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Marcio Alves Ferreira O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM BANCOS AUTOMOTIVOS VENTILADOS São Paulo 2008

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Marcio Alves Ferreira

O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM

BANCOS AUTOMOTIVOS VENTILADOS

São Paulo

2008

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Marcio Alves Ferreira

O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM

BANCOS AUTOMOTIVOS VENTILADOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre Profissional em Engenharia Automotiva

Área de Concentração:

Engenharia Automotiva

Orientador:

Prof. Dr. Arlindo Tribess

São Paulo

2008

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Ferreira, Marcio Alves

O usuário e a percepção de conforto térmico em bancos automotivos ventilados / M.A. Ferreira. -- São Paulo, 2008.

75 p.

Trabalho de conclusão de curso (Mestrado Profissional em Engenharia Automotiva) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

1.Conforto térmico 2.Ventilação 3.Ar condicionado 4.Bancos automotivos 5.Tecnologia I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica II.t.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu filho Gabriel Giancoli Ferreira

“Papai, você vai estudar de novo”.

À minha esposa

Ana Paula pelo incentivo, paciência e compreensão.

Agradeço de coração aos meus pais Nelson e Dirce

por tudo que fizeram nesta vida por mim,

vocês sempre terão a minha gratidão.

Aos meus irmãos Fernando, Mauricio e Daniel

que sempre me apoiaram e incentivaram na minha vida.

A todos os meus familiares e amigos que tenho certeza,

torcem muito por mim.

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AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador Prof. Dr. Arlindo Tribess, que certamente me guiou, orientou e me

ensinou o que é ser um orientador, muito obrigado sinceramente.

À Profa. Dra. Brenda Chaves Coelho Leite pelo apoio e orientação na realização

deste trabalho e, principalmente, para a definição dos experimentos.

Aos participantes dos ensaios experimentais que dedicaram seu tempo, permitindo

que meus objetivos neste trabalho fossem alcançados.

Aos meus amigos do mestrado que me ajudaram em todos os momentos nesta

etapa da minha vida, vocês já fazem parte desta história, para sempre.

Aos meus superiores na empresa, José Carlos Lima e Sérgio Mitsuo Hatano, pelo

apoio e incentivo para atingir este objetivo.

Aos meus amigos do trabalho que sempre me incentivaram e ajudaram muito para a

conclusão deste curso.

Aos professores da Escola Politécnica da USP pelos momentos de troca de

experiência nos trabalhos desenvolvidos.

Ao atendimento recebido na Secretaria do Curso, que sempre, atenciosamente me

ajudou muito.

Por último e não menos importante, agradeço a Deus por cuidar de mim.

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RESUMO

Com o passar dos anos os usuários de veículos automotivos passaram a ficar cada

vez mais exigentes em relação ao conforto nesses veículos. Um dos principais

fatores é que nos grandes centros urbanos muitas pessoas passam horas em seus

veículos, devido ao tráfego intenso em vias e rodovias e à quantidade de veículos

que circulam pelas cidades.

Paralelamente, um fator muito importante para todas as montadoras de veículos é

poder fornecer o melhor conforto para seus clientes e sair na frente de seus

concorrentes, provendo soluções técnicas viáveis e seguras para seus automóveis.

Neste contexto, o conforto dentro do veículo ainda é um campo a ser explorado,

principalmente no que se refere aos bancos em nosso clima tipicamente tropical.

Os bancos têm uma contribuição extremamente importante no nível de conforto em

um veículo automotivo. As superfícies do corpo que estão em contato com o banco

experimentam um comportamento térmico completamente diferente das superfícies

que estão expostas ao ambiente. Para melhorar as condições de conforto é

necessário prover melhores condições de troca de calor do corpo humano com o

banco; o que pode ser conseguido com a utilização de bancos ventilados resfriados

ou aquecidos, dependendo das condições climáticas.

No presente trabalho foi realizado estudo da influência de banco automotivo

ventilado com resfriamento por efeito Peltier, na percepção de conforto térmico do

usuário. Foram realizados testes com a utilização de banco normal de produção e de

banco ventilado em um veículo dotado de sistema de ar condicionado. Os ensaios

foram realizados em túnel de vento e o procedimento experimental consistiu de

medições de temperaturas e avaliações subjetivas (questionário).

A avaliação dos voluntários que participaram dos testes experimentais, mostrou que

a utilização deste sistema resultou em melhora perceptível nas condições de

conforto térmico, com melhora significativa na troca de calor entre o usuário e o

banco do veículo, que foi comprovada com as medições de temperatura

apresentando diminuição de até 3 oC no banco ventilado.

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Abstract

With passing the years users of automotive vehicles began to be more and more

demanding in relation to the comfort in their vehicles. One of the main factors is that

in great urban centers many people pass hours in their vehicles, due to the intense

traffic in roads and highways and to the amount of vehicles circulating through the

cities.

In parallel, a very important factor for all the OEMs is to be able to supply the best

comfort for their customers and to leave in front of their competitors, providing viable

and safe technical solutions for their automobiles. In this context, the comfort inside

vehicles is still a field to be explored, mainly as for the seats in our typically tropical

climate.

The seats have an extremely important contribution in the comfort level in an

automotive vehicle. The body surfaces in contact with the seat try a completely

different thermal behavior than the body surfaces exposed to the environment. To

improve comfort conditions it is necessary to provide better heat change conditions of

the human body with the seat; what can be gotten with the use of cold or heat

ventilated seats, depending on the climatic conditions.

In the present work was accomplished a study of the influence of an automotive

ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal

comfort. Tests were performed with the use of a normal production seat and of a

ventilated seat in a vehicle equipped with air conditioning system. The tests were

carried out in wind tunnel and the experimental procedure consisted of

measurements of temperatures and subjective evaluations (questionnaire).

The test volunteers' evaluation showed that the use of this kind of system resulted in

perceptible improvement in the thermal comfort conditions, with significant

improvement in the change of heat between the user and the vehicle seat, which was

proven with the temperature measurements presenting decrease of 3 oC in the

ventilated seat.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 Trocas térmicas em veículos de passeio (Hucho, 1987) 2

Figura 1.2 Veículos com ar condicionado de fábrica vendidos no Brasil (Denso, 2005)

3

Figura 2.1 Esquema do sistema termorregulador do corpo humano (Candas 1999)

8

Figura 2.2 Diagrama psicrométrico com a indicação da zona de conforto segundo a norma ASHRAE 55:2004

13

Figura 2.3 Manequins térmicos (ISO 14505-2, 2004) 14

Figura 2.4 Manequins com sensores aquecidos (ISO 14505-2, 2004) 15

Figura 2.5 Arranjo com sensores de conforto (ISO 14505-2, 2004) 15

Figura 3.1 Questionário subjetivo (Cengiz e Babalik, 2006) 18

Figura 3.2 Representação gráfica da sensação térmica (Leite, 2003) 19

Figura 3.3 Representação gráfica da percepção de movimentação do ar (Leite, 2003)

20

Figura 3.4 Escala de sensação térmica normalizada (ISO 10551, 1995) 20

Figura 3.5 Lay-out de um túnel de vento típico (Calsonic Kansei Europe, 2002 apud Santos 2005)

21

Figura 3.6 Célula de testes de um túnel de vento (Ransco Industries, 1999 apud Santos 2005).

21

Figura 4.1 Banco automotivo com sistema de aquecimento (W.E.T. 2002)

23

Figura 4.2 Campo de temperaturas no banco aquecido (W.E.T. 2002) 23

Figura 4.3 Banco automotivo ventilado (Madsen, 1994) 24

Figura 4.4 Aumento da perda de calor nas costas e coxas (Madsen, 1994)

25

Figura 4.5 Aumento da perda de calor e queda da temperatura da ”pele “ (Madsen, 1994)

26

Figura 4.6 Esquema do banco ventilado (Lutsbader, 2005) 27

Figura 4.7 Câmara climática e veículo de teste (Lutsbader, 2005) 28

Figura 4.8 Escala de conforto e sensação térmica U. C. Berkeley (Lutsbader, 2005)

28

Figura 4.9 Redução média da temperatura de contato do encosto do banco (Lutsbader, 2005)

29

Figura 4.10 Banco com sistema de resfriamento e aquecimento (Zhang et al., 2007)

29

Figura 4.11 Banco ventilado, com pressão negativa (W.E.T. 2002) 30

Figura 4.12 Sistemas de resfriamento e aquecimento integrados (CSM, 31

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2003)

Figura 4.13 Banco ventilado com resfriamento (ou aquecimento) por efeito Peltier (auto blog, 2006)

32

Figura 4.14 Semi-condutores tipo-n e tipo-p (Strazza F. e Riberi. R, 2004)

33

Figura 4.15 Exemplo de pastilha termoelétrica (Strazza F. e Riberi. R, 2004)

33

Figura 5.1 Sistema de ventilação do assento de teste 35

Figura 5.2 Sistema de ventilação do encosto de teste 36

Figura 5.3 Sistema montado na espuma do assento de teste 36

Figura 5.4 Sistema montado na espuma do encosto de teste 36

Figura 5.5 Duto de ventilação do encosto de teste 37

Figura 5.6 Duto de ventilação do assento de teste 37

Figura 5.7 Espuma do encosto com adaptação para montagem do duto de ventilação

38

Figura 5.8 Espuma do assento com adaptação para montagem do duto de ventilação

38

Figura 5.9 Duto de ventilação montado na espuma do encosto 39

Figura 5.10 Duto de ventilação montado na espuma do assento 39

Figura 5.11 Potenciômetro de controle de velocidade do ventilador do encosto

40

Figura 5.12 Potenciômetro de controle de velocidade do ventilador do assento

40

Figura 5.13 Chicote elétrico para controle do acionamento dos ventiladores do assento e do encosto

40

Figura 5.14 Inserto em couro e fibras de poliéster 41

Figura 5.15 Couro perfurado da capa do teste 42

Figura 5.16 Face B do inserto da capa do teste 42

Figura 5.17 Manta de medição de distribuição de pressão do encosto 43

Figura 5.18 Manta de medição de distribuição de pressão do assento 43

Figura 5.19 Computador e cabos de conexão das mantas do encosto e assento

44

Figura 5.20 Instalação da manta para medição da distribuição de pressão no assento e no encosto do banco

44

Figura 5.21 Escala de medição da distribuição de pressão na manta 45

Figura 5.22 Distribuição de pressão do ocupante 1 45

Figura 5.23 Distribuição de pressão do ocupante 2 46

Figura 5.24 Distribuição de pressão do ocupante 3 46

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Figura 5.25 Marcação das posições de instalação de termopares no assento do banco

47

Figura 5.26 Marcação das posições de instalação de termopares no encosto do banco

47

Figura 6.1 Termopares instalados nos bancos do veículo 49

Figura 6.2 Vista dianteira do veículo no túnel de vento 50

Figura 6.3 Vista traseira do veículo no túnel de vento 50

Figura 7.1 Voto térmico dos motoristas referente à temperatura do ar 56

Figura 7.2 Voto térmico dos passageiros referente à temperatura do ar 56

Figura 7.3 Voto térmico dos motoristas referente à temperatura do banco

57

Figura 7.4 Voto térmico dos passageiros referente à temperatura do banco

57

Figura 7.5 Voto térmico dos motoristas referente à temperatura entre as pernas e o assento do banco

58

Figura 7.6 Voto térmico dos passageiros referente à temperatura entre as pernas e o assento do banco

58

Figura 7.7 Voto térmico dos motoristas referente à temperatura entre as nádegas e o assento do banco

59

Figura 7.8 Voto térmico dos passageiros referente à temperatura entre as nádegas e o assento do banco

59

Figura 7.9 Voto térmico dos motoristas referente à temperatura entre as costas e o encosto do banco

60

Figura 7.10 Voto térmico dos passageiros referente à temperatura entre as costas e o encosto do banco

60

Figura 7.11 Voto térmico dos motoristas referente ao movimento do ar 61

Figura 7.12 Voto térmico dos passageiros referente ao movimento do ar 61

Figura 7.13 Voto térmico dos motoristas referente ao desejo quanto a velocidade do ar no ambiente

62

Figura 7.14 Voto térmico dos passageiros referente ao desejo quanto a velocidade do ar no ambiente

62

Figura 7.15 Voto térmico médio referente à temperatura do ar 63

Figura 7.16 Voto térmico médio referente à temperatura nos bancos 63

Figura 7.17 Voto térmico médio referente à temperatura entre as pernas e o assento

64

Figura 7.18 Voto térmico médio referente à temperatura entre as nádegas e o assento

64

Figura 7.19 Voto térmico médio referente à temperatura entre as costas e o encosto

65

Figura 7.20 Voto térmico médio referente à percepção do movimento do 65

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ar

Figura 7.21 Voto térmico médio referente ao desejo dos usuários sobre a velocidade do ar

66

Figura 7.22 Temperaturas médias dos assentos motorista e passageiro 67

Figura 7.23 Temperaturas médias dos encostos motorista e passageiro 67

Figura 7.24 Temperaturas médias no interior do veículo 68

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 Metabolismos para diferentes atividades

(www.hku.hk/bse/bbse3004/) 10

Tabela 2.2 Escala de sensação térmica (ISO 7730: 1994) 10

Tabela 2.3 Determinação do voto médio estimado - PMV (ISO 7730,

1994) Atividade sedentária (MET=1.0) e umidade relativa

do ar de 50%

12

Tabela 6.1 Dados dos participantes do teste 54

Tabela 7.1 Correspondência entre a representação por letras e por

números nas escalas de sete pontos utilizados no

questionário

55

Tabela B.1 Tabela com os votos térmicos dos participantes

Tabela B.2 Tabela com os votos térmicos médios dos participantes

Tabela B.3 Média das temperaturas nos bancos e do ar ambiente no

veículo

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

HVAC Heating , Ventilating and air Conditioning

SNC Sistema nervoso central

Set point Ponto de ajuste

PMV Predicted mean vote

PPD Predicted Percentage of Dissatisfied

MF Muito frio

F Frio

LF Ligeiramente frio

C Confortável

LQ Ligeiramente quente

Q Quente

MQ Muito quente

MD Muito desagradável

D Desagradável

LD Ligeiramente desagradável

I Não faz diferença

LA Ligeiramente agradável

A Agradável

MA Muito agradável

VT Voto térmico

VTM Voto térmico médio

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LISTA DE SÍMBOLOS

Símbolo Variável Unidade

Ta Temperatura do ar ºC

Tr Temperatura radiante média ºC

Va Velocidade do ar m/s

Φ Umidade relativa do ar %

To Temperatura operativa ºC

ω Umidade absoluta g/m³

Teq Temperatura equivalente ºC

DC Corrente contínua Ampére

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍGLAS

LISTA DE SÍMBOLOS

RESUMO

ABSTRACT

1. INTRODUÇÃO 1

1.1 Motivação do trabalho 4

1.2 Objeto do trabalho e objeto de estudo 5

1.3 Estrutura do trabalho 5

2. CONFORTO TÉRMICO 7

2.1 Fisiologia do corpo humano 7

2.2 Conforto térmico 9

2.2.1 Condições de conforto de Fanger 9

2.2.2 Desconforto térmico local 11

2.3 Avaliação de conforto térmico em veículos automotivos 13

3. AVALIAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM AUTOMÓVEIS 16

3.1 Avaliações com pessoas 16

3.2 Avaliação de conforto térmico em automóveis com bancos ventilados: aplicação de questionário

18

3.3 Avaliação em túneis de vento 20

4. RESFRIAMENTO E AQUECIMENTO DE BANCOS AUTOMOTIVOS 22

4.1 Aquecimento de bancos 22

4.2 Resfriamento de bancos 24

4.3 Tecnologias de aquecimento e resfriamento de bancos ventilados em aplicação na indústria automobilística

30

4.3.1 Bancos simplesmente ventilados 30

4.3.2 Bancos simplesmente ventilados com sistema de aquecimento 31

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4.3.3 Bancos ventilados com resfriamento (ou aquecimento) por efeito Peltier

