O TRABALHO COM GRUPOS - deptoportuguescui.files.wordpress.com · acordo a cada grupo ou situação....

13
O TRABALHO COM GRUPOS

Transcript of O TRABALHO COM GRUPOS - deptoportuguescui.files.wordpress.com · acordo a cada grupo ou situação....

O TRABALHO COM GRUPOS

DINÂMICA GRUPAL e DINÂMICAS DE GRUPOS “Quando olhamos por alto as pessoas, ressaltam suas diferenças: negros e brancos, homens e mulheres, seres agressivos e passivos, intelectuais e emocionais, alegres e tristes, radicais e reacionários. Mas, à medida que compreendemos os demais, as diferenças desaparecem e em seu lugar surge a unicidade humana: as mesmas necessidades, os mesmos temores, as mesmas lutas e desejos. Todos somos um”. (Baleeiro, 1999: 15). Esta unicidade é o que aproxima as pessoas. No âmbito da educação, “dinâmica grupal” não é o mesmo que “dinâmicas de grupo”.

Dinâmica grupal

Quando nos referimos à dinâmica grupal, tratamos da estrutura e organização social do grupo. A dinâmica grupal é um fato social. É um lugar comum onde o aluno desenvolve o “sentido de pertença” que está relacionado à aproximação e à ligação com a microssociedade ou micro-organismo social que representa um grupo de estudo. É uma ideia de enraizamento, em que o aluno constrói e é construído, planeja e se sente parte de um projeto, modifica e é por ele modificado.

Dinâmicas de grupo

Quando nos referimos à dinâmica de grupos, tratamos de recursos ou estratégias didáticas que buscam facilitar ou desenvolver a dinâmica grupal. É um trabalho pedagógico com finalidades psicopedagógicas, que pode gerar ou não uma interação grupal. São técnicas do processo de ensino-aprendizagem que pertencem ao mundo didático-pedagógico. Ao trabalharmos uma determinada dinâmica de grupo, devemos pensar se o grupo está preparado para trabalhá-la. Se não tivermos um grupo coeso e empático, dificilmente a atividade atingirá cem por cento de satisfação relacionada ao objetivo proposto.

Muitas dificuldades no trabalho com grupos não têm relação com a gramática, nem com o trabalho com as quatro habilidades ou destrezas comunicativas, mas com a coesão grupal dos alunos. Na prática docente, existem duas funções construtoras presentes no trabalho do professor. A primeira função diz respeito aos aspectos sócio-educativos, a segunda aos didático-pedagógicos. Os aspectos sócio-educativos estão relacionados diretamente com a dinâmica grupal ou coesão grupal. O docente exerce sua função sócio-educativa, desempenhando-se como líder do microgrupo social ou microssociedade que representa um grupo de estudo.

Como podemos chegar à dinâmica ou coesão grupal?

Pensemos em grupos constituídos por subgrupos provenientes de diferentes professores e apáticos entre si. Como podemos romper essas “células subgrupais” que só se comunicam entre si? Como podemos conseguir que interatuem como um só organismo social? A resposta é através de ações sinérgicas grupais. Sinergia é um conceito grego que expressa uma ação positiva e simultânea dum grupo de pessoas em determinada direção ou no cumprimento de algum objetivo. Esta dinamia (força, energia ou movimento) sócio-integradora atua dentro do grupo, criando empatia e identificação. As ações sinérgicas grupais constroem um ambiente sinérgico, imperando a dinâmica de interrelação grupal ou coesão grupal. Um grupo unido e coeso gera um lugar de encontro agradável e prazeroso tanto para os alunos, como para o professor; onde todos trabalham harmoniosamente com afinidade e simpatia. Frequentemente, a principal preocupação desses grupos é se o docente continuará sendo o mesmo ou não, no próximo quadrimestre.

Algumas recomendações para construir a dinâmica grupal

― Identificação da Consciência Individual

O primeiro dia de aula do curso é sumamente simbólico e gerador de expectativas nos alunos. Neste momento, o docente deverá apresentar-se como um membro a mais dessa microssociedade ou micro-organismo social, antes de professor institucionalizado do curso. Posteriormente, todos os alunos do curso farão o mesmo. O objetivo é que os alunos vejam e identifiquem-se com a pessoa do professor, antes do professor como sujeito laboral. Após ambas as apresentações, o docente assumirá o papel de professor institucionalizado, indicando seus objetivos e expectativas com relação a esse “microgrupo social”.

