O Seareiro Página 3 · escrever uma carta, deixe-a na secreta-ria), relatando como foi que...

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O Seareiro Edição bimestral abril ano XXI - nº 118 Brechó das Mães Página 3 Entrevista com Amilton Lamas Página 5 Novela Alto Astral Página 7 Qual é a sua história com a Casa de Jesus? E m agosto deste ano, a Casa de Jesus irá completar quatro déca- das de existência. A história da instituição é amplamente divul- gada: desde 1970, um grupo de amigos se reunia na residência do casal Mário e Geni Boari Tasmassia com objetivo de dar assistência material, espiritual e educação aos necessitados. Chamavam- -se de Os Seareiros, inspirados na pas- sagem bíblica sobre os trabalhadores na seara do Senhor, e em agosto de 1975 - capitaneados pela médium Sylvia Cruz Paschoal – fundaram Casa de Jesus (na época instalada no número 358 da rua Barão de Jaguara, esquina com Avenida Aquidabã). Desde então a Casa só fez crescer e, se por um lado a história da instituição é bastante conhecida em Campinas, por outro cada um de seus frequentadores, habituais ou não, tem sua própria his- tória dentro dela. Diz o jargão que as pessoas geralmente chegam a um cen- tro espírita “pelo amor ou pela dor”, ou seja, vêm para amorosamente oferece- rem sua mão a quem precisa, distribuir o próprio amor aos irmãos e mesmo entender mais sobre o amor do Pai, ou pela dor que de alguma forma atingiu suas vidas e para a qual buscam soluções, compreensões e entendimentos. Muitos relatos são contados entre ami- gos ou mesmo nos cursos da Casa sobre como cada um de nós chegou até ela. Contudo, infelizmente, estes momentos acabam se perdendo no dia a dia, nas conversas, sem nenhum tipo de regis- tro. Neste 2015, em que Os Seareiros comemoram 40 anos da existência da instituição, queremos mudar – ou me- lhor, registrar – essa história. Para isso, pedimos a você, que está lendo nosso jornal neste momento, que nos conte como chegou até a Casa. Mande um e-mail para secretaria@sea- reiros.org.br com o tema “Minha histó- ria com a Casa de Jesus” (ou, se preferir escrever uma carta, deixe-a na secreta- ria), relatando como foi que descobriu a instituição, relembrando como foi a pri- meira vez que esteve conosco, contando um episódio vivido na ou com a Casa de Jesus que marcou sua vida. Todos os relatos serão recolhidos e guardados pelos Seareiros: na medida do possível, também publicaremos alguns deles nas edições do jornal durante este ano e os colocaremos em nosso site e Facebook. Lembre-se que, além de ajudar a com- por a memória da Casa de Jesus, sua nar- rativa poderá inspirar e ajudar alguém que se identifique com ela. Sua história faz parte da nossa e para nós será uma grande honra poder ouvi-la e comparti- lhá-la. Por sinal, pedimos para que o pre- sidente da Casa de Jesus, Amilton Lamas, dividisse conosco um pouco da dele, em entrevista que você confere nas páginas 4 e 5 desta edição. Leia, inspire-se e, se quiser, siga o exemplo: mal podemos es- perar para ler Sua História com a Casa de Jesus !

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O SeareiroEdição bimestral

abrilano XXI - nº 118

Brechó das MãesPágina 3

Entrevista com Amilton Lamas

Página 5

Novela Alto AstralPágina 7

Qual é a sua história com a Casa de Jesus?