31

4.3.3.1 Pastilhas termoelétricas 32

5. DESENVOLVIMENTO E PREPARAÇÃO DO PROTÓTIPO DE TESTE 35

5.1 Os componentes e detalhes de montagem do banco com sistema de ventilação e resfriamento

35

5.2 Instalação dos termopares 42

6. PROCEDIMENTO DE ENSAIO 48

6.1 Veículo utilizado 48

6.2 Bancos de teste 48

6.3 Preparação do veículo 48

6.4 O túnel de vento 49

6.5 Condições de ensaio 50

6.6 O procedimento de ensaio 51

6.7 Os participantes 53

7. RESULTADOS DOS ENSAIOS E ANÁLISES 55

7.1 Resultados de percepção de conforto térmico 55

7.2 Resultados de temperaturas 67

8. CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS 70

8.1 Trabalhos futuros 70

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 72

ANEXO A – Questionário

ANEXO B – Tabelas

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

Ao se falar de conforto em veículos, pode-se ter várias maneiras de observar esse

conforto; seja ele relacionado com aspectos ergonômicos de assentos, conforto

térmico, design de interiores, ruído, entre outros. Os projetos de veículos

automotivos atuais visam garantir, além da segurança, todos esses requisitos de

conforto. Prover condições de conforto tornou-se um importante diferencial de

marketing e de vendas (Gameiro da Silva, 2002).

Quando se está desenvolvendo o veículo é muito importante se ter a definição dos

padrões a serem utilizados para cada veículo, como sua capacidade de carga e/ou

de passageiros, tamanho entre eixos, espaço interno, condições de conforto, entre

outros.

A importância de se ter esses fatores bem definidos, desde o início do

desenvolvimento é garantir que, ao final da concepção do projeto e da realização do

produto, os objetivos iniciais sejam atingidos em todos os aspectos de segurança,

dirigibilidade e conforto. Porém, sabe-se que não é tão simples assim executar os

projetos para se garantir que 100% dos usuários estejam satisfeitos com o produto

final, pois existe uma grande influência da percepção de cada usuário.

Cada ser humano tem a sua própria percepção do ambiente, ou seja, o que para um

indivíduo está confortável para outro pode estar desconfortável. Alguns fatores que

levam a essa avaliação diferenciada de conforto por parte dos ocupantes de

veículos está relacionado com a expectativa de cada um, o grau de exigência, o

sexo, a idade, entre outros. Daí a importância em se realizar avaliações

considerando o voto das pessoas quanto à sensação que estão experimentando; o

que é feito no presente trabalho.

Os automóveis apresentam características diferenciadas com relação a muitos

outros ambientes a serem desenvolvidos, pois constituem habitáculos com

dimensões reduzidas e possuem uma área envidraçada considerável, que possibilita

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a passagem de raios solares e a transferência de calor com uma maior intensidade

que nas partes metálicas do veículo (Fig. 1.1)

Essas características dificultam sobremaneira a obtenção de condições de conforto,

por resultarem em elevadas assimetrias de radiação, correntes de ar com

velocidades diferenciadas em diferentes partes do corpo e entre os ocupantes, e

uma influência maior do isolamento térmico dos bancos automotivos na troca de

calor com o ambiente de cabine.

Figura 1.1 – Trocas térmicas em veículos de passeio (Hucho, 1987)

Os fatores acima discriminados são responsáveis por gerar situações de desconforto

localizado em diferentes partes do corpo. Como exemplo mais claro, pode-se

destacar a incidência de radiação solar no braço esquerdo do motorista, enquanto o

outro braço encontra-se na sombra. Isso pode causar uma sensação de desconforto

significativa nessa região.

Por outro lado, o interior do automóvel é um ambiente que permite intervenções por

parte do ocupante. O usuário pode atuar na abertura e fechamento dos vidros das

janelas, na vazão e no direcionamento do ar nos difusores instalados no painel de

instrumentos, ou mesmo alterar parâmetros do sistema de climatização.

A possibilidade de intervenção do usuário pode minimizar os efeitos de condições

inadequadas de conforto térmico nos automóveis; o que normalmente é mais difícil

em ambientes de edificações, principalmente em edifícios de escritórios, onde

sistemas de distribuição de ar fixos não permitem essa flexibilidade.

w

wbanco

cabine

vidros

Radiação solar

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Com a evolução da tecnologia aplicada a veículos automotivos, observou-se que a

utilização de sistemas de ar condicionado em automóveis diminui muito a sensação

de desconforto geral dos ocupantes.

Um estudo realizado pela Denso (2005) estima que a quantidade de veículos

vendidos com ar condicionado de série atinja cerca de 80% do mercado brasileiro

até o ano de 2010 (Figura 1.2).

Figura 1.2 Veículos com ar condicionado de fábrica vendidos no Brasil (Denso, 2005).

De fato, o objetivo dos sistemas de climatização, os sistemas de HVAC1 de um

veículo automotivo, é criar condições de conforto térmico para os ocupantes,

independentemente das condições climáticas exteriores, e de manter as condições

de conforto térmico durante todo o período de utilização do sistema (Gomes, 2005).

No entanto, mesmo com a utilização de sistemas de climatização nos veículos, a

questão do conforto térmico ainda apresenta muitos problemas. Um dos principais

problemas está relacionado com o sistema de distribuição de ar, que não consegue

corrigir as assimetrias de radiação e ainda causa problemas de correntes de ar

(Gomes, 2005; Gimenez, 2006).

Um outro problema importante está relacionado com o isolamento dos bancos

automotivos (Lima, 2006) e com os aspectos ergonômicos a eles associado (Lima,

2007). Ao isolar termicamente as costas, nádegas e partes das pernas, os bancos

1 HVAC – Heating, Ventilating and Air Conditioning

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automotivos dificultam a troca de calor com o ambiente da cabine (climatizado ou

não). E se, além disso, os bancos não forem confortáveis do ponto de vista

ergonômico, a sensação de desconforto é amplificada.

No caso dos automóveis, o efeito perverso dos bancos no conforto é bastante mais

significativo que nos ambientes de edificações, pois o usuário tem condições muito

mais limitadas de alterar a sua posição no banco e é impossibilitado de se levantar.

Em geral o banco age como um isolante térmico, aumentando a temperatura da pele

e reduzindo o resfriamento do corpo por evaporação do suor. Mas, os bancos podem

ser meios adequados para controlar termicamente o ambiente em função da grande

área de contato e proximidade com o passageiro. Adicionalmente, o controle térmico

do banco pode ser uma boa alternativa ao ar condicionado convencional, reduzindo

o consumo de energia enquanto melhora o conforto térmico (Lutsbader, 2005).

1.1. Motivação do trabalho

O desenvolvimento deste trabalho foi motivado, principalmente, pelo fato de ser um

assunto ainda não explorado pelas montadoras no Brasil, e que pode trazer

benefícios significativos no aumento do conforto e na diminuição do consumo de

energia pelo menor uso do sistema de ar condicionado.

Os domínios da tecnologia e da aplicação de sistemas de bancos automotivos

ventilados podem trazer um conforto personalizado aos ocupantes e,

potencialmente, uma redução no consumo de combustível dos veículos, ao se

considerar que uma menor carga do sistema de ar-condicionado do veículo

necessite ser utilizada para que o usuário alcance um estado de conforto mais

rapidamente.

Este trabalho também pode incentivar as iniciativas de empresas fabricantes de

bancos automotivos a proporem às montadoras produtos de maior valor agregado

nos veículos nacionais, com aplicação de tecnologias para projetos futuros, e criar

parcerias na pesquisa e desenvolvimento para o aprofundamento desse assunto.

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1.2. Objetivo do trabalho e objeto de estudo

Este trabalho tem como objetivo estudar a percepção de conforto térmico do usuário

em banco automotivo ventilado com resfriamento por efeito Peltier. O estudo

compreende a avaliação da sensação térmica dos usuários com relação ao

ambiente térmico da cabine e às áreas de contato do corpo com os bancos

automotivos.

Para tal foram realizados testes com a utilização de banco normal de produção e de

banco ventilado em um veículo dotado de sistema de climatização. Os ensaios foram

realizados em túnel de vento e o procedimento experimental consistiu de medições

de temperaturas e avaliações subjetivas (questionário).

1.3. Estrutura do trabalho

Após uma breve introdução sobre o conforto em automóveis e a apresentação da

motivação e objetivos do trabalho, o desenvolvimento do estudo está organizado em

capítulos, conforme segue.

No capítulo 2 é apresentada uma revisão da teoria de conforto térmico e uma breve

discussão sobre a avaliação de conforto térmico.

A seguir, no capítulo 3 é discutida a avaliação de conforto térmico em automóveis

com ênfase na avaliação subjetiva realizada por pessoas e a utilização de túneis de

vento para a realização dos ensaios.

No capítulo 4 é apresentada a revisão da literatura relacionada ao aquecimento e

resfriamento de bancos para a melhora das condições de conforto de cabine em

veículos automotivos.

No capítulo 5 são apresentadas as fases de desenvolvimento do protótipo, com o

detalhamento da montagem do sistema de ventilação e preparação dos bancos

para a realização dos testes experimentais.

No capítulo 6 são descritos os procedimentos de ensaio e a instrumentação do

banco protótipo e do banco normal de produção, que foram utilizados na

realização do presente trabalho. No capítulo 7 são apresentados os resultados

subjetivos e objetivos dos testes experimentais.

Page 22: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

6

No capítulo 8 são apresentadas as conclusões do experimento, de percepção do

usuário na utilização de bancos ventilados, e considerações finais referentes ao

trabalho. Finalmente, no capítulo 9 é apresentada a relação do material bibliográfico

de referência.

Fazem parte ainda deste trabalho, dois anexos onde são apresentados o

questionário utilizado (Anexo A), e algumas tabelas com os votos dos participantes e

de temperaturas medidas durante os ensaios (Anexo B).

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7

CAPÍTULO 2

CONFORTO TÉRMICO

2.1. Fisiologia do corpo humano

Os seres humanos têm que enfrentar o clima diariamente buscando,

freqüentemente, proteção nas condições micro climáticas: sombra no verão e

radiação solar direta durante dias frios de inverno. Assim como os movimentos

produzem calor no frio, reduções de atividades físicas são observadas nos períodos

mais quentes do dia.

Enquanto a temperatura interna do corpo humano (retal, esofágica ou do tímpano) é

geralmente perto de 37°C, podendo variar entre 36°C durante a noite a 39°C quando

em atividades físicas pesadas, a temperatura da pele humana é mais suscetível às

condições externas. Por exemplo, a temperatura do pé pode ser de 30°C quando a

temperatura da testa for de 34°C. Milhões de sensores cutâneos mantêm informado

o sistema nervoso central (SNC) do estado térmico de todas as partes do corpo.

Esses sensores são sensíveis tanto ao nível da temperatura (condição estática)

quanto às mudanças térmicas (condições dinâmicas)

O sistema nervoso central (SNC) possui duas funções básicas:

� A de estimar o estado térmico global do corpo, executada pelo hipotálamo,

funcionando como um termostato, com set point de 37°C para a temperatura

interna e 33°C para a pele,

� A de desencadear as sensações térmicas conhecidas, executadas pelo córtex.

Quando o SNC é informado de variações em comparação com esses valores de

referência, reações são desencadeadas:

� Reações comportamentais: mudanças repentinas de temperatura da pele

implicam respostas rápidas (afastar-se de superfícies quentes, colocar roupa no

caso de frio, etc.) visando preservar a integridade.

� Reações fisiológicas: as variações de temperatura podem induzir à hipotermia

(queda da temperatura) ou à hipertermia (aumento da temperatura). O sistema

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8

termorregulador reage então contra o desequilíbrio do balanço térmico, atuando

na dilatação ou contração dos vasos sanguíneos para aumentar ou diminuir o

fluxo de calor através da superfície da pele, atividades musculares que ao

contraírem os músculos produzem calor (tiritar) ou ainda as glândulas

sudoríparas são estimuladas para secreção do suor resfriando a pele através da

evaporação.

Em atividade sedentária a atividade metabólica resulta em cerca de 100W de calor a

ser dissipado ao ambiente por condução, convecção, radiação e evaporação. Se a

vestimenta e as condições do ambiente estiverem adequadas, a mesma quantidade

de calor será perdida ao ambiente. Ocorrerá um balanço de calor adequado para o

corpo como um todo e a pessoa se sentirá termicamente neutra. Nessa condição a

temperatura do núcleo do corpo humano será de aproximadamente 37°C e a

temperatura da pele será de 34,1 ºC (Fanger, 1972). Fora dessa condição o

organismo atua para manter a temperatura no caso das perdas de calor serem

maiores do que a produção de calor ou para reduzir o aumento de temperatura

provocado pela troca de calor menor com o ambiente.

Uma representação esquemática dos mecanismos fisiológicos do corpo humano é

apresentada na figura 2.1 e uma revisão muito boa do assunto pode ser encontrada

em Ferreira (1997) e Ferreira (2001).

