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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE O TREINAMENTO CONCORRENTE PARA PESSOAS VIVENDO COM HIV E SUA RELAÇÃO COM A AUTOIMAGEM DANIELLE COUTINHO DE MEDEIROS NATAL/RN 2014

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

O TREINAMENTO CONCORRENTE PARA PESSOAS VIVENDO COM HIV E SUA

RELAÇÃO COM A AUTOIMAGEM

DANIELLE COUTINHO DE MEDEIROS

NATAL/RN 2014

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DANIELLE COUTINHO DE MEDEIROS

O TREINAMENTO CONCORRENTE PARA PESSOAS VIVENDO COM HIV E A

REPERCUSSÃO NA ADESÃO AO TRATAMENTO

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde

Orientador: Prof. Dr. Paulo Moreira Silva Dantas

NATAL/RN 2014

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde

Prof. Dr. Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito

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DANIELLE COUTINHO DE MEDEIROS

O TREINAMENTO CONCORRENTE PARA PESSOAS VIVENDO COM HIV E A

REPERCUSSÃO NA ADESÃO AO TRATAMENTO

Aprovada em ___/___/___

BANCA EXAMINADORA:

Presidente da banca:

Paulo Moreira Silva Dantas UFRN/ Departamento de Educação Física

Membros da banca:

Eulália Maria Chaves Maia UFRN/ Departamento de Psicologia

Ronaldo Vagner Thomatielli dos Santos UNIFESP/ Departamento de Biociências

NATAL/RN 2014

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DEDICATÓRIA

À minha família, pelo amor e incentivo em todas as minhas escolhas; e aos meus queridos alunos, voluntários da pesquisa, por encarar o protocolo de pesquisa com seriedade e contribuir para a ciência.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por traçar toda a minha trajetória e abrir todos os

meus caminhos, dando-me paz de espírito e forças para eu seguir em frente,

superando todos os obstáculos existentes nessa caminhada.

Aos meus pais, irmãos e familiares, pelo incentivo, carinho e apoio em todas

as etapas desse processo. Vocês são a minha fortaleza!

Aos meus amigos e amigas, por compreenderem a minha falta em diversos

momentos e finais de semana em que fui solicitada e não compareci por estar

estudando, produzindo artigo ou até mesmo cansada pela rotina diária pesada.

A todos da base de pesquisa AFISA, pelo companheirismo e por contribuírem,

cada um de sua maneira, para um maior aprendizado. Em especial a Hunaway

Albuquerque, Tatiane Lima, Rafaela Catherine e Jason Azevedo pelo trabalho em

equipe e compartilhamento de conhecimentos sobre o HIV. À Juliany Araújo e Anny

Melo pela colaboração dentro do projeto de extensão. E à Elys Costa, pelo apoio e

incentivo em todos os momentos desde a graduação, especialização e agora no

mestrado. Aos que não foram citados, recebam minha profunda gratidão, na certeza

de que os momentos vividos na base de pesquisa e fora dela, bem como o incentivo

dado durante todo este processo de aprendizado, foram tão relevantes quanto os

que participaram da produção intelectual.

Ao meu orientador, Paulo Dantas, pela confiança depositada em meu

potencial como aluna, pela oportunidade que me foi dada de ser sua orientanda e

por todo o aprendizado ao longo desse período.

À CAPES pela bolsa de estudos que me proporcionou a condição de

dedicação exclusiva ao mestrado.

E agradeço, especialmente, aos meus queridos alunos, participantes da

pesquisa, pelos maravilhosos momentos partilhados, pela confiança depositada em

mim e pela contribuição dada ao meu trabalho e à ciência. Sem vocês, nada disso

seria possível. Vocês moram no meu coração!

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RESUMO

Os avanços da terapia antirretroviral promoveram o controle do sistema imunológico e supressão da carga viral, aumentando a expectativa de vida de pessoas vivendo com HIV/AIDS, porém seus efeitos colaterais são inevitáveis e causam diversos prejuízos físicos e psicológicos, destacando-se a lipodistrofia como um dos efeitos mais relevantes. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos produzidos pelo programa de treinamento concorrente nos aspectos físicos e psicológicos relacionados à lipodistrofia em PVHA. Para tanto, realizamos um estudo de corte longitudinal durante 16 semanas, envolvendo um programa de treinamento concorrente associado à orientação nutricional. Participaram do estudo 6 indivíduos:5 mulheres com idade média de 47,8±6,53 anos e 1 homem de 48 anos soropositivos, em tratamento com Terapia Antirretroviral de Alta Atividade (HAART), com lipodistrofia. Foram realizadas avaliações da composição corporal através da antropometria; o desenho da conformação corporal através do somatótipo; a resposta imunlógica e virológica que foi utilizado também como parâmetro de adesão ao tratamento e; avaliação da imagem corporal. O tratamento estatístico utilizado foi o descritivo, utilizando os valores de tendência central e seus derivados, e como critério de parametria, o teste de Shapiro-Wilk. Como inferência, utilizou-se o percentual de Mudança Corporal (%MC) e do Índice Médio de Mudança (%IMM), além da observação do espaço bi e tridimensional do somatotipo através do DDS (bidimensional) e o DES (tridimensional) com seus índices de dispersão, respectivamente IDS e IDES, utilizando como ponto de corte para determinação das diferenças DDS ≥ 2,0 e DES ≥ 1,0. Como resultado, foi apresentado reduções nas espessuras de dobras cutâneas e perimetrias, manutenção da massa muscular, aumento da contagem de linfócitos TCD4+ e manutenção da carga viral em parâmetros indetectáveis, além de diferença significativa para a análise da distância de dispersão entre somatotipos (DDS) na 1º semana (DDS = 2,63) e 16º semana (DDS = 2,96) de intervenção, quando avaliado pelas médias; e quando avaliado individualmente, diferença significativa tanto na DDS quanto na Distância espacial entre somatotipos (DES) nos casos 1, na 8º semana (DDS = 3,20 e DES = 1,01 ) e 16º semana (DDS = 2,73); e caso 3, na 1º semana (DDS = 9,25 e DES = 1,44 ) e 16º semana (DDS = 8,06 e DES = 1,37 ). Quanto à imagem corporal, observou-se a aproximação da imagem atual à imagem ideal (Imagem Atual Inicial = 6; Imagem Atual Final = 5; e Imagem Ideal Inicial e Final = 3). Assim, concluímos que o treinamento concorrente mostrou-se um método efetivo como terapia não medicamentosa para soropositivos em terapia com a HAART, atuando no controle da lipodistrofia, melhorando a percepção da imagem corporal e influenciando diretamente na adesão ao tratamento.

