O(A) PROFESSOR(A) COORDENADOR(A) E SUA INFLUÊNCIA … · Especialização em Educação Física...

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O(A) PROFESSOR(A) COORDENADOR(A) E SUA INFLUÊNCIA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA Janaina Oliveira dos Santos 1 Adriana S. L. Santa Maria (O) 2 INTRODUÇÃO De acordo com a realidade observada nas escolas da cidade de Bauru os professores eventuais são geralmente recebidos pela secretária da escola ou pelo inspetor de alunos, quando procuram a escola, sendo que o apoio pedagógico para esse professor, é uma das funções do Professor Coordenador. Esse trabalho teve como objetivo pesquisar porque os Professores Coordenadores nem sempre estão disponíveis para receber e orientar esses professores, e qual sua influência nas aulas de Educação Física. Para que se possa entender quais são as reais atribuições de um Professor Coordenador em uma Unidade Escolar subsídios foram buscados na lei que rege esta função. O Professor Coordenador (PC) é uma função criada pela Secretaria da Educação, e regida pela resolução SE nº35 de 2000 que dispõe sobre o processo de seleção até as funções do PC. O PC segundo essa resolução tem o intuito de fazer o elo entre os professores e a direção das escolas, entre os alunos, professores e direção escolar e a Unidade Escolar, o Supervisor da Escola, as Oficinas Pedagógicas e a Diretoria de Ensino. Ele é de suma importância no processo de elaboração e implementação da proposta pedagógica da escola e o desenvolvimento do projeto pedagógico da escola, objetivando aprimorar o processo de ensino e aprendizagem, garantindo a integração curricular no ensino fundamental e médio. A revisão de literatura foi necessária para embasar o tema e mostrar que para os estudiosos da área a principal função do PC é a formação continuada dos professores. Observou-se que na literatura é escasso o desenvolvimento desse tema. Foi feita uma pesquisa de campo na forma de entrevistas, visando detectar se o PC ajuda o professor de Educação Física nas suas aulas e quais são essas ajudas. A intenção foi pesquisar se o PC tem condições de auxiliar o professor de Educação Física nas suas ações pedagógicas. 1 Professora eventual de Educação Física da Rede Estadual de São Paulo, Diretoria Regional Norte 2 e aluna da I Turma do Curso de Especialização em Educação Física Escolar (lato sensu) do DEFMH/UFSCar. 2 Professora efetiva da Rede Estadual de São Paulo, na cidade de Várzea Paulista/SP e do Curso de Especialização em Educação Física Escolar.

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O(A) PROFESSOR(A) COORDENADOR(A) E SUA INFLUÊNCIA NAS AULAS DE

EDUCAÇÃO FÍSICA

Janaina Oliveira dos Santos1

Adriana S. L. Santa Maria (O)2

INTRODUÇÃO

De acordo com a realidade observada nas escolas da cidade de Bauru os

professores eventuais são geralmente recebidos pela secretária da escola ou pelo inspetor de

alunos, quando procuram a escola, sendo que o apoio pedagógico para esse professor, é uma

das funções do Professor Coordenador.

Esse trabalho teve como objetivo pesquisar porque os Professores

Coordenadores nem sempre estão disponíveis para receber e orientar esses professores, e qual

sua influência nas aulas de Educação Física.

Para que se possa entender quais são as reais atribuições de um Professor

Coordenador em uma Unidade Escolar subsídios foram buscados na lei que rege esta função.

O Professor Coordenador (PC) é uma função criada pela Secretaria da

Educação, e regida pela resolução SE nº35 de 2000 que dispõe sobre o processo de seleção até

as funções do PC. O PC segundo essa resolução tem o intuito de fazer o elo entre os

professores e a direção das escolas, entre os alunos, professores e direção escolar e a Unidade

Escolar, o Supervisor da Escola, as Oficinas Pedagógicas e a Diretoria de Ensino. Ele é de

suma importância no processo de elaboração e implementação da proposta pedagógica da

escola e o desenvolvimento do projeto pedagógico da escola, objetivando aprimorar o

processo de ensino e aprendizagem, garantindo a integração curricular no ensino fundamental

e médio.

A revisão de literatura foi necessária para embasar o tema e mostrar que para

os estudiosos da área a principal função do PC é a formação continuada dos professores.

Observou-se que na literatura é escasso o desenvolvimento desse tema.

Foi feita uma pesquisa de campo na forma de entrevistas, visando detectar se o

PC ajuda o professor de Educação Física nas suas aulas e quais são essas ajudas. A intenção

foi pesquisar se o PC tem condições de auxiliar o professor de Educação Física nas suas ações

pedagógicas. 1 Professora eventual de Educação Física da Rede Estadual de São Paulo, Diretoria Regional Norte 2 e aluna da I Turma do Curso de Especialização em Educação Física Escolar (lato sensu) do DEFMH/UFSCar. 2 Professora efetiva da Rede Estadual de São Paulo, na cidade de Várzea Paulista/SP e do Curso de Especialização em Educação Física Escolar.

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As considerações finais trazem sugestões para mudanças na prática do PC para

que esse possa se transformar num agente de formação continuada de professores.

REVISÃO DE LITERATURA

A figura do Professor Coordenador surgiu em 1985 com a criação e

implementação do Estatuto do Magistério Paulista, pela Lei Complementar 444, era um cargo,

ou seja, o ingresso era feito mediante concurso público, e era denominado Coordenador

Pedagógico (CP). No ano de 1996 esse cargo é resgatado como função, o ingresso não é feito

mediante concurso público, é por designação, passa a ser chamado de Professor Coordenador

Pedagógico (PCP), pois agora a vaga será preenchida por um professor da base. Foi criada

uma vaga de PCP em cada escola do Estado de São Paulo. Nesse meio tempo os CP que

tinham prestado concurso e ingressado, permaneceram em seus cargos até a sua aposentaria.

Em 1997 com a criação da Lei 836 que dispõe sobre o plano de carreira do magistério, o

cargo de Coordenador Pedagógico nas Disposições Preliminares em seu artigo 2º, aparece em

extinção, sendo extinto quando os CP em exercício se aposentarem. No Estado hoje atuam

cerca de seis CPs (Lei 444/85 e Lei 836/97).

Em 2000 com a publicação da Resolução nº35 da Secretaria da Educação do

Estado de São Paulo o PCP passa a ser chamado Professor Coordenador (PC) e agora é regido

pelas disposições dessa resolução que versa sobre o processo de seleção, escolha e designação

da função. Com a sua publicação, foram revogadas as outras resoluções com disposições

contrárias a ela.

O PC faz a articulação do trabalho entre a escola, a equipe de Supervisão e a

Oficina Pedagógica da Diretoria de Ensino. Atua na elaboração e implementação da proposta

pedagógica da escola, na integração da equipe escolar e no desenvolvimento do projeto

pedagógico da escola, objetivando aprimorar o processo de ensino e aprendizagem, cabe ao

PC também garantir a integração curricular no ensino fundamental e médio.

As Unidades Escolares (UEs) que mantenham no mínimo 12 classes em dois

ou mais turnos, contarão com uma vaga para PC, as UEs que mantenham no mínimo 12

classes em dois ou mais turnos diurnos e 10 classes no noturno incluindo as classes de ensino

supletivo e telessala, contarão com dois PCs, um no diurno e um no noturno. O PC cumprirá

jornada de trabalho de 40 horas semanais, no período diurno, distribuídos por todos os dias da

semana e turnos proporcionalmente ao número de classe de cada período. Quando atuar no

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período noturno, sua jornada de trabalho nessa função será de 24 horas semanais e poderá

exercer a docência, em período diverso, até atingir a carga máxima de 40 horas semanais

(Res. SE nº35 de 2000).

