O USO DE FERRAMENTAS ELECTRÓNICAS PELOS ALUNOS DO CURSO ... · curso de Assessoria e Tradução do...

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JOÃO MANUEL FREIXO RODRIGUES LEITE O USO DE FERRAMENTAS ELECTRÓNICAS PELOS ALUNOS DO CURSO DE ASSESSORIA E TRADUÇÃO DO INSTITUTO SUPERIOR DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DO PORTO PORTO JUNHO DE 2014

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JOÃO MANUEL FREIXO RODRIGUES LEITE

O USO DE FERRAMENTAS ELECTRÓNICAS PELOS ALUNOS DO

CURSO DE ASSESSORIA E TRADUÇÃO DO INSTITUTO SUPERIOR

DE CONTABILIDADE E ADMINISTRAÇÃO DO PORTO

PORTO

JUNHO DE 2014

João Manuel Freixo Rodrigues Leite

Aluno de Ciência da Informação, em 2014, na Universidade de Letras da

Universidade do Porto

O Uso de Ferramentas Electrónicas Pelos Alunos do Curso de

Assessoria e Tradução do Instituto Superior de Contabilidade e

Administração do Porto

Trabalho apresentado no âmbito da Unidade Curricular Comportamento

Informacional.

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

Via Panorâmica, s/n, 4150-564 Porto, Portugal

Junho de 2014

Sumário

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4

2. CONCEITOS OPERATÓRIOS ............................................................................. 5

2.1. Procedimentos Metodológicos ....................................................................... 5

2.2. Contexto ......................................................................................................... 6

2.3. Meio Ambiente ............................................................................................... 6

2.4. Necessidade Informacional ............................................................................ 6

3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .............................................................. 7

3.1. Caracterização da Amostra ............................................................................ 7

3.2. Resultados Obtidos ........................................................................................ 8

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO RESULTADOS ................................................. 14

5. MODELO DE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL ..................................... 16

CONCLUSÃO ............................................................................................................ 18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 19

ANEXO ...................................................................................................................... 20

Índice de Gráficos

Gráfico 1 - Sexo .......................................................................................................... 7

Gráfico 2 - Idade .......................................................................................................... 7

Gráfico 3 – Línguas estudadas .................................................................................... 8

Gráfico 4 – Utilização do Google Tradutor .................................................................. 8

Gráfico 5 – Contexto em que utiliza o Google Tradutor .............................................. 9

Gráfico 6 – Línguas em que utiliza o Google Tradutor ................................................ 9

Gráfico 7 – Uso do Google Tradutor ......................................................................... 10

Gráfico 8 – Sites utilizados para a tradução .............................................................. 10

Gráfico 9 – Como obteve conhecimento das ferramentas ........................................ 11

Gráfico 10 – Línguas em que são utilizados os sites ................................................ 11

Gráfico 11 – Uso dos sites ........................................................................................ 12

Gráfico 12 – Motivo de utilização do site ................................................................... 12

Gráfico 13 – Satisfação do uso dos sites .................................................................. 13

Gráfico 14 – Motivo de insatisfação .......................................................................... 13

4

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho insere-se na unidade curricular de Comportamento

Informacional do 2º ano do curso de Ciência da Informação, leccionado na

Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) pelo docente Armando

Malheiro.

O objectivo proposto pelo docente foi a selecção de um núcleo temático, de

entre vários apresentados, e a escolha de um caso em concreto que se enquadre no

núcleo escolhido. O caso escolhido insere-se no “Núcleo E - Produção, Busca e Uso

de Informação na web através dos mais diversos tipos de sites, entre a infoexclusão

e a profusão confusa e desequilibrada de "conteúdos”“ e consiste em perceber a

importância das ferramentas electrónicas (sites) e a forma como estas são utilizadas

pelos estudantes do 3º ano do curso de Assessoria e Tradução do Instituto Superior

de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), no apoio à actividade de

tradução.

A escolha deste caso vem na sequência dos conteúdos leccionados na

unidade curricular de Fontes de Informação e Serviços de Referência, onde se teve

contacto com ferramentas que permitem o acesso à informação. Deste modo

considerei interessante e desafiante perceber quais as ferramentas electrónicas e a

sua importância para outros estudantes do ensino superior, nomeadamente os

alunos do 3º ano de Assessoria e Tradução do ISCAP. A escolha desta amostra e

desta instituição em concreto, deveu-se à possibilidade de puder contactar com

outra realidade diferente daquela que estou habituado.

