O Testemunho do Profeta Joseph Smith

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32667 059 4 02326 67059 0 PORTUGUESE © 2005 Intellectual Reserve, Inc. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil Aprovação do inglês: 2/05. Aprovação da Tradução: 2/05 Tradução de The Testimony of the Prophet Joseph Smith Portuguese Pintura da capa: Irmão Joseph, de David Lindsley Pintura da última capa: detalhe de Ele Já Ressucitou, de Del Parson OS ENSINAMENTOS DE CRISTO O s ensinamentos de Jesus Cristo na Bíblia há muito têm sido fonte de inspiração para a humanidade. Há outros ensinamentos do Salvador em um volume de escritura semelhante — o Livro de Mórmon: Outro Testamento de Jesus Cristo. Esses dois volumes lhe trarão paz e felicidade duradouras ao orientarem sua vida de forma inspirada. Para pedir seu exemplar gratuito do Livro de Mórmon: Outro Testamento de Jesus Cristo, visite o site abaixo ou escreva para: O TESTEMUNHO DO P ROFETA J OSEPH S MITH A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias www.mormon.org/por

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32667 0594 02326 67059 0

PORTUGUESE

© 2005 Intellectual Reserve, Inc.Todos os direitos reservados. Impresso no BrasilAprovação do inglês: 2/05. Aprovação da Tradução: 2/05Tradução de The Testimony of the Prophet Joseph Smith

Portuguese

Pintura da capa: Irmão Joseph, de David LindsleyPintura da última capa: detalhe de Ele Já Ressucitou, de Del Parson

OS ENSINAMENTOSDE CRISTO

Os ensinamentos de Jesus Cristo naBíblia há muito têm sido fonte

de inspiração para a humanidade. Háoutros ensinamentos do Salvador emum volume de escritura semelhante —o Livro de Mórmon: Outro Testamentode Jesus Cristo. Esses dois volumes lhetrarão paz e felicidade duradouras aoorientarem sua vida de forma inspirada.

Para pedir seu exemplar gratuito do Livrode Mórmon: Outro Testamento de JesusCristo, visite o site abaixo ou escreva para:

O TESTEMUNHODO PROFETA

JOSEPH SMITH

A Igreja de Jesus Cristo dosSantos dos Últimos Dias

www.mormon.org/por

Joseph Smith: Um Profeta de Deus

Quando Joseph Smith tinha 14 anos de idade,quis saber a qual igreja deveria filiar-se. Por

isso, perguntou a Deus em sincera oração. Emresposta a sua oração, Deus, o Pai, e Seu Filho,Jesus Cristo, apareceram a Joseph e disseram-lheque a verdadeira Igreja de Jesus Cristo não estavasobre a Terra e que o haviam escolhido pararestaurá-la.

A partir daquele dia, Joseph trabalhou a serviçode Deus no estabelecimento d’A Igreja de JesusCristo dos Santos dos Últimos Dias e na edificaçãodo Reino de Deus sobre a Terra nos últimos dias.Os membros fiéis da Igreja testificam que JesusCristo é o Salvador e Redentor do mundo. Hoje,Jesus dirige Sua Igreja por meio de revelação aum profeta na Terra. Joseph Smith foi um desses

profetas. Embora Joseph tenha conseguido muitoem sua vida, mais importante foi sua dedicaçãoem ser discípulo e testemunha de Jesus Cristo. Eleescreveu: “(...) depois dos muitos testemunhos quese prestaram dele, este é o testemunho, últimode todos, que nós damos dele: Que ele vive!”.(Doutrina e Convênios 76:22)

Aqueles que receberem o testemunho do Profetapelo poder do Espírito Santo saberão que o trabalhoque ele foi chamado a fazer é verdadeiro. Tambémpoderão conhecer a paz e alegria que vêm porintermédio do Salvador Jesus Cristo, a quem JosephSmith adorou e serviu.

Qual É a Igreja Verdadeira?