E m agosto deste ano, a Casa de Jesus irá completar quatro déca-das de existência. A história da instituição é amplamente divul-

gada: desde 1970, um grupo de amigos se reunia na residência do casal Mário e Geni Boari Tasmassia com objetivo de dar assistência material, espiritual e educação aos necessitados. Chamavam--se de Os Seareiros, inspirados na pas-sagem bíblica sobre os trabalhadores na seara do Senhor, e em agosto de 1975 - capitaneados pela médium Sylvia Cruz Paschoal – fundaram Casa de Jesus (na época instalada no número 358 da rua Barão de Jaguara, esquina com Avenida Aquidabã).Desde então a Casa só fez crescer e, se por um lado a história da instituição é bastante conhecida em Campinas, por outro cada um de seus frequentadores, habituais ou não, tem sua própria his-tória dentro dela. Diz o jargão que as pessoas geralmente chegam a um cen-tro espírita “pelo amor ou pela dor”, ou seja, vêm para amorosamente oferece-rem sua mão a quem precisa, distribuir o próprio amor aos irmãos e mesmo entender mais sobre o amor do Pai, ou pela dor que de alguma forma atingiu suas vidas e para a qual buscam soluções, compreensões e entendimentos. Muitos relatos são contados entre ami-gos ou mesmo nos cursos da Casa sobre como cada um de nós chegou até ela.

Contudo, infelizmente, estes momentos acabam se perdendo no dia a dia, nas conversas, sem nenhum tipo de regis-tro. Neste 2015, em que Os Seareiros comemoram 40 anos da existência da instituição, queremos mudar – ou me-lhor, registrar – essa história. Para isso, pedimos a você, que está lendo nosso jornal neste momento, que nos conte como chegou até a Casa.Mande um e-mail para [email protected] com o tema “Minha histó-ria com a Casa de Jesus” (ou, se preferir escrever uma carta, deixe-a na secreta-ria), relatando como foi que descobriu a instituição, relembrando como foi a pri-meira vez que esteve conosco, contando um episódio vivido na ou com a Casa de Jesus que marcou sua vida. Todos os

relatos serão recolhidos e guardados pelos Seareiros: na medida do possível, também publicaremos alguns deles nas edições do jornal durante este ano e os colocaremos em nosso site e Facebook.Lembre-se que, além de ajudar a com-por a memória da Casa de Jesus, sua nar-rativa poderá inspirar e ajudar alguém que se identifique com ela. Sua história faz parte da nossa e para nós será uma grande honra poder ouvi-la e comparti-lhá-la. Por sinal, pedimos para que o pre-sidente da Casa de Jesus, Amilton Lamas, dividisse conosco um pouco da dele, em entrevista que você confere nas páginas 4 e 5 desta edição. Leia, inspire-se e, se quiser, siga o exemplo: mal podemos es-perar para ler Sua História com a Casa de Jesus !

Na última década aumen-taram de forma expo-nencial os relatos de violência, falta de ética e

moralidade no mundo. Ficamos abis-mados com o crescimento da intole-rância e da injustiça em quase todos os países do globo. A impressão que fica é que nosso planeta entrou num ciclo caótico de ódio nunca antes re-gistrado. Por outro lado, nunca em sua histó-ria a sociedade teve tanto acesso a informação quanto nos últimos tem-pos: de fato, o homem produziu mais informação nos últimos dez anos do que em toda a sua existência. Ao mesmo tempo multiplicaram-se as formas de buscar e encontrar a in-formação. Hoje se sabe o que acon-tece em qualquer lugar do mundo, quase que instantaneamente, desde que alguém ache o acontecimento suficientemente importante para ser publicado eletronicamente.Numa primeira análise poderia-se pensar que o aumento da violência e intolerância humana na verdade é um aumento da quantidade de informa-ção que chega até nós e da população do orbe, sendo um aumento relativo apenas e não absoluto. Ainda assim, nossa evolução agora coloca referên-ciais muito mais exigentes na conduta humana e disto resulta, sim, um au-mento absoluto. Nossas expectativas são bem maiores hoje do que eram uma década ou mais atrás.Chama a atenção também a proximi-dade dos eventos. Antes o sentimen-to era de que eles ocorriam longe de

