Obras selecionadas

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SEBASTIÃO MIGUEL obras selecionadas 786

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SEBASTIÃO MIGUEL

obras selecionadas

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3______“O que eu quero é não esquematizar nada e cada dia comer uma nova “pêra” para ver se é bom ou não. O termo do Mário como sempre é ótimo mas para mim não é o momento do acaso mas é o “fruto” do momento. Fruto no sentido fruta, tal o sabor e a sensualidade do comer, viver esse momento. Achei também muito bom quando você diz que o elemento rudimentar já libera estruturas abertas, embora nós o usemos porque exatamente não acreditamos mais em conceito estético.”

CLARK, LygiaCartas / Helio Oiticica (1964-74)

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Neste “obras selecionadas” pontuo algumas obras de referência na minha produção.

São trabalhos realizados ao longo de 20 anos, alguns feitos simultâneos, outros derivados de obras anteriores que não constam deste portifólio.

Basicamente, excetuando-se as “Pinturas”, foram realizados em plataformas digitais, com acertos e erros de quem tateia uma nova mídia.

Mesmo assim algumas obras como “Fábulas Impossíveis” mimetizam no resultado final os procedimentos tradicionais como o desenho a bico de pena e aquarela.

Algumas obras da série “Alvos”, as fotos, foram consideradas pinturas, por alguns críticos e realmente percebo que elas transitam neste terreno intermediário onde os resultados são pictóricos.

As instalações “Luta [Dig Me], “Inútil Paisagem”e “Emblemata Amatoria” foram expansões dentre outros trabalhos que aqui não foram mostrados.

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Fábulas Impossíveis: imagens como alegorias para uma sociedade contemporânea

“Sirvo-me de animais para instruir os homens”, no prefácio de sua primeira coletânea, deixa bem clara suas intenções na constituição dos textos de La Fontaine que não apresentam grande originalidade temática, mas recebe um tempero de fina ironia. O autor francês não só tornou mais atuais as fábulas de Esopo, como também criou suas próprias, dentre elas “A cigarra e a formiga” e “A raposa e as uvas”. Contemporâneo de Charles Perrault, freqüentava a corte do Rei Sol - Luís XIV, de onde extraiu informações para sua crítica social. Integrou o chamado “Quarteto da Rue du Vieux Colombier”, composto também por Racine, Boileau e Molière. Participou da Academia Francesa com ingresso em 1683, em que sucedeu o famoso político Colbert, a quem se opunha ideologicamente. Estreou no mundo literário em 1654 com uma comédia. A publicação da primeira coletânea de fábulas data de 1668, sucedida de mais 11, lançadas até 1694. Morre aos 73 anos sendo considerado o pai da fábula moderna. As narrativas de La Fontaine estão permeadas de pensamentos filosóficos com forte moralidade didática e, apesar de tão antigas, mantêm-se vivas até hoje.

Esopo era um célebre fabulista grego, provavelmente nascido pelo ano de 620 a. C. Segundo o historiador Heródoto, Esopo teria nascido na Trácia, região da Ásia

Menor, tornando-se escravo na Grécia. Outro historiador, Heráclites do Ponto, afirma ser o roubo de um objeto sagrado a causa da morte do fabulista. Como era costume no caso de sacrilégios, Esopo teria sido atirado do alto de um rochedo. Discute-se a sua existência real, assim como acontece com Homero. Assim, há ainda alguns detalhes atribuídos à biografia de Esopo, cuja veracidade não se pode comprovar: seria aleijado, dificuldades de fala e seria um protegido do rei Creso. Levanta-se a possibilidade de a obra esopiana ser uma compilação de fábulas ditadas pela sabedoria popular da antiga Grécia. As primeiras versões escritas das fábulas de Esopo datam do séc. III d. C. Muitas traduções foram feitas para várias línguas, não existindo uma versão que se possa afirmar ser mais próxima da primordial.

