O Umbral.doc

17
O Umbral Localiza-se em um universo paralelo que ocupa um espaço invisível aos nossos sentidos, que vai do solo terrestre até a algumas dezenas de metros de altura na nossa atmosfera. O tempo, e as condições climáticas do Umbral seguem um ritmo equivalente ao local terrestre onde se encontra. Quando é noite sobre uma cidade, é noite em sua equivalência no Umbral. A névoa densa que cobre toda atmosfera dificulta a penetração da luz solar e da lua. A impressão que se tem é que o dia é formado por um longo e sombrio fim de tarde. À noite não é possível ver as estrelas e a lua aparece com a cor avermelhada entre grossas nuvens. Sua maior concentração populacional está junto as regiões mais populosas do globo. Encontramos cidades de todos os portes, grupos de nômades e espíritos solitários que habitam pântanos, florestas e abismos. É descrito por quem já esteve lá como sendo um ambiente depressivo, angustiante, de vegetação feia, ambientes sujos, fedorentos, de clima e ar pesado e sufocante. Para alguns espíritos é uma região terrível e horripilante. Para outros é o local onde optaram viver. A vegetação varia de

Transcript of O Umbral.doc

O UmbralLocaliza-se em um universo paralelo que ocupa um espao invisvel aos nossos sentidos, que vai do solo terrestre at a algumas dezenas de metros de altura na nossa atmosfera.O tempo, e as condies climticas do Umbral seguem um ritmo equivalente ao local terrestre onde se encontra. Quando noite sobre uma cidade, noite em sua equivalncia no Umbral. A nvoa densa que cobre toda atmosfera dificulta a penetrao da luz solar e da lua. A impresso que se tem que o dia formado por um longo e sombrio fim de tarde. noite no possvel ver as estrelas e a lua aparece com a cor avermelhada entre grossas nuvens. Sua maior concentrao populacional est junto as regies mais populosas do globo. Encontramos cidades de todos os portes, grupos de nmades e espritos solitrios que habitam pntanos, florestas e abismos. descrito por quem j esteve l como sendo um ambiente depressivo, angustiante, de vegetao feia, ambientes sujos, fedorentos, de clima e ar pesado e sufocante. Para alguns espritos uma regio terrvel e horripilante. Para outros o local onde optaram viver. A vegetao varia de acordo com a regio do Umbral. Muitas vezes constituda por pouca variedade de plantas. As rvores so normalmente de baixa estatura, com troncos grossos e retorcidos, de pouca folhagem. Existem tambm reas desertas, locais rochosos, e lugares de vegetao rasteira composta de ervas e capim. possvel encontrar alguns tipos de animais e aves desprovidos de beleza. No Umbral se encontram montanhas, vales, rios, grutas, cavernas, penhascos, plancies, regies de pntano e todas as formas que podem ser encontradas na Terra.Como os espritos sempre se agrupam por afinidade (igual a todos ns aqui na Terra), ou seja, se unem de acordo com seu nvel vibracional, existem inmeras cidades habitadas por espritos semelhantes. Algumas cidades se apresentam mais organizadas e limpas do que outras. Todas possuem espritos lideres que so chamados de diversos nomes: chefes, governadores, mestres, presidentes, imperadores, reis etc. So espritos inteligentes mas que usam sua inteligncia para a prtica consciente do mal. So estudiosos de magia, conhecem muito bem a natureza e adoram o poder, quase sempre odeiam o bem e os bons que podem por em risco sua posio de liderana.H grupos de pessoas nas cidades que trabalham para os chefes. Acreditam ter liberdade e muitas vezes gostam de servirem seu chefe na ansiedade pelo poder e status. Consideram-se livres, mas na verdade no o so, ao menor erro ou na tentativa de fugir so duramente punidos.Existem os espritos escravos que vivem nas cidades realizando trabalho e mantendo sua estrutura sem receberem nada em troca alm da possibilidade de l morarem. So duramente castigados quando desobedecem e vivem cercados pelo medo imposto pelo chefe da cidade.As cidades possuem construes semelhantes s que encontramos nas cidades da Terra. As maiores construes so de propriedade do chefe e de seus protegidos. Sempre existem locais grandiosos para festas, e local para realizao de julgamentos dos que l habitam. Em cada cidade existem leis diferentes especificadas pelos seus lderes. L tambm encontramos bibliotecas recheadas de livros dedicados a tudo que de mal e negativo possa existir. Muitos livros e revistas publicados na Terra so encontrados l, principalmente os de contedo pornogrfico.Pode-se se perguntar: Porque permitido que existam estes chefes e esta estrutura negativa de tanto sofrimento? Deus