― Construção da Consciência Grupal

O professor deverá entregar aos alunos uma lista com dados para preencher, tais como: nome completo, telefones, e-mail e data de aniversário. Antes da seguinte aula, o professor deverá um e-mail coletivo com a lista preenchida. A meta é que os alunos sintam-se parte dessa construção coletiva, da qual fazem parte e são sujeitos ativos na construção desse micro-organismo social. * Recomenda-se formular a lista no primeiro dia de aula.

― Constituição da Identidade Grupal

O professor solicitará aos alunos que escolham um líder entre eles, que lhe ajudará com o trabalho de organização do grupo. Como os alunos ainda não se conhecem muito bem no primeiro dia de aula, recomenda-se escolher o líder na segunda ou terceira aula, de acordo a cada grupo ou situação. A função do líder será a de ajudar o professor com a comunicação grupal, com o recolhimento do fundo comum para fotocópias e com a organização das atividades mensais de socialização.

― Ações Sinérgicas Grupais

a) Atividades de socialização: são ações sinérgicas presenciais de interação social-grupal. Não necessariamente dedicadas aos aniversariantes do mês, também poderão ser momentos de reflexão grupal, compartilhamento de um lanche ou refeição em comum. O agente sinérgico deste processo é coletivo (professor e alunos). * Recomenda-se, no mínimo, uma atividade de socialização mensal por grupo (= 4 quadrimestrais).

b) E-mails coletivos: são ações sinérgicas não presenciais de interação social-grupal. Durante o quadrimestre, o agente sinérgico deste processo possui uma tendência individual, ou seja, geralmente é o próprio professor do curso quem inicia ou gera o processo de interação. É uma forma de o professor enviar avisos, atualizações, material didático, exercícios, informações culturais ou curiosidades do idioma etc. Ao finalizar o curso, a rede de e-mails poderá continuar ou não por parte dos alunos, porém o professor titular do curso deverá ser obrigatoriamente atualizado para evitar inconvenientes entre o anterior e o atual professor do mesmo curso.

c) Criação de um Facebook, Google Groups ou Hotmail Groups: são ações sinérgicas não presenciais de interação social-grupal. Durante o quadrimestre, o agente sinérgico deste processo possui uma tendência coletiva, ou seja, geralmente são os próprios alunos os que iniciam ou geram o processo de interação. É uma forma de o grupo intercambiar informações relacionadas ao grupo, informações relacionadas ao idioma, de comentarem sobre as aulas, de solicitarem material entre eles etc. Ao finalizar o curso, essas redes poderão continuar ou não por parte dos alunos, porém o professor titular do curso deverá ser obrigatoriamente atualizado para evitar inconvenientes entre o anterior e o atual professor do mesmo curso. Finalizando, os benefícios da dinâmica ou coesão grupal vão além da organização em sala de aula. Se tivermos um grupo coeso, poderemos desenvolver atividades grupais sem dificuldade e não enfrentaremos situações nas quais ninguém quer trabalhar com ninguém, justamente por não se conhecerem. O clima será agradável e sua aula amena e harmônica. O grupo coeso possui boa comunicação, é unido e empático. Muitas vezes este tipo de grupo leva o aluno a frequentar as aulas, não só porque gosta do idioma e quer aprendê-lo, mas também porque sente que “PERTENCE” ao grupo e quer estar com seus colegas (microssociedade). Como podemos apreciar, nós professores, possuímos uma função social ou sócio-educativa importantíssima, ajudando nossos alunos a se integrarem e interatuarem, compartilhando experiências e vivências interpessoais; intrapessoais e sócio-grupais.

O professor exerce sua função didático-pedagógica, desempenhando-se como agente do processo de ensino-aprendizagem seja com grupos numerosos ou não. As dinâmicas de grupo, também conhecidas como trabalho em grupo, representam, hoje, uma estratégia que se tornou amplamente usada dentro da abordagem comunicativa por oferecer muitas vantagens. O trabalho em grupo é considerado o ponto central para manter a interação linguística dentro do contexto de sala de aula, que é uma característica essencial do ensino comunicativo. Por meio do trabalho em grupo, os alunos desenvolvem suas habilidades de comunicação através de tarefas que exijam deles aproximar-se dos tipos de eventos que necessitarão para comunicar-se no mundo, além do contexto de sala de aula. Podemos definir o trabalho em grupo como um termo genérico que engloba uma multiplicidade de técnicas dinâmicas nas quais dois ou mais alunos são levados a desempenhar tarefas que envolvem a colaboração. Um ponto importante é fazer com que os alunos tenham mais oportunidades de falar. Em comparação com o trabalho em par, o qual é geralmente usado na realização de tarefas mais curtas e linguisticamente mais simples em termos de estruturas, as atividades realizadas em grupo são importantes por:

