o Rito Escoces Antigo e Aceito - Varios Autores

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    RITO ESCOCS ANTIGO E ACEITO

    IIr AILTON PINTO DE TRINDADE BRANCOJOS INCIO DA SILVA FILHONODO AMBRSIO DE CASTRO

    O Rito Escocs Antigo e Aceito, nasceu na Franca, como "orito dos Stuart, da Inglaterra e da Esccia" tendo sido aprimeira manifestao manica em territrio francs(1649), antes mesmo da fundao da Grande Loja de Londres

    (1717).

    Desde a criao da Grande Loja de Londres em 1717,apareceram na Frana dois ramos distintos da Maonaria. Umdependente da Grande Loja de Londres e outro (escocs)autnomo que no estava ligado a nenhum sistemaobediencial.Viviam sob o antigo preceito manico de que osmaons tinham o direito de constituir lojas sem prestarcontas de seus atos a uma autoridade ou poder supremo ("OMaom Livre na Loja Livre").

    As Lojas Escocesas eram maioria, na Frana. At 1766,somente trs Lojas, entre as 487 Lojas existentes, tinhampatente da Grande Loja de Londres.

    Em 1758 criou-se, no escocesismo, os altos graus (25 grausdo chamado rito de Hredom) que no entanto s foiplenamente estabelecido 1801 com a fundao em Charleston(Estados Unidos), do primeiro Supremo Conselho do Mundo dochamado Rito Esconcs Antigo e Aceito.

    A DOUTRINA INICITICA DO RITO ESCOCS ANTIGO E ACEITO

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    Os principais pontos da Doutrina do Rito Escocs Antigo eAceito esto contidos nas instrues dos trs GrausSimblicos.

    Embora existam variaes de Obedincia para Obedincia e depas para pas, as linhas mestras de doutrina esto semprepresentes e podem servir para os ensinamentos em qualquerparte do mundo. So elas:

    A maonaria uma associao ntima de homens e mulheresescolhidos, cuja doutrina tem por base o Grande Arquitetodo Universo, que Deus; como regra: a lei Natural;porcausa: a Verdade, a Liberdade, a Fraternidade e a Caridade;por frutos: a Virtude, a Sociabilidade e o Progresso; porfinalidade: a felicidade de todos os povos, que ela

    procura, incessantemente, reunir sob sua bandeira de Paz.Assim, nunca deixar, a Maonaria, de existir no gnerohumano.2. Os deveres de um Maom so:

    Honrar e venerar o Grande Arquiteto do Universo, aquem agradece, todos os dias,pelas boas aes quepratica, em relao ao prximo, e os bens que lhecouberem em partilha.

    Tratar todos os seres humanos como seus iguaisirmos, sem distino de sexo, raa, nacionalidade eclasse social.

    Combater a ambio, o orgulho, o erro e ospreconceitos. Lutar, sempre, contra a ignorncia, a mentira, ofanatismo e a superstio, que so flagelosprovocadores de todos os males que afligem ahumanidade e impedem o progresso.

    Praticar a justia recproca, como verdadeirasalvaguarda dos direitos e dos interesses de todos, ea tolerncia, que d, a cada um, o direito de escolhersuas opinies e seus credos religiosos.

    Deplorar os que erram, esforando-se, todavia, parareconduzi-los ao caminho da Verdade.

    Socorrer os infortunados e os aflitos.

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    Esses deveres so cumpridos, porque o Maom deve terf, que lhe d a Coragem, a Perseverana, que vence osobstculos, e o Devotamento , que o leva a praticar oBem, mesmo com o risco de sua vida e sem esperar

    nenhuma outra recompensa alm da tranqilidade deconscincia.

    3. O Sinal do Primeiro Grau significa a honra de saberguardar o segredo preferindo ter a Garg.'. cort.'. arevelar os Mistrios da Ordem;significa tambm, que obrao direito, smbolo da Fora, est concentrado eimvel para defender a Maonaria, com suas Doutrinas eseu Princpios.

    4. Os passos em esquadria, representam o cruzamento deduas linhas perpendiculares, nico caso em que formamquatro ngulos retos iguais, simbolizando a Retido docaminho seguido e a Igualdade, um dos princpiosbasilares da Instituio.

    5. O candidato iniciao consegue penetrar no Templopor trs pancadas, cujo significado : "Batei e sereisatendido; pedi e recebereis; procurai e encontrareis".

    6. O candidato deve ser recebido numa Loja justa,perfeita e regular. Para que uma Loja seja Justa ePerfeita, preciso que trs a governem, cinco acomponham e sete a completem. Existe outro conceito:Uma Loja justa quando esto presentes, no mnimo,sete Obreiros, e perfeita quando o Livro da Lei estaberto sobre o Altar dos Juramentos. Loja regular aquela que pertence a uma Obedincia Manica regulare reconhecida.

    7. A venda nos olhos do candidato simboliza as trevase os preconceitos do mundo profano, mostrando, tambm,a necessidade que tem, o ser humano, de procurar a luzentre os iniciados. O p descalo, alm dedemonstrao de respeito ao adentrar o Templo,provocar uma marcha claudicante, que simboliza orduo caminho do candidato, em direo a luz. O braoe o peito desnudos significam que o candidato dar oseu brao em defesa da Ordem e o seu corao a todosos seus Irmos. As pontas do Compasso, sobre o peito,mostram, ao candidato, que, se em sua vida profana, os

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    seus sentimentos e as suas aes no foram reguladaspor esse instrumento da exatido, isso deveracontecer a partir de sua Iniciao.

    8. A Pedra Bruta o emblema do Aprendiz, comrepresentao de tudo aquilo que se deve seraperfeioado. O trabalho de desbastamento,esquadrejamento e polimento da Pedra Bruta simboliza oprprio aperfeioamento moral e espiritual do Nefito.

    9. As Colunas Vestibulares do Templo possuem,simbolicamente, as dimenses das colunas do Templo deJerusalm: 12 de circunferncia, 12 de base e 5 noscapitis. Essas dimenses, para colunas no destinadas

    sustentao, vo contra as regras da Arquitetura, nosentido de mostrar que a Cincia e o Poder do GrandeArquiteto do Universo esto alm das dimenses e dosjulgamentos humanos. As roms, que as adornam, commilhares de sementes contidas no mesmo fruto, emboraem diversos compartimentos, simbolizam o prprio povomanico universal, que, por mais multiplicado queseja, constitui uma s famlia.

    10. O Pavimento de Mosaico,formado por elementos

    brancos e negros, e o emblema da irregularidade dosolo e das dificuldades da caminhada inicitica;simboliza, tambm, os opostos; a Virtude e o vcio, aBoa e a m sorte, a Sabedoria e a ignorncia, o Bem eo mal. Com os quadrados brancos e negros, unidos pelomesmo cimento, ele o smbolo, tambm, da unio entreos Maons do planeta, independentemente de raas,cores e credos polticos e religiosos.

    11. A Espada Flamejante o smbolo da Justia, que

    deve punir todos os que se afastarem do caminho doBem; mostra, tambm, com sua forma estilizada de umraio, que a justia deve ser pronta e rpida, como umraio.12. O Esquadro,como jia do Venervel Mestre, mostraque o dirigente de uma Oficina deve, sempre, pautar osseus atos pela mais absoluta retido de carter. ONvel, jia do Primeiro Vigilante, simboliza aigualdade social, que a base do direito natural. OPrumo, jia do Segundo Vigilante, mostra que o Maomdeve ser reto em seus julgamentos, sem ser

    influenciado por interesses pessoais, ou pelos seusprprios sentimentos. O Nvel e o Prumo, separados,

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    nada valem numa construo; ambos, todavia, completam-se, mostrando-se, que o Maom deve cultuar aIgualdade, nivelando todos os seres humanos, e aRetido, que no o deixar pender, para qualquer doslados, pela amizade, ou pelo interesse.

    13. A Loja, simbolicamente, apoia-se em trs colunas(ou pilares); Sabedoria, Fora e Beleza. O Venervelrepresenta a coluna da Sabedoria porque dirige osObreiros; o 1 Vigilante representa a coluna da Foraporque paga, aos Obreiros, o salrio, que a fora ea manuteno da vida; o 2 Vigilante representa acoluna da Beleza, porque faz repousar os Obreiros,fiscalizando o seu trabalho. A Sabedoria, a Fora e aBeleza so complementos de todas as obras humanas; sem

    elas nada perfeito e durvel, pois a Sabedoria cria,a Fora sustenta e a Beleza adorna.

    14. A Maonaria combate a ignorncia, em todas as suasformas, porque a ignorncia a me de todos os vciose o seu princpio nada saber, saber mal o que sesabe e saber coisas outras alm do que deveria saber.No pode, o ignorante, medir-se com o sbio, cujosprincpios so a tolerncia, o amor e o respeito a siprprio. por isso que os ignorantes so irascveis,

    grosseiros e perigosos; perturbando e desmoralizando asociedade, evita que os seres humanos conheam os seusdireitos e saibam, no cumprimento dos seus deveres,que, mesmo com constituies liberais, um povoignorante escravo.Inimigos do progresso, afugentamas luzes, aumentam as trevas e permanecem em eternocombate contra a Verdade, a Perfeio e o Bem.

    15. A Maonaria combate o fanatismo, porque aexaltao religiosa perverte a razo e leva os

    insensatos prtica da aes condenveis, em nome deDeus e sob o pretexto de honr-lo. O fanatismo umadoena mental, desgraadamente contagiosa, que,estabelecida num pas, toma foros de lei, como nosexecrveis autos da f, que fizeram perecer milharesde homens e mulheres teis a sociedade. A superstio um falso culto mal compreendido, pleno de mentiras,contrrio a razo e as idias ss, que se devem fazerde Deus; a religio dos ignorantes, dos timoratos. Ofanatismo e a superstio so os maiores inimigos dareligio e da felicidade das naes.

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    16. A Solidariedade, que deve existir entre os Maons, a mais pura e fraternal, mas deve ser restrita aosque praticam o bem e sofrem os espinhos da vida; aosque, nos trabalhos lcitos e honrados, so infelizes;

    aos que embora com fortuna, sentem, na alma, o amargordas desgraas. Onde houver uma causa justa,a deverse fazer sentir a solidariedade manica. Quando,entretanto, um Maom , olvidando os princpios daOrdem, desvia-se da moral, tornando-se um mau cidado,um mau pai, uma m me, um mau filho, uma m filha, ummau marido, uma m esposa, um mau irmo, uma m irm,um mau amigo e uma m amiga; quando, cego pelo dio oupela ambio, pratica atos considerados indignos de umMaom, ele rompe o compromisso de solidariedade queno mais poder existir, pois, se ela fosse mantida,

    haveria a conivncia com atos degradantes. Assim, oMaom que procede mal, perde todo o direito ao auxliomaterial e, principalmente, ao amparo moral de seusIrmos.