nos permite tudo, ele nos deu o livre arbtrio. O homem tem total liberdade para fazer tudo de ruim ou tudo de bom. Quando faz ou constri algo de ruim acaba se prejudicando com isso e aos poucos, com o passar de anos ou de sculos vai aprendendo que o nico caminho para a libertao do sofrimento e da felicidade plena a prtica do bem. A vida na Terra e no Umbral funcionam como grandes escolas onde aprendemos no amor ou na dor.Ningum vai para o Umbral por castigo. A pessoa vai para o lugar que melhor se adapta sua vibrao espiritual. Quando deseja melhorar existe quem ajude. Quando no deseja melhorar fica no lugar em que escolheu. Todos que sofrem no Umbral um dia so resgatados por espritos do bem e levados para tratamento para que melhorem e possam viver em planos de vibraes superiores. Existem muitos que ficam no Umbral por livre e espontnea vontade se aproveitando do poder e dos benefcios que acreditam ter em seus mundos.Alm das cidades encontramos o que chamado deNcleos. No constitui uma cidade organizada como conhecemos, mas se trata de um agrupamento de espritos semelhantes. Os agrupamentos maiores e mais conhecidos so os dos suicidas. Estes ncleos so encontrados nas regies montanhosas, nos abismos e vales. Por serem espritos perturbados so considerados inteis pelos habitantes do Umbral e por isto no so aceitos e nem levados para as cidades em volta. Os vales dos suicidas so muito visitados por espritos bons e ruins. Os bons tentam resgatar aqueles que desejam sair dali por terem se arrependido com sinceridade do que fizeram. Os espritos ruins fazem suas visitas para se divertirem, para zombarem ou para maltratarem inimigos que l se encontram em desespero. No difcil imaginar um local com centenas de milhares de pessoas que cometeram suicdio, todas ali unidas, sem entender o que est acontecendo, j que no esto mortas como desejariam estar.Existem os ncleos de drogados onde tambm existem pequenas cidades. Existem algumas poucas cidades de drogados de porte grande no Umbral. Realizam-se grandes festas e so cidades movimentadas. Existem relatos psicografados sobre uma regio de drogados chamada deVale das Bonecase cidades como a deTongoque liderada por um Rei. Para todo tipo de vcio da carne existem cidades e ncleos de viciados. Por exemplo, existem cidades de alcolatras ou de compulsivos sexuais. Todos os viciados costumam visitar o planeta Terra em bandos para sugarem as energias prazerosas dos vivos que possuem os mesmos vcios.AQUI DETA: comum a existncia de ncleos de marginais. Locais onde esto reunidos assaltantes, assassinos, ladres, traficantes e outros tipos de criminosos em sintonia mtua.Nas regies fora das cidades e longe dos ncleos encontramos andarilhos solitrios, espritos considerados inteis at pelos povos de cidades e ncleos do Umbral.Grandes tempestades de chuva e raios ocorrem em todo Umbral. Tem importante funo de limpar os excessos de energias negativas acumuladas no solo e no ar, tornando o ambiente menos insuportvel aos seus habitantes.As cidades, tribos e vilarejos do Umbral normalmente possuem chefes ou lideres. So pessoas inteligentes com capacidade de liderana que costumam controlar, dominar e explorar as almas que nestas cidades residem. Como se pode ver no muito diferente da vida aqui na Terra, onde temos exploradores e explorados. Exercem seu controle a partir do medo, das mentiras, da escravido, de regras rgidas e violncia. Algumas sabem que esto no Umbral e sabem que trabalham pelo mal das pessoas. Seus reinados no duram muito tempo, j que espritos superiores trabalham para convenc-los sobre o mal que fazem a si mesmos fazendo o mal aos outros. comum que estes chefes desapaream inesperadamente destas cidades por terem sido resgatados por bons Samaritanos em suas misses. Em pouco tempo uma nova liderana acaba assumindo o posto de chefe nestas cidades.As regies umbralinas so as que mais se parecem com a Terra. Os espritos, por estarem ainda muito atrelados vida material, por lhes faltarem informaes e conhecimento, acabam vivendo suas vidas como se realmente estivessem vivos. As necessidades bsicas do corpo acabam se manifestando nestes espritos. Sofrem por sentirem dores, sono, fome, sede, desejos diversos.No Umbral encontramos grupos de pessoas que se consideram justiceiras. Coletam espritos desorientados em hospitais, cemitrios, e no prprio umbral. Pessoas que fizeram muito mal a outras durante a vida ou em outras vidas, e pessoas que fizeram poucos amigos e por isto no tem quem as possa ajudar. Estes espritos sedentos de vingana e de justia feita pelas prprias