Joseph Smith nasceu em 1805, na Cidade deSharon, Estado de Vermont. Esta narrativa seinicia quando ele tinha 14 anos de idade,morava com sua família em Nova York e refletiaseriamente para saber a qual igreja deveria unir-se.O que se segue é a experiência de Joseph, em suaspróprias palavras.

Durante esses dias de grande alvoroço,minha mente foi levada a sérias reflexões

e grande inquietação; (...) muitas vezes disse amim mesmo: Que deve ser feito? Quem, dentretodos esses grupos está certo, ou estão todosigualmente errados? Se algum deles é correto,qual é, e como poderei sabê-lo?

Em meio à inquietação extrema causada pelascontrovérsias desses grupos de religiosos, lium dia na Epístola de Tiago, primeiro capítulo,versículo cinco, o seguinte: “E, se algum de vóstem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que atodos dá liberalmente, e o não lança em rosto,e ser-lhe-á dada”.

Jamais uma passagem de escritura penetroucom mais poder no coração de um homem doque essa, naquele momento, no meu. Pareceu

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Enquanto tentava decidir a qual igreja unir-se, Joseph buscou ajuda na Bíblia.Onde leu o seguinte: “Peça a Deus”.

entrar com grande força em cada fibra demeu coração. Refleti repetidamente sobreela, tendo consciência de que se alguémnecessitava da sabedoria de Deus, era eu,pois eu não sabia como agir e, a menos queconseguisse obter mais sabedoria do quea que tinha então, nunca saberia; pois osreligiosos das diferentes seitas interpretavamas mesmas passagens de escritura de maneiratão diferente, que destruíam toda a confiançana solução do problema através de umaconsulta à Bíblia.

Finalmente cheguei à conclusão de queteria de permanecer em trevas e confusão,ou fazer como Tiago aconselha, isto é, pedira Deus. Resolvi “pedir a Deus”, concluindoque, se ele dava sabedoria aos que tinhamfalta dela e concedia-a liberalmente, semcensura, eu podia aventurar-me.

A Primeira Visão de Joseph Smith

Assim, seguindo minha determinação depedir a Deus, retirei-me para um bosque

a fim de fazer a tentativa. Foi na manhã deum belo e claro dia, no início da primavera de1820. Era a primeira vez na vida que fazia taltentativa, pois em meio a todas as ansiedades

que tivera, jamais haviaexperimentado orar emvoz alta.

Depois de me haverretirado para o lugar quepreviamente escolhera,tendo olhado ao redore encontrando-me só,ajoelhei-me e comeceia oferecer a Deus osdesejos de meu coração.

Apenas iniciara, imediatamente se apoderoude mim uma força que me dominou porcompleto; e tão assombrosa foi sua influênciaque se me travou a língua, de modo queeu não podia falar. Uma densa escuridãoformou-se ao meu redor e pareceu-me, porum momento, que eu estava condenado auma destruição súbita.

Mas usando todas as forças para clamar aDeus que me livrasse do poder desse inimigoque me subjugara, no momento exato emque estava prestes a sucumbir ao desesperoe abandonar-me à destruição — não a umaruína imaginária, mas ao poder de algumser real do mundo invisível, que possuíauma força tão assombrosa como eu jamaissentira em qualquer ser — exatamente nessemomento de grande alarme, vi um pilar de luzacima de minha cabeça, mais brilhante que osol, que descia gradualmente sobre mim.

Assim que apareceu, senti-me livre doinimigo que me sujeitava. Quando a

luz pousou sobre mim, vi dois Personagenscujo esplendor e glória desafiam qualquerdescrição, pairando no ar, acima de mim. Umdeles falou-me, chamando-me pelo nome, e

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Um deles (...)disse,

apontando para o outro:“Este é Meu

Filho Amado.Ouve-O!”

disse, apontando para o outro: “Este é MeuFilho Amado. Ouve-O!”

