O uso de mapas conceituais no design educacional para o ... · O mapeamento do conhecimento...

16
O uso de mapas conceituais no design educacional para o planejamento de hipermídia na educação a distância Márcia Melo Bortolato i (UFSC) Alice Theresinha Cybis Pereira ii (UFSC) Marília Matos Gonçalves iii (UFSC) Resumo Muitos são os formatos possíveis de se apresentar o conhecimento, de organizar as informações, estruturar o conhecimento a ser descoberto, a ser “informado” e transformado em saber. A hipermídia é um caminho possível, no sentido de "articular saberes", em formas adequadas a EaD. Estes formatos são desafios no design educacional, exigindo planejamento eficaz da estrutura do domínio do conhecimento. Os mapas conceituais, estruturadores do conhecimento, permitem mostrar como o conhecimento está organizado, informação crucial na tomada de decisão acerca da organização dos ambientes hipermidiáticos. Neste artigo, discorremos sobre os mapeamentos utilizados por designer educacionais no planejamento hipermídia educativas para EaD. Palavras Chave: mapas conceituais, hipermídia, design educacional, educação a distância. Abstract There are many possible formats to present knowledge, of organizing information, structuring the knowledge to be discovered to be "informed" and turned into knowledge. Hypermedia is one possible path, meaning "joint knowledge" in ways appropriate to DL. These formats are challenges in educational design, requiring effective planning of the structure of domain knowledge. Concept maps, knowledge structures, also show how knowledge is organized, information essential in decision making about the organization of hypermedia environments. In this article, we discussed the mappings used by the designer in planning educational hypermedia educational opportunities for distance education. Keywords: Concept maps, hypermedia, design education, distance education. Introdução Vivemos a Era digital, a Era do conhecimento. Neste novo tempo em processo, as informações e o conhecimento assumem formatos e intensidades diferentes, acelerando e reconfigurando os processos de comunicação e de aprendizagem. Somos solicitados a todo instante por mensagens de todos os tipos,

Transcript of O uso de mapas conceituais no design educacional para o ... · O mapeamento do conhecimento...

O uso de mapas conceituais no design educacional para o planejamento de hipermídia na

educação a distância

Márcia Melo Bortolatoi (UFSC) Alice Theresinha Cybis Pereiraii (UFSC)

Marília Matos Gonçalvesiii (UFSC)

Resumo Muitos são os formatos possíveis de se apresentar o conhecimento, de organizar as informações, estruturar o conhecimento a ser descoberto, a ser “informado” e transformado em saber. A hipermídia é um caminho possível, no sentido de "articular saberes", em formas adequadas a EaD. Estes formatos são desafios no design educacional, exigindo planejamento eficaz da estrutura do domínio do conhecimento. Os mapas conceituais, estruturadores do conhecimento, permitem mostrar como o conhecimento está organizado, informação crucial na tomada de decisão acerca da organização dos ambientes hipermidiáticos. Neste artigo, discorremos sobre os mapeamentos utilizados por designer educacionais no planejamento hipermídia educativas para EaD. Palavras Chave: mapas conceituais, hipermídia, design educacional, educação a distância. Abstract There are many possible formats to present knowledge, of organizing information, structuring the knowledge to be discovered to be "informed" and turned into knowledge. Hypermedia is one possible path, meaning "joint knowledge" in ways appropriate to DL. These formats are challenges in educational design, requiring effective planning of the structure of domain knowledge. Concept maps, knowledge structures, also show how knowledge is organized, information essential in decision making about the organization of hypermedia environments. In this article, we discussed the mappings used by the designer in planning educational hypermedia educational opportunities for distance education. Keywords: Concept maps, hypermedia, design education, distance education.