nós, deixando a impressão que éra-mos expectadores distantes, de uma certa forma protegidos de todos os eventos. Hoje a violência, os atos impensados, ocorrem “na porta de casa”, quando não dentro dela pró-pria.Estas observações parecem estar indo de encontro com a afirmação de que o mundo que vivemos deixará de ser de provas e expiações para ser de regeneração, onde nós, espíritos, vivenciaremos as primeiras experiên-cias sistemáticas de amor. O que nos parece um caminho equivocado, en-tão, nada mais é do que a pedagogia divina no seu melhor. Fato é, meus queridos, que são che-gados os tempos, como diz a músi-ca, “desta gente bronzeada mostrar seu valor”. A natureza da escolha de quem seguirá no mundo de regene-

ração é fundamentada no comporta-mento frente aos desvios de conduta percebidos, especialmente daqueles que nos escandalizam e julgamos ab-surdamente inaceitáveis. É a nossa paciência que será medida, nossa ca-pacidade de amar e perdoar que es-tará em avaliação, sem nos tornarmos coniventes ou indiferentes com as es-colhas indevidas dos nossos próprios amores.Os habitantes do mundo de regene-ração serão especialistas na fina arte de dizer o “não” de maneira amorosa, serão capazes de amar incondicional-mente sem serem complacentes com os equívocos, zelando pelo cresci-mento de cada um.

Amilton Lamas, presidente da instituição Os Seareiros

Os tempos são chegados

Editorial

O SEAREIROÉ uma publicação editada sob a responsabilidade

da área doutrinária de “Os Seareiros” para distribuição aos seus frequentadores e amigos

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Eventos

A Sala de Costura da Casa de Jesus está completando três décadas de uma bela história. Tudo começou no ano de 1985, quando dona Sylvia Pas-choal, uma das fundadoras da Casa de Jesus, procurou as amigas Irma e Te-reza e propôs a criação de um local para confeccionar roupas dentro da instituição para atender aqueles que precisassem. “Dona Silvia idealizou o projeto, nos procurou e já começamos a organiza-ção do espaço, aquisição das máqui-

nas e a divulgação do grupo para que outras senhoras pudessem participar e contribuir com o trabalho. Hoje somos em 14, nos reunindo todas as segundas-feiras na Casa”, conta Irma Villares.Inicialmente eram produzidos vesti-dos para meninas de um a doze anos de idade e shorts para meninos. “As peças compunham as cestas de Natal para as famílias ajudadas pela Casa. E quando vinha o inverno fazíamos aga-salhos de flanela para nossos irmãos

idosos”, conta. Com o desencarne de Teresa, Ivone Cazzaro assumiu a di-reção dos trabalhos ao lado de Irma.“Alguns anos atrás começamos a fa-zer enxovais para nossas irmãs grávi-das em necessidade, hoje são de dez a quinze enxovais produzidos por mês. Pedimos que elas se cadastrem, da-mos orientações sob a responsabili-dade de trazer um bebê a este mundo e no oitavo mês entregamos os enxo-vais”, conta.As três décadas de existência da Casa de Costura da Casa de Jesus são razão de alegria e orgulho para a instituição, que tem certeza que no mínimo outros trinta virão. “Agrade-cemos a Deus, ao Plano Espiritual e a todas as pessoas que participaram desta jornada até agora. Sem todos os que nos ajudaram, com certeza não chegaríamos onde estamos”, fi-naliza Irma.

Sala de costura tem três décadas de beleza e trabalho

Casa de Jesus: Rua João Alves dos Santos, 770 Fone (19) 32529194 - Jardim Paineiras Campinas

Casa de Jesus General Carneiro: Av. General Carneiro, 229

Núcleo José Esteves: Avenida General Carneiro, 225 - Campinas - Fone (19) 3234-4398

Núcleo Mãe Maria: Rua Francisco Mesquita, 335 Vl. Brandina - Campinas - Fone (19) 3253-2646

www.seareiros.org.br

Colaboraram nesta edição: Beth Lamas, Adriana Roma e Alexandre Estrela

Jornalista responsável: Sirlene Nogueira (Mtb 15.114)Produção jornalística: Ana Heloísa Ferrero

e DJota CarvalhoProjeto gráfico: Felipe Teixeira

Revisão e editoração: Mariana Dorigatti (Mtb 60.431)Finalização: Felipe Teixeira

O Dia das Mães vem aí! E o Brechó e Bazar de Artesanato da Casa de Jesus também!