― Aumentar as oportunidades de os alunos praticarem individualmente e usarem as novas peculiaridades da língua em estudo melhorando a qualidade da fala;

― Reduzir o domínio do professor sobre a aula; o professor pode trabalhar mais como um facilitador e consultor, oferecendo uma instrução mais individualizada;

― Criar um clima mais positivo na sala de aula e aumentar a motivação do aluno e sua participação na aula, promovendo a colaboração entre os alunos e um papel mais ativo deles no processo de aprendizagem;

― Resgatar a autoestima dos alunos participantes;

― Desenvolver a capacidade de respeitar as diferenças individuais e a diversidade cultural;

― Estimular a reflexão e a revisão de atitudes e comportamentos;

― Aumentar a coesão do grupo.

Com respeito à organização dos grupos a quantidade de participantes dentro de cada grupo, deverá ser proporcional ao número total de alunos em uma classe (mínimo 4/5 componentes e um número máximo de 8 alunos). É pertinente lembrar que o número de grupos pode variar dependendo da atividade selecionada pelo professor e do objetivo que se deseja alcançar

Como formar equipes

As equipes podem constituir-se aleatoriamente: os participantes agrupados por proximidade física, isto é, os que estão sentados próximos uns dos outros se reúnem formando uma equipe. Outras vezes, as equipes podem ser formadas livres e espontaneamente, levando-se em conta as preferências pessoais.

Como orientar os participantes

Comportamentos necessários para o bom desempenho de cada membro dentro do grupo como um todo. Estabeleça, em conjunto com os alunos, normas de conduta e padrões de trabalho. Além disso, defina claramente os objetivos a serem atingidos com o trabalho em grupo, e explique de forma objetiva os procedimentos da técnica de dinâmica de grupo adotada. Além disso, para que o trabalho em grupo seja bem sucedido, os seguintes aspectos devem ser levados em consideração:

Para quem vai orientar é fundamental conhecer todos os passos da dinâmica para aplicá-la com segurança;

Ter clareza de onde se quer chegar, qual o objetivo e a função da tarefa dentro do processo a ser desenvolvido, entendendo-a como um instrumento;

Deve haver um objetivo, ou seja, para que a tarefa seja produtiva deve haver um propósito, procedimentos claros e tempo determinado para ser completada;

Perceber o nível de relações e entendimento do grupo, pois nem toda dinâmica se adapta bem a qualquer grupo. Ela pode ser um instrumento enriquecedor se for bem utilizada e se o grupo estiver em condições de vivenciá-la;

O tamanho do grupo deve ser determinado de acordo com o tipo de tarefa a ser realizado;

Deve-se dar importância aos papéis dos participantes que devem ser previamente definidos;

Possibilitar um clima de espontaneidade em que os participantes sintam-se livres e à vontade para a partilha da experiência feita.

Com respeito a possíveis dificuldades que venham a surgir na implantação de trabalhos em grupo, em certos contextos e situações

de ensino, pode haver problemas de organização e de tempo. Em relação à organização, principalmente quando o professor tem de enfrentar classes numerosas, o nível de barulho produzido pelos alunos pode ser tão elevado que os faça perder a concentração no desenvolvimento da tarefa. O professor não tem muito a fazer senão escolher e estruturar uma atividade que se adapte àquela determinada situação. O segundo ponto é a questão do tempo. Algumas situações de trabalho em grupo como a técnica de dramatização, por exemplo, incluindo sua preparação e apresentação, podem levar muitas horas, ocasionando o atraso do conteúdo programático previsto na grade curricular. Entretanto, uma vez que o objetivo é o de promover e sustentar a interação linguística e tornar o ambiente de ensino genuinamente comunicativo, vale a pena “gastar” tempo em atividades como essa. Vale dizer sempre que: faz-se necessário que exista uma organização prévia,

Para pensar...