Introdução

Vivemos a Era digital, a Era do conhecimento. Neste novo tempo em

processo, as informações e o conhecimento assumem formatos e intensidades

diferentes, acelerando e reconfigurando os processos de comunicação e de

aprendizagem. Somos solicitados a todo instante por mensagens de todos os tipos,

sob todas as formas, todas tentando nos fazer olhar, ouvir e reagir. Algumas dessas

mensagens são mais importantes que outras, mas nem sempre as informações que

realmente precisamos são fornecidas numa forma que prontamente podemos

entender.

Há claramente uma demanda para o design da informação no nosso mundo,

para a organização de dados, o tratamento da escrita, e a apresentação, de modo

que todos possam acessá-la e compreendê-la. A complexidade do mundo digital

que vivemos neste inicio do século (XXI), exige uma nova perspectiva, através da

qual o novo conhecimento deve ser apresentado, consumido e procurado.

A utilização de múltiplos formatos de informação (simulações, imagens

estáticas, textos, som, animações, vídeos) desempenham um papel importante na

aquisição do conhecimento quando bem utilizados. A psicologia cognitiva, com

estudos sobre o processo da informação e a memória humana, tem dado muitas

contribuições para o design desses formatos visando a aprendizagem. (Mayer,1991),

(Paivio, 1986; Clark & Paivio, 1971) (Baddeley, 1999)

Apesar das novas tecnologias oferecerem cada vez mais recurso para a

aprendizagem, o mau planejamento na apresentação do material multimídia pode

causar desorientação no aprendiz e mesmo desmotivá-lo a assumir uma atividade

proposta. Se a atividade multimídia é cuidadosamente desenhada, os aprendizes

podem acompanhá-la em seu próprio ritmo, acessar facilmente a informação e

motivar-se para o aprendizado por descoberta.

Com a utilização de imagens, som e experiências de simulação e

experimentação, a atividade multimídia envolve o estudante num nível que poucas

publicações, leituras, ou mesmo, demonstrações, poderiam fazer. Programas de

multimídia têm a vantagem de envolver múltiplos sentidos simultaneamente, e

assim, acomodar uma grande variedade de estilos de aprendizagem. Essa é uma das

idéias básicas da mudança requerida nos processos de “ensino-aprendizagem”, que

até sua morfologia se altera, pois, não se separa mais uma palavra da outra. A

educação assim vista, busca uma nova forma de relacionar e apresentar os

conhecimentos aos seus aprendizes.

Muitos são os formatos possíveis de se apresentar o conhecimento, formas

diversificadas de organizar as informações, de estruturar o conhecimento. É neste

ponto de emergência do “informe”, que se busca uma nova forma para o

conhecimento a ser descoberto e o a ser “informado”, para que em sua complexa

relação, possa ser processado e transformado em saber. A hipermídia é um

caminho possível, no sentido de "articular os saberes", em formas de apresentações

flexíveis e adequadas ao volume de informações e interesses de seus

usuários/aprendizes muito recorrente na educação a distância.

Segundo Pereira e Gonçalves (2010)

O conceito de hipermídia pode ser visto como a interseção entre os conceitos de multimídia e hipertexto, na medida em que se trata de sistemas computacionais que ligam informações de forma não seqüencial, como os sistemas de hipertexto e que utilizam múltiplos meios para representar a informação, como os materiais multimídia. A hipermídia é uma reunião de mídias em um único suporte computacional, com recursos textuais e audiovisuais que, de forma interativa, respondem ao caminho desejado com apenas uma clique de botão.

Na ultima década do século passado (XX), os sistemas hipermídia têm atraído

a atenção de educadores, que vêem nesses sistemas digitais, grande potencial para

organização de materiais para o processo de ensino-aprendizagem. Marchionini

(1988) aponta duas características da hipermídia que são importantes para a

educação: (i) o armazenamento de grande quantidade de informações

representadas sob os mais diversos meios, permitindo que conteúdos extensos e

variados sejam agrupados e disponibilizados aos estudantes; e (ii) o alto nível de

controle do sistema pelo usuário, o que torna constante a tomada de decisões e a

avaliação de progressos, permitindo o desenvolvimento de habilidades e a escolha

de objetivos por parte deste.