Palavras-Chave: Terapia Antirretroviral de Alta Atividade; Dieta; Exercício;

Composição Corporal; HIV.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

HIV: Vírus da Imunodeficiência Humana

AIDS: Síndrome da Imunodeficiência Adquirida

DNA: Acido Desoxiribonucléico

RNA: Ácido Ribonucléico

TARV: Terapia Antiretroviral

HAART: Highly Ative Antiretroviral Therapy

PVHA: Pessoas vivendo com HIV/Aids

IP: Inibidores de protease

ITRNN: Inibidores de Transcriptase Reversa Não-análogo de Nucleosídeo

ITRN: Inibidores de Transcriptase Reversa Análogo de Nucleosídeo

SREBP-1: Proteína de Ligação a Elemento Regulador de Esterol

PPAR γ: Receptores Ativados por Proliferador de Peroxissoma Gama

∑ DC: Somatório de Dobras Cutâneas

IDS: Índice de Dispersão entre Somatótipos

DES: Distância Espacial entre Somatótipos

%MC: Percentual de Mudança Corporal

% IMM: Percentual do Índice Médio de Mudança

IMC: Índice de Massa Corporal

TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 100

2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 14

3. OBJETIVOS ....................................................................................................... 155

3.1. OBJETIVO GERAL ......................................................................................... 155

3.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .............................................................................. 155

4. MÉTODOS ...................................................................................................... 166

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 166

4.2. POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................. 166

4.3. INSTRUMENTOS DE COLETA/ PROCEDIMENTOS ................................................. 17

4.3.1. Intervenções: Treinamento Concorrente e Orientação Nutricional ........ 177

4.3.2. Avaliação antropométrica (Artigo 1 e 2) ................................................. 18

4.3.3. Somatório de Dobras Cutâneas por Região Corporal (Artigo 1) ...... 188

4.3.4. Percentual de Mudança Corporal (%MC) e Percentual do Índice Médio

de Mudança (%IMM) (Artigo 1) ......................................................................... 19

4.3.5. Diâmetro Corrigido por Região (Artigo 1) ............................................ 19

4.3.6. Somatotipo e Somatocarta (Artigo 2) .................................................. 19

4.3.7. Análise Comparativa entre Somatotipos (Artigo 2) ............................. 22

4.3.8. Distância de Dispersão entre Somatotipos (DDS) e Distância Espacial

entre Somatotipos (DES) ................................................................................... 22

4.3.9. Índice de Dispersão entre Somatotipos (IDS) e Distância Espacial entre

Somatotipos (IDES) ........................................................................................... 22

4.10. Avaliação da Imagem Corporal ............................................................. 24

4.11. Avaliação dos Parâmetros Imunológicos e Virológicos .......................... 24

4.4. ANÁLISE ESTATÍSTICA .................................................................................... 25

5. ARTIGOS PRODUZIDOS ................................................................................. 26

5.1. Efeitos do treinamento concorrente e aconselhamento dietético na

lipodistrofia e sua repercussão na adesão ao tratamento do HIV/aids: um relato

de caso. ............................................................................................................. 26

5.2. Somatotipo e imagem corporal em pessoas vivendo com HIV/Aids........... 26

6. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES ................................................ 288

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 32

APÊNDICES ............................................................................................................. 36

ANEXOS................................................................................................................. 370

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1. INTRODUÇÃO

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) e a Síndrome da

imunodeficiência adquirida (AIDS) surgiram na década de 80, tornando-se uma

epidemia mundial1. Desde o primeiro caso identificado em 1981, esta síndrome

eclodiu como a maior e mais devastadora pandemia de saúde pública dos

nossos tempos, afetando aproximadamente 70 milhões de pessoas no mundo,

ocasionando 425 milhões de óbitos2,3.

A Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é causada pelo vírus

da imunodeficiência humana (HIV), um retrovírus com genoma RNA

pertencente ao grupo dos retrovírus citopáticos não oncogênicos, causando

imunossupressão profunda e, partindo dessa falência do sistema imune,

ocasiona um quadro de infecções oportunistas caso o paciente comprometido

imunologicamente entre em contato com o agente etiológico da doença. Outras

consequências decorrentes desse quadro são os neoplasmas secundários e

distúrbios neurológicos 4.

O HIV diferencia-se em tipos 1 e 2, sendo o HIV-1 o mais patogênico e

o mais prevalente no mundo e o HIV-2, mais endêmico na África Ocidental,

disseminando-se pela Ásia3. A partir da infecção, o vírus é transportado pelo

organismo através da corrente sanguínea e ataca as células CD4, danificando-

as e, consequentemente, acarretando a redução da resposta imunológica do

indivíduo1.

Após o advento da terapia antirretroviral (TARV) em 1990 e,

posteriormente, a terapia antirretroviral altamente ativa (HAART), com a

inclusão de novas classes de medicamentos, os Inibidores de Protease, a AIDS

assumiu um patamar de doença crônica, passível de tratamento eficaz para o

seu controle. A introdução da HAART em pessoas vivendo com HIV/AIDS

(PVHA) promoveu o aumento da expectativa de vida e a redução da

morbimortalidade associada ao HIV, devido a indução do controle virológico e

aumento da resposta imunológica dos pacientes sob esse regime de

terapia5,6,7.

Em contrapartida, a HAART está associada ao surgimento de diversos

efeitos adversos tais como distúrbios fisiológicos, físicos, antropométricos e

metabólicos, incluindo lipodistrofia, dislipidemia, resistência à insulina e um

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estado inflamatório crônico de baixo grau, que pode induzir a uma menor

qualidade de vida8,9,10.

Diante desse contexto, a lipodistrofia se apresenta como foco desta

pesquisa e se caracteriza pela distribuição anormal de gordura subcutânea,

incluindo lipoatrofia (perda de gordura) nos membros superiores e inferiores,

rosto e nádegas, e lipo-hipertrofia (acúmulo de gordura) no tronco, mamas,

pescoço ou em outras áreas do corpo, podendo ocorrer separadamente ou em

combinação em um indivíduo11,12,13.

