O Uso de Plasma Rico Em Plaquetas Na Odontologi1

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 UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO FACULDADE DE ODONTOLOGIA JOÃO FRANCISCO LEME NETO RODRIGO SAAD DE MATOS O USO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS NA ODONTOLOGIA São Paulo 2011

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UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO

FACULDADE DE ODONTOLOGIA

JOÃO FRANCISCO LEME NETO

RODRIGO SAAD DE MATOS

O USO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS NA ODONTOLOGIA

São Paulo

2011

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JOÃO FRANCISCO LEME NETO

RODRIGO SAAD DE MATOS

O USO DO PLASMA RICO EM PLAQUETAS NA ODONTOLOGIA

Monografia apresentada para a obtenção detítulo de Cirurgião-Dentista à faculdade deOdontologia da Universidade de Santo Amaro,sob orientação do Prof. Dr. Ricardo SchimitutzJahn

São Paulo

2011

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RESUMO

A perda de estrutura óssea é um dos maiores fatores de limitação para a

reabilitação oral de um paciente. Segundo os autores dos estudos

pesquisados, o gel de plaquetas, constituído essencialmente por plasma rico

em plaquetas (PRP), tem sido usado em diversas áreas da Odontologia, por

ser autógeno, apresenta uma obtenção simples e segura, e visa acelerar o

reparo da ferida cirúrgica e a regeneração óssea.

Palavras-Chave: PRP, Plasma, Plaquetas 

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ABSTRACT

The loss of bone structure is one of the biggest factors of limitation for the oral

reahabilitation of a patient. According to authors of the searched studies,

platelet gel constituted essentially by platelet-rich plasma (PRP) has been

utilized in some areas in Dentistry, for being autogenic present a simple

attainment and insurance, in order to accelerate wound healing and bone

regeneration.

Keywords: PRP, Plasma, Platelet

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO:.......................................................................................................

2 OBJETIVO:

...............................................................................................................

3 REVISÃO DE LITERATURA:

..............................................................................

3.1 Técnica de obtenção do gel :............................................................................

3.2 Manuseio e cuidados na obtenção do gel de PRP:

.........................................

3.3 Aplicação do gel de PRP no paciente:

.............................................................

3.4 Custos:

...............................................................................................................

4 RESULTADOS:

........................................................................................................

5 DISCUSSÃO:

.............................................................................................................

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 6 CONCLUSÕES:

........................................................................................................

REFERÊNCIAS

BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................

RESUMO

A perda de estrutura óssea é um dos maiores fatores de limitação para

a reabilitação oral de um paciente.

Segundo os autores dos estudos pesquisados, o gel de plaquetas,

constituído essencialmente por plasma rico em plaquetas (PRP), tem sido

usado em diversas áreas da Odontologia, por ser autógeno, apresenta uma

obtenção simples e segura, e visa acelerar o reparo da ferida cirúrgica e a

regeneração óssea.

Palavras-Chave: PRP, Plasma, Plaquetas

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LISTA DE SIGLAS

PRP- Plasma Rico em Plaquetas

MDAF- Fatores Angiogênicos Derivados de Plaquetas

PDGF- Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas

PDWHF- Fator de Cicatrizador derivado de Plaquetas

IGF-I- Fator de Crescimento Semelhante a Insulina

TGF-B1- Fator de Crescimento de Transformação Beta 1

TGF-B2- Fator de Crescimento de Transformação Beta 2

DFDB- Osso Derivado de Fator de Crescimento

PDGF-BB- Fator de Crescimento Derivado de Plaquetas tipo B

BMPs- Proteína Morfogenética

BMP-1- Proteína Morfogenética tipo 1

BMP-2- Proteína Morfogenética tipo 2

BMP-3- Proteína Morfogenética tipo 3

BMP-7- Proteína Morfogenética tipo 7

FGF- Fator de Crescimento de Fibroblastos

RHBMP-2- Proteína Morfogenética Óssea tipo-2 Fator Rh

OP-1- Proteína Osteogênica tipo 1

VGF – Fator de Crescimento Vascular

PRF – Plasma Rico em Fibrina

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1 INTRODUÇÃO:

A possibilidade de recuperação de pacientes com perdas ósseas ou

deficiências do corpo humano tem sido a um desafio para os profissionais e

pesquisadores da área da saúde já há algum tempo. (LEME JJ, 2002)

Pacientes que apresentam perda óssea tem sido uma preocupação na

clinica odontológica, independente de sua etiologia, seja ela por lesões císticas,

tumorais, periodontais, traumáticas ou por meio de uma intervenção cirúrgica

tais como osteotomia, osteoplastia, exodontia e cirurgias de retalho trazem uma

formação de cavidades ósseas para o paciente. Esta perda óssea é

possivelmente reparada ou reconstituída pelo organismo, por processos

biológicos e fisiológicos, mas podem demorar meses ou até anos, causando

um desconforto ou até a fragilidade da região trazendo o risco de fraturas para

o paciente em questão. (LEME JJ, 2002)

