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www.cers.com.br OAB XV Exame Unificado- Resolução de questões Direito Penal GEOVANE MORAES 1 1. Em relação ao princípio da insignificância, é correto afirmar que: (A) O princípio da insignificância, segundo o Supremo Tribunal Federal, funciona como causa especial de redução de pena. (B) De acordo com o entendimento amplamente consolidado nos Tribunais Superiores, o valor considerado para o reconhecimento da insignificância, no crime de descaminho, é R$ 10.000,00 (dez mil reais). (C) São requisitos elencados pelo STF para a aplicação do princípio da insignificância, a saber: mínima ofensividade da conduta do agente; ausência de periculosidade social da ação; reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e inexpressividade da lesão jurídica causada. (D) Aplica-se o princípio da insignificância nos crimes contra a fé pública. HC 122286 / PR - PARANÁ Relator(a): Min. ROSA WEBER Julgamento: 19/08/2014 Órgão Julgador: Primeira Turma Publicação PROCESSO ELETRÔNICO DJe-177 DIVULG 11-09-2014 PUBLIC 12-09-2014 EMENTA HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. DESCAMINHO. VALOR INFERIOR AO ESTIPULADO PELO ART. 20 DA LEI 10.522/2002. PORTARIAS 75 E 130/2012 DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. REGISTROS CRIMINAIS PRETÉRITOS. ORDEM DENEGADA. 1. A pertinência do princípio da insignificância deve ser avaliada considerando-se todos os aspectos relevantes da conduta imputada. 2. Para crimes de descaminho, considera-se, para a avaliação da insignificância, o patamar previsto no art. 20 da Lei 10.522/2002, com a atualização das Portarias 75 e 130/2012 do Ministério da Fazenda. Processo AgRg no REsp 1444657 / RS Relator(a) Ministra LAURITA VAZ Órgão Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do Julgamento: 26/08/2014 Data da Publicação/Fonte: DJe 02/09/2014 Ementa AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENAL. DELITO DE DESCAMINHO. INTRODUÇÃO DE ARMA DE PRESSÃO DE CALIBRE INFERIOR A 6 MM. ARTEFATO DE USO PERMITIDO. PRECEDENTE. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. 2. No caso dos autos, conforme se extrai do acórdão recorrido, o valor total dos tributos elididos foi de aproximadamente R$ 80,00 (oitenta reais), ou seja, inferior ao limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) previsto Portaria n.º 75/2012 do Ministério da Fazenda e recentemente adotado por esta Corte como patamar para a aplicação do princípio da insignificância. 2. Acerca da lei penal no tempo e no espaço, assinale a alternativa correta. (A) Nos crimes permanentes e nos delitos praticados na forma continuada, sobrevindo lei nova mais severa durante o tempo de ocorrência do crime, não pode ela ser aplicada diante do princípio previsto no art. 5º, XL, da CF que é expresso ao prever que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. (B) Três são as teorias determinantes do tempo do crime. São elas: a teoria da atividade; a teoria do resultado e, por fim, a teoria mista. Diante disso, pode-se dizer que o direito penal brasileiro adotou a teoria do resultado. (C) No que se refere à aplicação da lei penal no espaço, a lei penal brasileira adota o princípio da territorialidade de forma temperada. DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA

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    OAB XV Exame Unificado- Resoluo de questes Direito Penal

    GEOVANE MORAES

    1

    1. Em relao ao princpio da

    insignificncia, correto afirmar que:

    (A) O princpio da insignificncia, segundo o

    Supremo Tribunal Federal, funciona como

    causa especial de reduo de pena.

    (B) De acordo com o entendimento

    amplamente consolidado nos Tribunais

    Superiores, o valor considerado para o

    reconhecimento da insignificncia, no crime de

    descaminho, R$ 10.000,00 (dez mil reais).

    (C) So requisitos elencados pelo STF para a

    aplicao do princpio da insignificncia, a

    saber: mnima ofensividade da conduta do

    agente; ausncia de periculosidade social da

    ao; reduzido grau de reprovabilidade do

    comportamento e inexpressividade da leso

    jurdica causada.

    (D) Aplica-se o princpio da insignificncia nos

    crimes contra a f pblica.

    HC 122286 / PR - PARAN Relator(a): Min.