O mecanismo pelo qual a lipodistrofia se desenvolve parece ser

multifatorial, incluindo efeitos de drogas inibidoras do HIV em diferenciação de

adipócitos e alteração das funções mitocondriais, acarretando uma

diferenciação prejudicada de pré-adipócitos para adipócitos maduros. Os

Inibidores de Protease (IP) impedem a diferenciação de adipócitos através da

expressão e localização alterada da Proteína de Ligação a Elemento Regulador

de Esterol (SREBP-1) e Receptores Ativados por Proliferador de Peroxissoma

Gama (PPAR- γ), que são essenciais para a adipogênese. Já os Inibidores de

Transcriptase Reversa Análogos de Nucleosídeos (ITRNs) podem induzir a

disfunção mitocondrial e apoptose de adipócitos por inibição de DNA

mitocondrial polimerase- γ e depleção do DNA mitocondrial14,15,16.

A consequência dessa diferenciação alterada de adipócitos acarreta a

diminuição da produção de leptina e adiponectina, sendo a deficiência da

leptina e hipoadiponectinemia correlacionada com a lipoatrofia e acúmulo de

gordura visceral em pacientes infectados pelo HIV, enquanto a

hipoadiponectinemia também parece estar associada à resistência à insulina e

dislipidemia. Por conseguinte, o excesso de gordura visceral e falta de gordura

subcutânea, relacionam-se com deficiências na manipulação pós-prandial de

ácidos graxos livres, hipertrigliceridemia e a resistência à insulina, a qual é

parcialmente mediada por adipocitocinas 14,15,16.

Essas alterações na distribuição da gordura são visíveis e acontecem

em curto prazo, logo nos primeiros meses após o início da HAART, de maneira

progressiva, após o início do tratamento medicamentoso, ocasionando

modificações na conformação corporal. Essas mudanças físicas estão

associadas a fatores de riscos preditores ao desenvolvimento de doenças

cardiovasculares.

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Além disso, podem produzir um impacto negativo na relação entre o

paciente e seu corpo, provocando prejuízos na percepção da imagem corporal

decorrentes da desproporcionalidade de suas medidas, acarretando efeitos

sociais e psicológicos danosos como sentimentos de vergonha, influência na

escolha de roupas, prejuízos no aspecto psicossocial, desconforto corporal,

baixa auto-estima e depressão17,18, podendo, eventualmente, levar à

estigmatização das relações íntimas e interpessoais19,20 e apresentar-se como

um fator contundente para a redução da adesão ao tratamento14,15 21.

A adesão ao tratamento, por sua vez, refere-se ao cumprimento de todo

o processo da medicação, obedecendo à ingestão dos medicamentos em

horários e dosagens prescritas pelo médico, as quais devem ser superior a

95% para Inibidores de Protease (IP) ou pelo menos, 80% para Inibidores de

Transcriptase Reversa Não-análogo de Nucleosídeo – ITRNN22,23 (para

favorecer a supressão viral e o restabelecimento do sistema imunológico,

garantindo a eficácia do tratamento e o curso clínico do HIV/AIDS21,24.

Na busca de alternativas para a minimização desses efeitos decorrentes

da liposdistrofia, proporcionados pela HAART, são recomendadas estratégias

não medicamentosas, incluindo o exercício físico e alimentação

adequada24,25,26. De acordo com Ogalha (2011)27, o exercício em indivíduos

infectados pelo HIV, desde que devidamente prescrito, é seguro e benéfico e

ainda torna possível o retardamento da progressão da doença, podendo

também melhorar respostas físicas, psicológicas e imunológicas em PVHA.

Ademais, o exercício físico regular apresenta-se como uma forma de

melhorar as disfunções metabólicas e imunológicas encontradas em PHVA e,

concomitantemente, com terapias farmacológicas específicas e dietéticas,

auxiliam na prevenção do desenvolvimento de doenças cardiovasculares e

metabólicas secundárias. Outrossim, não aumenta a quantidade de vírus

circulante nem diminui a contagem das células CD4+ responsáveis pela

resposta imunológica e progressão da doença6,10.

Um programa de exercícios bem orientado traz inúmeros benefícios nos

âmbitos morfofuncionais, como a melhoria da composição corporal e aptidão

física; psicológicos, como o resgate da autoestima e redução de ansiedade e

depressão; metabólicos, como a melhoria no metabolismo da glicose, insulina,

perfil lipídico e ácidos graxos; e imunológicos, promovendo o aumento do

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CD4+, 9,17, além de seus efeitos reforçarem uma melhor adesão ao

tratamento18.

Dessa forma, permeando pelas estratégias não medicamentosas, surgiu

a busca por protocolos de treinamento específicos que pudessem favorecer a

minimização dos efeitos colaterais ocasionados pelo tratamento com os

antirretrovirais, mais precisamente a lipodistrofia. E observando os efeitos do

treinamento aeróbico e aos efeitos de um programa de treinamento resistido na

melhoria da força e composição corporal 28,29,30, optou-se pela implantação de

um programa de treinamento que reunisse componentes aeróbios e resistidos

numa mesma sessão de treinamento, o treinamento concorrente, na tentativa

de unir os benefícios de cada método de treinamento.

Diante desse contexto, essa pesquisa vem a contribuir para uma visão

ampliada e maior entendimento sobre um programa de exercício físico

planejado e bem orientado em PVHA, sob aspectos físicos e psicossociais.

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2. JUSTIFICATIVA

Percebendo o universo de possibilidades relacionadas à pesquisa com

HIV/AIDS, bem como os benefícios que podem ser oferecidos às PVHA por

meio do exercício físico, culminou o interesse pela expansão do conhecimento

sobre esse tema. Assim, surgiu a oportunidade de adentrar no projeto de

extensão “Viver +”, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio Grande do

Norte (UFRN), totalmente voltado para PVHA e, a partir dele, conhecer a

realidade e o dia a dia de um soropositivo.

Através desse projeto também foi possível palpar os efeitos da Atividade

Física nessa população, não somente em aspectos físicos, mas emocionais e

psicológicos; presenciar a evolução nas interações sociais; perceber a

recuperação de sua autoestima; participar de suas piores angústias e maiores

emoções; e vê-los reacender a vontade e o desejo de viver, que havia sido

perdido com a descoberta da doença.