Com respeito à implementação de trabalhos em grupo em sala de aula, o primeiro passo é a seleção de uma tarefa ou atividade

apropriada. Então, podemos fazer a distinção entre dois tipos de tarefa: tarefas de comunicação autêntica e tarefas de aprendizagem de línguas autênticas. Deveríamos escolher aqueles tipos de tarefas que são simultaneamente adequadas para o processo de aprendizagem e para o envolvimento dos alunos numa comunicação autêntica. Enfim, os professores devem escolher tarefas que envolvem os alunos não só na comunicação autêntica com textos e com os outros alunos na sala, mas também tarefas com o propósito da aprendizagem. Ainda, as tarefas de aprendizagem servem para apoiar as comunicativas: vocabulário, praticando uma função. Ex: descrição, gostos e preferências. Esta tarefa deve ser levada a cabo antes da tarefa comunicativa. O professor prevê e explica ou pratica: vocabulário, estruturas etc. Durante podem surgir dúvidas ou depois como consolidação de aspectos linguísticos relevantes.

Algumas técnicas que podem ser utilizadas em atividades de trabalho em grupo como jogos, dramatização e simulações, drama, projetos, entrevistas entre outras e dinâmicas como:

a) Dinâmicas de Apresentação: para apresentação e conhecimento imediato das pessoas do grupo.

b) Dinâmicas de Integração e Conhecimento: voltadas para grupos já iniciados, objetivando um maior entrosamento, “quebra-gelo” e aprofundamento do conhecimento inicial.

c) Dinâmicas de Recreação: podem ser utilizadas em intervalos de eventos, aniversários, cursos etc.

d) Dinâmicas de Aprendizagem: são alguns tipos de exercícios, técnicas, para estimular o raciocínio e percepção e também fixar o conteúdo estudado.

e) Histórias, Fábulas, e Textos para Reflexão: para aberturas ou para ilustrações, visando enriquecer algum tema que está sendo abordado.

Avaliação de desempenho na atividade

Para cada atividade realizada, fase de projeto ou período de trabalho pode ser proposta uma avaliação individual ou do grupo, caracterizada por perguntas como:

1- Como foi minha participação?

2- O que aprendi com os demais participantes?

3- Que falhas cometi?

4- Como evitar repeti-las?

5- Quais foram meus pontos fortes?

6- Como poderei melhorar?

7- Havia clareza entre os participantes sobre os objetivos da atividade? Que problema pode ter havido?

8- A escolha dos participantes foi adequada quanto ao número, capacitação, preocupações e em relação aos objetivos previstos?

9- Sobre a participação (houve apatia, excessos, resistências ou disputas com o moderador?).

10- Como foi a qualidade do relacionamento entre os participantes e o clima de cooperação?

11- Qual o grau de aproximação em relação aos objetivos previstos? Qual foi grau de satisfação dos participantes?

12- Você considera que houve ganho pessoal e organizacional para o futuro, decorrentes desta atividade?

Para fechamento da unidade de trabalho com as classes gramaticais, propomos a atividade a seguir:

1. Prepare cartelas, no estilo convencional das de bingo, divididas em quadrinhos (sugerimos 4x4 ou 16 casas). Escreva o nome das classes gramaticais em onze espaços, deixando cinco espaços vazios. Os espaços vazios são muito importantes, pois permitem uma visualização mais clara e reduzem o tempo da atividade. As cartelas devem ser diferentes entre si, podendo haver, é claro, algumas classes repetidas.

2. Faça fichas com palavras correspondentes às classes gramaticais estudadas que aparecem nas cartelas. (Elas correspondem às pedrinhas numeradas do bingo convencional.). Coloque-as em um saco ou caixa de onde serão retiradas para o sorteio.

3. "Cante" a palavra sorteada. Se o aluno achar que tem na sua cartela a classe gramatical da palavra que foi dita, irá escrevê-la na casa correspondente.

4. Aquele aluno que preencher primeiro todos os itens da sua cartela será o vencedor. Variações: * Pode haver prêmios também para quem completar primeiro uma linha ou coluna. * Se você quiser reutilizar as cartelas, distribua aos alunos pequenos pedaços de papel em branco, do tamanho das casas nas cartelas. Em vez de escrever a palavra na própria grade, os alunos as escreverão no papelzinho, e colocarão este sobre o lugar apropriado na cartela.