    ROSA WEBER Julgamento: 19/08/2014

    rgo Julgador: Primeira Turma Publicao

    PROCESSO ELETRNICO DJe-177 DIVULG

    11-09-2014 PUBLIC 12-09-2014

    EMENTA HABEAS CORPUS. DIREITO

    PENAL. DESCAMINHO. VALOR INFERIOR

    AO ESTIPULADO PELO ART. 20 DA LEI

    10.522/2002. PORTARIAS 75 E 130/2012 DO

    MINISTRIO DA FAZENDA. PRINCPIO DA

    INSIGNIFICNCIA. INAPLICABILIDADE.

    REGISTROS CRIMINAIS PRETRITOS.

    ORDEM DENEGADA.

    1. A pertinncia do princpio da insignificncia

    deve ser avaliada considerando-se todos os

    aspectos relevantes da conduta imputada. 2.

    Para crimes de descaminho, considera-se,

    para a avaliao da insignificncia, o patamar

    previsto no art. 20 da Lei 10.522/2002, com a

    atualizao das Portarias 75 e 130/2012 do

    Ministrio da Fazenda.

    Processo AgRg no REsp 1444657 / RS

    Relator(a) Ministra LAURITA VAZ rgo

    Julgador T5 - QUINTA TURMA Data do

    Julgamento: 26/08/2014 Data da

    Publicao/Fonte: DJe 02/09/2014 Ementa

    AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

    ESPECIAL. PENAL. DELITO DE

    DESCAMINHO. INTRODUO DE ARMA DE

    PRESSO DE CALIBRE INFERIOR A 6 MM.

    ARTEFATO DE USO PERMITIDO.

    PRECEDENTE. PRINCPIO DA

    INSIGNIFICNCIA. APLICABILIDADE.

    AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.

    2. No caso dos autos, conforme se extrai do

    acrdo recorrido, o valor total dos tributos

    elididos foi de aproximadamente R$ 80,00

    (oitenta reais), ou seja, inferior ao limite de R$

    20.000,00 (vinte mil reais) previsto Portaria n.

    75/2012 do Ministrio da Fazenda e

    recentemente adotado por esta Corte como

    patamar para a aplicao do princpio da

    insignificncia.

    2. Acerca da lei penal no tempo e no

    espao, assinale a alternativa correta.

    (A) Nos crimes permanentes e nos delitos

    praticados na forma continuada, sobrevindo lei

    nova mais severa durante o tempo de

    ocorrncia do crime, no pode ela ser aplicada

    diante do princpio previsto no art. 5, XL, da

    CF que expresso ao prever que a lei penal

    no retroagir, salvo para beneficiar o ru.

    (B) Trs so as teorias determinantes do tempo

    do crime. So elas: a teoria da atividade; a

    teoria do resultado e, por fim, a teoria mista.

    Diante disso, pode-se dizer que o direito penal

    brasileiro adotou a teoria do resultado.

    (C) No que se refere aplicao da lei penal

    no espao, a lei penal brasileira adota o

    princpio da territorialidade de forma

    temperada.

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    (D) Fica sujeito ao Cdigo Penal, e no s

    normas estabelecidas na legislao especial do

    Estatuto da Criana e do Adolescente, o

    agente que, com dezessete anos e onze

    meses de idade, a tiros de revlver, atinge a

    regio abdominal de seu desafeto, vindo o

    ofendido a falecer quarenta e cinco dias aps

    em consequncia das leses sofridas.

    3. Carlos, durante uma discusso no

    trnsito, com a inteno de matar, desferiu

    dois tiros de arma de fogo em Victor.

    Embora possusse mais munio e podendo

    continuar prosseguindo com a consumao

    do delito, Carlos desistiu de continuar com

    a ao criminal e prestou imediato socorro

    a Victor. Victor foi socorrido e s

    sobreviveu em virtude da rapidez de Carlos

    em lev-lo ao hospital. Victor, todavia, teve

    sua integridade fsica comprometida,

    ficando incapacitado para a suas

    ocupaes habituais por cinquenta dias, em

    decorrncia das leses provocadas pelos

    disparos realizados por Carlos.

    Com base nos fatos narrados, assinale a

    alternativa que indica o instituto que pode

    ser alegado a favor de Carlos.

    (A) Arrependimento eficaz

    (B) Desistncia voluntria

    (C) Arrependimento posterior

    (D) Crime preterdoloso

    4. Sobre os institutos do crime tentado e

    crime consumado, assinale a alternativa

    INCORRETA

    (A) Diz-se que o crime consumado quando

    na conduta do agente, renem-se todos os

    elementos da sua definio legal.