Tais vivências geraram a percepção da magnitude de um programa de

exercícios físicos na vida dessas pessoas, impulsionando o encorajamento de

pesquisar novas ferramentas para a melhoria dos aspectos físicos,

psicossociais, qualidade de vida e bem estar dessa população.

Partindo das comprovações científicas sobre os efeitos do exercício

físico e os demais aspectos do HIV/AIDS supracitados, configura-se a

necessidade de adaptar o treinamento físico e suas variáveis às necessidades

peculiares de PVHA em HAART. Dessa maneira, protocolos de treinamento

específicos devem ser testados para a avaliação de seus efeitos sobre as

adversidades causadas pelos medicamentos. Dentre estes, o treinamento

concorrente apresenta-se como um método completo, envolvendo exercícios

aeróbicos e resistidos numa mesma sessão de treino3, mostrando-se, portanto,

uma boa alternativa para uma estratégia de intervenção não medicamentosa

destinada aos pacientes.

Vislumbra-se, através desta intervenção, melhorias na composição

corporal e forma física, no intuito de controlar a lipodistrofia, reduzindo os riscos

de saúde a ela inerentes e, consequentemente, produzir efeitos positivos na

relação das PVHA com o seu corpo, melhorando a percepção da imagem

corporal e a adesão ao tratamento.

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3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Avaliar os efeitos produzidos pelo programa de treinamento concorrente

nos aspectos físicos e psicossociais relacionados à lipodistrofia em PVHA.

3.2. Objetivos Específicos

Verificar a composição corporal de PVHA;

Caracterizar a somatotipia em PVHA;

Classificar a autoimagem de PVHA;

Identificar os Parâmetros Imunológicos e Virológicos das PVHA;

Comparar antes e pós intervenções as variáveis de estudo.

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4. MÉTODOS

4.1. Caracterização da Pesquisa

O estudo foi desenvolvido através de uma pesquisa experimental com

corte longitudinal, em que as variáveis independentes foram manipuladas para

medir seus efeitos sobre as variáveis dependentes com o propósito de

determinar o grau de mudança produzido pelo treinamento concorrente,

obtendo informações acerca do perfil lipodistrófico, imagem corporal e adesão

ao tratamento de PVHA. A partir dos resultados dessa pesquisa surgiram dois

artigos: Um relato de caso (artigo 1) e um relato de múltiplos casos (artigo 2).

O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da Universidade Federal do Rio Grande do Norte sob protocolo 230/11. (Anexo

1).

4.2. População e Amostra

A amostra foi coletada de forma não probabilística intencional. Os

indivíduos receberam informações sobre a pesquisa e concordaram em

participar do estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE).

A população envolvida neste estudo são 6 pessoas vivendo com

HIV/AIDS, sendo 1 do sexo masculino (artigo 1) e 5 do sexo feminino (artigo

2), com idade 47,8±6,53 anos. Os critérios de inclusão para o estudo foram:

comprovar aptidão física através de atestado médico, apresentar contagem de

linfócito TCD4+ superior a 300mm3, estar sob regime da HAART, manifestar

quadro de lipodistrofia, ser participante do Programa “Viver +” da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e possuir pelo menos 80% de

assiduidade ao treinamento proposto pela intervenção. Foram excluídos do

estudo os participantes que não contemplassem pelo menos um desses itens

ou desenvolvessem infecção grave durante a intervenção.

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4.3. Instrumentos de coleta/ procedimentos

Os artigos desenvolvidos a partir dessa pesquisa contaram com uma

intervenção de 16 semanas de um programa de treinamento físico

caracterizado como treinamento concorrente, associado a uma orientação

nutricional. Os protocolos de medidas utilizados nesses artigos foram:

avaliação da composição corporal através das medidas antropométricas;

avaliação da conformação corporal através do somatotipo, somatocartas,

índice de dispersão do somatotipo (IDS) e dimensão espacial do somatotipo

(DES); avaliação da imagem corporal através da escala de silhuetas de

Stunkard; e avaliação do perfil imunológico e virológico através da contagem

dos linfócitos TCD4+ e carga viral, respectivamente.

4.3.1. Intervenções: Treinamento Concorrente e Orientação Nutricional

Partindo da premissa de que o treinamento concorrente é um programa

de treinamento que envolve componentes aeróbicos e resistidos, foi elaborado

um programa de treinamento durante 16 semanas envolvendo a condição

cardiorrespiratória e os principais grupos musculares afetados pela lipodistrofia

(membros inferiores, superiores, tronco e quadril) dos participantes.

O treino aeróbico foi prescrito adotando uma intensidade entre 60% e

80% da frequência cardíaca máxima predita31, monitorada por um monitor

cardíaco de marca Polar F1 e 30 minutos de duração total; e para o treino

adotou-se séries entre 8-15 repetições32 (ACMS, 2003) levando em

consideração os quadros de lipoatrofia e lipodistrofia existentes, com

intensidade 8 na escala de percepção de esforço de Omni-res, validada por

Robertson33 para avaliar intensidade de exercícios resistidos, e intervalo de

descanso entre 60 e 90 segundos. As sessões de treinamento eram realizadas

3 vezes por semana sempre pela manhã, entre 8 e 10 horas.

Associado ao treinamento também se adotou uma orientação nutricional,

para fazer um acompanhamento dos resultados obtidos através dessa

intervenção combinada. Primeiramente aplicou-se o recordatório alimentar de

24 horas como diagnóstico da ingestão dietética habitual da população. Em

seguida, foi realizada a orientação nutricional, a qual consistiu na ênfase da

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necessidade de redução de gorduras saturadas e carboidratos simples, bem

como incentivando o maior consumo de fibras.

4.3.2. Avaliação antropométrica

Na avaliação antropométrica mensurou-se a massa corporal (kg), estatura

(cm), perimetrias (cm) de tórax, cintura, braço relaxado, braço contraído, perna

medial e coxa medial; as dobras cutâneas (mm) de supra-ilíaca, supra-

espinhal, subescapular, coxa média, perna medial, biciptal e triciptal, (ISAK)34 ;

e dobra cutânea de tórax (Lohman)35; e os diâmetros ósseos do bi-epicôndilo

umeral e bi-epicôndilo fêmural. Essas aferições foram utilizadas para calcular

somatório das dobras cutâneas (ƩDC) por regiões: tronco inferior

(supraespinhal e suprailíaca), tronco superior (subescapular e tórax), membros

inferiores (coxa medial) e membros superiores (bíceps e tríceps); o percentual

de mudança corporal (%MC), o índice médio de mudança (IMM) e os diâmetros

corrigidos por região. Para tanto, utilizou-se fita antropométrica inelástica

Sanny® e adipômetro Harpenden®.