Meu objetivo ao dirigir-me ao Senhorera saber qual de todas as seitas estava

certa, a fim de saber a qual me unir. Portanto,tão logo me controlei o suficiente para poderfalar, perguntei aos Personagens que estavamna luz acima de mim qual de todas as seitasestava certa (pois até aquele momento jamaisme ocorrera que todas estivessem erradas) e aqual me unir.

Foi-me respondido que não me unisse aqualquer delas, pois estavam todas erradas;

e o Personagem que se dirigia a mim disse quetodos os seus credos eram uma abominaçãoa sua vista; que aqueles religiosos eram todoscorruptos; que “eles se aproximam de mim comos lábios, mas seu coração está longe de mim;ensinam como doutrina os mandamentos dehomens, tendo aparência de religiosidade, masnegam o seu poder”.

Novamente me proibiu de unir-me aqualquer delas; e muitas outras coisas disse-me, as quais não posso, no momento, escrever.Quando tornei a voltar a mim, estava deitadode costas, olhando para o céu. Quando a luz seretirou, eu estava sem forças; mas tendo logome recuperado em parte, fui para casa.

A Perseguição

Joseph obedeceu a Deus e não se filiou a nenhumaigreja existente. Ao contar às pessoas o que haviavisto e ouvido, iniciaram-se a oposição e aperseguição.

Logo descobri (...) que minha narraçãoda história havia provocado muito

preconceito contra mim entre os religiosos,tornando-se motivo de grande perseguição,a qual continuou a aumentar; e emboraeu fosse um menino obscuro, de apenasquatorze para quinze anos de idade, e minhasituação na vida fizesse de mim um meninosem importância no mundo, homensinfluentes preocupavam-se o bastante paraincitar a opinião pública contra mim eprovocar uma perseguição implacável. Eisto se tornou ponto comum entre todas asseitas — todas se uniram para perseguir-me.

Isso me levou a refletir seriamente, naépoca, e muitas vezes a partir daí; quãoestranho era que um obscuro menino depouco mais de quatorze anos de idade, queestava, também, condenado à necessidade de

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obter um sustento escasso com seu trabalhodiário, fosse considerado suficientementeimportante para atrair a atenção dosgrandes das seitas mais populares da época,criando neles o espírito da mais implacávelperseguição e injúria! Mas, estranho ou não,assim aconteceu e isso foi, com freqüência,causa de grande tristeza para mim.

Contudo, era um fato ter tido eu umavisão. Tenho pensado que me sentia comoPaulo, quando apresentou sua defesa peranteo rei Agripa e relatou a visão que tivera,quando viu uma luz e ouviu uma voz; maspoucos foram também os que acreditaramnele; alguns disseram que ele era desonesto,outros, que estava louco; e foi ridicularizadoe injuriado. Tudo isso, porém, não destruiu arealidade da visão. Ele tivera uma visão, sabiaque a tivera, e toda a perseguição debaixodo céu não poderia fazer com que fosse deoutra forma; e ainda que o perseguissem atéa morte, ele sabia e saberia até o último alentoque tinha visto uma luz e ouvido uma vozfalando-lhe; e o mundo inteiro não poderiafazê-lo pensar ou crer de outra maneira.

Assim era comigo. Tinha realmente visto uma luz e, no meio dessa luz,

dois Personagens; e eles realmente falaramcomigo; e embora eu fosse odiado eperseguido por dizer que tivera umavisão, isso era verdade; e enquanto meperseguiam, injuriando-me e afirmandofalsamente toda espécie de maldades contramim por dizê-lo, fui levado a pensar emmeu coração: Por que perseguir-me porcontar a verdade? Tive realmente uma visão;e quem sou eu para opor-me a Deus, ou porque pensa o mundo fazer-me negar o querealmente vi? Porque eu tivera uma visão;eu sabia-o e sabia que Deus o sabia e nãopodia negá-la nem ousaria fazê-lo; pelo

menos eu tinha consciência de que, se o fizesse,ofenderia a Deus e estaria sob condenação.