Consiste em se elaborar um volante de loteria esportiva, só que em vez do nome dos times de futebol se escrevem frases certas e erradas. Se apenas a primeira frase estiver correta, o aluno marca um "X" na coluna um; se apenas a segunda estiver correta, ele marcará um "X" na coluna dois; se ambas estiverem corretas ou erradas, será assinalada a coluna do meio. Como no jogo de loteria, cada aluno poderá marcar um jogo duplo (coluna dois e coluna do meio, por exemplo). O bom desta atividade é que as frases podem ser adaptadas para qualquer nível, variando-se o grau de dificuldade.

Nesta técnica, o professor estipula uma determinada classe gramatical, regra de acentuação ou outro assunto que esteja sendo trabalhado e lê um texto ou parágrafo para os alunos. Estes, em vez de anotarem todas as palavras, escreverão apenas as palavras pertencentes ao tópico proposto. Por exemplo: Se o professor escolheu a classe dos substantivos, os alunos escreverão apenas os substantivos; se optou por revisar as palavras acentuadas por serem proparoxítonas, apenas estas serão anotadas. Ao final do ditado, duplas ou pequenos grupos de alunos poderão se reunir para comparar o resultado do seu trabalho e, se necessário, pedirão a ajuda do professor.

Somos, na nossa vida profissional, o resultado da soma das nossas experiências. Nesse caso, a boa soma das partes significa um excelente produto. Temos que mantê-lo atualizado, completo, porque nele nosso histórico profissional funciona como uma espécie de radiografia, de carteira de identidade. A proposta é que se faça um currículo diferente, em que os dados sejam construídos com o recurso da ironia, do humor sugerido, da quebra de expectativa. Vejamos o exemplo abaixo: SUMÁRIO: 1. DADOS PESSOAIS

a) Idade: Muito menos do que pareço ter. b) Sexo: Só eu sei. c) Nacionalidade: Em tempo de Copa do Mundo - brasileira. d) Naturalidade: Dependendo do momento, toda a naturalidade possível. e) Filiação: Dizem que fui achado ... nem vou dizer onde. f) Endereço: Onde eu estiver. g) Telefone, e-mail etc.

2. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO (DOCUMENTOS) 3. HISTÓRICO ESCOLAR 4. ATIVIDADES PROFISSIONAIS 5. TRABALHOS PUBLICADOS 6. OUTRAS ATIVIDADES (Línguas, cursos, hobbies, palestras, etc.)

Veja o que sugere a propaganda em um jornal para estudantes:

CURRICULUM VITAE Dados Pessoais: Não é da sua conta. Idade: Bem menor que a sua. Experiência: De vida. Línguas: Só uma, comprida e vermelha. Salário Pretendido: Não te interessa. Referências: Mamãe, ela diz que sou o máximo.

Escolha um texto de um tema atual e bem relacionado ao universo do aluno. Divida-o em partes (linhas, parágrafos, trechos com unidade de sentido etc.). Pegue o poderoso corretor de textos (aquele líquido branquinho que utilizamos para apagar erros e os alunos usam para lambuzar-se), e mãos à obra. Em cada parte omita, por exemplo: a) acentos; b) pontuação; c) sinais gráficos; d) desinências de concordância verbal ou nominal; e) pronomes (principalmente os oblíquos e possessivos). A atividade poderá ser feita em grupos, em forma de gincana: o grupo que encontrar primeiro os erros ganhará um prêmio a ser estipulado pelo professor (mas pontos na nota não vale!). É importante que se note que nesta atividade a compreensão do texto pode ficar em segundo plano - uma vez que o aluno estará rastreando o texto em busca de falhas. Para que o conteúdo seja melhor explorado, haverá a necessidade de uma nova leitura, posteriormente.

Cesar estava lendo confortavelmente sentado na classe turística de um avião lotado, quando a aeromoça suavemente anunciou: - Atenção, senhores passageiros. O comandante solicitou informá-los de que a turbina esquerda da aeronave acabou de emperrar. Tenho a impressão de que já estamos caindo. Leiam detalhadamente as instruções que estão na página 13 do manual do sobrevivente', que pode ser encontrado no bolso lateral do banco do passageiro. Com muita calma, sigam os procedimentos de emergência passo a passo. Após, coloquem o paraquedas que estão guardados embaixo dos assentos e encaminhem-se à porta de emergência para, então, pularem. Neste momento, estamos a uma altitude de mil e quinhentos pés. Queremos também comunicar que a temperatura externa é de zero grau, em consequência de uma frente fria vinda da Argentina. Como último aviso, solicitamos que não se aglomerem nas portas de emergência, evitando tumultos. Tenham um bom regresso! Ah, estamos caindo em alto-mar. Maria Martha, sua comissária de bordo. Cesar terminou de beber seu guaraná, guardou seu livro na bolsa e colocou o paraquedas. Aproximou-se da porta de emergência e saiu do avião. O que há de errado e o que se pode falar sobre a verossimilhança deste texto? O que podemos acrescentar ou omitir para torná-lo mais convincente?