MARX, 1994, conseguiu melhores resultados para a regeneração de

perdas ósseas com o uso de enxertos autógenos de células medulares de osso

esponjoso após 4 horas da sua retirada, mantendo a vitalidade das mesmas

quando armazenadas em soro fisiológico

Lynch, em 1991, demonstrou que o plasma rico em plaquetas

melhorava a reparação de tecido ósseo e que os fatores de crescimento

existentes nas plaquetas auxiliavam no reparo das lesões ósseas

O fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fator de

crescimento BETA de transformação (TGF-B), fator de crescimento de

fibroblasto básico (FGF), fator de crescimento insulino semelhante (IGF-I), fatorangiogênico derivado de plaquetas (PDAF), fator de crescimento de células

endoteliais derivado de plaquetas (PD-ECGF) e proteínas morfogenéticas

ósseas (BMP). Estes fatores são sintetizados e secretados por plaquetas,

macrófagos,células endoteliais, fibroblastos e outras células de origem

mesenquimal (LYNCH, et AL. 1991).

Fatores de crescimento contidos nas plaquetas aumentam a reparação

tecidual, já que o gel de PRP possui cerca de 95% de células brancas eplaquetas no seu conteúdo total. (MITIKO ELIZABETE KOBAIASHI, 2006)

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 Outros trabalhos que aqui serão citados mostram um melhor resultado

e em menor tempo na reparação tecidual, a redução do risco de fraturas na

área fragilizada aumentando o conforto para o paciente.

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2 OBJETIVO:

Neste trabalho por meio de revisão de literatura iremos citar diversos

resultados obtidos por pesquisadores anteriores que fizeram o uso de PRP no

auxilio da reparação tecidual. Vamos mostrar também as técnicas de obtenção

do gel de PRP e como o mesmo pode ser utilizado na clinica odontológica.

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 3 REVISÃO DA LITERATURA: 

Friedenstein, Piatetzki-Shapiro e Petrakova 1966 publicaram um estudo

onde enfocaram a resposta dos enxertos ósseos autógenos tomados do osso

ilíaco. Os autores descreveram as vantagens e desvantagens de carregar,

 junto com o osso enxertado, as células medulares presentes neste tipo de

osso. Baseados em achados clínicos e histológicos concluíram que a

osteogênese nestes casos é bastante significativa.

As variações do gradiente de oxigênio na zona de reparo foram

estudadas por Knighton ET AL. 1981. Os autores demonstraram que o

aumento do gradiente de oxigênio entre o enxerto e o osso ativa a quimiotaxia

dos macrófagos que, por sua vez, estimulam a secreção por parte destas

células dos fatores angiogênicos (MDAF, fatores angiogênicos derivados de

plaquetas). Este processo associado ao fator de crescimento derivado de

plaquetas (PDGF), inicia rapidamente o processo de angiogênese necessário à

sobrevivência do enxerto.

Knighton ET AL. 1986 abordaram, pela primeira vez, o uso dos fatores

de crescimento derivados de plaquetas na estimulação de reparo de feridas

epiteliais crônicas, topicamente em humanos. Os autores estudaram 49

pacientes dos quais 29 eram diabéticos que possuíam úlceras crônicas não

reparadas. Os fatores derivados das plaquetas foram denominados “fatores

cicatrizadores derivados de plaquetas” (PDWHF), aplicados topicamente nas

lesões, sendo obtido o reparo em 100% das mesmas. O período de reparo em

média de 10,6 semanas, sendo que estas feridas estavam recebendotratamento convencional há um tempo médio de 198 semanas.

Lynch ET AL. 1987 também abordaram o papel dos fatores derivados

das plaquetas no processo de reparação tecidual. Discutindo o efeito sinérgico

com outros fatores de crescimento envolvidos no reparo, demonstraram que o

sinergismo dos fatores de crescimento derivados de plaquetas com outros

fatores tais como o fator de crescimento epidermal e o fator de crescimento

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 semelhante à insulina (IGF-I) são fundamentais para a modulação do processo

de reparação.

Lynch ET AL. 1989 voltaram a abordar a combinação de fatores

derivados de plaquetas com outros fatores gerais do reparo, especificamente

IGF-I, quando utilizados na regeneração periodontal. Aplicaram os fatores

diluídos em um gel aquoso em raízes de dentes comprometidos

periodontalmente após a cirurgia por retalho. O grupo controle recebia gel sem

os fatores de crescimento. Após duas semanas de tratamento, foram obtidos

blocos para o estudo microscópico dos animais. Os resultados demonstraram

que o uso de fatores de crescimento permitia uma melhor regeneração

periodontal.

O fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF) combinado com

IGF-I foi novamente estudado por Lynch ET AL. 1991. Neste trabalho, os

autores avaliaram a cicatrização do tecido ósseo ao redor de implantes

dentários cilíndricos. O grupo tratado recebia gel contendo os fatores de

crescimento estudados, enquanto o grupo controle recebia em gel sem

princípio ativo. Encontraram um significante aumento na qualidade e

quantidade de osso formado no interior destes implantes ocos, bem como nos

espaços ósseos perimplantares.

Becker ET AL. 1992 compararam o uso de membranas de poli-

tetraflúor-etilino (PTFE) com ou sem a combinação de PTFE e IGF-I

associados a osso desidratado, desmineralizado e congelado (DFDB)

colocados ao redor de implantes em alvéolos de dentes recém-extraídos. Osresultados clínicos foram semelhantes, entretanto, quando comparados

histologicamente os sítios tratados com fatores de crescimento e membrana

mostraram maior densidade de osso formado com relação aos sítios tratados

somente com membranas. Os autores sugeriram o estudo separado dos

fatores de crescimento para a avaliação de sua potencialidade.

Em 1997, Howell ET AL. publicaram um trabalho onde utilizaram oPDGF e o IGF-I, ambos recombinantes, aplicados em defeitos periodontais em

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 humanos. O trabalho visava provar que o uso destes fatores não trazia riscos

adicionais ao paciente. Além disso, o trabalho procurava investigar uma dose

terapêutica eficaz para uso destes fatores. Os resultados mostraram que o seu

uso é seguro e não produziu reações imunológicas aos pacientes. Entretanto,

os autores não lograram uma dose terapêutica ideal e sugeriram novos estudos

para tanto.

Em 1997, Lee em trabalho onde abordava a utilização de fatores do

crescimento na reconstrução dos maxilares, demonstrou que a BMP-1

(proteina morfogenética tipo 1) recombinante não consegue induzir

isoladamente o crescimento ósseo. Entretanto, a proteína possui um efeito

sinérgico com as demais BPMs (proteína morfogénetica).

Em 1998, Marx ET AL. publicaram o artigo que se constituiu na pedra

fundamental do uso do plasma rico em plaquetas (PRP) nos dias atuais. Os

autores discorreram sobre a biologia, bioquímica e a ação dos diversos fatores

de crescimento das plaquetas. A fisiopatologia do reparo ósseo foi

demonstrada, assim como o papel dos fatores plaquetários neste processo.

Em 1998, REDDI afirmou que a utilização dos fatores plaquetários

existentes no plasma rico em plaquetas era segura e efetiva.

Em 1999, ANITUA demonstrou em trabalho onde uma centrífuga

laboratorial, a possibilidade de obtenção do plasma rico em plaquetas. O autor

mostrou que o uso de PRP na preparação de sítios para implantes é eficaz e

simples de se obter na clínica odontológica.

Uma série de 15 pacientes tratados com o uso do PRP e osso

congelado e desmineralizado (FDB), foi publicada por Kassolis, Rosen e

Reynolds 2000. Os resultados mostraram que a adição de PRP ao osso tratado

pode ser um tratamento eficaz e promove um osso diferenciado e maduro para

a colocação de implantes.

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 Além do uso em Odontologia o gel de PRP foi estudado por autores de

outras áreas. Assim sendo, Man, Polsen e Winland-Brown 2001 publicaram o

uso do PRP nas cirurgias plásticas de ritidoplastia.

Em um trabalho no qual estudavam o efeito da idade e do sexo sobre

número de plaquetas obtidas por dois diferentes métodos, Weibrich ET AL

2001 demonstraram que não existe diferença significativa associada a estes

dois parâmetros. A diferença observada quanto ao sexo foi significante, mas

irrelevante; enquanto que a idade não influi sobre os resultados.