Figura 2.1 Esquema do sistema termorregulador do corpo humano (Candas 1999)

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9

2.2. Conforto térmico

Admite-se que o conforto térmico corresponde ao estado de espírito em que os

indivíduos expressam satisfação com o ambiente (ASHRAE 55:2004). Em muitas

situações as pessoas são expostas a ambientes térmicos criados artificialmente

(climatizados) para que se sintam em conforto e possam produzir melhor as suas

tarefas. Se o objetivo é atingido, a pessoa tem uma sensação de bem estar,

expressa pela sua satisfação com aquele ambiente térmico.

Sabe-se que o estado térmico geral e as sensações locais estão intimamente

ligados com o grau de conforto ou desconforto. A exposição excessiva a um

ambiente quente ou frio pode levar ao estresse térmico (ISO 7243:1989; ISO

7933:1989), proveniente de condições micro-climáticas desfavoráveis que

requerem a intervenção excessiva do sistema termorregulador.

Na segurança veicular o conforto térmico é um aspecto importante, pois

motoristas sonolentos devido ao calor, ou com sinais de hipotermia devido ao frio,

estão mais sujeitos a sofrerem ou causarem acidentes. Conforme apresentado

em Ávila (2001), pesquisa realizada pelo Departamento de Psicologia da

Universidade de Amsterdam, mostra que as melhores temperaturas do ar para

quem está dirigindo um automóvel vestido “normalmente” se situam entre 18,5ºC

≤ Ta ≤ 21,5ºC. Nessa faixa de temperaturas, abaixo da condição de conforto, o

motorista fica mais atento por estar sentindo um pouco de frio.

2.2.1. Condições de conforto de Fanger

A partir do balanço térmico do corpo humano, Fanger (1972) mostra que o

conforto térmico depende de:

a) parâmetros pessoais: a taxa de metabolismo, função do nível de

atividade física da pessoa, (MET)2, e o tipo de vestimenta (CLO)3,

b) parâmetros ambientais: a temperatura do ar, Ta, a temperatura média

radiante, rT , a velocidade do ar, Va, e a umidade relativa do ar, φ. Na

Tabela 2.1 são apresentados valores de metabolismo para diferentes

2 1 met = 58,2 W/m2 (metabolismo referente à atividade sedentária) 3 1 clo = 0,155 m2 C/W (vestimenta típica de inverno, pesada)

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10

atividades.

Por meio de medições dos parâmetros de conforto térmico e de ensaios

realizados com pessoas, Fanger (1972) concebeu um modelo de conforto térmico

baseado no voto médio estimado PMV- Predicted Mean Vote, que varia de muito

frio (-3) a muito quente (+3). Além disso, Fanger (1972) estabeleceu uma relação

entre o PMV e o percentual de pessoas insatisfeitas PPD – Predicted Percentage

of Dissatisfied, apresentada no tabela 2.2.

Tabela 2.1 – Metabolismos para diferentes atividades (www.hku.hk/bse/bbse3004/)

Atividade Taxa metabólica

Sentado reclinado 46 W/m2 0,8 met

Sentado relaxado 58 W/m2 1,0 met

Reparador de relógios 65 W/m2 1,1 met

Em pé relaxado 70 W/m2 1,2 met

Dirigindo automóvel 80 W/m2 1,4 met

Em pé, atividade leve 93 W/m2 1,6 met

Em pé, atividades moderadas (trabalho doméstico)

116 W/m2 2,0 met

Caminhando horizontalmente, 5 km/h 200 W/m2 3,4 met

Trabalhadores da construção civil 275 W/m2 4,7 met

Esportes – correndo a 15 km/h 550W/m2 9,5 met

Tabela 2.2 – Escala de sensação térmica (ISO 7730, 1994)

Escala de sensação térmica

–3 –2 –1 0 1 2 3

PMV muito frio

Frio leve sensação de

frio

neutro leve sensação de calor

quente Muito Quente

PPD 100% 78% 26% 5% 26% 78% 100%

Observa-se na tabela 2.2 que, mesmo na condição de neutralidade térmica (PMV

igual a zero), existem 5% de insatisfeitos. O trabalho de Fanger (1972) é a base

da norma ISO 7730:1994 de conforto térmico.

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11

O cálculo do voto médio estimado é relativamente trabalhoso, razão pela qual

Fanger (1972) e a ISO 7730:1994 apresentam uma rotina para utilização em

microcomputador e tabelas, como aquela apresentada na tabela. 2.3, que

permitem determinar o PMV para diferentes atividades, tipos de vestimenta e

condições ambientais.

A ASHRAE 55:2004 também apresenta gráficos para a determinação das

condições de conforto térmico em ambientes condicionados - as Cartas de

Conforto da ASHRAE. A figura 2.2 mostra uma carta psicrométrica com a zona de

conforto representada pela área hachurada.

Verifica-se na tabela 2.3 e na figura 2.2 que os resultados são apresentados em

função da temperatura operativa, To4, que é uma função da temperatura média

radiante, rT , e da temperatura do ar, Ta , dado pela equação5:

( ) rao

TaTaT ⋅−+⋅= 1 (2.1)

onde a constante a varia de acordo com a velocidade do ar (Va):

Va (m/s) 0 – 0,2 0,2 – 0,6 0,6 – 1,0 A 0,5 0,6 0,7

A norma ISO 7726:1998 apresenta procedimentos de medição e métodos

para a obtenção das variáveis ambientais: velocidade média do ar, Va,

temperatura radiante média, rT , da temperatura do ar, Ta , e umidade do ar:

umidade absoluta, ω, e umidade relativa, φ.

2.2.2. Desconforto térmico local

O método de Fanger (1972) determina condições de conforto térmico para o

corpo como um todo. Assim, uma pessoa pode estar em neutralidade térmica

para o corpo como um todo (PMV = 0), mas pode não estar confortável se

existirem variações em partes do corpo. Portanto, o conforto também requer que

não haja desconforto local (quente ou frio) para qualquer parte do corpo.

4 To = temperatura operativa (ºC): a temperatura de um meio imaginário (envolvendo ar e

superfícies) com o qual a pessoa troca a mesma quantidade de calor por convecção e radiação que aquela trocada com o meio real.

5 ANSI/ASHRAE 55:2004 e ISO 7730:1994

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12

Tabela 2.3 Determinação do voto médio estimado - PMV (ISO 7730, 1994) Atividade sedentária (MET=1.0) e umidade relativa do ar de 50%

Vestimenta Velocidade Relativa do ar – m/s

CLO m

2ºC

W

Temperatu

ra

Operativa

ºC < 0.10 0.10 0.15 0.20 0.30 0.40 0.50 1.00

0

0

26

27

28

29

30

31

32

33

– 1.62

– 1.00

– 0.39

0.21

0.80

1.39

1.96

2.50

– 1.62

– 1.00

– 0.42

0.13

0.68

1.25

1.83

2.41

– 1.96

– 1.36

– 0.76

– 0.15

0.45

1.08

1.71

2.34

– 2.34

– 1.69

– 1.05

– 0.39

0.26

0.94

1.61

2.29

0.25

0.039

24

25

26

27

28

29

30

31

– 1.52

– 1.05

– 0.58

– 0.12

0.34

0.80

1.25

1.71

– 1.52

– 1.05

– 0.61

– 0.17

0.27

0.71

1.15

1.61

– 1.80

– 1.33

– 0.87

– 0.40

0.07

0.54

1.02

1.51

– 2.06

– 1.57

– 1.08

– 0.58

– 0.09

0.41

0.91

1.43

– 2.47

– 1.94

– 1.41

– 0.87

– 0.34

0.20

0.74

1.30

– 2.24

– 1.67

– 1.10

– 0.53

0.04

0.61

1.20

– 2.48

– 1.89

– 1.29

– 0.70

– 0.10

0.50

1.12

– 2.66

– 1.97

– 1.28

– 0.58

0.11

0.83

0.50

0.078

23

24

25

26

27

28

29

30

– 1.10

– 0.72

– 0.34

0.04

0.42

0.80

1.17

1.54

– 1.10

– 0.74

– 0.38

– 0.01

0.35

0.72

1.08

1.45

– 1.33

– 0.95

– 0.56

– 0.18

0.20

0.59

0.98

1.37

– 1.51

– 1.11

– 0.71

– 0.31

0.09

0.49

0.90

1.30

– 1.78

– 1.36

– 0.94

– 0.51

– 0.08

0.34

0.77

1.20

– 1.99

– 1.55

– 1.11

– 0.66

– 0.22

0.23

0.68

1.13

– 2.16

– 1.70

– 1.25

– 0.79

– 0.33

0.14

0.60

1.06

– 2.22

– 1.71

– 1.19

– 0.68

– 0.17

0.34

0.86

0.75

0.118

21

22

23

24

25

26

27

28

– 1.11

– 0.79

– 0.47

– 0.15

0.17

0.49

0.81

1.12

– 1.11

– 0.81

– 0.50

– 0.19

0.12

0.43

0.74

1.05

– 1.30

– 0.96

– 0.66

– 0.33

– 0.01

0.31

0.64

0.96

– 1.44

– 1.11

– 0.78

– 0.44

– 0.11

0.23

0.56

0.90

– 1.66

– 1.31

– 0.96

– 0.61

– 0.28

0.09

0.45

0.80

– 1.82

– 1.46

– 1.09

– 0.73

– 0.37

0.00

0.36

0.73

– 1.95

– 1.58

– 1.20

– 0.83

– 0.46

– 0.08

0.29

0.67

– 2.36

– 1.95

– 1.55

– 1.14

– 0.74

– 0.33

0.08

0.48

1.00

0.155

20

21

22

23

24

25

26

27

– 0.85

– 0.57

– 0.30

– 0.02

0.26

0.53

0.81

1.08

– 0.87

– 0.60

– 0.33

– 0.07

0.20

0.48

0.75

1.02

– 1.02

– 0.74

– 0.46

– 0.18

0.10

0.38

0.66

0.95

– 1.13

– 0.84

– 0.55

– 0.27

0.02

0.31

0.60

0.89

– 1.29

– 0.99

– 0.69

– 0.39

– 0.09

0.21

0.51

0.81

– 1.41

– 1.11

– 0.80

– 0.49

– 0.18

0.13

0.44

0.75

– 1.51

– 1.19

– 0.88

– 0.56

– 0.25

0.07

0.39

0.71

– 1.81

– 1.47

– 1.13

– 0.79

– 0.46

– 0.12

0.22

0.56

1.50

0.233

14

16

18

20

22

24

26

28

– 1.36

– 0.94

– 0.52

– 0.09

0.35

0.79

1.23

1.67

– 1.36

– 0.95

– 0.54

– 0.13

0.30

0.74

1.18

1.62

– 1.48

– 1.07

– 0.64

– 0.22

0.23

0.68

1.13

1.56

– 1.58

– 1.15

– 0.72

– 0.28

0.18

0.63

1.09

1.56

– 1.72

– 1.27

– 0.82

– 0.37

0.10

0.57

1.04

1.52

– 1.82

– 1.36

– 0.90

– 0.44

0.04

0.52

1.01

1.48

– 1.89

– 1.43

– 0.96

– 0.49

0.00

0.49

0.98

1.47

– 2.12

– 1.63

– 1.14

– 0.65

– 0.14

0.37

0.89

1.40

2.00

0.310

10

12

14

16

18

20

22

24

– 1.38

– 1.03

– 0.68

– 0.32

0.03

0.40

0.76

1.13

– 1.39

– 1.05

– 0.70

– 0.35

– 0.00

0.36

0.72

1.09

– 1.49

– 1.14

– 0.79

– 0.43

– 0.07

0.30

0.67

1.05

– 1.56

– 1.21

– 0.85

– 0.48

– 0.11

0.26

0.54

1.02

– 1.67

– 1.30

– 0.93

– 0.56

– 0.18

0.20

0.59

0.98

– 1.74

– 1.37

– 0.99

– 0.61

– 0.23

0.16

0.55

0.95

– 1.80

– 1.42

– 1.04

– 0.65

– 0.26

0.13

0.53

0.93

– 1.96

– 1.57

– 1.17

– 0.77

– 0.37

0.04

0.45

0.87

OBS: 1) Valores de PMV em torno de zero indicam condições de conforto

térmico.

2) Valores de CLO igual a 0,5 representam uma vestimenta leve de verão (calça comprida com camisa de mangas curtas), enquanto valores de CLO igual a 1,0 representam uma vestimenta pesada de inverno.

Page 29: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

13

Figura 2.2 Diagrama psicrométrico com a indicação da zona de conforto segundo a norma ASHRAE 55:2004.

Esse desconforto local pode ser causado por:

• Assimetria de radiação;

• Diferença vertical de temperatura do ar entre os pés e a cabeça;

• Correntes de ar (“draft” ou “draught”).

• Diferença de temperatura entre os pés e o piso.

Nas normas ASHRAE 55:2004 e ISO 7730:2004 são previstos limites máximos para

cada uma das causas de desconforto acima. A exemplo do trabalho de Fanger

(1972), os limites de desconforto local foram obtidos em ensaios realizados em

câmaras climatizadas para condições de trocas de calor em edificações, isto é, para

ambientes que podem ser considerados homogêneos ou próximos de homogêneos.

2.3. Avaliação de conforto térmico em veículos automotivos

Para ambientes não homogêneos, onde diferentes partes do corpo experimentam

diferentes condições térmicas, o conceito mais amplamente utilizado (Nilsson, 2004)

é o de temperatura equivalente (teq), definida como sendo a temperatura uniforme de

um ambiente imaginário com velocidade do ar igual a zero, no qual a pessoa troca a

Page 30: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

14

mesma quantidade de calor sensível, por radiação e convecção, que no ambiente

real.

Devido à interação complexa dos fluxos de calor por radiação e convecção,

insolação direta, grandes assimetrias de temperatura e velocidade do ar, mesmo

em condições de regime permanente, a aplicação do conceito de temperatura

equivalente é particularmente útil no espaço confinado de compartimentos de

passageiros de veículos. Nessas condições o uso dos índices PMV (ISO

7730:1994) ou das cartas da ASHRAE (ASHRAE 55:2004) não são os mais

apropriados (Madsen et al, 1986; Gameiro da Silva, 2002; Guan et al., 2003;

Nilsson, 2004).

A determinação de temperaturas equivalentes, teq, na avaliação de conforto

térmico em automóveis é prevista na norma ISO 14505-2:2004. Nessa norma são

previstas três possibilidades de determinação de temperaturas equivalentes:

utilizando manequim térmico, com sensores em diferentes segmentos ou zonas

(Fig. 2.3), manequim com sensores aquecidos (Fig. 2.4), arranjo com sensores de

conforto (Fig. 2.5).

Masculino, 33 zonas Feminino, 16 zonas

Figura 2.3 - Manequins térmicos (ISO 14505-2, 2004)

Page 31: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

15

Figura 2.4 - Manequins com sensores aquecidos (ISO 14505-2, 2004)

Figura 2.5 - Arranjo com sensores de conforto (ISO 14505-2, 2004).