Nesta série Sebastião Miguel, se utiliza de duas publicações históricas ilustradas. Uma de J.B. Monval, “Fábulas Selecionadas Para Crianças” de 1888, em Francês. E o livro “Vita et Fabulae” de 1479, vários autores, em alemão. Essas publicações encontram-se disponíveis na Biblioteca Mundial (http://www.wdl.org/pt/). Ao se deslocar imagens, e contrapor desenhos de uma fábula com outra, Sebastião Miguel embaralha o sentido das histórias que são principalmente o comportamento humano. Como em nosso tempo os valores estão frágeis é um bom momento para se começar uma reflexão.

As imagens foram expostas juntos com exemplares e publicações das fábulas que pertencem a Biblioteca Universitária da UFMG no Espaço de Leitura da BU-UFMG. A mostra é uma iniciativa do Linha: Grupo de Pesquisa sobre o Desenho e a Palavra da EBA UFMG coordenada por Maria do Céu Diel.

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Jato de tinta s/ papel fine arts - 30X40 cm

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Jato de tinta s/ papel fine arts - 30X40 cm

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Jato de tinta s/ papel fine arts - 30X40 cm

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Jato de tinta s/ papel fine arts - 30X40 cm

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Jato de tinta s/ papel fine arts - 30X40 cm

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Assim Cícero escreveu em seu Ad Herenium:

“Ora, a própria natureza nos ensina o que devemos fazer. Quando, na vida diária, vemos coisas mesquinhas, usuais e banais geralmente não conseguimos , porque a mente não recebe delas não estímulo novo ou inabitual. Mas, se vemos ou escutamos alguma coisa de excepcionalmente (...) grande ou inacreditável, costumamos recordá-los por muito tempo. (..)... Uma aurora, um percurso do sol, um crepúsculo não são surpreendentes para ninguém, porque acontecem a cada dia. Mas os eclipses do sol são fontes de maravilha, porque acontecem raramente, e os do sol maravilham ainda mais que os da lua, por serem estes mais freqüentes. Assim também a natureza mostra não ficar perturbada por acontecimentos comuns e habituais, mas é abalada por um acontecimento novo ou extraordinário. A arte, portanto imita a natureza, busca o que natureza exige, elege-a a sua guia;porque, em se tratando de invenção, a natureza nunca vem por última e a doutrina, nunca em primeiro lugar, mas ao contrário, os começos das coisas surgem do talento natural e as conclusões são alcançadas pelas disciplinas.”

Um tratado sobre a ars memoriam, a mais rica de todas as partes da retórica, a memória, o Ad Herenium prescreve, com exercícios e descrições dos lugares (loci) , as imagens agentes que devemos evocar para entrarmos em reminiscência.

Lembrança, recordação, imagens, narrativas, escritura, desenho...assim elencamos os instrumentos da memória. Desenhamos em cadernos de viagem, ajuntamos em gavetas e portafolios as fotos de lugares e gentes, anotamos frases e capítulos, lemos tantas vezes as passagens de um mesmo livro, sabemos das cenas de filmes e certas músicas nos comovem no mesmo ponto...imagens agentes e devaneios se instalam em busca de sua origem em nossa memória artificial. Uma fotografia é memória? Por certo não, mas a representação de uma imagem agente, carregada de sentido e pedagogizada pela prótese ocular.

Este tempo da memória desafia o passado, onde habitamos todos nós. Estar no passado e nunca perceber o presente faz de nossas lembranças imagens vivas e constantes. No tempo da fotografia, no tempo da escritura, existem cintilações que podem agir sobre nós e de um momento pra outro, vislumbrar o presente , que nos aguarda. Porém, habitantes que somos de um passado, são nossas imagens escritas e impressas que prenunciam sinais invisíveis de fenômenos que estão por vir. Imagens, escritas e memória são agentes que descobrem as portas imemoriais para o espírito.