No início dos anos 90, Spiro e colaboradores (SPIRO E JEHNG, 1990; SPIRO ET

AL., 1991; 1992), estudando as dificuldades de estudantes em aprendizagens

avançadas, desenvolveram pressupostos teóricos sobre a flexibilidade cognitiva e

viram nesse tipo de sistema um material educativo ideal para promover essa

habilidade.

No final da década de 90, segundo Rezende e Cola (2004) a discussão dos

conceitos de complexidade e de interdisciplinaridade passaram a ganhar destaque

entre educadores, percebem em suas pesquisas que a área da tecnologia

educacional é via promissora para a prática destes conceitos. Por sua

característica de prover flexibilidade em termos de associar diferentes meios e

informações, a hipermídia foi considerada idealmente adequada para fomentar a

interdisciplinaridade, e a flexibilidade no sentido de "articular os saberes" em toda

sua complexidade.

Conforme preconizam Rezende e Cola (2004) em seus estudos da Teoria da

Flexibilidade Cognitiva (TFC):

Em particular, sistemas de hipertexto, não lineares e multidimensionais, se apropriadamente planejados, têm o potencial para lidar com aspectos da estruturação irregular dos domínios de conhecimento e promover aspectos da flexibilidade cognitiva. Ao oferecer esquemas múltiplos de organização e representação do conhecimento, os sistemas hipermídia podem concretizar a proposta da TFC de instrução integrada à representação do conhecimento.

Estes novos formatos e exigências são o grande desafio para o design

educacional, pois, para que cumpram sua missão de meio facilitador da

aprendizagem exigem um planejamento eficaz da estrutura do domínio do

conhecimento focado. Para articular e organizar os conhecimento e buscar pontos

de encontro/desencontro entre as várias áreas do conhecimento, ou conceitos é

necessário entender as características do conteúdo que será apresentado (volume,

formato, estrutura, dinamismo, etc.) e as especificidades do contexto de uso

(objetivo, cultura e política, ambiente de uso, restrições tecnológicas, etc.).

Tarefa difícil e desafiante para o designer educacional, que pode ser viabilizada

com a contribuição de métodos e ferramentas voltadas a organização da

arquitetura da informação. O mapeamento do conhecimento através de mapas

conceituais tem sido testado para auxiliar o designer educacional nesta tarefa.

Os mapas conceituais se originaram do trabalho de Joseph Novak que

desenvolveu estas representações gráficas para construir e indicar relações entre

conceitos ligados por palavras. Ele é considerado como um estruturador do

conhecimento, na medida em que permite mostrar como o conhecimento sobre

determinado assunto está organizado na estrutura cognitiva de seu autor, que

assim pode ser visualizado e analisado em sua profundidade e extensão. Pode-se

dizer que essa é uma informação crucial para o designer educacional na tomada de

decisão acerca da organização dos ambientes hipermidiáticos da educação a

distância. São estes mapeamentos utilizados por designer educacionais no

planejamento de cursos na modalidade a distância que analisamos e discorremos

neste artigo abordando a adequação destes na estruturação de hipermídia

educativas.

Mapas conceituais

Existem muitas formas para representar conhecimento, mas, em geral ele é

expresso como um texto linear. Existem outras formas para representar o

conhecimento, como arquitetura da informação, mapas mentais e os mapas

conceituais. A mente organiza e acumula informações dentro de um certo

ordenamento, partindo de dimensões mais gerais até dimensões específicas. Sendo

assim, através de uma representação gráfica, é possível colocar de maneira central

as informações mais importantes, ficando as menos importantes em local mais

periférico. Estes procedimentos de construção de mapas são facilitadores quando

estamos pensando em montar uma apresentação ou visualização de uma idéia ou

projeto.