Para concorrer a uma vaga de PC, é preciso ser portador de licenciatura plena

em qualquer disciplina, contar com no mínimo três anos de experiência como docente e estar

vinculado à rede estadual como docente, não é necessário ser efetivo, o professor Ocupante de

Função Atividade (OFA) também pode participar da seleção desde que comprove os

requisitos básicos. O interessado precisa ainda participar do credenciamento que é feito em

nível de Diretoria de Ensino uma vez por ano, se necessário, no mês de abril. A seleção é feita

com uma prova escrita contendo 30 questões objetivas e pelo menos uma questão dissertativa,

será credenciado o professor que obtiver no mínimo 50% de acertos, esta prova não é

classificatória. O credenciamento não tem data de validade, os professores credenciados a

partir do ano de 2000 estão dispensados de participar dessa parte da seleção. (Res. SE nº35 de

2000)

Cabe a Diretoria de Ensino da região: 1) constituir uma comissão que

juntamente com Supervisores de Ensino e Assistentes Técnicos Pedagógicos (ATPs),

decidirão sobre os processos de realização da prova escrita; 2) fazer ampla divulgação do

processo de seleção; 3) efetuar as inscrições dos docentes que comprovem os requisitos

exigidos. O comprovante de tempo de experiência docente deve ser expedido pela última

escola, sede de controle de freqüência onde exerce a docência, constatando, ainda estar

vinculado à rede estadual, a ser realizada no período de 10 dias úteis; 4) divulgar a

bibliografia para a prova e aplicar a mesma, divulgar a lista de credenciados e relação de

escolas com postos de trabalho disponíveis destinados a função do PC.

Havendo alguma vaga de PC, o professor credenciado que tiver interesse

deverá fazer inscrição na própria UE, a ser realizada no período de 5 dias úteis, mediante

apresentação de proposta de trabalho escrita, contendo diagnóstico dos pontos críticos do

processo de ensino aprendizagem, elaborada a partir dos indicadores de resultados

educacionais da escola, bem como apresentar atividades para o desenvolvimento e

aperfeiçoamento do trabalho pedagógico da unidade escolar. As apresentações das propostas

de trabalho serão feitas pelos candidatos ao Conselho de Escola que indicará a que melhor

atenda ao projeto pedagógico da escola, em caso de empate em nível de unidade escolar, será

dada prioridade de escolha para o professor que estiver na condição de adido, cumprindo

horas de permanência na escola. Compete ao Diretor de Escola proceder à designação do

docente para as funções de PC (Res. SE nº35 de 2000).

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Não haverá substituição do PC a menos que o próprio peça a dispensa das

funções; não corresponda às atribuições; afastar-se por período superior a 30 dias ou perder o

vínculo no caso de docente ocupante de função atividade; todo final de ano letivo será feita

uma avaliação anual pelo Conselho de Escola (Res. SE nº35 de 2000).

O professor escolhido para a função de PC deverá: assessorar a direção da

escola na articulação das ações pedagógicas desenvolvidas pela unidade, incluindo as de todas

as telessalas e as classes vinculadas; auxiliar a direção da escola na coordenação de diferentes

projetos, inclusive os de reforço da aprendizagem; assessorar a direção da escola na relação

escola/comunidade; subsidiar os professores no desenvolvimento de suas atividades docentes;

potencializar e garantir o trabalho coletivo na escola, organizando e participando das HTPCs

– horas de trabalho pedagógico coletivo, que todos os professores da rede tem que participar

sendo remunerados para isso; e executar, acompanhar e avaliar ações previstas no projeto

pedagógico da escola.

Como podemos ver acima descritas, as atribuições do PC são principalmente

articular ações pedagógicas na UE, organizar e participar dos HTPCs e auxiliar o diretor da

escola na relação escola/comunidade. Mas será que essas são realmente as atividades feitas

por eles nas escolas?

Segundo Garrido (2000), o PC encontra obstáculos para realizar suas

atividades no dia-a-dia. “É atropelado pelas urgências e necessidades do cotidiano escolar”.

Por ser uma figura nova e sem tradição na estrutura educacional, tem suas funções

malcompreendidas e maldelimitadas na UE e precisa vencer seus medos, suas inseguranças e

seu isolamento para conquistar seu espaço.

O trabalho do PC é fundamentalmente um trabalho de formação continuada em

serviço, onde deve dar condições para que o professor possa organizar e refletir sobre o

trabalho desenvolvido com as crianças. Com esse trabalho estará favorecendo a tomada de

consciência dos professores sobre suas ações e o contexto escolar em que atua.

Esse é um trabalho complexo para o PC, entender a realidade escolar e seus

desafios, tentar oferecer alternativas que se mostrem adequadas e satisfatórias, não é o que

quer o docente, esse cobra soluções prontas e imediatas.

“Não há fórmulas prontas a serem reproduzidas. É preciso criar soluções

adequadas a cada realidade.” (GARRIDO, 2000, p.01) Muitos professores têm resistência a

qualquer tipo de mudança no seu contexto escolar, uma mudança na prática pedagógica não se

resume à implementação de novos métodos de ensino e formas de avaliação. “Mudar práticas

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significa reconhecer limites e deficiências no próprio trabalho. Mudar práticas pedagógicas

significa empreender mudanças em toda a cultura organizacional da UE.

Nos anos 96/97/98 o Governo do Estado promoveu o PEC, (programa de

educação continuada) em parceria com as universidades estaduais, com a intenção de ajudar

os PCs e os docentes nos seus problemas e a pensar em soluções para os mesmos. Hoje o

Governo ainda promove esses cursos mas agora são chamados de PFC (programa de

formação continuada) e são estruturados de maneira diferente.

Para Almeida (2001) o professor tem muita expectativa em relação à fala do

PC porque sabe que essa fala tanto pode ajudar, tranqüilizar, dar segurança, como mostrar

ameaça e causar tensão. Diz também que uma boa relação interpessoal é fundamental porque

ajuda a nos constituir como pessoa, e faz parte da competência da escola saber lidar com as

questões interpessoais.

“Se a relação pedagógica é a relação professor-aluno-conhecimento, a relação

do PC com o professor também é pedagógica, porque é mediada pelo conteúdo da formação”

(ALMEIDA, 2001, p.08).

O PC tem que considerar que o professor pode não ter o mesmo referencial

seu, tem que partir do ponto do outro, de seus conhecimentos, e também prestar atenção e

saber reconhecer tanto a aceitação como a resistência a propostas e idéias (ALMEIDA, 2001,

p.07).

Almeida (2001), considera que a função primeira do PC é de articular o grupo

de professores para elaborar o projeto político pedagógico da escola.

Levar os professores a definir objetivos comuns e a perseguí-los em conjunto é tarefa que não será atingida se não houver a constituição de um grupo coeso, embora a coesão seja um processo lento e difícil. Na verdade, as relações interpessoais confortáveis são recursos que o coordenador usa para que os objetivos do projeto sejam alcançados (ALMEIDA, 2001, p.11).

O PC é um agente de transformação da/na escola. “Levar os educadores à

conscientização da necessidade de uma nova postura é acreditar na possibilidade de

transformar a realidade e também acreditar na escola como espaço adequado para isso”

(ORSOLON 2001).

Em seu estudo Orsolon (2001), tenta elencar quais as ações do PC com o

professor que seria capaz de desencadear um processo de mudança. O PC é um dos atores que

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compõem o coletivo da escola e por isso precisa estar consciente que seu trabalho não se dá

isoladamente precisa contar com o apoio de toda comunidade escolar (os outros atores) para

que essas mudanças sejam significativas para todos. O PC deve atuar como agente produtor

de mudanças nas práticas dos professores e, talvez, assim atingir as práticas sociais mais

amplas. “As intervenções do PC podem se dar no sentido da manutenção das práticas

docentes vigentes ou no sentido de sua transformação” (ORSOLON, 2001, p.04).