Assim escrevo enquanto vejo as fotografias cercadas de escritos de Sebastião Miguel. São panoramas de coisas que estão por vir- a chuva no canto mais distante do horizonte , a noite que avança na superfície da terra, a árvore salpicada de vazios que a desenham contra o cinza sem fim...telhados logo abaixo de seu corpo de artista que se inscreve na paisagem com seus olhos e mãos. Sebastião Miguel assim quer que seja...que possamos percorrer a grande janela de seu ateliê luminoso, mas do

Panoramas

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lado de fora, como que elevados do chão em busca de irradiações telúricas. Convidado a testemunhar a paisagem, Miguel a descreve: descriptio, a landshap- descrever uma porção de geografia com palavras, como queriam os holandeses falar de suas terras. Logo abaixo da pintura/fotografia está também um território de descrição e narrativa, nos trechos escolhidos de seus diários de tanto tempo faz. Suas palavras juntas, em linhas desenhadas formam um tecido filigranado que corre da imagem fotografada, buscando retornar ao cálido papel de onde foi retirado. Diários escritos em todos os dias...nas imagens banais dos dias e das noites, no tempo entre um dia e uma noite, Sebastião Miguel quer vislumbrar seu presente, mas generosamente como é de sua natureza, brinda-nos a todos com a encantada possibilidade de transportarmos a nós e também as nossas memórias para o presente , nunca vislumbrado. A chuva virá, a noite acabará na memória, onde Miguel , senhor do tempo, permanecerá escrevendo , pintando e fotografando para nossos olhos no passado.

Maria do Céu Diel de OliveiraEBA-UFMG

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Paisagem I - Impressão fotográfica s/ acrílico - 40X60 cm

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Paisagem II - Impressão fotográfica s/ acrílico - 40X60 cm

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Paisagem III - Impressão fotográfica s/ acrílico - 40X60 cm

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Paisagem IV - Impressão fotográfica s/ acrílico - 40X60 cm

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Luta [Dig me]Fotografias e instalação de vídeo/sonora

Projeção em sala escura com caixas de som espalhadas pelo ambiente. [Simulação]

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Dvd para projeção em looping.

Dig Me King Crimson

Its here I sit and rust amid this ruin and rancor like tire ironstoothy grills and car parts before me. . .the acid rain floods myfloorboard, burns my pores and rots my upholstery. . .once I wasworshipped, polished magnificently, now I lay in decay by the dirtyangry bay. . .

I’m ready to leaveI wanna get out of hereI’m ready to ride awayI don’t wanna die in hereI’m ready to ride. . .

My skin is metallic now, no longer and elegant powder blue. . .my bodyunhinged and sleeping in the jungle of motor block manifolds and metalrelics. . .what was deluxe becomes debris, I never questioned loyalty,but this dead end demolishes the dream of an open highway.

Dig me. . .but don’t. . .bury me

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ST - Impressão fotográfica s/ acrílico - 60X40 cm

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ST - Impressão fotográfica s/ acrílico - 40X60 cm

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ST - Impressão fotográfica s/ acrílico - 60X40 cm

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ST - Impressão fotográfica s/ acrílico - 40X60 cm

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whitman & dickinson

A série Whitman&Dickinson são colagens que partiram dos poemas de Walt Whitman e Emily Dickinson. Imagens de rapazes capturadas na rede e transformados em poemas visuais compostos por textos desses autores. Uma homenagem a amplidão do pensamento e uma tentativa de distanciamento do porno-hi-teck que impera nas programações populares, tanto das TVs, quanto da internet.

Longe do apelo das primeiras capas de jornais e revistas populares Whitman&Dickinson é uma rede de memórias e transformações, podendo ser impresso e adesivado nas paredes das galerias, transformados em postais ou simplesmente uma imagem para ser vista no monitor do computador, impressa em uma página, ou ficar esquecida num cd ou pendrive.

Disse Whitman: Esta manhã, antes do alvorecer, subi numa colina para admirar o céu povoado,E disse à minha alma: Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos? E minha alma disse: Não, uma vez alcançados esses mundos prosseguiremos no caminho.”