Porém, a melhor e mais confiável maneira de se avaliar as condições de conforto

térmico em um veículo ainda é a de se utilizar a resposta subjetiva de grupos de

pessoas submetidas às condições térmicas no interior desse veículo (Nilsson, 2004,

Han e Huang, 2004); que será utilizada no presente trabalho.

Page 32: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

16

CAPÍTULO 3

AVALIAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM AUTOMÓVEIS

O conforto térmico em ambiente veicular tem se tornado crítico, principalmente

devido à tendência de maior utilização de vidros e à restrição de aumento no

consumo de combustível. A busca pela redução dos ganhos de calor tornou-se

fator importante no desenvolvimento de veículos, pois não se pode aumentar a

capacidade do sistema de HVAC na mesma proporção que a área envidraçada

está aumentando. Assim, tornou-se necessário desenvolver ferramentas que

possam prever e avaliar o impacto de diferentes opções de projeto no conforto

térmico do usuário e de prover mecanismos que melhorem a sensação de

conforto no interior do veículo.

Para melhorar as condições de conforto térmico, uma das formas é a de se atuar

na melhora das trocas de calor nos bancos automotivos, objeto de estudo do

presente trabalho, e a sua interação com o usuário; o que a cada dia se torna um

fator mais importante no que se refere à melhora do conforto térmico dos

ocupantes (Cengiz e Babalik, 2006).

Em alguns países já se tem a aplicação de dispositivos de aquecimento e

resfriamento de bancos automotivos, porém no Brasil ainda é uma tecnologia

nova e ainda não explorada pelas montadoras de veículos locais.

A seguir é apresentada uma abordagem sobre a avaliação de conforto térmico

em veículos automotivos com pessoas considerando, particularmente, os bancos

automotivos e seus ocupantes.

3.1 Avaliação com pessoas

As vantagens de se utilizar o método subjetivo é que os dados são simples para

administrar e estão diretamente relacionados com os fenômenos psicológicos das

pessoas (ISO 14505-3, 2006).

As avaliações com pessoas têm também algumas desvantagens caso não se

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utilize dados objetivos, pois somente dados subjetivos podem induzir a uma

conclusão errônea, ou seja, votos de participantes do experimento sem a devida

coerência.

Esse erro deve ser minimizado ao máximo com perguntas muito bem

direcionadas aplicadas em um questionário e também com a medição de

variáveis de cabine relevantes para o estudo em questão.

Alguns trabalhos foram realizados recentemente em veículos automotivos

envolvendo a participação de pessoas na avaliação da influência de bancos

automotivos no conforto térmico: Lutsbader (2005), Cengiz e Babalik (2006) e

Zhang et al. (2007).

Lutsbader (2005) realizou avaliação com pessoas no estudo da influência de

bancos automotivos ventilados no conforto térmico em veículo com ar

condicionado. Os ensaios foram realizados em câmara climática, com radiação

solar. Maiores detalhes desse trabalho são discutidos no Capítulo 4.

Cengiz e Babalik (2006) realizaram experimento com o objetivo de avaliar a

influência de diferentes tipos de tecidos de recobrimento dos bancos automotivos

no conforto térmico em climas frios.

Os ensaios foram realizados com a participação de 10 pessoas em um teste de

veículo em estrada em um período de 1 hora. Os participantes ficaram

submetidos a uma temperatura de 25ºC com velocidade do ar de 0,15 a 0,20 m/s

dentro da cabine do veículo, controlada por sistema de ar-condicionado eletrônico

do próprio veículo. Foram instalados 8 pontos de medição da temperatura da pele

distribuídos nas costas, peito, nádegas e coxas. Os participantes desse

experimento tinham uma média de idade de 31,8 anos, peso médio de 70,13 kg,

altura média de 1,74 m e massa corporal de 22,95 kg/m².

As roupas utilizadas pelos participantes foram calça e camisa branca, meias e

sapatos com uma isolação média de 1,5 clo e considerada uma atividade

metabólica constante de 1,7 met. Os participantes responderam a um

questionário de 15 questões, conforme mostrado na Figura 3.1, em intervalos de

5 em 5 minutos.

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PARÂMETROS SUBJETIVOS QUESTÕES ESCALA

1 T1s Neste momento Como você sente seu Embaixo da perna? (1) Muito frio2 T2s No meio das pernas? (2) Frio3 T3s Na região do estomago? (3) Ligeiramente frio4 T4s Ao lado do corpo? (4) Neutro5 T5s No peito? (5) Ligeiramente quente6 T6s Na cintura? (6) Quente7 T7s Nas costas? (7) Muito quente8 T8s Nas nádegas?9 Cabeça Cabeça?

10 Geral Como você está se sentindo No geral?

11 Torso Frontal Como você está se sentindo quanto ao suor No peito? (1) Seco12 Torso Traseiro Nas costas? (2) Ligeiramente molhado

(3) Úmido(4) Molhado

13 Encosto do banco Como é o conforto no Encosto de banco? (1) Pouco14 Assento do banco Assento do banco? (2) Médio

(3) Bom

15 Suor Como é o seu Nível de suor? (1) Ausente(2) Pouco(3) Médio(4) Muito

QUESTIONÁRIO

Figura 3.1 - Questionário subjetivo (Cengiz e Babalik, 2006)

Zhang et al. (2007) realizaram trabalho bastante extenso de avaliação da

influência de bancos aquecidos ou ventilados na faixa de aceitabilidade de

temperaturas do ar na cabine. Nos ensaios realizados com pessoas, os autores

também salientam a importância das características pessoais como a idade, o

peso, a massa corporal e o tipo de vestimenta utilizada. Maiores detalhes desse

trabalho também são discutidos no Capítulo 4.

3.2 Avaliação de conforto em automóveis com bancos ventilados: aplicação de

questionário

A aplicação de questionários em ensaios experimentais deve ser conduzida com

muito cuidado para que não se tenha respostas que não permitam atingir os

objetivos desejados. Para tal, as perguntas devem ser bem formuladas e

apresentadas de forma clara aos participantes.

A norma ISO 14505-3 (2006) apresenta recomendações relacionadas à avaliação

subjetiva de condições de conforto térmico em veículos na obtenção de diagramas

de sensação térmica, utilizando temperaturas equivalentes (ISO 14505-2, 2004).

Nessa norma são enfocados aspectos referentes à seleção do júri, escalas

subjetivas, seleção das condições de operação, análise e interpretação de

resultados, e um método de teste com exemplo de questionário a ser aplicado.

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Essa norma, contudo, não se mostrou adequada para aplicação na avaliação de

condições de conforto personalizado com a utilização de bancos ventilados. Nessa

situação, o questionário e o procedimento de ensaios desenvolvidos por Leite

(2003), na avaliação de conforto personalizado em ambientes de escritórios,

mostraram-se mais adequados e foram utilizados como referência no presente

trabalho. Adicionalmente, o trabalho de Cengiz e Babalik, (2006), comentado no item

3.1, também foi considerado na elaboração do questionário.

Quando da avaliação de conforto personalizado faz-se necessário, inicialmente, criar

condições tais que o ambiente seja desconfortável, para que o usuário perceba

alterações na sensação de conforto térmico quando do uso do sistema

personalizado (Leite, 2003).

Por outro lado, as questões a serem respondidas devem enfocar as diferenças de

percepção entre o usuário com e sem sistema de ventilação no banco, bem como

com relação às condições ambientais de cabine.

O questionário desenvolvido para a presente aplicação encontra-se no Anexo A. A

seguir são apresentados alguns detalhes desse questionário:

a) O questionário possui uma capa, onde o participante do ensaio informará os seus

dados: o nome, o sexo, a idade, o peso e a altura, a identificação da data de

realização do ensaio e a indicação do banco que ocupará, qual seja, o banco do

motorista ou o banco do passageiro.

b) Na parte referente ao questionário propriamente dito, foram utilizadas escalas de

sete pontos. Na figura 3.2 é apresentada a representação da escala de sensação

térmica com letras para indicar as sensações de muito frio, frio, confortável,

ligeiramente quente, quente e muito quente.

Figura 3.2 – Representação gráfica da sensação térmica (Leite, 2003)

O mesmo conceito foi aplicado para a percepção em relação ao movimento do ar,

utilizando letras para indicar a preferência do usuário quanto à percepção de muito

desagradável, desagradável, ligeiramente desagradável, não faz diferença para

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você, ligeiramente agradável, agradável e muito agradável, respectivamente,

conforme mostrado na figura 3.3.

Figura 3.3 – Representação gráfica da percepção de movimentação do ar

(Leite, 2003)

A vantagem na utilização dessa representação é que os usuários associam mais

fácil e rapidamente letras (ou siglas) ao invés de números. De toda forma, na

confecção dos gráficos serão utilizados números relacionados às letras utilizadas

nas escalas de sensação térmica.

Para a tabulação das respostas será utilizada numeração positiva, para sensações

de aquecimento e de condições agradáveis, e numeração negativa, para as

sensações de frio e de condições desagradáveis. Esta escala é definida como uma

escala bipolar simétrica de 7 graus, tendo o ponto 0 como indecisão e duas vezes

três graus de intensidade crescente. A figura 3.4 mostra a escala normalizada.

Graus de intensidade Ponto de indecisão Graus de intensidadePolo A -3 -2 -1 0 +1 +2 +3 Polo B

Figura 3.4 – Escala de sensação térmica normalizada (ISO 10551, 1995)

3.3 Avaliação em túneis de vento

A forma mais adequada de se realizar avaliações em cabines de automóveis com

manequins ou com pessoas é com a utilização de túneis de vento, que reproduzam

as condições ambientais às quais os veículos estarão sujeitos ao rodarem nas

estradas.

Esses túneis de vento devem ser capazes de simular ambientes externos com

diferentes temperaturas e umidades do ar, diferentes níveis de radiação solar e

diferentes velocidades do veículo.

As vantagens na utilização de túneis de vento são as condições de repetitividade

dos resultados, a possibilidade de executar os ensaios independentemente das

condições climáticas e a possibilidade de coletar vários dados com boa precisão.

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A Figura 3.5 mostra um lay-out de um túnel de vento típico para testes em

automóveis, enquanto a Figura 3.6 mostra a célula de testes de um túnel de

vento.

Figura 3.5 Lay-out de um túnel de vento típico

(Calsonic Kansei Europe, 2002 apud Santos 2005).

Figura 3.6 Célula de testes de um túnel de vento

(Ransco Industries, 1999 apud Santos 2005).

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CAPÍTULO 4

RESFRIAMENTO E AQUECIMENTO DE BANCOS AUTOMOTIVOS

Com o aumento da busca pelo conforto nas cabines dos veículos, os especialistas

em bancos automotivos trabalham para propor uma maior variedade de soluções

para as montadoras desses veículos.

Contudo, raros são os estudos encontrados na literatura que envolvem o

aquecimento ou resfriamento de bancos na melhoria da sensação de conforto

térmico em cabines de veículos automotivos. O primeiro estudo de aquecimento de

bancos para o conforto térmico é do início da década de 1990 (Burch et al., 1991).

Posteriormente, Madsen (1994) e Lutsbader (2005), desenvolveram estudos de

resfriamento em bancos ventilados somente; Brooks e Parsons (1999), de

aquecimento, e Zhang et al. (2007) apresentaram resultados de um estudo

englobando bancos aquecidos e resfriados.

4.1 Aquecimentos de bancos automotivos

O primeiro trabalho relacionado ao aquecimento de bancos automotivos, realizado

por Burch et al (1991), objetivou a melhoria das condições de conforto térmico sob

condições severas de inverno. Esses autores instalaram almofadas com

aquecimento elétrico de baixa potência no assento e no encosto para reduzir o

tempo necessário para atingir condições de conforto térmico durante o período de

aquecimento da cabine (warm up).

Mais tarde, Brooks e Parsons (1999) investigaram o desempenho de bancos

aquecidos em ambientes frios e concluíram que o nível de desconforto pode ser

reduzido, tornando aceitáveis temperaturas de cabine até próximo de 5°C.

Até os dias de hoje o sistema de aquecimento de bancos automotivos é um sistema

relativamente simples, que utiliza resistências elétricas. A energia para aquecimento

das resistências é proveniente da bateria do automóvel e o controle da temperatura

é realizado pelo usuário em comandos disponíveis no banco.

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Cuidado especial deve ser tomado com a instalação das resistências elétricas (Fig.

4.1) para que nenhuma parte da resistência fique exposta e o usuário possa sofrer

choque elétrico. Um exemplo de campo de temperaturas resultante com sistema de

infra-vermelho é mostrado na figura 4.2.

Figura 4.1 – Banco automotivo com sistema de aquecimento (W.E.T. 2002)

Figura 4.2 – Campo de temperaturas no banco aquecido (W.E.T. 2002)

Essa aplicação, contudo, não é comum para os veículos no mercado nacional,

sendo aplicada somente em veículos fabricados no exterior ou destinados à

exportação (climas frios).

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4.2 Resfriamento de bancos automotivos

O primeiro trabalho relacionado com o resfriamento de bancos automotivos foi o de

Madsen (1994), que estudou a influência de bancos ventilados utilizando um

ventilador que soprava o ar através do banco, na parte inferior e superior, em

direção à pessoa sentada, conforme mostrado na figura 4.3.

Capa de poliéster

30mm de espessura em fibra

Tubo de ventilação

Capa de poliéster

30mm de espessura em fibra

Tubo de ventilação

Figura 4.3 – Banco automotivo ventilado (Madsen, 1994)

O sistema de ventilação apresentado na figura 4.3 foi desenvolvido por uma

empresa da Dinamarca e consistia de uma camada de 30,0 mm de pelos de porco,

que permitiam uma boa distribuição de ar. O encosto e uma parte do assento eram

cobertos com um forro, que permitia a passagem de ar, e dotados de tubos

conectados a um ventilador. O sistema permitia controle de fluxo de ar insuflado pelo

banco. Nos ensaios foram testados dois tipos de revestimentos, um feito de lã e o

outro feito de fibra de poliéster.

A eficiência do sistema de ventilação foi testada com um manequim térmico de 35 kg

dotado de medidores de fluxo de calor e de sensores de temperatura na região

lateral das costas, na altura dos ombros e nas coxas esquerda e direita; que são as

partes que tocam o banco quando o manequim está sentado. O manequim utilizado

tinha 16 seções e possibilidade de controle independente em cada seção.