Como instrumento metodológico para a realização deste trabalho será

adoptado o método quadripolar.

Ao longo do trabalho irão ser abordados os conceitos operatórios utilizados

para a realização do mesmo, serão apresentados e analisados os resultados e será

feita a associação do caso com um modelo de comportamento informacional.

5

2. CONCEITOS OPERATÓRIOS

Primeiramente é necessário perceber o que é comportamento informacional.

Podemos então definir comportamento informacional “como o modo de ser ou de

reagir de uma pessoa ou de um grupo numa determinada situação e contexto,

impelindo por necessidades induzidas ou espontâneas, no que toca exclusivamente

à produção/emissão, recepção, memorização/guarda, reprodução e difusão de

informação” (DELTCI). O comportamento informacional corresponde também a uma

vertente do objecto de estudo da Ciência da Informação, que em conjunto com a

vertente de Organização e Representação da Informação e da Génese (Origem e

Produção de Informação) dão origem à Gestão da Informação.

2.1. Procedimentos Metodológicos

Antes da realização do trabalho senti-me na necessidade de rever a matéria

leccionada na unidade curricular, bem como consultar alguma bibliografia indicada

pelo docente, para desta forma me elucidar um pouco mais sobre os conceitos

operatórios ao meu dispor e para dessa forma os poder enquadrar da melhor forma

com o caso escolhido.

Após os conhecimentos estarem consolidados e os objectivos do trabalho

estarem devidamente definidos, realizou-se uma verificação de literatura para

verificar a existência de outros estudos de caso iguais ou semelhantes ao que foi

proposto inicialmente estudar. Após essa pesquisa foi possível verificar que não

existe nenhuma literatura directamente ligada com o uso de ferramentas electrónicas

por estudantes como apoio à tradução.

De seguida foi necessário estabelecer as técnicas para recolha de dados. A

primeira consistiu na realização de uma pequena entrevista com alguns alunos do

curso de Assessoria e Tradução do ISCAP e a segunda na realização de um

inquérito por questionário (que se encontra disponível em anexo), à grande maioria

dos alunos. A realização da entrevista teve como objectivo conhecer o curso e

permitiu-me conhecer algumas ferramentas aplicadas na tradução, algo que até aqui

desconhecia. O inquérito foi criado com base no que se pretendia estudar

inicialmente e com base nos dados obtidos na entrevista. A realização da entrevista

levantou um problema que não estava inicialmente previsto, que foi a amostra estar

limitada apenas aos alunos do 3º ano, uma vez que são apenas os alunos deste ano

a utilizarem as ferramentas de apoio à tradução.

6

2.2. Contexto

O contexto é definido “como uma unidade agregadora de elementos

materiais (…), tecnológicos (…) e simbólicos (…) que envolvem o(s) sujeitos de

acção info-comunicacional através de momentos circunstanciais delimitados

cronologicamente (situação).” (SILVA, 2006, p.144).

Aplicando este conceito, é possível estabelecer como contexto é o Instituto

Superior de Contabilidade e Administração do Porto, de referir que este é um

contexto orgânico institucional.

2.3. Meio Ambiente

O meio ambiente é “a realidade política, económica, social e cultural que

condiciona e envolve os contextos e situações comportamentais relativas ao fluxo e

ao uso/reprodução de informação.” (SILVA, 2006, p.154).

Posto isto, o pano de fundo onde tudo acontece – meio ambiente onde se

encontra o contexto – é o concelho de Matosinhos, pois é a localidade a que

pertence o ISCAP.

2.4. Necessidade Informacional

Por necessidade informacional entende-se uma motivação que “predispõe

ou orienta directamente um individuo a buscar e a (re)produzir informação em

determinada situação dentro de um determinado contexto tendo como pano de

fundo um meio ambiente”. (DELTCI).

A necessidade de informação surge quando os alunos têm dificuldades em

traduzir, desde um texto, uma frase ou uma palavra e para satisfazer essa

necessidade utilizam as ferramentas que têm ao seu dispor.