Já as medidas de estatura (cm), massa corporal (kg), dobras cutâneas

(triciptal, subescapular, supra-espinhal e perna medial), os diâmetros ósseos

(bi-epicôndilo umeral e bi-epicôndilo fêmural) e os perímetros do braço

contraído e perna medial, foram utilizadas para calcular o somatotipo, o IDS, a

DES e construir a somatocarta dos indivíduos. Todas as medidas foram

preconizadas por Heath-Carter (1990)36 e aferidas de acordo com as normas e

diretrizes da International Society for the Advancement Kinantrophometry

(ISAK)34. Para essas avaliações, utilizou-se além dos instrumentos já citados, o

paquímetro Sanny®.

4.3.3. Somatório de Dobras Cutâneas por Região Corporal (Artigo 1)

O somatório de dobras cutâneas foi realizado em cada etapa do

processo avaliativo, considerando as regiões acometidas pela lipoatrofia

(membros superiores e inferiores) e lipo-hipertrofia (tronco) sendo divididos em

região tronco superior, tronco inferior, membros superiores e membros

inferiores. Dessa forma, os cálculos foram o seguinte:

- Região Tronco Inferior = Ʃ das dobras cutâneas supraespinhal + suprailíaca);

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- Região Tronco Superior = Ʃ das dobras cutâneas subescapular + torácica;

- Membros Inferiores = Dobra Cutânea da coxa medial; e

- Membros Superiores = Ʃ das dobras cutâneas biciptal + tricipital.

4.3.4. Percentual de Mudança Corporal (%MC) e Percentual do Índice

Médio de Mudança (%IMM) (Artigo 1)

O percentual de mudança corporal (%MC) também foi calculado por

região corporal a cada avaliação, e a partir dele calculou-se o índice médio de

mudança (IMM).

Para tanto, a primeira avaliação foi considerada o marco zero (0%). A

partir da segunda, o percentual de mudança, para cada região corporal, foi

calculado da seguinte forma: %MC2 = (Ʃ 2º avaliação/ Ʃ 1º avaliação) – 1; e

%MC3 = (Ʃ 3º avaliação/ Ʃ 1º avaliação) – 1. Para transformar os dados em

percentual, multiplicou-se os resultados finais por 100. E o %IMM foi calculado

através da média do %MC2 e %MC3 (%MC2 + %MC3 / 2), também para cada

região.

4.3.5. Diâmetro Corrigido por Região (Artigo 1)

Os diâmetros corrigidos foram calculados na busca de entender a

magnitude das mudanças da espessura da dobra e sua relação com a

perimetria através da seguinte equação:

Diâmetro corrigido = [Perimetria da região em cm – (∑ de Dobra da região

correspondente em cm]]/π., onde:

∑ = somatória; π ≅ 3,14159265358979

4.3.6. Somatotipo e Somatocarta (Artigo 2)

A somatótipo é uma técnica usada para avaliar a forma e a composição

corporal dos indivíduos, sendo definida por três componentes: endomorfia,

mesomorfia e ectomorfia36,37.

O cálculo desses três componentes foram realizados através das

equações propostas por Carter36, em que:

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20

Endomorfia = -0,7182 + 0,1451 (X) – 0,00068 (X)2 + 0,0000014 (X)3,

sendo X = somatório das dobras cutâneas tricipital, subescapular e

supra-ilíaca multiplicada pela estatura corrigida (170,18/estatura (cm)).

Mesomorfia = 0,858 (U) + 0,601 (F) + 0,188 (B) + 0,161 (P) – 0,131 (E)

+ 4,50, sendo U= diâmetro biepicondiliano do úmero em centímetros; F

= diâmetro biepicondiliano do fêmur em centímetros; B = perímetro

corrigido do braço em centímetros; P = perímetro corrigido da perna em

centímetros; e E = estatura do indivíduo em centímetros. Para os

cálculos de medidas corrigidas, subtraiu-se o valor do perímetro ao da

dobra cutânea, ambos em centímetros.

Para calcular a ectomorfia, levou-se em consideração o índice ponderal

que é expresso pela Estatura (cm) / √3 do peso corporal (kg). Dessa forma:

Ectomorfia = (Índice Ponderal x 0,732) – 28,58, quando o índice

ponderal ≥ 40,75;

Ectomorfia = (Índice Ponderal x 0,463) – 17,63, quando o índice

ponderal < 40,75 e > 38,25; e

-Ectomorfia = 0,1, quando o índice ponderal ≤ 38,25.

A partir dos resultados de cada componente do somatótipo construiu-se

a somatocarta. Esta é composta por dois eixos, x e y, em que a coordenada x =

ectomorfo – endomorfo; e a coordenada y = mesomorfo x 2 - (ectomorfo +

endomorfo).

A somatocarta é representada por um triângulo equilátero de lados

curvos (triângulo de reuleaux), sendo cada vértice representado

predominantemente por um dos componentes do somatotipo. O vértice

superior está representado pela mesomorfia; o lateral direito pela ectomorfia; e

o lateral esquerdo pela endomorfia.

As duas coordenadas, x e y, são traçadas no triângulo, e a intersecção

entre elas no centro do triângulo representa o ponto zero. A coordenada x

atinge as dimensões entre +8 e -8, sendo o ponto -6 equivalente a endomorfia

e o +6 à ectomorfia; e a coordenada y atinge as dimensões entre +18 e -10,

sendo o ponto -6 equivalente a endomorfia e o +12 à mesomorfia.