Para Novak e Cañas (2010, p.25):

Mapas conceituais podem ser de enorme utilidade no planejamento curricular. Eles apresentam de forma altamente concisa os conceitos-chave e princípios a serem ensinados. A organização hierárquica dos mapas conceituais indica um sequenciamento otimizado do material didático. [...] Desse modo, no planejamento curricular, precisamos elaborar um “macro-mapa” global, mostrando as ideias principais que planejamos apresentar no conjunto do curso, ou no currículo como um todo, e também “micro mapas” mais específicos, para mostrar a estrutura de conhecimento para um segmento muito específico programa instrucional. Membros do corpo docente trabalhando de forma independente ou em grupo podem reformular programas de curso ou um currículo inteiro.

Para Brose (2001), o mapa conceitual pode ser usado como uma ferramenta

de planejamento, pois permite a organização de idéias ou de apresentação dos

conteúdos. Através do Mapa Conceitual, damos destaque visual para a estrutura de

um tema ou argumentação. Os mapas conceituais, desenvolvidos por Joseph Novak,

são uma ferramenta para organizar e representar conhecimento (NOVAK, 1977).

Eles são utilizados como uma linguagem para descrição e comunicação de conceitos

e seus relacionamentos, e foram originalmente desenvolvidos para o suporte à

Aprendizagem Significativa (AUSUBEL, 1968).

É uma ferramenta que trabalha com conceitos que são encapsulados em

círculos ou retângulos, relacionados por uma linha de conexão que interliga os

conceitos. As frases colocadas ao lado das linhas de conexão especificam o tipo de

relação entre os conceitos. Tem grande eficácia para estruturação de hipermídia,

que conforme apresentado anteriormente, permite o armazenamento de grande

quantidade de informações representadas sob os mais diversos meios, permitindo

que conteúdos extensos e variados sejam agrupados e disponibilizados aos

estudantes.

Com ele pode-se organizar, reunir e filtrar ideias; pode-se analisar uma

estrutura de informações, verificar a relação entre pontos chave e, além de tudo,

ter uma forma visual associativa de todas as etapas em um planejamento ou

processo. Ou seja, o design educacional terá a visualização de diversos elementos

de uma vez, aumentando a probabilidade de integração e associação criativa entre

todos os elementos. Sendo assim, os mapas conceituais, a cada nó (conceito),

pode-se associar várias mídias, relacionadas ao conceito em questão. A hipermídia

é via promissora para a prática destes conceitos e os mapas conceituais uma

ferramenta adequada para a organização dos conceitos na hipermídia.

É nessa ordem de idéias que se insere a sugestão de mapeamentos do

conhecimento para construção de hipermídia e planejamentos curriculares, visando

descobrir novas práticas que atendam a demanda. Ainda nesse sentido é que se

desenvolve a pesquisa para avaliar a melhoria de qualidade nos processos de design

educacional da Universidade Aberta do Brasil na parceria com a Universidade

Federal de Santa Catarina (UAB/UFSC), permeados por novas práticas apoiadas em

planejamentos com mapas conceituais.

O projeto

Os materiais didáticos do curso de graduação em Ciências Contábeis e

Ciências Econômicas da UAB/UFSC são produzidos pelos designers educacionais

exclusivamente no formato de livro didático. Como multimídia o modelo contempla

vídeos-aula, videoconferência, ambiente virtual de aprendizagem e o livro texto.

No ensejo de atender a demanda da época, a equipe de design educacional

recebeu capacitação para uso de mapas conceituais, para que possa através de

mapas planejar as hipermídia de cada disciplina, incluindo aos elementos já

existentes objetos de aprendizagem virtual, interligando de forma interdisciplinar

todos os conceitos de cada disciplina e as disciplinas entre si.

A organização da capacitação pode ser observada no mapa apresentado a

seguir na figura 1.