Que tal dar um bom pre-sente de Dia das Mães e ainda ajudar quem precisa ao fazer a com-

pra? A Casa de Jesus sedia entre os dias 9 e 11 de abril o Brechó das Mães, com a venda de inúmeros produtos de boa qualidade - os vi-sitantes poderão adquirir vários itens, desde roupas, calçados, bolsas, bijuterias, brinquedos, móveis e ele-trodomésticos até artigos de deco-ração - todos com preços acessíveis à população. A receita arrecadada será revertida integralmente aos projetos sociais de Os Seareiros. O brechó ocorrerá das 9 às 17 ho-ras, no salão da Casa, localizado à Rua Arthur Teixeira de Camargo, 222, no Jardim das Paineiras, em Campinas.

Também no salão ocorrerá o Ba-zar de Artesanato do Dia das Mães, mais perto da data em si, nos dias 8 e 9 de maio. Nesta feira são vendidos trabalhos dos dois grupos de artesanato vo-luntários da Casa, o de tecidos (que produz trabalhos em bordados, cro-chê, tricô) e o de outros materiais – produzidos em madeira, pátinas variadas, decupagem e cartonagem (são aplicados mosaicos com pasti-lhas e azulejos em mesas, troncos, banquinhos, bandejas e caixas, bem como reciclagem em móveis, mesas, criados mudos, cadeiras etc). Mãe só tem uma, mas opções para presentear bem e ainda ajudar a quem precisa são duas, uma em abril e outra em maio. Não perca!

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Entrevista

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Entrevista

Quem ouve Amilton da Costa Lamas falando sobre a Casa de Jesus, com o tom de voz cal-

mo e o jeito ponderado, pode achar facilmente que o presidente da ins-tituição é um típico mineiro. Quem teve a oportunidade de vê-lo lecio-nando em um dos cursos sobre es-piritismo, no entanto, pensará estar diante de outra pessoa, muito mais dinâmica, com um quê de showman, talvez um diligente paulista ou um desinibido carioca. Nada disso.O homem que conduz a CJ – e que sempre ressalta com humildade e razão que a instituição é feita pe-los que trabalham nela e não por ele próprio - nasceu em Pelotas há 62 anos e adotou Campinas como lar no final dos anos de 1980. PhD em Física pela Clark University, em Massachusssets (USA), o gaúcho Amilton divide o seu tempo entre o trabalho de professor de Engenha-ria Elétrica da Pontifícia Universida-de Católica (PUC) de Campinas, a coordenação da Casa de Jesus e o convívio com a esposa Elizabeth e as filhas Daniela e Tatiana. Em entre-vista aOs Seareiros, Amilton contou um pouco da própria história e de como seus caminhos se cruzaram com os da instituição da qual é o atual presidente. Confira:

Os Seareiros - Como ocorreu seu primeiro contato com o es-piritismo?Amilton Lamas - Eu nasci num cen-tro espírita: a casa de meu pai era o centro do Sr. Ney, em Pelotas. Con-tudo somente identifiquei que era

espiritismo lá pelos nove, dez anos de idade, quando tive de participar de aulas de religião na escola. Fre-quentei as sessões mediúnicas des-de os 12 anos de idade até os 18, sem mediunidade ostensiva, muito embora tenha experimentado mui-tas delas pelo menos uma vez. Vi-venciando as reuniões mediúnicas aprendi que o espiritismo não tem amarras e que eu sou responsável por minhas escolhas. Tudo me pare-ceu muito natural já que, na minha cabeça, eu era um espírito, só não sabia as consequências disso.

Quando - e como – foi seu pri-meiro contato com a Casa de Jesus?Em 1988, quando retornamos dos Estados Unidos, a Beth precisou procurar por um centro espírita

para desenvolvimento da mediuni-dade e terminamos por encontrar a Casa de Jesus, ainda na Avenida Aquidabã na esquina com a Barão de Jaguara. O que mais me chamou a atenção, na época, foi a escolha doutrinária da casa em não ser or-todoxa nem ultra liberal, mas algo no meio, definindo suas escolhas num método quase científico. Isto veio a casar perfeitamente com a minha formação em ciências.