Minha mente já estava satisfeita no queconcernia ao mundo sectário — não era meudever unir-me a qualquer das seitas, mascontinuar como estava até nova orientação.Descobrira ser verdadeiro o testemunho de

Tiago: que um homemque necessitasse desabedoria podia pedi-laa Deus e obtê-la, semser repreendido.

Continuei minhasocupações comuns navida até o dia vinte eum de setembro de miloitocentos e vinte e três,sofrendo todo o temposevera perseguição nas

mãos de todos os tipos de homens, tantoreligiosos como irreligiosos, porque eucontinuava a afirmar que tivera uma visão.

No espaço de tempo entre a ocasião emque tive a visão e o ano de mil oitocentose vinte e três — tendo sido proibido de unir-me a qualquer das seitas religiosas da épocae sendo ainda muito jovem e perseguido poraqueles que deveriam ter sido meus amigos eme tratado com bondade — e se supunhameles que eu estava iludido, deveriam terprocurado, de maneira apropriada e afetuosa,reconquistar-me — fui abandonado a todasorte de tentações; e, misturando-me atodo tipo de gente, caí freqüentementeem muitos erros tolos, exibindo as fraquezasda juventude e as debilidades da naturezahumana; o que, sinto dizer, levou-me atentações diversas, ofensivas à vista de Deus.Ao fazer esta confissão, ninguém deve crer-meculpado de quaisquer pecados grandes ou

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Eu tivera umavisão; eu

sabia-o e sabiaque Deus o sabia e não

podia negá-lanem ousaria

fazê-lo.

malignos. Jamais existiu em minha naturezadisposição para tal.

A Visita de Morôni

Joseph recusava-se a negar que vira Deus e aperseguição continuava. Em 21 de setembro de1823, antes de recolher-se para dormir, Josephorou para saber de sua situação perante o Senhor.O anjo Morôni apareceu-lhe.

Na noite do já mencionado vinte e um desetembro, depois de me haver recolhido,

recorri à oração e à súplica ao Deus Todo-Poderoso para pedir perdão por todos os meuspecados e imprudências, pedindo tambémuma manifestação para que eu pudesse saberqual era o meu estado e posição perante ele;pois tinha plena confiança de receber umamanifestação divina, como aconteceraanteriormente.

Enquanto eu estava assim suplicando aDeus, descobri uma luz surgindo em meuquarto, a qual continuou a aumentar atéo aposento ficar mais iluminado do que aomeio-dia; imediatamente apareceu ao ladode minha cama um personagem em pé, noar, pois seus pés não tocavam o solo.

Vestia ele uma túnica solta, da mais rarabrancura. Era uma brancura que excedia aqualquer coisa terrena que eu já vira; nemacredito que qualquer coisa terrena possaparecer tão extraordinariamente branca ebrilhante. Tinha as mãos descobertas e osbraços também, um pouco acima dos pulsos;os pés também estavam descobertos, bemcomo as pernas, um pouco acima dostornozelos. A cabeça e o pescoço tambémestavam nus. Verifiquei que não usava outraroupa além dessa túnica, pois estava aberta,de modo que lhe podia ver o peito.

Não somente sua túnica era muito branca,mas toda a sua pessoa era indescritivelmentegloriosa e seu semblante era verdadeiramentecomo o relâmpago. O quarto estava muitoclaro, mas não tão luminoso como ao redorde sua pessoa. No momento em que o vi, tivemedo; mas o medo logo desapareceu.

Chamou-me pelo nome e disse-me que eraum mensageiro enviado a mim da presença deDeus e que seu nome era Morôni; que Deustinha uma obra a ser executada por mim; eque meu nome seria considerado bom e mauentre todas as nações, tribos e línguas, ou queentre todos os povos se falaria bem e mal demeu nome.

Disse-me que havia um livro escondido,escrito em placas de ouro, que continha

um relato dos antigos habitantes destecontinente, assim como de sua origem eprocedência. Disse também que o livro

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Três anos após a Primeira Visão de Joseph Smith, Deus enviou o anjo Morônipara instruir Joseph sobre a restauração do evangelho de Jesus Cristo.

continha a plenitude do evangelho eterno,tal como fora entregue pelo Salvador aosantigos habitantes.

