O sistema de jogo 1_4_2_2_2

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Colômbia, era um pequeno país que nunca tinha destacado em nível internacional no futebol e que tinha somente uma classificação para a Copa Mundial no Mundial de Chile 1962. As coisas mudaram nos últimos anos 80, e foi quando a Federação Colombiana conseguiu o logro mais importante em seu caminho a gloria do esporte rei. Francisco Maturana, ex-dentista, vinculado ao que sempre foi sua filosofia e sua forma de ver o futebolista, em só seis meses, lhe deu a equipe sua identidade futebolística. Com uma linha defensiva de 4 homens e marcação zonal e com vários de seus exjogadores no Atlético de Medellín como Carlos Valderrama, Freddy Rincón, Faustino Asprilla e Mauricio Serna, a equipe colombiana tinha um estilo de futebol baseado na força defensiva e grande técnica no meio-campo e o ataque

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O SISTEMA DE JOGO 1-4-2-2-2

Autor: Michele Tossani

• Colaborador de Futbol-Tactico en Italia.

Fotos: Gettyimages.es

olômbia, era um pequeno país que nunca tinha destacado em nível internacional no futebol e

que tinha somente uma classificação para a Copa Mundial no Mundial de Chile 1962.

As coisas mudaram nos últimos anos 80, e foi quando a Federação Colombiana conseguiu o logro mais importante em seu caminho a gloria do esporte rei. Francisco Maturana, ex-dentista, vinculado ao que sempre foi sua filosofia e sua forma de ver o futebolista, em só seis meses, lhe deu a equipe sua identidade futebolística.

Com uma linha defensiva de 4 homens e marcação zonal e com vários de seus ex-jogadores no Atlético de Medellín como Carlos Valderrama, Freddy Rincón, Faustino Asprilla e Mauricio Serna, a equipe colombiana tinha um estilo de futebol baseado na força defensiva e grande técnica no meio-campo e o ataque.

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Em 1990 Colômbia vai a conseguir sua primeira classificação Mundial desde Chile 1962 depois de ganhar em Barranquilla 1-0, e empatando em Israel 0-0. Maturana marcou essa experiência e sua carreira com um 1-4-2-2-2 que chamou a atenção de uma grande quantidade de treinadores de todo o mundo.

Era um sistema flexível que fez que Colômbia fosse capaz de passar de um 1-4-4-2 em defesa a um 1-4-2-4 em ataque, com a contribuição de todo os componentes do centro do campo em uma posição de maior responsabilidade para executar um verdadeiro 1-4-2-2-1-1, atacando com quatro linhas de profundidade.

O sistema se baseava em uma grande quantidade de passes a pesar de que ás vezes deu lugar a uma acumulação lenta com muitos passes horizontais e atrás.

A linha defensiva de quatro estava muito alta, próximo do centro do campo, contando com o excêntrico René Higuita como goleiro libero, um papel que rara vez se via no grande cenário futebolístico daquele momento.

Todos esses movimentos exibidos por Colômbia revolucionaram o entusiasmo pelo futebol na nação colombiana. Ninguém recordava uma formação 1-4-2-2-2 daquele nível. Como rara vez a tática que utilizavam para defender-se de ações a bola parada organizando uma linha de jogadores dispostos a mover-se para diante ante uma bola jogada, buscando a forma de por em fora de jogo a todos seus oponentes.

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Vencedor de uma Copa Libertadores com Atlético Nacional de Medellín em 1989, de uma Copa América em 2001 Maturana é conhecido também por alguns fracassos com o Atlético Madrid e o Real Valladolid, mas seu jogo marcou uma era. E há contribuído a criar uma escola como à colombiana que produziu vários técnicos valentes em pós de um futebol arriscado e atrevido, como Gabriel Ochoa Uribe, Hernán Dario Gómez e Reinaldo Rueda.

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Para evitar uma mudança rápida da equipe atacante, Colômbia trabalhou para exercer pressão sobre as bandas, em uma forma de fechar as linhas interiores de passes, movendo um meio-campista central e um meia-ponta próximo do possuidor da bola.

O ritmo de trabalho dos dois meio-campistas centrais Ávarez Leonel Gómez e Gabriel era muito alto.

O objetivo de Maturana foi fechar os espaços centralmente, convidando aos oponentes a mover a bola nas bandas laterais, é dizer na zona onde a pressão tinha que começar. Logo foi Carlos Valderrama. O ‘Gullit Louro’ não só foi o centro-campista ofensivo senão também o criador de jogo desta equipe.

O nº.10 colombiano regressava para trás como uma maneira de receber a bola para transladá-lo ao frente ofensivo atuando como criador de jogo- um dos melhores no jogo. A ação ofensiva passava por Valderrama e foi desenvolvido pelo feito de ser uma espécie de equipe de ultrapasse: como quase todos os times de América do Sul, tinham uma antiga marca brasileira – passe lento, lento construir, bola em terra, com relançamento rápido para adiante – que o fazem como uma versão reduzida e antecedente dos espanhóis atuais do Tiki-Taka.

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Ainda que quando a equipe jogou com o contra-ataque, as bolas longas eram sempre jogadas baixo em terra sem deslocamentos por alto.

A pesar da eliminação na infame partida dos colombianos frente a Camarão nas oitavas de final e onde René Higuita teve grande parte de r e s p o n s a b i l i d a d e , Colômbia deixou aos fanáticos e observadores da Copa do Mundo 1990 com uma grande impressão.