Foi observado que após o tempo de 14 dias com o uso de PRP houve

um aumento quantitativo e qualitativo no tecido ósseo formado, há formação de

trabéculas no tecido. No período de 28 dias a maturação óssea se mostra

mais avançada com o uso de PRP. Após 42 dias há a evidencia de um tecido

ósseo formado com mais qualidade e quantidade do que o tecido ósseo

formado por meio normal sem adição do gel de PRP. (LEME JJ, 2002)

Na odontologia a reconstrução dos maxilares é única quando

comparada a dos outros ossos devido às diferentes demandas destas

estruturas em função. Ao contrário dos ossos longos do corpo, um maxilar

reconstruído deve suportar as forças de cisalhamento ao invés das forças de

compressão, e ser capaz de suportar implantes e próteses dentais ao invés do

peso produzido. (PARISE, 2004)

Sobral et. Al., 2005, em paciente com resultado anatomopatológico não

conclusivo de cisto odontogênico e tratamento proposto de curetagem total da

lesão seguida de preenchimento do defeito ósseo com PRP misturado com

osso bovino liofilizado (cortical orgânico), seguido de acompanhamento

radiográfico da evolução pós-operatória; observaram que, quinze dias após acirurgia, na análise do exame radiográfico, uma melhora significativa do quadro

devido à aceleração na reparação da loja óssea.

Enfim, inúmeros autores na pesquisa médica concordam que as

propriedades plaquetárias tornam o PRP um produto com grande potencial de

melhorar a integração dos enxertos, sejam eles, ósseos, cutâneos,

cartilaginosos ou de gordura, bem como a estimulação da reparação tecidual

de feridas (VENDRAMIN, 2006).

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 Domingues et. al., 2009, em relato de caso de paciente com sondagem

de 6mm na região vestibular do elemento 37 (com raízes fusionadas),

apresentando um diagnóstico compatível com periodontite crônica com um

defeito de 3 paredes até o terço apical. Recomendou-se então, o tratamento

endodôntico, visando o tratamento cirúrgico regenerativo do defeito utilizando

osso autógeno (particulado), vidro bioativo e Plasma rico em plaquetas. A

mistura foi levada ao defeito ósseo, condensado e recoberto com uma fina

camada de PRP. Após 9 meses, observou-se o preenchimento total do defeito,

sugerindo neoformação óssea, obtendo-se então, um ganho de 5mm de no

nível de inserção.

NAGATA, 2010, realizou um estudo experimental em coelhos, para

demonstrar a eficácia de dois métodos de obtenção de PRP. O autor concluiu

que o protocolo de dupla centrifugação resultou em uma maior concentração

de plaquetas do que o protocolo de centrifugação simples. No entanto, o

protocolo de dupla centrifugação causou alterações na morfologia das

plaquetas e foi mais sensível a erros de processamento de pequeno porte.

LORENTE-PÉREZ, 2011, por meio de um estudo verificou o

desempenho de um método de obtenção de PRP por dupla centrifugação, a fim

de quantificar os fatores de crescimento contidos no Plasma Rico em

Plaquetas. O dobro da quantidade de plaquetas foi encontrado e os fatores de

crescimento do tipo PDGF e VGF (fator de crescimento vascular) foram

aumentados em quatro vezes, o fator do tipo beta transformador teve um

aumento significativo também, apenas o fator IGF não teve um aumento e se

manteve na mesma concentração quando antes da centrifugação.

3.1 Técnica de obtenção do gel de PRP:

I-Técnica simplificada por meio de centrifugação simples ou

única:

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 Para a coleta do sangue é utilizado o sistema Vacuntainer composto

por suporte agulhado e tubos de 4,5ml contendo 0,5ml de citrato de sódio

(3,2%) tamponado. (Rossi Jr, Leme e Pispico, 2001).

Uma centrifuga Fanem microprocessada modelo 260. (Rossi Jr, Leme

e Pispico, 2001).

2 Cubas de inox estéril pequena.

Seringa estéril 10ml descartável.

Agulha hipodérmica estéril e descartável.

Ampola de digluconato de cálcio 10%.

Para a obtenção do gel de PRP devemos fazer uma punção venosa do

sangue periférico no paciente, utilizando o sistema Vacunteiner com suporte

agulhado, 4 tubos estéreis de 5ml, sendo que cada tubo contem 0,5ml de

citrato de sódio tamponado no seu interior.

Após a punção do sangue venoso do paciente, os tubos vão para a

centrifugação por 10 mim a 800 a 1200 rpm (velocidade padrão para a

centrifugação de plasma sanguíneo), separando por camadas as células

sanguíneas e o plasma.

O PRP é removido do tubo por meio de uma seringa descartável e

estéril com agulha também estéril e descartável. Desta maneira podemos obter

cerca de 1,5ml de PRP em cada tubo, totalizando um total de 6ml de PRP.

(LEME, JJ, 2001)

Também podemos retirar o PPP (plasma pobre em plaquetas) do tubo

utilizando a mesma técnica anterior.

Com a seringa descartável já carregada com PRP, tomando certo

cuidado e respeitando a cadeia asséptica, depositamos o mesmo em uma cubade inox estéril com 2ml a 3ml de digluconato de cálcio a 10%. O digluconato de

cálcio associado ao PRP, propicia a degranulação das plaquetas e assim

temos a obtenção de um gel rico em plaquetas.

