O reverso da Bossa

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Orientado pela Profª Me. em Comunicação Social Joseline Pippi Aline Sant´Ana E-mail [email protected] @alinestelli São Borja, RS

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Apresentação do artigo científico "O revesso da Bossa", produzido em novembro de 2010 e publicado em anais do Congresso IntercomSul 2011. Apresentação: Aline Sant Ana.

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Orientado pela Profª Me. em Comunicação Social Joseline Pippi

Aline Sant´Ana E-mail [email protected]

@alinestelli

São Borja, RS

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Bossa O reverso da

o elitismo da Bossa Nova que reflete a boemia das massas

Por Aline Sant´Ana

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Apresentação

O Movimento da Bossa Nova como um produto cultural foi

identificado pela sua afeição, com o gosto popular em detrimento da

especulação seletiva, calcada na sua origem elitista.

A análise da construção rítmica do Movimento, no entanto, causa até

hoje discussões sobre o consumo musical em conseqüência da

representatividade cultural popular.

Diante disso, apresento neste trabalho, algumas considerações

relevantes na compreensão da Bossa Nova como um movimento

transcendente aos ideais mercadológicos e à autenticidade das raízes

onde se finca.

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Objetivo

A partir da análise dos contextos políticos, históricos e econômicos, traçar o que de fato legitimou a Bossa

Nova enquanto movimento cultural, já que o consumo x comercialização de seu produto – a música - o coloca num universo de contradição.

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Fundamentação Teórica - A Bossa enquanto movimento popular é uma demarcação cultural: É o “lugar de chegada de uma memória narrativa e gestual; é um lugar de emergência de

uma cena de massa, onde o popular começa a ser objeto de uma operação, de um apagamento das fronteiras que se desencadeia com a constituição de um discurso

homogêneo e uma imagem unificada do popular, primeira figura da massa” BARBERO(2006)

-Para considerações pautadas no processo de repercussão e consumo da cultura, tantos

nos âmbitos coletivos, quanto nos âmbitos individuais, a concepção de políticas comunicativas vinculadas aos princípios de Estado formam a necessidade comunicativa –

e cultural – dos indivíduos, que para MATTERLART (1994) são uma espécie de agentes culturais.

- Em ORTIZ (2006) as perspectivas sobre a popularidade das mobilizações culturais - aqui

na América Latina - são colocadas de forma a incentivar o auto-conhecimento cultural, dos que durante muito tempo, foram sujeitados à universalização cultural dos países

dominantes economicamente.

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Contextualização

- A inspiração da Bossa improviso -batidas de Jazz e de Bebop(EUA) no intuito de inovar os ritmos populares / ritmo minimalista – samba e jazz (Brasil)

- Narrativa

- Relações de poder - Composição rítmica e musical

João Gilberto

“A bossa é o retrato da boemia.” João Gilberto

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-Composição Rítmica e musical Samba + Jazz +Bebop

Garcia (1999) “coloca a melodia, como elemento inventivo da música num todo; a harmonia, como ministrante das notas musicais; a letra, como elo da harmonia e da melodia; e o canto, o corpo da música. ”

-Narrativa *Linguagem boêmia e simplista; *Realidade Burlesca; *Cotidiano da alta sociedade carioca

“Todo discurso *narrativa+ além de ser ideológico na sua objetivação, é fundamentalógico na sua essência.” Maingueneau

Sylvia Telles e Nara Leão

-Relações de poder *sujeitos masculinos idealizadores do discurso ideológico machista, sendo

inclusive alienador

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Contradição na nova canção

-Exaltava a simplicidade de vida...

-Trazia uma temática de cunho popularesco... -Dizia-se que era uma Nova forma de se fazer samba...

defendia os princípios e comportamentos de uma sociedade moderna – logo, desenvolvida. originou-se e difundiu-se nas classes altas da sociedade carioca – universitários viajados que trouxeram o ritmo para cá. a sua composição rítmica condizia mais com os aspectos do jazz norte-americana.

Tacuchian (2006) aponta que o estudo das correntes nacionalistas no Brasil é extremamente complexo e multidirecional quando tratamos de raízes culturais e “numa perspectiva mais hermenêutica, janelas com forças de significado podem

emergir da música, dando-lhe uma coloração nacional “

mas

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Repercussão midiática -Inicialmente com o Jazz na voz de cantores não tão populares; -Conquista o público através do rádio; -Indivíduos bossanovistas x antigos sambistas (ambos são agentes culturais, MATTELART, 1994)

Cultura x Consumo - Não sustenta por muito tempo a repercussão massiva no Brasil, talvez pelas incongruências exis- tentes. -Ganha rápida visibilidade nos EUA; -Conquista o público norte-ameri- cano pela familiaridade com o Jazz. -Estereótipo da cultura brasileira exportada.

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Análises conclusivas - A Bossa Nova então foi um movimento cultural, ou foi um produto made in brazil com matéria-prima norte-americana? Para ORTIZ(2006), o “produto cultural enquanto objeto de consumo é considerado como tal quando possui custos, produção e rendimentos para a Indústria Cultural”, seguindo os preceitos da reprodução em série (...) Quando está dissociado deste conceito, se encontra num patamar de representações culturais.” Para BARBERO(2006), movimento cultural é “onde o popular começa a ser objeto de uma operação, de um apagamento das fronteiras que se desencadeia com a constituição de um discurso homogêneo e uma imagem unificada do popular(...)” Sendo assim, o fato que legitima a Bossa enquanto movimento, inerente as

questões diatópicas ou diastráticas , é o processo de reconhecimento cultural que ela desenvolve com as raízes que a compõem. Seja no Brasil,

pelo samba, seja no EUA, pelo Jazz .

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Referências Bibliográficas

-BARBERO,Jesus Martin-.Dos meios às mediações: Comunicação, Cultura e hegemonias.Rio de Janeiro: UFRJ, 2006, p.258,264,265.

-GARCIA, Walter. Bim bom: a contradição sem conflitos de João Gilberto. São

Paulo: Paz e Terra, 1999.In: FURTADO, Mônica Dourado. A Bossa Nova no discurso literomusical brasileiro. Revista de Humanidades, Fortaleza, v. 24, n.1, p. 148, jan./jun. 2009

-MAINGUENEAU, Dominique. O contexto da obra literária. São Paulo: Martins

Fontes, 2001. In: FURTADO, Mônica Dourado. A Bossa Nova no discurso literomusical brasileiro. Revista de Humanidades, Fortaleza, UFC,v. 24, n.1, p. 141, jan./jun. 2009.

- TACUCHIAN, Ricardo. As querelas musicais dos anos 50: ideário e contradições. Claves, Rio de Janeiro, UNIRIO, n. 2, p.7-13, Novembro de 2006.

- Fotos do Google images.