    (B) O crime tentado, quando a sua

    consumao no ocorre por circunstncias

    alheias vontade do agente.

    (C) A tentativa abandonada pressupe

    resultado que o agente pretendia produzir

    dolosamente, mas de que, posteriormente,

    desistiu ou se arrependeu, evitando-o; tal

    instituto incompatvel com os crimes

    culposos.

    (D) Se um indivduo desferir cinco tiros em

    direo a seu desafeto, com inteno apenas

    de o lesionar, e, no entanto, por m pontaria,

    nenhum projtil atingir a vtima, ocorrer a

    denominada tentativa cruenta.

    5. Joo e Ricardo, amigos h vrios anos,

    so fanticos pela prtica de alpinismo,

    fazendo, inclusive, inmeras escaladas em

    vrias montanhas do Brasil.

    No dia 14 de junho de 2014, ao realizarem

    uma escalada na montanha do Estado Delta,

    Ricardo percebeu que a corda que o

    sustentava comeou a se romper, ocasio

    em que cortou o sustentculo, impondo

    com isso a queda de Joo, tambm

    sustentado pela mesma corda. Tal conduta

    provocou a morte imediata de Joo, tendo

    Ricardo se salvado com pequenas

    escoriaes.

    Diante da situao hipottica apresentada,

    Felipe incorreu:

    (A) No crime de Homicdio doloso

    (B) Legtima defesa

    (C) Delito de homicdio culposo

    (D) Estado de necessidade

    6. Alberto, maior de 18 anos e capaz, deseja

    matar o seu desafeto Flvio, para tanto,

    aponta em sua direo uma arma de fogo e

    efetua diversos disparos, contudo, em razo

    de defeito estrutural da arma, de forma

    absoluta, impede o seu funcionamento.

    Diante do fato narrado, Alberto:

    (A) Responder pela tentativa de homicdio.

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    (B) Alberto no ser punido, pois nesse caso

    estaremos diante da figura do crime

    impossvel.

    (C) Responder pelos atos j praticados,

    tendo em vista que no caso narrado, ocorreu a

    desistncia voluntria por parte de Alberto.

    (D) Alberto no ser responsabilizado j que

    sua conduta est amparado pelo instituto do

    crime putativo.

    7. Marcos, trabalha na indstria qumica

    Gs e Petrleo Ltda, no dia 05 de

    setembro de 2014, ocorre um vazamento

    acidental de um gs entorpecente. Gs este

    inodor e incolor. Marcos, sem saber, inala

    este gs e fica completamente entorpecido.

    Ao sair do trabalho, Marcos acaba se

    envolvendo em um acidente

    automobilstico, causando leses corporais

    em Maria, que fica incapacitada para as

    suas ocupaes por 30 dias. Nesse caso,

    Marcos poder responder por

    (A) Marcos responder por leso corporal

    grave, tendo em vista que Maria ficou

    impossibilitada de exercer suas funes por 30

    dias.

    (B) Marcos ser isento de pena, uma vez que,

    a sua embriaguez ocorreu devido a caso

    fortuito ou fora maior.

    (C) Marcos responder por leso corporal

    culposa.

    (D) Marcos responder por leso corporal

    culposa na direo de veculo automotor, nos

    moldes do Cdigo de Trnsito Brasileiro.

    8. Analise os itens abaixo relacionadas e

    assinale a nica alternativa correta acerca

    dos temas da culpabilidade, tipicidade e

    antijuridicidade.

    (A) Na obedincia hierrquica, para que se

    configure a causa de excluso de

    culpabilidade, necessrio que exista

    dependncia funcional do executor da ordem

    dentro do servio pblico, de forma que no h

    que se falar, para fins de excluso da

    culpabilidade, em relao hierrquica entre

    particulares.

    (B) Quanto s medidas de segurana, pode-se

    dizer que elas so aplicveis apenas aos

    inimputveis por doena mental.

    (C) Inexigibilidade de conduta diversa

    excludente legal de culpabilidade por definio

    expressa no ordenamento jurdico.

    (D) A embriaguez preordenada no exclui a

    culpabilidade do agente, mas pode reduzir a

    sua pena de um a dois teros

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    Gabarito:

    1.C 2.C 3.A 4.D 5.D 6.B 7.B 8.A