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21

Reunindo estas informações, a classificação do somatotipo é dada por

três números sequenciais, sempre registrados da mesma maneira. Cada

número representa a avaliação dos três componentes primários do físico e

descreve as variações individuais relacionados à morfologia e composição

corporal. O primeiro número se refere á endomorfia que corresponde à gordura

relativa em físicos individuais, mas também se refere à magreza relativa; o

segundo número, à mesomorfia, que corresponde ao desenvolvimento

músculo-esquelético relativo por unidade de altura ou massa magra; e o

terceiro número, à ectomorfia, correspondente a linearidade relativa38. Dessa

forma, o indivíduo pode ser classificado, de acordo com Carter and Heath36,

como:

Central: os três componentes são iguais entre si e não diferem em mais

de uma unidade;

Endo-ectomórfico: o endomorfismo é dominante e o ectomorfismo é

maior que o esomorfismo;

Endomorfismo balanceado: o endomorfismo é dominante e o

mesomorfismo e o ectomorfismo são iguais ou não diferem mais que

0,5;

Endo-mesomórfico: o endomorfismo é dominante e o mesomorfismo é

maior que o ectomorfismo;

Endomorfo-mesomorfo: o endomorfismo e o mesomorfismo são iguais

ou não diferem mais que 0,5 e o ectomorfismo é menor. Nesse caso, o

endomorfismo é prevalente;

Mesomorfo-endomorfo: o mesomorfismo e o endomorfismo são iguais

ou não diferem mais que 0,5 e o ectomorfismo é menor. Nesse caso, o

mesomorfismo é prevalente;

Meso-endomórfico: o mesomorfismo é dominante e o endomorfismo é

maior que o ectomorfismo;

Mesomorfismo balanceado: o mesomorfismo é dominante e o

endomorfismo e ectomorfismo são iguais ou não diferem mais que 0,5;

Meso-ectomórfico: o mesomorfismo é dominante e o ectomorfismo é

maior que o endomorfismo:

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Ecto-mesomorfo: o ectomorfismo e o mesomorfismo são iguais ou não

diferem mais que 0,5 e o endomorfismo é menor;

Ecto-mesomórfico: o ectomorfismo é dominante e o mesomorfismo é

maior que o endomorfismo;

Ectomorfismo balanceado: o ectomorfismo é dominante e o

mesomorfismo e o endomorfismo são iguais e não diferem mais que 0,5;

e

Ecto-endomórfico: o ectomorfismo é dominante e o endomorfismo é

maior que o mesomorfismo.

4.3.7. Análise Comparativa entre Somatótipos (Artigo 2)

Para analisar os dados dos componentes somatotipológicos, no intuito

de realizar comparações entre os somatotipos de cada avaliação, calculou-se a

Distância de Dispersão entre Somatotipos (DDS), Distância Espacial entre

Somatotipos (DES), Índice de Dispersão entre Somatotipos e Índice da

Distância Espacial entre Somatotipos (IDES), conforme Guedes39.

4.3.8. Distância de Dispersão entre Somatotipos (DDS) e Distância Espacial

entre Somatotipos (DES)

A DDS consiste na medida da distância do espaço bidimensional entre

dois somatótipos (A e B), levando em consideração a amplitude entre eles em

relação a um somatótipo de referência. Dessa forma, quanto maior os valores

de DDS, maiores as diferenças entre os somatótipos comparados. Assim, são

consideradas diferenças significativas quando os valores forem maiores ou

igual a 2 (DDS≥ 2).

Seu calculo é expresso pela relação matemática:

DDS = √3 (X1 – X2)2 + (Y1 – Y2)

2

em que: X1 e Y1: coordenadas de localização no somatotipograma de um

dos somatótipos a ser comparado; X2 e Y2: coordenadas de localização no

somatotipograma do outro somatótipo a ser comparado; e √ 3: constante que

transforma as unidades da coordenada X em unidades da coordenada Y.

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A DES consiste em outro método de análise de comparação entre

somatótipos, visando uma abordagem tridimensional aos componentes do

somatótipo. De maneira similar ao DDS, quanto maiores os valores da DES,

maiores as diferenças entre os somatótipos comparados. Nesse sentido, são

consideradas diferenças significativas quando os valores forem maior ou igual

a 1 (DES≥1)

A análise de distância espacial entre os somatótipos (DES) é expressa

pela relação matemática:

DES = (IA – IB)2 + (IIA – IIB)2 + (IIIA – IIIB)2 ,

em que os valores I,II e III são equivalentes à endormorfia, mesomorfia e

ectomorfia, respectivamente; e os subíndices A, B e C se referem às

avaliações a serem comparadas. Dessa forma, quanto maior os valores de

DES, maiores são as diferenças entre os somatótipos comparados.

4.3.9. Índice de Dispersão entre Somatótipos (IDS) e Distância Espacial entre

Somatótipos (IDES)

Admitindo-se a necessidade de garantir o conceito de integralidade entre

os componentes do somatótipo, a variabilidade dos somatótipos individuais em

relação ao somatótipo médio do grupo amostral considerado é estabelecida

pelo índice de dispersão dos somatótipos (IDS), no caso da abordagem

bidimensional e, por intermédio do índice de dispersão espacial dos

somatótipos (IDES), no caso da abordagem tridimensional.

Dessa forma, o IDS refere-se à média das DDSs estabelecida entre as

informações apresentadas pelo somatótipo de cada sujeito pertencente à

amostra e o somatótipo médio calculado:

IDS = Ʃ DDS

n

O IDES é verificado da mesma maneira, levando em consideração a

média do DES, sendo seu cálculo expresso por:

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24

IDES = Ʃ IDES

n

Sendo assim, O IDS e IDES, em termos práticos, são similares ao desvio-

padrão: quanto menores forem os valores do IDS ou do IDES, menores as

diferenças ocorridas entre os somatótipos individuais e o somatótipo médio

calculado no grupo amostral.

4.10. Avaliação da Imagem Corporal

Para a avaliação da imagem corporal utilizou-se a escala de silhuetas

proposta por Stunkard (1983)40, a qual é composta por uma cartilha com nove

diferentes representações de silhuetas, partindo da mais longilínea à mais

robusta, de maneira que estas permeiam as mais variadas formas físicas

baseadas nas classificações do índice de massa corporal (IMC).

As participantes respondiam a cada avaliação como se viam atualmente

(imagem atual) e como gostariam de estar (imagem ideal), sendo o resultado

representado pela diferença entre a imagem atual e a imagem ideal e podendo

variar entre -8 e +8.

Partindo desses resultados, o indivíduo pode ser classificado como

satisfeito com sua imagem corporal quando o valor obtido for igual a zero e

insatisfeito quando for diferente de zero. No entanto, valores positivos indicam

insatisfação da imagem corporal pelo excesso de peso; e valores negativos,

insatisfação pela falta de peso.