Além disso, o manequim térmico era equipado com duas glândulas de suor, uma nas

costas abaixo do ombro e a outra na coxa que está em contato com a parte do

assento do veículo. As glândulas de suor consistiam de 2 tubos de pequeno

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diâmetro conectados a duas pequenas bombas com capacidade de 15 ml/h,

garantindo 0,025 m² de área molhada abaixo da roupa para cada tubo.

O sistema de aquecimento do manequim consistia de uma fissura em torno de cada

seção inter-espaçada por menos de 2,0 mm; o que estabelecia uma distribuição

extremamente uniforme de calor em cada seção. O manequim foi vestido com uma

roupa com isolação de 0,6 clo e colocado no banco do veículo em uma câmara

climática com temperatura constante e umidade relativa também constante. Na

figura 4.4 são apresentados resultados do aumento na perda de calor para as costas

e coxas.

Uma comparação entre os resultados dos bancos em lã e em poliéster,

apresentados na figura 4.5, mostra que o banco em poliéster apresenta um

resfriamento maior do que o banco em lã. Pode ser visto também que a perda de

calor nas coxas é menor do que nas costas; o que pode ser devido a problemas de

contato do manequim com o banco.

Aumento da perda de calor (percentual) Encosto

ventilação suor Ventilação + suor

Aumento da perda de calor (percentual) CoxasBanco lã Banco poliéster

Banco lã Banco poliéster

Aumento da perda de calor (percentual) Encosto

ventilação suor Ventilação + suor

Aumento da perda de calor (percentual) CoxasBanco lã Banco poliéster

Banco lã Banco poliéster

Figura 4.4 – Aumento da perda de calor nas costas e coxas (Madsen, 1994).

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Aumento da perda de calor em percentual

ventilação suor Ventilação + suor

Descréscimo da temperaturalã Poliéster

lã Poliéster

Aumento da perda de calor em percentual

ventilação suor Ventilação + suor

Descréscimo da temperaturalã Poliéster

lã Poliéster

Figura 4.5 – Aumento da perda de calor e queda da temperatura da ”pele “

(Madsen, 1994)

Os resultados obtidos mostram que esse tipo de banco poderia ser uma solução

efetiva e de baixo custo para a indústria automotiva, com a diminuição do

desconforto do usuário após o carro estar estacionado e exposto ao sol. E, no

inverno o sistema poderia diminuir o tempo de desconforto do ocupante se fosse

utilizado, adicionalmente, um sistema de aquecimento elétrico no encosto e na base

do banco (Madsen, 1994).

Lutsbader (2005) utilizou uma combinação de testes experimentais e modelagem

para estimar o impacto da utilização de bancos automotivos ventilados no

conforto térmico e na economia de energia. Segundo o autor, a melhora nas

condições de conforto resultou em redução de 4% na necessidade de

resfriamento do sistema de ar condicionado e uma economia de 0,3 a 0,5% no

consumo total de combustível do veículo quando o sistema está ligado. O autor

enfatiza que, embora esta economia seja pequena para um usuário

individualmente, torna-se significativo em um nível nacional.

Para a realização dos ensaios, Lutsbader (2005) modificou um banco automotivo

existente e instalou sistema de ventilação, conforme mostrado na

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figura 4.6. Foram instalados dois ventiladores no encosto do banco. Os dois

ventiladores juntos consomem no máximo 9 W.

Espuma

Difusor fino

Espaçador

Ventilador

Capa perfurada

Espuma

Difusor fino

Espaçador

Ventilador

Capa perfurada

Figura 4.6 Esquema do banco ventilado (Lutsbader, 2005).

Nas avaliações realizadas por Lutsbader (2005) foi utilizado um simulador solar com

963 W/m², mostrado na figura 4.7. A temperatura ambiente da sala foi controlada em

31,6ºC ± 0,4 ºC e 30% ± 5% de umidade relativa. O banco do veículo foi equipado

com oito sensores para a coleta da temperatura de contato do banco com o

ocupante. O sistema de ar-condicionado do veículo foi ligado após 45 segundos da

entrada do ocupante.

A sensação térmica e a sensação de conforto em algumas partes do corpo do

ocupante, como a cabeça, o peito, as costas, as pernas, os braços e os pés sem

distinção do lado esquerdo do direito, foram solicitadas a cada 2 minutos. As roupas

utilizadas pelos ocupantes foram as mesmas e padronizadas, sendo calça, camisa

pólo, meias e sapatos. A figura 4.8 ilustra a escala utilizada por Lutsbader (2005) nas

avaliações subjetivas.

Os resultados apresentados por Lutsbader (2005) mostram que a utilização de

bancos ventilados permite se chegar a uma diminuição da temperatura de contato

do banco com o ocupante em aproximadamente 3,5ºC ± 0,9 ºC, conforme

apresentado na figura 4.9 e que a sensação de conforto no encosto do banco nesse

caso apresentou uma queda de temperatura em torno de 4ºC.

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Figura 4.7 – Câmara climática e veículo de teste (Lutsbader, 2005)

mui

to

pouc

o

pouc

o

mui

to

1 2 3 4 6 7 8 9

Confortodesconfortável confortável

Muito frio Frio FrescoLigeiramente

fresco NeutroLigeiramente

aquecido Aquecido Quente Muito quente

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Sensação Térmica

mui

to

pouc

o

pouc

o

mui

to

1 2 3 4 6 7 8 9

Confortodesconfortável confortável

Muito frio Frio FrescoLigeiramente

fresco NeutroLigeiramente

aquecido Aquecido Quente Muito quente

1 2 3 4 5 6 7 8 9

Sensação Térmica

Figura 4.8 – Escala de conforto e sensação térmica U. C. Berkeley (Lutsbader, 2005)

Tanto no trabalho de Madsen (1994) quanto no de Lutsbader (2005) não foi utilizado

resfriamento adicional no banco. O resfriamento era conseguido somente com a

sucção do ar da cabine, dotada de sistema de ar condicionado. Ou seja, são bancos

ventilados somente.

Ainda mais recentemente, Zhang et al. (2007) realizaram avaliações experimentais

em câmara climatizada utilizando quatro bancos idênticos ao apresentado na figura

4.10. Foram utilizados bancos convencionais de produção em série, com superfícies

de contato experimentais conectadas a dispositivos comercialmente disponíveis de

aquecimento e resfriamento.

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As superfícies de contato do assento e encosto de cada banco consistem em uma

“manta” simples formada de tubos plásticos de pequeno diâmetro, através dos quais

ocorria a circulação de água de aquecimento ou resfriamento.

Tempo de resfriamento (min) Baseado na capacidadede resfriamento

Tem

pera

tura

ºCAC ligado, vent. banco desligado

AC 96%, vent. banco ligado

AC 90%, vent. banco ligado

Tempo de resfriamento (min) Baseado na capacidadede resfriamento

Tem

pera

tura

ºCAC ligado, vent. banco desligado

AC 96%, vent. banco ligado

AC 90%, vent. banco ligado

Figura 4.9 – Redução média da temperatura de contato do encosto do banco

(Lutsbader, 2005)

Figura 4.10 – Banco com sistema de resfriamento e aquecimento

(Zhang et al., 2007)

Zhang et al. (2007) realizaram ensaios com a utilização de 11 câmaras climáticas

com variação de temperatura entre 15ºC e 45ºC. Para uniformização dos testes, os

participantes eram colocados em ambientes climatizados, onde permaneciam em

torno de 20 minutos antes da realização dos testes.

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O experimento foi realizado com um total de 24 participantes, sendo 7 pessoas do

sexo feminino e 17 do sexo masculino, vestidos com roupas de verão e de inverno,

conforme exposição a condições de inverno ou verão (aquecimento ou resfriamento)

A média de peso dos participantes foi de 67,5 kg, com altura média de 1,75m e

massa corporal média de 21,88 kg/m². A média estimada da resistência térmica da

roupa dos participantes foi de 0,67 clo para as roupas de verão e de 1,01 clo para as

roupas de inverno. O número total de experimentos para cada participante foi de 44

e o tempo de duração total de exposição foi de 21 horas. Os participantes

reportaram a sensação térmica e a aceitabilidade térmica geral, em intervalos

regulares de 1 a 2 minutos. A sensação térmica local foi reportada em 7 pontos

utilizando a escala da ASHRAE para cada seção do corpo em contato com o

assento e o encosto do banco.

4.3 Tecnologias de aquecimento e resfriamento de bancos ventilados em

aplicação na indústria automobilística

4.3.1 Bancos simplesmente ventilados

Atualmente, sistema similar ao apresentado por Madsen (1994) é utilizado pela

empresa W.E.T. Automotive System (Fig. 4.11). Existe, contudo, uma diferença

fundamental entre os dois sistemas. No sistema atual foi instalado um sistema de

exaustão no banco, que faz com que o ar seja aspirado pelo banco.

Figura 4.11 – Banco ventilado, com pressão negativa (W.E.T. 2002)

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4.3.2 Bancos simplesmente ventilados com sistema de aquecimento

Uma outra possibilidade em bancos simplesmente ventilados é a integração de

dispositivos de aquecimento. A figura 4.12 ilustra um esquema de banco com os

ventiladores e resistências elétricas para aquecimento.

Capa permeável

Distribuidor de ar

Ventilador do encosto

Resistência paraaquecimento

Controle eletrônico

Sensor de temperatura

Painel de controle

Ventilador do assento

Capa permeável

Distribuidor de ar

Ventilador do encosto

Resistência paraaquecimento

Controle eletrônico

Sensor de temperatura

Painel de controle

Ventilador do assento

Figura 4.12 – Sistemas de resfriamento e aquecimento integrados (CSM, 2003)

4.3.3 Bancos ventilados com resfriamento (ou aquecimento) por efeito Peltier

Com a evolução das avaliações e estudos realizados, os fabricantes de sistemas

buscam cada vez mais agregar valor aos seus produtos. Nesse contexto, atualmente

pode-se verificar que já existem sistemas de resfriamento e aquecimento de bancos

integrados no mesmo dispositivo. Um exemplo é o sistema desenvolvido pela

empresa americana Amerigon (Fig. 4.13).

O princípio de funcionamento desse sistema é um ventilador que trabalha com uma

tensão de 12V, compatível com a voltagem fornecida pela bateria do automóvel. O

sistema atualmente desenvolvido trabalha com possibilidade de variação da

velocidade do ventilador e controle elétrico e eletrônico da variação de temperatura

do sistema de aquecimento ou resfriamento. E tudo isso realizado pelo ocupante do

veículo no painel de instrumentos atuando em sistemas de controle por módulos

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eletro-eletrônicos, sensores e um complexo sistema de comunicação entre o veículo

e o banco.

CircuitoPeltier

Saída do arquente oufrio para o baco

Perda de ardo banco

Modulo de controle eletrônico

Botão de controle

Detalhe da distribuição de arCouro perfuradoPlano de distibuição

Material permeável

Canal moldado naespuma

Trocador de calor

MTM SEAT TECHNOLOGY TM

Módulo micro-térmico

CircuitoPeltier

Saída do arquente oufrio para o baco

Saída do arquente oufrio para o baco

Perda de ardo banco

Modulo de controle eletrônico

Botão de controle

Detalhe da distribuição de arCouro perfuradoPlano de distibuição

Material permeável

Canal moldado naespuma

Trocador de calor

MTM SEAT TECHNOLOGY TM

Módulo micro-térmico

Figura 4.13 – Banco ventilado com resfriamento (ou aquecimento) por efeito Peltier

(auto blog, 2006).

O conceito aplicado a esse ventilador, que trabalha alternando a temperatura do ar

que passa no ventilador para quente ou para frio, é a utilização do efeito Peltier, com

a utilização de pastilhas termoelétricas para a troca de calor na passagem do ar.

4.3.3.1 Pastilhas termoelétricas (efeito Peltier)

Como se sabe, o efeito Peltier é a produção de um gradiente de temperatura em

duas junções de dois condutores (ou semicondutores) de materiais diferentes

quando submetidos a uma tensão elétrica e percorridos por uma corrente elétrica em

um circuito fechado.

Assim, pastilhas termoelétricas, também conhecidas como placas de efeito Peltier,

produzem o efeito de resfriar (de um lado) e de aquecer (o outro lado) ao se fazer

passar corrente elétrica contínua por dois condutores. Com a voltagem aplicada

entre os pólos, cria-se um diferencial de temperatura entre as faces opostas da

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33

placa. Invertendo a polaridade, inverte-se o lado que será resfriado e o lado que será

aquecido.

As pastilhas termoelétricas ou Peltier são formadas por uma série de

semicondutores do tipo-p e tipo-n. Esses elementos semicondutores são soldados

entre duas placas cerâmicas, eletricamente em série e termicamente em paralelo. A

figura 4.14 ilustra os semicondutores tipo-n e tipo-p e a figura 4.15 ilustra a

construção de uma pastilha termoelétrica com os semi-condutores.

Figura 4.14 – Semi-condutores tipo-n e tipo-p (Strazza e Riberi, 2004)

Figura 4.15 – Exemplo de pastilha termoelétrica (Strazza e Riberi, 2004)

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Um dos problemas que pode ser encontrado nesse tipo de instalação é o

superaquecimento das placas. Ao se manter as placas alimentadas com uma

determinada tensão, as pastilhas estarão absorvendo calor de um lado da pastilha e

rejeitando calor do outro (Fig. 4.15). Caso o calor não consiga ser rejeitado de forma

adequada ocorrerá aquecimento do lado frio ou até mesmo o comprometimento da

integridade da pastilha. Para se evitar o superaquecimento das placas, o uso de

dissipadores de calor e ventiladores é obrigatório, tanto do lado quente quanto do

lado frio. Para a montagem das pastilhas, recomenda-se o uso de pasta térmica

entre a placa e o dissipador, para que se aumente a eficiência de troca térmica.

As pastilhas termoelétricas operam com alimentação em corrente contínua (DC).

Para esse funcionamento pode ser utilizada uma fonte chaveada. Recomenda-se,

porém, que a regulagem de máxima tensão (voltagem) e máxima corrente

(amperagem) não sejam ultrapassadas.

No presente trabalho o banco ventilado também terá resfriamento adicional com a

utilização de pastilhas termoelétricas, ou seja, com resfriamento por efeito Peltier.

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35

CAPÍTULO 5

DESENVOLVIMENTO E PREPARAÇÃO DO PROTÓTIPO DE TESTE

Neste capítulo são apresentadas as fases de desenvolvimento do protótipo, com

o detalhamento da montagem do sistema de ventilação e preparação dos bancos

para a realização dos testes experimentais.