Disse também que havia duas pedras emaros de prata — e essas pedras, presas a umpeitoral, constituíam o que é chamado Urim eTumim — depositadas com as placas; e que aposse e uso dessas pedras era o que constituíaos “videntes” nos tempos antigos; e que Deusas tinha preparado para serem usadas natradução do livro.

Depois de me dizer essas coisas, começoua citar as profecias do Velho Testamento.

Primeiro citou parte do terceiro capítulode Malaquias; e citou também o quarto ouúltimo capítulo da mesma profecia, emboracom pequena variação do modo como aparecena Bíblia. Em vez de citar o primeiro versículoconforme está em nossos livros, citou-o assim:

“Porque eis que vem o dia que arderá comofornalha e todos os soberbos, sim, e todos osque cometem impiedade, queimarão como apalha; e aqueles que hão de vir os abrasarão,diz o Senhor dos Exércitos, de sorte que lhesnão deixarão nem raiz nem ramo.”

E também citou o quinto versículo assim:“Eis que eu vos revelarei o Sacerdócio, pelamão de Elias, o profeta, antes que venha ogrande e terrível dia do Senhor”.

Citou também o versículo seguintediferentemente: “E ele plantará no coraçãodos filhos as promessas feitas aos pais; eo coração dos filhos voltar-se-á para seuspais. Se assim não fosse, toda a terra seriatotalmente destruída na sua vinda”.

Além desses, citou o capítulo onze deIsaías, dizendo que estava prestes a sercumprido. Citou também o terceiro capítulode Atos, versículos vinte e dois e vinte e três,exatamente como aparecem em nosso NovoTestamento. Disse que aquele profeta eraCristo, mas que ainda não chegara o dia emque “toda a alma que não escutar esse profetaserá exterminada dentre o povo”, mas logochegaria.

Também citou o segundo capítulo de Joel,do versículo vinte e oito até o último. Dissetambém, que isso não havia sido cumprido,mas logo o seria. E disse mais: que a plenitudedos gentios logo ocorreria. Citou muitasoutras passagens de escritura e ofereceumuitas explicações que não podem sermencionadas aqui.

Disse-me que quando eu recebesse as placassobre as quais havia falado — porquanto omomento em que elas deveriam ser obtidasainda não chegara — a ninguém deveriamostrá-las; nem o peitoral com o Urim eTumim, salvo àqueles a quem me fosse

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Em 421 d.C., o profeta Morôni enterrou os registros sagrados de seu povo nomonte Cumora. Ao retornar depois como um ser ressurreto, falou a JosephSmith sobre o registro antigo, que contém a plenitude do evangelho conformeentregue pelo Salvador aos antigos habitantes do continente americano. Esseregistro é o Livro de Mórmon.

ordenado mostrá-los; e se eu o fizesse, seriadestruído. Enquanto falava comigo a respeitodas placas, minha mente abriu-se de talmodo que visualizei o lugar em que estavamdepositadas, e isto tão clara e nitidamenteque reconheci o local quando o visitei.

Após esta comunicação, vi a luz do quartocomeçar a concentrar-se imediatamente ao

redor do personagemque estivera falandocomigo; e assimcontinuou até o quartovoltar à escuridão,exceto ao redor dele; eimediatamente vi comose fora um conduto,que levava até o céu,pelo qual ele ascendeuaté desaparecercompletamente; o

quarto voltou, então, ao estado em queestava antes de essa luz celestial aparecer.

Fiquei meditando sobre a singularidadeda cena, grandemente maravilhado com oque me dissera o extraordinário mensageiro,quando, em meio a minha meditação,descobri subitamente que meu quartocomeçava novamente a ser iluminado eimediatamente vi o mesmo mensageirocelestial outra vez ao lado de minha cama.