    17. A Maonaria combate a escravido, porque todo oser humano livre, podendo, porm, estar sujeito aentraves sociais, que o privem, momentaneamente, deuma parte de sua liberdade e - o que pior - o tornemescravo de suas prprias paixes e de seus

    preconceitos. desse jugo, exatamente que se develibertar o candidato Luz Manica, j que o serhumano que abdica, voluntariamente, de sua liberdade,no pode contrair nenhum compromisso srio.

    18. Os instrumentos necessrios transformao daPedra Bruta em Pedra Cbica so: a princpio, o Mao eo Cinzel, em seguida a Rgua e o Compasso, depois aAlavanca e, finalmente, o Esquadro. O Mao e o Cinzel,como instrumentos destinados e desbastar a Pedra

    Bruta, mostram, ao Maom, como devem ser corrigidos osseus defeitos, tomando sbias resolues (simbolizadaspelo Cinzel), que uma enrgica determinao(simbolizada pelo Mao) coloca em execuo. A Rgua,permitindo o traado de linhas retas, que se podemprolongar ao infinito, simboliza o direito inflexvel,a lei moral, no que ela tem de mais rigorosa eimutvel. A esse absoluto, ope-se o crculo darelatividade, cujo raio medido pelo afastamento dashastes do Compasso; como so limitados os meios derealizao humana, o plano de trabalho deve ser

    traado, levando em conta no s a idia do abstrato,que deve ser seguida (Smbolo= Rgua), como a

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    realidade concreta (Smbolo=Compasso), com as quais oser humano est acostumado. A Alavanca simboliza opoder irresistvel de uma inarredvel vontade, quandosabiamente aplicada; a Rgua, todavia, aplicadajunto com a alavanca, para mostrar os limites do poder

    e por que a vontade s invencvel quando colocada aservio do direito absoluto. O Esquadro, permitindocontrolar o corte das pedras,que devem ser regulares,para que se ajustem umas as outras, com exatido,determina, ao Maom, que a perfeio consiste, para oser humano, na justeza com que se coloca na sociedade.

    19. O sbio humilha-se, sempre, quando em presena deuma verdade que ele reconhece superior suacompreenso, esquiva-se, assim, de ser o instrutor das

    multides, porque, conscientemente, jamais poderiasatisfazer-lhes a justa curiosidade e, naimpossibilidade de faz-las compreender o erro e deconduzi-las ao real caminho da Verdade, abandona-as ssuas grosseiras fantasias. O verdadeiro Iniciado,todavia, tem o dever de acudir em auxlio a todos osque ele julgar iniciveis, daquele que, independentes,revoltam-se contra as tiranias e as arbitrariedades,pois estes merecem ser ensinados a procurar os nveis,daquele que, independentes, revoltam-se contra astiranias e as arbitrariedades, pois estes merecem ser

    ensinados a procurar o Real, o Verdadeiro, sem apreocupao, nem a esperana de triunfo, que s alcanado pelo repouso de uma inteligncia satisfeita.Embora, na realidade o ser humano nunca possa chegar asaber, ele procura saber, buscando, avidamente,adivinhar o Eterno Enigma, o enigma da vida, crente deque este o seu mais nobre e mais elevado destino. AVerdade, esse mistrio inacessvel, que atrai o serhumano com uma fora irresistvel, muito vasta,muito viva, muito livre e bastante sutil, para sedeixar prender, imobilizar, estereotipar e petrificar

    na rigidez de um sistema qualquer que ele seja. Osartifcios e as roupagens com as quais a Verdade revelada, para ser dada ao conhecimento pblico, sservem para deturp-la, tornando-a, geralmente,irreconhecvel, j que tudo o que se procura objetivarcom o auxlio de subterfgios, ser sempre um reflexoilusrio, uma imagem apagada da grande Verdade, que oIniciado busca, em vo, contemplar e encarar. Paraisso, ele recebe a iniciao, que ensina,principalmente co Companheiro e, em primeiro lugar, aesquecer tudo aquilo que lhe prprio, para, em

    seguida, concentrar-se, descendo ao mago dos prpriospensamentos, com o intuito de se aproximar da fonte da

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    pura Verdade, instruindo-se, assim, no pelas sbiaslies dos Mestres, mas pelo exerccio constante deMeditao. Assim procedendo, ele no conseguir,naturalmente, aprender tudo quanto encerram os livrose ensinam as escolas. Mas, para que sobrecarregar a

    memria,se,muitas vezes o ser humano engana-se com ocarter ilusrio do que lhe parece verdadeiro? osimplesmente ignorante est mais prximo da verdade doque do ftuo e arrogante, que se jacta de uma cinciaenciclopdica, apoiada, unicamente, em falsas noes.Em matria de saber, a qualidade supera a quantidade; prefervel saber pouco, mas este pouco saber bem.Deve, o Iniciado, saber distinguir o real do aparente,no se apegando, apenas, s palavras, s expresses,por mais belas que elas paream; deve se esforar paradiscernir aquilo que inexplicvel, intraduzvel, a

    Idia-Princpio, o mago, o esprito, sempre mal eimperfeitamente interpretado nas mais bem construdasfrases. S dessa maneira que ele afastar as trevasdo mundo profano e atingir a clarividncia dosIniciados verdadeiros. Estes se distinguem pelapenetrao de esprito e pela capacidade decompreenso que possuem. Grandes sbios e clebresfilsofos tem permanecido profanos, por no teremcompreendido o que obscuros pensadores conseguiramdiscernir por si mesmos, fora de refletirem emeditarem, no silncio e no recolhimento. Para ser um

    verdadeiro Iniciado, pode-se ler pouco, mas pensarmuito, meditar sempre e, principalmente,no ter receiode sonhar.

    20. Tudo, no mundo, parece, com exceo do sol, dainteligncia e do amor, de que o Grande Arquiteto doUniverso se fez o santurio, onde desmoronam os lancesinfernais do gnio do mal, que tende a secar as fontesda felicidade humana. A Maonaria nasceu e fortificou-se para enfrentar, destemidamente a todos os males que

    enfraquecem o ser humano. Ao ser recebido no Grau deMestre, o Iniciado ter a plena certeza de que dignode partilhar dos trabalhos constantes dos Maons, naguerra, em que, sob a gide do Grande Arquiteto doUniverso, empenham todos os seus esforos e todo o seuamor em prol da humanidade. Sua responsabilidadeestar aumentada; se a Ordem lhe assegura, por todaparte passagem e proteo, ela espera, tambm, o seuesforo contnuo, o seu trabalho ininterrupto, emfavor da libertao das inteligncias oprimidas, e asua coragem, a toda prova, quando precisar se arriscar

    para salvar os seus Irmos. O Mestre deve irradiar,por toda a parte a luz que recebeu; deve procurar, na

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    sociedade profana, os coraes bem formados, asinteligncias livres, os espritos elevados, quefugindo dos preconceitos e da vida fcil, buscam umavida nova e podem se tornar elementos teis epoderosos para a difuso dos princpios manicos;

    deve aprender a dominar-se e fugir de todo sectarismo.Sendo amigo sa Sabedoria, deve guardar sempre, oequilbrio mental, que caracteriza o ser so deesprito. No se constri um edifcio, apoiando-osobre uma nica coluna; assim, o Mestre deve saber, noseu trabalho de construo moral e intelectual,equilibrar, sempre, os ensinamentos da razo com ossentimentos do corao. Deve recordar que a Maonariavai sempre, em auxlio dos desgraados, quaisquer quesejam suas opinies; que, em sua ao social, elaliberta as conscincias e reaviva a coragem daqueles

    que nada mais esperam. Deve saber, enfim, o Mestre,que, se como um novo Hiram Abi, ele estiver a ponto dereceber um golpe fatal, vibrado por inconscientes erevoltados, todos os seus Irmos sabero defend-lo eque, se sucumbir gloriosamente, no cumprimento dodever, todos os Mestres dedicados procuraro, maistarde, os vestgios de suas obras, porquanto o ramo deaccia servir para que reconheam os esforos que elefez, em benefcio do desenvolvimento da Sublime Ordem.

    21. Os instrumentos necessrios complementao dotrabalho simblico dos Maons so: o Cordel, o Lpis eo Compasso. Nas construes, o cordel serve paramarcar todos os ngulos do edifcio, fazendo-os iguaise retos, para que os alicerces possam suportar aestrutura; com lpis, o arquiteto traa os diversosplanos para a construo e orienta os operrios; ocompasso serve para determinar, com preciso, oslimites e as propores das diversas partes daconstruo. J na Maonaria, que simblica e nomais de ofcio (ou operativa), esses utenslios so

    aplicados por analogia, aos preceitos da moraldifundida pela Ordem. Dessa maneira, o cordel indica alinha de conduta do Mestre, sem falhas e baseada nasverdades contidas no Livro da Lei; o lpis adverte-oque seus atos, palavras e pensamentos so observadospelo Grande Arquiteto do Universo, a quem ele deveprestar contas de seu procedimento na vida; ocompasso, por fim, lembra a justia de Deus, imparciale infalvel, mostrando que necessrio distinguir oBem do mal, a justia da iniqidade, para que o Mestrefique em condies de apreciar e medir, com justo

    valor, todos os atos que tiver que praticar.

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    22. A unio do Esquadro e do Compasso forma a insgniado Mestre. O Esquadro regula o trabalho do Maom, quedeve agir com retido, inspirado na eqidade; ocompasso dirige essa atividade esclarecendo-a, para

    que produza a mais judiciosa e fecunda aplicao. Ocompasso, todavia, que o utenslio dos Mestres,pois s eles sabem manej-lo com preciso, medindotodas as coisas, levando, porm, em considerao a suarelatividade. A razo do Mestre, fixa como a cabea docompasso, julga os acontecimentos de acordo com ascausas ocasionais; o seu julgamento inspira-se no nasrgidas graduaes da Rgua, mas num discernimento,baseado na adaptao rigorosa da lgica realidade.

    Porque 1804?

    O nome Rito Escocs Antigo e Aceito foi anunciado para omundo manico aps a criao do primeiro Supremo Conselhoem Charleston, Estados Unidos, em 31 de maio de 1801.

    Em 4 de dezembro de 1802, uma circular levou aoconhecimento dos maons, principalmente europeus, a criaodo Conselho-Me em Charleston, na Carolina do Sul,denominado Supremo Conselho dos Soberanos GrandesInspetores Gerais, 33 e ltimo Grau do Rito Escocs Antigoe Aceito.

    Antes de 1801, fora fundado pelo Conde de Grasse-Tilly, umSupremo Conselho nas ndias Ocidentais Francesas, com 33graus. Entretanto, esse Supremo Conselho foi ignorado eabafado pelo Supremo Conselho norte-americano, queconseguiu fazer-se constar como o Supremo Conselho-Me doMundo.

    Nos trs primeiros anos de vida do Supremo Conselho norteamericano, o Rito Escocs Antigo e Aceito permaneceu semritual prprio. Os Altos Graus funcionaram com os Graus dePerfeio do Rito de Heredom, acrescentados dos oito novosgraus que totalizavam os 33. Os novos graus no eramIniciticos e ganharam contedo mais administrativo que

    litrgico. Os Graus Simblicos, na poca conhecidos comoMaonaria Azul, foram os da ritualstica norte americana.