5.1 Os componentes e detalhes de montagem do banco com sistema de

ventilação e resfriamento

O banco com sistema de ventilação e resfriamento possui dois ventiladores, um

instalado no encosto e o outro no assento do banco, um controlador de velocidade

para o ventilador do encosto e outro do assento, um conjunto de cabos para permitir

o funcionamento dos ventiladores e dois distribuidores de ar, um do encosto e outro

do assento.

O conceito desse sistema é utilizar o ar da cabine do veículo e empurrá-lo para a

superfície do banco, tanto no encosto como no assento. Adicionalmente, o ar que é

succionado pelo ventilador e experimenta uma queda de temperatura devido à

passagem por pastilhas termoelétricas. As Figuras 5.1 e 5.2 mostram uma ilustração

do sistema de ventilação do assento e do encosto e as Figuras 5.3 e 5.4 mostram o

sistema instalado na espuma do assento e do encosto.

Figura 5.1 – Sistema de ventilação do assento de teste

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Figura 5.2 – Sistema de ventilação do encosto de teste

Figura 5.3 – Sistema montado na espuma do assento do banco de teste

Figura 5.4 – Sistema montado na espuma do encosto do banco de teste

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As figuras 5.5 e 5.6 ilustram os dois dutos de ventilação que foram instalados no

encosto e no assento do banco, os quais têm a função de distribuir o ar na região

central do assento e do encosto, após o sistema ligado. Para que o assento

escolhido pudesse permitir a passagem do ar, algumas adaptações em relação ao

banco normal de produção foram necessárias.

Figura 5.5 – Duto de ventilação do encosto do banco de teste

Figura 5.6 – Duto de ventilação do assento do banco de teste

Para a montagem dos dutos de ventilação nas espumas foram necessárias algumas

modificações em relação ao banco normal de produção. A alteração consiste em

uma abertura na região central das espumas do encosto e assento para a passagem

do ar do ventilador e também um alívio na face A das espumas para permitir a

acomodação dos dutos de ventilação adequadamente nas espumas.

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As figuras 5.7 e 5.8 mostram as espumas adaptadas para a montagem dos dutos de

ventilação e as figuras 5.9 e 5.10 mostram os dutos de ventilação montados nas

espumas de encosto e assento.

Figura 5.7 – Espuma do encosto com adaptação para montagem do duto de

ventilação

Figura 5.8 – Espuma do assento com adaptação para montagem do duto de

ventilação

Para o funcionamento da parte elétrica foi feita uma adaptação para o

funcionamento do ventilador e das funções de aquecimento e resfriamento. Para

o funcionamento do ventilador e controle de sua velocidade, foi instalado um

potenciômetro para o assento e outro para o encosto do banco.

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Figura 5.9 – Duto de ventilação montado na espuma do encosto

Figura 5.10 – Duto de ventilação montado na espuma do assento

As figuras 5.11 e 5.12 mostram os potenciômetros do assento e encosto já

conectados ao chicote elétrico de comando do sistema. O sistema foi adaptado

para se ter uma variação somente de velocidade e não do controle de variação da

temperatura de saída do ar; sendo esta uma restrição para a variação de

temperatura, devido à falta de dispositivo de controle para esse fim.

O ajuste de velocidade pode ser feito com o giro do potenciômetro para a posição

mais baixa ou mais alta, diminuindo ou aumentando a velocidade do ventilador,

respectivamente. A figura 5.13 mostra o chicote elétrico para o acionamento dos

ventiladores do encosto e do assento.

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40

Figura 5.11 – Potenciômetro de controle de velocidade do ventilador do encosto

Figura 5.12 – Potenciômetro de controle de velocidade do ventilador do assento

Figura 5.13 – Chicote elétrico para controle do acionamento dos ventiladores do

assento e do encosto

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41

Outro componente que foi modificado do produto original foi a capa ou o

revestimento em couro do banco. A alteração foi realizada no assento e no

encosto do banco

A alteração consistiu na troca do inserto central do revestimento da capa atual

por um inserto também em couro, mas que permite passagem do ar com melhor

desempenho comparado com o revestimento atual.

A composição da região central da capa atualmente é composta da face visível

em couro perfurado e a parte inferior de um componente chamado de ovata, com

determinada espessura, que garante o conforto ergonômico do usuário,

apresentando uma sensação ao toque melhor que de outros materiais. Já a

configuração proposta apresenta em sua face visível um couro perfurado com

melhor definição de sua forma e dimensão comparada à capa atual de produção,

e no seu interior, ao invés da ovata, pode-se verificar fios cruzados em poliéster,

que garantem também uma espessura constante para o conforto do usuário e

ainda mais, são permeáveis para permitir a passagem do ar através de sua

configuração em fios para a face do couro perfurado.

A figura 5.14 ilustra a configuração da capa do experimento com os fios em

poliéster e a figura 5.15 ilustra a configuração do couro do inserto para garantir a

passagem do ar através da capa do banco.

Figura 5.14 –Inserto em couro e fibras de poliéster

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Figura 5.15 – Couro perfurado da capa do teste

Na figura 5.16 pode-se verificar a face oposta à do couro, que fica em contato com a

espuma, que também tem uma configuração diferente do material aplicado

atualmente.

Figura 5.16 – Face B do inserto da capa do teste

5.2 Instalação de termopares

Para a definição da localização dos sensores de coleta de temperatura

(termopares) nos assentos e encostos dos bancos do motorista e do passageiro,

foi utilizada uma manta para a verificação da distribuição de pressão. Com a

utilização dessa manta se consegue determinar os pontos do assento e encosto

que apresentam uma maior distribuição de pressão e, portanto, de maior contato

do ocupante com o assento e com o encosto do banco.

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O equipamento para a medição da distribuição de pressão é composto por duas

mantas, sendo uma utilizada para a medição da distribuição de pressão do

encosto e a outra para o assento, e um computador e seu respectivo software

para a coleta e interpretação dos dados. Em ambas as mantas existe uma escala

quadriculada que indica a secção da manta que está sendo pressionada e que

automaticamente envia o sinal para o software instalado no computador, através

de cabos. O equipamento pode ser visto nas figuras 5.17, 5.18 e 5.19.

Figura 5.17 – Manta de medição de distribuição de pressão do encosto

Figura 5.18 – Manta de medição de distribuição de pressão do assento

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Figura 5.19 – Computador e cabos de conexão das mantas do encosto e assento.

O primeiro passo é instalar as mantas no encosto e no assento do banco a ser

avaliado (Fig. 5.20). Após a instalação das mantas faz-se a conexão dos cabos de

contato entre as mantas e o computador e inicia-se a coleta de dados assim que

uma pessoa ou manequim for posicionado no banco.

Figura 5.20 – Instalação da manta para medição da distribuição de pressão no

assento e no encosto do banco.

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45

A figura 5.21 ilustra a escala de medição contida na manta de distribuição de

pressão do encosto e do assento.

Figura 5.21 – Escala de medição da distribuição de pressão na manta

Para a determinação do campo de distribuição de pressões foram feitos testes com

três pessoas, para garantir que a localização de colocação dos sensores seja

adequada para vários tipos de manequins. Os participantes tinham,

respectivamente, 75 kg e 1,75 m de altura (ocupante 1), 85 kg e 1,80 m de altura

(ocupante 2) e 112 kg e 1,91 m de altura (ocupante 3).

Nas Figuras 5.22 a 5.24 são apresentados os resultados dos mapas de distribuição

de pressão realizados para a definição da posição de instalação dos termopares.

Figura 5.22 – Distribuição de pressão do ocupante 1

assento encosto

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46

Figura 5.23 – Distribuição de pressão do ocupante 2

Figura 5.24 – Distribuição de pressão do ocupante 3

A interpretação desses gráficos para a utilização dos dados da distribuição de

pressão é relativamente simples. A escala mostrada na tela do computador é a

mesma vista nas mantas instaladas no encosto e no assento do banco. Ou seja, a

localização 20, por exemplo, vista na tela do computador (Figs. 5.22 a 5.24) é a

mesma localização 20 vista na manta instalada no assento (Fig.. 5.21).

assento encosto

assento encosto

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As regiões mostradas com a cor vermelha indicam regiões de maior distribuição de

pressão entre o ocupante e o banco e, portanto, pode-se entender como as regiões

que apresentam um maior contato entre o ocupante e o banco do veículo.

Da análise das Figuras 5.22 a 5.24 realizou-se a marcação das posições de

instalação dos termopares para a realização do presente trabalho, conforme

mostrado nas Figuras 5.25 e 5.26.

Figura 5.25 – Marcação das posições de instalação de termopares

no assento do banco

Figura 5.26 – Marcação das posições de instalação de termopares

no encosto do banco.

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CAPÍTULO 6

PROCEDIMENTO DE ENSAIO

Neste capítulo é apresentado o procedimento de ensaio, com o detalhamento das

etapas envolvidas.

6.1 Veículo utilizado

Os ensaios foram realizados em um veículo utilitário, de fabricação nacional, dotado

de sistema de ar-condicionado original de fábrica, com controle manual da

velocidade e da temperatura do ar.

6.2 Bancos de teste

Foi utilizado um banco normal de produção, com a instalação de componentes

específicos para dotar o assento e o encosto do motorista com sistema de ventilação

e resfriamento do ar, conforme descrito no item 5.1, e um banco normal de produção

para o passageiro.

O revestimento escolhido dos bancos para este experimento foi o de couro bovino,

por ser um tipo de material que apresenta uma elevada temperatura de contato na

superfície (Lima, 2006) e também por ser um revestimento comum utilizado pelas

montadoras.

6.3 Preparação do veículo

O procedimento de preparação do veículo consistiu na instalação de sensores de

temperatura (termopares) nos assentos e encostos dos bancos do motorista e do

passageiro (Fig. 6.1), nas posições obtidas em estudo apresentado no item 5.2,

Também foram instalados termopares no interior do veículo para a coleta das

temperaturas internas em dois pontos na região frontal e central do veículo,

próximo ao teto

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49

Figura 6.1 – Termopares instalados nos bancos do veículo.

6.4 O túnel de vento

O ensaio foi realizado com a utilização de um túnel de vento com dimensões de

13 m de comprimento, 6,5 m de largura e 3 m de altura. A câmara dispõe de um

dinamômetro de rolos que pode rodar até 200 km/h com potência máxima de

150 kW, ou seja, simula que o veículo esteja em uma estrada a uma velocidade

de até 200 km/h. A câmara dispõe também de um ventilador frontal que varia com

a velocidade do veículo, pois está sincronizado com o dinamômetro, e pode

chegar a velocidades do ar de até 140 km/h.

O túnel de vento pode atingir temperaturas na faixa de -30º C até +50º C com

controle de umidade de 20% a 90%, respeitados os limites de temperatura e

umidade dos equipamentos ensaiados. No teto e nas laterais a câmara possui um

painel de simulação de carga térmica solar com capacidade ajustável de 0 a 1200

W/m². O controle da umidade relativa do ar é feito através de pulverizadores para

manter a umidade relativa dentro dos parâmetros necessários.

Com este tipo de equipamento é possível realizar uma grande quantidade de

testes com uma grande variação de situações. Os custos, porém, são elevados.

As figuras 6.2 e 6.3 ilustram o veículo no local do teste.

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50

Figura 6.2 – Vista dianteira do veículo no túnel de vento

Figura 6.3 – Vista traseira do veículo no túnel de vento

6.5 Condições de ensaio

Para o experimento foram consideradas condições externas do veículo, no túnel de

vento, com temperatura de 30º C, umidade relativa de 55% e o painel solar com

carga térmica de 600 W/m².

Para as condições internas do veículo o sistema de ar condicionado foi ligado na

posição 3 de velocidade e na condição de frio para a temperatura, objetivando

temperaturas internas em torno de 28 oC.

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51

6.6 O procedimento de ensaio

Os parâmetros de ensaio foram mantidos para todos os experimentos e

realizados em pares de participantes, com o banco do motorista equipado com o

sistema de ventilação e o banco do passageiro sem este sistema.

Em função da disponibilidade e dos custos de utilização do túnel de vento, os

ensaios foram realizados somente durante um período de 8 horas,

compreendendo uma manhã e uma tarde. Em cada período foram realizados

ensaios com quatro participantes, sendo que cada grupo de dois participantes

avaliou a percepção de conforto alternadamente, no banco do motorista (banco

ventilado) e no banco do passageiro (banco normal).

É importante frisar que os participantes não foram informados de qual banco possuía

o sistema de ventilação e nem mesmo o momento em que o mesmo seria ligado. Os

participantes não tiveram acesso ao sistema de ventilação do assento.

No período da manhã foram realizados testes preliminares, onde foram

verificados detalhes e realizados acertos na aplicação do procedimento

apresentado a seguir:

A) Preparação para a realização dos testes

a) O veículo equipado com os termopares foi colocado no túnel de vento.

b) O túnel de vento foi ajustado com a localização do veículo no dinamômetro de

rolos, o sistema de exaustão no escapamento do veículo e o ventilador na

posição frontal.

c) Foram ajustadas a temperatura da câmara em 30º C, a umidade relativa do ar

em 55% e o painel solar para uma carga térmica de 600 W/m² , cujos valores não

foram alterados durante todo o experimento.

d) O veículo ficou com o motor desligado e suas portas fechadas exposto às

condições do túnel de vento até atingir estabilidade nas temperaturas internas e

externas do veículo.

Todos os parâmetros citados acima foram monitorados durante todo o tempo do

experimento. Uma vez estabilizada a temperatura externa, em torno de 30º C, e a

temperatura interna do veículo entre 45 e 50 ºC, foram iniciados os ensaios.