Já Clementi (2001, p.01), entende que o trabalho do PC está ligado

profundamente com formação de professores, mas que com as inúmeras tarefas de ordem

burocráticas, organização e disciplinar que fazem no dia-a-dia dificultam sua dedicação a um

trabalho de formação de professores.

“A falta de clareza do que significa ser um formador de professores, a falta de

conhecimento do que seja a construção e vivência do projeto pedagógico são fatores que

intervêm em sua atuação” (CLEMENTI, 2001, p.03).

Bruno (2003, p.01), diz que “como a escola já tem um papel social definido –

espaço de construção e transmissão de cultura - seus sujeitos deixam de se perguntar que tipo

de escola desejam para si, seus alunos e filhos”.

Cabe ao PC estimular e criar situações para que aconteçam os debates sobre a

estrutura e funcionamento da escola e suas relações com a sociedade (CLEMENTI, 2001,

p.03).

Clementi (2001, p.03), propõe o que ela chama de formação na ação. Esse tipo

de formação acontece quando os professores e PC atuam como parceiros, agindo

conjuntamente nas decisões e ações em relação ao processo de ensino aprendizagem.

O processo de formação está vinculado à prática, estar em sala de aula,

observando seu cotidiano é uma das atividades fundamentais do PC. Clementi (2001), não

considera essa uma tarefa fácil, pois o tempo que ele tem para fazer essas observações é em

sua maioria tomado por outras atividades o qual é solicitado a fazer. Em alguns momentos até

estão sozinhos na escola sem a presença do diretor e do vice-diretor não podendo realizar suas

tarefas pedagógicas. “A organização da instituição em relação aos problemas e exigências

diárias, bem como a própria organização do coordenador, é fator que interfere em sua atuação

em relação à observação das aulas” (CLEMENTI, 2001, p.03).

Inicialmente quando o professor não estiver acostumado com o PC em sua sala

podem se sentir vigiados, inseguros, constrangidos e até ameaçados, não apenas observados

para futuras discussões com o PC, afinal de contas o PC é hierarquicamente “superior” a ele

na estrutura administrativa da escola e tem o poder de decidir o destino profissional do

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docente (no caso da rede particular de ensino) e avaliar sua competência. Nesse momento é

importante que o professor entenda que o PC está interassado apenas em contribuir com a

melhoria do trabalho do docente na UE. “Nesse caso a relação que se estabelece entre

professor e PC é um fator na ação do PC” (CLEMENTI,2001, p.04).

Nas escolas particulares, o poder de avaliar o professor é maior, pois o

coordenador pode interferir em seu destino profissional. Nas escolas públicas, por não poder

ser demitido, o professor é marginalizado e o PC “desiste” de investir em sua formação. O PC

tem receio de ser desafiado em seu status pelo professor e se acomoda, não exige do professor

e deixa de exigir mais de si próprio. Muitas vezes é difícil para o professor enxergar o PC

como diferente dele, esta mudança de lado, de professor para PC faz com que muitas vezes o

PC acabe agindo como juiz, avaliando o que o professor sabe, o que não sabe, em que precisa

melhorar, avaliando seu trabalho por critérios de organização da sala de aula e resultados

finais desconsiderando o processo, o conteúdo e a intencionalidade do que foi desenvolvido.

Isso incomoda os professores (CLEMENTI, 2001,p.05). Em alguns casos parece que o PC

esquece que autoridade não é autoritarismo e que esta é conquistada pela competência, pela

construção diária e não pela imposição.

Conversar com o professor é geralmente difícil para o PC, ele tem que deixar

de lado a sua prática e seus pré-conceitos e propor dar espaço para o professor falar sobre as

suas percepções.

O trabalho do PC com os professores têm que envolver reflexões, fazer com

que a idéia de autoria (fazer, errar, rever, mudar e decidir) seja uma constante na vida escolar

(CLEMENTI, 2001, p.05). O processo de mudança é lento e contínuo, “uma vez que , ao

olhar para a própria prática, descobrem-se novas possibilidades, não imaginadas

anteriormente” (CLEMENTI, 2001, p.04).

Cabe aos coordenadores ajudar os professores a amadurecer suas idéias e

superar contradições entre o que pensam, planejam e as respostas que recebem dos alunos

“pensar em como intervir de maneira mais eficiente para que o aluno aprenda. Muitas vezes

os professores não dão conta de que existe um descompasso entre o que pensam e o que

fazem” (CLEMENTI, 2001, p.04).

O PC para dar conta de sua rotina de trabalho, tem que administrar muito bem

o seu tempo. Tem que atender os alunos, encaminhar alguns para especialistas, fazer o

acompanhamento, conversar com os pais, retomar os encaminhamentos, retornar ao professor.

Cumprir atividades burocráticas em relação a preenchimento de fichas dos alunos, relatórios,

organização de protocolos, observação das aulas, reuniões com os professores, reuniões com a

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equipe não docente da escola, participar de projetos coletivos elaborados nesses momentos,

lidar com as questões organizacionais e burocráticas, além de ter de investir em seu próprio

aprimoramento. Esse aprimoramento depende muito mais de uma mobilização pessoal do que

um investimento por parte das escolas e por falta de dinheiro ou tempo acaba sempre ficando

para depois.

Para que o trabalho do PC seja satisfatório sua presença não pode ser solicitada

apenas na elaboração de horários ou na punição de alunos indisciplinados, é muito importante

sua presença e intervenção na orientação das ações do corpo docente da escola, auxiliando,

estimulando e articulando o processo de formação continuada dos professores oferecendo

subsídios teóricos e privilegiando a construção da autonomia intelectual do mesmo. O

principal momento que ele tem para realizar esse trabalho junto aos professores é no HTPC,

mas geralmente esse momento, que em algumas escolas é o único na semana que todos ou

quase todos os docentes da UE estão juntos, é usado de maneira indevida, simplesmente para

deixar os diários de sala em dia ou para discutir sobre a indisciplina de alguns alunos e outras

vezes usados pelo professor para vender produtos. Nesse momento que o PC tem que trazer

sugestões de textos, palestras, seminários, filmes, para que se possa desencadear discussões e

possíveis soluções para os problemas da escola. O HTPC é o espaço ideal para qualificação

profissional.

O PC tem que ser coerente no seu discurso e na sua prática profissional, se os

professores perceberem que o PC está “enganando” e tentando ocupar o tempo não o

respeitarão como profissional, aí a importância do PC estudar e preparar suas falas.

Para que os encontros entre PC e professores passem a serem vistos como um

momento privilegiado de estudo e troca de conhecimentos se faz necessário que o PC prepare

um ambiente que favoreça o prazer de todos os envolvidos (COSTA, 2005, p.22).

Para Valerien citado por Costa (2005), cabe ao PC preparar um ambiente que

favoreça os encontros com os professores:

Depende dele que essas reuniões sejam vistas como um mal necessário destinado a permitir informação unidirecional, de cima para baixo..., ou, pelo contrário, como algo que constitui o meio privilegiado de instituir comunicação não só no sentido vertical, de cima para baixo de baixo para cima, mas também comunicação horizontal entre professores, a qual permite informação mútua entre eles. Na verdade, muitas questões, em particular aquelas cuja resposta está expressamente prevista na legislação, escapam a esta troca de idéias, mas a escola não é, como vimos, exclusivamente gerida

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por regras elaboradas pela autoridade hierárquica acima da escola (COSTA, 2005, p.22).