Como tornou-se presidente da entidade?Primeiro, fui coordenador da CJ de 1994 até 1999, na gestão do en-tão presidente Rildo. Com a saída dele, a Dona Sylvia Paschoal (uma das fundadoras da Casa) procurou a mim e a Beth para ajudar na ad-ministração, mas nossos compro-

missos profissionais nos impediram de um envolvimento maior. Assim, até 2008 trabalhei na Orientação, sempre vivenciando os desafios da Instituição. Naquele ano, achei que poderia contribuir com a causa es-pírita ajudando na administração da Casa. Não foi uma decisão muito fácil, me lembro de ter ficado den-tro do carro na frente da institui-ção ponderando se eu queria ou não me voluntariar para presidente e só no último momento entreguei a carta de manifestação de interes-se na secretaria. O que me motivou a entregar a carta foi uma certeza íntima de saber o que um centro espírita deveria ser, muito embora ainda não tivesse articulado esta percepção.

Na prática, o que significa ser presidente da Casa, quais são suas atribuições?Basicamente significa representar a Instituição em todas as suas formas e momentos. Se ela comete algum erro, é o presidente quem respon-de por ela. Significa tomar decisões com pouca informação, confiar na equipe, não ser complacente, ter uma visão do destino da Instituição e coordenar as ações para chegar lá. Ser presidente da Casa significa compreender a razão de sua exis-tência e pautar as escolhas por esta razão.

Qual a história que mais o to-cou nos seus anos de Casa de Jesus, como presidente ou não?São inúmeras as situações, mas uma vou sempre lembrar. Um dos gran-des objetivos que coloquei para mim mesmo, desde cedo, e para aqueles que tive oportunidade de atender na orientação, é pensar e agir como espírito, momentanea-mente encarnado (circunstancial). Não é fácil, muitas vezes ouvimos as

pessoas dizer “o meu espírito não está legal”, como se o espírito fosse algo diferente de nós mesmos. Con-tudo certa vez conheci uma pessoa que tinha câncer, ela era uma tra-balhadora muito dedicada na Casa e costumávamos conversar sobre a doutrina e as consequências de ser-mos espíritos. Durante muitos anos ela lutou heroicamente contra a doença, mas estava claro que aquela seria a ferramenta de desencarne. Perto do fim nos encontramos uma última vez, na frente da Casa. Ela já não podia conviver em aglomera-ções nem comparecer ao tratamen-to espiritual, tal o estado adiantado da doença. Quando fiquei sabendo que ela estava no carro desci e fui conversar com ela, perguntei como

estava e ela me respondeu: “Amil-ton, eu estou muito bem, muito tranquila, mas o meu corpo não aguenta mais”. Fiquei muito feliz com a resposta porque pelo menos a uma pessoa eu tinha convencido a pensar como espírito, embora sem saber muito bem como.

Qual a maior conquista da Casa até hoje, na sua avaliação?A maior conquista da Casa é ser reconhecida como uma instituição filantrópica séria, de confiança. Um lugar onde a doutrina espírita é tra-tada e praticada de forma respon-sável. Isto é resultado da forma de trabalhar e da postura de todos os voluntários desta Instituição. Como já dizia meu professor Schoemaker, “não é o lugar que faz o homem mas o homem que faz o lugar”. Esta é uma conquista de todos os vo-luntários.

Qual o maior desafio da Casa hoje e para os próximos anos?A nossa CJ nasceu de um pensa-mento comum de profundo res-peito à espiritualidade maior e uma busca contínua pela verdade através do conhecimento que leva a libertação dos grilhões impostos por formas limitadoras de crer em Deus. O grande desafio de condu-zir uma Casa como a nossa, além de assegurá-la como uma institui-ção autônoma em todos os aspec-tos, é, sem dúvida alguma, mantê-la trilhando o encantador caminho do conhecer, agregar, ampliar e con-solidar a verdade no coração das pessoas, sem deixar-se levar por visões doutrinárias míopes.