Este caminho da imagem palavra é que vislumbrei ao executar a série de 40 imagens para esta série, que foi exposta no Pais de Gales, no Chile, Brasil em vários estados e parte em uma publicação que chamei “A Tempestade”.

Suportes variados para a mesma obra dependendo do contexto da exposição.

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Pinturas

As pinturas aqui mostradas não estão em tempo cronológico, mas abrangem um período de 20 anos.

Em meio aos repertórios colocados pela cena pela jovem pintura brasileira, os signos escolhidos por Sebastião Miguel são escandalosamente excêntricos. Nas suas telas mitos, literatura, impregnação simbólica, são armas para forjar um ponto de alucinação em meio a uma iconografia que não consegue escapar da pura queimação de fantasmas, por um lado, ou da constatação do jogo de simulacros na paisagem urbana, por outro,

0 artista no refuta estas pontuações tornadas dominantes pela retórica contemporânea mas aguça sua trama, acrescenta certa espessura, faz com que suas imagens se coloquem problematicamente nos interstícios dessas perspectivas, revelando um instante alucinatório.

Sebastião Miguel exacerba o já exacerbado: o expressionismo (velho ou novo), a fome de violência e poesia, a economia de ocultamente e transparência, a luz tórrida e ácida da noite dos urbanos.

Ao invés da mística da linguagem por si mesma, como texto hipotético, existe uma fábula sobre a ambígua necessidade do tempo presente de construir e destruir mitos. Farsesco, brutal, lírico, Sebastião Miguel tenciona os nervos de uma visualidade, conduz sua imagens até onde, sem afundar na pura subjetividade, seja possível atingir uma certa dimensão do real, uma alegoria, uma pintura.

WALTER SEBASTIÃO - FEVEREIRO 1991

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Adamas - óleo s/tela 130X100 cm

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Oviphile - óleo s/tela 130X100 cm

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Pneuma - óleo s/tela 130X100 cm

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Cicuta - óleo s/tela 50X60 cm

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Felix Coeli Porta - óleo s/tela 55X77 cm

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Le Pendu - esmalte prata óleo s/madeira 96X77 cm

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Resurgens - esmalte prata óleo s/madeira 96X77 cm

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Sulamita - esmalte prata óleo s/madeira 96X77 cm

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Sonata para um homem só - óleo s/tela50X50 cm

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Sonet - óleo s/tela 50X50 cm

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Inteiro - óleo s/tela 50X50 cm

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ALVOS

A realização desses trabalhos, partiram dos estudos para a monografia para o curso de especialização Arte e Contemporaneide na Escola Guignard-UEMG. Materiais diversos, capturas de imagens, relatos pessoais, fantasias - foram o mote para uma série de obras múltiplas e diversificadas.

Tamanhos e materiais variáveis.

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Homem vermelho - Impressão fotográfica - 40X60 cm

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Homem amarelo -Impressão fotográfica e seda amarela- 40X120 cm

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Homem azul - Impressão fotográfica - 40X60 cm

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Homem verde - Impressão fotográfica - 30X50 cm

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Stone - Impressão fotográfica - 40X60 cm

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Autuum - Impressão fotográfica - 40X60 cm

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Lovers - Impressão fotográfica - 40X60 cm

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Noli me tangere - Impressão fotográfica - 60X60 cm

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ST ó

leo

s/te

la 4

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ST óleo s/tela 50X50 cm

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ST óleo s/tela 50X50 cm

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INÚTIL PAISAGEM

“Inútil Paisagem”. Foi uma parceria com o poeta e doutor em Estudos Lingüísticos da Faculdade de Letras, Bruno Zenóbio. Ao Bruno cabia uma proposta sobre a materialidade da palavra que ele chamou de “Simulacra”. Eram experiências lingüísticas que constituíam em jogos de representações. Ele apresentou grandes poemas plotados em tamanho A1. A montagem era seca, sem grandes pretensões. O conjunto do trabalho dele e meu recebeu o nome de “PRETEXTOS” nome da exposição.