Nesta atividade, o professor dá aos alunos um texto onde todas as palavras aparecem emendadas, como uma corrente de letras. Caberá aos alunos separar as palavras e pontuar as frases. Por exemplo:

Porfavorsabeondeeupegoumônibusparachegaràestaçãoepegarumtremnóscánãochamamosônibusmasautobusokvocêsabeondeeupegoumautobusparairatéaestaçãoepegarumtremnóscánãochamamosestaçãomasgarevamosláentãovocêsabeondeeupegoumautobusparachegaratéagareepegarumtremnóscánãochamamostremmascomboiotábomvocêsabeondeeupegoumautobusparachegaràgareparapegarumcomboioéaquimesmo Os alunos parecem gostar porque é um tipo de charada que estimula a curiosidade, principalmente quando se trata de uma piada, como é o caso do texto acima. Ou seja, para entender a piada tem que decifrar a charada. Mas é bom lembrar que esta é uma atividade que se aplica a textos curtos.

Completa as lacunas com a palavra cujo significado encontra-se listado abaixo do texto.

Tem (1) _ _ _ _ _ _ _ que me lembram Minha (2) _ _ _ _ , por onde andei As (3) _ _ _ _ _ _ _ _ _ , os caminhos O (4) _ _ _ _ _ _ _ que eu mudei Cenas do meu (5) _ _ _ _ _ em branco e preto Que o (6) _ _ _ _ _ levou e o (7) _ _ _ _ _ traz Entre todos os (8) _ _ _ _ _ _ e (9) _ _ _ _ _ _ De você me lembro (10) _ _ _ _ __

1- espaço ocupado; localidade. (pl) 2- espaço de tempo decorrido entre o nascimento e a morte. 3- estudo e narração sistemática do passado, dos fatos. 4- sina, sorte, direção, rumo. 5- fita cinematográfica, que recebe por impressão imagens em movimento. 6- ar agitado por qualquer meio. 7- sucessão de anos, dias, horas, momentos, a noção de presente, passado e futuro. 8- objeto da nossa afeição; paixão (pl). 9- que tem amizade, afeiçoado(pl). 10- designativo de aumento, grandeza.

Você sabe o que é haikai (ou haiku)? Segundo as explicações do Rodrigo de Almeida Siqueira na sua página da internet "O Zen e a Arte do Haikai", "O haikai é um pequeno poema com métrica e moldes orientais surgida no século XVI. O seu objetivo é capturar a essência do local numa poesia contemplativa e descritiva com grande valorização dos contrastes, da cor, das estações do ano, da união com a natureza, no que é momentâneo versus o que é eterno e no elemento surpresa". Por ser um texto curto e geralmente simples, o haikai é muito versátil para praticar redação, gramática (principalmente presente do indicativo e separação silábica) e até oralidade. Embora o haikai seja regido por uma série de regras, elas nem sempre são cumpridas na íntegra. Existem poemas baseados em apenas algumas das características do haikai (ainda segundo Rodrigo Siqueira):

Poesia de três linhas e 17 sílabas normalmente distribuídas na forma 5, 7 e 5 sílabas respectivamente em cada linha.

Assim como o "click" de uma máquina fotográfica, deve registrar ou indicar um momento, sensação, impressão ou drama de um fato específico da natureza. É aproximadamente a imagem de um "flash" ou resultado de um "insight" (=visualização/iluminação), cercado de pureza, simplicidade e sinceridade.

Não costuma haver posicionamento do poeta, pois é preferencialmente uma descrição do presente evitando comparações ou conceitos do tipo "isso é belo (ou feio)".