7

13

15

10

11

12

13

14

15

16

Masculino Feminino

Sexo

20

4 4

0

5

10

15

20

25

18 a 23 anos 24 a 30 anos + 30 anos

Idade

3. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

3.1. Caracterização da Amostra

A amostra é constituída por um total de vinte e oito alunos da Licenciatura de

Assessoria e Tradução do ISCAP. Este número reduzido deve-se ao facto de

apenas os alunos do 3º ano trabalharem com ferramentas electrónicas.

Das respostas obtidas, 15

alunos são do sexo feminino, enquanto

os restantes são do sexo masculino.

Vinte dos inquiridos situam-se

na faixa etária dos 18 aos 23 anos,

sendo esta a faixa etária maioritária.

Gráfico 1 - Sexo

Gráfico 2 - Idade

8

28

22

5

22

5

0

5

10

15

20

25

30

Inglês Alemão Russo Espanhol Francês

Que línguas estuda?

25

3

0

5

10

15

20

25

30

Sim Não

Utiliza o Google Tradutor?

3.2. Resultados Obtidos

De todas as línguas estudadas é possível verificar que todos os alunos

frequentam inglês.

Relativamente às restantes línguas é importante salientar que os alunos têm

que escolher entre Alemão ou Russo e Espanhol ou Francês. E é possível que o

número de respostas seja igual e a maioria dos alunos frequenta Alemão e

Espanhol. Existindo apenas um aluno que não frequenta as línguas referidas

anteriormente, frequentando apenas inglês.

Pode-se verificar que a

maioria dos estudantes utiliza o

Google Tradutor, vinte e cinco dos

inquiridos utilizam esta ferramenta.

Gráfico 3 – Línguas estudadas

Gráfico 4 – Utilização do Google Tradutor

9

17

24

0

5

10

15

20

25

30

Casa Faculdade

Em que contexto o utiliza?

11

17

5

3 4

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Inglês Alemão Russo Espanhol Francês

Em que língua(s) o utiliza?

É possível verificar que os

alunos tanto utilizam o Google

Tradutor em casa como na

faculdade, mas como o contexto em

estudo é a faculdade, observa-se

que vinte e quatro alunos utilizam

esta ferramenta neste local.

É possível apurar que é no Alemão que o Google Tradutor é mais utilizado.

Gráfico 5 – Contexto em que utiliza o Google Tradutor

Gráfico 6 – Línguas em que utiliza o Google Tradutor

10

10

13

16

3

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Tradução integralde texto

Tradução parcialde texto

Compreensão dotexto

Outro

Nessa(s) língua(s) utiliza-o para?

26

4

13

10

0

5

10

15

20

25

30

Linguee Sensagent Tradutor bab.la Outro

Que sites utiliza para apoio à tradução?

O Google Tradutor é utilizado maioritariamente para compreensão de texto.

Dos vinte e oito inquiridos, nota-se uma grande preferência em utilizarem o

Linguee no apoio à tradução. Não impedindo isso de serem utilizadas outras

ferramentas/sites.

Gráfico 7 – Uso do Google Tradutor

Gráfico 8 – Sites utilizados para a tradução

11

20

12

6

1

0

5

10

15

20

25

Sugestãoprofessor /

pessoaespecializada na

área

Conhecimentopróprio

Sugestão colega Outro

Como teve conhecimento deste(s)?

26

21

3

17

5

0

5

10

15

20

25

30

Inglês Alemão Russo Espanhol Francês

Em que língua(s) utiliza-o(s)?

Vinte dos inquiridos ficaram a conhecer estas ferramentas por intermédio do

professor ou por uma pessoa especializada na área da tradução.

É possível verificar que a maioria das ferramentas de tradução são aplicadas

à língua inglesa.

Gráfico 9 – Como obteve conhecimento das ferramentas

Gráfico 10 – Línguas em que são utilizados os sites

12

5

18 18

5

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

Tradução integralde texto

Tradução parcialde texto

Compreensão dotexto

Outro

Nessa(s) língua(s) utiliza-o(s) para:

4 6

23

12

17

8

0

5

10

15

20

25

Utilização porpessoas

especializadasna área

Maisindicado(s)para uso

profissional

Facilidade nabusca da

informação

Fiabilidade dainformação

obtida

Fácil utilização Váriassoluçõestradução

Motivo de utilização:

Aqui se verifica um igual número de respostas para a utilização dos sites na

tradução parcial de texto e para a compreensão do texto.

