Obesidade em pauta

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS MICHELLI DAIANE MARTINS BORGES PATRICIA CAJUELLA VAZARIM OBESIDADE EM PAUTA FERNANDÓPOLIS 2012

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS

MICHELLI DAIANE MARTINS BORGES

PATRICIA CAJUELLA VAZARIM

OBESIDADE EM PAUTA

FERNANDÓPOLIS

2012

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MICHELLI DAIANE MARTINS BORGES

PATRÍCIA CAJUELLA VAZARIM

OBESIDADE EM PAUTA

Trabalho de conclusão de curso apresentado à

Banca Examinadora do Curso de Graduação em

Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como exigência parcial para obtenção

do título de bacharel em farmácia.

Orientador: Prof. Dr. Anisio Storti

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

FERNANDÓPOLIS – SP

2012

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MICHELLI DAIANE MARTINS BORGES

PATRÍCIA CAJUELLA VAZARIM

OBESIDADE EM PAUTA

Trabalho de conclusão de curso aprovado como

requisito parcial para obtenção do título de bacharel

em farmácia.

Aprovado em: 05 de novembro de 2012.

Banca examinadora Assinatura Conceito

Prof. Dr. Anísio Storti

Prof. Msc. Ocimar Antônio de Castro

Profª. Nayara Gomes Felix da Silva

Prof. Dr. Anísio Storti

Presidente da Banca Examinadora

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Dedicamos este trabalho primeiramente a Deus, pois

sem ele, nada seria possível, e nossos sonhos não

seriam concretizados.

Aos nossos pais, que sempre nos deram apoio, e

estiveram presentes acreditando em nosso

potencial, nos incentivando na busca de novas

realizações e descobertas.

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AGRADECIMENTOS

A elaboração desse trabalho só foi possível graças à colaboração de

muitas pessoas, às quais vemos aqui agradecer.

Primeiramente agradecemos a Deus, por nos guiar durante esses anos

de curso, muitas vezes que sentimos fraquejadas nos deu força para continuar

a caminhada.

Ao Professor e Orientador Anísio Storti, pela orientação, incentivo,

confiança, paciência, dedicação e respeito.

Aos Professores e demais colaboradores da Fundação Educacional de

Fernandópolis, que de uma maneira ou de outra, possibilitaram um crescimento

intelectual e pelo carinho que sempre nos atendeu.

Eu, Michelli, agradeço aos meus familiares, em especial meus pais José

Alcino Borges e Shirley Martins de Souza, meus irmãos Alcino e Gabriel com

os quais compartilhei minhas preocupações e angústias durante todo o período

de realização deste trabalho. Obrigada pelo carinho e atenção.

A minha filha Maria Eduarda Borges Robalinho de Queiroz, que muitas

vezes dividi o tempo que dedicava a ela para desempenhar atividades da

faculdade, meu enorme carinho e agradecimento pela compreensão.

Eu Patrícia agradeço aos meus pais, João Roberto Vazarim e Mariluz

Cajuella Romero Vazarim, irmão Rafael, por fazer eu sempre acreditar em

minha capacidade e me amparar em todos momentos que senti dificuldade.

Agradecemos também aos nossos familiares e amigos, que sempre

estiveram ao nosso lado, dando apoio ou ouvindo quando necessário.

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Os problemas significativos que enfrentamos não podem ser resolvidos no mesmo nível de pensamento em que estávamos quando os criamos.

Albert Einstein

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RESUMO

A obesidade é uma doença de prevalência crescente e que, atualmente, assume caráter epidemiológico como principal problema de saúde pública na sociedade contemporânea. A obesidade é diagnosticada através do IMC - índice de massa corporal decorre de fatores genéticos, comportamentais e ambientais e pode se iniciar em qualquer idade. Entretanto quando surge precocemente nos primeiros anos de vida, predispõe à sua presença em idades mais tardias e está associada a diferentes fatores. As altas taxas da prevalência de obesidade na infância vêm preocupando profissionais da área de saúde, por esse motivo estão sendo feitas pesquisas a respeito da prevenção, causas e tratamentos. Nos últimos anos, o interesse sobre os efeitos do ganho de peso excessivo na infância tem aumentado consideravelmente, devido ao fato que o desenvolvimento da celularidade adiposa neste período ser determinante nos padrões de composição corporal de um indivíduo adulto. O objetivo deste estudo é revisar a literatura sobre a etiologia da obesidade nas fases de desenvolvimento do ser humano e identificar os principais fatores de risco, tratamento e o papel do farmacêutico nesta luta. Os fatores comportamentais e ambientais foram citados como principais causas da epidemia de obesidade.

Palavras-chave: Obesidade. Causas. Tratamento. Fatores de risco.

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ABSTRACT

Obesity is a disease of increasing prevalence and currently assumes an epidemic major public health problem in contemporary society. Obesity is diagnosed by BMI - body mass index. Obesity results from genetic, behavioral and environmental factors and can start at any age. However when it comes early in the first years of life, predisposes to its presence at older ages and is associated with different factors. The high rates of prevalence of childhood obesity are worrying health professionals, therefore research is being done regarding the prevention, causes and treatments. In recent years, concern about the effects of excessive weight gain in childhood has increased considerably due to the fact that the development of fat tissue in this period is crucial in patterns of body composition of an adult. The objective of this study is to review the literature on the etiology of obesity in the development phases of human and identify the main risk factors, treatment and the role of the pharmacist in this fight. The behavioral and environmental factors have been cited as major causes of the obesity epidemic. Keywords: Obesity. Causes. Treatment. Risk factors.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA − Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

AVCI – acidente vascular cerebral isquemico

BS − Banco de Saúde

FDA – Agência Americana que regulamenta fármacos e alimentos

IAM – Infarto agudo do miocardio

IMC – Índice de Massa Corporal

HDL - High Density Lipoproteins

OMS − Organização Mundial de Saúde

TGI – Trato gastrointestinal

TOC – Transtorno obsessivo – compulsivo

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

1 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 13

1.1 OBESIDADE E SUAS CAUSAS ...................................................................... 13

1.2 DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE ..................................................................... 17

1.3 PREVENÇÃO E INTERVENÇÃO ..................................................................... 18

1.4 TRATAMENTO ................................................................................................. 22

1.4.1 Monoterapia ................................................................................................... 23

1.4.2 Terapias Combinadas .................................................................................... 27

1.4.3 Intervenção Cirúrgica .................................................................................... 29

1.4.4 Estilo de Vida e Dieta Alimentar ..................................................................... 31

1.5 CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE .............................................................. 32

1.6 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA ORIENTAÇÃO DA OBESIDADE ........... 33

2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 35

3 METODOLOGIA ................................................................................................. 36

4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 37

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 38

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 40

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INTRODUÇÃO

Na história, a obesidade foi vista de diferentes formas. Em algumas civilizações

na antiguidade ser gordo era considerado sinal de sucesso. Em outras, como no

Japão medieval era considerado um deslize moral cometido pelo indivíduo. Na

Europa, o estigma da obesidade era fundamentado pela Igreja Católica no pecado

capital da gula (MOREIRA, 2007).