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52

B) Realização dos testes

Os testes eram iniciados com a entrada de dois participantes no veículo, um no

banco do motorista e outro no banco do passageiro. O tempo de duração de cada

ensaio foi de 55 minutos.

a) Uma vez fechadas as portas, o motorista ligava o veículo e o sistema de ar-

condicionado. O controle do ar condicionado já estava pré-ajustado para a

posição 3 de velocidade do ar e na posição de máximo frio na temperatura do ar;

assim permanecendo até o término do ensaio.

b) O sistema de ventilação do assento permanecia desligado nos primeiros 20

minutos de ensaio.

c) O motorista do veículo era instruído a não simular a dirigibilidade do veículo

nos primeiros 20 minutos, ficando ligado em ponto morto (velocidade de 0 km/h),

ou seja, uma situação de entrada no veículo com trafego intenso, sem

desenvolver velocidade.

d) Passados os 20 minutos iniciais o motorista era instruído a simular a

dirigibilidade do veículo a 50 km/h, tendo o mesmo que simular uma situação real

de aceleração do veículo e engate das marchas até alcançar a velocidade de 50

km/h, permanecendo nessa velocidade até o final do ensaio.

e) Simultaneamente, passados os 20 minutos iniciais, o sistema de ventilação no

banco do motorista era ligado (sem o motorista e o passageiro saberem) e

permanecia nessa situação até o término do ensaio.

f) Durante a realização dos ensaios, o questionário do Anexo A, foi respondido a

cada 5 minutos, tanto pelo motorista quanto pelo passageiro. Os dados foram

coletados durante os ensaios nos seguintes tempos de exposição dos ocupantes

no veículo:

T0 = Entrada dos ocupantes no veículo

T5 = 5 minutos após entrada dos ocupantes no veículo

T10 = 10 minutos após entrada dos ocupantes no veículo

T15 = 15 minutos após entrada dos ocupantes no veículo

T20 = 20 minutos após entrada dos ocupantes no veículo

T25 = 25 minutos após entrada dos ocupantes no veículo (*)

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T30 = 30 minutos após entrada dos ocupantes no veículo

T35 = 35 minutos após entrada dos ocupantes no veículo

T40 = 40 minutos após entrada dos ocupantes no veículo

T45 = 45 minutos após entrada dos ocupantes no veículo

T50 = 50 minutos após entrada dos ocupantes no veículo

T55 = 55 minutos após entrada dos ocupantes no veículo

(*) Na resposta ao questionário no tempo T25 o sistema de ventilação do banco do

motorista já estava ligado e a velocidade do veículo era de 50 km/h.

Após o término do ensaio (55 minutos) o veículo era colocado novamente em ponto

morto, posteriormente desligado junto com o ar-condicionado e o assento ventilado.

Os ocupantes deixavam o veículo, fechando novamente as portas. O veículo

permanecia em sua posição no túnel e se iniciava novamente o processo de

aquecimento da cabine do veículo até a temperatura interna atingir novamente de 40

a 45 ºC.

Os mesmos participantes do ensaio realizaram uma segunda avaliação trocando de

assentos após permanecerem aprox. uma hora em descanso em uma sala

climatizada com temperatura em torno dos 23º C.

6.7 Os participantes

Os participantes foram escolhidos aleatoriamente para participação nos ensaios.

Quatro voluntários participaram de uma avaliação prévia para um melhor

conhecimento e domínio para a realização dos testes. Com isto conseguiu-se ter

também um conhecimento maior em relação às condições a serem consideradas de

ajustes do ar-condicionado e na temperatura do túnel de vento. No teste

propriamente dito participaram outros quatro voluntários, que não tinham

experimentado a sensação de estar no interior do veículo. Na tabela 6.1 são

apresentados os dados dos participantes do teste propriamente dito.

Os participantes trajavam roupa social leve, calça comprida e camisa de manga

longa, com resistência térmica de roupa de aprox. 0,6 clo.

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54

Tabela 6.1 – Dados dos participantes do teste

Participante Idade Peso Altura IMC

(anos) (kg) (m) (kg/m²)

1 22 71 1,80 21,91

2 32 84 1,80 25,93

3 25 59 1,66 21,41

4 31 95 1,95 24,98

Média 27,5 77,3 1,80 23,56

Dados dos participantes

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55

CAPÍTULO 7

RESULTADOS DOS ENSAIOS E ANÁLISE

Neste capítulo são apresentados resultados de percepção dos participantes dos

ensaios quanto ao conforto térmico em assento automotivo ventilado e em assento

normal de produção, bem como resultados de temperaturas no assento e no encosto

do banco ventilado e do banco normal de produção, e da temperatura do ar na

cabine do veículo.

7.1 Resultados de percepção de conforto térmico

Os participantes dos ensaios responderam perguntas constantes do questionário

apresentado no Anexo A, com respostas dadas em escalas de sete pontos

identificadas por letras, cuja correspondência em números é apresentada na

Tabela 7.1, e será utilizada na apresentação dos resultados.

Tabela 7.1 – Correspondência entre a representação por letras e por números nas

escalas de sete pontos utilizadas no questionário

-3 -2 -1 0 +1 +2 +3

MFMuito frio

FFrio

LFLigeiramente

frio

CConfortável

LQLigeiramente

quente

QQuente

MQMuito quente

MDMuito

desagradável

DDesagrdável

LDLigeiramente desagrdável

INão faz

diferença

LALigeiramente

agradável

AAgradável

MAMuito

agradávelMMB

Muito mais baixa

MBMais baixa

UMBUm pouco mais baixa

AA mesma que

está agora

UMAUm pouco mais alta

MAMais alta

MMAMuito mais

alta

Para uma melhor representação dos resultados, as respostas das questões serão

apresentadas na forma de gráficos utilizando a equivalência numérica apresentada

na Tabela 7.1. Uma tabela com todos os votos dos participantes é apresentada no

Anexo B, Tabela B.1.

As respostas às questões formuladas no questionário são apresentadas nas

Figuras 7.1 a 7.14, considerando os votos dos motoristas (assento ventilado) e dos

passageiros (assento normal), respectivamente. As respostas dadas pelos

participantes são denominadas de votos térmicos (VT).

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56

Nas Figuras 7.1 e 7.2 são apresentados os votos térmicos referentes à sensação

quanto à temperatura do ar da cabine.

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to t

érm

ico

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Motoristas referente à Temperatura do Ar

Mot 1 Mot 2 Mot 3 Mot 4

quen

te

fri

o

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.1 Voto térmico dos motoristas referente à temperatura do ar da cabine.

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to t

érm

ico

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Passageiros referente à Temperatura do Ar

Pas 1 Pas 2 Pas 3 Pas 4

quen

te

fri

o50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.2 Voto térmico dos passageiros referente à temperatura do ar da cabine

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57

Nas Figuras 7.3 e 7.4 são apresentados os votos térmicos referentes à sensação

quanto à temperatura do banco.

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to t

érm

ico

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Motoristas referente à Temperatura do Banco

Mot 1 Mot 2 Mot 3 Mot 4

quen

te

fri

o

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.3 Voto térmico dos motoristas referente à temperatura do banco

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to t

érm

ico

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Passageiros referente à Temperatura do Banco

Pas 1 Pas 2 Pas 3 Pas 4qu

ente

frio

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.4 Voto térmico dos passageiros referente à temperatura do banco

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Nas Figuras 7.5 e 7.6 são apresentados os votos térmicos referentes à sensação

quanto à temperatura de contato entre as pernas e o assento do banco.

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to t

érm

ico

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Motoristas referente à Temperatura entre pernas x assento

Mot 1 Mot 2 Mot 3 Mot 4

quen

te

fri

o

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.5 Voto térmico dos motoristas referente à temperatura

entre as pernas e o assento do banco

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to té

rmic

o

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Passageiros referente à Temperatura entre pernas x assentoPas 1 Pas 2 Pas 3 Pas 4

quen

te

fri

o

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.6 Voto térmico dos passageiros referente à temperatura

entre as pernas e o assento do banco

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59

Nas Figuras 7.7 e 7.8 são apresentados os votos térmicos referentes à sensação

quanto à temperatura de contato entre as nádegas e o assento do banco.

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to t

érm

ico

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Motoristas referente à Temperatura entre nádegas x assento

Mot 1 Mot 2 Mot 3 Mot 4

quen

te

fri

o

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.7 Voto térmico dos motoristas referente à temperatura

entre as nádegas e o assento do banco

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to té

rmic

o

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Passageiros referente à Temperatura entre nádegas x assento

Pas 1 Pas 2 Pas 3 Pas 4qu

ente

frio

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.8 Voto térmico dos passageiros referente à temperatura

entre as nádegas e o assento do banco

Page 76: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

60

Nas Figuras 7.9 e 7.10 são apresentados os votos térmicos referentes à sensação

quanto à temperatura de contato entre as costas e o encosto do banco.

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to té

rmic

o

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Motoristas referente à Temperatura entre costas x encosto

Mot 1 Mot 2 Mot 3 Mot 4

quen

te

fri

o

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.9 Voto térmico dos motoristas referente à temperatura

entre as costas e o encosto do banco.

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to té

rmic

o

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Passageiros referente à Temperatura entre costas x encosto

Pas 1 Pas 2 Pas 3 Pas 4qu

ente

frio

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.10 Voto térmico dos passageiros referente à temperatura

entre as costas e o encosto do banco.

Page 77: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

61

Nas Figuras 7.11 e 7.12 são apresentados os votos térmicos referentes à sensação

quanto ao movimento do ar.

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to t

érm

ico

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Motoristas referente à Percepção do movimento do ar

Mot 1 Mot 2 Mot 3 Mot 4

agra

dáve

lde

sagr

adáv

el

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.11 Voto térmico dos motoristas referente ao movimento do ar

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to té

rmic

o

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Passageiros referente à Percepção do movimento do ar

Pas 1 Pas 2 Pas 3 Pas 4

agra

dáve

l

desa

grad

ável

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.12 Voto térmico dos passageiros referente ao movimento do ar

Page 78: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

62

Nas Figuras 7.13 e 7.14 são apresentados os votos térmicos referentes ao desejo

quanto à velocidade do ar no ambiente.

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to té

rmic

o

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Motoristas referente à velocidade do ar do ambiente

Mot 1 Mot 2 Mot 3 Mot 4

mai

s al

tam

ais

baix

a

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.13 Voto térmico dos motoristas referente ao desejo

quanto à velocidade do ar no ambiente

-3

-2

-1

0

1

2

3

Vo

to té

rmic

o

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Voto Térmico Passageiros referente à velocidade do ar do ambiente

Pas 1 Pas 2 Pas 3 Pas 4m

ais

alta

mai

s ba

ixa

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.14 Voto térmico dos passageiros referente ao desejo

quanto à velocidade do ar no ambiente

Page 79: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

63

Para facilitar a análise dos resultados, nas Figuras 7.15 a 7.21 são apresentados os

votos térmicos médios (VTM) para cada questão. Uma tabela com todos os votos

térmicos médios é apresentada no Anexo B, Tabela B.2.

Média dos Votos dos Participantes - Temperatura do ar

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Vo

to t

érm

ico

méd

io

Média Motorista Média Passageiro

quen

te

fri

o

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.15 Voto térmico médio referente à temperatura do ar da cabine

Média dos Votos dos Participantes - Temperatura do banco

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Vo

to t

érm

ico

méd

io

Média Motorista Média Passageiro

quen

te

fri

o50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.16 Voto térmico médio referente à temperatura nos bancos

Page 80: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

64

Média do Votos dos Participantes - Temperatura entre pernas x assento

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Vo

to t

érm

ico

méd

io

Média Motorista Média Passageiro

quen

te

fri

o

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.17 Voto térmico médio referente à temperatura

entre as pernas e o assento dos bancos

Média dos Votos dos Participantes - Temperatura entre nádegas x assento

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Vo

to t

érm

ico

méd

io

Média Motorista Média Passageiro

quen

te

fri

o

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.18 Voto térmico médio referente à temperatura

entre as nádegas e o assento dos bancos

Page 81: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

65

Média dos Votos dos Participantes - Temperatura entre costas x encosto

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Vo

to t

érm

ico

méd

ioMédia Motorista Média Passageiro

quen

te

fri

o

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.19 Voto térmico médio referente à temperatura

entre as costas e o encosto dos bancos

Média dos Votos dos Participantes - Referente à percepção do movimento do ar

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Vo

to t

érm

ico

méd

io

Média Motorista Média Passageiro

agra

dáve

l

desa

grad

ável

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.20 Voto térmico médio referente à percepção do movimento do ar

Page 82: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

66

Média dos Votos dos Participantes - Desejo referente à velocidade do ar

-3,0

-2,0

-1,0

0,0

1,0

2,0

3,0

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55

Tempo em minutos

Vo

to t

érm

ico

méd

ioMédia Motorista Média Passageiro

mai

s al

tam

ais

baix

a

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.21 Voto térmico médio referente ao desejo dos usuários quanto à

velocidade do ar

Da análise da Figura 7.15, de sensação quanto à temperatura do ar da cabine,

verifica-se uma tendência dos motoristas considerarem o ambiente mais agradável

desde o início do ensaio, com leve sensação de frio depois de transcorridos os 20

minutos iniciais, isto é, depois de ligado o sistema de ventilação do banco e do carro

ser colocado em velocidade de 50 km/h. Em função desses resultados, pode-se

dizer que:

a) é possível inferir que o sistema de ar condicionado do veículo esteja propiciando

melhores condições de conforto do lado do motorista.

b) não é possível debitar somente ao sistema de ventilação do banco a diferença de

sensação de conforto dos motoristas com relação aos passageiros.

Da análise das Figuras 7.16 a 7.19, de sensação quanto às temperaturas de contato

entre o corpo e as superfícies do banco, verifica-se que o sistema de ventilação teve

um claro efeito na percepção de melhora nas condições de conforto térmico dos

motoristas.

Da análise das Figuras 7.20 e 7.21, relacionadas com o movimento/velocidade do ar,

verifica-se que tanto os motoristas quanto os passageiros consideraram o

movimento do ar agradável, mas que os motoristas prefeririam uma velocidade do ar

menor depois de ligado o sistema de ventilação; o que também é um indicativo da

melhora das condições de troca de calor dos motoristas com o banco.

Page 83: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

67

7.2 Resultados de temperaturas

A seguir são apresentados os resultados de temperaturas medidas com os

termopares instalados nos assentos e encostos do banco do motorista e do banco

do passageiro, bem como na cabine do veículo.

Na Figura 7.22 e 7.23 são apresentadas, respectivamente, as médias das

temperaturas nos assentos, e nos encostos, do banco do motorista e do banco do

passageiro ao longo de todos os ensaios.

Temperatura Média do Assento Motorista e Passageiro

34,0

36,0

38,0

0 300 600 900 1200 1500 1800 2100 2400 2700 3000 3300

Tempo em segundos

Tem

per

atu

ra º

C

AM AP

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.22 – Temperaturas nos assentos do banco do motorista e do passageiro

Temperatura Média do Encosto Motorista e Passageiro

34,0

36,0

38,0

0 300 600 900 1200 1500 1800 2100 2400 2700 3000 3300

Tempo em segundos

Tem

per

atu

ra º

C

EM EP

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.23 – Temperaturas nos encostos do banco do motorista e do passageiro

Page 84: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

68

Na Figura 7.24 são apresentadas as médias das temperaturas no interior da cabine

do veículo ao longo de todos os ensaios.

