O VALOR A PARTIR DA INFORMAÇÃO FINANCEIRA Um caso ... · capacidade da contabilidade para cumprir...

718
1 UNIVERSIDAD DE VALLADOLID FACULTAD DE CIENCIAS ECONÓMICAS Y EMPRESARIALES DEPARTAMENTO DE ECONOMÍA FINANCIERA Y CONTABILIDAD O VALOR A PARTIR DA INFORMAÇÃO FINANCEIRA Um caso particular da “imagem fiel”: o sector do Vinho do Porto Amélia Maria Martins Pires VALLADOLID 2005

Transcript of O VALOR A PARTIR DA INFORMAÇÃO FINANCEIRA Um caso ... · capacidade da contabilidade para cumprir...

  • 1

    UNIVERSIDAD DE VALLADOLID

    FACULTAD DE CIENCIAS ECONMICAS Y

    EMPRESARIALES

    DEPARTAMENTO DE ECONOMA FINANCIERA Y

    CONTABILIDAD

    O VALOR A PARTIR DA INFORMAO

    FINANCEIRA

    Um caso particular da imagem fiel: o sector do

    Vinho do Porto

    Amlia Maria Martins Pires

    VALLADOLID 2005

  • 2

    TESE DE DOUTORAMENTO

    O VALOR A PARTIR DA INFORMAO

    FINANCEIRA

    Um caso particular da imagem fiel: o sector do

    Vinho do Porto

    DOUTORANDA:

    AMLIA MARIA MARTINS PIRES

    ORIENTADOR DA TESE:

    PROF. DR. D. RAFAEL RAMOS CERVERO

    UNIVERSIDAD DE VALLADOLID

  • 3

    Agradecimentos

    A elaborao de uma tese de doutoramento constitui-se num dos desafios mais

    importantes da vida acadmica.

    Quando iniciei o percurso da minha actividade acadmica foram vrias as

    pessoas que, de uma forma ou de outra, convergiram para me dar o nimo e a fora

    sem os quais qualquer tarefa no consegue obter xito.

    O meu doutoramento foi iniciado em circunstncias que me levaram a ir para

    fora do pas, contactar com uma lngua diferente, com outras pessoas, com outros

    hbitos e uma cultura igualmente diferente.

    Todavia, a adaptao foi fcil porque a directora do programa de

    doutoramento, Professora Doutora Begoa Busto Marroqun, teve para comigo uma

    abertura, compreenso e disponibilidade para me ajudar que se traduziram numa

    alavanca essencial para o meu trabalho. Por isso, o meu primeiro agradecimento vai

    para a pessoa em questo, cujas qualidades profissionais e humanas so decisivas para

    o exerccio do magistrio de que est incumbida.

    Foi, de resto, atravs da Professora Doutora Begoa Busto Marroqun que

    viria a conhecer o meu orientador, para quem qualquer palavra de agradecimento ser

    concerteza de muito pouco significado em relao ao sentimento de ddiva,

    abnegao e muito conhecimento e apoio que me facultou.

    Na verdade, sem o incomensurvel conhecimento e apoio do Professor Doutor

    Rafael Ramos Cerver este trabalho no teria tido a ambio e o alcance que julgamos

    ter conseguido. A sua vasta carreira acadmica, obra publicada e conhecimento

    profundo de todas as matrias ligadas s cincias empresariais fazem do Professor

    Rafael a maior das referncias que at hoje tive oportunidade de ter em toda a minha

    vida acadmica.

    Nesta fase dos agradecimentos usual cometerem-se algumas injustias,

    seguramente por omisso, uma vez que ao longo de mais de dois anos de trabalho

    intenso muitas foram as pessoas a que, por um motivo ou outro, tivemos de recorrer.

    E, nesse mbito, sinto o dever de sublinhar o apoio prestado por um dos directores da

    Casa do Douro, Sr. Antnio Lus Breia, pelo respectivo director financeiro, Dr.

    Alexandre Ferreira, e ainda pela disponibilidade incondicional dos funcionrios da

    Adega Cooperativa de Mura, particularmente na pessoa do Dr. Daniel Augusto.

  • 4

    Ao longo deste tempo, fruto de circunstncias nem sempre mobilizadoras do

    voluntarismo necessrio para este trabalho, foi indispensvel o apoio da famlia e dos

    amigos sem o qual, muito provavelmente, no teria sido possvel chegar ao termo

    desta caminhada e manter o equilbrio emocional indispensvel para poder trabalhar.

    So, pois, muitos aqueles por quem neste momento sinto uma profunda dvida

    de gratido, que s o tempo permitir poder fazer subtrair, quer atravs da partilha do

    meu contentamento quer atravs da disponibilidade que, a partir de agora, terei para

    com todos.

    A todos os que, directa ou indirectamente, estiveram comigo e me apoiaram o

    meu bem haja.

    Bragana, 28 de Novembro de 2004

    Amlia Pires

  • 5

    Este trabalho, apresentado na Facultad de Econmicas y Empresariales da

    Universidad de Valladolid, foi desenvolvido no mbito do programa de doutoramento

    em Gesto e Administrao de Empresas especializao em Contabilidade, para a

    obteno do grau de Doutor.

  • 6

    minha famlia

  • 7

    Resumo

    Este trabalho foi desenvolvido com o objectivo de se proceder a uma avaliao

    crtica de todos os factores que concorrem para a formao do valor na empresa e,

    neste particular, identificar as insuficincias que o modelo contabilstico actualmente

    em vigor em Portugal apresenta. Assim, e em linhas muito gerais, propomo-nos

    questionar a no observncia de alguns princpios e dos seus efeitos, designadamente

    em relao aos princpios de verdade, justia e equidade, enquanto fundamentos

    bsicos da estrutura conceptual da contabilidade. Muito se tem discutido acerca da

    capacidade da contabilidade para cumprir com aqueles que julgamos serem os seus

    objectivos elementares, nomeadamente o de medir com fiabilidade, divulgar com

    oportunidade e relatar com integralidade, sendo cada vez mais questionada a sua

    capacidade para dar resposta a este ltimo.

    Na verdade, a realidade tem-nos evidenciado situaes que no se

    compatibilizam com os objectivos inerentes relevncia contabilstica, ignorando

    factores que desempenham importantes contributos na formao do patrimnio e dos

    resultados. Foi a partir desta constatao que decidimos construir a nossa tese com a

    obteno de evidncia emprica que nos permitisse ter maior densidade na formao

    da nossa opinio e das concluses a extrair. Para o efeito, procedemos ao estudo do

    sector do Vinho do Porto, tendo enfocado a nossa anlise nos stocks do Vinho do

    Porto da Casa do Douro.

    Para a escolha do tema podem ser apontadas diferentes razes, de que

    sobressai o facto de se tratar de um problema real e actual, generalizvel a vrias

    empresas ou sectores, que tem importantes repercusses na informao financeira

    produzida e que, por isso, pode ser a causa de prejuzos para os terceiros relacionados

    com a empresa. Em face destas motivaes tramos a nossa misso que teve como

    orientao a tentativa de aproximao aos princpios da verdade, justia e equidade e,

    consequentemente, a favor do corolrio da imagem fiel, presente no normativo global.

    Em concordncia com os objectivos propostos decidimos que a estrutura da

    nossa investigao se iria centrar, de forma privilegiada, nos elementos que compem

    o balano contabilstico, assente no pressuposto de que a empresa dever ser

    entendida como uma entendida viva, em funcionamento contnuo e que, por isso, tem

  • 8

    caractersticas dinmicas, s perceptveis atravs da anlise dos seus elementos no

    quadro de uma lgica de funcionamento.

    Nesta conformidade, definimos a sequncia capitular a servir de suporte

    nossa investigao e que se encontra composta, para alm de uma introduo e das

    respectivas concluses, extradas a partir da nossa tese de partida, por seis captulos.

    O captulo I, que designmos de normalizao contabilstica europeia, foi

    desenvolvido ao nvel da anlise das caractersticas da informao financeira

    normalizada e da possibilidade de existirem distores da imagem fiel como

    consequncia, de entre outras, das normas de valorizao vigentes.

    Sem perder de vista o objectivo proposto, desenvolvemos o captulo II, sob a

    designao geral de o valor patrimonial da empresa, atravs do qual procurmos

    oferecer uma perspectiva de valorizao esttica, com destaque para o princpio do

    custo histrico e ao seu carcter esttico, procurando colocar o assento tnico na

    eventual perda de capacidade de medio fivel. Como aspecto saliente da

    insuficincia que pretendemos demonstrar fizemos uma abordagem ao desajustamento

    deste princpio contabilstico em contextos inflacionistas, com o objectivo de

    estabelecermos algum paralelo e alertarmos para a necessidade de serem introduzidas

    algumas reformas em conceitos e normas contabilsticas e fiscais.

    Esta linha de investigao encontra sequncia no captulo III, que intitulmos

    de valorizao esttica e valorizao dinmica, porquanto estamos certos de que a

    perspectiva de valorizao esttica (valor patrimonial) porventura o lado mais frgil

    da contabilidade na sua relao com a medio do valor. Nesta perspectiva,

    pretendemos alertar para o facto de que a medio do valor a partir dos elementos

    activos e passivos identificveis claramente insuficiente. O valor individualizado e o

    valor conjunto so diferentes porque o todo no igual soma das partes, o valor de

    mercado, o valor contabilstico e o valor de transaco, total ou parcial, de uma

    empresa so frequentemente diferentes. A sistematizao efectuada a partir destes

    aspectos tem como objectivo central sublinhar a importncia da obteno de

    informao financeira integra para a proteco dos interesses minoritrios.

    Tendo como referncia a nossa abordagem determinao do valor e, nesse

    quadro, importncia que os registos contabilsticos podem ter para a determinao

    do mesmo, desenvolvemos o capitulo IV, sob a denominao de valorizao do

    activo imobilizado, porquanto so estes os elementos que tm perodos de

    permanncia na empresa mais elevados e que, por isso, a haver incapacidade por parte

  • 9

    do modelo de valorizao actualmente em vigor, ela ser to mais evidente quanto

    maior for o perodo de permanncia dos elementos patrimoniais no patrimnio das

    empresas.

    E porque estamos convencidos de que quando se analisa a empresa em

    funcionamento haver necessidade de proceder avaliao de outras variveis,

    designadamente aquelas que maior influncia podero exercer na formao do valor

    da empresa, entendemos oportuno dedicar particular ateno varivel fundo de

    maneio, designadamente no que respeita necessidade de compatibilizao entre o

    fundo de maneio efectivo e as necessidades de fundo de maneio de uma empresa.