Assim, de diferentes formas, a obesidade foi estigmatizada pela sociedade,

sendo que, na atualidade, existe uma tendência maior ao preconceito, exceto em

algumas regiões, como na África, em que a obesidade nos homens é sinal de

domínio e poder e nas mulheres é sinal de maior fertilidade e saúde. Porém, com os

avanços nas pesquisas ocorridos nas últimas décadas, descobriu-se que a

obesidade é uma doença multifatorial, não estando vinculada, portanto, a um único

aspecto individual (MOREIRA, 2007).

A obesidade durante o período Renascentista era marcante, onde os artistas

acreditavam ter redescoberto a verdadeira essência do ser, sensual e saudável e

fértil. Mas também há várias pinturas Barrocas onde a mulher é retratada dessa

maneira (CAMPOS, 2009).

No Renascentismo, o conceito de beleza era a mulher gorducha, cheia de

carnes, as madonas eram gordas e rechonchudas, e as mulheres eram comumente

retratadas perto de comida, pães, doces, massas (CAMPOS, 2009).

Segundo OMS (1997) e PAOLI et al., (2011) a obesidade é caracterizada pela

acumulação excessiva de gordura corporal com potencial prejuízo à saúde,

decorrente de vários fatores sejam esses genéticos ou ambientais, como padrões

dietéticos e de atividade física ou ainda fatores individuais de susceptibilidade

biológica, entre muitos outros, que interagem na etiologia da patologia.

Adaptando uma curta definição a Organização Mundial de Saúde define

obesidade como um excesso de gordura corporal acumulada no tecido adiposo, com

implicações para a saúde (OMS, 2002).

A obesidade é uma condição complexa de dimensões sociais, biológicas e

psicossociais consideráveis, podendo eventualmente afetar qualquer pessoa de

qualquer idade ou grupo socioeconômico, em qualquer parte do mundo (PAOLI et

al., 2011).

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Nesta realidade, a obesidade é, hoje, considerada uma epidemia. A epidemia

do séc. XXI. Os números não deixam espaço para grandes dúvidas. Em 2005, as

estimativas mundiais, da OMS, indicavam que cerca de 150 milhões de adultos

europeus seriam obesos em 2010 (OMS, 2010).

Obesidade já é encarada como a maior desordem nutricional nos países

ocidentais, a OMS declarou-a como o maior problema não reconhecido de saúde

pública que a sociedade, dos nossos dias, enfrenta. Mas esta epidemia não afeta

apenas os países desenvolvidos, nos países em vias de desenvolvimento tem-se

registado um crescimento significativo de pessoas com excesso de peso e obesas

(OMS, 2002).

A obesidade vem preocupando autoridades tanto de saúde como também

líderes políticos, não somente no Brasil, é um problema mundial, mas alguns países

os índices são alarmantes (BORSATO et al., 2008).

Miranda, Ornelas e Wichi (2011) relataram que a obesidade infantil é uma

doença de prevalência crescente, atualmente epidemiologicamente vem assumindo

caráter como principal problema de saúde pública na atual sociedade, mas não

podemos deixar de alertar que social também, o preconceito, “bolling” e demais

exclusões. De acordo com os autores a obesidade surge de fatores genéticos,

comportamentais, ambientais e inicia em qualquer idade.

Borsato et al., (2008) relataram quanto problema de saúde pública a obesidade

gera uma série e outras patologias somáticas que podem levar o portador a doenças

cardiovasculares, como derrame cerebral e infartos; doenças metabólicas, como

diabetes, ortopédicas devido ao excesso de peso, como artrose, assim como outras

que poderão surgir. Já como patologia, a obesidade vem sendo objeto de estudo

mundial. Alguns estudos consideram um cenário de fatores que podem causar

manifestações das doenças. Um dos fatores é o ritmo de vida, sedentarismo,

refeições rápidas e descompensadas, produtos alimentícios produzidos com alto

teor de gorduras, proteínas e carboidratos, são apontados como os principais fatores

que desencadeiam a obesidade.

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1 REVISÃO DA LITERATURA

1.1 OBESIDADE E SUAS CAUSAS

Para muitas pessoas, a obesidade e o sobrepeso são causados por um

desequilíbrio no metabolismo energético. Segundo BS (Banco de Saúde) (2010) o

peso corporal é determinado pelo balanço entre a quantidade de energia ou calorias

que são ingeridas, vindas de alimentos ou bebidas, e a quantidade de energia ou

calorias que são gastas, atividades físicas, por exemplo, ao se ingerir mais calorias

do que se gasta, há ganho de peso. Quando se ingere menos calorias do que se

gasta, há perda de peso. Quando quantidades iguais de calorias são ingeridas e

gastas, o peso se mantém.

Para Miranda, Ornelas e Wichi (2011) os fatores de suscetibilidade, como os

fatores genéticos, desempenham importante papel de ação permissiva para os

fatores ambientais, e, em alguns casos, podem ser determinantes da obesidade.

Além disso, fatores como idade, sexo, metabolismo de repouso, oxidação lipídica,

atividade nervosa simpática, metabolismo do tecido adiposo e do músculo

esquelético, tabagismo, e níveis hormonais de leptina, insulina, esteroides sexuais e

cortisol participam das variações da composição corporal.

Segundo autores acima, são vários os fatores que contribuem para a

obesidade, além do desequilíbrio do balanço energético. Neste estudo nós vamos

atender e explicar um pouco mais, os fatores de causas maior incidência da

obesidade, principalmente que envolvem o novo ritmo de vida, não só no Brasil, mas

no mundo. Dentre eles, podemos citar os seguintes:

Sedentarismo (falta de atividades físicas)

Favorecendo atividades sedentárias, tais como assistir televisão, jogar video-

games e utilizar computadores, vem aumentando o quadro de obesidade (SOARES;

PETROSKI, 2003).

De acordo com estudo citado por Miranda, Ornelas e Wichi (2011) foi

observado que 75% da rotina das crianças com sobrepeso e/ou obesas está

distribuída em horas de sono e permanência sentada. É encontrada correlação entre

a porcentagem de gordura corporal e o tempo diário de permanência sentada.

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Fatores Alimentares e Ambientais

Um fato bastante importante dentro das causas da obesidade, que merece

atenção, é que mais de 95% das pessoas que desenvolvem obesidade por causa

nutricional, os alimentos ingeridos de alta caloria (SOARES; PETROSKI, 2003).

Miranda, Ornelas e Wichi (2011) observaram, por exemplo, como fator exógeno,

a substituição de refeições balanceadas por lanches rápidos, sem valores

nutricionais adequados. Na sociedade contemporânea, o atual hábito alimentar é

influenciado por propagandas e modismos que incentivam o consumo de alimentos

de maior densidade energética. Além disso, a disponibilidade de tecnologia, o

aumento da insegurança e a progressiva redução dos espaços livres nos centros

urbanos (onde vive a maior parte das crianças brasileiras) reduzem as

oportunidades de lazer e de uma vida fisicamente ativa.

A falta de espaço para lazer e escassez de tempo para praticar atividades

físicas para pessoas que trabalham muito, grande quantidade de “fast foods”,

dificuldade de encontrar alimentos saudáveis em determinados locais (BS, 2010).

O nível socioeconômico pode ser um fator que também influencia o

desenvolvimento da obesidade. Segundo Silva (2005) a questão socioeconômica

interfere na disponibilidade de alimentos e no acesso à informação, sendo

influenciada por meio da educação, da renda e da ocupação, o que resulta em

padrões comportamentais específicos que afetam a ingestão calórica, o gasto

energético e a taxa de metabolismo. Entretanto, à medida que alimentos saudáveis

estão menos disponíveis para indivíduos em condições mais restritas, a relação

entre obesidade e baixa classe socioeconômica passa a ser observada em países

em desenvolvimento, como é o caso no Brasil.