mos conseguem aprisionar e escravizar as pessoas que capturam. Acreditam que as pessoas que esto no Umbral s esto l por merecimento. E isto no deixa de ser verdade. Mas no lugar de ajudar estas pessoas, eles a maltratam por vingana e dio pelo mal que cometeram enquanto estavam vivas.Somente quando estas pessoas se arrependem dos erros que cometem na Terra e esquecem os sentimentos negativos que ainda nutrem que os espritos mais elevados conseguem se aproximar para seu resgate.Caractersticas do UmbralAmbienteO Umbral segue o ritmo da Terra, se na regio dos encarnados dia ou noite, se chove ou no, se faz frio ou calor, l tambm acontece o mesmo. No Umbral, o odor ruim, cheira a sujeira, lama podre e mofo. O ar pesado e sufocante.A natureza parece estar sempre carrancuda e revoltada, pois o dia nunca amanhece totalmente, e a penumbra uma constante.A vegetao no Umbral sempre pouca e no constituda de muitas espcies. A maioria das rvores so retorcidas, com troncos grossos, e no muito altas. Em alguns lugares, h vegetao rasteira que lembra ervas e capins da Terra. Servem de alimentao a muitos espritos que l vivem. Varia a vegetao pelos muitos pedaos do Umbral. L o solo diversificado, ora com lama, ora escorregadio ou seco.Existem diversas formas de cavernas, grutas e abismos no Umbral. Nas cavernas, grutas, no h vegetao e se houver bem pouca. As pedras so escuras, sem beleza, frio, l dentro, tem um salo onde normalmente h espritos presos. A escurido total.s vezes, violentas tempestades assolam essas regies, num esforo supremo de aliviar, limpar acmulos de miasmas e trevas criados pelo homem profundamente egosta. As tempestades ocorrem no Umbral como ocorrem na Terra. No so mandadas pelo Plano Maior, mas podem ser, s vezes, por necessidade. As tempestades fazem parte do dia-a-dia do Umbral.A paisagem quando no totalmente escura, parece banhada de luz alvacenta, como que amortalhada em neblina espessa, que os raios de sol aquecessem de muito longe.A noite no Umbral se mostra mais assustadora. S se v a lua, quando cheia, sendo avermelhada. L bem escura a noite.Tudo isto existe porque tem quem os habite.Espritos que vivem no UmbralH legies compactas de almas irresolutas e ignorantes, que no so suficientemente perversas para serem enviadas a colnias de reparao mais dolorosa, nem bastante nobres para serem conduzidas a planos de elevao. Representam fileiras de habitantes do Umbral, companheiros imediatos dos homens encarnados, separados deles apenas por leis vibratrias.No de estranhar, portanto, que semelhantes lugares se caracterizem por grandes perturbaes. L vivem, agrupam-se, os revoltados de toda espcie. Formam, igualmente, ncleos invisveis de notvel poder, pela concentrao das tendncias e desejos gerais. Muita gente da Terra no recorda que se desespera quando o carteiro no vem, quando o comboio no aparece? Pois o Umbral est repleto de desesperados.Por no encontrarem o Senhor disposio dos seus caprichos, aps a morte do corpo fsico, e, sentindo que a coroa da vida eterna a glria intransfervel dos que trabalham com o Pai, essas criaturas se revelam e demoram em mesquinhas edificaes.Esses ncleos possuem infelizes, malfeitores e vagabundos de vrias categorias. zona de verdugos e vtimas, de exploradores e explorados. Quanto s lgrimas que vertem, recordemos que devem a si mesmos esses padecimentos. A vida do homem estar centralizada onde centralize ele o prprio corao.Os diversos tipos de habitantes do Umbral podem ser divididos em grupos.Oschefes, que so espritos inteligentes, normalmente estudiosos de magia, vidos de domnio, odeiam quase sempre o bem e os bons. So na maioria feiticeiros. Normalmente os grandes chefes tm aparncia comum de humanos. Com formas extravagantes, s se apresentam os subchefes e os subordinados.Entre eles sempre h a disputa pela chefia. S quando apresentam sinais de cansao que existe oportunidade de mudana. Mas eles, como so inteligentes, sabem que um dia tero que mudar.H os que trabalham com os chefes, membros do grupo, do bando. Muitos dentre eles so tambm estudiosos, feiticeiros, conhecedores das leis naturais. Obedecem s normas do grupo. Embora considerados livres, no so realmente, pois no abandonam facilmente o bando e recebem castigos por desobedincia. Dizem gostar do que so e do modo como vivem.Encontram-se tambm pelo Umbral espritos solitrios, mas so poucos. A maioria deles vive nos grupos. H os que vagam, em turmas de arruaceiros, entre o Umbral e a Terra.H osescravos, os que no servem para pertencer ao bando, trabalham, no recebem nada em troca, a no ser castigos, se