Com a degranulação das plaquetas inicia-se a liberação dos fatores de

crescimento e desenvolvimento celular que irá fazer a reparação dos tecidos

lesados.

O mesmo procedimento se faz com o PPP, para a obtenção do gel dePPP.

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 O tempo para se obter uma consistência adequada do gel de PRP e o

gel de PPP para a sua manipulação varia de acordo com o tempo de

coagulação do paciente e temperatura do ambiente (varia em média de 10 a 15

minutos). A consistência ideal lembra uma geléia ou um gel denso, podendo

ser manipulado com facilidade pelo profissional no ato cirúrgico (LEME, JJ,

2001).

II-Técnica de dupla centrifugação:

Utilizando uma centrífuga de laboratório do tipo ( Beckman J-6M,

centrifuga de indução ), as amostras de sangue já coletadas por sistema

Vacuntainer, são centrifugadas a 160G por 20 min à temperatura ambiente,

resultando em 2 componentes básicos: I- Componentes das células

sanguíneas (BCC) na parte inferior do tubo, II- Componentes de soro (SEC) na

parte superior do tubo. Foi pipetado do tubo já centrifugado o SEC na parte

superior do tubo e transferido para outro tubo de vácuo de 5ml sem

anticoagulante. A amostra então é centrifugada novamente à 400G por 15min à

temperatura ambiente, resultando em 2 novos componentes básicos: I-(SEC) e

(PRP). (NAGATA,2010).

3.2 Manuseio e cuidados na obtenção do gel de PRP:

Como se trata de um procedimento clínico, devemos nos concentrar

em realizar todo o procedimento respeitando a cadeia asséptica. Devemosutilizar materiais estéreis, descartável e pessoal habilitado na área da saúde.

A obtenção do gel é simples e pode ser realizada em consultório, antes

do ato cirúrgico.

O manuseio do material colhido do paciente deve ser cuidadosamente

observado pelo profissional, pois se trata de um material facilmente

contaminante. Os tubos já preenchidos com o sangue coletado do paciente

devem ser manipulados com cuidado, pois após a sua centrifugação nãoqueremos que as camadas de células adquiridas se misturem novamente.

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 Sendo materiais descartáveis e estéreis, diminuímos o nível de

contaminação do paciente e do material colhido.

Após a centrifugação, separamos o PRP e acondicionamos o mesmo

em recipiente estéril sem a adição de Digluconato de cálcio, desta forma o PRP

refrigerado em geladeira, se mantém em perfeitas condições por até 12 horas.

Caso o PRP esteja armazenado sem refrigeração e em temperatura ambiente,

deve ser separado e nele adicionado o digluconato de cálcio, com isso se

mantém em perfeitas condições por cerca de 2 horas. 

3.3 Aplicação do PRP no paciente:

A aplicação do gel de PRP no paciente é um procedimento simples,

pois como se trata de um gel de fácil manipulação. O plasma rico em plaquetas

pode ser depositado após alguns passos cirúrgicos e antes da síntese ou

sutura da ferida cirúrgica.

Na implantodontia pode-se introduzir o PRP no local da perfuração do

pino de implante, antes da colocação do implante. Podendo também cobrir o

tecido ósseo com o gel, impedindo uma contaminação e auxiliando a reparação

tecidual do tecido afetado pelo ato cirúrgico e assim realizar uma síntese ou

sutura da mucosa fechando a ferida cirúrgica por completo.

Em enxertia óssea podemos depositar o gel de PRP entre o tecido

ósseo receptor e o enxerto antes da fixação do mesmo. Cobrimos todo o tecido

ósseo com o gel de PRP e fechamos a ferida cirúrgica.

Também podemos usar o gel rico em plaquetas em exodontias

complexas de dentes inclusos, preenchendo toda a área em que o elementodental se encontrava, acelerando a reparação tecidual do local, reduzindo o

risco de infecções pós-cirúrgicas pois o gel se comporta como uma barreira

biológica na falha óssea causada pelo elemento dental removido.

O mesmo deve ser feito no preenchimento de falhas causadas por

cistos ou tumores diminuindo a fragilidade da área afetada, pois o gel de PRP

acelera a reparação tecidual.

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 3.4 Custos:

Por se tratar de uma tecnologia simples, autógena, o custo da

confecção do gel de PRP não deve ser caro. Os usos de materiais descartáveis

também ajudam na redução do custo para o profissional e o paciente. O gel de

PRP pode ser obtido em consultório devido ao baixo custo e a simplicidade na

sua produção.