Para Costa (2005, p.25), os PCs devem ter clareza até que ponto sua

intervenção é pertinente ou não nas reuniões com o corpo docente. Quando as questões

apontadas ultrapassarem suas responsabilidades devem apresentar o assunto para a direção da

escola. Diz também que o PC tem que ser humilde a ponto de quando não souber responder

algum questionamento, procurar a solução, e apresentar uma resposta satisfatória.

Placco e Sarmento citado por Costa (2005), “consideram essencial a orientação

dos coordenadores, pois os professores não saem de seus cursos superiores com habilidades

necessárias para detectar problemas em salas de aula, remetendo essa função ao PC”

(COSTA, 2005, p.27).

Este cargo não é para aventureiros, o PC precisa exercer a mediação em cem

por cento de suas ações, buscando uma sensibilidade operacional para evitar as falhas

(COSTA, 2005, p.27).

O PC ao decidir se candidatar a uma vaga tem que levar em conta que para

desenvolver um bom trabalho é necessário um aprimoramento pessoal grande, e uma enorme

força de vontade, tentar uma vaga de PC para fugir de sala de aula por exemplo pode tornar o

trabalho mais árduo e cansativo do que realmente é ou fazer com que o PC não realize

nenhum tipo de auxílio para os professores. Uma das queixas dos PCs é o desinteresse do

professor em participar das reuniões pedagógicas, a principio os professores certamente vão

oferecer resistência para participar das leituras, discussões e reflexões de textos, cabe ao PC

trazer assuntos que interessem a todos e tornar esses encontros intrigantes e produtivos.

O PC tem que ser capaz de auxiliar o corpo docente da escola em que cumpre

suas funções na sua totalidade, apesar de ser licenciado em uma disciplina específica, ao

concorrer a uma vaga é responsável por todo o projeto pedagógico da escola, o PC tem que se

policiar para evitar ajudar os docentes de uma área, a que é licenciado por exemplo, deixando

outras áreas a desejar por falta de conhecimento.

Na Educação Física por exemplo, a máxima contribuição dada pelo PC é

algum material diferente ou a reposição de uma bola. Na nossa formação acadêmica, mesmo

que minimamente temos a noção de várias disciplinas, mas com Educação Física é diferente,

o gostar ou não da disciplina vai depender dos professores que tivemos enquanto estávamos

na escola e de como eles conduziam suas aulas.

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Para efetivamente orientar e fazer intervenções pedagógicas nas aulas dos

professores de Educação Física é necessário que o PC tenha conhecimentos mínimos na área,

não olhar a área com pré-conceitos que traz da sua formação escolar, e ser capaz de ajudar os

professores a enfrentar esse mesmo pré-conceito que os colegas trazem consigo é comum

ouvirmos falas do tipo: “na minha época que era bom, o professor era sargentão, dava

exercícios e ninguém reclamava, hoje em dia o professor só joga a bola é uma vida muito

boa”. Infelizmente muitos professores de Educação Física deixam a desejar nas suas aulas,

mas não podemos aceitar a generalização. O PC tem que tomar ciência de como é o trabalho

do professor de Educação Física para poder ajudá-lo, ter condição de acompanhar as aulas e

dar subsídios para o professor poder repensar a sua prática pedagógica. Auxiliar o professor a

justificar sua ação diante da direção da escola e pais de alunos. Muitos diretores desejam que

suas escolas tenham o perfil de um clube de esportes, que os professores dêem as modalidades

básicas de esportes, participe de campeonatos e vença, chegando a ponto de só liberar

materiais esportivos para o trabalho dos professores mediante a apresentação de troféus

(COSTA, 2005 p. 32). Já os pais pensam que sabem tudo sobre esporte e querem mandar nas

aulas de Educação Física.

O trabalho do PC tem que ser de orientação, convencimento, diálogo e

intervenção das três vertentes da escola, corpo docente; corpo administrativo e diretivo da

escola e a família dos alunos. Se ele conseguir conciliar esse “tripé” dará inicio a um êxito

profissional.

Mas qual é o papel da Educação Física dentro da UE? Darido (2003), em seu

livro descreve que segundo os PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) de 5ª a 8ª séries a

Educação Física na escola é responsável por formar alunos que sejam capazes de:

• participar de atividades corporais, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade; • conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da pluralidade de manifestações da cultura corporal; • reconhecer-se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis e relacionando-se com os efeitos sobre a própria saúde e de melhoria da saúde coletiva; • conhecer a diversidade de padrões de saúde, beleza e desempenho que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia; • reivindicar, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais adequados para promover atividades corporais de lazer (DARIDO, 2003, p.20).

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Já no PCN+ Ensino Médio- orientações complementares ao PCN - que dá

subsídios para o Ensino Médio, e foi publicado em 1999, em sua parte de linguagens, códigos

e suas tecnologias, onde a Educação Física está inserida entende-se:

que a Educação Física, como disciplina escolar, deve tratar da cultura corporal, em sentido amplo: sua finalidade é introduzir e integrar o aluno a essa esfera, formando o cidadão que vai produzir, reproduzir e também transformar essa cultura. Para tanto, o aluno deverá deter o instrumental necessário para usufruir de jogos, esportes, dança, lutas e ginásticas em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida (Ensino Médio Em Rede - CD-ROM, 2005, p.139).

Muitos desses conceitos acima descritos aparecem nos projetos pedagógicos

das escolas e o PC participa da elaboração desse projeto, tendo contato pelo menos nesse

momento com esses conceitos, na teoria o projeto funciona perfeitamente, o que sabemos que

não acontece, resta saber se o PC entende ou pelo menos se interessa em estudar esses

conteúdos para poder orientar e dar o suporte necessário para o professor de Educação Física

nas suas aulas.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Este trabalho foi realizado a partir de uma pesquisa do tipo qualitativa por meio

de revisão bibliográfica e entrevistas com Professores Coordenadores e professores de

Educação Física.

As pesquisas qualitativas ao contrário das quantitativas, por sua diversidade e

flexibilidade, não admitem regras precisas, aplicáveis a um ampla gama de casos (ALVES-

MAZZOTTI, 1999, p.147).

A coleta de dados dessa pesquisa foi feita em forma de entrevistas do tipo

semi-estruturada para que os sujeitos e o entrevistador tivessem liberdade para fazer

considerações que achassem pertinentes.

As entrevistas foram feitas em duas escolas da rede oficial de ensino público

do Estado de São Paulo, na cidade de Bauru. Em ambas as escolas funcionam salas de Ensino

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Fundamental e Médio, uma das escolas funciona em período integral no diurno (7h às

16h10min) e regular e supletivo no noturno, e a outra funciona em horário regular com dois

turnos no diurno e regular e supletivo no noturno.

Os sujeitos das entrevistas foram os PCs do período diurno, e os docentes de

Educação Física de ambas as escolas. Os PCs são mulheres e os Professores de Educação

Física são um homem e uma mulher nas duas escolas. O critério para a escolha de um dos PCs

foi ser licenciado em Educação Física, já a escolha do outro PC (licenciado em Letras) foi

aleatória.

Chamarei de A, a escola em que o PC é licenciado em Educação Física. Na

cidade de Bauru esta é a única escola em que o PC é da área de Educação Física. Os

professores 1 e 2 são dessa escola.

Na escola B temos o PCB, licenciado em Letras. Os professores 3 e 4 são da

segunda escola.