    Sobre essa anlise de realar a convenincia que acreditamos existir em se dispor de

    um fundo de maneio ajustado ao volume, natureza e ou actividade de uma empresa,

    pelo que desenvolvemos o captulo V sob a designao geral de investigao do

    fundo de maneio, para o qual propusemos um modelo de clculo ajustado s

    empresas do sector do Vinho do Porto.

    Por ltimo, e por questes de coerncia com o objectivo da nossa tese, que

    como j referimos se situa ao nvel da capacidade da informao financeira para a

    partir dela se poder concluir acerca do valor, elabormos o captulo VI, sob a

    designao geral de estudo sobre as bases de valorizao das existncias no sector do

    Vinho do Porto: um caso emprico, cuja anlise incide, como o prprio ttulo sugere,

    sobre as existncias de Vinho do Porto, alias, o principal activo nas empresas deste

    sector. Neste captulo procurmos enfatizar o resultado emprico obtido em que se

    demonstre a insuficincia do modelo contabilstico actual para cumprir o objectivo de

    relevncia que deve estar presente na informao financeira. Com esta evidncia

    suportmos a proposta sobre a necessidade de construir informao financeira

    complementar, subordinada a uma metodologia de pluralidade de balanos, de modo a

    ser possvel compatibilizar a objectividade do modelo contabilstico actual com a

    necessidade de cumprir com o princpio da imagem verdadeira e apropriada, na qual

    toda a informao financeira deve assentar.

  • 10

    Abstract

    This work was evolved with the purpose of performing a critic evaluation of

    all the concurrent factors needed to the formation of value in an enterprise and,

    particularly, of identifying the insufficiencies presented by the conceptual framework

    in use in Portugal. Thus, and in a broader sense, we propose ourselves to question the

    non observance of some principles and their effects, especially the ones of truth,

    justice and equity, while basic foundations of the conceptual structure of accountancy.

    There has been a lot of discussion on the capacity of accountancy in accomplishing

    those we think its elemental objectives, namely those of measuring with reliability,

    divulging with opportunity and reporting with integrity, being the most questioned its

    capacity of response to the latter.

    In fact, reality has shown situations which are not compatible with the inherent

    objectives to accountancy relevance, ignoring factors which perform important

    contributions in the formation of patrimony and results. So, based on this assumption,

    we decided to build our thesis by getting empirical evidence which allowed us to have

    more density in the formation of our opinion and conclusions to get. To accomplish

    that, we went on studying the Oporto Wine sector, focusing our analysis on the

    Oporto Wine stocks of the Casa do Douro.

    There can be pointed several reasons for our choice, from which we emphasise

    the fact of being a real and present problem, applicable to several enterprises and

    sectors, which has important repercussions on the produced financial information and

    which, by that, can be the cause of losses to third parties involved in the enterprise.

    Facing such motivations we traced our mission which had as orientation the attempt

    of approaching the principles of truth, justice and equity and consequently, favouring

    the corollary of the true and fair view, present in the global norm.

    According to the objectives proposed we decided that the structure of our

    investigation would be centred, in a privileged way, in the elements which compose

    the accountancy balance, based on the assumption that the enterprise should be

    understood as living, continuously working and which, by that, has dynamic

    characteristics, only perceptible through the analysis of its elements in a functioning

    logic point of view.

  • 11

    Accordingly, we defined the chapter sequence supporting our investigation,

    which is composed, besides the introduction and its respective conclusions taken from

    our starting thesis, by six chapters.

    The chapter I, called European accountancy normalization, was evolved

    towards the analysis of the characteristics of normalized accountancy information and

    the possibility of existing distortions of the true and fair view as a consequence,

    among others, of the current valorization norms.

    Faithful to the proposed goal, we developed chapter II, under the general

    denomination patrimonial value of the enterprise, through which we tried to give a

    perspective of static valorization, especially the principle of historical cost accounting

    and its static feature, and looking forward to emphasise the eventual loss of the

    truthful measuring capacity. In order to point out the insufficiency we are trying to

    demonstrate, we made an approach on the unfitting of such accountancy principle in

    inflationary contexts, so as to establish a parallel and to warn to the necessity of

    introducing some reformations in accountancy and fiscal concepts.

    This investigation finds its sequence in chapter III, which we called static

    valorization and dynamic valorization, as we are certain that the perspective of static

    valorization (patrimonial value) is somewhat the most fragile feature of accountancy

    as far as the measuring of value is concerned. By this perspective, we claim to alert

    for the fact that the measuring of value through identifiable assets and liabilities

    elements is clearly insufficient. The individualized value and total value are different

    as the whole isnt equal to the sum of the parts, the value in market, the accountancy

    value and transaction value, total or partial, of an enterprise are often different. Based

    on these aspects the performed systematization is essentially aimed to point out the

    importance of getting integral accountancy information in order to protect minority

    interests.

    Referring to our approach on value determination and, in this view, on the

    importance that the accountancy registers might have in determining it, we developed

    chapter IV, under the name valuation of the tangible assets, as they are the elements

    that have longer periods of permanence in the enterprise and, by that, in case of

    incapacity of the valorization model currently in effect, it will be as evident as the

    longer is the period of permanence of the patrimonial elements in the patrimony of the

    enterprises.

  • 12

    And as we are convinced that when analysing the active enterprise there is the

    need to perform the evaluation of other variables, especially of those which can have

    stronger influence over the formation of the enterprise value, we found it worthy to

    pay special attention to the working balance variable, namely as far as the necessity of

    compatibility between the effective working balance and the necessities of the

    working balance of an enterprise is concerned. Relatively to that analysis, it is to be

    heighten the convenience we think that exists in having a working balance adjusted to

    the volume, nature and activity of an enterprise. Thus we developed chapter V under

    the general designation investigation on the working balance, to which we proposed

    a calculus model fitting the enterprises of the Oporto Wine sector.

    Lastly, and by reasons of coherence with the aim of our thesis, which we have

    already referred as situated at the level of the capacity of financial information from

    which it can be concluded the value, we elaborated chapter VI, under the general

    designation study on the valorization basis of the existences in the Oporto Wine

    sector: an empirical case, an analysis which focuses, as its title suggests, on the

    existences of the Oporto Wine, if not, the main assets of the enterprises of this sector.

    In this chapter we tried to emphasise the obtained empirical result in which it is

    demonstrated the insufficiency of the current accountancy model in accomplishing the

    relevance objective that must be present in financial information. By this evidence we

    supported the proposal on the necessity of building complementary financial

    information, subordinated to a plurality of balances methodology, so that it can be

    possible to harmonize the objectivity of the current accountancy model with the

    necessity of accomplishing the principle of a true and fair view, in which all the

    financial information must be based.

  • 13

    ndice Geral

    INTRODUO .......................................................................................................... 23

    CAPTULO I .............................................................................................................. 33

    A NORMALIZAO CONTABILSTICA EUROPEIA ..................................... 33

    1.1. A NECESSIDADE DE HOMOGENEIZAR A ESTRUTURA DAS

    DEMONSTRAES FINANCEIRAS E A OBRIGATORIEDADE DA SUA

    DIFUSO .................................................................................................................... 34

    1.1.1. O MERCADO NICO NA UNIO EUROPEIA E A SUA REGULAMENTAO LEGAL

    .................................................................................................................................. 34

    1.1.2. AS DIRECTIVAS COMUNITRIAS NO CAMPO DA EMPRESA ............................... 36

    1.1.2.1. As Directivas sobre o direito das sociedades e o grau de harmonizao

    contabilstica que com elas foi conseguido ......................................................... 36

    1.2.2. A IV DIRECTIVA E A SUA EXTENSO AOS PASES DA REA COMUNITRIA ...... 37

    1.1.3. A HARMONIZAO DAS CONTAS ANUAIS ......................................................... 39

    1.1.4. A OBRIGATORIEDADE DE PREPARAR E DIFUNDIR AS CONTAS ANUAIS .............. 42

    1.2. DESENVOLVIMENTO DO NORMATIVO NOS DIFERENTES ESTADOS

    DA UNIO EUROPEIA ........................................................................................... 44

    1.2.1. O NORMATIVO CONTABILISTICO EM FRANA .................................................. 44

    1.2.2. O NORMATIVO CONTABILSTICO ALEMO ....................................................... 46

    1.2.3. O NORMATIVO CONTABILSTICO ESPANHOL .................................................... 48

    1.2.4. O NORMATIVO CONTABILSTICO PORTUGUS .................................................. 50

    1.2.5. CAUSAS DAS PRINCIPAIS COINCIDNCIAS E DIFERENAS ................................. 52

    1.3. EXTENSO DO CAMPO DE APLICAO DAS NORMAS ...................... 59

    1.3.1. AS NORMAS JURDICAS. ADAPTAO DAS LEGISLAES DOS ESTADOS-

    MEMBROS .................................................................................................................. 59

    1.3.2. OS PRINCPIOS CONTABILSTICOS CONTIDOS NA IV DIRECTIVA ....................... 61

    1.3.2.1. Inconvenientes da aplicao do princpio do custo de aquisio .......... 61

    1.3.2.2. A rigidez dos princpios contabilsticos numa economia cambiante ...... 62

    1.3.2.3. O corolrio da Imagem Fiel e a sua prevalncia sobre os demais

    princpios contabilsticos ..................................................................................... 65

    1.3.2.4. A prudncia valorativa e as suas limitaes de registo .......................... 67

    1.4. A INFORMAO CONTABILSTICA ATRAVS DAS CONTAS

    ANUAIS ...................................................................................................................... 69

    1.4.1. AS CONTAS ANUAIS E A INFORMAO SOCIEDADE ....................................... 69

    1.4.2. AS NECESSIDADES INFORMATIVAS DOS DIFERENTES AGENTES E A SUA RELAO

    COM A EMPRESA ........................................................................................................ 70

    1.4.3. A INFORMAO DA EMPRESA PERANTE OS MERCADOS BOLSISTAS .................. 73

    1.5. A FIABILIDADE DO CONTEDO DAS CONTAS ANUAIS ...................... 75

    1.5.1. RIGOR CONTABILSTICO E VERACIDADE DAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS

    EMITIDAS .................................................................................................................. 75

    1.5.2. A TOMADA DE DECISES DE INVESTIMENTO A PARTIR DO CONTEDO DAS

    CONTAS ANUAIS ........................................................................................................ 75