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Fatores genéticos e históricos familiares

De acordo com Soares e Petroski (2003) a obesidade genética, o excesso de

peso na infância, acontece geralmente por uma combinação de fatores, incluindo

hábitos alimentares errôneos, propensão genética, estilo de vida familiar, condição

sócia-econômicos, fatores psicológicos e etnia.

Isso se relaciona ao histórico familiar, as chances de um filho se tornar obeso

são grandes quando os pais também são obesos. Uma criança que os dois pais são

obesos possui 80% de chances de desenvolver a obesidade, essa situação cai para

40% se apenas um dos pais for obeso, e se nenhum dos pais possuírem tal

enfermidade essa criança terá apenas 7% de chances de se tornar uma pessoa

obesa (BERHEMAN; KLIEGMAN, 2004).

Problemas de saúde

Segundo BS (2010) os fatores hormonais podem causar sobre peso e

obesidade, como o hipotireoidismo, síndrome de Cushing (excesso de produção do

hormônio cortisol pela glândula adrenal) e síndrome dos ovários policísticos.

Soares e Petroski (2003) afirmam que quanto à fisiopatologia, pode ser

hiperfágica, comer excessivamente. Podendo ou não ser a causa da obesidade; e

metabólica - anormalidade hormonal que determina um baixo metabolismo.

Um outro ligado ao problema de saúde é Neuroendócrina – problemas nas

glândulas produtoras de hormônios que podem também estar ligado a ordem

genética e/ou ambiental sendo a causa mais freqüente o hipotireoidismo SOARES;

PETROSKI, 2003).

Medicamentos e Emocionais

O uso de medicamentos podem levar a ganho de peso, como os

corticosteróides, alguns tipos de antidepressivos e algumas medicações utilizadas

para tratamento da epilepsia (BS, 2010).

Já Soares e Petroski (2003) utilizam um termo mais profissional para

obesidade causada por drogas como os psicotrópicos e corticosteróides ou lesões

hipotalâmicas - obesidade Iatrogênica.

Por hora, muitas vezes o aumento do peso se dá em momentos normalmente

em que as pessoas estão tristes, estressadas ou nervosas, passam a comer

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demasiadamente. Muitas vezes o fator emocional é um predisposto a obesidade,

ainda associado à medicamentos, a causa se torna mais forte (BS, 2010).

Idade

De acordo com Soares, Petroski (2003) o fator idade de início, na infância, a

partir de um ano de idade, já podem desenvolver-se casos de obesidade com

tendência maior à hiperplasia adipocitária e com maior propensão à resistência na

vida adulta.

Ainda de acordo com os autores acima, na idade adulta, em relação às

mulheres o aumento de peso está relacionado, frequentemente, com a gestação,

principalmente aquelas que adquirem excesso de peso durante os três primeiros

meses da gravidez, já os sujeitos do sexo masculino, frequentemente aumentam o

peso depois de mudanças de estilo de vida, como o casamento.

Segundo BS (2010) ao envelhecer, a massa muscular corporal tende diminuir.

Diminuindo, diminui também o gasto energético, favorecendo o ganho de peso.

Gravidez

Na gravidez há uma maior tendência em ganho de peso em determinadas

mulheres. Após o parto, às vezes fica difícil perder peso, podendo levar ao

sobrepeso ou obesidade. De acordo com Soares e Petroski (2003) a gestante que

ganha peso excessivo nos três primeiros meses de gestação terá grande tendência

a desenvolver fatores de obesidade, ou de perda de peso posterios.

Insônia

Estudos revelaram que pessoas que dormem menos têm maior chance de

engordar. Pessoas que dormem 5h por noite, por exemplo, têm muito mais chances

de se tornarem obesas do que pessoas que dormem cerca de 7 a 8h por noite (BS,

2010).

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1.2 DIAGNÓSTICO DA OBESIDADE

Segundo Borsato et al. (2008) profissionais da área de saúde, qualificados,

como médicos, nutricionistas, profissionais de educação física e farmacêuticos

utilizam como método principal para identificar a obesidade o cálculo do índice de

massa corpórea (IMC), muito popular, é calculado pela razão entre o peso em

quilogramas, e altura, em metro, ao quadrado.

IMC = peso (kg) / altura (m)2. A classificação do estado ponderal do adulto

segundo o IMC, compreende as seguintes classes:

IMC Classificação Risco de Doenças

<18,5 Baixo peso Baixo

18,5-24,9 Peso normal Normal

25-29,9 Excesso de peso Aumentado

30-34,9 Obesidade de Classe 1 Moderado

35-39,9 Obesidade de Classe 2 Grave

>= 40 Obesidade de Classe 3 Muito Grave

Classificação de acordo com o IMC (segundo a OMS) – FONTE MANCINI e CARRA, 2002

De acordo com Mancini e Carra (2002) esta classificação é válida para adultos

e normalmente é a mesma utilizada por profissionais de saúde para avaliar a

obesidade infantil, lembrando que não existe padronização para crianças.

Outro indicador que tem papel importante nas doenças relacionadas à

obesidade é a determinação da relação entre o perímetro da cintura e o perímetro

do quadril. Fornece informação útil sobre a distribuição abdominal da gordura a qual

está associada aos maiores riscos para a saúde do que uma distribuição periférica

da gordura. O perímetro abdominal superior a 88 cm para mulheres e 102 cm para

homens, indicam maior probabilidade de desenvolvimento de doenças consequentes

da obesidade (ROCHE, 2007). Abordaremos num próximo capítulo mais detalhado.

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Segundo Mancini e Carra (2002) há outros métodos de diagnóstico da

obesidade por imagem que podem detectar as medidas de gordura, mas para o

acompanhamento farmacoterapêutico, o IMC ainda se mostra o mais prático e

acessível à realidade da farmácia.

1.3 PREVENÇÃO E INTERVENÇÃO

Intervenções centradas nas crianças ou adolescentes

Segundo Sichieri e Souza (2008) em geral as intervenções que produzem

efeitos positivos na prevenção do ganho de peso apresentaram as seguintes

características:

Os programas de prevenção da obesidade são mais eficazes quando

realizados nas escolas de Ensino Fundamental e Médio que em escolas com

crianças mais novas. Para crianças mais novas tem mais dificuldades a

incorporação de conceitos e habilidades ensinados nas intervenções (STICE et al.,

2006).

Os efeitos da intervenção também são maiores para os adolescentes, além de

serem mais capazes de assimilar o programa de intervenção, administram melhor

com suas escolhas alimentares e também suas atividades físicas do que do que

participantes mais novos (SICHIERI; SOUZA, 2008).

De acordo com Stice et al., (2006) programas de prevenção da obesidade

desenvolvidos nas escolas são mais eficazes, quando envolvem pessoas dedicadas

apenas a este programa do que exercidos apenas com orientações de professores.

Necessitam de pessoas dedicadas exclusivamente a essa atividades, já os

professores não podem dedicar muito tempo às atividades de intervenção, pois têm

outras responsabilidades e, na maior das vezes não recebem treinamento

especializado e supervisão adequada. Além disso, pessoas dedicadas somente às

atividades da intervenção podem fornecê-las diversas vezes durante o ano letivo,

permitindo o desenvolvimento e refinamento das estratégias apresentadas.