Grande parte dos inquiridos utilizam estes sites porque é fácil encontrar lá a

informação desejada.

Gráfico 11 – Uso dos sites

Gráfico 12 – Motivo de utilização do site

13

13

15

0 0

2

4

6

8

10

12

14

16

Sim Ás vezes Não

Sente-se satisfeito com a utilização destes?

8

9

2

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

É limitado Fornece por vezesinformação incompleta

Outro

Porque não se sente satisfeito com os sites?

Apesar de nenhum dos inquiridos se manifestar verdadeiramente insatisfeito

com o uso dos sites, quinze por vezes ficam insatisfeitos, enquanto treze ficam

completamente satisfeitos com estes.

Os alunos consideram de forma muito semelhante que as ferramentas são

limitadas e que fornecem informação incompleta.

Gráfico 13 – Satisfação do uso dos sites

Gráfico 14 – Motivo de insatisfação

14

4. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO RESULTADOS

A informação obtida elucida a importância que as ferramentas de tradução

têm hoje em dia no apoio à actividade da tradução. Estas ferramentas não vieram

retirar trabalho aos profissionais da área. Vieram sim dar-lhes um apoio para que

desta forma possam efectuar o seu trabalho de uma forma mais rápida, correcta e

fiável.

Passando à análise dos resultados, é possível verificar que a ferramenta

mais conhecida do público em geral, de tradução (Google Tradutor), é bastante

utilizada por parte dos estudantes do 3º ano do curso de Assessoria e Tradução,

sendo que apenas três dos inquiridos não utilizam esta ferramenta. Dentro dos que

responderam que a utilizam, apenas um não a utiliza no “contexto” faculdade.

Atendendo agora às línguas que utilizam o Google Tradutor (gráfico 6), é

curioso verificar, e lembrando o gráfico 3, que cinco alunos responderam que

frequentam russo, e esses mesmo alunos disseram que utilizam esta ferramenta

nesta disciplina, isto pode ser explicado pela complexidade que esta língua

apresenta. Olhando agora para a língua espanhola verifica-se que apenas três

inquiridos utilizam esta ferramenta nesta disciplina, isto pode-se explicar por o facto

desta língua se assemelhar ao português o que facilita o processo de tradução e

também pela proibição da utilização desta ferramenta pela docente (pude constatar

isto através do contacto com os alunos).

Olhando agora para o gráfico 7, é perceptível que os alunos utilizam

maioritariamente o Google Tradutor para compreenderem o texto que têm de

traduzir, ao contrário do utilizador comum que utiliza esta ferramenta para fazer

traduções de texto.

Considerando agora os sites específicos utilizados pelos alunos, é

importante referir primeiramente que pude chegar à escolha da predefinição destes

três por intermédio da entrevista realizada em primeira instância. Analisando agora

os dados obtidos é possível verificar (gráfico 8) que a preferência dos inquiridos vai

para o Linguee, vinte e seis dos vinte e oito inquiridos utilizam esta ferramenta.

Sendo o principal motivo para a sua utilização (gráfico 12) a facilidade na busca de

informação. Os alunos sentem-se confiantes em utilizar estes sites pois foram

sugeridos pelo professor ou são utilizados por pessoas especializadas na área da

tradução (gráfico 9).

15

Tendo em conta agora as línguas onde são utilizadas estas ferramentas

(gráfico 10) e comparando com as línguas onde o Google Tradutor é utilizado

(gráfico 6), é possível verificar um aumento em todas as línguas exceptuando o

russo que ouve uma diminuição da sua utilização. O maior aumento deu-se no

inglês.

Estas ferramentas são maioritariamente utilizadas (gráfico 11) para se

realizar uma tradução parcial do texto e para ajudar a compreender o texto, isto

permite ao aluno de tradução ter uma noção do texto que tem diante de si e do que

este trata permitindo-lhes assim realizar a sua actividade de uma melhor forma.