Gostaria de deixar alguma mensagem aos leitores dOs Se-areiros? Muita paz!

“A maior conquista da Casa é ser um

lugar onde a doutrina é tratada e praticada de forma

responsável”

Amilton Lamas conta como seus caminhos se cruzaram com os da Casa de Jesus

De tempos em tempos apa-recem na televisão novelas que trabalham com concei-tos espiritualistas ou mes-

mo com noções do Espiritismo. A no-vela Alto Astral, no ar pela Rede Globo desde 3 de novembro de 2014 e com previsão de término em maio, é a mais recente delas. A obra não é espírita, mas trabalha com preceitos comuns ao espiritismo e, como é padrão do horá-rio, muito humor.O personagem principal - Caíque (Sér-gio Guizé) - é um médium que vê e ouve espíritos desencarnados desde criança. Ainda no primeiro capítulo, o garoto é salvo por um deles em um de-sastre de avião. No início a mediunida-de é renegada por ele próprio (e pela família), a ponto de o personagem ter a sanidade questionada.Conforme a novela se desenvolve, Caí-que descobre que tem como guia espi-ritual o dr. Castilho (Marcelo Médici), que é médico como ele e que, no plano espiritual antes da atual encarnação do protagonista, teria feito um pacto com ele para que ambos ajudassem as pes-soas perfazendo tratamentos e cirur-gias espirituais. Outro ponto já revela-do do enredo é que Caíque, que desde pequeno desenha o rosto de uma mu-lher – Laura (Nathalia Dill) - que acaba conhecendo como noiva do irmão, teria vivido um grande amor com ela na últi-ma encarnação e a viu morrer em seus braços.

E um fato curioso na novela, talvez pouco mostrado por outras até então, é que os guias espirituais nem sempre são perfeitos, já que inicialmente o tal dr.Castilho recomenda que Caíque não se envolva novamente com ela pois o destino estaria fadado a se repetir e, depois, também confessa estar evoluin-do e não ser o dono da verdade, reco-mendando ao amigo encarnado que use seu livre arbítrio.Existem na novela, claro, exageros, como o de outro médium - Afeganistão (Gabriel Godoy) - que incorpora um espírito de um cozinheiro quando está dormindo e o espírito usa o corpo dele para cozinhar, ou a médium ouvinte Sa-manta Paranormal (Cláudia Raia), narci-

sista ao extremo que adora aparecer na mídia e tenta usar a mediunidade para enriquecer e dar golpes. A novela tem mostrado ainda, em capí-tulos mais recentes um centro espírita, que os personagens estão procurando por razões diversas, e no qual é mos-trado inclusive o trabalho voluntário que instituições espíritas desenvolvem. Se por um lado não é uma “novela es-pírita”, Alto Astral pode ser usada, sim, como uma porta de entrada aos precei-tos do espiritismo, inclusive ao mostrar que a mediunidade pode ocorrer desde criança, que é preciso tomar cuidados, receber orientação para desenvolvê-la etc. E, claro, trata-se de uma boa diver-são.

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ArtigoArtigo

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Alto Astral. Você já viu esta novela?

Estamos hoje aqui na Terra, encarnados, trabalhando, cui-dando da nossa família, preo-cupando-nos com nosso es-