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    O segundo Supremo Conselho criado foi o de France, em 1804,quando tambm foi confeccionado o primeiro ritual dos graussimblicos do Rito, o Guide des Maons cossais. Foiidealizado pelos maons franceses, apelidados de

    escoceses, que fundaram nesse mesmo ano, 1804, uma novaObedincia Manica em Paris: a Grande Loja GeralEscocesa, mais uma Loja-Me do Rito Antigo Aceito, ummodelo ritualstico recebido dos maons integrantes daGrande Loja dos Antigos de Londres. A Grande Loja GeralEscocesa de Paris uniu particularidades do Rito AntigoAceito, de origem operativa, praticado na Esccia, com anatureza hebraica do Rito de Perfeio e organizou umritual para os graus ditos simblicos do Rito EscocsAntigo e Aceito.

    Lojas-Me Escocesas na Frana

    Assim como no presente se associa naturalmente SupremoConselho com Rito Escocs Antigo e Aceito, pode-seconsiderar a mesma associao no passado entre maonariaazul e as Lojas-Me Escocesas. Na Frana, a primeira Loja-Me Escocesa foi a de Marselha, criada em 1751, coincidindocom a fundao da segunda Grande Loja em Londres, que sedeclarou dos Antigos Maons. A segunda Loja-Me na Franafoi a de Avinho e a terceira, a Grande Loja GeralEscocesa, j referida, criada em Paris, em 1804, paraorganizar o ritual que serviu para os trs graus bsicosdos 33 da vertente latina do Rito Escocs Antigo e Aceito.

    O Rito Escocs Antigo e Aceito nasceu sem graus simblicos

    prprios.

    O Supremo Conselho fundado em 1801, nos Estados Unidos,veio para organizar a maonaria praticada nos chamadosAltos Graus, entre os quais estavam os do Rito de Heredom,criado a partir de 1758 e usado como referncia para acriao do Rito Escocs Antigo e Aceito. O novo Rito seconstituiu literalmente de 33 graus. Na prtica, dos 33graus, o Supremo Conselho de Charleston interessou-se emcomandar do 4 ao 33, no se envolvendo com os trsprimeiros para evitar conflito com a maonaria norteamericana das Lojas Azuis. Desistiu de qualquer tipo deingerncia nos graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre do

    Rito Escocs Antigo e Aceito. E com essa mesma concepo, oRito chegou na Frana, em 1804, atravs do Supremo Conselho

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    fundado em Paris, dentro do Grande Oriente de France, quetinha o Rito Moderno, ou Francs, como oficial.Inicialmente, o Supremo Conselho de France manteve o mesmomodelo de seu precursor americano: deixou os graussimblicos para a Grande Loja Geral Escocesa, criada tambm

    em 1804, para organizar os graus simblicos do Rito EscocsAntigo e Aceito, que funcionou, ao exemplo do SupremoConselho, dentro do Grande Oriente de France. A partir de1816, com o desaparecimento da Grande Loja Geral Escocesa,o Grande Oriente assumiu as atribuies do simbolismoescocs antigo na Frana e, ao faze-lo, diminuiu aautoridade do Supremo Conselho sobre o nmero de graus,criando, sob sua jurisdio, as Lojas Capitulares, quetrabalham dos graus 1 ao 18 do Rito Escocs Antigo eAceito. Nessa ocasio, lanou um novo ritual para as LojasCapitulares, em 1820, implantando diversas alteraes no

    ritual de 1804.

    O ritual de 1804, em linhas gerais, reproduz osprocedimentos praticados pelos maons da Grande Loja dosantigos de Londres. Algumas diferenas foram inevitveispara conciliarem a ritualstica da maonaria azul dosantigos com o simbolismo fundamental dos Altos Graus. Porisso, o Primeiro Vigilante foi deslocado do centro doOcidente, em frente ao Venervel Mestre, para junto daColuna do Norte e o Segundo Vigilante trazido do meio daColuna do Sul para a ponta da mesma Coluna, ambos lado a

    lado no Ocidente. A nova distribuio das Luzes no Templocompatibilizou-as com a encontrada nos graus acima do 3, osGraus de Perfeio recolhidos do Rito de Heredom.

    As duas vertentes de influncia no Rito.

    A idia de um rito manico originrio do movimento decriao dos Supremos Conselhos a partir dos Estados Unidosda Amrica, que ganhou o nome de Rito Escocs Antigo eAceito, se apoiou na certeza de que o importante noarcabouo do Rito seriam os Altos Graus. A maonaria azulteria o papel apenas de base do edifcio, servindo dearregimentadora de pretendentes. O primeiro SupremoConselho concebeu o Rito com 33 graus, mas deu aos trsprimeiros importncia mnima, no lhes revestindo daroupagem prpria do escocesismo. Aproveitou o que jexistia no pas e sobre eles montou a estrutura principaldo 4 ao 33. Presentemente, considera-se que essa foi avertente anglo-sax do Rito Escocs Antigo e Aceito, quepermanece sem rituais prprios para Aprendiz, Companheiro eMestre. Nos Estados Unidos o Rito existe do grau 4 para

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    cima. No h Loja especializada em trabalhos simblicos doRito Escocs Antigo e Aceito.

    A existncia de duas influncias ritualstico-

    institucionais foi materializada aps a chegada do Rito naFrana. At 1813, as Lojas-Me Escocesas lideraram amaonaria azul na Frana e mantiveram a ritualstica semalteraes. A fuso das duas Grandes Lojas inglesas, a dosmodernos e a dos antigos, na atual Grande Loja Unida daInglaterra, enfraqueceu a posio das Obedincias quepreservavam a ritualstica dos antigos, como foi o casodas Lojas-Me Escocesas, que desapareceram nos anosseguintes. Quando o Grande Oriente de France assumiu osGraus Simblicos do Rito Escocs Antigo e Aceito e criou asLojas Capitulares, estabeleceu um segundo modelo de

    funcionamento e jurisdio para o Rito. Os Altos Graus seconstituram do 19 ao 33 sob a hegemonia do SupremoConselho e os graus abaixo desses ficaram sob a autoridadedo Grande Oriente. As divergncias entre o Supremo Conselhode France, de um lado, e os Supremos Conselhos dos EstadosUnidos e da Inglaterra, de outro, dividiram o Rito EscocsAntigo e Aceito em duas vertentes; uma ortodoxa, a anglo-saxnica, e uma heterodoxa, latina ou francesa. Foramalterados alguns procedimentos ritualsticos, smbolos eat a concepo interna do Templo. Uma das principaismodificaes foi a implantao de um desnvel que passou a

    caracterizar o Oriente como uma regio geogrficadelimitada e no mais constituda apenas pelo VenervelMestre. A cor igualmente foi trocada. O azul da maonariaazul cedeu lugar para o vermelho do Grau Rosa-Cruz, o maiselevado da Loja Capitular, e os graus de Aprendiz,Companheiro e Mestre passaram a fazer parte de umadenominao nova; o simbolismo, que recebeu o vermelho. Osimbolismo substituiu a maonaria azul. Assim se formou avertente latina do Rito Escocs Antigo e Aceito. Maistarde, os Supremos Conselhos do mundo inteiro reivindicaramo retorno para o sistema inicial, ou seja, com poderes

    sobre o conjunto de graus a partir do 4 e se estendendoat o 33, ocasionando o desmantelamento das LojasCapitulares. No entanto, as cores permaneceram as duas,dependendo da vertente e a ritualstica tambm, pois osimbolismo da vertente latina diferente da vertenteanglo-sax.

    AILTON PINTO DE TRINDADE BRANCOPresidente da Oficina de Restaurao do REAA

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    O TEMPLO MANICO DO REAA

    Estudo sobre o Templo Manico do Rito Escocs Antigo e Aceito,fundado nos textos de vrios rituais editados no Brasil desde 1898 enas pesquisas e obras dos IIrm Theobaldo Varoli Filho e JosCastellani.

    As dimenses do Templo Manico

    O Templo tem, internamente, a forma de um quadrilongo de

    comprimento igual ao triplo de sua largura, sendo dividido,

    no sentido longitudinal, ou do seu maior eixo, em trs

    partes: a primeira compreende o Oriente, a segunda engloba

    o Ocidente, o Norte e o Sul, e a terceira corresponde ao

    trio.

    O Oriente, com sua largura igual ao seu comprimento, tem a

    forma de um quadrado perfeito; o Ocidente tem o seu

    comprimento uma vez e meia maior que a sua largura;

    enquanto que o trio tem o seu comprimento igual metade

    de sua largura.

    Sendo possvel, a largura do Templo deve ser igual sua

    altura e a parede de fundo semicircular.

    Essas so as verdadeiras dimenses de um Templo Manico do

    Rito Escocs Antigo e Aceito. Definir as suas dimenses

    como tendo a forma de um "retngulo no Ocidente e de um

    quadrado do Oriente", como o faz o Ritual de 1928 (1o Grau,

    pg. 11), desconhecer que o trio parte integrante do

    Templo.

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    O Pavimento Mosaico

    O soalho do Ocidente representado pelo Pavimento Mosaico,

    constitudo de ladrilhos quadrados brancos e pretos,dispostos, alternadamente, em diagonal, e no em formato de

    tabuleiro de xadrez, como se v em muitas Lojas.

    A propsito desta disposio, veja-se a correspondncia do

    que se afirma com o plano do Templo figurado no Ritual de

    1928 (1o Grau, pg. 15), onde o pavimento de mosaico

    recobre apenas o soalho do Ocidente, com os ladrilhos

    pretos e brancos dispostos alternadamente e em digonal.

    O soalho do Ocidente no deve ser composto por "losangos

    alternadamente brancos e pretos", como preceituava o Ritual

    de 1928 (1o Grau, pg. 11). Como se sabe, o losango um

    quadriltero plano que tem os lados iguais, e dois ngulos

    agudos e dois obtusos, enquanto que o quadrado um

    quadriltero cujos lados so iguais entre si e cujos

    ngulos so retos.

    Os ladrilhos devem ser de tamanho que proporcione a medida

    dos passos regulares da Maonaria que, no Rito Escocs

    Antigo e Aceito, so seguidos com os ps em esquadria,

    abertos para frente.

    No Rito Moderno que o Pavimento Mosaico pode configurar

    um tabuleiro de xadrez, pois nesse rito os passos regulares

    e a esquadria pedestal acompanham os lados do quadrado.

    O Pavimento Mosaico extensivo ao soalho do Ocidente foi anorma nas Grandes Lojas do Brasil at 1942, quando, a

    partir de ento, por iniciativa do Irmo General Joaquim

    Moreira Sampaio, sucessor do Irmo Mrio Behring, ficou

    restrito ao centro do Templo, com o formato de um tabuleiro

    de xadrez circundado por uma orla dentada, sobre o qual era

    proibido pisar, salvo nas passagens ritualsticas

    previstas.

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    Alguns ritualistas defendem a tese de que o Pavimento

    Mosaico deve revestir todo o soalho do Templo, inclusive o

    trio. Esses mesmos ritualistas, no entanto, incluem em

    suas obras planos de Templos Manicos com o Pavimento

    Mosaico revestindo apenas o Ocidente.

