, pois comer envolve estimulação

tátil dos lábios e da cavidade oral, e quando ocorre o aparecimento

dos dentes a boca é usada para comer e mastigar. E estes são os

protótipos de muitos traços de caráter que podem aparecer mais

tarde.

A segunda fase é a anal, que ocorre dos três aos quatro anos de

idade, nessa fase o prazer sexual é levado para a região do ânus.

Freud ainda subdividiu em duas fases; a primeira que é de expulsão,

aonde o prazer vem da expulsão dos excrementos, e a segunda que é

a de retenção, onde o prazer advém do acúmulo de fezes. (FREUD,

1905)

Para Hall e Lindzey (2000), quando a mãe é muito rigorosa e

repressiva nos seus métodos, a criança pode reter as fezes e

constipar-se. Em casos mais graves onde essa mãe tem esse

comportamento com freqüência a constipação se generaliza

provocando outras formas de conduta, a criança pode adquirir um

caráter retentivo. Ela pode tornar-se obstinada e avarenta.

A terceira fase é a fálica, que vai dos três aos cinco anos de

idade, nessa fase o prazer vem dos órgãos genitais; o menino possui

a satisfação de possuir o pênis e por este a angustia da castração e a

menina sofre pela inveja do pênis. (FREUD, 1905)

Para Hall e Lindzey (2000), na fase fálica ao mesmo tempo em

que ocorre o desenvolvimento das sensações sexuais ocorre o

aumento da agressividade associada ao funcionamento dos órgãos

genitais, nessa fase que ocorre o prazer da masturbação, e um

investimento sexual nos pais, o que resulta no complexo de Édipo.

Depois de passarem os três primeiros estágios, a criança passa

pelo período de latência onde há uma luta constante contra a

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masturbação e as fantasias ligadas a esta, pois estas dão um

sentimento de culpa. (HALL & LINDZEY, 2000)

A quarta fase é a chamada fase genital, que ocorre após o

período de latência, nessa fase o adolescente começa a voltar a ter

as fantasias sexuais e junto com ele o temor a castração. Nas

meninas isso se torna ainda pior com achegada da menarca. A

principal função biológica dessa fase é a reprodução. (HALL

&LINDZEY, 2000)

Para Hall e Lindzey (2000), é na fase genital que vai se

manifestar a atração sexual, a socialização, a atividade de grupo, o

interesse profissional, a preparação para o casamento e a

preocupação em constituir família; o objetivo desta fase é

proporcionar estabilidade e segurança psicológica para o indivíduo.

4. Obsessão amorosa na psicanálise

A obsessão amorosa é um tipo de neurose histérica, também

conhecida, como uma psiconeurose de defesa onde a pessoa afetada

é totalmente dependente emocionalmente não de um parceiro, mas

da relação obsessiva em si. O obsessivo amoroso, enxerga na pessoa

amada um ideal de relacionamento que só existe para ele. Devido a

isso, podemos pensar que a obsessão amorosa é diferente do amor

em si. (LUCHESI, 2007).

Para Zimerman (1999) no início Sigmund Freud dividiu os

transtornos emocionais, que ele então chamava de psiconeuroses,

em três categorias psicopatológicas: as neuroses atuais, as neuroses

narcisistas e as neuroses transferenciais, onde se enquadra a histeria;

segundo ele:

A histeria é uma neurose complexa caracterizada pela instabilidade

emocional e que tem seu início à partir de lembranças reprimidas que

tem uma forte intensidade emocional, sendo que a lembrança desse

trauma e sua catarse era o caminho para a cura. (ZIMERMAN, 1999,

p.207-208)

Green (1974) destaca o aspecto defensivo da histeria, ele

considera que esse caráter exibicionista e histriônico, comum do

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histérico, sobre tudo o protege contra seus núcleos depressivos, ou

seja, por trás “dos escândalos” o histérico possui baixa auto-estima, é

extremamente frágil e instável.

Uma característica da neurose histérica é o não controle do ego.

A neurose histérica ocorre com mais freqüência nas mulheres, já que

estas apresentam uma maior complicação no desenvolvimento sexual

devido ao sentimento de inveja do pênis. O indivíduo histérico se

fixou na fase fálica, mas com alguns componentes da fase oral.

Para Freud (1906) citado por Zimerman (1999), a histeria pode

ser de dois tipos: conversiva – há sintomas físicos – e dissociativa – o

estímulo é sentido de forma tão intensa que quebra a

desfuncionalidade da mente, levando a pessoa a atos

descoordenados da realidade. Percebe-se que a obsessão em si é

uma doença que surge de uma de uma fixação da fase fálica, mas

que o ambiente em que esta pessoa cresceu influencia muito.

Freitas (2008) diz:

As obsessões estão relacionadas à ansiedade criada em resposta a

uma situação muito estressante, esmagadora e dolorosa. Uma

frustração amorosa, uma família desestruturada, escola ou ambiente

de trabalho nocivo ou ameaçador podem causar um excesso de

ansiedade ou a pessoa pode ficar comprometida emocionalmente e

tentar buscar uma saída para fugir desta realidade.