Relatou-me novamente, sem a mínimaalteração, as mesmas coisas que me

dissera na primeira visita; a seguir meinformou de grandes julgamentos querecairiam sobre a Terra, com grandesdesolações causadas pela fome, espada epeste; e que esses dolorosos julgamentosrecairiam sobre a Terra nesta geração. Tendo-me comunicado essas coisas, tornou aascender, como fizera antes.

Tão profundas eram, então, as impressõescausadas em minha mente, que perdi o sonopor completo, atônito com o que havia vistoe ouvido. Mas qual não foi minha surpresaquando vi novamente o mesmo mensageiroao lado de minha cama e ouvi-o repetir asmesmas coisas que me dissera antes; etambém advertiu-me, informando-meque Satanás procuraria tentar-me (emconseqüência da pobreza da família demeu pai) a obter as placas com o fim deenriquecer-me. Proibiu-me isso, dizendo queeu não deveria ter qualquer outro objetivoem vista, ao receber as placas, a não ser o de

glorificar a Deus; e que eu não deveria serinfluenciado por qualquer outro motivo,senão o de edificar o seu reino; caso contrário,não as poderia obter.

Após essa terceira visita ele ascendeu ao céu,como antes; e outra vez fiquei meditandosobre a estranheza do que acabara deacontecer; quase imediatamente após omensageiro celestial ter ascendido pelaterceira vez, o galo cantou e vi que o diase aproximava, de modo que as entrevistasdeviam ter durado toda aquela noite.

Pouco depois me levantei e, como decostume, fui cuidar dos afazeres do dia; mas

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Minha menteabriu-se de tal

modo quevisualizei o

lugar em que asplacas estavam

depositadas.

O Monte Cumora fica cerca de cinco quilômetros a sudeste da Fazenda Smith nodistrito de Palmyra, Estado de Nova York. Na época de Joseph, a parte norte eracoberta de grama e a parte sul tinha bosques e árvores esparsas. As placas estavamenterradas no lado oeste, não muito distantes do cume. Fotografia: agosto de 1907.

ao tentar trabalhar como normalmente fazia,senti-me tão exausto que não consegui. Meupai, que trabalhava perto de mim, percebeuque eu não estava bem e disse-me que fossepara casa. Saí com essa intenção, mas ao tentaratravessar a cerca do campo onde estávamos,

faltaram-me as forças por completo e caí inerteao solo, ficando completamente inconscientedurante algum tempo.

A primeira coisa de que me lembro é umavoz chamando-me pelo nome. Olhei paracima e vi o mesmo mensageiro acima deminha cabeça, cercado de luz como antes.Repetiu-me tudo o que havia relatado nanoite anterior e ordenou-me que fosse contara meu pai a visão e os mandamentos quehavia recebido.

Obedeci, voltando para onde estava meupai, no campo, e relatei-lhe todo o ocorrido.Ele respondeu-me que aquilo era obra de Deuse disse-me que fizesse o que o mensageiroordenara. Deixei o campo e fui até o localonde o mensageiro dissera estarem depositadasas placas; e, devido à nitidez da visão quetivera, referente ao local, reconheci-o noinstante em que lá cheguei.

O Registro Sagrado

Próximo à vila de Manchester, no Condadode Ontário, Estado de Nova York, existe

uma colina de considerável tamanho, sendoa mais alta da redondeza. No lado oeste dessacolina, não muito distante do cume, sob umapedra de considerável tamanho, estavam asplacas, depositadas em uma caixa de pedra.No meio, na parte superior, essa pedra eragrossa e arredondada; era, porém, mais finana direção das extremidades, de modo que aparte central ficava visível acima do solo, masas bordas em toda a volta estavam cobertasde terra.

Tendo removido a terra, arranjei umaalavanca, introduzi-a sob a borda da pedrae consegui levantá-la com um pequenoesforço. Olhei e lá realmente vi as placas, oUrim e Tumim e o peitoral, como afirmarao mensageiro. A caixa na qual se encontravamera formada de pedras unidas por uma espéciede cimento. No fundo da caixa havia duaspedras colocadas transversalmente e sobreelas estavam as placas e as outras coisas.