  • 14

    1.5.3. A AUDITORIA S CONTAS. SUAS LIMITAES E EFICCIA ................................ 77

    1.5.4. A SUPERVISO DOS ORGANISMOS PBLICOS .................................................... 78

    1.5.5. A POSSIBILIDADE DE DELITO OU FALSA INFORMAO ..................................... 80

    1.6. O RESPEITO PELO COROLRIO DA IMAGEM FIEL NAS NORMAS

    DE VALORIZAO ................................................................................................. 82

    1.6.1. A PREVALNCIA DO COROLRIO DA IMAGEM FIEL ........................................... 82

    1.6.2. O CONHECIMENTO DO VALOR ACTUAL DO PATRIMNIO DA EMPRESA ............. 83

    1.6.3. LIMITAES IMPOSTAS PELA APLICAO DE OUTROS PRINCPIOS

    CONTABILSTICOS ...................................................................................................... 85

    1.6.4. LIMITAES IMPOSTAS POR CRITRIOS FISCAIS ............................................... 87

    1.6.5. PROBLEMAS DE DETERMINAO DO VALOR ACTUAL DE MERCADO E DO JUSTO

    VALOR ....................................................................................................................... 89

    1.7. O PRINCPIO DA PLURALIDADE DE BALANOS .................................. 91

    1.7.1. A NECESSIDADE DE SE APRESENTAR INFORMAO FINANCEIRA ACTUALIZADA

    DE FORMA COMPLEMENTAR S CONTAS ANUAIS ....................................................... 91

    1.7.2. AS INSUFICINCIAS EVIDENCIADAS PELO ANEXO ............................................. 93

    1.7.3. O BALANO COMPLEMENTAR E A VALORIZAO ACTUALIZADA DO

    PATRIMNIO DA EMPRESA ......................................................................................... 95

    CAPTULO II ............................................................................................................ 98

    O VALOR PATRIMONIAL DA EMPRESA ......................................................... 98

    2.1. O VALOR DA EMPRESA ATRAVS DA DESCRIO DAS SUAS

    COMPONENTES PATRIMONIAIS ....................................................................... 99

    2.1.1. OS CRITRIOS DE VALORIMETRIA PARA OS DIFERENTES ELEMENTOS

    PATRIMONIAIS DE ACORDO COM O NORMATIVO CONTABILSTICO VIGENTE ............... 99

    2.1.1.1. Activo fixo ............................................................................................. 100

    2.1.1.2. Activo circulante ................................................................................... 101

    2.1.2. A VALORIMETRIA APLICVEL S EXISTNCIAS .............................................. 102

    2.1.3. ANLISE DAS CONSEQUNCIAS DO PROCESSO DE OBTENO DO CUSTO DE

    PRODUO NA DETERMINAO DO VALOR PATRIMONIAL ....................................... 105

    2.1.4. A VALORIZAO DAS EXISTNCIAS SADA DO STOCK ................................. 109

    2.1.5. A APLICAO DE POLTICAS CONTABILSTICAS CONSISTENTES E A NECESSIDADE

    DE PROCEDER A DERROGAES ............................................................................... 113

    2.1.6. O CUSTO DE AQUISIO E A SUA PERMANNCIA NO PATRIMNIO .................. 114

    2.1.7. A ACTUALIZAO DO VALOR DO IMOBILIZADO CORPREO ATRAVS DO

    PROCESSO DE AMORTIZAES ................................................................................. 117

    2.1.8. DIFICULDADES NA ACTUALIZAO DOS VALORES DO IMOBILIZADO

    INCORPREO E FINANCEIRO ..................................................................................... 120

    2.1.8.1. Imobilizado incorpreo ......................................................................... 120

    2.1.8.2. Imobilizado financeiro .......................................................................... 123

    2.1.9. LIMITAES NA ACTUALIZAO DOS CAPITAIS CIRCULANTES ...................... 124

    2.1.10. INAMOVIBILIDADE DOS CAPITAIS PRPRIOS DA EMPRESA ............................ 127

    2.1.11. INEXPRESSIVIDADE DO BALANO NO ACTUALIZADO ................................. 128

    2.2. O PRINCPIO DO CUSTO DE AQUISIO E A SUA INEFICCIA EM

    MERCADOS INFLACIONISTAS ......................................................................... 131

    2.2.1. EFEITOS CONTABILSTICOS DA INFLAO ...................................................... 131

    2.2.2. INSUFICINCIAS DO CUSTO HISTRICO .......................................................... 135

  • 15

    2.2.3. SOLUES CONTABILSTICAS EM PERODOS DE INFLAO ............................. 138

    2.2.4. INFLAO RADICALIZADA. O EXEMPLO DA ARGENTINA ............................... 142

    2.2.5. NORMAS PARA O TRATAMENTO DOS EFEITOS EXERCIDOS PELA INFLAO SOBRE

    AS DEMONSTRAES FINANCEIRAS ......................................................................... 144

    2.2.5.1. A experincia da Argentina .................................................................. 144

    2.2.5.2. O normativo norte-americano .............................................................. 150

    2.2.5.3. O normativo emanado pelo IASB ......................................................... 151

    2.2.5.4. O normativo da U.E. ............................................................................. 152

    2.2.6. CONSEQUNCIAS E LIMITAES DAS NORMAS DE CORRECO DOS EFEITOS DA

    INFLAO ................................................................................................................ 154

    2.2.7. A ACTUALIZAO DE BALANOS EM PORTUGAL. A NECESSIDADE DE ALTERAR

    A ESTRUTURA JURDICA VIGENTE ............................................................................ 155

    2.3. NECESSIDADE DE DELIMITAR A APLICAO DOS CRITRIOS

    VALORIMTRICOS .............................................................................................. 157

    2.3.1. INCONVENIENTES MANIFESTADOS PELO RIGOR VALORIMTRICO DOMINANTE

    NAS NORMAS CONTABILSTICAS INTERNACIONAIS E NAS PORTUGUESAS EM

    PARTICULAR ............................................................................................................ 157

    2.3.2. EXTENSO DOS CRITRIOS CUMULATIVOS DE CUSTOS E GASTOS NAS

    AQUISIES DE ACTIVOS FIXOS ............................................................................... 159

    2.3.3. A ADAPTAO DO CUSTO DO GOODWILL EVOLUO FUTURA DA EMPRESA 161

    2.3.3.1. Convenincia ou no de proceder amortizao do goodwill ............ 161

    2.3.3.2. Possibilidade de proceder a reajuste no valor intangvel da empresa.

    Estudos tcnicos e tratamento contabilstico ..................................................... 164

    2.3.4. AS PARTICIPAES EM EMPRESAS DO GRUPO E ASSOCIADAS. SUA EVOLUO E

    VALORIZAO ......................................................................................................... 165

    2.3.5. OS AJUSTES NO VALOR DAS EXISTNCIAS. UMA REFERNCIA PARTICULAR AO

    CASO DOS MERCADOS COM COTAO OFICIAL OU VERIFICVEL ............................. 166

    2.3.6. AJUSTES NOS INVESTIMENTOS FINANCEIROS ................................................. 168

    2.3.7. TRATAMENTO ESPECIAL PARA AS OPERAES DE BARTHER E STOCK OPTIONS

    ................................................................................................................................ 170

    2.4. O VALOR DA EMPRESA NA TOMADA DE DECISES DE

    INVESTIMENTO .................................................................................................... 173

    2.4.1. A INFORMAO CONTABILSTICA COMO BASE DAS DECISES DE INVESTIMENTO

    ................................................................................................................................ 173

    2.4.2. OS MERCADOS BOLSISTAS E O VERDADEIRO VALOR DA EMPRESA ................. 175

    2.4.3. FACTORES EXTERNOS MODIFICATIVOS DO VALOR REAL DAS PARTICIPAES

    ACCIONISTAS E O SEU POSSVEL CONTROLO POR PARTE DO INVESTIDOR ................. 176

    2.4.4. A NECESSIDADE DE UMA INFORMAO RIGOROSA NOS CASOS DE OPA`S,

    FUSES, ABSORES E CISES. RISCO DE DANO A TERCEIROS POR INSUFICINCIA DE

    INFORMAO CONTABILSTICA ............................................................................... 177

    2.4.5. O VALOR REAL DA EMPRESA NOS CASOS DE TRANSMISSES DE TTULOS ENTRE

    VIVOS OU MORTIS CAUSA ........................................................................................ 178

    2.4.6. INFORMAO ESPECFICA NOS CASOS DE ACCIONISTAS SEM VOTO ................ 179

    2.5. A NECESSIDADE DE REFORMA DAS NORMAS FISCAIS NO ESPAO

    COMUNITRIO NO QUE RESPEITA SUA INFLUNCIA NO VALOR

    PATRIMONIAL ...................................................................................................... 181

    2.5.1. INFLUNCIA DAS NORMAS FISCAIS SOBRE O PATRIMNIO DA EMPRESA ......... 181

  • 16

    2.5.2. REVISO DOS CRITRIOS FISCAIS SOBRE AMORTIZAO DOS ELEMENTOS

    PATRIMONIAIS DO IMOBILIZADO CORPREO E INCORPREO .................................... 183

    2.5.3. NECESSIDADE DE REDACO DE UM CORPO DE DOUTRINA FISCAL AVANADA

    RELATIVA VALORIZAO DAS EXISTNCIAS E DEMAIS ACTIVOS CIRCULANTES .... 184

    2.5.4. O CUSTO DE REPOSIO COMO SUBSTITUTO DOS CRITRIOS FIFO, LIFO E

    CUSTO MDIO .......................................................................................................... 186

    2.5.5. O DIFERIMENTO DO RESULTADO CONTABILSTICO PARA EFEITOS FISCAIS E A

    SUA EXPRESSO NO BALANO COMO RISCO ALEATRIO DAS PROVISES PRATICADAS

    ................................................................................................................................ 188

    2.6. A POSIO DOS ESPECIALISTAS E ORGANISMOS

    NORMALIZADORES RELATIVAMENTE AO VALOR REAL

    ACTUALIZADO ...................................................................................................... 192

    2.6.1. O CONCEITO DE JUSTO VALOR NO NORMATIVO CONTABILSTICO PORTUGUS

    ................................................................................................................................ 192

    2.6.2. A POSIO DEFENDIDA PELOS DIFERENTES ESPECIALISTAS E PELAS CORRENTES

    CONTINENTAL E ANGLOSAXNICA .......................................................................... 194

    2.6.3. A RELEVNCIA E A FIABILIDADE COMO CARACTERSTICAS ESSENCIAIS DA

    INFORMAO FINANCEIRA E SUA ARTICULAO COM O NORMATIVO CONTABILSTICO

    ................................................................................................................................ 199