4 RESULTADOS:

A reparação tecidual é de fundamental interesse dos profissionais da

área de saúde tais como os cirurgiões dentistas que atuam na área da buco-maxilo-facial, implantodontia e periodontia.Tem sido uma constante pesquisa

sobre como maximilizar a reparação tecidual e reduzir o tempo de recuperação

pós cirúrgica do paciente.

Com o advento do gel de PRP, tivemos uma melhor resposta ao

tratamento de defeitos ósseos e de tecidos moles submetidos a cirurgias. A

aceleração da reparação tecidual, uma melhor quantidade, melhor qualidade

do tecido formado foi detectada no estudo do uso de PRP em trabalhosanteriores.

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 Giannobile, Finkelman e Lynch (1994) demonstraram um crescimento

ósseo 65% maior nos grupos tratados com PRP.

Lynch et AL.(1989), Pierce et AL (1992),Giannobile et AL (1996),

Man,Plosker e Winland-Brow (2001), demonstraram uma melhor aceleração e

maturação nas feridas cirurgicas em tecidos moles, diminuindo o tempo total de

reparação.

O plasma rico em plaquetas somado a enxertos ósseos resulta em uma

taxa maior de maturação do que em enxertos ósseos que não receberam o

plasma de PRP, mostrando uma maior quantidade e densidade de osso

formado nestes casos. Marx et al (1998).

Leme et al, (2002) também demonstra uma melhora significativa a

qualidade e quantidade de osso formado por meio de estudos histológicos em

cães usando PRP.

Kassolis, Rosen e Reynolds, (2000) mostraram que a adição de PRP

ao osso tratado pode ser um tratamento eficaz e promove um osso

diferenciado e maduro.

Anitua, (1999) demonstrou que o uso de PRP na preparação de sítios

para implantes é eficaz e simples de se obter na clinica odontológica.

5 DISCUSSÃO:

Vários estudos vêm comprovando que ao longo do tempo o uso do PRP

associado com os enxertos ósseos tem tido um resultado significativo, uma

melhor reparação tecidual, em menor tempo, maior qualidade e quantidade de

osso formado.

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 Desta maneira o risco de fraturas causado pelos defeitos ósseos no paciente

tem reduzido devido a um menor tempo de reparação tecidual com o auxilio do

gel de PRP no tratamento dessas lesões.

A facilidade na obtenção de um gel autógeno rico em plaquetas, com um custo

razoavelmente baixo, favorece ao profissional o uso do PRP em consultório.

O gel de PRP pode ser empregado em diversos tipos de tratamento, cabe ao

profissional conhecer os materiais disponíveis, técnicas de utilização do mesmo

para que possa adequar o tipo certo de tratamento para cada paciente.

Reparação óssea nos enxertos

Muitos trabalhos vêm pesquisando o processo de reparação óssea, visando

melhorar seus fenômenos, de maneira a permitir uma reparação óssea

otimizada que aumente o ganho de tecido ósseo onde for necessário.

Nos estudos onde foi usado o gel de PRP, foi constatada uma maior

organização de tecido ósseo formado e uma maior quantidade de trabéculas

ósseas foi evidenciada nas cavidades preenchidas por PRP.

Vários autores evidenciaram resultados semelhantes em seus trabalhos, como

Lynch et al. (1991); Becker et al. (1992); Giannobile, Finkelman e Lynch (1994);

Caplan (1994); Giannobile et al.(1996); Howell et al. (1997); Froum et al.

(2002).

Giannobile, Finkelman e Lynch (1994) demonstraram um crescimento ósseo

maior nos grupos tratados com PRP em um modelo canino.

Autores como Lynch et al.(1991); Pierce et al.(1992); Giannobile et al.(1996);

Man, Plosker e Winland-Brow (2001) mostraram que a adição de PRP nasfendas cirúrgicas acelera a maturação dos tecidos moles, diminuindo o tempo

total de reparo.

O aumento do gradiente de oxigênio entre o enxerto e o tecido adjacente ativa

a quimiotaxia dos macrófagos que, por sua vez, estimula os macrófagos a

secretarem o fator de angiogênese derivado do macrófago (MDAF) e o fator de

crescimento derivado do macrófago (MGDF). Dentro do enxerto, as plaquetas

se enredam na degranulação do coágulo dentro de algumas horas dacolocação do enxerto, liberando o fator de crescimento derivado das plaquetas

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 (PDGF). Então, as propriedades inerentes da ferida (particularmente o

gradiente de oxigênio e o PDGF) iniciam rapidamente a angiogênese dos

capilares adjacentes e a mitogênese das células osteocompetentes

transferidas (KNIGNTON et al., 1981). Por volta do 3° dia, podem ser vistos

novos capilares brotando dos capilares existentes do lado externo do enxerto.