Devido às necessidades básicas de amor, assistência e aceitação

que foram negados, a pessoa viaja para o mundo das obsessões para

evitar a sensação de ansiedade e privação. A necessidade obsessiva

cria mecanismos e estratégias para seduzir o outro, originando uma

atração fatal que busca a possessão como forma de incluir o outro em

sua própria vida, tentando o máximo de controle, pois a falta deste

irá provoca intensa dor. (FREITAS, 2008)

O obsessivo amoroso tem uma preferência em ser amado ao

invés de amar; torna-se uma pessoa altruísta, inconscientemente

procura um parceiro pouco disponível e está disposto a mudá-lo

através do seu amor. O obsessivo amoroso é dependente do parceiro

e da dor emocional que esse amor lhe proporciona; ele enxerga um

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relacionamento ideal que só existe para ele. A pessoa que sofre de

obsessão amorosa possui uma idéia fixa de poder e domínio sobre a

outra pessoa, além de ter uma forte tendência a se fingir de vítima,

necessitando assim de dó e de atenção. (MELO, 2008)

De acordo com a enciclopédia:

A palavra histeria é usada desde a antiguidade, por Hipócrates, e era

usada para designar transtornos nervosos em mulheres que não

haviam tido filhos. Em manuscritos egípcios muitos séculos antes de

Hipócrates também apareceu uma doença identificável com o mesmo

nome. No século XIX Charcot distinguiu a histeria da epilepsia, foi em

aulas com Freud que ele percebeu que a histeria não era um

fingimento e não se apresentava somente em mulheres, já Janet

concebia a histeria como se tratando de uma diminuição da tensão

psíquica que pode ser provocada por choques emocionais e

recordações traumáticas. (WIKIPÉDIA, 1999).

Na histeria, as idéias reprimidas ficam inalteradas no

inconsciente, mas mesmo assim provocam influência na

personalidade do indivíduo. O complexo de Édipo juntamente com os

impulsos provenientes da fixação da fase anal será a base para os

sintomas da neurose obsessiva. O comportamento do neurótico

obsessivo é contraditório, devido à mistura do complexo de Édipo

com os impulsos anais tornando-os ora bondosos, ora cruéis.

(ZIMERMAN, 1999)

Freud afirma que nas Neuroses Obsessivas, através dos

sintomas, o Eu obtém uma satisfação narcísica. Os sintomas do

neurótico obsessivo bajulam seu amor próprio, fazendo sentir-se

melhor que outras pessoas, por se considerar mais limpo ou

especialmente consciencioso. Tudo isto resulta no ganho proveniente

da doença que se segue a uma neurose. Freud completa “A formação

de sintomas assinala um triunfo que se consegue combinar a

proibição com a satisfação... a fim de alcançar essa finalidade muitas

vezes faz uso das trilhas associativas mais engenhosas” (FREUD,

1926, p.93-122).

Nas neuroses ocorre à fuga da realidade onde há uma

idealização do objeto, por isso, o neurótico obsessivo se parece mais

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com o psicótico do que o histérico. Apesar da idealização, no fundo o

individuo tem a consciência do que é verdadeiro e do que é falso

Para Zetzel (1968) existem quatro tipos de histerias: as

“verdadeiras” ou “boas” histéricas, que atingem a condição de casar

ter filhos com bom desempenho profissional e que se beneficiam com

a psicanálise; outras também “verdadeiras” com casamentos

complicados, geralmente com natureza sadomasoquística, que não

conseguem manter por muito tempo um satisfatório compromisso

com a análise; aquelas pacientes que manifestam sintomas

histéricos, que lhes confere uma fachada de pessoas histéricas, mas

que, na verdade, encobre uma subjacente condição bastante

depressiva, sendo que essas pessoas não se completam em nenhuma

área da vida; e as “pseudo-histerias” presentes em personalidades

muito mais primitivas, sendo que a sua extrema instabilidade

emocional justifica a antiga denominação “psicose histérica”.

O tratamento clínico para obsessão amorosa, num viés

psicanalítico, vai depender do analista; Pois cada terapeuta tem sua

forma de tratar desse transtorno, uns com a hipnose, outros com

terapia.

Segundo Zimerman (1999, p. 213-214) diz que:

A atividade interpretativa do analista deve ficar centrada nos

seguintes aspectos: usar a técnica de “confrontação”, levando o

paciente a confrontar se há similaridade de como ele se vê o de como

os outros os vêem; utilizar a técnica de uma imaginária

“dramatização verbal”, onde a paciente troca de lugar, papel e

função com outras pessoas do seu convívio; trabalhar com as funções

conscientes do ego, ou seja,como ele percebe, pensa, discrimina e

comunica seus sentimentos de amor e ódio.

Diante de todos os conceitos, eles trazem à tona a aprendizagem

sobre o “Normal” e o patológico, tendo em vista o modelo que foi

recebido da sociedade, da cultura, das instituições em que o indivíduo

está inserido, porém o indivíduo tem a chance de refletir e tirar suas

próprias conclusões a respeito da obsessão amorosa em si.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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A partir desta pesquisa observa-se que a obsessão amorosa

classifica-se como uma neurose histérica do tipo dissociativa e ocorre,

por natureza, em maior freqüência nas mulheres sendo que as

mulheres que cresceram em um ambiente disfuncional são mais

propensas a desenvolver a obsessão.

As principais características, da obsessão amorosa, entre outras

são: o sentimento de posse em relação ao outro, a idealização de um

relacionamento que só existe para ele e a procura inconsciente de um

parceiro emocionalmente indisponível. Por ser um tipo de histeria, a

pessoa tenderá a sempre assumir o papel da vítima, o que implica a

necessidade de receber a dó e complacência das outras pessoas

Conforme aprendemos com Freud, somos necessariamente seres

sexuais, comandados por nossas pulsões sexuais; transferindo e

liberando nossa libido, e variando inclusive nosso objeto de interesse

ao longo da vida, estando ele dentro do “normal”, ou não.

Cabe então ao próprio indivíduo, dentro da sua sociedade,

relacionar e discernir o normal do patológico, buscando ajuda

profissional se necessário.

Fonte: http://artigos.psicologado.com/abordagens/psicanalise/obsessao-amorosa#ixzz2dZIUEU6x Psicologado - Artigos de Psicologia