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Intervenções centradas na família

Campbell e Crawford (2001) afirmaram que o ambiente familiar juntamente com

a influência dos pais nos padrões de estilo de vida dos filhos, incluindo a escolha

dos alimentos, indicam o importante papel da família em relação ao ganho de peso

infantil. Uma revisão dos programas de prevenção da obesidade para crianças

mostrou que as intervenções que produziram maiores efeitos incluíram a

participação dos pais.

O consumo é também influenciado pelo nível sócio-econômico da família. O

nível de renda e escolaridade dos pais foi modificador do consumo de alimentos dos

adolescentes. Nos mais pobres o consumo de refrigerantes e doces entre

adolescentes é mais próximo do consumo da mãe, e o consumo destes itens é muito

maior nos adolescentes do que em suas mães entre os de maior renda. Quanto

maior a renda, mas instruídos se encontram os pais. Dão melhor orientação sobre

bem estar e qualidade de vida aos seus filhos, pois muitos dos pais de alta renda

frenquentam clínicas, SPAS, e fazem um acompanhamento de controle alimentar e

academia. (ALMEIDA et al., 2004)

Embora os pais representem uma parcela significativa na influência da conduta

da criança, eles raramente recebem suporte ou treinamento para este papel.

Contudo, para Campbell e Crowford (2001) os pais possuem conhecimento

nutricional e são capazes de avaliar a adequação dietética da dieta de seus filhos.

Atividade física

A comunidade científica acredita que a prática de exercício físico reduz a

obesidade, sua eficácia, a longo prazo, ainda não está claramente estabelecida.

Entre os estudos sobre o papel da atividade física na obesidade infantil, somente

alguns têm dados de seguimento de longo prazo. Além disso, poucos estudos

avaliaram especificamente o efeito do exercício no tratamento da obesidade, embora

a maioria dos programas recomende atividade física regular. Entre os programas de

prevenção, há os que promoveram atividade física e aqueles que simplesmente a

recomendaram. Segundo Stice et al., (2006), os programas que aumentaram

diretamente a atividade física tiveram efeitos maiores do que aqueles que só a

recomendaram.

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Em síntese, intervenções que combinam nutrição e atividade física têm, em

grau variável, encontrado redução da ingestão de gordura, aumento da atividade

física durante o tempo escolar, aumento do consumo de fruta e de vegetais frescos

e diminuição do tempo assistindo à televisão, mas muitos estudos não foram

capazes de reduzir a prevalência do excesso de peso corporal ou a adiposidade.

Refrigerantes e bebidas açucaradas

De acordo com Campbell e Crowford (2001) o aumento do consumo de

bebidas açucaradas entre adolescentes tem levantado a possibilidade de uma

relação causal com a obesidade. Os refrigerantes estão disponíveis até nas cantinas

das escolas e as indústrias usam campanhas agressivas dirigidas aos jovens.

Embora o grande aumento de consumo dessas bebidas, nem todas as

intervenções visando à redução de consumo especifico têm obtido sucesso na

prevenção da obesidade ou redução do IMC.

O papel das bebidas açucaradas na promoção da obesidade tem sido debatido

extensivamente em anos recentes e a redução do seu consumo tem sido

considerada uma estratégia importante no controle de peso de jovens e adultos. O

açúcar é considerado um dos itens mais importantes de um amplo mercado de

alimentos não saudáveis que frequentemente minam as estratégias educacionais e

de modificação comportamental entre jovens, influenciadas pela indústria de

marketing (STICE et al., 2006).

Tamanho das porções

Stice et al., (2006) afirma que outra estratégia de marketing que tem sido difícil

de combater diz respeito ao crescimento irracional das porções. O aumento do

tamanho das porções de alimentos com alta densidade energética pode ser um fator

importante na manutenção do alto consumo energético, levando ao consumo

excessivo e aumento da prevalência da obesidade na população.

Campbell e Crawford (2001) dizem que as crianças com déficit de saciedade

são as mais propensas às grandes porções, o que poderia explicar a dificuldade na

sua avaliação como fator associado ao ganho de peso, bem como a importância

deste elemento nas estratégias para a promoção da saúde e a prevenção das

doenças crônicas que começam na infância.

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Frutas e Vegetais

Uma abordagem alternativa seria estimular o aumento do consumo de

alimentos ricos em nutrientes, tais como frutas e vegetais. Entretanto, poucos

estudos avaliaram o consumo desses alimentos na prevenção da obesidade e

especificamente a possibilidade deles deslocarem o consumo de alimentos menos

saudáveis (SICHIERI; SOUZA, 2008).

Ainda de acordo com os autores acima, a intervenção visando ao aumento do

consumo de frutas e vegetais e diminuição de gordura e açúcar, em crianças

demonstram redução significativa na porcentagem de sobrepeso.

Outros fatores da dieta

Outros fatores da dieta como as fibras e o cálcio têm sido objeto de estudos,

mas não há resultados convincentes de que eles tenham um possível papel nas

estratégias de redução da obesidade. As fibras dietéticas têm sido utilizadas no

tratamento da obesidade infantil, porém poucos estudos avaliaram especificamente

a eficácia do seu uso (SICHIERI; SOUZA, 2008). .

Campbell e Crawford (2001) afirmam que dietas alternativas que não visam

diretamente ao balanço energético, o fazem sob a hipótese de aumento do gasto

energético no caso do aumento do consumo de cálcio ou de proteína, ou ainda em

um aumento da saciedade como no caso de dietas de alto índice glicêmico.

Nenhuma dessas hipóteses mesmo em estudo, não foram confirmados resultados.

Televisão/computador

Stice et al., (2006) chama atenção para excessiva permanência frente à

televisão e ao computador são condutas sedentárias que têm sido relacionadas ao

ganho de peso e obesidade na infância. Pesquisas que avaliaram o impacto da

televisão no sobrepeso/obesidade tornaram-se populares após 1985, quando Dietz;

Gortmaker encontraram uma associação positiva entre o tempo gasto assistindo à

televisão e obesidade entre as crianças. Desde então, alguns mecanismos têm sido

propostos na tentativa de explicar essa relação:

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(i) diminuição do tempo gasto com atividade física; (ii) aumento do consumo de lanches rápidos e, conseqüentemente, maior consumo calórico; (iii) as propagandas veiculadas na televisão exercem uma influência negativa nas escolhas e atitudes com relação ao alimento pelas crianças (SICHIERI e SOUZA, 2008).

Entretanto, a contribuição relativa de cada um desses mecanismos para a

obesidade é desconhecida.

Um dos desafios para identificar mudanças na atividade física das crianças ou

sedentarismo é a dificuldade em obter uma avaliação acurada das atividades, o que

poderia explicar os resultados contraditórios de diferentes estudos (STICE et al.,

2006).

Estudos que identificam que o aumento de atividade física e diminuição do

tempo de permanência na frente da televisão e videogame, não identificaram

diferença no IMC, mas demonstrou um resultado percentual em sobrepeso

(SICHIERI; SOUZA, 2008).