clarecimento moral, buscando fazer o melhor para os que nos rodeiam, enfim, vivendo nossas vidas. Mas todos sabemos que a condição de encarna-dos tem “prazo de validade”. À medida que crescem os avanços da medicina e novas tecnologias surgem na indústria farmacêutica, crescem também as es-peranças de muitos em ter uma vida longa, mantendo-se saudável o maior tempo possível. Desejo legítimo, dire-tamente ligado à Lei de Conservação, como podemos encontrar no capítulo 5 de O Livro dos Espíritos. Mas esse desejo de prolongar ao máximo nos-sa vida encarnada pode estar também ligado, consciente ou inconsciente-mente, ao desconhecimento de como se dará a nossa desencarnação. Como consequência natural, uma pergunta nos vem à mente: será melhor ser en-terrado ou cremado? Como escolher corretamente?Atualmente no Brasil, inumar (mesmo que enterrar, sepultar) é a prática mais comum, representando 98,5% do total de procedimentos. Dentre os fatores que nos levam a esse número, pode-mos citar o fato de que, até aproxi-madamente 50 anos atrás, a Igreja Ca-tólica não permitia a cremação devido à crença na ressurreição da carne – proibição revogada pelo Concílio do Vaticano II em 1961. Além disso, a nos-sa vasta extensão de terras fez com que espaço não fosse tido como um motivo de preocupação; situação que atualmente é bem outra, com a super lotação dos cemitérios sendo uma re-alidade, principalmente nas grandes cidades. Aparentemente , pouco a pouco, o es-tigma que rondava a cremação vai se desfazendo, tornando-se a opção de mais e mais pessoas. Se os números ainda não parecem tão representa-tivos, o fato de que há pouco menos de 30 anos o Brasil contava com um único crematório e hoje já serem 32

espalhados pelo país (com o segundo crematório público tendo sido inau-gurado neste mês de março de 2015 em Campinas), mostram que há um interesse cada vez maior das pessoas por essa forma de tratamento dado ao corpo físico depois do desencarne. Seja pelo fato de os custos da crema-ção serem consideravelmente meno-res (afinal pode-se abrir mão do jazigo, por exemplo), seja pelo fato de uma consciência ecológica cada vez maior – com a inumação há a liberação do necrochorume, líquido composto por água, sais minerais e substâncias orgâ-nicas, responsável pela contaminação do solo e aquíferos subterrâneos, o que não acontece na cremação – o fato é que esse procedimento é uma realidade cada vez mais presentes em nossas vidas. Mas o que diz a Doutrina Espírita a respeito? Apesar de O Livro dos Espí-ritos não tratar diretamente do assun-to, na tentativa de ajudar a construir um maior embasamento para reflexão, podemos nos reportar a resposta à questão 164 que diz que nem todos os espíritos experimentam o mesmo grau de perturbação após a morte, depen-dendo essa percepção da sua elevação moral. Significando que, independen-

temente da forma como são tratados nossos despojos depois do desencar-ne, o que realmente importa para que não nos ressintamos pela forma de tratamento que nossa vestimenta físi-ca vai receber, é a maneira como leva-mos a nossa vida. É ela que vai guiar os acontecimentos futuros. Os que bus-cam fazer o bem, aproveitam bem as oportunidades que lhes são dadas para se aprimorar e melhorar as condições daqueles que os rodeiam tem menor probabilidade de perturbação.Mas e nós, seres medianos, falíveis, com tanta vontade de aprender e me-lhorar mas que ainda não conseguimos alcançar o grau de elevação que nos habilitaria o equilíbrio apos a morte do corpo físico? Segundo o espírito Irmão X na obra Escultores da Alma, psicografia de Chico Xavier, “(...). Para quem varou a existência na Terra, entre abstinências e sacrifícios, a arte de di-zer adeus é alguma coisa da felicidade ansiosamente saboreada pelo Espírito, mas para o comum dos mortais, afei-tos aos “comes e bebes” de cada dia, para os senhores da posse física, para os campeões de conforto material e para os exemplares felizes do prazer humano, na mocidade ou na madureza, a cadaverização não é serviço de algu-

Inumar ou cremar? Eis a questão...