    Da porque o Projeto de Ritual do 1o Grau que integra esta

    proposta de reviso ritual acolhe a recomendao de que o

    Pavimento Mosaico deva revestir apenas o Ocidente.

    A Orla Denteada

    Contornando todo o Pavimento Mosaico coloca-se, de modo

    contnuo, a Orla Dentada, formada por ladrilhos

    triangulares brancos e pretos, estes ltimos, com suas

    bases voltadas para as paredes do Templo.

    Quando no for possvel tal disposio, a Orla Dentada deve

    figurar no alto das paredes, altura da Corda de 81 Ns.

    A decorao do Templo

    As paredes e o teto do Templo so decoradas em azul-

    celeste, restringindo-se o carmim aos cortinados,

    tapearia em geral, s almofadas, aos estofamentos e a

    certos ornamentos.

    Conquanto o vermelho seja a cor do Rito Escocs Antigo eAceito, como j reconhecia o Ritual de 1928 (1o Grau, pg.

    8), o mais comumente encontrado a recomendao para que

    as paredes e o teto do Templo sejam pintados em azul-

    celeste.

    A Corda de 81 Ns

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    No alto das paredes do Templo, entre as Colunas Zodiacais e

    a Abbada Celeste, coloca-se a Corda de 81 Ns.

    O n central desta corda emblemtica encontra-se sobre o

    Trono, acima do dossel, tendo de cada lado, quarenta ns

    eqidistantes entre si, que se estendem pelo Norte e peloSul e cujas extremidades terminam, de cada lado da porta de

    entrada, pendentes, em forma de borlas que simbolizam

    Justia e Prudncia.

    Esta proposta corrige o equvoco do Ritual de 1928 (1o

    Grau, pgs. 11 e 13) ao determinar que se colocasse uma

    corda de 81 ns no soalho do Ocidente, cercando o pavimento

    mosaico, juntamente com a orla dentada, e, logo maisadiante (pg. 13), que fosse colocada uma outra corda de 81

    ns em volta das paredes do Templo, "cujas pontas pendero

    aos lados da entrada principal". Com isso, teramos, na

    decorao da Loja duas cordas de 81 ns, o que

    inadmissvel.

    O Portal

    A comunicao com o exterior feita por uma nica porta,

    de duas folhas, situada no Ocidente, a meio da parede que

    faz frente com o Oriente, e de amplitude proporcional

    largura do Templo. necessrio que a porta do Templo seja

    de duas folhas que se abrem para o trio.

    Nos Templos Manicos, a funo da porta de entrada

    permitir a cobertura dos trabalhos, sem maiores

    significados.

    Alguns ritualistas preconizam que a porta do Templo deva

    ter um postigo que permitiria ao Guarda do Templo (Cobridor

    Interno) verificar quem bate pedindo ingresso.

    Na realidade a porta do Templo deveria ser construda em

    estilo Salomnico, ou seja, com quatro folhas. Mais

    correto, ainda, seria a porta de entrada ocupar toda a

    extenso da parede ocidental, como era no Templo de

    Jerusalm.

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    O Templo no deve ter janelas ou outras aberturas a no ser

    que por elas nada se posa ver do exterior. Esta regra deve

    ser observada para que no tenhamos, mais e mais, Lojas que

    enfileiram janelas nas paredes Norte e Sul dos seus

    Templos. Nesses casos a cobertura dos trabalhos mera

    filigrana. Em lugar de abrir janelas, as Lojas deveriam

    dotar seus Templos de bons sistemas de circulao de ar.

    O Oriente e a Grade do Oriente

    Ao fundo, fronteiro porta de entrada, situa-se o Oriente,

    em nvel superior ao do Ocidente e ao qual se sobe por umou quatro degraus baixos. O Oriente separado do Ocidente

    por uma balaustrada a Grade do Oriente, emblema da

    Razo composta por pequenas colunas, com altura de 1

    metro a 1 metro e 30 centmetros, encimadas por uma barra

    horizontal, tendo ao centro um passadouro de amplitude

    proporcional largura do Templo.

    No h obrigatoriedade que o acesso ao Oriente seja feito

    por quatro degraus, como construda a maioria dos nossos

    Templos. Exige-se, apenas, que o Oriente esteja em um planomais elevado que o Ocidente. Isso pode ser feito por apenas

    um degrau.

    A propsito, veja-se o que determina o Ritual de 1898 (1o

    Grau, pg. 3), no que se refere aos degraus de acesso ao

    Oriente: "A parte do fundo, para a qual se sobre por um

    degrau (ou por trs pequenos degraus, si a altura da sala

    o permitir), chama-se Oriente; separado, direita e

    esquerda, por uma balaustrada".

    A adoo de quatro degraus na escada de acesso ao Oriente

    se deu com a edio do Ritual do Grau de Aprendiz editado

    em 1928 para uso das primeiras Grandes Lojas do Brasil, em

    nota de rodap lanada pgina 12, onde ensinado ser

    necessrio subir sete degraus para se chegar ao Trono, por

    quatro, de acesso ao Oriente, e mais trs, de acesso ao

    Trono, ao tempo em que se lhes d os nomes de Fora,

    Trabalho, Cincia e Virtude.

    Nesta mesma nota de rodap, o Ritual supracitado ao afirmarque para "chegar ao solio, onde fica o Throno do Ven.: M.:

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    necessrio subir Sete (7) degros, por Quatro (4) e Tres

    (3)", comete os seguintes equvocos: a) o Trono do

    Venervel Mestre no fica no slio, pois o trono o

    prprio slio, uma vez que sinnimos; so a mesma coisa,

    portanto; b) confunde o Altar com o Trono do Venervel

    Mestre, ao mandar que sobre este repousem "uma espada

    desembainhada, um malhete, objectos de ecripta e um

    candelabro de tres luzes"; e c) os degraus pelos quais se

    chega ao Trono, se corretamente interpretados, so: 1 (um)

    do estrado do Altar do 1o Vigilante, mais 2 (dois) do

    estrado do Altar do 2o Vigilante, mais 1 (um) de acesso ao

    Oriente e mais 3 (trs) do estrado do Trono, perfazendo,

    assim, um total de 7 (sete) degraus (1+2+1+3=7).

    A subida e descida desses quatro degraus, quandoexistentes, no devem ser feitos um a um, formando

    esquadria a cada passo. Esta prtica inexistente no

    verdadeiro Rito Escocs Antigo e Aceito e, de resto, nos

    demais ritos manicos. Esses degraus devem ser ascendidos

    e descendidos, um a um, por passos normais, alternando-se

    os ps em cada degrau.

    Entende-se, no entanto, que um degrau suficiente para

    atender tradio do Rito Escocs Antigo e Aceito e

    conferir maior beleza aos seus Templos.

    As Colunas do Prtico

    Junto parede ocidental e ladeando o portal elevam-se as

    duas Colunas do Prtico, de ordem egpcia, ocas, bronzeadas

    e de altura proporcional ao teto do Templo. As bases dessas

    colunas, arredondadas e sobre as quais se esculpem ou so

    pintadas folhas de papiro e ltus, devem ser largas at

    certo ponto do fuste o qual, por sua vez, vai se

    estreitando um pouco at o capitel, que termina em forma de

    aucena, dentro e em torno da qual se colocam o rendilhado

    de bronze e as roms, estas em nmero de trs.

    A coluna colocada ao Norte, esquerda de quem entra no

    Templo, tem insculpida no fuste a letra B, enquanto que a

    coluna colocada ao Sul, direita de quem entra no Templo,

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    tem insculpida no seu fuste a letra J, ambas em posio de

    leitura para o Venervel Mestre.

    Essas colunas podem, ainda, ser encimadas, cada uma, por

    uma esfera representando o Globo Terrestre (Coluna B) e o

    Globo Celeste (Coluna J).

    Conquanto a maioria das Lojas tenham as Colunas do Prtico

    interiorizadas, o correto seria coloc-las no trio, a

    exemplo do Templo de Salomo.

    Admite-se, no entanto, que estejam no interior do Templo,

    desde que junto parede do Ocidente, ladeando a porta de

    entrada; o portal. Neste caso, o Guarda do Templo (Cobridor

    Interno) sentaria esquerda da Coluna J e o Cobridor

    Externo direita da Coluna B.

    No caso em que as Colunas do Prtico sejam interiorizadas,

    entre elas e a parede ocidental do Templo no deve haver

    espao para circulao, uma vez que circular por trs das

    mesmas, como se v em grande parte das Lojas, eqivale a

    estar no trio.

    As Colunas Zodiacais

    No Ocidente, ao longo das paredes Norte e Sul, pintadas ou

    em relevo, erguem-se as doze Colunas Zodiacais

    eqidistantes entre si e dispostas seis ao Norte e seis ao

    Sul , figuradas por meias-colunas caneladas de ordem

    jnica, secionadas no sentido vertical, ou seja, s a

    metade anterior delas emerge das paredes, num alto relevo,

    tendo, no seu capitel, ospentaclos. Comeando por ries, a

    noroeste, e terminando com Peixes, a sudoeste, a seqncia

    completa das Colunas Zodiacais a seguinte: ries, Touro,Gmeos, Cncer, Leo e Virgem, ao Norte, no sentido

    Ocidente-Grade do Oriente; e, Libra, Escorpio, Sagitrio,

    Capricrnio, Aqurio e Peixes, ao Sul, no sentido Grade do

    Oriente-Ocidente.

    Observe-se, por fim, que as Colunas Zodiacais devem estar

    dispostas to somente nas paredes Norte e Sul do Ocidente.

    No Oriente, nem, tambm, na parede do Ocidente, no deve

    ser colocada nenhuma Coluna Zodiacal.

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    O Trono e os Altares das Luzes da Loja

    No eixo longitudinal do Templo, prximo ao fundo do

    Oriente, sobre um estrado de trs degraus semicirculares,que significam Pureza, Luz e Verdade, e sob um Dossel,

    confeccionado em damasco carmim com franjas douradas e

    sustentado por duas colunas compsitas ligadas por um arco

    que parte da parede de fundo, eleva-se o Trono do Venervel

    Mestre, ladeado por, apenas, duas outras ctedras de

    espaldar um pouco mais baixo.

    Entre o Trono e a parede de fundo no deve haver espao

    livre para circulao, pois no permitido passar por trs

    do Trono e frente do Delta Sagrado. Defendem os melhoresritualistas que que a passagem por trs do Trono implica

    passar na frente do Delta Sagrado, por cima do estrado, o

    que, alm de ser um erro uma prtica proibida, pois o

    Delta Sagrado tem que ser, sempre, visvel a todos aqueles

    que esto no Templo, no podendo, a sua viso, ser

    obstruda por pessoas, ou por objetos (basto), porque nos

    ritos testas, como o Rito Escocs Antigo e Aceito, ele

    representa a presena de Deus, devendo, sempre estar

    vista de todos.