    2.6.4. O AJUSTAMENTO DO PATRIMNIO SEGUNDO O VALOR REAL ACTUALIZADO: A

    FORMA E A MEDIDA ................................................................................................. 202

    2.7. O CONCEITO DE JUSTO VALOR EM CONTABILIDADE .................... 204

    2.7.1. A EXTENSO DO JUSTO VALOR A TODAS AS PARTIDAS DO BALANO ............. 204

    2.7.2. O JUSTO VALOR NAS NORMAS INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE E NO

    NORMATIVO NACIONAL ........................................................................................... 205

    2.7.3. MODELOS A SEREM UTILIZADOS NA DETERMINAO DO JUSTO VALOR ......... 206

    2.7.4. A FIABILIDADE OFERECIDA PELOS MTODOS UTILIZADOS PARA ESTIMAR O

    JUSTO VALOR .......................................................................................................... 207

    CAPTULO III ......................................................................................................... 208

    VALORIZAO ESTTICA E VALORIZAO DINMICA ...................... 208

    3.1. VALOR INDIVIDUALIZADO E VALOR CONJUNTO. CRITRIOS E

    DIFERENAS .......................................................................................................... 209

    3.1.1. VALORIZAO DOS DIFERENTES ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO PATRIMNIO:

    O VALOR DE AQUISIO COMO REFERNCIA DOS VALORES INDIVIDUAIS ................. 209

    3.1.2. O VALOR DE TRANSACO EM FUNO DE FACTORES EXGENOS ................. 212

    3.1.3. O VALOR DO CONJUNTO DOS ACTIVOS QUE CONSTITUEM UM PATRIMNIO

    EMPRESARIAL .......................................................................................................... 215

    3.1.4. O GOODWILL E O CAPITAL INTELECTUAL ....................................................... 219

    3.2. O VALOR REAL ACTUAL DE MERCADO. PROCEDIMENTOS

    TENDENTES SUA ESTIMATIVA .................................................................... 222

    3.2.1. APLICAO DO VALOR ACTUALIZADO AOS DIFERENTES ELEMENTOS

    CONSTITUTIVOS DO PATRIMNIO ............................................................................. 222

    3.2.2. A ESCOLHA DO CRITRIO DE ACTUALIZAO MAIS ADEQUADO ..................... 224

    3.2.3. A IMPORTNCIA DOS MERCADOS DE CAPITAIS PARA A DETERMINAO DO

    VALOR REAL DE MERCADO ...................................................................................... 227

  • 17

    3.2.4. NECESSIDADE DE RELEVAO CONTABILSTICA DOS EFEITOS DOS

    AJUSTAMENTOS DO VALOR REAL ............................................................................. 230

    3.3. ACTIVOS E PASSIVOS OCULTOS OU FICTCIOS ................................. 232

    3.3.1. ACTIVOS OCULTOS E PASSIVOS FICTCIOS ...................................................... 232

    3.3.2. ACTIVOS FICTCIOS E PASSIVOS OCULTOS ...................................................... 237

    3.3.3. REPERCUSSES DOS ACTIVOS OCULTOS E PASSIVOS FICTCIOS ...................... 240

    3.3.4. REPERCUSSES DOS ACTIVOS FICTCIOS E PASSIVOS OCULTOS ...................... 243

    3.3.5. REPERCUSSO CONJUNTA DOS ELEMENTOS PATRIMONIAIS OCULTOS E FICTCIOS

    ................................................................................................................................ 244

    3.4. A EMPRESA EM FUNCIONAMENTO. ANLISE DA TENDNCIA DE

    RESULTADOS ........................................................................................................ 246

    3.4.1. BREVE ABORDAGEM HISTRICA AO BALANO DINMICO DE SCHMALENBACH

    ................................................................................................................................ 246

    3.4.2. A EMPRESA EM FUNCIONAMENTO: DO BALANO ESTTICO AO BALANO

    DINMICO E FUNCIONAL .......................................................................................... 249

    3.4.3. ANLISE DA TENDNCIA DOS RESULTADOS ................................................... 253

    3.4.4. ANLISE DA QUALIDADE DOS RESULTADOS .................................................. 254

    3.4.5. AVALIAO DA PERFORMANCE DA EMPRESA EM FUNCIONAMENTO .............. 257

    3.4.6. O RESULTADO COMO MEDIDA DO VALOR DA EMPRESA .................................. 261

    3.4.7. O EFEITO CATALISADOR NAS EMPRESAS QUE APRESENTAM RESULTADOS

    OPERACIONAIS CRESCENTES .................................................................................... 263

    3.4.8. O PRINCPIO DO CRESCIMENTO AUTO SUSTENTADO ....................................... 265

    3.4.9. O CRESCIMENTO ORGNICO E O CRESCIMENTO EXTERNO .............................. 267

    3.4.10. AS DEMONSTRAES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS COMO INSTRUMENTO DE

    AVALIAO DO VALOR DA EMPRESA EM CRESCIMENTO .......................................... 270

    3.5. ACTUALIZAO DO VALOR FUTURO ESPERADO ............................. 272

    3.5.1. ASPECTOS CONCEPTUAIS LIGADOS ACTUALIZAO DO VALOR FUTURO ..... 272

    3.5.2. LIMITAES QUANTO AO PERODO EM QUE PODE SER FEITA A ACTUALIZAO

    DO VALOR FUTURO .................................................................................................. 273

    3.5.3. A SUSTENTABILIDADE DAS TAXAS DE CRESCIMENTO E A VARIAO DOS

    PARMETROS CRTICOS ........................................................................................... 275

    3.5.4. A ESCOLHA DA TAXA DE ACTUALIZAO E DA TAXA DE CRESCIMENTO DO

    RESULTADO ............................................................................................................. 275

    3.5.5. AS EXPECTATIVAS SOBRE O AMBIENTE MACRO-ECONMICO PARA A DEFINIO

    DOS PARMETROS DE PREVISO .............................................................................. 277

    3.5.6. A INCORPORAO DO VALOR FUTURO NO VALOR PRESENTE: DIFICULDADES E

    IMPORTNCIA PARA A RELEVNCIA CONTABILSTICA DA INFORMAO RELATADA 278

    3.6. PASSIVOS TCITOS. AVALIAO DA SUA ALEATORIEDADE ....... 280

    3.6.1. A NATUREZA DOS PASSIVOS TCITOS ............................................................ 280

    3.6.2. CARACTERIZAO E LIMITES DOS PASSIVOS TCITOS ................................... 281

    3.6.3. TIPIFICAO DOS PASSIVOS TCITOS............................................................. 283

    3.6.4. INFLUNCIA DOS PASSIVOS TCITOS NA DETERMINAO DO VALOR DA

    EMPRESA ................................................................................................................. 287

    3.6.5. O TRATAMENTO CONTABILSTICO DOS PASSIVOS TCITOS NO ORDENAMENTO

    CONTABILSTICO NACIONAL E INTERNACIONAL ....................................................... 287

    3.6.5.1. A observncia dos princpios contabilsticos ....................................... 287

    3.6.5.2. Passivos tcitos. Tratamento contabilstico proposto .......................... 290

  • 18

    3.7. O VALOR DAS PARTICIPAES SOCIAIS. ASPECTOS JURDICOS,

    ECONMICOS E FINANCEIROS ....................................................................... 292

    3.7.1. A VALORIZAO DAS PARTICIPAES SOCIAIS E A PROTECO DOS INTERESSES

    DOS ACCIONISTAS ................................................................................................... 292

    3.7.2. O CASO PARTICULAR DAS REAVALIAES LIVRES ......................................... 292

    3.7.3. A INFORMAO PRIVILEGIADA E AS PRTICAS DE INSIDE TRADING ........... 293

    CAPTULO IV ......................................................................................................... 295

    VALORIZAO DO ACTIVO IMOBILIZADO ................................................ 295

    4.1. ANLISE DA ACTUALIZAO DO VALOR DOS BENS IMVEIS .... 296

    4.1.1. A DETERMINAO DA VIDA TIL DOS BENS IMVEIS ..................................... 296

    4.1.2. VALOR CONTABILSTICO VERSUS VALOR REAL DOS BENS IMVEIS E A SUA

    RELAO COM A VIDA TIL ..................................................................................... 301

    4.1.3. NECESSIDADE DE DESENVOLVER PROCESSOS DE REAVALIAO DO

    IMOBILIZADO .......................................................................................................... 303

    4.1.3.1. As reavaliaes legais ........................................................................... 306

    4.1.3.2. As reavaliaes livres ........................................................................... 308

    4.1.3.3. Efeitos fiscais das reavaliaes ............................................................ 311

    4.1.4. DIFICULDADES E LIMITAES NA UTILIZAO DOS MECANISMOS DE

    REAVALIAO DE ACTIVOS IMOBILIZADOS ............................................................. 313

    4.2. INCIDNCIA DAS AMORTIZAES EM INSTALAES E

    EQUIPAMENTOS ................................................................................................... 315

    4.2.1. POLTICAS DE AMORTIZAO E INFLUNCIA NO VALOR DOS BENS ................ 315

    4.2.2. CONSEQUNCIAS DA APLICAO DE DIFERENTES POLTICAS DE AMORTIZAO

    NUM CONJUNTO DE BENS IMOBILIZADOS ................................................................. 321

    4.2.3. A INFLUNCIA DA FISCALIDADE NO PROCESSO FINANCEIRO DAS AMORTIZAES

    ................................................................................................................................ 322

    4.3. VALOR RESIDUAL DE ACTIVOS FIXOS E VALOR DE REPOSIO

    DOS MESMOS ......................................................................................................... 325

    4.3.1. O CONCEITO DE CUSTO DE REPOSIO E A SUA RELEVNCIA PARA A

    DETERMINAO DAS AMORTIZAES DOS BENS ..................................................... 325

    4.3.2. O CONCEITO DE VALOR RESIDUAL E A SUA IMPORTNCIA NA DETERMINAO

    DO VALOR AMORTIZVEL DO BEM ........................................................................... 326

    4.3.3. A NATUREZA DOS ACTIVOS FIXOS E A SUA RELAO COM O VALOR RESIDUAL E

    DE REPOSIO ......................................................................................................... 328

    4.3.4. A DIFICULDADE DE DETERMINAO DO VALOR RESIDUAL E DO VALOR DE

    REPOSIO PRIORI ............................................................................................ 329

    4.3.5. O VALOR RESIDUAL E AS AMORTIZAES DOS ACTIVOS IMOBILIZADOS ........ 330

    4.3.6. O PROCESSO FINANCEIRO DAS AMORTIZAES VERSUS VALOR DE REPOSIO

    ................................................................................................................................ 331

