Oásis - Brasil 24/7 · 7/41 primeira e, em uma série aleatória de testes, olha para o pescoço...

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#193 EDIÇÃO MIDWAY Todos empenhados na destruição do planeta NAS PEGADAS DE SHERLOCK HOLMES Em Londres, na cola do detetive mais famoso do mundo MEU RIO É a nossa cidade. Vamos consertá-la MENTES ESTENDIDAS A MENTE NÃO SE LIMITA AO CÉREBRO OÁSIS

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#193

Edição

MIDWAYTodos empenhados na destruição do planeta

NAS PEGADAS DE SHERLOCK HOLMESEm Londres, na cola do detetive mais famoso do mundo

MEU RIOÉ a nossa cidade. Vamos consertá-la

MENTES ESTENDIDAS

A mEnTE não sE LimiTA Ao cÉrEbro

Oásis

2/41OáSIS . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

A ciência moderna, cartesiana, nos educa para acreditar que a nossa mente está dentro da nossa cabeça, que a atividade mental não é senão a atividade cerebral.

Em vez disso, e na esteira retomada de tradições muito antigas, che-ga agora rupert Sheldrake, um renomado cientista, para sugerir que a nossa mente vai muito além do nosso cérebro; ela se estende através de campos que nos ligam ao nosso meio ambiente e a cada uma das outras pessoas. ou seja, o alcance do campo de ação da nossa mente chega praticamente ao infinito!

Para Sheldrake, os campos mentais estão radicados no cérebro, assim como os campos magnéticos ao redor de ímãs estão radicados nos ímãs em si, ou como os campos de transmissão em torno de celulares estão radicados nos telefones e em suas atividades elétricas internas. Mas, assim

Assim como os cAmpos mAgnéticos se estendem Ao redor de ímãs e os cAmpos eletromAgnéticos em torno de celulAres, cAmpos mentAis estendem-se em torno de

nossos cérebros

OáSIS . Editorial

por

Editor

PEllEgriniLuis

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como os campos magnéticos se estendem ao redor de ímãs e os campos eletromagnéticos em torno de celulares, campos mentais estendem-se em torno de cérebros.

a tese é ao mesmo tempo revolucionária e muito antiga, porque respal-dada por praticamente todas as escolas de sabedoria do passado. a tese dos campos mentais ajudam a explicar a telepatia, a sensação de estar sendo observado e outras habilidades de certa forma comuns, mas inex-plicáveis. acima de tudo, os campos mentais são subjacentes à percepção normal. Eles são parte essencial da visão.

rupert Sheldrake é respeitadíssimo – e ao mesmo tempo muito critica-do pelos seus colegas mais ortodoxos. não se pode negar, no entanto, que ele é uma das personalidades mais interessantes surgidas no meio da ciência nas últimas décadas. não deixe de conferir. Sheldrake é o autor da nossa matéria de capa.

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MENTES ESTENDIDAS A mente não se limita ao cérebro

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omos educados para acreditar que a nossa mente está dentro da nossa cabeça, que a atividade mental não é senão a atividade cerebral. Em vez disso, sugiro

que a nossa mente vai muito além do nosso cérebro; ela se estende através de campos que nos ligam ao nosso meio ambiente e a cada uma das outras pessoas.

Fo cientista rupert sheldrake sugere que nossa mente vai muito além dos limites físicos do nosso cérebro. ela se estende através de campos que nos ligam ao meio ambiente e a cada uma das outras pessoas e demais seres vivos

Por ruPert Sheldrake (*) Fonte: reviSta new dawn

Os campos mentais estão radicados no cére-bro, assim como os campos magnéticos ao redor de ímãs estão radicados nos ímãs em si, ou como os campos de transmissão em torno de celulares estão radicados nos tele-fones e em suas atividades elétricas internas. Assim como os campos magnéticos se esten-dem ao redor de ímãs e os campos eletro-magnéticos em torno de celulares, campos mentais estendem-se em torno de cérebros.

Os campos mentais ajudam a explicar a te-lepatia, a sensação de estar sendo observado e outras habilidades de certa forma comuns, mas inexplicáveis. Acima de tudo, os campos mentais são subjacentes à percepção normal. Eles são parte essencial da visão.

Imagens fora de nossas cabeças

Olhe ao seu redor agora. As imagens que você vê estão dentro do seu cérebro? Ou es-tão fora de você – simplesmente onde pare-cem estar? Segundo a teoria convencional, há um processo de mão única: a luz se move para dentro, mas nada é projetado para fora.O movimento da luz para dentro é bem fami-liar. Enquanto você olha para esta página, a luz refletida se move a partir da página, atra-vés do campo eletromagnético, para os seus olhos. As lentes dos seus olhos focalizam a luz para formar imagens de cabeça para bai-xo em sua retina. Essa luz que incide sobre

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os bastonetes e os cones da retina provoca alterações elé-tricas dentro dessas células, que desencadeiam alterações estampadas nos nervos da retina. Os impulsos nervosos ativam seus nervos ópticos e o cérebro, onde dão origem a complexos padrões de atividade elétrica e química. To-dos esses processos podem ser – e têm sido – estudados em detalhe por neurofisiologistas e outros peritos nas atividades do cérebro e da visão.

Mas então algo muito misterioso acontece. Você cons-cientemente experimenta o que está vendo, a página à sua frente. Você também se torna consciente das palavras impressas e dos seus significados. Do ponto de vista da teoria padrão, não há nenhuma razão pela qual você de-veria estar consciente de tudo. Mecanismos cerebrais de-

veriam continuar muito bem sem consciência.

A teoria padrão da visão se aplica a todas as espécies de animais com olhos formadores de imagem. Ela não explica por que deveria haver visão consciente em qualquer espé-cie animal ou nas pessoas. Existe apenas um processamento de in-formações inconsciente, parecido a um computador, feito pelo sistema nervoso.Em seguida, vem outro problema. Quando você vê esta página, não sente a imagem dela como estando dentro de seu cérebro, onde se su-poria que ela estivesse. Em vez dis-

so, você sente a imagem como estando a cerca de 60 cen-tímetros à sua frente. A imagem está fora do seu corpo.

Por toda a sua sofisticação fisiológica, a teoria padrão não explica sua experiência mais imediata e direta. Supõe-se que toda a sua experiência ocorre dentro do cérebro, não onde ela parece estar.

A ideia básica que estou propondo é tão simples que é difícil de entender. Sua imagem desta página está apenas onde parece estar, na frente de seus olhos, e não por trás de seus olhos. Ele não está dentro de seu cérebro, mas fora do seu cérebro.