Fiz uma tentativa de retirá-las, mas fuiproibido pelo mensageiro, que outra vez meinformou ainda não haver chegado o momentode retirá-las, dizendo que esse momento nãochegaria a não ser quatro anos após aqueladata. Disse-me que eu deveria voltar àquele

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Durante quatro anos, Morôni retornou uma vez por ano para dar mais instruçõesao jovem profeta. Após esses quatro anos, Joseph recebeu as placas e iniciou atradução do Livro de Mórmon.

local precisamente um ano mais tarde e quelá ele se encontraria comigo, devendo eucontinuar a assim proceder até que chegasseo tempo de receber as placas.

De acordo com o que me fora ordenado,voltei lá ao fim de cada ano e todas as

vezes encontrei o mesmo mensageiro. Em cadauma das entrevistas recebi dele instruções econhecimento com respeito ao que o Senhor

ia fazer e à maneira pelaqual o seu reino deveriaser conduzido nosúltimos dias.

Como a situaçãoeconômica de meu paifosse muito limitada,víamo-nos obrigados atrabalhar com as mãos,empregando-nos fora,por dia ou de outrasmaneiras, segundosurgia a oportunidade.Às vezes estávamosem casa, outras, fora;e, trabalhando conti-nuamente, conseguía-mos viver de maneiraconfortável.

Joseph teve diversos empregos diferentes e issopermitiu que sua família vivesse confortavelmente.Em 1825, empregou-se no Condado de Chenango,no Estado de Nova York. Ali conheceu EmmaHale, com quem veio a se casar em 18 de janeirode 1827.

Finalmente chegou a época de receber asplacas, o Urim e Tumim e o peitoral. No diavinte e dois de setembro de mil oitocentos evinte e sete, tendo ido, como de costume, aofim de mais um ano, ao local onde estavamdepositados, o mesmo mensageiro celestial

entregou-os a mim, com a advertência de queeu seria responsável por eles; que se eu osdeixasse extraviar por algum descuido ounegligência, seria cortado; mas que se euempregasse todos os esforços para preservá-los até que ele, o mensageiro, os reclamasse,eles seriam protegidos.

Logo verifiquei a razão de tão severasrecomendações para que os guardasse emsegurança e por que o mensageiro disseraque, quando eu tivesse realizado o que mefora ordenado, ele viria buscá-los. Pois tãologo se soube que estavam em meu poder,foram empregados os mais tenazes esforçospara tirá-los de mim. Todos os estratagemaspossíveis foram usados com esse propósito.A perseguição tornou-se mais amarga esevera que antes e multidões mantinham-secontinuamente alertas para tirá-los de mim,se possível. Mas pela sabedoria de Deus elescontinuaram seguros em minhas mãos atéque cumpri, por meio deles, o que mefora requerido. Quando o mensageiro osreclamou, de acordo com o combinado,entreguei-os a ele, que os tem sob sua guardaaté esta data, dois de maio de mil oitocentose trinta e oito. (...)

No dia 5 de abril de 1829, Oliver Cowdery,que eu jamais vira até aquele dia, veio a

minha casa. Disse-me que, sendo professor daescola localizada nas proximidades da casa demeu pai e sendo meu pai um dos que tinhamfilhos na escola, hospedara-se por algum tempoem sua casa; e que enquanto lá estivera, afamília relatara-lhe as circunstâncias em queeu recebera as placas e que, por isso, viera obterinformações.

Dois dias após a chegada do Sr. Cowdery(estávamos em 7 de abril), comecei a traduziro Livro de Mórmon e ele começou a escreverpara mim.

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No lado oestedessa colina, não muitodistante do

cume, sob umapedra de

consideráveltamanho,

estavam asplacas,

depositadas em uma caixa

de pedra.