Sigla Denominação Tempo de

Coordenação

Tempo de Serviço

PCA Professor Coordenador Licenciado em

Educação Física

12 meses 15 anos

PCB Professor Coordenador Licenciado em Letras 18 meses 12 anos

Tabela 1 – Professores Coordenadores Voluntários

Professor de Educação Física Situação Adicional Tempo de Serviço

Prof.1 ACT 14 anos

Prof.2 Efetiva Ingressante 2006

Prof.3 ACT 8 anos

Prof.4 ACT 13 anos

Tabela 2 – Professores de Educação Física Voluntários

As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas de forma integral. O

roteiro de perguntas só foi apresentado aos sujeitos no momento da entrevista, esse foi

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elaborado de modo que os sujeitos pudessem falar da importância e dos atributos do Professor

Coordenador em uma Unidade Escolar. Cada entrevista foi feita separadamente, nenhum

sujeito teve acesso às respostas do outro. Foram feitas seis perguntas para cada sujeito, as

perguntas eram diferentes para o PCs e os professores de Educação Física. O roteiro utilizado

é apresentado a seguir.

Professor Coordenador 1) Você acha importante a função do Professor Coordenador?

2) Quais são as suas atribuições nesta Unidade Escolar?

3) Você consegue dar conta dos seus afazeres?

4) Você ajuda os professores de Educação Física nas suas aulas e problemas?

5) Você já solicitou a ajuda do Professor de Educação Física alguma vez? Foi atendido? Qual foi a solicitação?

6) Você já foi solicitado pelo Professor de Educação Física? Qual a solicitação? Você o atendeu?

Professor de Educação Física 1) Qual a importância do Professor Coordenador na Unidade Escolar?

2) Você como professor conhece as atribuições do Professor Coordenador?

3) O que você acha da hierarquia da escola? Qual seu relacionamento com a Direção e Coordenação?

4) Qual o tipo de auxilio dado pelo Professor Coordenador nas suas aulas?

5) Você já solicitou a ajuda do Professor Coordenador alguma vez? Foi atendido? Qual foi a solicitação?

6) Você já foi solicitado pelo Professor Coordenador? Qual a solicitação? Você o atendeu?

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS Nesta parte vamos elencar a opinião dos sujeitos dessa pesquisa a respeito da

figura do PC na Unidade Escolar destacando: a) a importância do PC na UE; b) quais são as

atribuições do PC, e se os mesmos conseguem dar conta desses afazeres; c) a relação entre PC

e professor de Educação Física, se o PC auxilia os professores de Educação Física em suas

aulas, e os tipos de solicitações feitas por ambas às partes. A partir desses focos de análise, a

seguir serão apresentadas as categorias resultantes do estudo.

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1) O papel do Professor Coordenador na Unidade Escolar

Tanto os PCs quanto os professores entrevistados responderam que acham

muito importante a figura do PC na UE, mas não souberam exemplificar qual era essa

importância.

A PCA disse que acha muito importante a presença do PC na UE, porque às

vezes o professor fica sozinho em sala, falou também que tenta coordenar todas as partes, e às

vezes mesmo não conseguindo, acha que vale a pena o trabalho que realiza, quando o assunto

esteve relacionado as suas atribuições, disse que são tantas que não conseguiria exemplificar

quais são, “são várias em geral”. Disse também que não consegue dar conta da parte

burocrática dessas atribuições porque tem que servir a todos, o diretor; o vice-diretor; os

professores; os alunos; os pais; a comunidade em si.

Já a PCB acha muito importante a função do PC, acha que o PC é o elo de

ligação entre a direção o corpo docente e o corpo discente da escola, além da parte

administrativa que o PC também colabora com a equipe gestora da escola. Para PCB as

atribuições do PC são cuidar e orientar a parte pedagógica da escola, mas em alguns

momentos acabam fazendo coisas que não lhes competem, mas diz estar sempre ajudando na

questão da disciplina, da administração em si, mas a sua atribuição primeira é cuidar do

pedagógico da escola. Diz que em síntese consegue dar conta dessas atribuições, quando não

aparecem outras coisas extras no dia-a-dia que também tem que dar conta.

Para o professor 1 o PC tem uma grande importância, ele faz o “meio de

campo” entre os alunos a direção e os outros professores facilitando esse entrosamento, essas,

o PC faz um papel de facilitador. Disse que não conhece as atribuições exatas do PC porque

nunca foi passado para ele qual realmente é a função do PC, mas entende que seja a

facilitação do trabalho escolar. Quanto a hierarquia da escola diz que é desse jeito desde

sempre e acha razoável, seu relacionamento com direção e coordenação é bom, ele cumpre o

seu papel e eles cumprem o deles.

Já para o professor 2 o PC foi imprescindível, pois além de ser ingressante na

rede de ensino e nunca ter tido contato com o ambiente escolar, pois nem estágio na faculdade

fez, estava perdida, não tinha noção de como ia começar o seu trabalho com as crianças, a

ajuda foi desde preencher caderneta até preparar as aulas, acha que teve sorte do PC ser da

mesma área que leciona. Disse também que dessa parte de leis, de hierarquia ela não tem

muito conhecimento, e que também não conhece quais são as atribuições de um PC. Quanto

ao relacionamento com direção e coordenação, afirmou que com a coordenação é boa porque

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além da PC ser da mesma área, ela é presente na escola, enquanto que a direção é um pouco

distante, até que dá um suporte mas “não é aquela coisa do dia-a-dia, às vezes falta ter alguém

aqui, entendeu não tem ninguém.”

No entendimento do professor 3 a importância do PC é que ele auxilia o corpo

docente nas atividades a serem realizadas, diz conhecer as atribuições do PC, o entende como

o intermediário entre a direção da escola e o corpo docente da mesma. Sobre a hierarquia

disse que tem que seguir pois é uma norma impetrada pelo Estado, alega que seu

relacionamento com direção e coordenação é ótimo.

O professor 4 diz que o PC é importante na UE em todos os setores e de todas

as formas, tudo o que ele precisa, é só passar as informações para o PC que ele ajuda. Disse

também conhecer as atribuições do PC e saber que é um trabalho difícil, “ele faz atividades

que as vezes nem competem a ele, fazem mais do que tinham que fazer”. Acha que teve sorte

de estar na escola que está neste ano, pois veio de outra região e se adaptou bem ao ritmo da

escola e tem um ótimo relacionamento com direção e coordenação.

A partir das respostas dos sujeitos podemos observar que a importância da

figura do PC é unânime, mas dizer quais são suas atribuições é uma grande dificuldade para

os sujeitos.

Os Professores Coordenadores acabam se perdendo em seus afazeres e não

conseguem dar conta de tudo que tem de realizar, resta saber qual a parte que ele deixa por

fazer.

Em todas as respostas é visível uma “política de boa-vizinhança” ninguém fala

mal de ninguém.

2) Relação Professor Coordenador, professor de Educação Física

Nesta categoria a intenção foi identificar o tipo de relação que o Professor

Coordenador e o professor de Educação Física mantém no dia-a-dia da escola

O PCA disse que ajuda os professores de Educação Física mas depende da

ajuda que é pedida, porque tem professor que não gosta de intromissões nas aulas, mesmo ela

que é da mesma área, disse que o professor acha que ele está em sala, têm o comando e

acabou, “tem professor que não quer a opinião de ninguém”. As solicitações que fez aos

professores de Educação Física foi principalmente na época da festa junina, para ensaio das

danças e acaba fazendo uma reclamação dizendo que achou que ficou um pouco a desejar.

Quanto às solicitações feitas pelos professores de Educação Física disse que é principalmente

sobre o comportamento dos alunos, “o negócio de pular muro, de gente de fora da escola

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entrar na quadra, contou que tenta fazer o melhor possível nessa parte, mas não é muito

correspondido também não.