Assim, a visão envolve um movimento da luz para den

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rupert Sheldrake

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primeira e, em uma série aleatória de testes, olha para o pescoço do parceiro, ou desvia o olhar e pensa em outra coisa. O início de cada teste é sinalizado por controle re-moto mecânico ou bipe mecânico. Cada teste dura cerca de dez segundos e a pessoa vendada fala em voz alta sua impressão – “está olhando” ou “não está olhando”. Ins-truções detalhadas são dadas no meu portal: www.shel-drake.org.

Mais de 100 mil testes já foram realizados e os resultados são extremamente positivos e altamente significativos em termos estatísticos, com chance de o fenômeno acontecer de um em quatrilhões. A sensação de estar sendo obser

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tro e uma projeção externa de imagens. Através de cam-pos mentais, nossas mentes se estendem para tocar o que estamos olhando. Se olhar-mos para uma montanha a 15 quilômetros de distância, as nossas mentes se esticarão 15 quilômetros. Se olharmos para as estrelas distantes, nossas mentes chegarão aos céus, em distâncias literalmente astro-nômicas.

A sensação de estar sendo observado

Às vezes, quando olho para alguém por trás, ele ou ela se vira e olha diretamente para mim. E às vezes viro de re-pente e encontro alguém olhando para mim. Pesquisas mostram que mais de 90% das pessoas tiveram experi-ências como essas. A sensação de estar sendo observado não deveria ocorrer se a atenção está toda dentro da ca-beça. Mas se isso se estende para fora e nos liga ao que estamos olhando, então nosso olhar poderia afetar o que olhamos. É apenas uma ilusão ou a sensação de estar sendo observado realmente existe?

Essa questão pode ser explorada através de experimentos simples e baratos. Os voluntários trabalham em pares. Uma pessoa se senta com as costas voltadas para a ou-tra, usando uma venda. A segunda pessoa fica atrás da

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vado funciona até mesmo quando as pessoas são olhadas através de circuito fechado de TV. Os animais também são sensíveis ao olhar das pessoas, e as pessoas ao olhar dos animais. Essa sensibilidade parece disseminada no reino animal e pode muito bem ter evoluído no contex-to das relações predador-presa: um animal que sentia quando um predador invisível o estava olhando teria uma chance melhor de sobreviver do que um animal sem esse sentido.

Telepatia

As pessoas instruídas têm sido levadas a acreditar que a telepatia não existe. Como outros fenômenos chamados paranormais ou psíquicos, ele é rejeitado como uma ilu-são.

A maioria das pessoas que defendem essas opiniões não o faz com base em um exame atento das provas. Elas fazem isso porque há um tabu contra levar a telepatia a sério. Esse tabu está relacionado ao paradigma predo-minante ou modelo de realidade dentro da ciência ins-titucional, ou seja, a teoria “mente dentro do cérebro”, segundo a qual a telepatia e outros fenômenos paranor-mais, que parecem implicar tipos misteriosos de “ação a distância”, não pode existir.

Esse tabu remonta pelo menos ao Iluminismo, no fim do século XVIII. Mas este não é o lugar para examinar sua história (que discuto no livro A Sensação de Estar Sendo Observado, publicado no Brasil pela Editora Cultrix). Em vez disso, quero resumir algumas experiências recentes, que sugerem que a telepatia não só existe, mas é uma

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tegorias. Por exemplo, muitos donos de gatos dizem que seu animal parece perceber quando eles estão planejan-do levá-los ao veterinário, mesmo antes de terem pegado a cesta de transporte ou dado qualquer indício aparente quanto à sua intenção. Algumas pessoas dizem que seus cães sabem quando vão ser levados para uma caminhada, mesmo quando estão em uma sala diferente, fora do al-cance da visão ou da audição, e quando a pessoa está ape-nas pensando em levá-los a passear. Claro, ninguém acha esse comportamento surpreendente se isso acontece em um momento de rotina, ou se os cães veem a pessoa se preparando para sair, ou ouvem a palavra “passear”. Eles pensam que isso é telepático porque parece acontecer na ausência de tais indícios.

parte normal da comunicação animal.

Animais paranormais

Meu interesse pela telepatia surgiu há cerca de 25 anos, e comecei nessa época a procurar evidências nesse sentido nos animais que conhecemos melhor, ou seja, os animais de estimação. Logo me deparei com inúmeras histórias de donos de cães, gatos, papagaios, cavalos e outros ani-mais que sugerem que esses animais pareciam capazes de ler suas mentes e intenções.

Por meio de apelos públicos, construí um grande banco de dados de histórias como essas, atualmente com mais de 4.700 relatos. Essas histórias se dividem em várias ca-

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veis de animais, ouvi sobre dezenas de cães e gatos que pareciam antecipar telefonemas de seus proprietários. Por exemplo, se o telefone toca na casa de um conheci-do professor da Universidade da Califórnia em Berkeley, sua esposa sabe quando seu marido está do outro lado da linha porque Whiskins, seu gato malhado cinza, corre para o telefone e põe as patas no receptor. “Muitas vezes ele consegue tirá-lo do gancho e faz miados de apreço que são claramente audíveis para o meu marido, no ou-tro lado”, diz ela. “Se alguém mais telefona, Whiskins não toma conhecimento.” O gato responde mesmo quando o professor telefona para casa de viagens de campo na Áfri

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Uma das afirmações sobre cães e gatos mais comuns e fá-ceis de testar é que eles sabem quando seus donos estão che-gando ao lar, em alguns casos antecipando sua chegada em dez minutos ou mais. Em pes-quisas domiciliares aleatórias na Grã-Bretanha e nos Esta-dos Unidos, meus colegas e eu descobrimos que cerca de 50% dos donos de cães e 30% dos donos de gatos acreditam que seus animais antecipam a chegada de um membro da família. Através de centenas de experimentos em vídeo, eu e meus colegas temos mostra-do que os cães reagem a inten-ções de seus donos para voltar para casa mesmo que estes estejam a muitos quilômetros de distância, ou quando retornam em momentos aleato-riamente escolhidos, ou ainda quando vêm em veículos estranhos, como táxis. A telepatia parece ser a única hi-pótese que pode explicar os fatos. (Para mais detalhes, consulte meu livro Cães Sabem Quando Seus Donos Es-tão Chegando, publicado no Brasil pela Editora Objeti-va.)

Telepatia em telefonemas

No curso da minha pesquisa sobre poderes inexplicá-

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no mundo moderno.

Isso é tudo uma questão de coincidência e memória seletiva, pela qual as pessoas se lembram apenas de quando alguém em que estavam pensando ligou e se esque-cem de todas as vezes em que estavam erradas? A maioria dos céticos assume que esse é o caso, mas, até recentemente, nunca houve nenhuma pesquisa científica sobre o assunto.