    4.4. CONSIDERAES FISCAIS SOBRE OS CUSTOS DAS

    AMORTIZAES .................................................................................................. 334

    4.4.1. A INFLUNCIA DAS NORMAS FISCAIS NAS POLTICAS CONTABILSTICAS DE

    AMORTIZAO ........................................................................................................ 334

    4.4.2. AMORTIZAES FISCAIS VERSUS AMORTIZAES CONTABILSTICAS ............ 335

    4.4.3. VALORIMETRIA DOS ACTIVOS IMOBILIZADOS AMORTIZVEIS ....................... 338

  • 19

    4.4.4. A DEFINIO DO PERODO DE VIDA TIL ....................................................... 339

    4.4.5. A INFLUNCIA DA ESCOLHA DOS MTODOS DE CLCULO DAS REINTEGRAES

    ................................................................................................................................ 341

    4.4.6. PERDAS DE VALOR EXCEPCIONAIS DE ELEMENTOS DO ACTIVO IMOBILIZADO 343

    4.5. VALORIZAO DOS ACTIVOS FINANCEIROS ..................................... 345

    4.5.1. TIPOS DE INVESTIMENTOS FINANCEIROS ........................................................ 345

    4.5.2. MTODOS DE CONTABILIZAO DOS INVESTIMENTOS FINANCEIROS ............. 346

    4.5.3. LIMITAES DA BASE VALORIMTRICA DOS INVESTIMENTOS FINANCEIROS .. 347

    4.5.4. MODELOS DE VALORIZAO DOS ACTIVOS FINANCEIROS .............................. 350

    4.5.5. A INFLUNCIA DO JUSTO VALOR NO RECONHECIMENTO E MENSURAO DE

    DETERMINADOS ACTIVOS FINANCEIROS .................................................................. 354

    4.5.6. AS POLTICAS DE AMORTIZAO DE ACTIVOS FINANCEIROS .......................... 357

    4.5.7. A INFLUNCIA DAS PROVISES SOBRE OS ACTIVOS FINANCEIROS .................. 360

    4.6. VALORIZAO DE OUTROS ACTIVOS INCORPREOS DE

    CARCTER PERMANENTE ............................................................................... 363

    4.6.1. ESTRUTURA DO ACTIVO INCORPREO NAS NORMAS ...................................... 363

    4.6.2. A VALORIZAO DOS INTANGVEIS ............................................................... 368

    4.6.3. RECONHECIMENTO E VALORIZAO DAS DESPESAS DE INSTALAO ............ 370

    4.6.4. A VALORIZAO DOS DIREITOS DE PROPRIEDADE INDUSTRIAL ..................... 373

    4.6.5. RECONHECIMENTO E CAPITALIZAO DAS DESPESAS DE I&D ...................... 375

    4.6.6. VALORIZAO DO TRESPASSE (GOODWILL) .................................................. 377

    4.6.7. RECONHECIMENTO E VALORIZAO DE INVESTIMENTOS INAMOVVEIS

    EFECTUADOS EM PROPRIEDADE DE TERCEIROS ........................................................ 379

    4.6.8. A INTENSIFICAO DO MOVIMENTO DAS PATRIMONIALIZAES A FAVOR DA

    IMAGEM FIEL DO PATRIMNIO DA EMPRESA E DOS SEUS RESULTADOS .................... 380

    4.7. O ANEXO AO BALANO E DEMONSTRAO DE RESULTADOS

    COMO INSTRUMENTO ADICIONAL DE VALORIZAO OU O

    BALANO COMPLEMENTAR OU AJUSTADO .............................................. 382

    4.7.1. FINALIDADE E ESTRUTURA DO ANEXO ........................................................... 382

    4.7.2. A RELEVNCIA DO ANEXO NA DIVULGAO DA INFORMAO FINANCEIRA:

    ASPECTOS PARTICULARES ....................................................................................... 388

    4.7.3. LIMITAES E CONDICIONANTES DA INFORMAO PRESTADA PELO ANEXO . 390

    4.7.4. FINALIDADES DO BALANO COMPLEMENTAR OU AJUSTADO ......................... 392

    4.7.5. ANEXO VERSUS BALANO COMPLEMENTAR OU AJUSTADO............................ 394

    CAPTULO V ........................................................................................................... 396

    ANLISE DO FUNDO DE MANEIO ................................................................... 396

    5.1. DETERMINAO DO FUNDO DE MANEIO ADEQUADO .................... 397

    5.1.1. O FUNDO DE MANEIO DA EMPRESA AJUSTADO AO NVEL DAS OPERAES ..... 397

    5.1.2. VERIFICAO DA ADEQUABILIDADE DO FUNDO DE MANEIO COM BASE NOS

    RCIOS SECTORIAIS ................................................................................................. 402

    5.1.3. INCONVENIENTES E DESVANTAGENS DE UM FUNDO DE MANEIO INSUFICIENTE

    ................................................................................................................................ 404

    5.1.3.1. Dos resultados ...................................................................................... 405

    5.1.3.2. Incremento dos crditos de funcionamento .......................................... 405

    5.1.3.3. Incumprimento das responsabilidades assumidas ................................ 406

    5.1.4. INCONVENIENTES E DESVANTAGENS DE UM FUNDO DE MANEIO EXCESSIVO .. 407

  • 20

    5.1.4.1. O working capital inactivo ............................................................... 407

    5.1.4.2. Afectao da rentabilidade de explorao por unidade monetria

    investida ............................................................................................................. 408

    5.1.4.3. A filosofia do custo do capital prprio ................................................. 409

    5.1.5. O AJUSTAMENTO DO FUNDO DE MANEIO EM FUNO DE UMA MARGEM DE

    SEGURANA NECESSRIA ........................................................................................ 410

    5.1.6. ESTUDOS PRVIOS CONSTITUIO DA EMPRESA: A IMPORTNCIA DO

    ORAMENTO PARA A DEFINIO DO CAPITAL NECESSRIO ..................................... 419

    5.1.7. AS BASES ESTATSTICAS DISPONVEIS E A FIABILIDADE DAS MESMAS ............ 422

    5.1.8. MODELOS PREVENTIVOS PARA A DETERMINAO DAS NECESSIDADES DE

    FUNDO DE MANEIO .................................................................................................. 424

    5.1.9. ESTUDOS PRVIOS PARA A DETERMINAO DAS NECESSIDADES DE FUNDO DE

    MANEIO E A SUA POSTERIOR COMPARAO ............................................................. 429

    5.2. ESTUDO DOS DIVERSOS PROCEDIMENTOS DE ACEITAO

    GENERALIZADA PARA A PR-DETERMINAO DO FUNDO DE

    MANEIO ................................................................................................................... 432

    5.2.1. PROCEDIMENTOS DE BASE ESTATSTICA ........................................................ 432

    5.2.1.1. A informao da Central de Balanos do Banco de Portugal .............. 432

    5.2.1.2. O modelo de Merry Linch ..................................................................... 437

    5.2.1.3. O modelo de Wells & Fargo ................................................................. 439

    5.2.1.4. O modelo de Torlai ............................................................................... 440

    5.2.1.5. Ajustamento do imobilizado produtivo. Eliminao dos activos extra

    funcionais ........................................................................................................... 442

    5.2.2. PROCEDIMENTOS BASEADOS NAS RELAES DOS FACTORES PRODUTIVOS .... 443

    5.2.2.1. Relao entre o activo fixo produtivo e os custos ................................. 443

    5.2.2.2. O investimento em tecnologia e a sua influncia na produo ............ 445

    5.2.2.3. O mtodo de Guilbault .......................................................................... 448

    5.2.3. O TEMPO DE RECUPERAO DO INVESTIMENTO CIRCULANTE ........................ 451

    5.2.3.1. O perodo mdio de maturidade ........................................................... 454

    5.2.3.2. Procedimento de clculo do perodo mdio de maturidade ................. 456

    5.2.3.3. Utilizao do perodo mdio de maturidade na determinao do perodo

    mdio de recuperao do investimento ou em outras finalidades: potencialidades

    e ou fragilidades ................................................................................................ 458

    5.2.3.4. Anlise crtica ao processo de determinao do ciclo de maturidade . 460

    5.2.4. PROCEDIMENTOS BASEADOS NOS PRAZOS DE RECEBIMENTO E PAGAMENTO . 461

    5.2.4.1. Orientao metodolgica ...................................................................... 461

    5.2.4.2. Nas empresas comerciais ...................................................................... 462

    5.2.4.3. Nas empresas transformadoras ............................................................ 464

    5.2.4.4. Nas empresas de armazenamento prolongado ..................................... 466

    5.2.4.5. O caso particular das empresas do sector do Vinho do Porto ............. 467

    5.2.4.6. O mtodo de Calms ............................................................................. 469

    5.2.4.7. Anlise crtica ao mtodo de Calms .................................................... 470

    5.2.5. PROCEDIMENTOS BASEADOS NA ROTAO DOS FACTORES PRODUTIVOS ....... 471

    5.2.5.1. A informao financeira como a base para a estimativa ..................... 471

    5.2.5.2. Correco de parmetros incidentes .................................................... 473

    5.2.5.3. Informao contabilstica directa e estatstica de custos ..................... 474

    5.2.5.4. Aplicao subsidiria dos prazos de produo, armazenamento e

    distribuio ........................................................................................................ 474

    5.2.5.5. Mtodo de Masson ................................................................................ 476

  • 21

    5.2.6. OUTROS PROCEDIMENTOS PARA A DETERMINAO DO FUNDO DE MANEIO ... 477

    5.2.6.1. Procedimentos baseados em previses oramentais ............................ 477

    5.2.6.2. Mtodo de Scheurer .............................................................................. 480

    5.2.6.3. Anlise prvia das diferentes fases de produo .................................. 481

    5.2.6.4. O oramento anual como base de estudo do fundo de maneio ............. 482

    5.2.6.5. Mtodo de Gerstemberg: anlise crtica .............................................. 484

    5.2.6.6. Procedimentos preventivos: uma proposta baseada nos custos de

    produo e distribuio ..................................................................................... 485