Figura 1: Mapa conceitual da capacitação para design instrucional O curso de capacitação

Apresenta-se na sequência o curso ministrado para qualificação da equipe de

design educacional que emplementará novas práticas no desenvolvimento de

materiais didáticos para UAB/UFSC e possibilitará a avaliação da melhoria de

qualidade nos processos de design educacional apoiada em mapas conceituais e dos

próprios materiais produzidos.

Curso de Qualificação para Designer Instrucional: O uso de Mapas

Conceituais para o planejamento pedagógico de disciplinas e apoio na

criação de Objetos Virtuais de Aprendizagem

Apresentação

Muitos estudos mostram que o uso de recursos tecnológicos de informação e

multimídia são capazes de proporcionar progressos significativos no processo

educacional. A busca por metodologias e tecnologias educacionais que permitam a

evolução desse processo não para de crescer, dentre elas destacam-se os objetos

virtuais de aprendizagem, que são recursos educacionais desenvolvidos a partir de

objetivos pedagógicos com o intuito de mediar o processo de ensino–aprendizagem.

Esses objetos podem ser combinados de várias maneiras, permitindo compor

unidades de aprendizagem capazes de promover estratégias diversificadas e

adequadas às necessidades dos estudantes. No entanto, há uma grande dificuldade

por parte dos educadores (docentes, especialistas e/ou autores) e designers

instrucionais em incorporar esses recursos tecnológicos à prática pedagógica. Além

disso, a forma de construir esses objetos ainda suscita enormes desafios aos

profissionais envolvidos na produção de material didático para ambientes virtuais.

Os mapas conceituais são ferramentas gráficas utilizadas para organizar e

representar o conhecimento (NOVAK, 1998). Trata-se de uma ferramenta que

trabalha com conceitos que são encapsulados em círculos ou retângulos e

relacionados por uma linha de conexão que interliga os conceitos, ou seja, que

divide o conhecimento e as ideias complexas, transformando-os em conceitos

simplificados, em uma hierarquia estrategicamente definida para implementar o

processo de ensino–aprendizagem.

A criação dos mapas conceituais para o desenvolvimento de objetos de

aprendizagem é mais bem desenvolvida pelo especialista (o autor) ou pelo designer

instrucional, em parceria com o especialista do conteúdo, cuja visão é aprofundada

em uma determinada área do conhecimento, porque o domínio do conhecimento é

familiar a ele e representa a sua prática e ação didática.

Segundo as “boas práticas” sugeridas por Novak e Canãs (2008), o caminho

para a criação de um bom mapa conceitual é relacionar inicialmente uma série de

conceitos, cujo número depende do projeto: é mais ou menos acurado.

O mapa conceitual deve ser utilizado para planejar a efetivação dos

currículos escolares, conforme os autores citados orientam que se parta do corpo

da disciplina (do mais geral), dividida em grandes temas (macro conceitos), que

podem ser tratados como mapas individuais ou ramificações de um único mapa

para as atividades (o mais simples). Quando esse mapa é utilizado no planejamento

de objetos virtuais de aprendizagem, pressupõe-se maior eficácia desses objetos no

processo de ensino–aprendizagem.

Repensar o processo de produção de material didático (objetos de

aprendizagem) disponibilizados na educação a distância, implica também refletir

sobre os bens materiais e os espaços imateriais, sobre conhecimentos tácitos e

explícitos, sobre artefatos e metodologias, sobre agentes humanos e não humanos,

cujo contributo na dinâmica da evolução da modalidade é um elemento

estruturante, fundamental.

Essa interação possível entre humanos e não humanos, mediada pelo

processo de ensino–aprendizagem, pode estabelecer uma relação de cooperação e

autonomia se bem planejada. E pode ser iniciada antes mesmo do descortinar de

seu cenário, na fase de planejamento e produção do material didático, dos objetos

de aprendizagem, com o apoio de uma metodologia que oriente os humanos

(equipe multidisciplinar) e se aproprie de forma associativa e interativa dos não

humanos (metodologia de mapa conceitual e objeto de aprendizagem),

potencializando todo o processo.