Desenvolvi um experimento simples para testar a telepatia telefônica. Os partici-pantes recebem um telefonema de um de quatro diferentes chamadores em um

momento predeterminado, e eles mesmos selecionam os chamadores, geralmente amigos íntimos ou membros da família. Para cada teste, o chamador é escolhido ale-atoriamente pelo experimentador, jogando um dado ou usando um gerador de números aleatórios computado-rizado. O participante tem que dizer quem é o chamador antes que este fale algo. Se as pessoas estiverem apenas adivinhando, acertarão uma vez em quatro, ou 25% das vezes.

Fizemos mais de 800 desses testes, e a taxa média de su-cesso é de 42%, bem acima do nível de chance de 25%, com probabilidades astronômicas contra o acaso.Também realizamos uma série de testes em que dois dos quatro participantes eram familiares, enquanto os outros dois eram estranhos, cujos nomes os participantes sa-biam, mas a quem não haviam visto. Nas chamadas de

ca ou na América do Sul.

Isso me levou a refletir que eu mesmo havia tido esse tipo de experiência, em que havia pensado em pessoas sem nenhuma razão aparente que logo depois me ligavam. Perguntei à minha família e a amigos se eles nunca ti-nham tido essa experiência e logo descobri que a maioria era muito familiarizada com ela. Alguns disseram que sabiam quando sua mãe ou namorada ou outra pessoa significativa estava ligando porque o telefone soava de forma diferente!

Por meio de extensas pesquisas, meus colegas e eu des-cobrimos que a maioria das pessoas tiveram experiências aparentemente telepáticas com chamadas telefônicas. Na verdade, esse é o tipo mais comum de telepatia aparente

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Mentes estendidas

Os estudos de laboratório feitos por parapsicólogos já forneceram evidências estatisticamente significativas para a telepatia (bem analisadas por Dean Radin em seu livro Conscious Universe, Harper). Mas a maioria das pesquisas de laboratório mostrou efeitos bastante fra-cos, provavelmente porque a maioria dos participantes e “transmissores” eram estranhos um ao outro, e a telepa-tia normalmente depende de laços sociais.

Os resultados de experiências de telepatia telefônica mostraram efeitos muito mais fortes e repetitivos porque

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familiares, a taxa de sucesso foi de 56%, altamente significativa em termos estatísticos. Com estranhos a taxa estava no nível do acaso, em consonância com a observação de que a telepatia geralmente ocorre entre pessoas que compartilham laços emocionais ou sociais.

Além disso, descobrimos que es-ses efeitos não diminuem com a distância. Alguns dos nossos par-ticipantes eram da Austrália ou da Nova Zelândia, e eles podiam identificar quem estava ligando igualmente bem, estivessem os chamadores no Hemisfério Sul ou a apenas alguns quilômetros de distância, em Londres.

E-mails e mensagens de texto telepáticas são a versão mais recente desse fenômeno, e uma extensa série de experi-mentos com e-mails tem dado resultados muito semelhan-tes aos testes de telefone: positivos e muito significativos estatisticamente. (Os detalhes de toda essa pesquisa sobre telepatia nas pessoas e nos animais de estimação estão pu-blicados em uma série de artigos em revistas e jornais, e os textos completos estão disponíveis em meu portal.)

Uma versão automatizada do teste de telepatia telefônica que funciona em celulares pode ser acessado a partir do Online Experiments Portal em meu site, www.sheldrake.org.

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ou a audição de vozes, e às vezes em so-nhos. Muitas pessoas e animais reagem quando as pessoas a quem estão ligadas sofrem um acidente, ou estão morren-do, mesmo se isso estiver acontecendo a muitos quilômetros de distância.

Há uma analogia para esse processo na física quântica: se duas partículas foram parte de um mesmo sistema quântico e estão separadas no espaço, elas mantêm uma misteriosa conexão. Quando Eins-tein percebeu essa implicação da teoria quântica, pensou que a teoria devia es-tar errada, porque isso implicava o que ele chamou de “ação fantasmagórica à distância”. Experimentos têm mostrado que a teoria quântica está certa e Eins-tein estava errado. Uma mudança em

uma parte separada de um sistema pode afetar a outra instantaneamente. Esse fenômeno é conhecido como não localidade quântica ou não separabilidade.

A telepatia, assim como a sensação de estar sendo ob-servado, só é paranormal se definirmos como “normal” a teoria de que a mente está confinada ao cérebro. Mas, se a nossa mente vai além do nosso cérebro, assim como parece ocorrer, e se conecta com outras mentes, assim como parece ocorrer, então fenômenos como a telepatia e a sensação de estar sendo observado parecem normais. Eles não são assustadores e estranhos, nas margens da psicologia humana anormal, mas fazem parte da nossa natureza biológica.

envolvem pessoas que se conhecem bem. Descobri tam-bém que há ligações telepáticas marcantes entre mães que amamentam e os seus bebês. Da mesma forma, as reações telepáticas dos animais de estimação aos seus donos dependem de fortes laços sociais.

Sugiro que esses laços são aspectos dos campos que ligam os membros de grupos sociais (o que chamo de campos mórficos) e que atuam como canais para a transferência de informações entre os membros separados do grupo. Telepatia significa literalmente “sentimento distante” e, normalmente, envolve a comunicação de necessidades, intenções e angústia. Às vezes, as reações telepáticas são experimentadas como sensações, às vezes como visões

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cisco, e professor convidado do Graduate Institute, em Connecticut, nos Estados Unidos. Ele vive em Londres com sua esposa, Jill Purce, e seus dois filhos. Seu portal é www.sheldrake.org.

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É claro que não estou dizendo que o cérebro é irrelevante para a nossa compreensão da mente. É muito relevante, e os recentes avanços na pesquisa sobre o cérebro têm mui-to a nos dizer. Nossas mentes estão centradas em nossos corpos, e em nossos cérebros em particular. No entanto, elas não estão confinadas aos nossos cérebros, mas se esten-dem para além deles. Essa exten-são ocorre através dos campos da mente, ou campos mentais, que existem dentro e fora dos nossos cérebros.

A ideia da mente estendida faz mais sentido para a nossa expe-riência do que a teoria da mente dentro do cérebro. Acima de tudo, ela nos liberta. Já não estamos presos dentro do limite estreito dos nossos crânios, nossas mentes separadas e isoladas umas das outras. Já não estamos alienados dos nossos corpos, de nosso meio ambiente e de outras pessoas. Estamos inter-ligados.