Eles penetram o enxerto e se proliferam na rede de osso esponjoso para

formar uma rede completa por volta do 10° ao 14° dia. Como estes capilares

respondem pelo gradiente de oxigênio quando per fundem o enxerto, assim

criando um mecanismo de fechamento para prevenir uma angiogênese

excessiva (KNIGHTON et al.,1981).

Matriz extracelular

Ripamonti e Reddi (1992) evidenciaram que a matriz extracelular do osso é um

reservatório multifatorial para os fatores de crescimento que regulam a função

das células do osso.

Fator de crescimento de fibroblastos

Ambos os tipos de FGF ácidos e básicos são estimulantes potentes de

angiogênese o que é importante para a invasão vascular do enxerto (LYNCH et

al., 1991)

Fator beta transformador

TGF beta 1 e TGF beta 2 que são sintetizados e encontrados em plaquetas,

macrófagos, e alguns outros tipos de células. Estes fatores afetam os

fibroblastos, células mesenquimais indiferenciadas, principalmente pré-

osteoblastos depois de sua secreção pelas plaquetas degranuladas ouativamente secretados através de macrófagos. Os TGF beta 1 e 2 atuam nos

mecanismos de reparo em longo prazo, e com o passar do tempo na

remodelação do osso produzido. Esses fatores de crescimento têm várias

funções importantes, quimiotaxia, mitogênese dos precursores dos

osteoblastos, e a estimulação de osteoblastos na matriz do colágeno de lesão,

reparando o osso. Os fatores de transformação tipo beta promovem a formação

de osso sobre as zonas de reabsorção inibindo a formação de osteoclastos(MARX et al., 1998).

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Proteínas morfogenéticas (BMP)

Quantidades pequenas de BMP nativo estão presentes em osso cortical

(aproximadamente 1 a 2 mg de BMP por quilograma de osso cortical) (RILEY

et al., 1996).

Os BMPs são moléculas pleiotrópicas que são envolvidas na quimiotaxia,

mitose, e diferenciação de células mesenquimais no tecido ósseo. O ambiente

criado com a presença do BMP determina o tipo de tecido formado. No

periodonto os BMPs produzem cemento, ligamento periodontal, e osso

alveolar. (REDDI, 1998)

A BMP-1 não tem a habilidade para induzir formação de osso, porém, pode ter

algum efeito sinérgico com as outras moléculas de BMP e a sua seqüência de

aminoácidos é semelhante ao fator de crescimento epitelial. (LEE, 1997)

O uso de rhBMP-2 em modelos caninos mostrou uma formação de osso novo

significativamente maior nos locais tratados com esta proteína morfogenética.

(KINOSHITA et al., 1997)

Locais tratados com BMP-3 associado com o enxerto ósseo não demonstraram

diferença significantes na formação de osso novo, comparado com locais que

receberam apenas o enxerto ósseo. (LYNCH et al., 1991)

Em modelos caninos, coelhos e primatas foi demonstrado que a implantação

de OP-1 recombinante humano (BMP-7), contendo preparações de matriz de

colágeno, obtiveram resultados positivos em defeitos segmentários. Este osso

formado é biológico e biomecanicamente funcional. (COOK, 1996)

Fator de crescimento derivado de plaquetas

O PDGF é o primeiro fator de crescimento a aparecer em uma ferida. Isto inicia

o processo de reparo do tecido conjuntivo, inclusive a regeneração de osso. OPDGF emerge das plaquetas que degranulam ativando os receptores de

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 membrana de células alvo. O fator de crescimento derivado de plaquetas ou

PDGF tem várias atividades importantes, como o aumento do número de

células reparadoras, mitoses de endoteliócitos em vasos capilares locais,

debridamento do local da ferida, e são uma fonte de fatores para crescimento e

regeneração de osso continuada. (MARX et al.,1998). 

As propriedades inerentes da ferida (gradiente de oxigênio e o PDGF) iniciam

rapidamente a angiogênese dos capilares adjacentes e a mitogênese das

células osteocompetentes transferidas. (KNIGNTON et al., 1981).

O plasma rico em plaquetas é uma fonte de autóloga de PDGF e

TGF-beta. É obtido isolando e concentrando plaquetas usando centrifugação.

(ROSSI Jr, LEME e PISPICO, 2001).

Plasma rico em plaquetas: fator de crescimento para enxertos ósseos

Na odontologia a reconstrução dos maxilares é única quando comparada a

dos outros ossos devido às diferentes demandas destas estruturas em função.

Ao contrário dos ossos longos do corpo, um maxilar reconstruído deve suportar

as forças de cisalhamento ao invés das forças de compressão, e ser capaz de

suportar implantes e próteses dentais ao invés do peso produzido. (PARISE,

2004)

O plasma rico em plaquetas somado aos enxertos ósseos resulta em uma

maior taxa de maturação do que em enxertos que não receberam o plasma,

mostrando uma maior quantidade e densidade de osso formado. (MARX et al.,

1998).