Os valores de temperaturas nos bancos e no ambiente, em cada ensaio, são

apresentados no Apêndice B , Tabela B.3

Temperatura Média no Interior do Veículo

20,0

30,0

40,0

0 300 600 900 1200 1500 1800 2100 2400 2700 3000 3300

Tempo em segundos

Tem

per

atu

ra º

C

IV

50 Km/h 0 Km/h

Figura 7.24 – Temperaturas no interior do veículo ao longo dos ensaios

Os resultados das Figuras 7.22 e 7.23, de temperaturas nos assentos e nos

encostos do banco do motorista e do banco do passageiro corroboram os resultados

obtidos com a avaliação subjetiva, mostrando uma diferença de 2 a 3 oC entre as

temperaturas no assento, e no encosto, do banco do motorista em relação ao banco

do passageiro, sem o sistema de ventilação.

Finalmente, os resultados da Figura 7.24 mostram que os ensaios foram realizados

com temperaturas médias do ar na cabine em torno de 35 oC, quando do veículo

parado, e próximo dos 30 oC, quando do veículo em velocidade de 50 km/h. Embora

essas condições possam ser consideradas bastante desconfortáveis, pois,

adicionalmente, tem-se os efeitos da radiação térmica que aumentam o desconforto,

a avaliação dos participantes quanto à temperatura do ar, Figura 7.15, mostrou, no

máximo, uma leve insatisfação quanto ao calor. Essa avaliação pode estar

relacionada com os seguintes fatos:

Page 85: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

69

a) O motorista e também o passageiro estão sujeitos a correntes diretas de ar frio,

que podem ter induzido os participantes a uma avaliação mais positiva da

temperatura do ar na cabine.

b) A temperatura do ar medida é uma média das temperaturas do ar em duas

regiões, próximo ao teto; o que pode ter resultado em temperaturas medidas

maiores do que aquelas às quais os participantes estavam submetidos.

Page 86: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

70

CAPÍTULO 8

CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

A utilização de bancos ventilados com sistemas de resfriamento e aquecimento já é

uma realidade na indústria automobilística mundial. No Brasil o interesse por esses

bancos também está começando, tanto por parte dos usuários quanto da indústria

automobilística, embora de forma ainda incipiente.

No presente trabalho foi testado um banco ventilado com resfriamento por efeito

Peltier. A avaliação dos voluntários que participaram dos ensaios mostrou que a

utilização desse sistema resultou em melhora perceptível nas condições de conforto

térmico, com melhora significativa na troca de calor entre o usuário e o banco do

veículo, que foi comprovada com as medições de temperatura com diminuição de

até 3 oC no banco ventilado.

Embora o número de participantes tenha sido bastante reduzido, principalmente em

função dos custos envolvidos na realização dos ensaios em túnel de vento, foi

possível verificar que o sistema possui potencial para melhorar as condições de

conforto térmico. Ensaios com um maior número de pessoas poderiam ter destacado

esta melhora.

Um outro ponto importante a destacar é que o presente trabalho é pioneiro no Brasil,

tanto na avaliação de bancos automotivos dotados de sistema de ventilação e

resfriamento, quanto na realização do ensaio em túnel de vento no país. Além disso,

a realização do trabalho também permitiu que fossem avaliadas métricas como o

tempo para o banco atingir uma determinada temperatura, ou até mesmo para

verificar o tempo para que os usuários atinjam uma situação de conforto.

8.1 Trabalhos futuros

Com a realização do presente trabalho foi desenvolvido um primeiro estudo de

avaliação da percepção de conforto térmico do usuário na utilização de bancos

ventilados. Algumas sugestões para trabalhos futuros:

Page 87: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

71

a) Realizar a avaliação em três etapas, isto é:

- nos primeiros 20 minutos realizar o ensaio conforme feito no presente trabalho

- decorridos 20 minutos ligar somente o sistema de ventilação do banco

- e somente depois de decorridos 40 minutos colocar o veículo em movimento a

50 km/h.

Isso deve possibilitar uma melhor identificação da contribuição de cada alteração na

percepção das pessoas. A utilização de intervalos maiores em cada etapa também

pode ser um procedimento interessante; o que pode ser mais bem avaliado depois

da realização de ensaios em três etapas.

b) Estudar outras possibilidades de procedimentos para a realização dos ensaios.

c) Realizar avaliação com a utilização de sistema de aquecimento dos assentos,

uma vez que se têm alguns meses de frio no sul do país, com potencial de utilização

desse sistema.

d) realizar avaliação com outros tipos de revestimento dos bancos.

Page 88: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

72

CAPÍTULO 9

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Automóveis de Passeio Utilizando Manequim. Trabalho de Conclusão de Curso.

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ISO 7730. Moderate Thermal Environments – Determination of the PMV and PPD

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ISO 7933. Hot Environments – Analytical Determination and Interpretation of

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ISO 10551. Ergonomics of the thermal environment - Assessment of the influence

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Environment in Vehicles Part 2: Determination of Equivalent Temperature.

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ISO 14505-3. Ergonomics of the thermal environment – Vehicles – Part 3:

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Page 92: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

ANEXO A

QUESTIONÁRIO

Page 93: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

Capa do questionário aplicado no experimento

AVALIAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO PARA ASSENTOS AUTOMOTIVOS

Prezado participante: Favor preencher os campos abaixo como complemento do questionário para a

avaliação do conforto térmico em assentos automotivos:

Nome:

Sexo:

Idade:

Peso:

Altura:

Data:

Horário de início: Assento do teste: Motorista _____ Passageiro____

Page 94: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

Questionário aplicado no experimento

AVALIAÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO PARA ASSENTOS AUTOMOTIVOS

Período de exposição no veículo: ___________segundos

1. No local onde está sentado, como você sente a temperatura do ambiente?

(Marque com X o quadro correspondente à sua opção)

MF = muito frio F = frio LF = ligeiramente frio

C = confortável

LQ = ligeiramente quente Q = quente MQ = muito quente

2. Como você sente a temperatura do banco em que está sentado?

3. Na condição térmica em que se encontra no momento, você sente transpiração

em alguma parte do corpo?

Costas □ Coxas □ Nádegas □ Braços □

4. Como você sente a temperatura de contato entre as pernas e o assento do banco?

Page 95: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

5. Como você sente a temperatura de contato entre as nádegas e o assento do banco?

6. Como você sente a temperatura de contato entre as costas e o encosto do banco?

7. Você percebe algum movimento do ar neste momento?

No ambiente □ No banco □ Não □

8. Se você percebe algum movimento do ar, identifique a sua sensação:

(Marque com X o quadro correspondente à sua opção)

MD = muito desagradável D = desagradável LD = ligeiramente desagradável I = não faz diferença para você LA = ligeiramente agradável A = agradável

MA = muito agradável

9. Você gostaria que a velocidade do ar fosse:

Muito mais baixa □

Mais baixa □ Um pouco mais baixa □ A mesma que está agora □

Um pouco mais alta □

Mais alta □

Muito mais alta □

Page 96: O USUÁRIO E A PERCEPÇÃO DE CONFORTO TÉRMICO EM … · ventilated seat, with Peltier cooling effect, in the perception of the user's thermal comfort. Tests were performed with

ANEXO B

TABELAS

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Tabela B1 – Tabela com os votos térmicos dos participantes

Tempo (min) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Pergunta 1Mot 1 1 1 0 0 0 -1 -1 -1 0 0 0 0Mot 2 2 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0Mot 3 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 -1 -1Mot 4 2 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0

Pas 1 1 1 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0Pas 2 2 1 1 1 1 0 0 1 1 1 0 0Pas 3 3 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0Pas 4 1 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0Pergunta 2Mot 1 2 1 0 1 0 -1 -1 -1 0 0 0 0Mot 2 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0Mot 3 1 0 0 0 0 0 -1 0 0 0 -1 -1Mot 4 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0

Pas 1 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 0Pas 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1Pas 3 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pas 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0Pergunta 4Mot 1 0 0 -1 0 0 0 -1 0 0 0 0 0Mot 2 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0Mot 3 1 0 0 0 0 0 -1 -1 0 -1 -1 -1Mot 4 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0

Pas 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1Pas 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1Pas 3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pas 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0Pergunta 5Mot 1 0 0 -1 0 0 -1 -1 0 0 0 0 0Mot 2 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0Mot 3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Mot 4 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0

Pas 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1Pas 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1Pas 3 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0Pas 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0Pergunta 6Mot 1 1 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0Mot 2 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0Mot 3 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 -1 -1Mot 4 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0

Pas 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1Pas 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1Pas 3 1 1 0 0 1 0 1 0 0 0 1 1Pas 4 1 1 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0Pergunta 8Mot 1 0 -1 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1Mot 2 0 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2Mot 3 0 0 1 1 -1 2 3 2 2 3 3 3Mot 4 0 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2

Pas 1 0 -2 -1 -1 -1 0 1 1 1 1 1 1Pas 2 0 1 1 1 1 1 2 1 1 1 1 1Pas 3 0 1 0 0 1 2 2 2 2 2 2 2Pas 4 0 1 1 1 1 1 1 2 1 2 2 2Pergunta 9Mot 1 2 2 0 0 0 0 -1 -1 -1 -1 -1 -1Mot 2 2 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0Mot 3 2 2 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0Mot 4 2 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 0

Pas 1 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1Pas 2 2 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1Pas 3 -2 1 1 1 1 0 1 1 0 1 2 2Pas 4 2 1 1 1 1 1 0 0 1 0 0 0

Voto Térmico dos participantes

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Tabela B2 – Tabela com os votos térmicos médios dos participantes

Tempo (min) 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55Pergunta 1Média Motorista 1,5 1,0 0,8 0,5 0,8 -0,3 -0,3 -0,3 0,0 0,0 -0,3 -0,3

Média Passageiro 1,8 1,0 1,0 0,8 1,0 0,3 0,0 0,3 0,5 0,3 0,0 0,0

Pergunta 2Média Motorista 1,3 0,8 0,5 0,8 0,5 0,0 -0,3 -0,3 0,0 0,0 -0,3 -0,3

Média Passageiro 1,5 1,0 0,5 0,8 0,8 0,8 0,5 0,5 0,5 0,3 0,3 0,3

Pergunta 4Média Motorista 0,8 0,5 0,3 0,5 0,5 0,3 -0,3 -0,3 0,0 -0,3 -0,3 -0,3

Média Passageiro 1,0 0,8 0,8 0,8 0,8 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,8 0,5

Pergunta 5Média Motorista 0,8 0,5 0,3 0,5 0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Média Passageiro 1,0 0,8 0,8 0,8 0,8 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

Pergunta 6Média Motorista 1,0 0,8 0,5 0,5 1,0 0,3 0,3 0,0 0,0 0,0 -0,3 -0,3

Média Passageiro 1,0 1,0 0,8 0,8 1,0 0,5 0,8 0,5 0,5 0,3 0,8 0,8

Pergunta 8Média Motorista 0,0 0,3 1,0 1,0 0,5 2,0 2,3 1,8 1,8 2,0 2,0 2,0

Média Passageiro 0,0 0,3 0,3 0,3 0,5 1,0 1,5 1,5 1,3 1,5 1,5 1,5

Pergunta 9Média Motorista 2,0 1,5 0,8 0,8 0,8 0,3 0,0 0,0 -0,3 -0,3 -0,3 -0,3

Média Passageiro 1,0 1,3 1,3 1,3 1,3 0,8 0,5 0,8 0,8 0,8 1,0 1,0

Voto Térmico Médio dos participantes

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Tabela B3 – Média das temperaturas nos bancos e do ar ambiente no veículo

TempoTemperatura

AMTemperatura

EMTemperatura

APTemperatura

EPTemperatura

IVseg ºC ºC ºC ºC ºC

Média Assento

Motorista

Média Encosto Motorista

Média Assento

Passageiro

Média Encosto

Passageiro

Média Temperatura

Veículo

AM EM AP EP IV0 43,3 43,4 43,6 43,6 49,0

36,1 35,8 38,0 38,0 40,434,3 33,9 35,5 35,3 39,135,0 34,6 34,9 34,5 40,2

Média 37,2 36,9 38,0 37,8 42,2300 35,0 36,5 34,3 35,3 37,4

32,9 33,7 34,7 35,2 37,033,9 33,9 34,1 35,1 34,335,4 35,1 34,8 35,0 32,6

Média 34,3 34,8 34,4 35,1 35,3600 34,9 36,7 34,3 35,4 36,0

33,4 34,6 35,0 35,4 37,034,1 34,6 34,4 35,6 33,035,7 35,6 35,0 35,2 33,2

Média 34,5 35,4 34,7 35,4 34,8900 35,1 36,8 34,6 35,8 34,8

34,0 35,2 35,3 35,7 34,834,6 35,1 34,8 35,8 33,536,0 36,1 35,4 35,9 34,2

Média 34,9 35,8 35,0 35,8 34,31200 35,1 36,9 35,0 36,0 33,6

34,6 36,0 35,7 35,9 35,534,7 35,8 35,2 36,2 34,736,2 36,3 35,6 36,1 35,0

Média 35,1 36,2 35,4 36,0 34,71500 34,5 35,6 35,4 36,3 31,2

35,0 35,2 36,0 36,2 33,334,4 35,3 35,2 36,1 29,336,2 36,1 35,8 36,4 32,4

Média 35,0 35,5 35,6 36,2 31,51800 33,6 34,5 35,5 36,2 26,3

34,7 35,0 36,2 36,2 30,434,2 35,3 35,4 36,4 30,035,6 35,8 36,0 35,6 29,2

Média 34,5 35,1 35,7 36,1 29,02100 33,4 34,2 35,8 36,3 30,7

34,4 35,0 36,3 36,1 28,034,2 35,2 35,3 36,3 28,035,4 35,8 36,1 35,7 31,0

Média 34,3 35,0 35,9 36,1 29,42400 33,4 34,1 36,1 36,4 30,2

34,4 34,9 36,3 36,1 28,734,1 35,4 35,6 36,5 27,635,6 36,0 36,4 36,3 30,7

Média 34,3 35,1 36,1 36,3 29,32700 33,5 34,5 36,3 36,6 30,1

34,3 35,0 36,5 36,3 25,734,1 35,5 35,8 36,4 27,935,5 35,9 36,5 36,5 27,8

Média 34,3 35,2 36,3 36,4 27,93000 33,6 34,4 36,3 36,6 28,1

34,4 35,2 36,6 36,3 29,034,2 35,6 36,1 36,6 27,135,4 35,7 36,4 36,5 26,5

Média 34,4 35,2 36,4 36,5 27,63300 33,8 34,8 36,7 36,7 29,1

34,3 35,3 36,8 36,3 29,634,5 35,4 35,8 35,9 29,535,5 35,7 36,5 36,2 28,9

Média 34,5 35,3 36,4 36,2 29,3

TABELA DE TEMPERATURAS MÉDIAS DOS BANCOS E DO VEÍCULO