(*) Rupert Sheldrake é biólogo e autor de dez livros e de mais de 80 artigos em revistas científicas. Ele foi membro do Clare College, de Cambridge, e pesquisador membro da Royal Society. De 2005 a 2010, ele foi o di-retor do Projeto Perrott-Warrick, financiado pelo Trini-ty College da Universidade de Cambridge. Ele é membro do Instituto de Ciências Noéticas, perto de San Fran-

MIDWAY Todos empenhados na destruição do planeta

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as tartarugas marinhas também confundem plásticos com comida, e os ingerem. Com resultados mortais

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atol de Midway é uma ilha de 5,2 km quadrados com cerca 3 mil habitantes, situada na par-te ocidental do arquipélago das ilhas Havaí, no Oceano Pacífico. Descoberto em 1859, constitui hoje um distrito geográfico con-

trolado pelos Estados Unidos, país ao qual o

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o atol de midway está situado no coração do pacífico. A civilização dos plásticos é aquela que criamos para nós. Quando ambos se encontram, quem paga a conta é a própria vida. este é um breve vídeo que documenta o quanto estamos empenhados em destruir o planeta terra

Por: equiPe oáSiS

arquipélago foi anexado em 1867.

A civilização do plástico está distante 3.200 quilômetros de Midway. No entanto, vejam os estragos que ela consegue fazer até mes-mo nesse exíguo e tão distante território. Eles foram documentados num vídeo forte, perturbador, mas que precisa ser visto. Mais que visto, precisa se tornar objeto de muita reflexão. Apresentamos apenas uma pequena parte das suas imagens, mas elas já são suficientes para mostrar do que se trata.

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Plásticos encontrados nas vísceras deste albatroz

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Nem sequer são necessárias muitas palavras ou legen-das explicativas. As imagens falam por si. Midway, um curta-metragem de Chris Jordan, é uma viagem ao co-ração de uma tragédia ambiental extraordinariamente simbólica. Na superfície de uma das ilhas mais distan-tes do nosso planeta, milhares de albatrozes morrem de forma horrível. Eles confundem pedaços de plástico tra-zidos pela corrente marinha com comida. E, na sua ino-cência, não apenas os comem como os levam para seus filhotes que ainda estão nos ninhos.

A culpa do morticínio é inteiramente nossa, e a pergun-ta a ser formulada e respondida é: Temos o direito de fazer isso?

Vídeo:

http://vimeo.com/25563376

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Mergulhadores da marinha norte-americana tentam remover parte da poluição das águas do atol de Midway

alguns objetos de plástico encontrados nos estômagos de albatrozes de Midway

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NAS PEGADAS DE SHERLOCK HOLMESEm Londres, na cola do detetive mais famoso do mundo

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Cartaz na entrada da exposição sobre Sherlock holmes, no Museu de londres

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Foto da zona londrina de high holborn, no Museu de londres, à época de holmes

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as pegadas de Sherlock Holmes Sua viagem pode começar no Museu de Londres, na capital da Inglaterra. Até o dia 12 de abril, o conceituado espaço cultural londrino é palco da exposição “Sherlock Holmes: The man who has never lived and will never

die” (“Sherlock Holmes: o homem que nunca viveu e nunca irá morrer”).

Mais do que reunir objetos do fascinante acer-

NVocê é fã do famoso detetive britânico? então vá para a grã-bretanha explorar os lugares que inspiraram o médico e autor escocês sir Arthur conan doyle a escrever fantásticas histórias sobre o personagem criado por ele em 1887

Por Fabíola MuSarra (*)

vo vitoriano e eduardiano do museu (www.museumoflondon.org.uk) e diversos itens emprestados de outros países, a exposição é um irresistível convite para mergulhar no universo do maior detetive fictício de todos os tempos. Entre as peças expostas, destaque para o emblemático casaco Belstaff e o so-bretudo Derek Rose usado pelo ator Benedict Cumberbatch no seriado de televisão da BBC.

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a mostra trata de vários aspectos do famoso detetive. Sua inteligência e sagacidade, caráter boêmio, ironia, elegância, honestidade de princípios

Cumberbatch e Martin Freeman foram os atores que res-pectivamente interpretaram Sherlock Holmes e o doutor John Watson nos seriados televisivos em que eles per-corriam as ruas londrinas sempre tentando solucionar a próxima charada.

Para seguir as trilhas dos dois personagens em Londres, comece com uma visita ao famoso endereço de Sherlock e Watson, 221B Baker Street. Embora o local não exista, a fachada do apartamento vista na série foi filmada na rua 187 North Gower Street, situada a 25 minutos de ca-minhada da Baker Street. Se for até o local de metrô, a estação mais próxima é a Euston Square.

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o Speedy Café, em londres

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o hospital Saint bartholomew, em londres

Ao lado fica o Speedy’s Sandwich Bar and Café (www.speedyscafe.co.uk). Retratada em diversas ocasiões, a cafeteria transformou-se em uma meca para os fãs de Sherlock, principalmente por ser o local onde Cumberba-tch lanchava durante as filmagens. Experimente o “Wrap Sherlock” da casa – frango, bacon, queijo cheddar, alface crocante, cebola roxa, pimentão vermelho, pepino e mo-lho picante. Pelo metrô, a Euston Square é a estação mais próxima.

Também o Hospital St Bartholomew, em West Smi-thfield, é outro marco londrino das aventuras de Sherlo-ck. Lendário ponto de encontro inicial de Holmes e Wat-son, a construção abriga o terraço do confronto final

entre o detetive e seu eterno inimigo Moriarty, seguido do salto mortal no final da terceira temporada.Embora não seja possível subir até lá, dá para relembrar o momento do ponto de vista de Watson, no térreo, de onde você também pode admirar a belíssima arquitetura do século 18 da edificação. A estação de metrô mais pró-xima é St Paul’s.

Holmes e Watson também percorreram a colorida Ger-rard Street, no coração da Chinatown de Londres (www.chinatownlondon.org), quando estavam a caminho da loja oriental de raridades The Lucky Cat, no episódio “The Blind Banker”. Aproveite para admirar os tradicio-nais portões situados nas duas extremidades da rua antes de se render ao delicioso aroma de pato assado. A estação de metrô mais próxima é Leicester Square.

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A Torre de Londres é a última parada das travessuras de Moriarty em Londres, onde ele deixa a mensagem “Get Sherlock” e coloca as joias da coroa. É possível vê-las de perto em um passeio pela torre, no qual você também vai conhecer a sangrenta história do local. Anote: a estação de metrô mais próxima é Tower Hill. Abre às 9h. Adultos pa-gam 22 libras (R$ 82) e os ingressos podem ser adquiridos na loja online do VisitBritain (www.visitbritainshop.com/brasil).

Siga para Strand, na região central de Londres, e visite o Teatro Lyceum (www.lyceum-theatre.co.uk), onde ocor-riam as reuniões de “O Signo dos Quatro”, e dê uma olha

Chinatown, o bairro chinês de londres

a ponte da torre de londres, ícone maior da capital da Grã-bretanha

da na linda Royal Opera House (www.roh.org.uk) nas proximidades, um dos lugares favoritos de Sherlock. Ainda nessa região, saboreie uma refeição no restaurante predileto do detetive, o Simpson’s in the Strand (www.simpsonsinthestrand.co.uk), e prove a tradicional comi-da britânica observando o intenso vaivém das pessoas no Strand, como Sherlock fazia.