1.4 TRATAMENTO

A obesidade nos últimos anos, tem sido considerada uma doença metabólica e

neuroendócrina que resulta da combinação entre um ambiente obesogênico e uma

predisposição genética intrínseca. Modificações do estilo de vida propostas no

tratamento da obesidade são fundamentais e podem ser efetivas, mas isoladamente

a longo prazo não atingem sucesso. O uso de medicamentos para perda de peso é

efetivo a longo prazo, mas, após um ano de tratamento (FARIA at al., 2010).

De acordo com os autores Rucker et al., (2007) as drogas sibutramina e

orlistate, são as mais utilizadas, geram uma perda de peso subtraída do placebo em

média de 3-5 kg.

Um outro tratamento que vem surgindo efeito significativo é referente à cirurgia

bariátrica (por exemplo, 20%-25% com bypass gástrico), resultando em uma

redução significativa de comorbidades e aumento de longevidade (SJÖSTRÖM et

al., 2007).

Mas a proibição do uso de alguns medicamentos e o uso desenfreado de

medicamentos indicados para diabetes, utilizados no tratamento de obesidade, faz-

se necessário o desenvolvimento de novas drogas que possuam maior eficácia,

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maior grau de segurança favorável e a um mínimo de efeitos colaterais. (FARIA et

al., 2010).

Os autores acima ressaltam, que recentemente, o campo do tratamento

farmacológico da obesidade tem passado por um período de ebulição e uma série

de novas drogas e combinações das mesmas com diferentes propostas e

mecanismos de ação encontra-se em estágio avançado de desenvolvimento.

Sabemos que o fator principal para obter grande sucesso no controle do

sobrepeso é dieta alimentar, os medicamentos são auxiliares, principalmente na

obesidade mórbida e também cirurgias bariátricas. Mas como farmacêuticas,

abordaremos a partir daqui dados recentes da literatura sobre essas novas drogas e

combinações, dividindo em dois tópicos: Monoterapia - drogas usadas isoladamente,

e Terapia Combinada - uso de combinação de duas drogas com ação distintas, com

objetivo de obter efeito sinérgico na redução de peso corporal.

1.4.1 Monoterapia

Permitidas no Brasil:

Sibutramina: É indicada no tratamento de obesidade, uma das drogas mais

utilizadas e pioneiras. Ela atua diretamente no sistema nervoso central, estimulando

a sensação de saciedade. A pessoa passa a se sentir satisfeita com uma quantidade

menor de alimentos do que costumava ingerir. Entretanto, isso não significa a perda

total da fome, pois o objetivo é permitir um melhor controle do consumo de calorias,

incentivando a reeducação alimentar. Anorexígeno usado no Brasil sob rigoroso

controle. O paciente que tem receituário desta droga, deve assinar um terno de

responsabilidade, devido consciência de risco dos efeitos colaterais (ANVISA 2010).

Orlistat: Orlistat é principio ativo do remédio para emagrecer Xenical. Orlistat

bloqueia a absorção de gordura na circulação sanguínea, reduzindo assim o número

de calorias que você absorve de uma refeição. Ao nível da dose habitual, ele corta a

absorção de gordura por quase um terço. Seu uso é autorizado no Brasil (FARIA et

al., 2010).

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24

Tesofensina: Esta droga é destinada ao tratamento de doenças neurológicas,

indicada à pacientes com a Mal de Parkinson e Alzheimer, foi subsequentemente

retirada dessa linha por pouca eficácia, apresentou significativa perda de peso, tem

o dobro da eficiência do que qualquer outro remédio de emagrecer, sem qualquer

orientação dietética, ou mudança no estilo de vida. A Tesofensina é um supressor do

apetite que age nos sinais neurológicos do cérebro (FARIA et al., 2010).

Liraglutide: Uma substância encontrada em medicamento indicado ao tratamento

do diabetes. Promete revolucionar o mundo das dietas. Além de atuar no controle do

diabetes e na perda de peso, a Liraglutide é capaz de aumentar os níveis do HDL - o

chamado bom colesterol - no sangue e também diminuir a pressão

arterial (ZANELLA e RIBEIRO, 2009).

Cetilistate: É uma droga inibidora da absorção de gordura. O objetivo do uso

dessas medicações é induzir um balanço energético negativo ao inibir a hidrólise

dos triglicérides da dieta e, consequentemente, diminuir a absorção de

monoglicérides e ácidos graxos livres. Entretanto, uma série de efeitos colaterais

gastrointestinais pode limitar seu uso, como dor abdominal, fezes oleosas,

incontinência fecal e flatos com descarga oleosa. É um medicamento bastante

utilizado no Brasil. (ZANELLA e RIBEIRO, 2009).

Fluoxetina: É um medicamento antidepressivo, suas principais indicações são para

uso em depressão moderada a grave, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC)

transtorno alimentar, transtorno do pânico e ansiedade. Muitos destes fatores levam

a alimentação compulsiva, por isso é indicado como coadjuvante no controle do

peso. Seu uso é liberado no Brasil (ZANELLA e RIBEIRO, 2009).

Sertralina: Suas principais indicações são para o tratamento da depressão e do

transtorno obsessivo-compulsivo. A sertralina assim como outros inibidores

seletivos de recaptação da serotonina são apenas indicados para o tratamento de

obesos com síndromes depressivas. Esse medicamento tem sido utilizado no Brasil.

(COUTINHO e CABRAL, 2000).

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Efedrina: Finalidade de broncodilatador; descongestionante nasal; vasopressor. Seu

uso é bem empregado no Brasil em dietas. Um fármaco muito utilizado por atletas e

praticantes de musculação em sua maioria que desejam definição muscular. A

Efedrina é largamente empregada em fármacos para emagrecer, pois é responsável

por acelerar o metabolismo, resultando em maior queima de gordura, devido ao

efeito conhecido como termogênese, eliminando com facilidade gordura localizada,

por isso é tão associada à pratica pesada de exercícios físicos para atingir melhor

resultado. (ZANELLA e RIBEIRO, 2009).

Cafeína: A cafeína é um estimulante usado para fornecer um aporte concentrado de

energia, ou na tentativa de combater a fadiga, ao estimular o sistema nervoso

central. O que a maioria das pessoas não tem conhecimento é que a cafeína

mobiliza a gordura para sua utilização como fonte de energia. Isso é uma ótima

notícia se você se exercita com o objetivo de reduzir gordura. A cafeína é um

componente de muitos suplementos estimulantes e para perda de peso. Usado no

Brasil de maneira expressiva. (ZANELLA e RIBEIRO, 2009).

Não permitidas no Brasil:

Lorcaserina: Esta droga tem como finalidade combater a obesidade. Esta nova

droga ainda não está aprovada no Brasil. Seu mecanismo de ação é similar ao de

uma droga que foi retirada do mercado, a fenfluramina no Brasil passará por

avaliações muito criteriosas, para sua liberação devido aos efeitos colaterais. Nos

Estados Unidos vem sendo utilizada em grande escala (ZANELLA e RIBEIRO,

2009).

Fentermina: Droga derivada da anfetamina que funciona como supressor de

apetite. Ela é geralmente prescrevida para pessoas com risco médico alto devido ao

peso e não para emagrecimento cosmético. Seu uso foi proibido no Brasil (ANVISA,

2010).

Page 26: Obesidade em pauta

26

Femproporex: Utilizado no tratamento de obesidade, este medicamento é

considerado da família das anfetaminas, agindo no sistema nervoso, inibidor de

apetite. Indicado como último recursos pelos médicos que tratam obesidade, devido

seus efeitos colaterais como perda do sono. A pessoa fica em alerta constante. Sua

indicação foi proibida no Brasil o ano passado (ANVISA, 2010).