A exibição aconteceu na Galeria Genesco Murta no Palácio das Artes. Espaço enorme; solucionei esta questão fazendo uma antecâmara escura que precedia ao trabalho do Bruno- vale lembrar que não consistiam de “objetos de arte” mas de experimentações lingüísticas, uma produção literária efêmera, uma vez que as reproduções foram destruídas.

Depois da obra de Bruno é onde se chega ao espaço intitulado “Inútil Paisagem”. Consistia de uma entrada com o “homenzinho” ícone da AOL. Depois uma meia sala pintada de azul, com uma pintura que descreverei mais adiante- e luz negra.

Um poema. Vários postais que eram desdobramentos da pintura e seis desenhos recortados em vinil colocados diretamente na parede.

(Estas imagens, algumas retiradas de um site onde se encontram logotipos de multinacionais carregam sentidos duplos, na verdade estava mais interessado na simbologia “arcaica” que no sentido imediato que convida ao consumo. Camelo - é comumente considerado símbolo da sobriedade e de caráter difícil. É o atributo da temperança. Cavalo- Força e rapidez: estas são as qualidades que se atribui ao cavalo. Monte - ou montanha, o simbolismo é múltiplo, prende-se à altura e ao centro, transcendência. Reciclar - processos de mudança ou tratamento para reutilização. Portal - local de passagem entre dois estados, entre dois mundos, entre o conhecido e o desconhecido. Rosa -designa uma perfeição acabada, uma realização sem defeito.)

A pintura em questão era a representação do Monte Fuji que retirei em um site na Internet onde este monte é filmado e colocado on-line durante as 24 horas do dia. Captei um frame de um amanhecer enevoado. A partir dessa imagem, realizei a pintura em tons de azul. Abaixo, a esquerda, reproduzi o “homenzinho” da AOL em amarelo, uma seta branca como a de um mouse pronta para clicar, e a palavra em inglês “Flee”, ou seja “fugir”. Uma referencia literal referindo-se a imagem “O FUJI”.

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“Há momentos na vida de um homem em que um charuto é apenas um charuto”- Freud

“Mesmo que você já tenha feito uma longa caminhada, há sempre um caminho a fazer” S. Agostinho

“A melhor oração é a paciência”- Buda

A vida me parece curta demais para ser desperdiçada em animosidades ou percebendo erros. Charlotte Bronte

A simplicidade é a suprema virtude. Henry Long Fellow

O luxo, como o fogo, devora tudo e padece faminto- Marquês de Marica

“Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.” - (Gandhi)

“Só porque ninguém está ouvindo não significa que não deva ser dito”- Shugeki-

Se você rouba idéias de um autor, é plágio. Se você rouba de muitos autores, é pesquisa. Wilson Mizner

Tudo o que se pensa ou é afeto ou aversão. Robert Musil

“A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.” (Aristóteles)

Um gênio é uma pessoa de talento que faz toda a lição de casa.(Thomas A. Edison)

A verdade é a melhor camuflagem. Ninguém acredita nela. Max Frisch

É impossível para um homem aprender aquilo que ele acha que já sabe. (Epíteto)

Alguns Aforismos:

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Este mesmo trabalho posteriormente foi apresentado no Museu Metropolitano de Curitiba na exposição coletiva “Conduta da Imagem” – (Grupo Linha Imaginária). Mas a pintura já estava deslocada dos postais. Lá só foram apresentados 33 postais (em Belo Horizonte foram 99) e sem a presença da pintura. Em Curitiba o procedimento também foi alterado, pois não havia substituições para a retirada dos postais, somente os aforismos e um 34°postal como lembrança da imagem retirada por quem chegou ali primeiro. Os visitantes posteriores só podiam contemplar “alegorias” e criar outras imagens com aquelas palavras. Nada concreto, um amontoado de frases, uma vaga lembrança de já ter lido aquilo em algum lugar.