no obedecerem.Existem tambm os que so torturados e tratados assim, na maioria, por vingana. Assim como h os que dizem gostar de l; h tambm os que consideram o Umbral o inferno, penam por vagar sem rumo, sofrendo pelos seus erros.Muitos dos desencarnados que vagam pelo Umbral no tm idia de outra forma de vida desencarnada e, ao conhecer, aceitam, querem essa mudana. Outros, indiferentes, querem mesmo continuar como esto.A zona inferior a que nos referimos qual a casa onde no h po: todos gritam e ningum tem razo. O viajante distrado perde o comboio, o agricultor que no semeou no pode colher.BAIXA VIBRAOExistem relatos onde os samaritanos contam com a ajuda de cavalos para percorrer distncias maiores e ces que so utilizados como proteo. Outros relatos falam sobre a existncia de veculos especiais chamados deAerbus*.Raras so as excurses em que no ocorrem ataques aos samaritanos. So atacados por espritos maldosos que podem se transfigurar em criaturas horrendas com o intuito de intimidar e amedrontar as caravanas. Os que atacam jogam pedras, paus, lama, matria podre e alguns chegam a construir armas que no fazem qualquer efeito aos samaritanos. Para defesa utiliza-se ainda redes de proteo e armas que emitem eletricidade. Ao serem atingidos por este tipo de raio o esprito entra em um processo semelhante ao da morte, pois lhe faz relembrar todo sofrimento que passou em sua mais recente desencarnao. Com medo, muitos espritos s tentam intimidar, e muitas vezes se afastam em desespero.Existem situaes em que os Samaritanos precisam resgatar pessoas dentro das populosas cidades do Umbral. A forma como fazem isto depende do tipo de cidade. Existem casos em que pedem autorizao aos lideres da regio. Em outros a pessoa a ser resgatada no de interesse dos moradores da cidade e neste caso no existe problema algum em entrar e levar estas pessoas. Existem ainda situaes em que precisam utilizar disfarces ou entrarem sem serem vistos pelos habitantes do local. Em situaes de perigo podem mudar de vibrao, se tornando invisveis. Desta forma no podem ser capturados pelos espritos trevosos do Umbral. Muitos habitantes do Umbral sabem quem so e o que podem fazer e mantm um ar de respeito quando esto presentes.Ao resgatarem algumas dezenas de espritos, os samaritanos retornam ao seu posto de socorro. So verdadeiros farrapos humanos, alguns seminus, outros com suas roupas em trapos e o corpo imundo e ferido. No posto os espritos so tratados e orientados. O tratamento pode levar alguns dias ou alguns meses. Continuam livres e podem optar por retornar ao Umbral ou seguir para uma Colnia, onde terminaro seu tratamento e passaro a frequentar aulas e cursos para que se informem sobre sua atual situao aps a morte.Um esprito s pode ser ajudado pelos samaritanos quando deseja com sinceridade ser ajudado. No se pode ajudar ningum fora. No se perde tempo resgatando espritos revoltados, pois se no querem mudar, no podero mudar fora. Sua revolta ainda poder atrapalhar os trabalhos e a recuperao de outros espritos dentro dos postos e hospitais.Existem casos em que os espritos se encontram em nveis to baixos de vibrao que no conseguem ver e se comunicar com os samaritanos. Desta forma no podem ser ajudados.Relatos mostram que em determinados casos os samaritanos podem convencer o esprito a ter vontade de melhorar, de ser socorrido e ajudado. possvel mostrar a estes espritos imagens das colnias e da felicidade e paz que poder ter. Este trabalho de convencimento pode passar pelo uso da fora. o caso de fazer o esprito se recordar do sofrimento, dor e angstia que passou no passado, fazendo o mesmo desejar sair daquela situao.So muitos os espritos que, mesmo em estado deplorvel no Umbral, preferem continuar na vida em que esto. Isto no muito diferente do que existem aqui na Terra. Uma parcela dos moradores de rua, mendigos, idosos e crianas continuam nas ruas por opo. No suportam os abrigos, a limpeza, a organizao, a necessidade de obedecer a algum. Preferem viver livres de qualquer lei, norma, organizao, junto da misria. Infelizmente s se pode ajudar algum quando este algum quer realmente ser ajudado.Fonte:Site Vida e Morte* * *

*Aerbus- Carro suspenso do solo a uma altura de cinco metros. Seu sistema de trao se d por meio de cabos, como os telefricos. Constitudo de material muito flexvel, possui enorme comprimento. Descrito porAndr Luizno livroNosso Lar, constitua na poca o meio de locomoo mais usado na colnia. Muito veloz, o aerbus fazia ligeiras paradas de trs em trs quilmetros. (Livro 'Nosso Lar' / Cap. 10 Andr luiz / Chico Xavier)