    O Dossel deve ser confeccionado em tecido carmim (cor

    vermelha muito viva), pois o vermelho a cor do Rito

    Escocs Antigo e Aceito, como j reconhecia o Ritual de

    1928 (1o Grau, pg. 8).

    Alguns rituais editados no Brasil mandam que se coloque,

    pendente do centro da face anterior do Dossel, um tringulo

    eqiltero tendo ao centro, suspensa por elemento

    invisvel, a letra hebraica ID. Outros, mandam que na

    parte frontal do Dossel devem figurar o Compasso e o

    Esquadro cruzados em torno da letra G. Outros, ainda, que o

    Compasso e o Esquadro cruzados sejam substitudos pela

    Estrela Flamejante, quando no for possvel a sua colocao

    no alto e no meio do Templo, entre o Sol do Oriente e a Lua

    do Ocidente. E, por fim, outros rituais nada mandam colocar

    na face anterior do Dossel.

    Entendemos que mandar colocar "um tringulo eqiltero

    tendo ao centro a letra ID" repetir um smbolo j

    inserido no Painel do Oriente, ou seja, o Delta Sagrado.

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    Por outro lado, a Estrela Flamejante deve figurar no teto

    do Templo, por sobre o Altar do 2o Vigilante, e nada h que

    justifique a sua ausncia nessa posio. Por outro lado, o

    Esquadro e o Compasso j figuram, juntamente com o Livro da

    Lei sobre o Altar dos Juramentos, como Paramentos da Loja.

    Entendemos, ainda, que, se algo tivesse que ser colocado

    frente do Dossel seria a Estrela Hexagonal, tambm

    conhecido como Estrela de Davi ou Signo de Salomo, ou,

    ainda, Selo de Salomo. Veja-se, ainda, por necessrio, que

    o Compasso e o Esquadro cruzados compem uma estrela de

    cinco pontas.

    Restaram-nos, pois, trs opes:

    1. Nada ostentar no alto do Dossel;2. Ostentar o Compasso e o Esquadro cruzados em torno da

    letra G;3. Ostentar o Selo de Salomo.

    O Projeto de Ritual do 1o Grau que integra esta proposta de

    reviso ritual contempla a Estrela Hexagonal como smbolo

    ostentado na face anterior do Dossel, em correspondncia ao

    Trono de Salomo, conquanto se saiba que este, na verdade,somente existe na cerimnia de Instalao do Venervel

    Mestre.

    frente do Trono, sobressaindo-se sobre os demais em

    dimenso, fica o Altar do Venervel Mestre, com a face

    frontal voltada para o Oriente e sobre o qual estaro um

    malhete, um candelabro de trs braos, uma coluneta jnica,

    a Espada Flamejante em seu escrnio, a Constituio e o

    Regulamento Geral da Federao, o Estatuto da Loja, um

    exemplar do Ritual do Grau e objetos de escrita.

    Diante da face frontal do tero lateral esquerdo do Altar

    do Venervel, em correlao com o Secretrio, fixado num

    pequeno cavalete posto no ltimo degrau do estrado, coloca-

    se o quadro que contm a Carta Constitutiva da Loja e, em

    frente ao seu tero direito, em correlao com o Orador,

    igualmente disposta em um pequeno cavalete, coloca-se a

    Prancheta da Loja, gravada, no ngulo superior esquerdo,

    com a Cruz Qudrupla formada por duas paralelas

    horizontais, cruzadas com outras duas verticais e smbolo

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    da capacidade do homem, do que limitado e, no ngulo

    inferior direito, a Cruz de Santo Andr uma cruz em forma

    de "xis", com quatro ngulos opostos pelo vrtice e smbolo

    do infinito , que so a chave do alfabeto manico,

    atravs do qual os Gro-Mestres deveriam comunicar a

    Palavra Semestral e ordens sigilosas. Sua colocao no

    Templo , inexplicvel e lamentavelmente, ignorada pelo

    Ritual de 1928 (1o Grau).

    Convm no confundir a Prancheta da Loja com a Prancheta

    utilizada por engenheiros, arquitetos e desenhistas, vista

    em algumas Lojas e sobre a qual comumente so dispostos os

    utenslios manicos exigidos pelos Rituais de Iniciao,

    Elevao e Regularizao, tais como o mao, cinzel,

    alavanca, esquadro, compasso, rgua, cordel, lpis, etc.

    Registre-se, para que no se repita o erro, o fato de que a

    maioria dos rituais estudados confunde, absurdamente, Trono

    com Altar, chegando o Ritual de 1928 (1o Grau, pg. 12) ao

    cmulo de recomendar que o Trono deve ser de forma

    triangular e sobre o qual devem estar "uma espada

    desembainhada, um malhete, objetos de escripta e um

    candelabro de trs luzes".

    Entende-se quo imaginoso seria uma cadeira de formato

    triangular; uma cadeira de trs pernas. Mais difcil,

    ainda, imaginar o Venervel Mestre sentado sobre uma

    espada e um candelabro, pois, como se sabe, trono assento

    e no mesa, e colocar espada e candelabro sobre este

    querer trespassar o Venervel Mestre com arma branca ou

    queim-lo vivo.

    Imagine-se, tambm, como seria dificultoso montar um Dossel

    (e no Docel, como grafado em muitos rituais) de formato

    triangular sobre uma armao em forma de arco, como

    recomenda o Ritual de 1928 (1o Grau, pg. 12).

    esquerda e um pouco frente da Coluna B, elevados sobre

    um estrado de dois degraus, que significam Justia eFortaleza, ficam a Ctedra e o Altar do 1o Vigilante,

    aquela de espaldar inferior ao do Trono e este com a face

    frontal voltada para o Oriente e sobre o qual repousam um

    malhete, um candelabro de trs braos, uma coluneta drica

    e um exemplar do Ritual do Grau. direita do Altar do 1o

    Vigilante, sobre o estrado, estar uma pedra de superfcie

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    lisa e polida, perfeitamente esquadriada e de faces iguais,

    denominada Pedra Cbica.

    O correto Pedra Cbica e no Pedra Polida como dito noRitual de 1928 (1o Grau, pg. 14), pois, como se sabe o

    trabalho do Aprendiz consiste em desbastar a Pedra Bruta,

    transformando-a num cubo que um slido geomtrico

    perfeito, que se encaixa perfeitamente nas edificaes, sem

    deixar espaos vazios. Assim a pedra pode ser polida, sem

    ter o formato cbico exigido para o uso nas construes,

    uma vez que pode ter outros formatos geomtricos.

    O Ritual de 1928 (1o Grau, pg. 14) , tambm, impreciso no

    que se refere ao lugar do 1o Vigilante, ao determinar seuassento esquerda da Coluna do Norte, quando este, na

    realidade, tem assento no Ocidente.

    A meia distncia entre a Coluna J e a Grade do Oriente,

    elevados sobre um estrado de um degrau, que significa

    Prudncia, ficam a Ctedra e o Altar do 2o Vigilante,

    aquela de espaldar inferior ao do Trono e este com a face

    frontal voltada para o eixo longitudinal do Templo e sobre

    o qual descansam um malhete, um candelabro de trs braos,

    uma coluneta corntia e um exemplar do Ritual do Grau. direita do Altar do 2o Vigilante, sobre o estrado, estar

    uma pedra spera, de forma e contornos irregulares,

    denominada Pedra Bruta.

    Os degraus de acesso aos Altares dos Vigilantes devem ser,

    igualmente, semicirculares, e os estrados que os suportam

    convenientemente dispostos, de modo a permitir livre

    circulao.

    Os Altares das Luzes da Loja, todos de formato retangular,tero as faces frontal e laterais fechadas por painis de

    madeira e sero revestidos de cortinado carmim orlado com

    franjas douradas, devendo o Altar do Venervel Mestre se

    sobressair em majestade sobre os demais e ter o seu tero

    mdio construdo em plano mais elevado que os seus teros

    laterais.

    No centro das faces frontais de cada Altar dever figurar a

    jia representativa do respectivo cargo.

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    Em correspondncia com que adotado por boa parte das

    Grandes Lojas do Brasil, esta proposta de reviso ritual

    acolhe o formato retangular para os altares das Luzes, uma

    vez que no verdadeiro Rito Escocs Antigo e Aceito no

    existem altares ou mesas triangulares, pois, na verdade, o

    nico tringulo que existe em Loja o Delta Sagrado. E,

    ademais, h que se convir que os altares e mesas em forma

    de tringulo so at desconfortveis, pois so incmodos,

    para se colocar objetos sobre elas. No Rito Moderno que

    as mesas das Luzes e Oficiais so chamadas de tringulos,

    por terem, obviamente, este formato.

    esquerda desses Altares, conquanto no seja de uso

    obrigatrio, costuma-se colocar, sobre pequenos pedestais,

    as esttuas de Jpiter ou Minerva (Venervel Mestre), Marteou Hrcules (1o Vigilante) e Afrodite ou Vnus (2o

    Vigilante). Sobre os Altares das Luzes da Loja pode haver

    uma base percussora sobre a qual sero dados os golpes de

    malhete.

    As Jias Fixas da Loja

    As jias fixas de uma Loja so: a Prancheta da Loja, a

    Pedra Cbica e a Pedra Bruta que correspondem,

    respectivamente, ao Mestre, ao Companheiro e ao Aprendiz.

    O Ritual de 1928 (1o Grau, pg. 14) manda que sobre o Altar

    do 1o Vigilante seja colocada uma Pedra Bruta, e sobre o

    Altar do 2o Vigilante uma Pedra Polida, para, em seguida,

    contradizer-se, ao indicar que essas pedras devem ser

    colocadas junto s Colunas B (Pedra Bruta) e J (Pedra

    Polida), conforme se prova do Plano do Templo (pg. 15),

    posio esta que pode ser considerada correta pela

    correspondncia simblica das colunas. Com isto, comete os

    seguintes equvocos:

    1. Estabelece duas normas distintas para um mesmoprocedimento;

    2. Confunde Pedra Polida com Pedra Cbica;

    3. Manda que as pedras sejam colocadas sobre os Altares dosVigilantes;

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    4. Faz a Pedra Bruta corresponder ao 1o Vigilante e a PedraPolida ao 2o Vigilante.

    Como se sabe, o trabalho do Aprendiz consiste em desbastar

    a Pedra Bruta, transformando-a num cubo que um slidogeomtrico perfeito, pois se encaixa nas construes

    perfeitamente, sem deixar espaos vazios. Assim a pedra

    pode ser polida, sem ter o formato cbico exigido para o

    uso nas construes. Portanto, a terminologia correta

    Pedra Cbica e no Pedra Polida.

    Sabendo-se que, tradicionalmente, compete ao 2o Vigilante,

    e no ao 1o Vigilante, instruir os Aprendizes e ao 1o

    Vigilante instruir os Companheiros, ao contrrio do que tem

    sido apregoado ao longo de todos esses anos, entende-se quea Pedra Bruta deve ser colocada junto ao Altar do 2o

    Vigilante e a Pedra Cbica junto ao Altar do 1o Vigilante.

    Embora tenham, os Aprendizes, assento na Coluna do Norte,

    dirigida pelo 1o Vigilante, compete ao 2o Vigilante que

    fica de frente para os Aprendizes a sua instruo e

    orientao. E, como o trabalho deles na Pedra Bruta,

    devem, para isso, ser orientados e ensinados pelo 2o

    Vigilante, o que torna bvio que esta Jia Fixa dever

    estar junto a ele.

    O fato dos Aprendizes estarem na Coluna do Norte, portanto,

    no impede que seja obedecida a norma tradicional segundo a

    qual o 2o Vigilante o instrutor e mentor deles.

    Considera-se, pois, inaceitvel o argumento de que a Pedra

    Cbica deve ser colocada junto ao Altar do 2o Vigilante

    porque este d as ordens na Coluna do Sul, onde tm assento

    os Companheiros, e que a Pedra Bruta deve ser colocada

    junto ao Altar do 1o Vigilante porque este d as ordens na

    Coluna do Norte, onde tm assento os Aprendizes. Naverdade, o 1o Vigilante no tem assento na Coluna do Norte,

    mas sim no Ocidente, e, na qualidade de segunda Luz da Loja

    cabe-lhe instruir os Companheiros Se aceito fosse esse

    argumento, os Mestres deveriam, ento, ter assento no

    Oriente, j que instrudos pelo Venervel Mestre que tem a

    Prancheta da Loja exposta junto ao seu Altar. Em

    decorrncia desse argumento vesgo e por mais incrvel que

    possa parecer, h Irmos que chegam, inclusive, a cometer o

    absurdo de afirmar, com "alardeada sabedoria eexperincia", que os Aprendizes tm assento na Coluna do

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    Norte, os Companheiros na Coluna do Sul e os Mestres na

    Cmara do Meio. Estes, com certeza, ignoram que Cmara do

    Meio o nome que se d Loja do terceiro grau do

    simbolismo manico.

    Alm disso, como j se viu, a cada uma das trs JiasFixas, inerentes, cada uma delas, a um dos trs Graus

    Simblicos, corresponde uma das Luzes: Pedra Bruta, ao 2o

    Vigilante, Pedra Cbica, ao 1o Vigilante, e Prancheta, ou

    Tbua de Delinear, ao Venervel Mestre. Como esta ltima

    fica no Oriente, frente do Altar da Sabedoria, as outras

    duas, logicamente, devero estar junto Dignidade a que

    correspondem.

    No lgico nem racional entender-se que o 1o Vigilante

    comande os Aprendizes, enquanto o 2o Vigilante comanda osCompanheiros, que, na escala evolutiva manica, esto

    acima daqueles. Seria uma incoerncia a Dignidade mais

    graduada (1o Vigilante) instruir Obreiros menos evoludos

    (Aprendizes), enquanto Dignidade menos graduada (2o

    Vigilante) competiria instruir os Obreiros mais

    aperfeioados (Companheiros). Seria o mesmo que um tenente

    comandar soldados enquanto um sargento comandaria os cabos.

    Levemos, ainda, em conta o seguinte:

    1. O dirigente de toda Loja o Venervel Mestre, quedirige as Colunas atravs dos Vigilantes;

    2. O 1o Vigilante o dirigente de ambas as Colunas, doOcidente, mas a Coluna do Sul ele dirige atravs do 2o

    Vigilante;3. O 2o Vigilante dirige a Coluna do Sul, prestando contas

    ao 1o Vigilante, que as presta ao Venervel Mestre,instruindo os Aprendizes, por delegao de ambos.

    Observe-se, ainda, que, no Painel Alegrico da Loja deAprendiz (Painel de Harris), a Pedra Cbica est ao lado da

    coluna drica, correspondente ao 1o Vigilante.

    Note-se, por fim, que tanto no Painel Simblico da Loja de

    Aprendiz quanto no Painel Simblico da Loja de Companheiro

    a Pedra Bruta est em correspondncia com o Prumo (Jia do

    2o Vigilante) e a Pedra Cbica em correspondncia com o

    Nvel (Jia do 1o

    Vigilante).

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    Portanto, entende-se que a Pedra Cbica deva ser colocada

    ao lado do Altar do 1o Vigilante e a Pedra Bruta junto ao

    Altar do 2o Vigilante. Este equvoco quer vem de muito

    longe decorre da confuso que se faz, at hoje, das

    diversas aplicaes da expresso "colunas" em maonaria.

    Assim, dentre estas, teramos:

    1. A coluna do Aprendiz, que a Coluna B, colocada esquerda da entrada do Templo;

    2. A coluna do Companheiro, que a Coluna J, colocada direita da entrada do Templo;

    3. A Coluna do Sul, onde tm assento os Mestres e, naltima fileira de assentos, junto parede, osCompanheiros;

    4. A Coluna do Norte, onde tm assento os Mestres e, na

    ltima fileira de assentos, junto parede, osAprendizes.

    As Mesas das Dignidades e Oficiais

    No Oriente, de cada lado da entrada e prximos s paredes

    laterais e Grade do Oriente, ficam, frente a frente, uma

    mesa e um assento destinados, direita do Trono, ao

    Orador, e, esquerda do Trono, ao Secretrio. Sobre a mesado Orador estaro a Constituio e o Regulamento Geral da

    Federao, o Estatuto da Loja, um exemplar do Ritual do

    Grau e material de escrita, enquanto que sobre a mesa do

    Secretrio, alm do material de escrita, estaro, tambm,

    os Livros de Balastres.

    No Ocidente, prximos s paredes laterais e Grande do

    Oriente, ficam, frente a frente, uma mesa e um assentodestinados, direita do Orador, ao Tesoureiro, e,

    esquerda do Secretrio, ao Chanceler. Sobre a mesa do

    Chanceler estaro as Tbuas da Loja destinadas ao registro

    de presena dos Obreiros do quadro e visitantes.

    As mesas e assentos do Orador, Secretrio, Tesoureiro e

    Chanceler ficam postos diretamente sobre o piso, aquelas

    com as faces frontais voltadas para o eixo longitudinal do

    Templo e estes de espaldar inferior s Ctedras dos

    Vigilantes. As mesas das Dignidades e Oficiais tm oformato retangular, com as faces laterais e frontal

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    fechadas por painis de madeira e revestidos de cortinado

    carmim orlado com franjas douradas. No centro das faces

    frontais de cada mesa dever figurar a jia representativa

    do respectivo cargo.

    Nota-se, por necessrio, que a determinao para que asmesas das Dignidades e Oficiais tenham a forma retangular

    no se trata de nenhuma inveno ou inovao pretendida por

    esta proposta de reviso ritual, correo, uma vez que

    tal determinao j estava contida no Ritual de 1928 (1o

    Grau, pgs. 12 e 13).

    Observa-se, tambm, que esta proposta de reviso ritual no

    se refere s mesas do Orador, Secretrio, Tesoureiro e

    Chanceler como Altares, pois, a rigor, dentre as mesas das

    Luzes, Dignidades e Oficiais, a do Venervel Mestre a

    nica que deveria ser, assim, denominada, reconhecendo-se,

    portanto, condescendncia em se manter esta denominao

    para as mesas dos Vigilantes.

    Em relao iluminao das mesas das Dignidades e

    Oficiais, no h obrigatoriedade de sobre elas serem

    colocados castiais, de um ou dois focos. O que pode haver

    sobre essas mesas um pequeno abajur de luz baixa com a

    finalidade de facilitar a leitura e a escrita. Mandar

    colocar, pois, duas luzes sobre as mesas do Tesoureiro e do

    Secretrio, como faz o Ritual de 1928 (1o Grau, pg. 13),

    determinao descabida uma vez que, exceo dos Altares

    das Luzes, as mesas das Dignidades e Oficiais no ostentam

    nenhuma iluminao litrgica.

    Em relao ao Ritual de 1928 (1o Grau), observa-se, ainda,

    que:

    1. A bolsa coletora do Tronco de Solidariedade deve ficar mo do Hospitaleiro, p. ex., suspenso ao seu assento, eno sobre o Altar do Tesoureiro (pg. 13);

    2. A bolsa coletora de Propostas e Informaes deve ficar mo do Mestre de Cerimnias, p. ex., suspenso ao seuassento, e no sobre o Altar do Secretrio;

    3. Ao invs de registro de presena, seria mais corretodizer "Tbuas da Loja destinadas ao registro de presenade Obreiros do quadro e de Visitantes";

    4. A caixa dos escrutnios deve ficar mo do Mestre de

    Cerimnias e no sobre a mesa do Chanceler.

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    Os Lugares dos Oficiais e Obreiros

    A colocao dos demais Oficiais da Loja obedecer ao

    traado do Plano do Templo, assentando-se oscorrespondentes Adjuntos direita ou esquerda dos

    correspondentes titulares, conforme as convenincias de

    espao.

    direita dos assentos do Mestre de Cerimnias e dos

    Diconos deve haver um suporte para os respectivos bastes.

    As bolsas destinadas coleta de Propostas e Informaes e

    do Tronco de Solidariedade devem ficar mo do Mestre de

    Cerimnias e do Hospitaleiro, respectivamente.

    No Ocidente, distribudos de um e outro lado do eixo

    longitudinal do Templo, estendem-se fileiras de assentos,

    denominadas de Coluna do Norte e Coluna do Sul. A primeira

    fileira de assentos, junto s paredes laterais, destina-se,

    no Norte, aos Aprendizes e, no Sul, aos Companheiros.

    frente dessas fileiras, em ambas as Colunas, colocam-se os

    assentos destinados aos Mestres.

    No Oriente, junto s paredes laterais e de fundo e

    diretamente sobre o piso, so colocados os assentos

    reservados, esquerda do Trono, para os Mestres Instalados

    e, direita do Trono, para as autoridades do Simbolismo

    Manico.

    O Retbulo ou Painel do Oriente

    Ressalta-se, em princpio, o fato de que o Ritual de 1928

    (1o Grau) omisso quanto ao Painel do Oriente, o que

    inadmissvel.

    Como se sabe, o Retbulo, ou Painel do Oriente, de base

    azul-celeste, emoldurado de vermelho e dourado e ladeado

    por duas meias-colunas de ordem jnica, fica colocado atrs

    do Trono, junto parede de fundo do Templo, iluminado, ao

    centro, pelo Delta Sagrado, com raios partidos de seus

    lados e ostentando no seu interior o Olho Onividente, ou onome hebraico de Deus formado pelas letras hebraicas ID-

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    H-VAV-H , ou, ainda, pelo menos, a primeira letra deste

    nome ID , tendo sua direita o Sol, em todo o seu

    esplendor radiante, e, sua esquerda a Lua, em quarto

    crescente.

    conveniente observar que o Delta Sagrado deve ficar a uma

    altura tal que jamais seja encoberto pelo Venervel Mestre

    quando de p e que, entre o Retbulo e a parede de fundo do

    Oriente, no deve existir espao para circulao, como se

    v em alguns Templos, inclusive de Grandes Lojas.

    importante observar, ainda, que o Sol deve estar, sempre,

    no lado em que se encontra o Orador, pois este, na

    correspondncia csmica e mitolgica simboliza o Sol, ou odeus grego Apolo, enquanto que a Lua estar no lado em que

    se encontra o Secretrio, que, na correspondncia csmica e

    mitolgica, representa a Lua, ou a deusa grega rtemis

    (Diana, dos romanos), deusa da Lua, da caa e das flores.