Nenhuma “figura”, da mesma raiz de fingere, figulus, fictor e effigies.1 Esta imaginação que para a mesma imagem uma outra frase obstante não poderia ser mais apreendida, pois o postal restante e deslocado apenas se configurava como uma menção sem sentido. Após a retirada das imagens descolava-se o aforismo. Sobrava apenas a máxima como expiação e julgamento.

Neste momento me contamino da parceria com Bruno, crio simulacros que vão se deslocando “no horizonte da imagem”. Pretextos para distribuição de uma imagem vinculada a máximas que podem estar em qualquer lugar. Numa citação erudita, na “Folhinha do Sagrado Coração”, em um diário adolescente.

O Monte Fuji e a erudição, longes do cotidiano, redistribuídos como coisas iguais, mas cada frase diferencia a imagem, pois as associações são múltiplas.

E cada frase se torna a mesma ao se colar na “mesma imagem”.

Não se poderá argumentar então, diz Gombrich- que quando a grande maneira clássica da pintura narrativa morreu de morte natural no século XVIII, foi essa nova função da arte que levou a pintura de paisagens ao primeiro plano e compeliu o artista a intensificar a busca de verdades particulares?2

O espaço amplo, a distancia como formas de reflexão. Mas em “Inútil Paisagem” a imagem original do amanhecer no Fuji 3, são projeções deslocadas de tentar apreender e representar a realidade.

Muito longe da proposta de Alberti em seu “Da Pintura”4 onde ele pressagia: “O que vier depois de nós- se houver alguém de empenho e engenho maior que o nosso- esse, segundo creio, fará pintura absoluta e perfeita.”

1 AUERBACH, Erich – FIGURA, Editora Ática, São Paulo. Pág 13.2 GOMBRICH, E.H. – ARTE E ILUSÃO, Martins Fontes, São Paulo. Pág 155.3 http://www.city.fujiyoshida.yamanashi.jp4 ALBERTI, Leon Battista – DA PINTURA, Editora Unicamp, Campinas. Pág.140.

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“Emblemata Amatoria”A partir do livro homônimo, gravuras e ilustrações e texto. As ilustrações, que acompanham e os versos em latim e italiano, são na maior parte copiados de emblemata Otto van Veen é Amorum, figuris Aeneis incisa

Instalação de 45 fotografias - 21X15 cada. Vaso de cristal com rosas brancas. As rosas não são substituidas no decorrer da exposição.

Participou de mostra individual na Galeria Cemig e da mostra “Pesquisa e criação artística nas universidades” - UFMG [Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade]

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Impressão fotográfica colada s/ mdf - 21X15 cm

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Impressão fotográfica colada s/ mdf - 21X15 cm

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Impressão fotográfica colada s/ mdf - 21X15 cm

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Impressão fotográfica colada s/ mdf - 21X15 cm

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Outros trabalhos e referências em:

http://www.territorioneutro.com/alvos/sebastiao_miguel/sebastiao_miguel.html

http://www.territorioneutro.com/conexao.html

http://sebastiaomiguel.sites.uol.com.br

SketchBookhttps://www.facebook.com/media/set/?set=a.10150119026171900.315302.751646899

Fábulas Impossiveishttps://www.facebook.com/media/set/?set=a.309945076899.191320.751646899

whitman&dickinsonhttp://sebastiaomiguel.multiply.com/photos/album/1/whitmandickinson

Sebastião Brandão Miguel

Bacharel Artes Plásticas pela Universidade do Estado de Minas Gerais (1985), especialista em Arte e Contemporaneidade - Escola Guignard-UEMG (2002) e mestre em Artes Visuais pela Universidade Federal de Minas Gerais (2005). Tem experiência na área de Artes, com ênfase em pintura e desenho, atuando principalmente nos seguintes temas: discussão sobre pintura, artes gráficas, exposição experimental de artes visuais, literatura, cinema e novas mídias.

http://lattes.cnpq.br/0979954690091040

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