Leme et al., (2002) mostrou através de estudos histológicos em cães que a

regeneração do tecido ósseo usando PRP melhora significativamente aqualidade e a densidade de osso formado.

Atualmente estudos e experiências com o plasma rico em plaquetas (PRP)

adicionado aos enxertos têm mostrado uma consolidação mais rápida e uma

mineralização do enxerto na metade do tempo, além de uma melhora de 15% a

30% na densidade do osso trabecular. (MARX et al., 1998).

Acredita-se que o aumento da rede de fibrina criada pelo PRP aumenta a

osteocondução do início ao fim da consolidação do enxerto.

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 MARX et al., (1998) mostra também o aumento da influencia do PDGF e do

TGF- beta, através da técnica de seqüestro e concentração de plaquetas, que

no PRP é vista como uma ferramenta disponível e pràtica para aumentar a taxa

de formação óssea e a quantidade de osso formado.

KASSOLIS, ROSEN e REYNOLDS, 2000, mostraram que a adição de PRP ao

osso tratado pode ser um tratamento eficaz e promove um osso diferenciado e

maduro.

Anitua, (1999), mostrou que o uso do PRP na preparação de sítios para

implantes dentários é eficaz e simples de se obter na clinica odontológica.

Em casos onde o PRP foi utilizado nota-se que o osso obtido após o reparo,

aumenta significativamente a quantidade, a qualidade e a densidade de osso

formado. (SAYD, KARLA, 2009).

Sobral, (2005), concluiu que o uso de tal material obtido através de um

protocolo simplificado e de baixo custo, vem se tornando um importante

método de tratamento na reparação óssea, sendo o PRP, associado com

enxertos autógenos um importante aliado na reparação e reconstrução óssea.

Os autores concluíram que o uso de PRP em tecidos moles previne ou

minimiza o edema, melhorando, o processo de reparação tecidual.

Vendramin, (2006), relatou que diversos trabalhos na pesquisa médica

concordam que as propriedades plaquetárias tornam o PRP um produto com

grande potencial de melhorar a integração de enxertos, sejam eles ósseos,

cutâneos, cartilaginosos ou de gordura, bem como estimula a reparação de

feridas.

Domingues et. al., 2009, concluíram que os fatores de crescimento do

PRP são fundamentais no reparo dos enxertos ósseos, em combinação com

outros biomateriais, contribuindo tanto na neoformação óssea quanto namaturação óssea, ao observar uma redução favorável e significativa na

profundidade à sondagem além da ausência de retração dos tecidos gengivais

pós-operatória.

Nagata, (2010), concluiu que o protocolo de obtenção por dupla centrifugação

resultou em uma concentração maior de plaquetas do que o protocolo de

centrifugação única, no entanto a obtenção de PRP por dupla centrifugação

causou alterações na morfologia das plaquetas e foi mais sensível a erros deprocessamento de pequeno porte.

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 Lorente-Pérez S.A., (2011), os métodos de centrifugação e diferentes sistemas

de força centrífuga levam ao autor acreditar que não é o fator determinante na

concentração de plaquetas, e que não há relação direta entre a quantidade de

plaquetas e a concentração de fatores de crescimento. A conclusão do autor é

que as manipulações das amostras causam danos às plaquetas de tal forma

que elas se ativam e liberam o seu conteúdo. Isso faz com que o resultado

clínico dependa do sistema utilizado para a obtenção do PRP seja feito com

cuidado e com pessoal especializado.

6 CONCLUSÕES:

Sendo um material de fácil obtenção, autógeno, osteoindutor,

osteocondutor, mínimo ou ausente à reações imunológicas, não patogênico,

com capacidade de manutenção do osso maduro, capacidade de modelar osso

imaturo em lamelar, habilidade de estabilizar implantes intra ósseos, reparação

de tecido em menor tempo, suprimento sangüíneo suficiente para o material

enxertado, promove uma hemostasia devido ao alto nível de fibrina e trombina

em seu conteúdo, reduz hemorragias e processos infecciosos, reduz

parestesias e edemas, reduz também a necessidade da quantidade de

medicamentos pré e pós-operatórios.

Devendo ser manipulado por pessoal especializado com o uso de

materiais estéreis descartáveis o gel de PRP pode ser produzido em

consultório.

O baixo custo na confecção do gel, as vantagens referentes a umamelhor resposta pós-cirúrgica do paciente fazem do plasma rico em plaquetas

um aliado favorável em cirurgias orais na odontologia.

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