Já o PCB diz que ajuda os professores de Educação Física sempre que pode,

por exemplo quando tem alguma orientação diferente passa para os professores, disse também

que os professores de Educação Física têm uma relação muito próxima com a coordenação, é

uma ajuda recíproca. Contou que já solicitou várias vezes a ajuda dos professores de

Educação Física e que foi atendida em todas, em relação à organização das aulas, foi feito um

pedido de reformulação das aulas, porque esse ano a escola passou a funcionar em período

integral e contando com apenas duas quadras, foi preciso que os professores ocupassem

espaços alternativos para poder atender todas as salas que tinham aula no mesmo horário, teve

a colaboração de todos os professores. Relatou que é solicitada pelos professores de Educação

Física, sempre que eles precisam de algum material, uma bola diferente para organizar a sua

aula ela providencia, se não for do seu alcance busca a solução do pedido do professor com a

direção.

O professor 1 disse que o auxílio dado pelo PC nas suas aulas é feito quando

ele precisa de alguma orientação, alguma ajuda, facilitação com relação aos alunos, ou com

relação a direção, sempre visando essa facilitação. As solicitações feitas pelo professor 1 para

o PC são sempre no sentido de o PC passar alguma informação para os alunos facilitar o

trabalho com relação ao desenvolvimento de algum projeto. Mas também relatou que já foi

solicitado pelo PC para ajudar com algum aluno, ou numa caminhada, algum projeto, como já

foi dito, “sempre essa ponte entre os vários segmentos da escola”.

O professor 2 contou que foi muito auxiliado pelo PC no começo do ano em

suas aulas, como ingressante recebeu várias orientações e ajudas, mas fez questão de dar a

palavra final no seu plano de ensino. Disse também que solicitou a ajuda do PC no começo do

ano e foi atendida com prontidão e que também já foi solicitada pelo mesmo para participar

de campeonatos, acompanhar alunos fora da escola, para o ensaio da quadrilha, disse que não

pode ajudar muito pois não tem muito jeito com dança mas disse que em tudo que pode

ajudar, ajuda.

Para o professor 3, o PC o auxilia em suas aulas quando ele precisa de algum

material diferenciado ele solicita ao PC, diz que sempre foi atendido e que também sempre

atende com prazer os pedidos do PC em relação a algum evento ou quando chega a festa

junina ensaiar uma quadrilha.

Já o professor 4 diz receber auxílios pedagógicos em suas aulas do PC, mas

não exemplificou quais são esses auxílios, disse também que foi atendida de maneira

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espontânea quando solicitou a ajuda do PC para pedir algum material diferente ou saber como

lidar com alguma coisa. E que quando foi solicitado pelo PC em relação a alunos ou

coordenar uma atividade diferente também atendeu da mesma forma, é recíproco, uma mão

lava a outra.

As respostas dessa segunda categoria continuaram na mesma política da

primeira categoria, ninguém falou mal de ninguém, todo mundo atendeu e foi atendido

prontamente nos seus pedidos. Acredito que não queriam se comprometer com os colegas.

Num primeiro momento ao observar as respostas dos sujeitos da pesquisa

parece que as duas escolas são perfeitas, e tudo corre em perfeita ordem. As reclamações são

poucas e sutis, a cumplicidade é tão grande entre os sujeitos que em uma das respostas, o

professor 4 dá até uma desculpa para o PC às vezes não dar conta dos seus afazeres. “agente

sabe que é um trabalho difícil, às vezes ele faz atividades que nem competem a ele fazer,faz

mais do que tinha que fazer”. Os PCs assumiram não estar sempre em dia com os seus

afazeres pois acabam tendo que atender a comunidade escolar, ficando atrasados em seus

trabalhos pedagógicos. mas que “com as inúmeras tarefas de ordem burocráticas, organização

e disciplina que fazem no dia-a-dia acabam dificultando sua dedicação a um trabalho de

formação de professores” (CLEMENTI, 2001, p.01).

Apesar de quase todos os estudos sobre coordenação escolar apontarem que o

“trabalho do PC está profundamente ligado com a formação de professores” (CLEMENTI,

2001, p.03). Em nenhum momento os PCs entrevistados mencionaram isso nas suas respostas,

nem a ajuda pedagógica aos professores de Educação Física, nem elaboração e participação

nos HTPCs. Só foram mencionados os atendimentos feitos a pais, alunos, professores,

direção.

Todos os sujeitos entrevistados disseram que a presença da figura do PC na UE

é importante, mas não exemplificaram muito bem qual seria essa importância, tirando o

professor 2 que teve uma ajuda especial por ser ingressante e não saber nada de escola, nos

outros casos a ênfase maior foi dada na entrega de materiais esportivos ou repasse de alguma

informação recebida na Diretoria de Ensino.

Os sujeitos alegaram também que tem um bom relacionamento com a

coordenação e direção, exceção para o professor 2 que disse que sente a direção um pouco

ausente no dia-a-dia escolar.

Sobre a ajuda dada aos professores de Educação Física, para PCB ela faz tudo

que pode, sobre conseguir algum tipo de material diferente para o professor, enquanto PCA

diz que ajuda na medida do possível, mesmo sendo da mesma área os professores não gostam

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de intromissões em suas aulas, os professores disseram que sempre que pedem algum material

diferente conseguem, apenas o professor 4 citou que tem todo o apoio pedagógico que

precisa, mas não exemplificou quais seriam esses apoios.

No caso das solicitações feitas, também foi tudo ótimo, quem precisou de um

material diferente conseguiu, as ajudas em relação a projetos, disciplina também foram

atendidos com exceção da PCA que disse que as vezes os professores deixam a desejar, deu a

entender que não teve ajuda dos professores nos ensaios da quadrilha.

Nessa pesquisa tive dificuldades em encontrar materiais que relacionassem o

PC com os trabalhos desenvolvidos nas aulas de Educação Física, evidenciando que o

professor de Educação Física está isolado dentro do trabalho pedagógico da escola, não

recebendo nenhum tipo de auxílio da parte do PC. Pautei minha revisão bibliográfica em

materiais que versam sobra à importância e continuidade do Trabalho do PC para os

professores na UE.

Nas entrevistas foi tranqüilo, a única dificuldade que tive foi um dos

professores que pediu para eu fazer a entrevista só com o outro docente da escola, mas quando

eu disse que era importante a sua participação resolveu colaborar. As questões foram feitas

para os PCs e os professores de Educação Física da UE separadamente, para ver se havia

equivalência nas respostas, o que de uma maneira geral houve.

Ao analisar essas respostas ficou claro que o PC pouco faz para ajudar os

professores de Educação Física nas suas aulas e ações pedagógicas, e que mesmo o PC

licenciado em Educação Física que poderia ter uma preocupação especial com a disciplina

acaba se perdendo com suas atribuições não sendo diferente de qualquer outro PC.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com as entrevistas realizadas os Professores Coordenadores

entraram em suas funções sem conhecê-las, ou apenas não sabem quais são exatamente as

suas atribuições.

Não é possível generalizar, mas conforme as respostas obtidas nas entrevistas

fica evidente que os PCs estão precisando de ajuda, pois não conseguem dar conta dos seus

afazeres para poder colocar em prática as suas reais atribuições.

A realidade enfrentada pelos PCs nas Ues de desvio de função, pois ficam

muitas vezes sozinhos na escola respondendo pela direção e vice-direção, atendimento de pais

e alunos, funcionando praticamente como um processo de triagem, recebendo todos os

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problemas da escola, mas levando ao conhecimento do diretor só os que não puder resolver,

toma quase que todo o seu tempo, tornando quase impossível a realização de outras tarefas

como implementação e acompanhamento do projeto pedagógico e acompanhamento e auxílio

dos professores.