    Essa posio do Sol e da Lua nada tem a ver com o fato de

    que no hemisfrio Norte, bero da Maonaria, o Sul mais

    iluminado do que o Norte, o que faz com que algumas Lojas

    invertam as posies do Sol e da Lua, colocando o primeiro

    em correspondncia com o Secretrio e esta ltima emcorrespondncia com o Orador, o que errado. Por uma

    questo de padronizao ritual mundial, deve-se admitir,

    tambm, aqui no hemisfrio Sul, o Norte como a regio menos

    iluminada. A posio do Sol e da Lua no Retbulo, portanto,

    no tem a ver com o lugar onde tm assento os Aprendizes e

    Companheiros, como apregoado por alguns.

    Convm, tambm, lembrar que, ao contrrio do que querem

    alguns, no existe o Norte do Oriente nem o Sul do Oriente;

    OrienteOriente e ponto final.

    O Altar dos Juramentos

    No Ocidente, no centro geomtrico do Templo, coloca-se o

    Altar dos Juramentos, em forma de prisma quadrangular, com

    ngulos retos e lados iguais, e medindo cerca de 1 metro dealtura, sobre o qual repousam o Livro da Lei, um Esquadro,

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    com os ramos iguais, e um Compasso, aberto num ngulo de

    45, que juntos, representam as TRS GRANDES LUZES

    EMBLEMTICAS DA MAONARIA.

    Em defesa da forma do Altar dos Juramentos, invoca-se a

    passagem bblica que relata a feitura do altar do

    holocausto, determinada por Deus a Moiss: "Fez tambm o

    altar do holocausto de madeira de accia; de cinco cvados

    era o seu comprimento e de cinco cvados a sua largura,

    quadrado, e de trs cvados a sua altura" (xodo, 38:1).

    Em Loja aberta o Compasso ter, sempre, as hastes voltadas

    para o Ocidente, enquanto que o Esquadro ter seus ramos

    voltados para o Oriente.

    importante observar que, ao contrrio do que manda o

    Ritual de 1928 (1o Grau, pg. 13), nos Graus Simblicos do

    Rito Escocs Antigo e Aceito o Compasso deve ter uma

    abertura de 45 e no de 60. No Rito Escocs Antigo e

    Aceito, o Compasso tem uma abertura de 60 na jia do 5

    Grau e uma abertura de 90 nas jias dos Graus 14 e 18.

    O Altar dos Juramentos ter gravado, em sua face oriental,

    um crculo com um ponto no centro, limitado, ao Norte e aoSul, por duas linhas paralelas. Prximos a este Altar

    podero ser colocados trs castiais, medindo 1 metro e 12

    centmetros de altura e encimados por uma vela de cera

    amarela, dispostos no centro das faces oriental, norte e

    sul, formando um tringulo entre si.

    Segundo o entendimento dos melhores ritualistas, constitui

    erro crasso ornar o Altar dos Juramentos com chifres ou

    chamas, sendo este apenas uma pea do mobilirio do Templo

    e, na verdade, um complemento do Altar do Venervel Mestre.Entendem, tambm, esses ritualistas que o Altar dos

    Juramentos deve ser colocado no Oriente e no no Ocidente.

    O Painel Simblico do Grau e o Painel Alegrico da Loja

    No eixo longitudinal do Templo, entre a Grande do Oriente e

    o Altar dos Juramentos, estende-se, sobre um cavalete,voltado para o Ocidente, o Painel Simblico do Grau, de

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    modo a permitir a livre circulao entre o Norte e o Sul.

    Entre o Painel Simblico do Grau e o Altar dos Juramentos

    deve haver espao suficiente para a passagem de uma pessoa.

    A questo dos painis da Loja de Aprendiz-Maom uma das

    mais controvertidas da ritualstica manica.

    Comumente, os nossos Rituais apresentam, em suas

    ilustraes, um quadro a que do o nome de LOJA DE APRENDIZ

    e outro a que denominam PAINEL DA LOJA DE APRENDIZ.

    O primeiro Loja de Aprendiz , na realidade, o PAINEL

    SIMBLICO DO GRAU DE APRENDIZ-MAOM, faltando-lhe

    acrescentar, apenas, a Orla Dentada, com os smbolos dos

    quatro pontos cardeais. Esse Painel que deve ser exposto

    em Loja aberta.

    O segundo Painel da Loja de Aprendiz corresponde ao

    PAINEL ALEGRICO DA LOJA DE APRENDIZ-MAOM. Esse o Painel

    que, correntemente, se v exposto em Loja aberta, mas que

    deveria ficar exposto no Oriente, esquerda e frente do

    Trono, entre o Altar do Venervel e a mesa do Secretrio.

    O mesmo princpio aplicado ao Ritual do Grau de

    Companheiro-Maom, enquanto que em Loja de Mestre-Maom no

    existe o Painel Alegrico.

    O Altar dos Perfumes

    O Altar dos Perfumes denominado, tambm, em determinadas

    cerimnias manicas, de Altar da Consagrao , umpequeno mvel em forma de prisma quadrangular, com ngulos

    e lados iguais. Sobre este Altar estaro um incensrio e um

    vasilhame contendo os perfumes (incensos) a serem

    queimados.

    O Altar dos Perfumes deve ser colocado prximo ao centro da

    Grande do Oriente, de modo a permitir espao suficiente

    para que em caso de acesso ao Oriente ou sada deste se

    possa parar e fazer a saudao ao Delta Sagrado.

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    A propsito, difcil compreender como colocar uma trpode

    (pea de trs ps) sobre o Altar dos Perfumes, como manda o

    Ritual de 1928 (1o Grau, pg. 13). Na verdade, como j se

    disse, o Altar dos Perfumes tem por base uma coluna torsa

    (torcida) apoiada sobre uma trpode e no uma trpode

    colocada sobre ele.

    Conquanto alguns ritualistas afirmem que esse Altar no

    existe no original Rito Escocs Antigo e Aceito, outros

    admitem sua existncia. A respeito, assim se pronuncia o

    Irmo Boanerges Barbosa de Castro: "O Altar dos

    Juramentos, que antes era fora do prtico, absorveu o

    Altar dos Perfumers ou afastou este ltimo para o Oriente

    ocupando o seu lugar no centro da Loja, sobre o Pavimentode Mosaicos".

    Em defesa da existncia e forma do Altar dos Perfumes,

    invoca-se a passagem bblica que relata a feitura do altar

    do incenso, determinada por Deus a Moiss: "De madeira de

    accia fez o altar do incenso; de um cvado era o seu

    comprimento, e de um cvado a sua largura, quadrado, e de

    dois cvados a sua altura; as suas pontas formavam uma s

    pea com ele" (xodo, 37:25).

    O Mar de Bronze

    A expresso Altar das Oblaes, como consta do Ritual de

    1928 (1o Grau, pg. 12)), imprpria, uma vez que oblao

    do latim oblatione significa "ao pela qual se

    oferece qualquer coisa a Deus ou aos santos; oferendafeita a Deus ou aos santos; oblata; oferecimento a Deus do

    po e do vinho, feito pelo sacerdote; qualquer oferta ou

    oferecimento". O termo oblao, como se pode ver, em nada

    espelha a utilidade de tal utenslio na liturgia manica.

    A expresso correta Altar das Ablues, pois, como se

    sabe abluo do latim ablutione significa lavagem ou

    Ritual de Purificao por meio da gua, praticado em vrias

    religies. A, sim, com significado correspondente

    terceira prova e segunda viagem do Ritual de Iniciao.

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    Segundo o Ritual de 1928 (1o Grau, pg. 12), o Altar das

    Ablues, sobre o qual descansa o Mar de Bronze, deve estar

    colocado entre a porta de entrada e o Sul, ou seja, junto

    parede ocidental, a meio caminho entre a Coluna J e a

    Coluna de Harmonia. Outros Rituais mandam que o Mar de

    Bronze seja colocado na regio sudoeste do Templo. Outros,

    ainda, so incisivos: o Mar de Bronze deve ser colocado no

    ngulo sudoeste do Templo.

    Na verdade, os textos rituais e os ritualistas so

    contraditrios ao determinarem a correta localizao do Mar

    de Bronze. Uns, inclusive, determinam um mesmo lugar para o

    Mar de Bronze e a Coluna da Harmonia, o que contraria a lei

    da fsica segundo a qual dois corpos no podem ocupar, ao

    mesmo tempo, o mesmo lugar no espao.

    No que diz respeito colocao do mar de bronze, deve-se,

    por necessrio, dedicar especial ateno aos textos

    bblicos concernentes construo do Templo de Salomo. Em

    Reis I, 7:39, vamos encontrar a seguinte disposio: "E,

    das dez bases, ps cinco na parte direita do templo, e

    cinco na esquerda; e ps o mar na parte direita do templo,

    entre o oriente e o meio-dia". J em Crnicas II, 4:10,

    temos: "E colocou o mar ao lado direito contra o oriente,

    ao meio-dia". Portanto, segundo o 1o

    Livro dos Reis I (ReisIII, na bblia catlica) o mar de bronze seria colocado a

    SUDESTE, enquanto que segundo o 2o Livro das Crnicas

    (Paralipmenos II, na bblia catlica) sua colocao pode

    ser interpretada como sendo a SUDOESTE, uma vez que a

    expresso "contra o oriente" pode ser entendida como "em

    direo oposta ao oriente", ou seja "na direo do

    ocidente". Com efeito, sabendo-se que a expresso meio-dia

    corresponde ao ponto cardeal sul e que o ocidente

    corresponde ao ponto cardeal oeste, a poro do hemisfrio

    terrestre compreendido entre o sul e o leste o sudoeste.

    Levando-se em conta, ainda, a correspondncia com o Templo

    de Salomo e sabendo-se que a orientao deste era do

    Oriente para o Ocidente, onde estavam o Santo dos Santos e

    o Santo, cuja localizao no Templo Manico corresponde ao

    Oriente, o Mar de Bronze deve ser colocado a SUDOESTE no

    canto formado pelas paredes sul e ocidental. O que no se

    pode admitir, sob hiptese alguma, que se mande colocar o

    Mar de Bronze "entre a entrada principal e o Norte" ou a

    "Noroeste", pois isso aberrao litrgica.

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    Esta proposta de reviso ritual coloca, pois, oALTAR DAS

    ABLUES no ngulo sudoeste do Templo, o qual pode ter a

    superfcie triangular, embasada sobre uma coluna torsa

    apoiada sobre uma trpode.

    A Inexistente Pira do Fogo SagradoAlguns Rituais mandam que entre a entrada principal e o

    Norte seja colocado o Altar das Ablues, sobre o qual

    descansa o Mar de Bronze, e ao Sul a PIRA DO FOGO SAGRADO.