Para utilizar a técnica nas aulas de língua portuguesa:

1) Obtenha algumas gravuras de paisagens (podem ser fotos ou reproduções de pinturas). 2) Em grupos ou individualmente, os alunos deverão descrever o que veem sob a métrica e a filosofia do haiku. 3) Componha você também um haiku sobre uma das paisagens. Leia para os alunos, que terão de identificar a figura a que você se refere. 4) Peça aos alunos que leiam os seus mini-poemas para que os colegas também tentem descobrir que figura eles descrevem. Ou... 1) Nos sites listados abaixo, escolha três haikus que abordem assuntos diversos. Reproduza-os em letras grandes (fonte 36, aproximadamente) e recorte-os em tiras. 2) Como se fosse um quebra-cabeças poético, os alunos terão de separar os assuntos e tentar reconstituir os poemas à sua ordem original. 3) Apresente os haikus na sua versão verdadeira para que os alunos verifiquem se estavam corretos nas suas suposições.

Para maiores informações sobre a interessante arte do haikai, visite os sites abaixo: O ZEN e a ARTE DO HAIKAI e o HAIKU SEM FRONTEIRAS

Essa atividade procura estabelecer um contraste entre a linguagem falada (coloquial) e a linguagem escrita, bastante mais formal.

Você, que é um habitante do terceiro milênio, um mIRCnauta, com certeza poderá nos ajudar a transpor o diálogo abaixo para a linguagem padrão. Convide um colega para agilizar o trabalho, e mãos à obra.

OooooooooIiiiiiiiiIIIIIiiiiiEEEeeeeEEEEeeeeeeee!!! ¡¡¡¡ e ae, blz? uhum,..i cum c? td blz tb.. q anda fazendu? nada di mais i c? tb num.. tipo,..vai te festa nessi findi? ah, sei lah,..axu q vo fica na baia do meu parceru,..eh q vai te uma festa mt bala..se vai ih na dah santah monica? um..nem tava ligada,..vo fala cum minhas migas ai veju si nóis vamu.. vai se quandu? axu q vai se sexta, vai tah mt show,..todus meu parça vaum tah lah,..mt bala..vai q tah garantidu.. se vc falah assim vo pensa melhor na proposta... vo te qui larga agente se fala otro dia.. flow tchau..bjuss

Quem não tem a sua cortina musical, a sua marca sonora predileta? Depois de muito conversarmos, chegamos à conclusão de que essas trilhas são pessoais e intransferíveis. Cada um tem a sua. Isso não impede que se possa compartilhar e contaminar outras pessoas. Sonoramente falando, é claro! A música é uma das expressões mais antigas e intensas do homem: a poesia já foi totalmente música; é forma de identificação dos grupos e tribos. Visualize um ensaio de escola de samba, uma festa rave, um baile no Clube dos Coroas, o canto litúrgico de uma missa católica, um show de heavy metal, uma festa de aniversário de criança: em cada, um público específico. Convide os alunos para refletir sobre o(s) tipo(s) de música(s) de sua preferência. Faça com eles uma lista, elencando o repertório que se esconde no aparente silêncio de seus headphones. Faça-os despertar sobre o estilo do seu repertório, solicitando que estabeleçam relações entre esse estilo e a vida atual (ritmo, conteúdo das letras, melodia, etc.). Solicite que esquematizem (trabalhe síntese e análise, a redação de esquemas), numa ordenação cronológica, os eventos significativos de suas vidas. Pelo menos dez (não é necessária a imposição de um número, mas dê corda para que a lista ganhe consistência). Agora oriente que redijam um pequeno texto para cada item de suas biografias, comentando também como e por que essas músicas foram e são significativas. Por fim, devem escolher (e preparar) músicas que estão associadas, significativamente, a tais fatos. Pode ser uma seleção de vinhetas*. Informe-os de que esse registro musical poderá ser guardado como uma espécie de documento de identidade.

Pronto, agora é a hora de ouvirmos suas vidas. Sugestões: a) a exposição dos textos com um aparelho de som portátil e fones de ouvido para o leitor ler e ouvir; b) a leitura dos textos acompanhados de um aparelho de som (ou de um pequeno conjunto musical, ou de uma "banda"); c) em ambiente arejado, em duplas, a troca dos textos musical e linguístico (um lê o texto do outro com a respectiva trilha sonora); d) podem ser acrescentadas à biografia vinhetas contendo músicas marcantes de familiares e amigos; e) a produção de uma festa comemorativa dessas recordações, em que cada um será dj, apresentando uma seleção (duas ou três) de sua biografia sonora. Expor (em um varal) as produções escritas. * Vinheta: trecho musical ou pequena música que se toca antes do início de um programa de rádio ou televisão, ou separando suas seções, ou identificando o programa, a estação ou o patrocinador - (Dicionário Houaiss).