    5.3. ANLISE CRTICA AOS DIFERENTES PROCEDIMENTOS DE

    ABORDAGEM DETERMINAO DO FUNDO DE MANEIO ................... 487

    5.4. DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO PARA A DETERMINAO

    DO FUNDO DE MANEIO ...................................................................................... 491

    5.5. MODELO ESPECIAL DE DETERMINAO DO FUNDO DE MANEIO

    ADAPTADO AO SECTOR DO VINHO DO PORTO ......................................... 500

    CAPTULO VI ......................................................................................................... 502

    ESTUDO SOBRE AS BASES VALORIMTRICAS DAS EXISTNCIAS NO

    SECTOR DO VINHO DO PORTO: UM CASO EMPRICO ............................ 502

    6.1. BREVE HISTORIAL DO VINHO DO PORTO ........................................... 503

    6.1.1. CARACTERIZAO DA REGIO DEMARCADA DO DOURO .............................. 503

    6.1.1.1. Constituio e localizao geogrfica .................................................. 505

    6.1.1.2. Aspectos edafo-climticos ..................................................................... 507

    6.1.2. A IMPORTNCIA DO VINHO DO PORTO COMO SECTOR DA ACTIVIDADE

    ECONMICA ............................................................................................................ 511

    6.1.2.1. A origem do Vinho do Porto ................................................................. 511

    6.1.2.2. Breve reflexo sobre o ciclo do Vinho do Porto ................................... 513

    6.1.2.3. Evoluo histrica do negcio do Vinho do Porto ............................... 517

    6.1.2.4. Categorias e tipos de Vinho do Porto ................................................... 522

    6.1.2.5. Estrutura econmica do sector ............................................................. 526

    6.1.3. DINMICA EMPRESARIAL DO SECTOR DO VINHO DO PORTO .......................... 537

    6.1.3.1. Da formao das primeiras companhias situao actual ................. 537

    6.1.3.2. Importncia e reconhecimento das marcas .......................................... 539

    6.1.4. ENQUADRAMENTO LEGAL DO SECTOR ........................................................... 541

    6.1.4.1. Entidades reguladoras e quadro jurdico-legal .................................... 541

    6.1.4.2. A importncia da lei do tero na disciplina do sector ..................... 551

    6.1.4.3. A fixao do benefcio e a problemtica na sua atribuio ................. 555

    6.1.4.4. A no existncia de suporte legal na preparao dos lotes de vinhos por

    idade de envelhecimento .................................................................................... 559

    6.2. ASPECTOS ESTRUTURAIS DA NATUREZA DOS STOCKS DE VINHO

    DO PORTO .............................................................................................................. 561

    6.2.1. O FACTOR DE ENVELHECIMENTO DOS VINHOS E A SUA REPERCUSSO NO CUSTO

    ................................................................................................................................ 561

    6.2.1.1. Estudo da evoluo do peso dos stocks no balano das empresas do

    Vinho do Porto ................................................................................................... 561

    6.2.1.2. Efeitos da utilizao do preo de aquisio e da distoro da

    representao do patrimnio empresarial ......................................................... 571

  • 22

    6.2.2. ANLISE CRTICA SOBRE HIPTESES DE RECONHECIMENTO E MENSURAO

    CONTABILSTICA APLICADA AOS STOCKS DE VINHO DO PORTO ............................... 573

    6.2.2.1. Considerao dos stocks do Vinho do Porto como produtos acabados

    ............................................................................................................................ 573

    6.2.2.2. O conceito de produo em curso de fabrico ................................... 577

    6.2.2.3. Que tipo de factores podem ser incorporados ...................................... 579

    6.2.2.4. Pressupostos e fundamentos da relevao do Vinho do Porto como

    produto em curso de fabrico .............................................................................. 583

    6.2.2.5. Os stocks do Vinho do Porto como produtos acabados: prtica do sector

    ............................................................................................................................ 584

    6.2.3. OUTRAS HIPTESES TERICAS DE RECONHECIMENTO E MENSURAO: O

    CONCEITO DE INVESTIMENTO FINANCEIRO APLICADO CONTABILIZAO DOS STOCKS

    DE VINHO DO PORTO ............................................................................................... 587

    6.2.3.1. Aspectos conceptuais da classificao como investimento financeiro

    ............................................................................................................................ 587

    6.2.3.2. Abordagem crtica a esta acepo ........................................................ 591

    6.2.4. A EVIDNCIA EMPRICA OBTIDA QUANTO AOS DIFERENCIAIS DE VALORIZAO

    DOS ACTIVOS DO VINHO DO PORTO: O CASO PARTICULAR DA CASA DO DOURO ..... 595

    6.2.4.1. Pressupostos do estudo ......................................................................... 595

    6.2.4.2. Desenvolvimento do estudo ................................................................... 601

    6.3. ABORDAGEM DAS CONDIES TIPO PARA A FUNDAMENTAO

    DE UM MODELO DE VALORIZAO DOS STOCKS DE VINHO DO

    PORTO ..................................................................................................................... 631

    6.4. SNTESE CONCLUSIVA DO ESTUDO EMPRICO ................................. 636

    CAPTULO VII ....................................................................................................... 643

    CONCLUSES ........................................................................................................ 643

    7.1. CONSIDERAES GERAIS PARA AS CONCLUSES........................... 644

    7.2. CONCLUSES ................................................................................................. 660

    BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 668

    ANEXOS ................................................................................................................... 708

  • 23

    Introduo

  • 24

    A contabilidade est perante o desafio de ser um instrumento til tomada de

    decises por parte dos agentes econmicos. As suas caractersticas permaneceram,

    durante muitos anos, como fazendo parte de um corpo em que os diferentes elementos

    se articulam de modo harmonizado. Porm, a evoluo das sociedades e das estruturas

    empresariais tm vindo, progressivamente, a introduzir novos elementos na formao

    do valor. tradicional combinao entre capital (fsico e monetrio) e trabalho

    sucedeu-se uma nova combinao de factores onde elementos intangveis tm vindo a

    ganhar maior expresso. So os casos das marcas, do know-how, da carteira de

    clientes, do conhecimento do mercado, que, entre outros, num mundo rendido ao

    efeito catalizador da comunicao, mais tm concorrido para a diferenciao

    competitiva das unidades empresariais. E a contabilidade no tem sido capaz de dar

    resposta, em muitas situaes, a um reconhecimento e mensurao adequadas para a

    divulgao dos elementos que influenciam a formao do valor da empresa, em parte

    estigmatizada pelo efeito conservador de alguns princpios contabilsticos e por outro

    lado pela rigidez normativa (contabilstica, comercial e fiscal) que tem condicionado o

    cumprimento dos seus objectivos intrnsecos.

    A poca renascentista, na qual se integra a formulao sobre a forma de

    tratado das partidas dobradas por Lucca Paccioli, marcou o salto mais significativo no

    avano da cincia contabilstica. Toda a poca renascentista foi caracterizada por

    progressos cujo alcance modelou o curso da histria econmica e civilizacional. A

    contabilidade, tal como os sinais do desenvolvimento do comrcio que ento se

    verificou, evoluiu e funcionou como um instrumento de suporte deciso, sobretudo

    pela confiana que emprestava aos seus usurios. E a verdade que os ciclos de

    desenvolvimento e crescimento acontecem sempre em paralelo com o

    desenvolvimento das prticas contabilsticas, deixando-nos a ideia que existe uma

    relao biunvoca entre o desenvolvimento da contabilidade e o crescimento

    econmico. No fundo, a confiana dos agentes econmicos que est na base do

    acrscimo de investimento e tal confiana decorre muito da verificao de uma

    informao financeira til, tempestiva e fivel. Uma informao financeira deficiente

    e que no cumpra com os seus objectivos reflecte um risco contingencial que inibe os

    investidores de a tomarem como suporte fivel no processo de tomada de decises.

    A importncia de se ter uma informao financeira que responda s exigncias

    dos seus utentes est no mesmo sentido do papel que a contabilidade tem de cumprir,

    na defesa do equilbrio do sistema social, ou seja, garantir a transparncia dos

  • 25

    resultados das operaes e da valorizao dos elementos que integram o patrimnio

    das unidades econmicas. No entanto, o prprio ambiente social que condiciona o

    cumprimento dos objectivos da cincia contabilstica, uma vez que o peso de outros

    interesses, que vo da fiscalidade s prticas de mercado das multinacionais,

    distorcem e limitam o exerccio independente da contabilidade como cincia. E tanto

    assim que, ao nvel planetrio, as prticas e sistemas contabilsticos so diferentes,

    se no mesmo divergentes, quanto ao reconhecimento e valorizao de determinados

    factos, levando obteno de resultados diferentes consoante o modelo normativo e o

    sistema contabilstico de suporte elaborao da informao financeira.

    Em Portugal, a contabilidade tem sido muito condicionada pela fiscalidade, o

    que a tem feito perder grande parte da capacidade explicativa dos fenmenos

    econmicos que se desenvolvem na empresa. Tais insuficincias no atingem, por

    igual, todas as empresas ou sectores de actividade, havendo alguns cujos efeitos

    materiais da distoro relevam para a apresentao de uma informao financeira

    distorcida, com graves prejuzos para os seus utentes e, particularmente, para algumas

    classes de destinatrios.

    O tema objecto desta tese centra-se na avaliao crtica dos factores que

    determinam a formao do valor na empresa e as insuficincias do modelo

    contabilstico actualmente em vigor em Portugal, questionando-se a no observncia e

    os seus efeitos dos elementares princpios de verdade, justia e equidade, que se

    acham fundamentos bsicos da estrutura conceptual da contabilidade.

    Em bom rigor, o que de forma simples se pretende da contabilidade que

    mea com fiabilidade, divulgue com oportunidade e relate com integralidade, ao

    servio da verdade na representao do patrimnio e dos resultados da actividade

    empresarial e, bem assim, da imagem fiel da empresa que as referidas demonstraes

    financeiras visam alcanar e, consequentemente, demonstrar. A realidade, no entanto,

    tem-nos evidenciado situaes que no se compatibilizam com os objectivos inerentes

    relevncia contabilstica, ignorando factores que desempenham importantes

    contributos na formao do patrimnio e dos resultados, quer por efeitos monetrios

    quer por alteraes no enquadramento scio-econmico e, at mesmo, pela prpria

    natureza dos fenmenos envolvidos. Foi a partir dessa constatao que decidimos

    consubstanciar a nossa tese com a obteno de evidncia emprica que nos permitisse

    ter maior densidade na formao da nossa opinio e das concluses a extrair.