Anfepramona: Também conhecida como dietilpropiona, é um fármaco anorexígeno,

auxiliar no tratamento da obesidade. Possui atividade similar mas de menor potência

estimulante à anfetamina e trata-se de uma amina simpaticomimética. Estudos

sugerem que este medicamento é o mais potente para tratamento da obesidade. No

Brasil em 2009 era mais vendido para mulheres e na forma manipulada (ZANELLA e

RIBEIRO, 2009). Foi retirada do mercado farmacêutico brasileiro em 04/10/2011

pela ANVISA (ANVISA, 2011).

Mazindol: O mazindol, que não é um derivado anfetamínico, é uma substância

anorexígena inibidora de apetite que atua como auxiliar no tratamento da obesidade.

Depois do femproporex, sibutramina e dietilpropiona, era um dos anorexígenos mais

usados (ZANELLA e RIBEIRO, 2009). Retirado de circulação ano passado após

Resolução da ANVISA (ANVISA, 2011).

Fenilpropanolamina: Indicado como descongestionante nasal, apresentava efeito

significativo na perda de peso. Mais de 23 medicamentos apresentava o sal em sua

fórmula, após uso inadequado, seu uso foi proibido no ano de 2000 pela ANVISA

(FARIA et al., 2010).

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1.4.2 Terapias Combinadas

Segundo Faria et al., (2010) a terapia combinada aparece como promessa de

tratamento antiobesidade ao agir em vias diferentes de regulação de apetite e gasto

energético. O objetivo final desta combinação e maximizar resultados, minimizar

efeitos adversos e quebrar o estigma de perda de peso por volta de seis meses.

De acordo com os autores Faria et al., (2010) não há medicação aprovada

para o tratamento da obesidade que seja ao mesmo tempo segura e efetiva.

Atualmente, as combinações propostas em estágio mais avançado de

desenvolvimento são as drogas apresentadas a seguir.

Permitidas no Brasil:

Efedrina / Cafeína: É uma das combinações mais poderosas e eficientes para

queima de gordura nos dias de hoje. É um supressor de apetite. Ela aumenta a

velocidade da queima de gordura de uma forma muito rápida e você pode ver

resultados em um curto período de tempo, mas existem algumas coisas que você

deveria saber sobre esta combinação Efedrina + Cafeína, antes de sair correndo

atrás dela. A primeira coisa que com a mesma eficiência que ela queima gordura,

ela pode queimar a sua massa muscular também, você terá que aumentar ainda

mais a ingestão de proteína para contra-balancear esta perda. O controle na

dosagem e acompanhamento médico é o que difere o medicamento de um veneno.

Esta combinação no Brasil está autorizada (MANCINI e HALPERN, 2002).

Bupropiona / Naltrexona: A bupropiona e a naltrexona são indicados para usos

distintos, mas sua combinação é utilizada no tratamento da obesidade. Diminui a

compulsão alimentar e o prazer em comer, aumentando a saciedade. No entanto,

como toda associação de fármacos, deve-se saber que a possibilidade de efeitos

colaterais é grande e tem sido relatado constipação, cefaleia, tonturas, vômitos e

boca seca em pacientes que utilizaram essa combinação de bupropiona e

naltrexona (FORNER, 2012).

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Pramlintide / Metreleptina: Os primeiros possuem secreção tônica pelo pâncreas e

tecido adiposo, respectivamente, enquanto os segundos possuem secreção

episódica em resposta à presença de alimentos no TGI, resumindo sua combinação

inibi o apetite e aumenta a saciedade. Esta droga tem emprego recente e já eta

sendo utilizada no Brasil (FORNER, 2012).

Em processo de aprovação:

Bupropiona / Zonisamida: A zonisamida, de reconhecida utilidade como

anticonvulsivante, apresenta atividade serotoninérgica e dopaminérgica. Atualmente

a da bupropiona, encontra-se em estudos de fase 3. No tratamento direcionado a

obesidade, esta combinação inibi o apetite e aumenta a saciedade. Esta em

processo de aprovação pelo FDA (FORNER, 2012).

Não permitidas no Brasil:

Fentermina / Topiramato: A FDA - Agência Americana que regulamenta fármacos

e alimentos - aprovou em julho deste ano a comercialização de um novo remédio

para tratar a obesidade: o Qsymia, antigo Qnexa, da farmacêutica Vivus. É uma

combinação de dois fármacos já conhecidos, a fentermina e o topiramato. A primeira

é um antigo estimulante que já havia sido utilizado previamente para o tratamento da

obesidade. O segundo é um antiepiléptico que ajuda algumas pessoas a reduzir o

peso. Essas medicações, usadas isoladamente, já tinham mostrado algum benefício

discreto no controle do peso corporal. Mas a combinação parece ser mais potente.

O Qsymia será indicado para adultos obesos com índice de massa corporal

(IMC) acima de 30 ou para adultos com sobrepeso e IMC acima de 27, desde que

tenham alguma comorbidade associada, como hipertensão, diabete tipo 2 ou

colesterol elevado (BASSETTE, 2012).

No Brasil, os medicamentos para emagrecer derivados de anfetamina foram

banidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano passado -

restaram a sibutramina e o orlistate como alternativas oficiais aos pacientes, mas

ainda com algumas restrinções (BASSETTE, 2012).

Page 29: Obesidade em pauta

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Dexfenfluramina / fenfluramina: Esta combinação é indicada no tratamento de

obesidade. Anorexiantes que demonstraram uma ação redutora da ingestão de

alimento, sendo esta ação o mecanismo primário de indução de perda de peso.

Quando a alimentação é mantida constante. Como efeito colateral mais expressivo é

o cardiovascular. Seu uso esta proibido no Brasil (MANCINI e HALPERN, 2002).

Fenfluramina / Fentermina: Anorexígenos são geralmente bem absorvidos no trato

gastrintestinal atingindo nível de pico plasmático nas primeiras duas horas. Este tipo

de medicamento não é fabricado no Brasil, embora registrados seu uso está proibido

no Brasil (MANCINI e HALPERN, 2002).

1.4.3 Intervenção Cirúrgica

De acordo com Fandiño et al. (2004) a cirurgia bariátrica tem sido uma técnica

de grande auxílio na condução clínica de alguns casos de obesidade. A indicação

desta intervenção vem crescendo e baseia-se numa análise abrangente de múltiplos

aspectos do paciente.

Aspectos clínicos e cirúrgicos da obesidade mórbida:

São candidatos para o tratamento cirúrgico, pacientes com IMC maior que 40

Kg/m2 ou com IMC maior que 35 Kg/m2 associado a comorbidades (hipertensão

arterial, dislipidemia, diabetes tipo 2, apnéia do sono, entre outras.

Esta intervenção estaria contraindicada em pacientes com pneumopatias

graves, insuficiência renal, lesão acentuada do miocárdio e cirrose hepática. Alguns

autores citam contraindicações psiquiátricas que ainda são fonte de controvérsias e

motivo de discussão posterior (FANDIÑO et al., 2004).