10 SUGESTÕES PARA TRABALHAR COM TEXTOS

Texto em tiras a) Selecione um texto curto e escreva-o em tiras de papel pardo-aquele bem barato que se compra em metros. Cada frase ou parte do texto deverá estar escrito em uma tira. b) Divida a turma em grupos. c) Distribua uma ou mais tiras para cada elemento do grupo -de forma desordenada- e peça para que o grupo o reconstrua no chão, de preferência no corredor ou pátio da escola. Essa atividade é sócio-interativa e promove a participação de todos na reorganização do texto. Também é uma forma de tirá-los das cadeiras e mudar o ambiente de aprendizagem.

Horóscopo Quem não gosta de dar uma espiadinha no seu horóscopo de vez em quando, que atire a primeira pedra. a) Selecione do jornal os horóscopos de todos os signos. Pode ser um da semana passada, ninguém vai perceber. b) Pegue o corretivo e, aleatoriamente, dê umas pinceladas nele. Cuide para que haja um apagamento em cada signo. c) Tire o xerox e dê para cada dupla recompor os textos que foram apagados. Poderá, antes, fazer um aquecimento, perguntando quem acredita em horóscopo, quando costuma lê-lo, se alguma vez já deu certo a previsão feita pelo horoscopista...

Anedotas Selecione algumas piadas de salão e, em duas colunas, divida as piadas ao meio: o início da piada na primeira coluna e na outra - de forma desencontrada- o final das piadas. Os alunos deverão ler e combinar os textos humorísticos. Sugestão: Convide os alunos a formarem duplas e encenarem as piadas para a turma.

Tiras em Quadrinhos a)Recorte algumas tiras de histórias em quadrinhos. b) Cole-as em uma folha com as partes desencontradas. c) Os alunos deverão lê-las e reorganizá-las de forma apropriada.

Ache a foto da notícia a) Recorte várias notícias com fotos do jornal. Elimine as legendas. b) Separe as fotos das notícias. c) Desafie o grupo a encontrar o par (notícia + foto).

A Notícia Completa a) Recorte várias notícias de jornal que tenham as quatro partes fundamentais: título/manchete, lead, corpo, e foto com legenda. b)Desmembre as notícias, recortando as partes de cada uma. c) Embaralhe tudinho e peça ao grupo para reorganizá-las novamente.

Texto Quebra-cabeças a) Recorte alguns textos (tantos quantos forem os grupos com os quais você irá trabalhar). Os textos poderão ser coloridos para motivá-los. b)Faça marcações de forma desorganizada nos textos (tal qual nos quebra-cabeças) e recorte-os. c) Ofereça-os aos grupos para que os montem novamente. Você poderá ter em mãos algumas perguntas de interpretação para que o grupo responda, dando conta do entendimento da leitura que fizeram. Também poderá ser feita em forma de gincana: o grupo que primeiro responder corretamente a todas as perguntas será o vencedor.

Charges Ler charges de jornal é uma forma divertida de se manter atualizado. a)Recorte as charges que encontrar pelos jornais. b) Distribua-as para os grupos e peça para fazerem a leitura do momento, discutindo o acontecimento que está sendo abordado, além de tentar identificar as pessoas que estão sendo focalizadas. c) Troque com os outros grupos de forma que todos possam fazer as várias leituras. d) Compare as diferenças que forem surgindo.

Lendo figuras a) Selecione figuras - pode ser de jornal também- que apresentem uma situação passível de se criar um enredo. Explique que uma boa história deve, necessariamente, ter um conflito, senão não é uma história. b) Peça para que cada um faça a sua leitura do texto extra-verbal silenciosamente. c) Solicite que, nesse segundo momento, contem para o colega do lado que leitura fizeram e como resolveram o conflito que imaginaram para aquela figura. É importante que cada um fale; não ligue se gerar tumulto na aula, já que isso "faz parte", como diria o Ban-ban.

Fontes de consulta: http://www.linguaestrangeira.pro.br/sitedeportugues/10_sugestoes_com_texto.htm

Curso de pós-graduação lato-sensu projeto "A Vez do Mestre" - Universidade Candido Mendes