Buscando contribuir para a pontencialização deste processo, apresenta-se

este curso de qualificação para designer instrucional, para habilitar este

profissional ao uso de Mapas Conceituais para o planejamento pedagógico de

disciplinas e apoio na criação de Objetos Virtuais de Aprendizagem.

Plano de ensino

Objetivos do curso

Os módulos I, II e III têm por objetivo principal fundamentar teoricamente o

designers instrucionais para o uso de mapas conceituais na sua prática de

construção de materiais didáticos e planejamento pedagógico da apresentação dos

conteúdos disciplinares. Os módulos IV e V têm por objetivo principal testar a

teoria na prática, e o módulo VI construir conhecimento coletivo por meio das

apresentações de trabalhos e discussão de dificuldades e descobertas. Para tanto,

os objetivos específicos são:

• Compreender a complexidade envolvida no planejamento pedagógico de

uma disciplina;

• Conhecer a metodologia técnica dos Objetos Virtuais de Aprendizagem;

• Habilitar-se ao uso da ferramenta CMaps;

• Testar a teoria na elaboração de um planejamento pedagógico através de

mapa conceitual;

• Eleger e mapear Objetos Virtuais de Aprendizagem.

Ementa

Planejamento e Elaboração de materiais didáticos para Educação a

Distancia; processo de produção de materiais didáticos; Objetos Virtuais de Aprendizagem; Mapas Conceituais auxiliando o processo de construção de materiais didáticos.

Carga horária

A carga horária total da disciplina é de 15 horas. Total 6 semanas.

Apresentamos os módulos teóricos nos mapas a seguir:

Figura 2: Mapa conceitual módulo 1_Planejamento Pedagógico de Disciplina

Figura 3: Mapa conceitual módulo 2_Objetos de aprendizagem

Figura 4: Mapa conceitual módulo 3_Mapas conceituais

Considerações finais

Muitos são os conhecimentos, suas áreas e domínios específicos, no entanto,

é consenso geral entre pesquisadores epistemológicos que os conhecimentos de

diversas áreas se relacionam por mais específicos que pareçam. Os educadores em

grande maioria defendem a interdisciplinaridade e a transdisciplinaridade como

forma eficaz de ensino-aprendizagem.

A hipermídia permite prover flexibilidade por associar diferentes meios e

informações, é adequada para fomentar a interdisciplinaridade, e a flexibilidade no

sentido de "articular os saberes" em toda sua complexidade. A hipermídia educativa

tem por objetivo organizar conhecimentos em variadas mídias, apresentando

formatos mais adequados a cada conteúdo e favorecendo assim a aprendizagem

significativa.

Os sistemas de hipertexto, não lineares e multidimensionais, se

apropriadamente planejados, têm o potencial para lidar com aspectos da

estruturação irregular dos domínios de conhecimento e promover aspectos da

flexibilidade cognitiva. Ao oferecer esquemas múltiplos de organização e

representação e integração do conhecimento, concretizados em hipermídia.

Conforme discussão apresentada aqui, estes novos formatos são o grande

desafio para profissionais, professores, autores e designers educacionais atuantes

que buscam práticas educativas mais atualizadas, pois, para que cumpram sua

missão de facilitador da aprendizagem, estes novos formatos exigem um

planejamento eficaz da estrutura do domínio do conhecimento focado. Para

articular e organizar os conhecimentos o mapa conceitual se apresenta como uma

ferramenta promissora para auxiliar os profissionais envolvidos neste desafio.

A pesquisa esta em andamento, sendo que no momento iniciam-se as novas

‘boas práticas’ da equipe de design educacional com os materiais didáticos da

UAB/UFSC, no entanto, ainda não foi possível até o momento, avaliar os resultados

finais desta implementação no processo de produção.