Apesar da grande utilização destas ferramentas, estas não são totalmente

satisfatórias havendo quinze inquiridos a manifestar o seu desagrado, mas por outro

lado treze consideram-se satisfeitos com a sua utilização (gráfico 13). Aqueles que

manifestaram o seu desagrado consideram os sites limitados e observam que estes

fornecem informação incompleta (gráfico 14).

Em suma, com a análise dos dados obtidos é possível verificar que estas

ferramentas são um importante suporte ao trabalho de um tradutor e não um

substituto para a sua profissão. Pois estas ferramentas dão uma tradução

instantânea da informação lá inserida, mas não dão aquele toque que o ser humano

tem a capacidade para dar. Ou seja, a máquina faz a tradução da informação que o

utilizador lá insere não se preocupando se as frases fazem sentido e se estão

perceptíveis ao ser humano. Por outro lado o tradutor humano tem essa

preocupação, mas como hoje em dia o tempo é escasso, o tradutor humano faz uso

das ferramentas para traduzir o grosso da informação e posteriormente adapta-a às

necessidades do utilizador.

16

5. MODELO DE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL

Inicialmente é importante referir que um modelo é uma representação

simplificada, mas que permite perceber certas características essenciais de

determinada área do conhecimento.

Por outras palavras, um modelo é um “sistema físico, matemático ou lógico

que representa as estruturas essenciais de uma realidade e é capaz de, no seu

nível, explicar ou reproduzir, dinamicamente, o funcionamento dessas mesmas

estruturas” (SILVA).

Os modelos de comportamento informacional constituem instrumentos que

permitem identificar os aspectos, as características ou as variáveis que compõem o

comportamento de procura de informação de um utilizador ou de um grupo de

utilizadores, dentro de um determinado campo ou domínio especifico,

Neste caso específico, espera-se que o modelo explique o comportamento

dos alunos da Licenciatura de Assessoria e Tradução e a sua necessidade na

utilização das ferramentas electrónicas de tradução.

Posto isto e atendendo aos diversos modelos existentes, pude verificar que

não existe um modelo que se enquadre na perfeição com o caso em estudo. Mas

face a isto, foi possível identificar um modelo que se encaixa neste caso, sendo este

o modelo de Carol Khulthau (1991), designado por Information Search Process

(ISP).

O principal conceito de modelo é que “a busca de informação deve ser vista

como um processo em construção, no qual os utilizadores progridem desde a

incerteza até ao pleno conhecimento, sendo o estado de partida, ou seja, a

incerteza, um estado cognitivo causador de ansiedade e de falta de confiança.”

(SILVA, 2010, p.35).

Este modelo capta as etapas de um processo em que é possível sublinhar

sequências de características de diversos níveis, sentimentos, pensamentos e até

mesmo acções. A estes diferentes níveis correspondem tarefas que permitem

progredir na busca.

Segue-se um esquema com a aplicação das etapas do ISP ao caso em

estudo.

17

Etapas em ISP Sentimentos Acções Tarefas

1. Iniciação Incerteza

Recolha da

informação/documento

que será traduzido.

Detecção de principais

dificuldades que

possam surgir.

Recolha;

Detectar

dificuldades.

2. Selecção Optimismo

Procura e selecção

da(s) ferramenta(s)

necessária(s) para

apoiar na tradução da

informação/documento.

Identificar;

Seleccionar.

3. Exploração Confusão,

frustração, dúvida

Busca de informação

na(s) ferramenta(s)

para apoiar e satisfazer

necessidades, caso

existam.

Investigar.

4. Formulação Clareza

Aproximação do

resultado final da

tradução.

Formular.

5. Colecção Orientação

Busca de linguagem

mais técnica, caso seja

necessário.

Recolher

6. Apresentação Satisfação Apresentação do

resultado final. Completar

18

CONCLUSÃO

Com a realização deste trabalho foi possível pôr em prática os

conhecimentos adquiridos nas aulas da unidade curricular.

Com este trabalho foi possível verificar que as ferramentas electrónicas são

um importante apoio aos estudantes do 3º ano da Licenciatura de Assessoria e

Tradução do ISCAP. Mas apesar destas ferramentas terem a capacidade de

efectuar a tradução total ou parcial da informação, elas não substituem de modo

algum o tradutor, pois este é necessário para dar o toque humano à tradução.