Outro lugar que também merece uma visita é o The Crite-rion (www.criterionrestaurant.com) virando a esquina de Piccadilly, onde originalmente Conan Doyle imaginou o encontro entre Sherlok e o Watson, em seu Long Bar.

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Continue em direção a Blooms-bury para ver um ícone de Lon-dres, o Museu Britânico (www.britishmuseum.org), bastante frequentado pelo detetive para realizar suas pesquisas. Dali, pegue o metrô e siga para a Ca-tedral de St Paul (www.stpauls.co.uk), onde foram filmadas cenas importantes do filme de Sherlock de 2009.

Depois de toda essa Incrível aventura é hora de voltar para casa. Para se consolar (a gente sempre fica meio triste na hora de se despedir de um lugar), compre um livro com uma in-crível história de Sherlok para ler no avião e bom retorno à sua vida normal!

Magnífica visão do interior da Catedral de São Paulo, em londres

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a ballon aktion, montada em frente à Porta de brandenburgo, em berlim

Para celebrar o fato histórico e a nação unificada foram organiza-das várias atividades. Na capital alemã, a programação inclui atra-ções, como a Ballonaktion, uma instalação com oito mil balões brancos biodegradáveis ilumina-dos de hélio, que podem ser vis-tos ao longo da antiga fronteira do muro. A fronteira feita de luz e erguida como um símbolo de esperança para um mundo sem muros tem 12 km de comprimen-to e atravessa toda a região cen-tral, podendo também ser visita-da em tours temáticos.

A programação da primeira se-mana de festividades também foi integrada pela reabertura do Do-cumentation Center (Memorial do Muro de Berlim), por um con-certo da Filarmônica de Berlim e pela apresentação da Orquestra

Jovem da União Europeia no Check-Point Charlie. Ainda em Berlim, a exposição permanente, “25 Anos da Queda do Muro”, foi inaugurada na cerimônia de abertura do evento.

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Os 25 anos da queda do Muro de BerlimConsiderado um dos mais importantes fatos históricos da Alemanha e do mundo, a queda do Muro de Berlim está completando 25 anos. “Derrubado” no dia 9 de novembro de 1989, o muro foi ícone da Guerra Fria e um dos maio-res símbolos ideológicos de controle sobre uma nação, dividindo Berlim no período de 1961 a 1989.

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Carnaval na terra do jazzQuando se fala em jazz, New Orleans, nos Estados Unidos, imediatamente é lembrada. Mas, apesar da merecida fama internacional e de concentrar excelentes músicos, shows e festivais do gênero, todo o mês de fevereiro a cidade deixa de lado o jazz e entra no ritmo do Mardi Grass, o carnaval dos norte-americanos. Bandas, carros alegóricos e muita música invadem as ruas de News Orleans, especial-mente as do French Quarter, um de seus mais antigos bairros.

Participar da pitoresca festa popular dos Estados Unidos curtindo a vida a bordo do Norwegian Dawn em um cruzeiro pelo Caribe é a proposta deste roteiro de sete dias da Firstar. Ele começa e termina em New Or-leans, durante o período do Mardi Gras, e navega pelo Caribe Oeste, aportando em Cozumel e Costa Maya (México), Belize City (Belize) e Roatán (Hondu-ras).

Em 2015, o Mardi Gras (traduzido do francês é literalmente Terça Gorda) cai no dia 17 de fevereiro, mas é bom lembrar que a festa começa duas semanas antes. Para facilitar a vida de quem quer fazer o cruzeiro e também participar do animado Carnaval de New Orleans, o Norwegian Dawn tem saídas nos dias 8, 15 e 22 de fevereiro. E se a ideia é visitar a New Orleans

bourbon Street , o coração do carnaval de nova orleans. Foto por kathy anderson

da boemia, das noites de jazz e dos passeios no Missis-sipi, há saídas desse mesmo cruzeiro ainda este ano, em todas as semanas de dezembro, e também em janeiro, março e abril.

Custa a partir de US$ 650 por pessoa, em cabine com varanda. Informações: Firstar Representações, tels. (11) 3253-7203 e (21) 3553-7646.

tos. No total, são 850 lugares disponíveis para venda imedia-ta durante a alta temporada. O fretamento atenderá também os passageiros que desejam conhe-cer a Riviera Maya, destino vi-zinho de Cancun. Informações: CVC, tel. (11) 3003-9282, www.cvc.com.br.

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uma das praias de Cozumel

Cancun tem voo fretado na alta temporada

Entre os dias 20 de dezembro e 17 de janeiro de 2015, a CVC vai disponibilizar mais um voo fretado para Cancun, no México. Realizada em parceria com a GOL, a operação sairá de São Paulo e fará escala em Manaus (AM), seguin-do para o balneário mexicano.

As partidas acontecem aos sábados e oferecem 170 assen-

Corrida de em Buenos AiresA charmosa Buenos Aires, capital da Argentina, no próximo dia 7 de dezembro, vai ser palco do Circuito das Estações – Etapa Verão, uma corrida de rua que já reuniu mais de 260 mil participantes em todas as suas edições pelo Brasil e que desembarca agora no país vizinho.Tendo em vista o crescente núme-ro de adeptos dessa prática espor-tiva, a CVC se uniu à O2, empresa organizadora de corridas de rua, para formatar e comercializar, com exclusividade no Brasil, roteiros de viagens para a Etapa Buenos Aires do Circuito das Estações. Os novos pacotes incluem a inscrição para o evento, massagem relaxante após a corrida, traslados até o local da prova e almoço, entre outras co-modidades. Informações: CVC, tel. (11) 3003-9282, www.cvc.com.br.

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Circuito das estações, em buenos aires

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estação viajologia, foto de haroldo Castro

Exposição de fotos “Estação Viajologia” estreia no metrô Sé

Uma volta ao mundo sem sair do metrô. Essa é a propos-ta da exposição Estação Viajologia, de Haroldo Castro, que tem início em 12 de novembro, na estação de metrô Sé, em São Paulo. Com imagens captadas ao longo de sua extensa carreira como fotógrafo de viagem, a mostra é uma jornada por algumas das maravilhas do planeta, que marcam a trajetória do fotógrafo e jornalista.

“Reuni algumas de minhas imagens preferidas, muitas já destacadas em minhas crônicas e reportagens publicadas nos últimos dez anos”, diz Haroldo Castro. “São fotos de templos antigos que me fizeram sonhar, festivais coloridos que provo-caram surpresas, de pessoas emblemáticas que cliquei pelos caminhos e de uma natureza ex-traordinária que marcou meus passos por tantas terras.”

A paixão de Haroldo Castro pela viagem começou cedo. Em 1974, foi da França à Índia de carro, atravessando o Irã e o Afeganis-tão, quando poucos ousavam se aventurar por aqueles lados. Ainda nos anos 1970, percor-reu, durante dois anos, países da América Latina numa Kom-

bi, fotografando e escrevendo para revistas e jornais. Em 2010, embarcou com seu filho Mikael em uma de suas maiores empreitadas. Juntos, numa Land Rover bem aparelhada, percorreram 40 mil km por 18 países africa-nos, jornada que resultou na obra “Luzes da África” (Ed. Civilização Brasileira, 2012). Hoje, ele tem em seu currí-culo de viagens 165 países.

“A viagem foi e é a minha principal escola. A experiência de viajar traz experiências que ficam gravadas para sem

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lalibela, na etiópia, foto de haroldo Castro

As legendas de cada imagem trazem uma informação adi-cional abreviada, ressaltando dados culturais que não são óbvios na foto. “Um exemplo é revelar o esplendor dos tem-plos edificados no século 12 na África e na Ásia. Nessa mesma época, foram construídas as igrejas de Lalibela na Etiópia, o santuário hinduísta Angkor Wat no Camboja e milhares de pagodas budistas em Bagan em Mianmar”, afirma.

Na data da inauguração da mostra, o autor estará presente dentro da estação do metrô das 18h30 às 20h, para conversar com interessados. A exposição ficará na estação Sé até o dia 30 de novembro. Em dezembro, do

dia 9 ao dia 30, será transferida para a estação Clínicas e em janeiro, de 5 a 30, para a estação Luz.

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a mostra estação viajologia, de haroldo Castro, mostra fotos de rara beleza

pre na alma”, afirma o fotógrafo. Por isso, cunhou a pala-vra Viajologia para expressar a “ciência e a arte de viajar, uma oportunidade privilegiada de aprender com culturas diferentes”, diz.

Destacando o belo e o inusitado, sem cair em clichês, Castro pretende trazer com suas fotografias muita in-formação, cultura e curiosidades de lugares longínquos e pouco conhecidos dos brasileiros. As 35 fotografias da mostra enfatizam situações em 17 países de quatro conti-nentes.

Planeje suas fériasSe você já está organizan-do as férias de sua família, essas dicas são para você: o Blue Tree Park Búzios e o Blue Tree Park Lins, dois empreendimentos que estão com pacotes e programa-ções especiais para o verão. O primeiro é um dos mais completos resorts do Rio de Janeiro. Instalado em um cenário paradisíaco, oferece mais de 30 opções de lazer e programas especiais para agitar as férias da garotada e dos adultos.

Já o segundo fica em Lins, interior de São Paulo. Pos-sui um dos maiores com-plexos de águas minerais e termais do Brasil. Sua pro-gramação para o período inclui check-in animado com equipe de circo, shows de mágica, oficina de malabares e clínicas de futebol, entre outras atividades. Disponibiliza uma praça de águas, ar-borismo, tirolesa, quadras esportivas, pista de cooper, saunas, fitness center, lago para pesca, toboáguas e uma bola orbital, por meio da qual é possível “andar” sobre a água. Informações: www.bluetree.com.br.

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Panorama do resort blue tree Park, em buzios

Aplicativo oferece horários de ônibus de Volta Redonda em tempo real Passageiros de ônibus urbanos de Volta Redonda (RJ) já têm à disposição o CittaMobi, um recém-lançado aplica-tivo gratuito de celular que fornece em tempo real os ho-rários dos ônibus, a localização dos pontos de parada, os terminais da cidade e outras informações, possibilitando que os usuários planejem os percursos antes de sair de casa ou do trabalho.

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O CittaMobi pode ser baixado gratuitamente nas lojas Goo-gle Play ou Apple Store. O site www.cittamobi.com.br também pode ser acessado de celulares Windows Phone ou com ou-tros sistemas operacionais e de desktops e notebooks.

o volksbus, em frente à Prefeitura de volta redonda

Festa D’Ajuda agita a baiana CachoeiraAté o dia 25 de novembro, a cidade de Cachoeira, um dos principais destinos do turismo religioso da Bahia, realiza a Festa D’Ajuda, evento que todos os anos atrai milhares de devotos católicos, principalmente do Recôncavo. Realizada há mais de 400 anos, a iniciati-va é uma das manifestações populares mais antigas do Estado.

A Festa D’Ajuda homena-geia a padroeira da primeira capela de Cachoeira, mu-nicípio situado a 110 km de Salvador, a atual Igreja de Nossa Senhora da Ajuda, erguida a mando dos anti-gos senhores de engenho da cidade. A manifestação religiosa é organizada pela Irman-dade de Nossa Senhora D’Ajuda.

A programação do evento mescla o sagrado e o profano, com tríduo, procissão, missa, fanfarras, terno e samba de roda. E, embora os festejos tenham começado no dia 9, ainda há muita coisa rolando. Anote algumas delas: dias 18 e 21 de novembro, grupos de foliões seguem em dire-

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ção ao Centro Histórico no compasso e som eletrizante de fanfarras. Dia 23, no Largo D’Ajuda, acontecem shows de grupos de samba de roda e a apresentação do Terno da Alvorada. Informações: (75) 8202-9190.

Pregão da Festa d'ajuda, em Cachoeira, na bahia

Pantanal ganha nova atraçãoA partir de dezembro, quem for para Campo Grande (MS) terá mais uma opção de lazer: o Aquário do Panta-nal, cujo nome oficial é Centro de Pesquisa, Desenvolvi-mento, Inovação e Difusão do Conhecimento sobre a Bio-diversidade Pantaneira. O espaço abrigará a Galeria de Aquários, desenhada pelo arquiteto Ruy Ohtake, com 18 tanques internos e seis externos, reunindo mais de 260 espécies, entre peixes, invertebrados, répteis e mamífe-ros.

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Além dos aquários e aquaterrá-rios retratando a biodiversidade dos ambientes aquáticos do Pan-tanal, também funcionarão no local o Museu Interativo da Biodi-versidade, o Centro de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Bioeconomia e a Biblioteca Digital da Biodiversidade. A data de inau-guração do aquário ainda não foi definida.

(*) Correspondência para a seção “Viagem Oásis” de-verá ser enviada a Fabíola Musarra: [email protected]

Seção do aquário do Pantanal, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul

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MEU RIOÉ a nossa cidade. Vamos consertá-la

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tivista da mobilização política, Alessandra Orofino fundou no Rio de Janeiro a Meu Rio, hoje uma das mais vastas redes de mobili-zação de opinião pública daquela cidade (http://www.nossascida-des.org/)

Depois de trabalhar como pesqui-A

com frequência as pessoas se sentem excluídas da política, até mesmo no nível de suas próprias cidades. mas a ativista urbana Alessandra orofino acredita que isso possa mudar, utilizando-se uma mistura de tecnologia e conexões humanas. compartilhando exemplos de sua cidade natal, o rio de Janeiro, ela diz: “cabe a nós decidir se queremos escolas ou estacionamentos, projetos de reciclagem ou canteiros de obras, carros ou ônibus, solidão ou solidariedade.”

vídeo: ted – ideaS worth SPreadinGtradução de GuStavo roChareviSão de túlio leão

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sadora de campo no Brasil e na Índia, en-trevistando garotas vítimas de violência do-méstica, Alessandra decidiu fundar a Meu Rio em 2011. A organização tem mostrado ser capaz de influenciar a política local “de baixo para cima”, ou seja, mobilizando a opinião pública para que se manifeste po-liticamente. Essa ação é exercida pondo-se em moto uma combinação de ações in loco e de plataformas on-line criadas a partir de um design personalizado para as diferentes formas de comunicação digital.

Alessandra Orofino é formada em economia e direitos humanos pela Columbia Univer-sity. Ela acredita na político participativa e nas cidades como sendo o lugar ideal para uma reinvenção da democracia represen-tativa. Meu Rio dispõe hoje de um quadro vasto de cerca 140 mil colaboradores.

aleSSandra oroFino

Vídeo integral da palestra de Alessandra Orofino no TED

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Tradução integral da palestra de Alessandra Orofino no TED

54% da população mundial mora nas nossas cidades. Em países em desenvolvimento, um terço de sua população vive em favelas. 75% do consumo global de energia acontece nas cidades, e 80% das emissões de gases que causam o aquecimento global vêm de nossas cidades. En-tão, coisas que vocês e eu podemos encarar como problemas globais, como mudanças climáticas, a crise energética ou a pobreza, são na ver-dade, em muitos aspectos, problemas urbanos. Eles não vão se resolver a não ser que as pessoas que vivem em cidades, como a maioria de nós, comecem de fato a fazer um trabalho melhor, porque neste momento, não estamos fazendo um trabalho muito bom. Isso fica muito claro quando observamos três aspectos da vida urbana: primeiro, a disposi-ção de nossos cidadãos de se envolver com instituições democráticas; segundo, a habilidade de nossas cidades de realmente incluir todos os seus habitantes; e, por último, nossa própria habilidade de viver vidas felizes e realizadas.

Quando se trata de envolvimento, os dados são bem claros. A partici-pação dos eleitores pelo mundo atingiu um máximo no final dos anos 80, e vem decaindo a um ritmo nunca antes visto. Se esses números já são ruins a nível nacional, a nível municipal, são desanimadores. Nos últimos dois anos, duas das democracias mais antigas e consolidadas do mundo, Estados Unidos e França, tiveram eleições municipais por todo o país. Na França, a participação dos eleitores atingiu um recorde mínimo. Quase 40% dos eleitores decidiram não aparecer. Nos Esta-dos Unidos, os números foram ainda mais assustadores. Em algumas cidades americanas, a participação eleitoral chegou próxima de 5%! Vou deixá-los absorver por um segundo. Estamos falando de cidades democráticas, nas quais 95% das pessoas decidiram que não era im-portante eleger seus líderes. A cidade de Los Angeles, uma cidade de 4 milhões de pessoas, elegeu seu prefeito com pouco mais de 200 mil votos. Foi a participação mais baixa que a cidade já teve em 100 anos. Bem, aqui, na minha cidade do Rio, apesar do voto obrigatório, quase 30% do eleitorado escolheu ou anular seu voto ou ficar em casa e pagar

uma multa nas últimas eleições municipais.

Quando falamos de inclusão, nossas cidades também não são os melhores casos de sucesso e, novamente, não é necessário ir muito longe para achar prova disso. A cidade do Rio é incrivel-mente desigual. Este é o Leblon. O Leblon é o bairro mais rico da cidade. E este é o Complexo do Alemão. É aqui que vivem mais de 70 mil dos habitantes mais pobres da cidade. O Leblon tem um IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, de 0,967. Maior do que o da Noruega, Suíça ou Suécia. O Complexo do Alemão tem um IDH de 0,711. Fica numa posição entre o IDH da Argélia e do Gabão. Então o Rio, como tantas cidades no Sul global, é um lugar onde pode-se ir do Norte Europeu até a África subsaariana num tempo de 30 minutos. Se você for de carro. Se pegar o transporte público, são cerca de duas horas.

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alessandra orofino no ted

Tradução integral da palestra de Alessandra Orofino no TED

Por último, talvez o mais importante, as cidades, com a incrível riqueza de relações que elas permitem, poderiam ser o lugar ideal para que a fe-licidade humana prosperasse. Nós gostamos de estar perto de pessoas. Somos animais sociais. Em vez disso, países onde a urbanização já atin-giu os máximos parecem ser exatamente os países nos quais as cidades já não nos fazem mais felizes. A população dos Estados Unidos já sofreu uma baixa geral em quocientes de felicidade nas últimas três décadas, e o principal motivo é este. O jeito americano de construir cidades fez com que espaços públicos de boa qualidade praticamente desapareces-sem em muitas cidades americanas. Como resultado, eles observaram uma decadência nas relações entre as pessoas, nas coisas que nos fazem felizes. Muitos estudos mostram um aumento da solidão e uma queda da solidariedade, da honestidade e da participação social e cívica.

Como começamos a construir cidades que façam com que tenhamos importância? Cidades que valorizam seu patrimônio mais importan-

te: a incrível diversidade das pessoas que ali moram? Cidades que nos façam felizes? Acredito que se quisermos mudar nos-sas cidades, temos que mudar de fato os processos de tomada de decisão que nos levaram aos resultados que temos hoje em dia. Precisamos de uma revolução da participação, e precisa-mos disso rápido. A ideia de que o voto é nosso único exercício como cidadãos não faz mais sentido. As pessoas estão cansadas de serem tratadas como indivíduos poderosos apenas a cada poucos anos, quando chega a hora de delegar esse poder para outra pessoa. Se os protestos que tomaram o Brasil em junho de 2013 nos ensinaram algo, foi que cada vez que tentamos exercer nosso poder fora do contexto eleitoral, somos reprimidos, humi-lhados ou presos. Isso precisa mudar, porque quando mudar, as pessoas não só vão se envolver novamente com as estruturas re-presentativas, mas vão também complementar essas estruturas com tomadas de decisão diretas, efetivas e coletivas, tomadas de decisão do tipo que ataca a desigualdade pela sua própria natu-reza inclusiva, tomadas de decisão do tipo que pode transformar nossas cidades em lugares melhores para se viver.