  • 26

    No obstante este nosso objectivo, procuramos traar um fio condutor que nos

    leve verificao, sobre diversas perspectivas, da obteno de uma informao

    financeira til. Para o cumprimento deste objectivo, que cremos pressupe uma

    atitude dinmica, evolutiva e ajustada aos impulsos dados pela envolvente scio-

    econmica, centrmos a nossa investigao, de forma privilegiada, nos elementos que

    compem o balano empresarial ou de situao, questionando-se, essencialmente, o

    actual modelo de valorizao, as politicas de amortizao e reavaliao, cuja funo

    a de manterem actualizado o respectivo valor dos elementos patrimoniais e, bem

    assim, a influncia nefasta do carcter retrgrado do actual normativo fiscal. Para o

    seu desenvolvimento procurou obter-se uma sistematizao do conhecimento j

    produzido e que daremos nota, de modo oportuno, ao longo de cada um dos captulos

    que integram a nossa investigao.

    A sequncia capitular que propomos assenta no pressuposto da empresa como

    entidade que, integradora de vrios elementos activos e passivos, um corpo vivo, em

    permanente funcionamento, que tem caractersticas dinmicas s perceptveis atravs

    da anlise do seu movimento. Por isso, a dimenso descritiva procurar-se- ajustar aos

    aspectos crticos que, a nosso ver, devem ser escrutinados para uma melhor

    compreenso das causas que determinam as insuficincias do modelo contabilstico

    existente.

    , pois, com base nestes propsitos que encaminhamos a nosso trabalho que se

    encontra estruturado com a presente introduo, seis captulos e as concluses

    extradas sobre a nossa tese de partida provar que a informao financeira produzida

    pelo actual modelo contabilstico portugus insuficiente e no cumpre com os

    objectivos tericos que lhe esto subjacentes, com especial incidncia na valorizao

    dos stocks de vinho nas empresas do Vinho do Porto.

    No primeiro captulo, que denominamos de normalizao contabilstica

    europeia, procedemos a uma reviso bibliogrfica, a partir da qual sistematizamos os

    aspectos tericos relacionados com o objectivo de evidenciar a necessidade de

    homogeneizar o contedo e a estrutura das demonstraes financeiras e a

    obrigatoriedade da sua difuso. Para o efeito, desenvolvemos e apresentamos os

    suportes tericos, de maior acuidade no trabalho de normalizao contabilstica levada

    a cabo por alguns Estados comunitrios, com particular incidncia naqueles que

    julgamos terem constitudo os aspectos centrais da elaborao das normas

    comunitrias e bem ainda o impacto produzido pelas referidas disposies, no

  • 27

    tocante, designadamente, sua extenso e campo de aplicao, para se concluir acerca

    da qualidade e fiabilidade que as demonstraes financeiras, hoje produzidas no

    espao comunitrio, nos oferecem.

    A orientao que procuramos imprimir a esta anlise tem como objectivo

    alcanar o impacto que o corolrio da Imagem fiel, de origem marcadamente

    inglesa, a par do conservadorismo dos princpios do custo histrico e da prudncia,

    exerceram sobre a estrutura do normativo comunitrio, em particular sobre a IV

    Directiva. Procuramos ainda evidenciar as limitaes provocadas na informao

    financeira pelo cumprimento stricto sensu do custo histrico e da prudncia na

    valorimetria dos elementos do patrimnio, assim como a influncia e o

    condicionamento que a fiscalidade historicamente exerce sobre a contabilidade.

    Realamos o contributo da doutrina alem ao normativo comunitrio, em resultado do

    seu paradigmtico princpio da unicidade.

    Esta viso crtica sobre o actual estdio de desenvolvimento da doutrina

    contabilstica tem como objectivo evidenciar as debilidades e limitaes das

    demonstraes financeiras tradicionais, em particular o balano, permitindo-nos

    esquematizar as bases para defender o alargamento da base informativa das empresas,

    em favor da elaborao de informao financeira de qualidade e relevncia superiores.

    Essa abordagem, que de resto acompanhar toda a orientao da nossa tese, poder vir

    a ter expresso, de entre outras possveis solues, atravs da introduo do conceito

    da pluralidade de balanos, cujo alcance se materializa na compensao ou anulao

    das fragilidades que actualmente persistem na informao financeira produzida e que

    prejudicam os terceiros que nelas fundamentam as suas decises, em particular os

    accionistas e ou scios minoritrios que no tm acesso directo informao e

    participao na gesto.

    O segundo captulo, cujo ttulo geral o valor patrimonial da empresa, tem

    como objectivo colocar o assento tnico nas diferentes vertentes acerca das

    dificuldades encontradas no processo de determinao do valor, desde a valorizao

    dos diferentes elementos patrimoniais at valorizao de uma qualquer unidade

    empresarial considerada como um todo.

    Com esta discusso procuraremos demonstrar a ineficcia, pelo menos para

    determinadas situaes e ou sectores de actividade, resultante da aplicao do modelo

    tradicional de valorizao com base no custo histrico. Como aspecto saliente da

    insuficincia do modelo contabilstico actual faremos uma abordagem s situaes de

  • 28

    persistente inflao com o intuito de demonstrar a assuno, por parte das entidades

    reguladoras, da necessidade de ajustar o modelo contabilstico a factores que

    influenciam a mensurao do valor. A referncia s situaes caracterizadas por altas

    taxas de inflao permitir-nos-, ainda, realar os inconvenientes manifestados pela

    ortodoxia valorimtrica dominante (custo histrico), com uma anotao particular ao

    modelo contabilstico portugus.

    Em sntese, procuraremos, com esta discusso, pr em destaque a necessidade

    de serem introduzidas reformas s normas de valorimetria em vigor,

    preferencialmente extensveis ao normativo fiscal, dada forte influncia que tem nas

    prticas contabilsticas, com incidncia directa na determinao do valor patrimonial.

    Ao longo desta nossa anlise procuraremos ainda discutir as solues valorimtricas

    assentes no justo valor e/ou valor actual de mercado, como substitutos ou

    complementares do conservador custo histrico.

    Esta abordagem tem sequncia no terceiro captulo, que titulamos de

    valorizao esttica e valorizao dinmica, prosseguindo a linha de orientao da

    discusso encetada no captulo anterior, colocando, uma vez mais, a nfase nas

    dificuldades que existem em se procurar atribuir um valor a um determinado elemento

    patrimonial, a uma parte de uma empresa ou, mais difcil ainda, a uma empresa

    considerada como um todo. Neste horizonte de anlise procuraremos evidenciar que,

    na valorizao de uma empresa o todo no igual soma das partes, havendo

    diferenas que resultam da potenciao da combinao mais ou menos eficiente dos

    factores envolvidos no processo de funcionamento (explorao) da empresa.

    com base nesta perspectiva que introduzimos o conceito de empresa em

    funcionamento, com o objectivo de situarmos e tratarmos o diferencial que resulta

    entre o valor contabilstico (soma dos valores dos elementos patrimoniais) e o

    correspondente valor actual de mercado. Neste enquadramento analisaremos as

    potencialidades e fragilidades que esto associadas a cada um dos diferentes

    procedimentos que nos podero conduzir determinao do valor actual de mercado

    da empresa em funcionamento.

    A investigao desenvolvida com base nesta orientao metodolgica

    permitir-nos- identificar a existncia de activos e passivos ocultos e ou fictcios,

    assim como ainda da existncia de passivos tcitos, analisando-se, neste particular, a

    sua caracterizao e limites bem como a sua influncia na determinao do valor da

    empresa.

  • 29

    Tendo como referncia a nossa abordagem determinao do valor e, nesse

    mbito, importncia que os registos contabilsticos nos proporcionaro, como ponto

    de partida, para a obteno do mesmo, avanamos para o quarto captulo, cujo

    objectivo se centra na avaliao dos elementos patrimoniais activos que permanecem

    na empresa por um longo perodo de tempo, pelo que intitulmos este captulo de

    activos fixos. O eixo central da anlise prende-se com o valor contabilistico dos

    referidos elementos patrimoniais e a sua relao com a respectiva vida til, a

    incidncia das amortizaes e a importncia do seu valor residual na determinao do

    valor amortizvel. Mais uma vez, julgamos aqui oportuna uma referncia particular ao

    normativo fiscal, pela influncia e limitaes aportadas pelo mesmo a este tipo de

    activos, com especial incidncia na definio das polticas de amortizao, de

    reavaliao, definio da vida fiscal em contraponto com a vida econmica til e

    respectiva valorimetria aplicvel. que, este tipo de activos o que sofre mais o

    efeito do tempo, quer traduzido na eroso monetria dos valores contabilsticos quer

    dos factores de mudana que alteram as coordenadas da determinao do valor de

    alguns activos fixos.

    Sempre com o enfoque centrado na determinao do valor, e em particular

    quando se aborda numa perspectiva dinmica (empresa em funcionamento), releva

    como varivel importante a anlise da tendncia manifestada pelos resultados, assim

    como uma avaliao da sua estrutura que permita aferir acerca do seu grau de

    qualidade e de sustentabilidade. No quadro ainda da empresa em funcionamento uma

    outra varivel significante, para a determinao do valor da empresa, a avaliao do

    fundo de maneio, designadamente nos aspectos relacionados com a compatibilizao

    entre as necessidades de fundo de maneio de uma empresa e o seu fundo de maneio

    efectivo, que se assume como determinante no equilbrio financeiro da empresa e,

    naturalmente, da aferio sobre a eficincia na gesto dos seus recursos e, por

    consequncia, no seu valor. Nesta concordncia, o capitulo quinto, tem como objecto

    de estudo o fundo de maneio, o que nos levou a titul-lo de anlise do fundo de

    maneio.

    Neste captulo concentrmos a nossa investigao em torno da importncia

    que julgamos dever ser atribuda correcta definio de um fundo de maneio ajustado

    ao volume e natureza da actividade. Nessa dimenso, e depois de passarmos em

    anlise os diferentes procedimentos que nos conduziro determinao do mesmo,

    procuraremos realar as vantagens e desvantagens que esto associadas a um fundo de

  • 30

    maneio infra ou sobre dimensionado. Faremos, particular incidncia, no impacto que

    um fundo de maneio desajustado produz ao nvel da tesouraria e dos resultados,

    demonstrando, contudo, que estes efeitos so variveis de empresa para empresa e,

    num sentido mais geral, de sector de actividade para sector de actividade. Neste

    enquadramento, e para uma melhor ilustrao da nossa explanao, socorrer-nos-

    emos, uma vez mais, do exemplo do sector do Vinho do Porto, para quem as

    necessidades em fundo de maneio resultam proporcionais dimenso dos seus stocks

    e, particularmente, do seu perodo de permanncia na empresa, ou seja, as referidas

    necessidades fazem-se variar no mesmo sentido do perodo de envelhecimento do

    produto Vinho do Porto.