As cirurgias são classificadas como disabsortivas e/ou restritivas. São

reconhecidas 3 técnicas de tratamento cirúrgico. A gastroplastia vertical com

bandagem foi desenvolvida em 1982 por Mason. É uma cirurgia restritiva que

consiste no fechamento de uma porção do estômago através de uma sutura,

gerando um compartimento fechado. A utilização de um anel de contenção resulta

em um esvaziamento mais lento deste “pequeno estômago”. Com este pro-

Page 30: Obesidade em pauta

30

cedimento, os pacientes experimentam uma redução em média de 30% do peso

total nos primeiros anos. Porém, observa-se uma queda na velocidade de perda de

peso para menos de 20% após 10 anos de seguimento. Uma das razões propostas

para este fato é o aprendizado realizado pelos pacientes. Eles passam a selecionar

e ingerir alimentos líquidos hipercalóricos com uma passagem rápida pelo

“estômago estreitado” (ex.: “milk shake”, leite condensado) (CONSENSO LATINO

AMERICANO DE OBESIDADE, 1999).

A técnica ‘’Lap Band’’ é uma outra cirúrgica restritiva, relativamente recente.

Consiste na implantação videolaparoscópica de uma banda regulável na porção alta

do estômago (FANDIÑO et al., 2004).

Nos últimos anos, vem predominando uma terceira técnica que reúne a restrição à disabsorção, chamada de cirurgia de Capella. Aqui, a gastroplastia está associada a uma derivação gastrojejunal em formato da letra Y (chamada de Y de Roux). Este procedimento consiste na restrição do estômago para se adaptar a um volume menor que 30 ml. A redução de volume da cavidade é obtida através da colocação de um anel de contenção na saída do compartimento formado (orifício menor que 1.5 cm) e conexão com uma alça intestinal. A ingestão de carboidratos simples pode, assim, ocasionar a chamada síndrome de “dumping” (náuseas, vômitos, rubor, dor epigástrica, sintomas de hipoglicemia). Esta síndrome pode desempenhar um importante papel na manutenção da perda de peso. Com este procedimento, os pacientes obtêm perdas médias na ordem de 35% a longo prazo. É uma técnica segura e com uma baixa morbidade (FANDIÑO et al., 2004, v.26, n.1, p.47-51).

Segundo Consenso Latino Americano de Obesidade (1999) os resultados

esperados com a cirurgia bariátrica incluem: perda de peso, melhora das

comorbidades relacionadas e da qualidade de vida. Muitos pacientes submetidos a

cirurgia apresentam um quadro de melhora da qualidade de vida, dos parâmetros

cárdio-respiratórios (dor torácica, dispnéia, apnéia do sono e hipertensão) e

metabólicos (diabetes e distúrbios lipídicos) todos associados a uma perda

substancial de peso induzida pela cirurgia. A mortalidade perioperatória está em

torno de 0.3 a 1.6 %.

Page 31: Obesidade em pauta

31

1.4.4 Estilo de vida e Dieta Alimentar

Segundo Salve (2006) o tratamento da obesidade é complexo e

multidisciplinar. Não existe nenhum tratamento farmacológico em longo prazo que

não envolva mudança de estilo de vida.

Para perder peso, o tratamento consiste na mudança do estilo de vida,

seguindo-se uma dieta equilibrada com baixas calorias e praticando-se atividades

físicas regularmente. Caso estas mudanças no estilo de vida não funcionem, há a

opção da utilização de medicações para emagrecer e também de cirurgias para

perder peso, mas utilizadas em último caso, mesmo assim sem uma dieta

equilibrada e um rotina de atividade, não há resultado eficaz, sem graves

consequências (McARDLE, 2003).

De acordo com Nahás (1999) o tratamento da obesidade pode envolver um

trabalho conjunto de vários profissionais da área de saúde, como um médico

endocrinologista, nutricionista, professor de educação física e cirurgião bariátrico

(caso uma cirurgia para perda de peso seja necessária).

Uma alimentação saudável deve proporcionar a quantidade de energia (calorias) necessária para manter as funções orgânicas e atividade física. Os alimentos devem fornecer todos os macros e micronutrientes necessários, além de água e fibras em quantidades adequadas. Uma alimentação balanceada deve apresentar os seguintes nutrientes no total das calorias ingeridas por dia: carboidratos (açucares e amidos)- 60%, proteínas (carnes, leite, ovos, feijão) - 15% e gorduras (óleos vegetais, carnes) - 25%. Os micronutrientes (vitaminas e minerais) devem ser ingeridos com regularidade e com cinco porções de frutas e verduras ao dia. Recomenda-se equilibrar adequadamente a dieta e distribuí-la em quatro ou cinco refeições diárias (NAHÁS,1999).

Uma dieta saudável e a prática da atividade física são fundamentais para

manter ou reduzir o peso corporal. O peso corporal (massa corporal) é mantido e

modificado em função do equilíbrio energético entre o consumo e o gasto

energético. A atividade física é importante porque utiliza as calorias extras que

geralmente seriam armazenadas como gorduras. Qualquer atividade física contribui

para o gasto energético (NAHÁS, 1999).

Profissionais como um psiquiatra e também um psicólogo também podem ser

necessários caso problemas emocionais estejam presentes e associados a

ansiedade e no descompensação alimentar (SALVE, 2006).

Page 32: Obesidade em pauta

32

1.5 CONSEQUÊNCIAS DA OBESIDADE

A obesidade é um problema de saúde pública porque predispõe o organismo à

doenças e a morte prematura (NAHÁS, 1999).

Existem várias consequências da obesidade: insuficiência cardíaca, diabetes,

arteriosclerose, hipertensão cardíaca e aumento da mortalidade, assim um excesso

de peso de 4.5 Kg aumenta a porcentagem de mortalidade em torno de 8; um

excesso de peso de 9 Kg aumenta a porcentagem de mortalidade em 18 e assim por

diante (SALVE, 2006).

Estar obeso ou com sobrepeso não é apenas um problema estético, é um

problema de saúde pública, um dos problemas mais antigos envolvendo a saúde, e

vem preocupando autoridades de todo mundo, devido seu grande aumento na

infância e prevalência na vida adulta. A obesidade e o sobrepeso aumentam os

riscos do desenvolvimento de várias doenças e outros problemas de saúde.

(SALVE, 2006).

O excesso de gordura corporal está relacionado ao aparecimento de

inúmeras disfunções metabólicas e funcionais, tornando um problema atual de

saúde pública (McARDLE, 2003).

Dentre os principais problemas de saúde relacionados à obesidade e ao

sobrepeso, podemos citar:

• Doenças do coração: Angina e Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).

• Hipertensão Arterial (pressão alta).

• Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVCI ou Derrame Cerebral).

• Diabetes tipo 2.

• Colesterol ou triglicerídeos altos.

• Síndrome metabólica: que se caracteriza pela presença de pelo menos quatro

dos fatores de risco cardiovascular citados abaixo:

◦ Aumento da gordura abdominal.

◦ Aumento do colesterol ou triglicerídeos (ou redução do HDL -

colesterol).

◦ Aumento da pressão arterial.

◦ Aumento da glicose sanguínea.

• Câncer.

Page 33: Obesidade em pauta

33

• Osteoartrite.

• Apnéia do sono.

• Problemas reprodutivos: anormalidades menstruais ou até mesmo

infertilidade nas mulheres.

• Pedras na vesícula.