4.11. Avaliação dos Parâmetros Imunológicos e Virológicos

Os parâmetros imunológicos e virológicos foram avaliados através dos

exames laboratoriais de contagem de linfócitos T CD4+ e da carga viral. A

contagem de Linfócitos T CD4+ foi analisada através da técnica de Citometria

de Fluxo– Facscalibur – Multitest e a carga viral pelo método Abbott al Time

HIV1.

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25

4.4. Análise estatística

O tratamento estatístico utilizado foi o descritivo, utilizando os valores de

tendência central e seus derivados. Na busca de entender se as variáveis eram

paramétricas ou não paramétricas se utilizou o teste de não parametria de

Shapiro-Wilk. Como inferência, utilizou-se, para o artigo 1, o percentual de

mudança corporal (%MC) e o índice médio de mudança (IMM) por região

corporal; e para o artigo 2, a observação do espaço bi e tridimensional do

somatotipo através do DDS (bidimensional) e o DES (tridimensional) com seus

índices de dispersão, respectivamente IDS e IDES, utilizando como ponto de

corte para determinação das diferenças DDS ≥ 2,0 e DES ≥ 1,0.

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26

5. ARTIGOS PRODUZIDOS

5.1. Efeitos do treinamento concorrente e aconselhamento dietético na

lipodistrofia e sua repercussão na adesão ao tratamento do HIV/aids: um relato

de caso, aceito na revista científica Scientia Médica PUCRS, classificada como

B5 no qualis CAPES para área de Medicina II (Apêndice 1).

5.2. Treinamento concorrente e orientação nutricional: análise do somatotipo e

imagem corporal de pessoas vivendo com hiv/ aids após intervenção, que será

submetida à Revista Brasileira de Medicina do Esporte, com fator de impacto –

JCR 2014: 0,0647, classificada como B3 no qualis CAPES para a área de

Medicina II (Artigo Principal da Dissertação).

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6. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES

Desde o ano 2007, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte

(UFRN), juntamente ao Departamento de Educação Física, desenvolve um

projeto de extensão destinado à PVHA. Esse projeto iniciou com o nome Pró

Saúde e Atividade Física, atribuindo a prática de musculação como proposta de

intervenção. Em sua fase inicial, gerou como produto final uma tese de

doutorado e uma dissertação de mestrado, voltados para a relação entre o

programa de exercícios resistidos em parâmetros morfofuncionais e

bioquímicos da população em questão.

Em um segundo momento, percebendo-se o universo de fatores

associados entre a prática da Atividade Física e as PVHA, bem como sua

ampla variabilidade peculiar a cada indivíduo desta população, optou-se por um

estudo qualitativo, que deu origem a outra tese de doutorado, visando, desta

vez, a reunião de várias práticas corporais como instrumento de reestruturação

da imagem corporal.

Em 2012, o projeto de extensão passou por um processo de transição e

amadurecimento de ideias. Partindo dos resultados e necessidades

observadas com as pesquisas anteriores, inseriu-se a orientação nutricional e

novos protocolos de treinamento como intervenção. Além disso, também foram

incorporadas avaliações bioquímicas específicas e avaliação da variabilidade

cardíaca, além das já existentes, padronizando-as a cada oito semanas. Nessa

nova fase, abrangendo não somente a atividade física, mas também a nutrição,

conferindo um foco multidisciplinar, o projeto de extensão passou a ser

chamado “Viver +”.

Após cinco anos de projeto de extensão, muitos desafios já haviam se

consolidado, e muitos ainda precisavam ser superados. Muitas portas já tinham

sido abertas, mas as dificuldades ainda persistiam. A captação de pacientes, a

manutenção deles dentro do protocolo de pesquisa e as limitações

metodológicas foram constantes e se configuravam como os elementos mais

desafiadores desta pesquisa.

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Inicialmente, pensou-se em focar este estudo em aspectos voltados para

os parâmetros imunológicos, no entanto o laboratório disponível para

realização de parceria com o nosso projeto localizava-se na Universidade

Federal de São Paulo (UNIFESP), em São Paulo, tornando-se inviável por não

haver pessoas capacitadas responsáveis pela coleta e envio do material para a

análise.

Após a constatação da impossibilidade de realização do projeto de

pesquisa original, avaliamos as reais possibilidades existentes ao nosso

alcance e, aproveitando o ensejo da lipodistrofia como tema em evidência nos

últimos congressos relacionados ao HIV/AIDS, devido à cronicidade dos efeitos

da HAART, surgiu a proposta definitiva desta dissertação: aplicar uma

intervenção com um protocolo de treinamento específico, denominado

treinamento concorrente; e verificar seus efeitos crônicos em relação às

mudanças corporais ocasionados pela lipodistrofia.

Essa pesquisa originou dois artigos: 1 estudo de caso, intitulado “Efeitos

do treinamento concorrente e aconselhamento dietético na lipodistrofia e sua

repercussão na adesão ao tratamento do HIV/aids: um relato de caso”,

publicado na revista científica Scientia Médica PUCRS; e 1 estudo de múltiplos

casos, intitulado “Treinamento concorrente e orientação nutricional: análise do

somatotipo e imagem corporal de pessoas vivendo com hiv/ aids após

intervenção”, submetido à Revista Brasileira de Medicina do Esporte.

Em ambos os estudos, houve a percepção de que a relação entre o

aluno e o professor reflete na criação de um vínculo de confiança, interferindo,

consequentemente, na adesão ao tratamento. Percebeu-se, ao decorrer da

intervenção, que os melhores alunos, em termos de assiduidade,

desenvolvimento no treino e resultados apresentavam uma ótima relação bem

como um vínculo forte de confiança com os professores que lhes treinavam.

Ainda sobre a adesão, no estudo de caso, avaliando as mudanças

corporais obtidas com o treinamento concorrente, pôde-se observar que a

satisfação corporal do indivíduo ao final da intervenção o estimulou a

permanecer aderente tanto ao tratamento medicamentoso quanto à Atividade

Física como estratégia coadjuvante. Outro fator importante não discutido nos

artigos, mas relatado pelos participantes do estudo foi a socialização. Para

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30

eles, estar num ambiente apenas com PVHA os permite trocar experiências e

livrar-se do preconceito imposto pela sociedade.