    Depois da anlise prosseguida nos captulos anteriores, em que se procura

    sistematizar os aspectos relacionados com a determinao do valor da empresa, na

    perspectiva esttica e dinmica, e das suas diferentes componentes avaliadas de forma

    isolada, o estudo emprico que constar no captulo sexto tem como objectivo

    proceder ao estudo da relevncia dos stocks, das empresas desse sector, na

    contabilidade e o seu contraste com o valor de realizao das mesmas, ponderados

    pelos vrios factores que intervm na formao do seu preo. Com efeito, por

    questes de coerncia com o objecto desta tese, que se situa ao nvel da verificao do

    modelo contabilstico actual para a valorizao das existncias de Vinho do Porto,

    decidimos que este captulo seja denominado de estudo sobre as bases valorimtricas

    das existncias no sector do Vinho do Porto: um caso emprico, cuja anlise incide,

    como o prprio ttulo sugere, exclusivamente, sobre as existncias de Vinho do Porto,

    alis o principal activo das empresas deste sector de actividade. Nessa perspectiva, o

    objectivo que reputamos como de maior alcance o pormos em confronto a

    valorizao, desses activos, de acordo com o modelo contabilstico actual (ao custo

    histrico), com a valorizao obtida a partir das informaes de entidades que

    controlam todo o comrcio do Vinho do Porto, assim como de entidades financeiras

    que exigem o penhor mercantil do Vinho do Porto como garantia de financiamentos a

    mdio e longo prazo. Dessa verificao procuraremos extrair uma base de dados que

    nos permita construir um modelo de valorizao ajustado natureza e ao valor de

    realizao desses activos e, bem assim, discutir o mrito da sua classificao

    contabilstica como produtos acabados, ou, em alternativa, como produtos em curso

    de fabricao. Nesta abordagem teremos sempre como aspecto a considerar os efeitos

    provocados pelas normas fiscais no que se refere s polticas contabilsticas seguidas

  • 31

    pelas empresas deste sector, mormente no que tem a ver com a escolha dos critrios

    valorimtricos.

    A justificao que est na base da escolha do tema desta tese, assim como a

    metodologia que acabmos de descrever, prende-se com as seguintes ordens de

    razes: por um lado, a importncia do Vinho do Porto na economia nacional, ainda

    que na actualidade o seu peso seja menos expressivo, e, por outro, pelas

    peculiaridades da existncia Vinho do Porto, que resultam, em nossa opinio,

    oportunas e favorveis nossa investigao. As caractersticas deste tipo de stocks,

    que so activos que podem ter permanncias mais prolongadas do que a maior parte

    dos bens do imobilizado, a par do seu peso relativo no total dos activos destas

    empresas so s por si matria suficiente para questionar a utilidade do modelo

    contabilstico actual no que se refere prestao de uma informao fidedigna e

    relevante aqueles que dela carecem.

    Em suma, procurar-se-, com este caso emprico, e para este sector de

    actividade, evidenciar as fragilidades do actual modelo contabilstico, o nvel de

    influncia que a fiscalidade exerce sobre o mesmo e, bem ainda, o grau de

    obsolescncia do referido normativo fiscal para, em sntese, se realarem os efeitos

    negativos que exercem sobre o balano patrimonial e, em particular, quando se

    procura, a partir do mesmo, aferir acerca do valor.

    Acresce a tudo isto que, sendo o nosso objectivo o de discutir o actual modelo

    de valorizao e o de procurar evidenciar as suas debilidades e ou limitaes, o Vinho

    do Porto , em nossa opinio, uma das existncias que, no nosso pas, melhores

    condies nos oferecem para que o possamos fazer.

    Esta investigao permite-nos, ainda, reforar a nossa tese em torno da defesa

    da necessidade de se proceder a um alargamento da base informativa das empresas

    que, em nossa opinio, passar pela adopo do conceito da pluralidade de

    balanos. Ou seja, assumimos a defesa da apresentao de um balano paralelo

    informativo ou real actualizado. Falar em balano paralelo e, por conseguinte, em

    informao elaborada a partir de uma avaliao rigorosa dos ajustamentos que se

    impe serem feitos surge, no sector do Vinho do Porto, como crucial, onde facilmente

    se verifica existirem elevados diferenciais entre o valor contabilstico e o respectivo

    valor de mercado, que s encontraro paralelo em sectores com as mesmas

    caractersticas.

  • 32

    Surgem, por fim, como a parte ltima deste nosso trabalho, as concluses, que

    procuraro sistematizar os resultados da nossa investigao, ou seja, apresentar um

    modelo alternativo de valorizao para as existncias do sector do Vinho do Porto

    assim como algumas reflexes sobre a necessidade de proceder a ajustamentos no

    normativo fiscal que concorram para a manuteno do princpio da equidade, sem o

    qual o sistema contabilstico e fiscal no conseguiro encontrar uma plataforma

    comum.

  • 33

    Captulo I

    A normalizao contabilstica europeia

  • 34

    1.1. A necessidade de homogeneizar a estrutura das

    demonstraes financeiras e a obrigatoriedade da sua

    difuso

    1.1.1. O Mercado nico na Unio Europeia e a sua

    regulamentao legal

    Aquilo que hoje conhecemos por Unio Europeia (U.E.) , pensamos poder

    dizer-se, um dos principais blocos em importncia econmica, integrando na

    actualidade 25 pases, politicamente democrticos e que de maneira livre e voluntria

    manifestaram vontade de participar no projecto de integrao econmica e de

    unificao poltica. A integrao europeia pressupe uma incorporao sucessiva de

    novos membros, como aconteceu recentemente com a entrada da Eslovnia,

    Eslovquia, Estnia, Letnia, Litunia, Hungria, Polnia, Republica Checa, Chipre e

    Malta, o que significa que no existem numerus clausus e que a Unio se ampliar,

    em anos futuros, para acolher outros Estados.

    A economia mundial, fortemente envolvida com os fluxos comerciais, ir

    seguir a tendncia de concentrao em grandes mercados, unidos por frmulas

    integradoras de diferente alcance que produziro novos impulsos e dinmicas e uma

    maior polarizao entre zonas desenvolvidas e subdesenvolvidas. So disso exemplo o

    rpido crescimento experimentado ao longo dos ltimos anos pelas economias

    asiticas (Coreia, Hong-Kong, Singapura e Taiwan) e onde se comeam a produzir

    profundos ensaios de integrao, que se podero estender China, receptora de um

    fluxo crescente de investimento procedente desses pases e decidida que est em

    manter uma poltica de desenvolvimento que potencie o seu actual dinamismo.

    Quando numa zona formada por diferentes pases aumenta a integrao e a

    concorrncia dos vrios mercados comeam a ser levantados importantes problemas

    de harmonizao de regras e instituies.

    A par da diferente legislao contabilstica que a U.E. comeou por adoptar no

    incio dos anos 70 do sculo passado, outras vertentes foram sendo estudadas como

    forma de se potenciar os efeitos da integrao. Um dos campos que mais suscitou

    interesse ao longo dos tempos foi, sem dvida, o monetrio. Assim, e depois de vrias

  • 35

    tentativas falhadas para se atingir uma maior integrao em matria econmica e

    monetria produziu-se, em finais dos anos 80, um relanamento do processo de

    integrao europeia que culminaria, em Janeiro de 1999, com a criao da Unio

    Econmica e Monetria (UEM) e, consequentemente, com o uso de uma moeda

    comum. Neste contexto, importante destacar a repercusso do euro no mbito da

    informao financeira. Porm, nunca ser demais frisar que a introduo do euro na

    apresentao das demonstraes financeiras no pressups, de per si, uma melhoria na

    comparabilidade, porquanto a sua chegada no modificou os princpios e prticas

    contabilsticas que orientam a preparao da informao garantindo, to somente, que

    esta ser apresentada na mesma unidade de conta.

    No respeitante ao cumprimento dos objectivos da harmonizao da legislao

    contabilstica existente no mbito da U.E., e depois de vrios esforos, so adoptadas

    um conjunto de Directivas Comunitrias, de transposio obrigatria para o direito

    nacional de cada Estado-membro, com as quais se pretendia ver cumpridos um

    conjunto de requisitos mnimos em matria de informao financeira a ser prestada

    pelas empresas. Contudo, o tempo veio a denunciar que este nvel mnimo de

    harmonizao no permitia assegurar, na actualidade, um suficiente grau de

    comparabilidade pelo que, a U.E. se viu confrontada com necessidade da existncia

    de um conjunto de normas de alta qualidade.

    Assim, e no sentido de desenvolver uma abordagem que fosse de encontro

    satisfao das actuais necessidades de um mercado europeu, de capitais e de servios

    financeiros plenamente integrado, fez publicar, recentemente, os Regulamentos (CE)

    n.1606/2002 e n1725/20031, obrigatrios em todos os seus elementos e directamente

    aplicveis em todos os Estados-membros, e onde se estabelece a adopo das normas

    internacionais de contabilidade.

    1 O primeiro Regulamento do Parlamento Europeu e do Conselho, data de 19 de Julho de 2002 e foi

    publicado no Jornal Oficial da Unio Europeia em 13 de Outubro de 2003, e o segundo da Comisso

    e data de 21 de Setembro de 2003.

  • 36

    1.1.2. As Directivas Comunitrias no campo da empresa

    1.1.2.1. As Directivas sobre o direito das sociedades e o grau

    de harmonizao contabilstica que com elas foi conseguido

    O caminho escolhido pelas Instituies Comunitrias foi, como j referido, o

    de harmonizar as legislaes dos diferentes pases pela via das Directivas

    Comunitrias, pretendendo exigir aos Estados membros que as suas legislaes

    obrigassem a determinados mnimos informativos ou que proibissem a existncia de

    informao acima de determinados mximos e, inclusive, estreitar as bandas de

    flutuao de forma a no existir quase liberdade de actuao por parte dos Estados-

    membros. Porm, os resultados no foram exactamente os pretendidos. As Directivas

    que viriam a influenciar a informao contabilstica na U.E.,