1.6 O PAPEL DO FARMACÊUTICO NA ORIENTAÇÃO DA OBESIDADE

Desde 1960 o profissional farmacêutico passou a desempenhar um papel

importante para a terapia farmacológica junto ao paciente, nascia então à chamada

farmácia clínica, que propôs empregar os serviços farmacêuticos diretamente ao

paciente, conscientizando que esses serviços não seriam somente de dispensar e

orientar o paciente, mas sim de propor possíveis intervenções farmacoterapêuticas,

visando melhorias na qualidade de vida dos pacientes (LIMA DA SILVA, 2005).

Em 1990, com o surgimento do conceito de atenção farmacêutica, o

farmacêutico passou a estabelecer um contato direto com o paciente, no intuito de

avaliar, identificar, ou até mesmo prevenir possíveis problemas que possam ocorrer

durante o tratamento farmacológico, estas ações incluem o profissional farmacêutico

na equipe de profissionais de saúde (LIMA DA SILVA, 2005).

Diante do contexto apresentado neste trabalho, percebe-se a importância da

implementação de medidas intervencionistas no combate e prevenção a este

distúrbio nutricional.

De acordo com Oliveira e Fisberg (2003) algumas áreas merecem atenção

especial, quando se trata de obesidade, sendo educação, a indústria alimentícia e

farmacêutica, meios de comunicação. O farmacêutico como profissional da saúde,

tem papel muito importante no combate deste mal, na orientação sobre todos os

aspectos, mas principalmente com relação aos medicamentos utilizados e na

orientação da automedicação. O farmacêutico deve orientar sobre a ação de

determinado medicamento e as consequências de um uso indiscriminado do

mesmo, uma vez que a maioria dos medicamentos para obesidade são fórmulas que

visam diminuição da hiperfagia.

Page 34: Obesidade em pauta

34

Vale ressaltar ainda que o farmacêutico esta inserido no

grupo responsável pela criação de novos fármacos, composto por cientistas,

médicos e demais pesquisadores (OLIVEIRA e FISBERG, 2003).

O papel do farmacêutico no tratamento da obesidade, é de conscientizar o

paciente/cliente, ou aquele que busca diretamente na farmácia a auto medicação, de

que a obesidade é uma patologia e precisa ser assistida por um médico especialista,

assim como qualquer outra patologia (OLIVEIRA; FISBERG, 2003).

Para o farmacêutico fica alertar os riscos e benefícios dos medicamentos,

propor novos hábitos, mudança no estilo de vida e alimentar, com exercícios e dietas

para auxiliar a redução de peso, orientar quanto as interações e problemas da má

administração medicamentosa (BORSATO, et al., 2008).

Além disso os farmacêuticos como profissional atuante na saúde pública,

podem propor e fazer campanhas educativas para mobilizar os pacientes quanto a

adesão do tratamento. É nesse momento que ocorre a interação entre o

farmacêutico e o médico, é quando surge a integração do trabalho interdisciplinar.

Com esta parceria se estabelece uma somatória de forças, com resultado positivo

junto ao paciente na luta contra a obesidade (BORSATO, et al., 2008).

Page 35: Obesidade em pauta

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2 OBJETIVOS

- Abordar as causas da obesidade.

- Orientações e tratamentos para amenizar o problema de obesidade.

- Relatar as consequências em saúde e social da obesidade em todas as idades.

- Falar do papel do farmacêutico para orientar e amenizar este problema.

- O foco deste trabalho é analisar a inserção do profissional farmacêutico na

prevenção e contribuição na indústria e saúde pública para amenizar o problema

da obesidade em geral, que deixou de ser um problema estético, vem sendo

considerada como um problema de saúde e fator de risco de grande potencial à

saúde humana.

Page 36: Obesidade em pauta

36

3 METODOLOGIA

O estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.

Foi utilizada várias obras, manuais de procedimentos a cerca do tema. A busca

foi feita em bibliotecas em universidades locais, como também em sites como

Bireme, Pubmed, Scielo, MS - Ministério da Saúde, Lilacs e Google Acadêmico.

As palavras chaves utilizadas para pesquisa deste estudo foram: Obesidade,

Causas, Tratamento, Fatores de risco, Obesidade infantil.

Critério de inclusão

- Artigos que contivessem no título ou no resumo as palavras, obesidade, idade de

prevalência, fatores de risco, causas, tratamento;

- Publicações em língua portuguesa, inglesa e espanhola editadas no período de 10

anos (2002 a 2012).

Critérios de exclusão

- Artigos e periódicos não indexados;

- Publicações em sites informativos;

- Publicações que excedem a data de publicação em 10 anos.

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4 JUSTIFICATIVA

Por se se tratar de um problema crescente que preocupa não somente

profissionais da saúde como governos. Por sermos profissionais da área da saúde,

pretendemos atuar na área de saúde pública, abordamos o tema com a finalidade de

fazer alguma proposta de prevenção e orientação que amenize o problema.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O crescimento da obesidade nas últimas décadas no Brasil e no mundo é

alarmante. Dados revelaram que a obesidade e o sobrepeso em adultos dobraram

desde 1980, enquanto o sobrepeso em crianças e adolescentes triplicou.

Mais do que nunca a prática de atividades físicas e a adoção de uma dieta

adequada são fundamentais para manter o peso normal, visando uma vida mais

saudável no presente e no futuro.

No decorrer deste trabalho ficou explícito que a obesidade está associada na

maioria das vezes ao excesso de alimentação, porém existem outros fatores que

favorecem o aumento de peso por exemplo o genéticos, os fisiológicos e os

metabólicos. A falta de exercício físico e uma dieta não balanceada faz com que

cresça o número de pessoas que sofrem deste mal que pode desencadear doenças

como: diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia, maior predisposição artroses

articulares. É importante a detecção da obesidade ainda na infância para evitar que

a criança se torne um adulto obeso e evitar possíveis problemas de saúde ainda na

infância. Estudos mostram atualmente que o exercício físico agregado a uma dieta

balanceada seja a melhor opção para o combate da obesidade. No entanto deve-se

levar em conta a real causa do surgimento da obesidade, analisar cada caso

individualmente, para propor um tratamento mais eficiente.

Também é visível o aumento expressivo dos casos de pacientes submetidos

à cirurgia bariátrica, refletindo um esforço dos médicos em tentar reverter potenciais

complicações associadas à doença e ao mesmo tempo expondo a pequena gama

de opções farmacológicas disponíveis para o tratamento clínico.

Atualmente, no Brasil, existem duas opções de drogas disponíveis para

tratamento da obesidade. São elas: sibutramina e orlistate, sendo liberadas para

tratamento a longo prazo. O orlistate é uma droga com eficácia pequena na redução

de peso, mas tem a seu favor o fato de ser isento de efeitos adversos no sistema

cardiovascular, podendo ser usado com segurança nessa população. A sibutramina

é a droga com mais estudos realizados até hoje e também uma das mais prescritas,

com bons resultados e um perfil favorável de efeitos colaterais.

Mas nada surte um efeito prolongado e duradouro, se não houver uma

educação associada ao estilo de vida, dieta e prática física.

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Todo tratamento seja cirúrgico ou medicamentoso apresenta efeitos negativos

e de riscos a saúde humana.

Como profissionais da saúde, sabemos da importância do farmacêutico neste

contexto, no sentido de criar proposta de prevenção e orientação que amenize o

problema junto a outros profissionais inseridos no campo da Saúde Pública.

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REFERÊNCIAS

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