    Esses mesmos Rituais no do qualquer pista sobre o que

    seria essa tal PIRA DO FOGO SAGRADO. E, assim fazem, porque

    a tal pira ornamento estranho ao Rito Escocs Antigo eAceito.

    Se a explicao fosse que a tal pira representaria a

    presena de Deus, a exemplo do que acontece nos templos

    catlicos, lembra-se que tal simbolismo, no Rito Escocs

    Antigo e Aceito, prprio e particular do Delta Sagrado.

    Face a este argumento , tambm, ornamento estranho ao Rito

    Escocs Antigo e Aceito a lmpada acesa no interior de um

    recipiente de cristal de cor rubi que se v pendente doteto sobre o centro do Oriente em alguns Templos. Tal

    ornamento prprio dos templos catlicos, onde arde

    perpetuamente como simbolizo do reflexo da Divindade.

    Convm ilustrar que no Rito Adoniramita existe, junto ao

    Altar, a Chama Eterna, usada para acender as chamas dos

    Altares do Venervel Mestre e dos Vigilantes, concretizando

    o simbolismo da iluminao do Templo, no tendo, no

    entanto, nada a ver com a tal "Pira do Fogo Sagrado".

    J no Rito de Schroeder existe algo parecido com o

    preconizado na proposio: uma vela fixa, chamada "A Luz do

    Mestre", colocada sobre o Altar do Venervel Mestre, a

    partir da qual so acesas as velas dos Altares ou mesas dos

    Vigilantes e as velas das colunas dos ngulos nordeste,

    noroeste e sudoeste do Tapete.

    O que se encontra em alguns Rituais do Rito Escocs Antigo

    e Aceito oALTAR DO FOGO DA PURIFICAO, o qual, colocado

    a noroeste do Templo, em posio oposta ao Altar dasAblues, , por ocasio das iniciaes, levado ao eixo

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    longitudinal no momento oportuno. Este altares pode ter o

    mesmo formato que o Altar das Ablues.

    O Pavilho Nacional

    Entende-se que o Pavilho Nacional dever ser exposto em

    suporte prprio para tal fim e colocado no Oriente, sobre o

    estrado, direita do assento que ladeia o Trono.

    O uso do Pavilho Nacional nos Templos Manicos deve ater-

    se ao disposto na legislao civil pertinente quando ao seuuso em salas e sales, o qual regulamentado pela Lei N o

    5.700, de 1o de setembro de 1971, com as alteraes do

    Decreto-Lei No 5.812, de 13 de outubro de 1972, da Lei No

    6.013, de 27 de maio de 1981 e da Lei N o 8.421, de 11 de

    maio de 1992.

    Assim, nos Templos Manicos do Rito Escocs Antigo e

    Aceito a Bandeira Nacional dever ficar hasteada em suporte

    prprio posto sobre o estrado, direita do Trono,

    imediatamente aps os assentos que o ladeiam, como j sedisse.

    Conquanto seja essa regulamentao j bastante antiga,

    muitas Potncias Manicas inserem em seus regulamentos e

    rituais prticas contrrias legislao federal

    pertinente. Hastear o Pavilho Nacional no extremo interno

    Norte da Grade do Oriente, como determinam alguns rituais,

    desrespeitar a lei nacional, alm de impedir a viso do

    Venervel Mestre de todos os Irmos.

    Considera-se, no entanto, que o hasteamento da Bandeira

    Nacional matria regulamentar e no ritual. Quanto ao

    Culto ao Pavilho Nacional, entende-se deva ser tratado em

    Ritual Especial, abrangendo sua entrada, hasteamento,

    saudao e retirada.

    O Estandarte da Loja

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    O Estandarte da Loja, em Loja Aberta, dever ser exposto em

    suporte prprio colocado nas proximidades do extremo Sul da

    passagem da Grade do Oriente, frente e esquerda do

    assento do Porta-Estandarte.

    Estando a Loja fechada, o Estandarte deve ser recolhido e

    guardado em lugar apropriado.

    absolutamente inadmissvel dispor nas paredes do Oriente

    suportes para arvorar os estandartes das Lojas visitantes.

    O trioO trio, compartimento vestibular do Templo, uma

    antecmara que precede o Prtico e faz comunicao com a

    Sala dos Passos Perdidos e a Cmara de Reflexo, tidos,

    ento, como anexos do Templo. No trio que devem ficar o

    assento do Cobridor Externo e as estrelas para a recepo

    dos visitantes.

    O Teto do Templo

    A decorao estelar dos tetos dos Templos Manicos,

    conquanto no seja obrigatria, habitual no Rito Escocs

    Antigo e Aceito, dentre aqueles reconhecidos pelas Grandes

    Lojas do Brasil.

    O teto do Templo representa, pois, a Abbada Celeste com as

    nuanas de cor (do vermelho ao alaranjado, ao amarelo, ao

    azul e ao negro), mostrando a transio do dia, ou da Luz

    (Oriente), para a noite, ou para as trevas (Ocidente).

    No Oriente, um pouco frente do dossel, o Sol, com raiosdourados; sobre o Altar do 1o Vigilante, a Lua, e, sobre o

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    Altar do 2o Vigilante, uma estrela, prateada, de cinco

    pontas, cercada por flamas gneas a Estrela Flamejante

    ostentando ao centro a letra G.

    direita e um pouco frente do Sol, Mercrio, sob a forma

    de um disco vermelho-escuro, e, esquerda e um pouco mais

    frente do Sol, Jpiter, que tem a forma de um disco

    alaranjado com estrias amarelas. Estes emblemas, pintados

    ou em relevo, podero ficar pendentes do teto.

    No Ocidente, ao centro, trs estrelas da constelao de

    rion, alinhadas de Norte a Sul; entre estas e o nordeste,

    Aldebaran, as sete Pliades e as cinco Hades, dispostas em

    esquadria; a meio caminho entre rion e o noroeste,

    Rgulus, da constelao do Leo; ao Norte, sete estrelas da

    constelao da Ursa Maior; a nordeste, Arturus, da

    constelao do Cocheiro; a leste, Spica, da constelao da

    Virgem; a oeste, Antares, da constelao do Escorpio; ao

    Sul, Fomalhaut, da constelao do peixe Austral; e entre a

    Lua e Antares, Vnus, em forma de pequena lua prateada, e,

    entre rion e Antares, Saturno, sob a forma de um disco

    amarelo-limo com seus anis concntricos e seus dezsatlites.

    As estrelas so amarelas, exceto Arturus, que vermelha.

    As estrelas principais so as de rion, as Hades, as da

    Ursa Maior e as Pliades. Aldebaran, Arturus, Rgulus,

    Antares e Fomalhaut so maiores que as demais por serem

    consideradas estrelas reais.

    A Sala dos Passos Perdidos

    Contgua ao trio deve existir uma ante-sala to

    confortvel quanto possvel, para a recepo dos visitantes

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    e permanncia dos Obreiros antes do incio dos trabalhos, a

    qual recebe a denominao de Sala dos Passos Perdidos, cujo

    mobilirio ser adequado s posses da Loja, devendo

    apresentar quadros alegricos, esttuas, quadro de avisos,

    retratos de personalidades manicas ou histricas,

    poltronas e uma pequena mesa com cadeira, sobre a qual

    descansam os Livros de Presenas onde todo Obreiro, do

    Quadro ou visitante, deve lanar o seu ne varietur.

    Conquanto alguns ritualistas digam que o Templo Manico

    guarda relao direta com o Templo de Salomo e que o

    Parlamento Ingls copiou a disposio dos altares e lugares

    que os Irmos ocupam em Loja, considera-se que tal

    afirmao carece de fundamento histrico.

    Como se sabe, o Parlamento Ingls foi criado no sculo

    XIII, no ano de 1297, durante o reinado de Eduardo I, filho

    de Henrique III, Por outro lado, somente no dia 1o de maio

    de 1775 que a Grande Loja de Londres fez lanamento da

    pedra fundamental daquele que seria o primeiro Templo

    Manico, inaugurado e consagrado a 23 de maio de 1776.

    Portanto, sendo o Parlamento Ingls muito mais antigo do

    que a Maonaria Especulativa, foi o Templo Manico que

    copiou aquele no que concerne disposio dos altares e

    Irmos, inclusive a prpria Sala dos Passos Perdidos.

    Assim, a Sala dos Passos Perdidos no uma inveno da

    Maonaria, mas uma cpia do Parlamento Ingls.

    A Cmara de Reflexo

    A Cmara de Reflexo um pequeno recinto onde se recolhe o

    Iniciando antes de ser introduzido no Templo para, a,

    firmar o seu Testamento Moral e Filosfico.

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    Suas paredes devem ser de pedra ou, pelo menos, imitao de

    pedra, no podendo receber qualquer luz do exterior.

    Sua localizao varivel, dependendo das dimenses doTemplo e da disposio deste em relao s demais

    dependncias do edifcio da Loja, e o seu mobilirio,

    tosco, composto por um banco e uma pequena mesa, sobre a

    qual, alm do material de escrita, impressos do testamento

    e uma campainha, estaro, tambm, um foco de luz fosca e

    tnue fornecido por uma lmpada a querosene ou por uma

    vela num castial , uma ampulheta, um crnio humano com

    duas tbias cruzadas, um pedao de po de trigo, uma jarra

    com gua e trs recipientes com sal, enxofre e mercrio,

    com as respectivas identificaes.

    Em suas paredes, de cor negra, figuram emblemas fnebres e

    inscries admonitrias gravadas em tinta branca, conforme

    indicado no Projeto de Ritual do 3o Grau que integra esta

    proposta ritual.

    Sabe-se hoje, que ser de todo prefervel a expresso

    Cmara de Reflexoem lugar de Cmara das Reflexes, termo

    mais apropriado, considerando-se reflexo no sentido de

    meditao, recolhimento.

    Cmara de Reflexes, termo usado no Ritual de 1928 (1o

    Grau, pg. 17) e, tambm, nos seus sucedneos, mais

    compatvel com uma "cmara onde sejam estudados fenmenos

    fsicos de reflexo (do som, da luz, etc.)". Alm disso, desnecessrio, no caso, o plural para as palavras meditao

    e recolhimento.

    inaceitvel que a Cmara de Reflexo tenha comunicao

    direta com o Templo, como determina o Ritual de 1928 (1o

    Grau, pg. 17). Nada h no desenvolvimento do Ritual de

    Iniciao que autorize tal disposio. A comunicao da

    Cmara de Reflexo deve ser, nica e exclusivamente, com otrio.

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    Que o GADUnos proteja, ilumine e guie para todo o

    sempre.

    Bibliografia:

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    LANTOINE, Albert. Histoire de la Franc-MaonnerieFranaise. Slatkine Reprints, Genve-Paris, 1981.

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    PALOU, Jean. A Franco-Maonaria Simblica e Inicitica.Pensamento, So Paulo, 1998.

    PROBER, Kurt. Histria do Supremo Conselho do Grau 33 doBrasil. Livraria Kosmos Editora, Rio de Janeiro, 1981.

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