Referências Bibliográficas

AUSUBEL, D. P. Educational psychology: a cognitive view. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1968. BADDELEY, A.D. Working Memory. Oxford, England: Oxford University Press, 1999. CLARK, J. M. & PAIVIO. A. Dual coding theory and education. Educational Psychology Review, 1991, 3(3), 149-170. MAYER, R. E., & ANDERSON, R. B. Animations need narrations: An experimental test of a dual-coding hypothesis. Journal of Educational Psychology, 1991. 83(4), 484-490. MARCHIONINI, G. Hipermídia e a aprendizagem: Liberdade e caos. Tecnologia Educacional, 1988, 28 (11), 8-12. NOVAK, J. D.; CANÃS , A. J. A teoria subjacente aos mapas conceituais e como elaborá-los e usá-los. Práxis Educativa, Ponta Grossa, v.5, n.1, p. 9-29 , jan.-jun. 2010. Tradução de “The theory underlying concept maps and how to construct and use them”, disponível em:, 1998. Disponível em: <<http://cmap.ihmc.us/Publications/ResearchPapers/TheoryUnderlyingConceptMaps.pdf>. Traduzido com a autorização dos autores. Tradução de Luis Fernando Cerri (PPGE/UEPG), com revisão técnica de Fabiano Morais.. Acesso em: 16 mar. 2010.

NOVAK, J. D. A theory of education. Ithaca, NY: Cornell University Press, 1977. NOVAK, J. D. Learning, creating, and using knowledge: concept maps as facilitative tools in schools and corporations. Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 1998. PAIVIO, A. Mental Representations. New York: Oxford University Press, 1986. PEREIRA, A. T. C.; GONÇALVES, M. M. Hipermídia e Multimídia. Acesso em 10.03.2010. Disponível em: http://www.avaad.ufsc.br/hiperlab/avaad/moodle/file.php/392/Multimidia_e_Hipermidia/fhadg_multimidia_e_hipermidia.pdf _______. Arquitetura da Informação. Acesso em 17.03.2010. Disponível em: http://www.avaad.ufsc.br/hiperlab/avaad/moodle/file.php/392/fhadg_arquitetura_da_informacao.pdf REZENDE, F.; COLA, C. S. D. Hipermídia na educação: Flexibilidade cognitiva, interdisciplinaridade e complexidade. En publicacion: Ensaio: Pesquisa em educação em ciências, vol. 6, no. 2. FaE, Faculdade de Educacao, UFMG, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil: Brasil. Diciemnbre. 2004 1415-2150. SPIRO, R. J.; JEHNG, E. J-C. (1990). Cognitive Flexibility and Hypertext: theory And technology for the nonlinear and multidimensional traversal of Complex subject matter. In Don Nix e R. Spiro (Eds.) Cognition, Education, and Multimedia: Exploring Ideas in High Technology, Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum Associates, 163-205. SPIRO, R. J.; FELTOVICH, P. J.; JACOBSON, M. J.; COULSON, R. L. Cognit ive Flexibility, constructivism and Hypertext: Random Access Instruction for Advanced Knowledge Acquisition in Ill- structured Domains. Educational Technology, 1991, 24-33. SPIRO, R. J.; FELTOVICH, P. J.; JACOBSON, M. J.; COULSON, R. L. Cognitive flexibility, constructivism, and hypertext: Random access instruction for advanced knowledge acquisition in ill-structured domains. In T. M. Duffy; D. H. Jonassen (Eds.) Constructivism and the technology of instruction: A conversation. Hillsdale, NJ: Lawerence Erlbaum Associates. (1992).

i Márcia Melo BORTOLATO, Mestranda Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Programa de pós-graduação em Design e Expressão Gráfica [email protected] ii Alice Theresinha Cybis PEREIRA, PhD Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Programa de pós-graduação em Design e Expressão Gráfica [email protected] iii Marília Matos GONÇALVES, Dra Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Programa de pós-graduação em Design e Expressão Gráfica [email protected]