Adicionalmente, o estudo de múltiplos casos contribuiu para reforçar as

mudanças corporais relacionadas à lipodistrofia produzidas pelo programa de

treinamento concorrente através do somatótipo, que foi utilizado devido às

dificuldades encontradas na visualização dessas modificações por meio da

estatística convencional. Dessa maneira, o somatótipo pôde conferir mais

claramente essas modificações corporais, expondo como resultado a

conformação física de cada participante com melhorias, principalmente no que

tange a adiposidade.

Em relação à imagem corporal, também avaliada no estudo de múltiplos

casos, esta fortaleceu os resultados adquiridos com o somatótipo,

comprovando as alterações físicas obtidas com o treinamento, mediante a

identificação de progressos na percepção da imagem corporal após o protocolo

de intervenção.

Diante dos efeitos identificados pela intervenção do protocolo de

treinamento concorrente em PVHA sob regime terapêutico com a HAART,

surge como um novo desafio: a tentativa de aumentar o número da amostra, no

intuito de permitir uma maior homogeneidade entre os dados; a busca pela

possibilidade e viabilidade de explorar novas variáveis; a utilização de

equipamentos mais sofisticados que permitam uma análise mais robusta dos

dados; e o planejamento de outros protocolos de treinamento físico como

intervenção.

Sendo assim, as novas perspectivas para o doutorado direcionam os

esforços para montar grupos controlados, reunindo vários protocolos de

treinamento e práticas de atividades físicas específicas, visando comparar os

efeitos morfofuncionais e metabólicos entre elas. Outro estudo futuro que se

pretende investigar diz respeito ao efeito do treinamento no metabolismo

energético das PVHA uma vez que a lipodistrofia está associada a inadequada

utilização de substratos energéticos, conhecida como inflexibilidade metabólica,

a qual caracteriza-se por uma menor utilização de lipídios em repouso,

contribuindo para um perfil inadequado quanto à composição corporal e perfil

lipídico41.

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31

Por fim, a pesquisa em saúde é uma eterna busca de conhecimentos.

Este estudo finaliza apenas uma pequena etapa desse conhecimento sobre o

universo do HIV/Aids, produzindo novos questionamentos, que darão início a

uma nova proposta de descobertas e benefícios para a melhoria da qualidade

de vida desta população.

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32

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APÊNDICES

Apêndice 1.

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40

ANEXOS

Anexo 1

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41

ANEXO 2 Anexo I- Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) Esclarecimentos: Este é um convite para você participar da pesquisa EFEITOS DO TREINAMENTO DE FORÇA

NOS PARÂMETROS IMUNOLÓGICOS E VIRAIS DE PORTADORES DE HIV/AIDS, que é

coordenada pelo Professor Doutor Paulo Moreira Silva Dantas.

Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer

momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou

conseqüência.

Essa pesquisa procura avaliar o funcionamento do sistema imunológico (defesas do

corpo) através de diferentes tipos de exercícios físicos, buscando uma melhor forma de aplicar

o exercício físico de maneira segura e trazendo bons resultados no tratamento e controle da

doença. Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a) ao(s) seguinte(s)

procedimentos:

Primeiramente será realizada uma avaliação física completa incluindo Peso, Estatura,

Índice de Massa Corporal (IMC), Relação Cintura-Quadril (RCQ) e dobras cutâneas para

verificar o quadro da lipodistrofia e risco para doenças cardiovasculares; exames laboratoriais

para avaliar o sistema imunológico (CD4 e carga viral) e o perfil metabólico (glicose, colesterol,

triglicerídios e sensibilidade a insulina).

Numa segunda etapa será realizado um programa de treinamento de musculação

durante 16 semanas. E ao término desse período todas as avaliações acima serão refeitas

para fazer uma comparação entre o antes e o depois do treinamento.

Os riscos envolvidos com sua participação são mínimos já que os procedimentos realizados

seguirão protocolos seguros e os profissionais envolvidos são devidamente qualificados. Você

pode se negar a responder qualquer questionamento ou participar de qualquer avaliação que

cause constrangimento.. Você terá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa:

Programa de treinamento individualizado para o grupo de intervenção e Avaliação física

completa periódica, ambos gratuitos, independente do grupo que participe.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em

nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados

será feita de forma a não identificar os voluntários.

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Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, receberá de

volta, caso solicite.

Em qualquer momento, se você sofrer algum prejuízo comprovadamente decorrente

desta pesquisa, você terá direito a indenização.

Você ficará com uma cópia deste Termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta

pesquisa, poderá perguntar diretamente para Danielle Coutinho de Medeiros, no Ginásio do

Departamento de Educação Física da UFRN –– Campus CCS - UFRN) ou pelos telefones: (84)

9451 4927/ (84) 9953 6663/ (84) 3236 3034

Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de

Ética em Pesquisa da UFRN na Praça do Campus Universitário, Lagoa Nova ou pelo telefone

(84) 3215 3135.

Consentimento Livre e Esclarecido

Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e

benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa EFEITOS DO

TREINAMENTO DE FORÇA EM PARÂMETROS IMUNOLÓGICOS E VIRAIS DE

PORTADORES DE HIV/AIDS

Nome: ________________________________________________

Assinatura: _____________________________________________

Pesquisador Responsável

Nome:__________________________________________________

Assinatura: ______________________________________________

Endereço e Fone: _________________________________________

Comitê de Ética e Pesquisa

Endereço: Praça do Campus Universitário, Lagoa Nova. CEP 59072-970

Fone: (84) 3215 3135

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43

ANEXO 3

FICHA DE AVALIAÇÃO FÍSICA

Nome:_______________________________________________Avaliador:________________

DOBRAS CUTÂNEAS

Data Data Data Data Data Data

Tríceps

Bíceps

Subescapular

Peitoral

Axilar Média

Supra Ilíaca

Supra Espinhal

Abdome

Coxa Medial

Panturrilha

DIÂMETROS ÓSSEOS

Biep Femural

Biep. Umeral

P.E. Radioulnar

ANTROPOMETRIA

Peso

Estatura

Ombro

Peitoral

Cintura

Abdome

Quadril

Coxa Prox D

Coxa Med D

Coxa Dist D

Coxa Prox E

Coxa Med E

Coxa Dist E

Panturrilha D

Panturrilha E

Braço Rel D

Braço Rel E

Braço Cont D

Antebraço D

Antebraço E