Em abril de 1829, tendo Oliver Cowdery comoescriba, Joseph Smith iniciou a tradução do Livrode Mórmon pelo dom e poder de Deus. Depoisque Joseph terminou seu trabalho, outras pessoastiveram o privilégio de ver as placas de ouro.Essas testemunhas também gravaram seustestemunhos, pois “(...) pela boca de duas ou trêstestemunhas será confirmada toda a palavra”.(II Coríntios 13:1)

O Sacerdócio Restaurado

Continuávamos ainda o trabalho da tradução,quando, no mês seguinte (maio de 1829),

fomos certo dia a um bosque para orar econsultar o Senhor a respeito do batismopara a remissão dos pecados, mencionadona tradução das placas. Enquanto orávamose invocávamos o Senhor, um mensageiro do

céu desceu em uma nuvem de luz e, colocandoas mãos sobre nós, ordenou-nos dizendo:

“A vós, meus conservos, em nome do Messias,eu confiro o Sacerdócio de Aarão, que possui aschaves do ministério de anjos e do evangelhodo arrependimento e do batismo por imersãopara remissão dos pecados; e este nunca maisserá tirado da Terra, até que os filhos de Levitornem a fazer, em retidão, uma oferta aoSenhor.”

Disse que esse Sacerdócio Aarônico não tinhao poder de imposição de mãos para o dom doEspírito Santo, mas que isso nos seria conferidomais tarde; e mandou que nos batizássemos,dando instruções para que eu batizasse OliverCowdery e depois ele me batizasse.

Assim, fomos batizados. Eu batizei-o primeiroe, em seguida, ele batizou-me — após

o que, coloquei as mãos sobre sua cabeçae ordenei-o ao Sacerdócio Aarônico; e emseguida ele pôs as mãos sobre minha cabeçae ordenou-me ao mesmo sacerdócio — poisassim nos fora mandado.

Omensageiro que nos visitou nessa ocasiãoe conferiu-nos esse sacerdócio disse que

seu nome era João, o mesmo que é chamado

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A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias foi organizada na casa dePeter Whitmer Sênior em 6 de abril de 1830. Cerca de 60 pessoas testemunharamos seis homens cumprirem às exigências de Nova York para o estabelecimento deuma nova sociedade religiosa.

Joseph Smith e Oliver Cowdery receberam o Sacerdócio Aarônico pelaimposição das mãos de João Batista em 15 de maio de 1829.

João Batista no Novo Testamento; e queagia sob a direção de Pedro, Tiago e João,que possuíam as chaves do Sacerdócio deMelquisedeque, sacerdócio esse que, declarouele, nos seria conferido no devido tempo; eque eu seria o primeiro élder da Igreja e ele(Oliver Cowdery), o segundo. No dia quinzede maio de 1829 fomos ordenados pela mãodesse mensageiro e batizados.

Assim que saímos da água, após termossido batizados, recebemos grandes e gloriosasbênçãos de nosso Pai Celestial. Apenasterminei de batizar Oliver Cowdery, o EspíritoSanto desceu sobre ele e ele, pondo-se de pé,profetizou muitas coisas que logo deveriamacontecer. E tão logo fui batizado por ele,também recebi o espírito de profecia eprofetizei sobre a edificação desta Igreja emuitas outras coisas ligadas à Igreja e a esta

geração dos filhos dos homens. Estávamoscheios do Espírito Santo e regozijamo-nos noDeus de nossa salvação.

Esse é o testemunho simples e direto de JosephSmith, em que ele narra alguns dos eventosque levaram à Restauração do evangelho e àfundação de A Igreja de Jesus Cristo dos Santosdos Últimos Dias.

Para um relato mais completo da história deJoseph Smith, ver Joseph Smith — História, naPérola de Grande Valor ou em History of theChurch, vol. 1, pp. 2–79.

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O Livro de Mórmon, impresso pela primeira vez em 1830, atualmente é publicadoem mais de 80 idiomas no mundo inteiro.