mas horas. Demanda tempo, esforço, auxílio e boa vontade.”Levando em consideração a última co-locação do amigo espiritual, aprovei-tamos para nos lembrar da amorosa recomendação de Emmanuel, guia es-piritual de Chico Xavier, sobre a cre-mação, informando ser o ideal que es-peremos ao menos 72 horas, pois “...faz-se mister exercer a caridade com os cadáveres, procrastinando por mais horas o ato de destruição das vísceras materiais, pois, de certo modo, exis-tem sempre muitos ecos de sensibi-

lidade entre o espírito desencarnado e o corpo onde se extinguiu o ‘tônus vital’, nas primeiras horas seqüentes ao desenlace, em vista dos fluidos orgâni-cos que ainda solicitam a alma para as sensações da existência material.” (O Consolador, Chico Xavier).Inumar ou cremar? A resposta depende de cada um de nós. Mas vale ressaltar que, independente da forma escolhida, desde agora, nesse exato momento, podemos todos trabalhar pela melho-ra da nossa condição evolutiva. Come-çando por nós mesmos, exercendo o

auto-perdão, não alimentando medos e culpas e sim arregaçando as mangas para remediar situações das quais nos arrependemos. Passando pelas pesso-as na nossa casa, sendo mais pacien-tes e tolerantes com aqueles que mais amamos. Seguindo para a nossa família consanguínea, vizinhos, trabalho, so-ciedade, país... Cada pensamento, cada gesto, cada ação para o bem conta. Plantemos o bem desde já, e não preci-saremos nos preocupar com o depois, pois que será uma conseqüência feliz das escolhas que tivermos feito!

*Casa de Jesus – Rua João Alves dos Santos, 770/ Jd. Paineiras (próximo do Clube da Ponte Preta) *Núcleo José Esteve - Av. General Carneiro, 225 – Ponte Preta (próximo do Batalhão da PM)

Passes na Casa de Jesus

Magnético/Cura 8 às 10 h

Magnético/Cura 14 às 16 h

Magnético /Cura 19h30 às 21h

Salão das

Paineiras

Magnético 8 às 10 h Magnético 8 às 10 h

Magnético 14 às 16 h

Magnético 8 às 10 h

Magnético/Cura 8 às 10 h

Magnético/Cura 14 às 16 h

Magnético 8 às 10 h Magnético 8 às 10 h

Magnético 14 às 16 h

Magnético 8 às 11 h

Cura 8 às 11h

Magnético 14 às 16h

Dia Locais / Horários

Casa de Jesus General Carneiro

Seg

Ter

Qua

Qui

Sex

Sáb

Passes domiciliares para doentes im pos si bi li ta dos de se locomover

Dia 01 (quarta-feira), às 20 horasPalestrante - Fausto Barbieri Tema: Obsessão: castigo ou oportunidadeInformações - Empresário, palestrante e professor de Dou-trina Espírita na Casa de Jesus.

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Palestras de abril

Dia 15 (quarta-feira), às 20 horasPalestrante - Romário de Araújo Mello Tema - DepressãoInformações - - Professor universitário, escritor e colabora-dor dos Centros Espíritas Allan Kardec de Amor e Caridade

*O período de aplicação de passes em 2015 foi iniciado no dia 12 de janeiro

A Festa Junina da Casa de Jesus é uma das mais tradicionais e esperadas de Campinas. Neste ano de 2015, a data do evento já está marcada: o arraia ocorrerá no dia 27 de junho, das 17 às 23 horas. Os ingressos custarão R$ 10,00, antecipados, ou R$ 20,00 na hora.Toda a festa é feita por voluntários e os va-lores arrecadados utilizados para viabilizar as ações sociais da Casa de Jesus. Quem quiser ajudar nas barracas pode pro-curar a secretaria da Casa de Jesus e deixar nome e contato telefônico, pois todo auxílio é fundamental e bem-vindo. Serviço e diversão é o que não vai faltar!Entre outras, já estão confirmadas as barra-cas de argola, pesca, derruba-latas, cachorro quente, doces, espetinhos, pastel, milho verde, lanche de pernil e calabresa, pipoca, canjica, amendoim, morango com chocolate, maçã do amor, quentão, vinho quente e chocolate quente. Claro, tudo com muita música, anima-ção e diversas outras atrações.

Dia 29 (quarta-feira), às 20 horasPalestrante - Doralice Magalhães Tema - Espiritismo e AmorInformações -Orientadora, membro do Conselho Mediúni-co, passista e colaboradora da Casa de Jesus.

Arraiá da Casa de Jesus acontece no dia 27 de junho