Nas falas dos PCs e dos professores de Educação Física a ajuda oferecida é

quase exclusivamente de reposição de algum material esportivo, algum material diferente,

chaves, armários, ficando o apoio pedagógico inexistente. Mesmo na fala do PC licenciado

em Educação Física onde a expectativa era de uma preocupação específica com a disciplina

não há diferença nenhuma, ele alega que os professores não querem intromissões em suas

aulas e assim também não desenvolve nenhum tipo de trabalho diferenciado com os

professores de Educação Física.

A intenção desse trabalho é contribuir para que os PCs repensem suas funções

e suas ações, façam com que sua função seja melhor compreendida, bem delimitada e consiga

o respeito dos colegas e assim vença seus medos, inseguranças conseguindo conquistar o seu

espaço. Não deixem que as boas intenções do começo do ano letivo, onde o projeto

pedagógico da escola é reformulado sejam momentâneas e se percam em uma ou duas

semanas. O PC tem que ter em mente que o projeto-pedagógico da escola, deve ser executado,

acompanhado e avaliado, retomando os pontos que deixar a desejar.

Enfim para que seu trabalho seja satisfatório o Professor Coordenador precisa

dar condição de formação continuada para os professores, ser agente de formação da/na

escola (ORSOLON, 2001) e transformar a realidade que se encontra hoje nas escolas.

REFERÊNCIAS

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ALVES-MAZZOTTI, A. J. Parte 2: O método nas ciências sociais. In ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F.O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2ª ed. São Paulo: Pioneira, 1999. p.147-169.

BRUNO, E. B. G. O trabalho coletivo como espaço de formação. In: O espaço pedagógico e a educação continuada. São Paulo: Loyola, 2003.

CLEMENTI, N. A voz dos outros e a nossa voz: alguns fatores que intervêm na atuação do coordenador. In PLACCO, V. M. N.S.; ALMEIDA, L. R. (org.). O coordenador pedagógico e o espaço da mudança. São Paulo: Loyola, 2001.

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COSTA, A. J. A importância do Coordenador Pedagógico em Educação Física e Esportes. 2005. 40f. Monografia (Especialização em Eduação Escolar) – Fundação Educacional do Comércio Álvarez Penteado, Integrale Sistema de Ensino, Bauru, 2005.

DARIDO S. C. Educação Física na Escola: Questões e Reflexões. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. 91p.

GARRIDO, E. Espaço de formação continuada para o professor-coordenador. In: BRUNO, E. B.G. (Org.). O coordenador pedagógico e a formação docente. São Paulo: Loyola, 2000.

NEGRINE, A. Instrumentos de coleta de informações na pesquisa qualitativa. In: MOLINA, V.; TRIVIÑOS, A. N. S. (ORG.). A pesquisa qualitativa na Educação Física. Porto Alegre: Universidade/UFRGS/Sulina. 1999, p.61-93.

ORSOLON, L. A. M. O coordenador/formador como um dos agente de transformação da/na escola. In PLACCO, V. M. N.S.; ALMEIDA, L. R. (org.). O coordenador pedagógico e o espaço da mudança. São Paulo: Loyola, 2001.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Ensino Médio Em Rede, Programa de Formação Continuada: Documentos para Referência para o Ensino Médio: Diretrizes e Parâmetros Curriculares. PCN+ Ensino Médio – Orientações Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.. p. 139. São Paulo: compact disc, CD-ROM. 2005.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Lei Complementar nº444, de 27 de dezembro de 1985. Revista de Legislação da APEOESP nº2, São Paulo, outubro de 2002. p.29.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Lei Complementar nº836, de 30 de dezembro de 1997. Revista de Legislação da APEOESP nº2, São Paulo, outubro de 2002. p.33.

SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Resolução SE nº35, de 7 de abril de 2000. Disponível em: <http://siau.edunet.sp.gov.br/ItemLise/arquivos/35_2000.htm?>. Acesso em: 15 mai. 2006.

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ANEXOS

Escola 1

PC-1

1) Você acha importante a função do Professor Coordenador?

Eu acho muito importante porque às vezes é o professor fica sozinho em sala de aula e a gente tenta coordenar todas as partes que cabem a gente, às vezes a gente não consegue atingir todos os objetivos mas vale a pena.

2) Quais são as suas atribuições nesta Unidade Escolar?

Tantas que eu já não sei mais te falar, é atender pai, mãe, tio, espírito santo Amém. Atente tudo que tem direito. A atribuição da gente são muitas aqui, não dá nem pra distinguir pra você quais são, são várias em geral. 3) Você consegue dar conta dos seus afazeres?

Da minha parte burocrática não, mas porque eu não dou conta? Porque tenho que servir a todos, tem que servir diretor que te pede, vice-diretor, professor, alunos, pais, a comunidade em si. Às vezes os afazeres que eu tenho pra fazer fica a desejar. 4) Você ajuda os professores de Educação Física nas suas aulas e problemas?

Depende, se for do meu alcance sim, é que tem professor que não gosta que você se intrometa nas aulas deles por mais que você seja da área, ele acha que ele está lá, ele que comanda e acabou, às vezes tem professor que não quer a opinião de ninguém. Isso é verdade. 5) Você já solicitou a ajuda do Professor de Educação Física alguma vez? Foi atendido? Qual foi a solicitação?

Já , às vezes, principalmente na época de festas, pra ensaio das danças, eu achei assim que ficou um pouco a desejar. 6) Você já foi solicitado pelo Professor de Educação Física? Qual a solicitação? Você o atendeu?

Mas é pra desempenho dos alunos né, o comportamento deles, o negócio de

pular muro não sei das quantas, de gente de fora de escola vir pra cá, então agente tenta fazer

o possível nessa parte, mas não é muito correspondido também não.

Professor EF-1 (escola 1)

1) Qual a importância do Professor Coordenador na Unidade Escolar? O PC tem uma importância muito grande pois ele faz o meio de campo vamos dizer

como agente fala em termos de Educação Física entre os alunos a direção e os outros

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professores facilitando esse entrosamento, essas informações enfim ele faz um papel de facilitador na escola. 2) Você como professor conhece as atribuições do Professor Coordenador?

Nunca me foi passado assim olha a função do PC é essa, mas eu entendo que seja exatamente essa ponte que eu acabei de dizer, essa facilitação.de todo o trabalho escolar. 3) O que você acha da hierarquia da escola? Qual seu relacionamento com a Direção e Coordenação?

A hierarquia da escola é desse jeito desde sempre né, eu acho que é razoável, não vejo como seria diferente não. O meu relacionamento é bom, eu cumpro o meu papel, eles cumprem o papel deles, enfim, a gente vai tocando né. 4) Qual o tipo de auxilio dado pelo Professor Coordenador nas suas aulas?

Quando eu necessito, eu solicito alguma orientação alguma ajuda, alguma enfim, alguma facilitação do meu trabalho com relação aos alunos, com relação a direção, enfim, é sempre essa facilitação que eu vejo. 5) Você já solicitou a ajuda do Professor Coordenador alguma vez? Foi atendido? Qual foi a solicitação?

Mas uma vez essa ponte né, essa coisa de passar informações pros alunos, e facilitar o trabalho com relação ao desenvolvimento de algum projeto, já solicitei sim. 6) Você já foi solicitado pelo Professor Coordenador? Qual a solicitação? Você o atendeu?

Já fui solicitado, atendi e a solicitação mais uma vez foi essa, fazer essa ponte entre os alunos, olha eu to precisando disso conversa com os alunos, eu to precisando disso, vamos fazer aquilo, vai ter uma caminhada avisa, enfim, esse entrosamento do dia-a-dia, enfim essa ponte mesmo entre os vários segmentos da escola.