Mas há um detalhe, obviamente: possibilitar a participação ge-neralizada e redistribuir o poder pode ser um pesadelo logístico, e é aí que a tecnologia desempenha um papel incrivelmente útil, possibilitando que as pessoas se organizem, comuniquem-se e tomem decisões sem que precisem estar todas no mesmo lugar, ao mesmo tempo.

Infelizmente para nós, quando se trata de fomentar processos democráticos, nossos governos municipais não usaram todo o potencial da tecnologia. Até agora, a maioria dos governos mu-nicipais foram eficientes em usar a tecnologia para transformar os cidadãos em sensores humanos que dão às autoridades da-dos sobre a cidade: buracos, árvores caídas, lâmpadas que

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Zona Sul do rio de Janeiro

Tradução integral da palestra de Alessandra Orofino no TED

bradas. Eles também convidaram as pessoas, em menor escala, para melhorar os resultados de decisões que já estavam tomadas para elas, como minha mãe quando eu tinha oito anos e ela me dizia que eu tinha uma escolha: eu tinha que estar na cama às 20 horas, mas eu podia escolher meu pijama rosa ou meu pijama azul. Isso não é participação e, realmente, os governos não têm sido muito bons em usar a tecnolo-gia para possibilitar a participação no que de fato interessa; a maneira como distribuímos nosso orçamento, a maneira como ocupamos nos-sa terra, e a maneira como gerenciamos nossos recursos naturais. Es-ses são os tipos de escolhas que podem realmente impactar problemas globais que se manifestam em nossas cidades.

A boa notícia, e eu tenho boas notícias para compartilhar, é que não precisamos esperar que os governos façam isso. Eu tenho razões para crer que é possível que os cidadãos construam suas próprias estrutu-ras de participação. Há três anos, cofundei uma organização chamada Meu Rio. Nós facilitamos às pessoas da cidade do Rio que se organi-zem a respeito de causas e lugares com os quais elas se importam em sua própria cidade, e que tenham um impacto nessas causas e lugares diariamente. Nesses últimos três anos, Meu Rio cresceu para se tornar uma rede de 160 mil cidadãos do Rio. Cerca de 40% desses membros são jovens de 20 a 29 anos. Isso é um a cada 15 jovens dessa idade no Rio hoje em dia.

Entre nossos membros está essa adorável garotinha, Bia, à direita. Bia só tinha 11 anos quando iniciou uma campanha usando uma de nossas ferramentas para salvar sua escola pública da demolição. Sua escola está entre as melhores escolas públicas deste país, e seria demolida pelo governo estadual do Rio de Janeiro para construir, sem brincadei-ra, um estacionamento para a Copa do Mundo logo antes do evento. Bia iniciou uma campanha, e nós até acompanhamos sua escola dia e noite com monitoramento por webcam e depois de muitos meses, o governo mudou de ideia. A escola da Bia ficou onde estava.

Temos também a Jovita, uma mulher incrível, cuja filha de-sapareceu há cerca de 10 anos, e a partir de então, ela procura por sua filha. No processo, ela descobriu que primeiro, ela não estava sozinha. Só no ano passado, 2013, 6 mil pessoas desa-pareceram no Estado do Rio. Mas ela também descobriu que apesar disso, o Rio não tinha nenhum sistema centralizado de inteligência para resolver casos de pessoas desaparecidas. Em outras cidades brasileiras, esses sistemas já ajudaram a resolver até 80% dos casos de pessoas desaparecidas. Ela iniciou a cam-panha, e depois de o secretário de segurança ter recebido 16 mil e-mails de pessoas pedindo que ele fizesse isso, ele respondeu, e começou a construir uma unidade policial especializada nesses casos. Foi aberta ao público no final do mês passado, e Jovita estava lá dando entrevistas e ficando famosa.

E ainda temos também o Leandro. Leandro é um cara incrível em uma favela do Rio, e ele criou um projeto de reciclagem na

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o objetivo da organização Meu rio é velar pela cidade

Tradução integral da palestra de Alessandra Orofino no TED

favela. No final do ano passado, 16 de dezembro, ele recebeu uma or-dem de despejo do governo estadual do Rio de Janeiro, determinando que ele saísse em duas semanas do lugar que ele usava havia dois anos. O plano era repassar o terreno para um desenvolvedor, que planejava transformá-lo num canteiro de obras. Leandro iniciou uma campanha usando uma de nossas ferramentas, a “panela de pressão”, a mesma que Bia e Jovita tinham usado, e o governo estadual mudou de ideia antes da véspera de Natal.

Essas histórias me deixam feliz, mas não só porque elas têm finais fe-lizes. Elas me deixam feliz porque são inícios felizes. A comunidade de pais e professores na escola da Bia está procurando outras maneiras de melhorar ainda mais aquele espaço. Leandro tem planos ambiciosos de levar seu modelo a outras comunidades de baixa renda no Rio, e Jovita é voluntária na unidade policial que ela ajudou a criar. Bia, Jovita e Le-andro são exemplos vivos de uma coisa que cidadãos e governos muni-

cipais por todo o mundo precisam saber: nós estamos prontos. Como cidadãos, estamos prontos para decidir sobre nossos destinos em comum, porque sabemos que a maneira como distribuímos o poder diz muito sobre como valorizamos todos, e porque sabemos que possibilitar e participar da política local é um sinal de que realmente nos importamos com nossas rela-ções uns com os outros, e estamos prontos para fazer isso em cidades pelo mundo a fora, e agora mesmo. Com a Rede Nossas Cidades, a equipe Meu Rio espera compartilhar o que aprende-mos com outras pessoas que queiram criar iniciativas similares em suas próprias cidades. Já começamos em São Paulo, com resultados incríveis, e queremos levar esse modelo para cidades pelo mundo através de uma rede de organizações centradas nos cidadãos e conduzidas por eles que possa nos inspirar, nos de-safiar, e nos lembrar de exigir participação real em nossas vidas urbanas.

Só depende de nós decidir se queremos escolas ou estaciona-mentos, projetos de reciclagem voltados à comunidade ou can-teiros de obras, solidão ou solidariedade, carros ou ônibus, e é nossa responsabilidade fazer isso agora, para nós mesmos, para nossas famílias, para as pessoas que fazem nossas vidas vale-rem a pena e para a incrível criatividade, beleza e maravilha que fazem de nossas cidades, apesar de todos os seus problemas, a maior invenção do nosso tempo.

Obrigada. Obrigada.

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'estamos de olho', é um dos lemas da organização Meu rio