Em 2001, jogando em casa e alinhando-se de acordo com o clássico 1-4-2-2-2, os Cafeteiros conseguirão a Copa América.

Maturana não teve tantas vitorias como Rinus Michels, Arrigo Sacchi ou johan Cruyff, mas ainda merece ser considerado como um dos melhores treinadores dos últimos 30 anos de futebol.

Como desenvolver o sistema 1-4-2-2-2/1-4-2-2-1-1? É o 1-4-2-2-2 um sistema ainda valido? No futebol é possível copiar formações e táticas.

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Pode-se fazer a partir de velhas táticas e velhos sistemas ou pouco utilizados, que você pode ser uma surpresa para os rivais com a construção de um sistema que os oponentes apenas conheçam?

Vantagens do sistema:

• A acumulação de jogadores pelo centro, com o que o rival deverá buscar espaços nas bandas, onde se pode cobrir com os meios e os extremos de banda defensiva.

• Ter jogadores entre as linhas defensivas e permite o utilizar muitos jogadores para a fase ofensiva.

• A acumulação de homens ofensivos permite o pressionar alto ou avançado e de dispor de 5 ou 6 jogadores prontos para atacar uma vez recuperada a bola.

Desvantagens:

• Deve apresentar-se muita atenção a que as linhas defensivas e a linha ofensiva não estejam muito separadas.

• Perigo pelas bandas ao estar menos cobertas.

• Precisa de defensores externos com capacidade de recorrido na banda.

Próximo das características dos jogadores de meio-campo e ofensivos, o dianteiro-centro deve ter boa técnica no passe para construir a ação ofensiva na metade de campo rival ou também pode ser um dianteiro mais físico, válido em receber bolas de costas ao gol.

Como desenvolver o sistema 1-4-2-2-2/1-4-2-2-1-1? É o 1-4-2-2-2 um sistema ainda valido?

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Os meio-campistas ofensivos devem ter velocidade, e técnica e devem ser capazes de ajudar na fase de finalização. Eles podem ser dois meia-pontas validos em jogar detrás de um dianteiro único ou podem ser extremos ofensivos capazes de atacar em profundidade e de repregar em banda na fase defensiva.

Os pivôtes são dois recuperadores, que jogam diante de seus defensores, e devem ser muito hábeis na fase de construção e trabalhadores na fase defensiva; ele deve mover-se para a banda para fechar as incursões dos jogadores externos rivais, trabalhando conjuntamente com os defensores externos de sua equipe.

Na fase de ataque, com os defensores laterais prontos para ganhar espaço para adiante, é uma boa solução o manter aos dois pivôtes em frente dos defensores centrais, para defender sempre com ao menos 4 ou 5 jogadores por detrás da linha da bola em situação do contra-ataque rival.

Fase ofensivaPara explorar os 4 jogadores ofensivos sem criar duas linhas separadas entre os centro-campistas defensivos e os 4 na frente ofensiva, a linha defensiva deve saber jogar muito alta, em modo de ter a equipe junto e equilibrado na ocupação de espaços.

O começo da ação ofensiva, é dizer a fase de construção, pode começar não pelas bandas, onde é mais fácil de acometer pela pressão do rival por parte dos defensores centrais, e se começar em uma ação combinada com os dois pivôtes de meio-campo. Todo o conjunto de defensores centrais e o meio-campista forma um bloco, para de este modo facilitar a saída da bola. Os extremos vão a sair para adiante para ganhar e despregar amplitude ofensiva.

Na zona do meio campo podemos despregar a qualidade ofensiva de nossos 4 jogadores ofensivos com combinações entre os meia-pontas e o dianteiro central e com um externo defensivo que se incorpora para cima com o afã de surpreender.

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A disposição inicial dos meio-campistas nos permite a formação de triângulos na fase ofensiva. O enganche e os extremos ofensivos podem baixar sua posição para ajudar ao bloco de 6 defensores + o meio-campo central na fase de construção.

Tudo isso facilita o ataque posicional, mas também o ataque direto porque segundo a natural disposição deste sistema, os jogadores estão prontos para buscar e ganhar profundidade ofensiva. O grande número de jogadores na zona mediana do campo permite ditar o ritmo de jogo que empregará nossa equipe.

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Fase defensivaOs defensores devem ser hábeis em jogar uma diagonal defensiva longa e que delimite espaços e adversários;

Se não é possível de imediato o ajudar a linha defensiva com o repregue para esta linha dos extremos de meio-campo como no 1-4-4-2; este sistema se serve de 5 meio-campistas centrais e seria um dos pivôtes o encarregado de entrar na linha defensiva para reconstruir um bloque 4 se, se necessita.

A responsabilidade de fechar o jogo rival em banda é dos meia-pontas avançados e dos meio-campistas defensivos centrais com a bola na zona do meio-campo. Se a bola está em nossa zona defensiva, esta responsabilidade é compartida entre os extremos defensivos e ambos pivôte centrais.

Na fase defensiva, o repregue de todos os elementos ofensivos detrás da linha da bola nos permite o ter um meio-campo fechado.

Este sistema tem 4 jogadores ofensivos que devem ter como primeira responsabilidade de fechar os espaços no centro do campo.

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A disposição da equipe nos permite defender com 4 ou 5 linhas de profundidade defensiva:

Na fase de transição defensiva, havendo 5 ou 6 jogadores na fase ofensiva, a perda da bola os jogadores mais próximos a zona da perda devem acometer a pressão de imediato para permitir o repregue dos demais jogadores.