Professor EF-2 (escola 1)

1) Qual a importância do Professor Coordenador na Unidade Escolar?

Pra mim a PC teve importância porque que nem eu falei eu sou ingressante e meio que cai de pára-quedas aqui na escola, então tinha muita coisa que eu não sabia. Graças a Deus ela me ajudou bastante tá, desde tipo preencher caderneta, até preparar aula mesmo, nossa o primeiro dia de aula eu não tinha noção do que eu ia começar com as crianças, até porque eu não fiz estágio na escola época de faculdade, eu nunca trabalhei, então assim ela tem experiência eu tive sorte dela ser da nossa área né, se fosse uma coordenadora de outra área seria mais complicado. Pra mim teve essa importância sim. 2) Você como professor conhece as atribuições do Professor Coordenador?

Não, sinceridade, essa parte de leis, de hierarquia eu não tenho muito conhecimento não. 3) O que você acha da hierarquia da escola? Qual seu relacionamento com a Direção e Coordenação?

Bom com a coordenação até que foi boa por ela ser da área e presente, agora direção eu acho um pouco distante da realidade sabe um pouco distante, mas até que ela dá assim

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suporte pra gente tudo, mas não é aquela coisa do dia-a-dia, às vezes falta ter alguém aqui, entendeu não tem ninguém. 4) Qual o tipo de auxilio dado pelo Professor Coordenador nas suas aulas?

É o que eu falei no início ajudou bastante, mas eu fiz questão assim do plano de ensino ser o meu mesmo, mas ela me orientou bastante no início, mas quem deu o final foi eu mesmo. 5) Você já solicitou a ajuda do Professor Coordenador alguma vez? Foi atendido? Qual foi a solicitação?

Fui atendida, já solicitei, bem isso mesmo que eu não tinha noção como começar também porque eu não sabia como era o trabalho anterior ao meu aqui na escola. 6) Você já foi solicitado pelo Professor Coordenador? Qual a solicitação? Você o atendeu?

Fui solicitada algumas vezes tipo pra campeonato, pra acompanhar aluno em campeonato fora, assim o que eu pude eu ajudei tá, também agente teve ensaio de quadrilha até que eu não ajudei muito porque eu não tenho noção de dança. Tudo que eu pude eu procurei ajudar.

Escola 2 PC 2

1) Você acha importante a função do Professor Coordenador? Muito, é eu acho que o PC é o elo de ligação entre a direção o corpo docente e o

corpo discente da escola, além da parte administrativa também que o PC deve estar interagindo com a equipe gestora da escola. 2) Quais são as suas atribuições nesta Unidade Escolar?

Bom as atribuições do PC é cuidar mesmo, é orientar a parte pedagógica da escola, mas em alguns momentos nós fazemos outras atribuições que não são nossas, mas agente ta sempre assim ajudando na questão da disciplina na questão da administração em si, mas a minha atribuição é mais pedagógica, cuidar do pedagógico da escola. 3) Você consegue dar conta dos seus afazeres?

Sim, é quando não aparecem outras coisas extras no dia-a-dia que agente também tem que dar conta né, mas em síntese eu consigo. 4) Você ajuda os professores de Educação Física nas suas aulas e problemas?

Ajudo, sempre que posso, sempre que eu tenho alguma orientação diferente para a Educação Física eu to sempre passando para os PEF, mesmo porque os professores de EF dessa escola eles estão bem próximos da coordenação. É uma ajuda recíproca entre mim e os PEF. 5) Você já solicitou a ajuda do Professor de Educação Física alguma vez? Foi atendido? Qual foi a solicitação?

Já solicitei várias vezes, fui atendida em todas as vezes e a solicitação foi assim quanto a organização das aulas, quanto a nossa situação porque nós temos apenas duas

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quadras e várias salas de aula fazendo EF ao mesmo tempo, então houve assim uma conversa muito amigável e profissional ao mesmo tempo com os PEF é, na reformulação dessas aula, então cada um ocuparia um espaço em determinado momento e isso foi atendido. 6) Você já foi solicitado pelo Professor de Educação Física? Qual a solicitação? Você o atendeu?

Sim, é quando o professor de educação física precisa de algum material, uma

bola diferente, um material diferente para a organização da sua aula, embora essa aula já tenha

assim sido colocada no projeto, quando o professor precisa, eu to sempre atendendo essa

solicitação, e quando não está ao meu alcance eu busco com a direção a resolução desse

pedido do professor.

Professor EF 3 (escola 2)

1) Qual a importância do Professor Coordenador na Unidade Escolar? A importância é que ele auxilia o corpo docente nas atividades a serem realizadas.

2) Você como professor conhece as atribuições do Professor Coordenador?

Sim conheço, (tem que explicar também). Ele é o intermediário entre a direção da escola e o corpo docente da escola. 3) O que você acha da hierarquia da escola? Qual seu relacionamento com a Direção e Coordenação?

Nesta escola que eu administro as aulas o relacionamento é ótimo com a direção e coordenação. E a hierarquia tem que seguir né essa é uma norma impetrada pelo Estado. 4) Qual o tipo de auxilio dado pelo Professor Coordenador nas suas aulas?

A Educação Física exige às vezes materiais diferenciados e a gente pede para o PC. 5) Você já solicitou a ajuda do Professor Coordenador alguma vez? Foi atendido? Qual foi a solicitação?

Sobre a resposta anterior, realmente na hora de pedir material e sempre fui atendido é, materiais esportivos né!. 6) Você já foi solicitado pelo Professor Coordenador? Qual a solicitação? Você o atendeu?

Já fui solicitado é quando chega a festa junina ou algum evento que tenha na escola e a gente sempre atende ele com o maior prazer.

Professor EF 4 (escola 2)

1) Qual a importância do Professor Coordenador na Unidade Escolar?

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Em todos os setores, de todas as formas entendeu, tudo que nós precisamos do coordenador, agente passa pra ele né, nossas informações o que nós precisamos, e sempre sabe pelo menos comigo até hoje, tudo o que eu quis saber ela sempre fez, ela sempre me ajudou, me apóia. 2) Você como professor conhece as atribuições do Professor Coordenador?

Conheço, é como eu já falei né, agente conhece porque agente sabe que é um trabalho difícil, é um trabalho que às vezes o coordenador não compromete nem aos compromissos deles, eles fazem a mais, do que isso, além disso, entendeu. 3) O que você acha da hierarquia da escola? Qual seu relacionamento com a Direção e Coordenação?

Quanto à hierarquia da escola é o primeiro ano que eu estou aqui, nesta escola, então é o primeiro ano, eu tive sorte, porque eu vim de outra delegacia de ensino, então eu tive sorte eu me adaptei bem a essa escola e quanto ao relacionamento com a direção, pra mim sabe, não existe uma coisa assim melhor do que isso, porque eu to alcançando, tudo o que eu preciso, o que eu precisei da direção eu consegui. 4) Qual o tipo de auxilio dado pelo Professor Coordenador nas suas aulas?

Todos, todos pedagógicos, o que eu preciso, eu tenho alcançado. 5) Você já solicitou a ajuda do Professor Coordenador alguma vez? Foi atendido? Qual foi a solicitação?

Eu já precisei, fui atendida, a respeito de materiais, a respeito de sabe como lidar com algumas coisas, sempre fui atendida de maneira assim sabe espontânea de uma forma assim que não deixou nada a desejar. 6) Você já foi solicitado pelo Professor Coordenador? Qual a solicitação? Você o atendeu?

Já, já eles precisaram de mim às vezes de alunos, de coordenar outros tipos de atividades, entendeu, fui solicitada da mesma forma e quando eu precisei também, eles solicitaram e é recíproco né, uma mão lava a outra.