Este trabalho incide apenas numa pequena amostra e nas ferramentas que

estes usam, por isso não é certo que em outras instituições ou outros cursos se

proceda da mesma forma. Este trabalho pode servir assim como mote ao estudo de

outros cursos ligados à tradução e a forma como estes educam os seus estudantes.

19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DICIONÁRIO ELECTRÓNICO DE TERMINOLOGIA EM CIÊNCIA DA

INFORMAÇÃO: Comportamento Informacional [em linha]. [Consult. em 12 mai.

2014]. Disponível na WWW: <URL:

http://www.ccje.ufes.br/arquivologia/deltci/def.asp?cod=21>

DICIONÁRIO ELECTRÓNICO DE TERMINOLOGIA EM CIÊNCIA DA

INFORMAÇÃO: Necessidade [em linha]. [Consult. em 12 mai. 2014]. Disponível na

WWW: <URL: http://www.ccje.ufes.br/arquivologia/deltci/def.asp?cod=61>

SILVA, Armando Malheiro da - Modelos e Modelizações em Ciência da

Informação: O Modelo eLit.pt e a investigação em literacia informacional. Revista

PRISMA.COM [em linha]. Nº 13 (2010). [Consult. 10 mai. 2014]. Disponível na

WWW: <URL: http://revistas.ua.pt/index.php/prismacom/article/view/785/710>. ISSN:

1646 - 3153

SILVA, Armando Malheiro da. A Informação: da compreensão do fenómeno

e construção do objecto científico. Porto: Edições Afrontamento, 2006. ISBN 972-36-

0859-3.

20

ANEXO

A utilização de sites de tradução por parte dos alunos da área.

Sou aluno da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, do curso de

Ciência da Informação. Estou a realizar um inquérito no âmbito da unidade curricular

de Comportamento Informacional 2013/2014.

Com este trabalho pretendo saber quais os sites que os estudantes de

Assessoria e Tradução utilizam como apoio à tradução.

Desde já agradeço a disponibilidade e a colaboração.

*Obrigatório

1. Sexo * o Masculino

o Feminino

2. Idade * o 18 a 23 anos

o 24 a 30 anos

o + 30 anos

3. Que línguas estuda? * o Inglês

o Alemão

o Russo

o Espanhol

o Francês

4. Utiliza o Google Tradutor? * o Sim (Passe para a pergunta 5.)

o Não (Passe para a pergunta 8.)

Utilização do Google Tradutor

5. Em que contexto o utiliza? * o Casa - situações do quotidiano que não envolvam a faculdade

o Faculdade

6. Em que língua(s) o utiliza?

(Só responder se na pergunta anterior seleccionou a opção "Faculdade")

o Inglês

o Alemão

o Russo

o Espanhol

o Francês

7. Nessa(s) língua(s) utiliza-o para: o Tradução integral de texto

o Tradução parcial do texto

o Compreensão do texto

o Outra:

Sites de Apoio à tradução

8. Que sites utiliza para apoio à tradução? * o Linguee

o Sensagent

o Tradutor bab.la

o Outra:

9. Como teve conhecimento deste(s)? * o Sugestão professor / pessoa especializada na área

o Conhecimento próprio

o Sugestão colega

o Outra:

10. Em que língua(s) utiliza-o(s)? * o Inglês

o Alemão

o Russo

o Espanhol

o Francês

11. Nessa(s) língua(s) utiliza-o(s) para: * o Tradução integral de texto

o Tradução parcial do texto

o Compreensão do texto

o Outra:

12. Motivo de utilização: *

(Pretende-se saber o que influência a sua utilização)

o Utilização por pessoas especializadas na área

o Mais indicado(s) para uso profissional

o Facilidade na busca da informação desejada

o Fiabilidade da informação obtida

o Fácil utilização

o Várias soluções tradução

o Outra:

13. Sente-se satisfeito com a utilização destes? * o Sim (Pare de preencher este formulário.)

o Ás vezes (Passe para a pergunta 14.)

o Não (Passe para a pergunta 14.)

Insatisfação com os sites

14. Porque não se sente satisfeito com os sites? * o É limitado

o Fornece por vezes informação incompleta

o Outra: