o Retrato Da Citricultura Brasileira Baixa

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Prof. Dr. M a rcos fava Nev es fea /UsP r ibeir o Pr eto (coor DeNa Dor)

O retrato da

citricultura brasileiraEl abor ao: MarkEstr at CEntro dE PEsquisa E ProjEtos EM MarkEting E Estr atgia

Autor e sMarcos Fava Neves (coordenador) Vincius Gustavo Trombin Patrcia Milan Frederico Fonseca Lopes Francisco Cressoni Rafael Kalaki

NDICE7 Mensagem inicial 8 Uma viso geral MAPEAMENTO DA ECONOMIA CTRICOLA 10 12 O setor citrcola no Brasil 14 PIB brasileiro versus PIB agrcola 16 Liderana brasileira 17 Exportaes citrcolas 21 Destinos das exportaes 23 Barreiras tarifrias 24 Barreiras fitossanitrias e exigncias tcnicas 26 Taxa de cmbio MAPEAMENTO DA PRODUO CTRICOLA 28 30 Evoluo da produo mundial de laranja 34 Evoluo da produo brasileira de laranja 34 Especialidade dos principais pases produtores 36 Produo de suco de laranja 40 Cinturo citrcola (So Paulo e Tringulo Mineiro) 45 Comparativo entre a produo de So Paulo/Tringulo Mineiro e Flrida 48 Estratificao da produo pelo perfil do produtor no cinturo citrcola 53 Variedades nos pomares 54 Pragas e doenas no cinturo citrcola de So Paulo e Tringulo Mineiro 54 Impacto das mudanas climticas na citricultura 55 Custo de produo de laranja 62 Defensivos na citricultura 64 Fertilizantes na citricultura 65 Salrio mnimo 65 Empregos e condies de trabalho MENSAgEM FINAL ANEXO O COORDENADOR DA PESQUISA MAPEAMENTO E QUANTIFICAO DA CITRICULTURA SAFRA 2008/09 MAPEAMENTO DO CONSUMO DE PRODUTOS CTRICOLAS 92 94 Benefcios nutricionais da laranja 94 Definio de suco, nctar e refresco 96 Consumo mundial de bebidas 97 Consumo mundial de sucos, nctares e refrescos de frutas 98 O sabor laranja 105 O sabor laranja na Europa 106 O sabor laranja na Amrica do Norte 109 O sabor laranja no grupo de pases do BRIC + Mxico 111 Potencial de crescimento do mercado interno brasileiro 112 O poder de fogo do varejo internacional 120 A concentrao dos envasadores 122 Concentrao na indstria brasileira de suco de laranja 125 130 136 84 67 Polticas de incentivo produo 70 Ciclo do capital de giro e fontes de financiamento disponvel 71 Preo da laranja 76 Preo do suco de laranja 79 A decomposio do preo do suco de laranja no varejo

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O Brasil j conseguiu uma boa eficincia na cadeia citrcola. Desde mudas e viveiros certificados,

0,59 e 1,00 por litro na ltima dcada. Almejando um maior faturamento por metro quadrado e uma maior eficincia operacional, esses varejistas controlam a disponibilidade de espao nas suas gndolas, dando preferncia queles produtos com maior giro e que proporcionam maior faturamento e margem de lucro por metro quadrado de prateleira, consequentemente influenciando os padres de consumo em cada mercado. Essa forte concentrao no varejo nas ltimas duas dcadas acabou forando a consolidao nos segmentos dos envasadores e das marcas, que so compradores diretos do suco de laranja exportado pelo Brasil. Hoje, apenas 35 envasadores compram 80% da produo anual mundial de suco de laranja, sendo o restante adquirido por 565 envasadores. Grande parte dos compradores de suco de laranja tambm so responsveis por seu envase e distribuio, sendo que a infraestrutura de manufatura tambm utilizada para outras bebidas no alcolicas, como, por exemplo, sucos de outras frutas, lcteos, refrigerantes, isotnicos e guas. Essa concorrncia fora a priorizao do envase das bebidas com maior margem de lucro ou cuja matriaprima apresente o menor custo. Este material tem como objetivo principal mostrar uma radiografia da cadeia produtiva citrcola, trazendo ao leitor um entendimento maior deste negcio, as variveis que o impactam, suas tendncias e desafios. Novamente desenhamos por completo a cadeia produtiva e os nmeros de seus agentes. fruto de um trabalho de 12 meses que envolveu, direta ou indiretamente, cerca de dez pesquisadores ligados ao Centro de Pesquisas e Projetos em Marketing e Estratgia (Markestrat), composto por professores, doutores, mestres e graduandos da USP. Foram feitas inmeras visitas a empresas grandes, mdias e pequenas para levantar dados e informaes. Foram tambm inmeros os debates com os executivos das principais empresas do setor e discusses na Citrus-BR. Tambm fizeram parte do estudo duas viagens internacionais, uma a Nice (Frana) visando participao no Congresso Mundial de Sucos; e outra ao Centro Mundial de Pesquisa & Desenvolvimento e Inteligncia de Negcio da TetraPak, em Modena (Itlia), para uma imerso nos dados mundiais de sucos de frutas. Aqui agradecemos especialmente TetraPak, representada por Paulo Nigro, Eduardo Eisler, Alexandre Carvalho, Bettina Scatamachia, Carol Eckel e Heloisa Rios. Vale ressaltar que nossas pesquisas no terminaro neste sumrio executivo. Est sendo elaborado um livro em que toda a informao levantada ficar disponvel. Marcos Fava Neves Professor Titular de Planejamento na FEA/USP, Campus de Ribeiro Preto

plantio e cultivo da laranja, produo do suco de laranja at a distribuio internacional em sistemas integrados a granel com caminhes-tanques, terminais porturios e navios dedicados que levam ao consumidor europeu, norte-americano e asitico produtos citrcolas com dezenas de especificaes e blends para as mais variadas aplicaes com uma excelncia inigualvel. Tudo isso com competncia e know-how nacional. Produzimos a metade do suco de laranja do planeta cujas exportaes trazem de US$ 1,5 bilho a US$ 2,5 bilhes por ano ao pas. Em praticamente 50 anos, a cadeia produtiva trouxe diretamente do consumidor mundial de suco de laranja quase US$ 60 bilhes ao Brasil a preos de hoje. Essa riqueza est distribuda em centenas de empresas diretamente ligadas ao setor, em

milhares de propriedades rurais, gerando mais de 200 mil empregos diretos e indiretos, recolhendo impostos, movimentando estabelecimentos como a Escola Tcnica Edson Galvo, em ItapetiningaSP; Qualiciclo Agrcola, em Limeira-SP; Citrograf Mudas Ctricas, em Ipena-SP; Andr Brinquedos, Morada do Sol e FMC, em Araraquara-SP; Restaurante Pantheon e a Casa da Cultura, em MatoSP; Supermercado Alvorada, em Itpolis-SP; Fido Construes Metlicas, em Olmpia-SP; Guarnieri Veculos, em Colina-SP; Mercado dos Tratores, em So Jos do Rio Preto-SP; Bar Caf da Esquina, em Catanduva; Auto Posto Prato, em Prata-MG; e outras tantas empresas localizadas nos quase 400 municpios paulistas que se dedicam ao cultivo da laranja, de onde saem 80% da produo nacional. Em todo o Brasil so mais de 3.000 municpios onde a cultura est presente. A laranja compete apenas nas nossas escolhas com as outras frutas, sendo que seu consumo interno in natura crescente e garantido pelo preparo de suco nas residncias, em padarias e restaurantes, alm do mercado de suco pausterizado, que produzido em fbricas que atuam regionalmente. Hoje o mercado domstico de laranja in natura se tornou um grande consumidor da produo brasileira. Mais de 100 milhes de caixas de laranja (40,8 kg), equivalente, a aproximadamente 30% da produo nacional, so consumidas pelo povo brasileiro, que tem sua disposio uma fruta nutritiva e saudvel a um preo competitivo, o sonho de milhares de pessoas ao redor do mundo. O maior desafio desta cadeia produtiva est no suco exportado, destino dos outros 70% da safra nacional. O suco de laranja, infelizmente, vem perdendo terreno para outros sucos e bebidas, lanadas cada vez com uma maior frequncia e que vm ganhando espao no mercado, seja por apresentar menor teor calrico ou menor custo ao consumidor, seja por representar uma oportunidade de melhores margens aos envasadores e s redes de atacado e varejo. Nos Estados Unidos, principal consumidor mundial, a demanda per capita decresceu em 23% nos ltimos sete anos, saindo de 23 litros para 17 litros per capita. Nos 14 principais mercados da Europa Ocidental, a retrao foi de 13 para 12 litros per capita. Na Alemanha, o primeiro em consumo na Europa, a diminuio foi de 26%. Resta, ento, pensar nos pases emergentes. Mas a soluo pode ser muito demorada, pois nesses pases, com menor renda per capita, so as categorias de nctar e refresco que tm despontado. A explicao o preo mais acessvel ao consumidor, em funo do baixo teor de suco em sua composio. Junto aos nctares e refrescos, so tambm outros sabores de frutas e outras categoria de bebidas como a de isotnicos, chs, bebidas base de caf, leite flavorizado e frutificado e guas saborizadas que tm experimentado maiores taxas de crescimento de consumo. Alm disso, a consolidao no segmento de varejo aumenta o poder das grandes redes de supermercado para pressionar para baixo os preos. Na Europa Ocidental, 66% do suco de laranja vendido com as marcas do prprio varejo. Na Alemanha, por exemplo, onde os cinco maiores varejistas controlam 80% da venda de bebidas no alcolicas, os preos do suco de laranja ao consumidor vm oscilando entre

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Uintervalo de tempo de subprodutos.

Uma Viso GeralAs principais concluses do estudoDesde 1962, quando comearam as primeiras exportaes, A citricultura gera, entre empregos diretos e indiretos, um contingente de 230 mil posies, e uma massa salarial anual de R$ 676 milhes. Produtores de citros faturaram US$ 2,0 bilhes em 2009. O faturamento total dos elos da cadeia produtiva de citrus foi de US$ 14,6 bilhes em 2009. Concessionrias de rodovias faturam US$ 18,3 milhes com pedgios pagos pela citricultura. S em fretes o setor gasta US$ 300 milhes por ano. Cerca de 1 caminho passa por minuto nos pedgios transportando suco de laranja das fbricas no interior de So Paulo at o porto de Santos Na safra 2009/2010, a produo brasileira foi de 397 milhes de caixas de laranja de 40,8 Kg.

Flrida e So Paulo detm

a citricultura tem contribudo de forma definitiva para com o desenvolvimento do Brasil. No perodo, o setor gerou US$ 60 bilhes em exportaes e somente em 2010 espera-se mais US$ 2 bilhes. Os preos internacionais do suco sofrem incrvel volatilidade, chegando a oscilar entre US$ 700 e US$ 2 mil por tonelada em curto Em 2009, as exportaes do complexo citrus somaram de 2,9 milhes de toneladas, sendo 1,129 milho de toneladas de suco concentrado (FCOJ, sigla em ingls), 939 mil toneladas de NFC,(suco no concentrado, sigla em ingls com dados equivalentes) e 851 mil toneladas

81% da produo mundialde suco. S o Estado de So Paulo possui

53% do total.

Impostos e contribuiesA cadeia arrecada US$ 189 milhes em impostos para o Brasil. A taxa de cmbio grande inimiga do setor. Considerando-se as exportaes de 2006 a 2009, se a taxa fosse de US$ 1 para RS 2,32, o setor teria R$ 760 milhes a mais por ano, o que poderia representar R$ 2,30 a mais por caixa processada no perodo. Pagou-se, em 2009, R$ 518 milhes em tarifas, o que equivale a R$ 1,90/caixa processada.

A citricultura gera, entre empregos diretos e indiretos, um contingente de

230 mil posies,e uma massa salarial anual de

ConsumoDe cada cinco copos de suco de laranja consumidos no mundo, trs

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O Brasil detm

so produzidos nas fbricas brasileiras. O Brasil detm 50% da produo mundial de suco de laranja, e exporta 98% do que produz e consegue incrveis 85% de participao no mercado mundial. O custo do suco concentrado (FCOJ, sigla em ingls) de apenas 28% do preo de gndola do litro de suco no varejo europeu. Trinta e cinco envasadores na Europa compram 80% do suco exportado pelo Brasil. Nos Estados Unidos, os quatro maiores envasadores detm 75% do mercado. O sabor laranja representa apenas 0,91% do mercado mundial de bebidas. O suco de laranja a bebida base de frutas mais tomada no mundo, com 35% de participao entre os sucos. Os sabor laranja tem perdido participao para as outras frutas, com queda de 1,6% ao ano. A demanda mundial do suco de laranja registrou queda de 6% em cinco anos. Por outro lado, nctares, que levam menor quantidade de slidos solveis (acares da fruta), cresceram 4% ao ano. Nos EUA, maior consumidor de suco de laranja do mundo, com 38% do total, a queda de consumo foi de 11,5% em cinco anos. Em dez anos, a queda foi de 24% . Flrida e So Paulo detm 81% da produo mundial de suco. S o Estado de So Paulo possui 53% do total. Nas ltimas 15 safras, a produo mundial de suco caiu 13%.

R$ 676 milhes09Pragas e doenas foram responsveis pela erradicao de

50% da produo mundialde suco de laranja,

exporta 98%do que produz e consegue incrveis

PomaresNo Brasil, em 2010, so quase 165 milhes de rvores produzindo, e na Flrida, 60 milhes. A densidade de rvores por hectare aumentou bastante. Era de 250 rvores/hectare em 1980, 357 rvores em 1990, 476 rvores em 2000 e atualmente existem pomares com quase 850 rvores por hectare. Hoje esto disponveis mudas melhores, vindas de viveiros telados, e praticamente 130 mil hectares j so irrigados. Cerca de 11.000 produtores com menos de 20 mil rvores, (87% do total) detm 21% das rvores existentes no cinturo citrcola. Outras 32% das rvores esto nas mos de 1.500 produtores que tem entre 20 mil a 199 mil plantas. 120 produtores tm mais de 200 mil plantas e j representam 47% das rvores. O custo operacional de produo dos pomares da indstria de R$ 7,26 por caixa. Este custo subiu de R$ 4,25/caixa em 2002/2003 para os atuais R$ 7,26 (70% a mais). Entre os custos que mais aumentaram destacam-se a mo de obra, que foi de R$ 0,86 por caixa para R$ 1,66, e o da colheita, que foi de R$ 0,84/caixa para R$ 2,19/caixa (160% de aumento). Entre 1994 e 2010 o salrio mnimo subiu 628%. Pragas e doenas foram responsveis pela erradicao de 40 milhes de rvores nesta dcada. A mortalidade saltou de 4% para preocupantes 7,5%. Essas doenas foram responsveis por perdas de quase 80 milhes de caixas por ano. Uma das preocupaes mais srias do setor o greening, que avana com extrema rapidez

40 milhesde rvores nesta dcada

85% de participaono mercado mundial

A cadeia arrecada

US$ 189 milhesem impostos para o Estado brasileiro

Na safra 2009/2010, a produo brasileira foi de

397 milhesde caixas de laranja de 40,8 Kg

Impacto no BrasilO PIB do setor citrcola de US$ 6,5 bilhes (2009), sendo US$ 4,39 bilhes no mercado interno e US$ 2,15 bilhes no mercado externo.

MAPEAMENTO DA ECONOMIA CITRCOLA

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1. O setor citrcola no BrasilRegistros apontam que a laranja originria do sul asitico, provavelmente da China, por volta de 4.000 anos atrs. O comrcio entre as naes e as guerras ajudaram a expandir o cultivo dos citros, de modo que, na Idade Mdia, a laranja foi levada pelos rabes para a Europa. Nos anos de 1500, na expedio de Cristvo Colombo, mudas de frutas ctricas foram trazidas para o continente americano. Introduzida no Brasil logo no incio da colonizao, a laranja encontrou no pas melhores condies para vegetar e produzir do que nas prprias regies de origem, expandindo-se por todo o territrio nacional. A citricultura destacou-se em vrios Estados, porm, foi a partir da dcada de 1920 que se criou o primeiro ncleo citrcola nacional nos arredores de Nova Iguau no Estado do Rio de Janeiro. Esse ncleo abastecia as cidades do Rio de Janeiro e de So Paulo, alm de iniciar as exportaes de laranjas para a Argentina, Inglaterra e alguns outros pases europeus. Aps essa fase, a cultura seguiu os caminhos da cafeicultura, que sofria uma significativa retrao da rea plantada em funo da geada em 1918, da crise financeira mundial, da seca na dcada de 1920 e da infestao com nematoides. Diante desses problemas, a laranja foi caminhando para a regio do Vale do Paraba no interior paulista na dcada de 1940, tornando-se uma opo para substituir o caf na regio de Limeira SP, chegando posteriormente a Araraquara em 1950 e

tabela 1: evOluO dO nmerO de mquinas extratOras instaladas nO brasil pOr dCada1970 76 1980 511 1990 815 2000 1.022 2010 1.178

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de dados da CitrusBR e FMC

em Bebedouro ao final da dcada, ganhando cada vez mais espao nas novas fronteiras ao norte e noroeste do Estado de So Paulo. O desenvolvimento de tecnologia pelos rgos governamentais ligados ao setor proporcionou o avano e a consolidao da atividade, permitindo que a citricultura vivesse um perodo de plena expanso e ganhasse importncia econmica. Desde a criao do ncleo citrcola em 1920 at 1940, quando teve incio a Segunda Guerra Mundial, a produo de laranjas no Brasil havia crescido mais de dez vezes. Apesar dos avanos, o setor passou por um momento crtico durante a guerra, quando a demanda pelas exportaes de laranja caiu drasticamente.

de uma severa diminuio de contedo de suco na fruta em razo do congelamento das clulas e polpa da laranja. Houve tambm queda de produo nas safras subsequentes s das geadas em funo da morte de milhares de rvores por causa da queda de temperatura. Com isso, as exportaes de suco brasileiro se firmaram e a indstria nacional entrou numa fase de franca expanso. A unio de uma citricultura extremamente desenvolvida e uma indstria competitiva fez com que o Brasil se tornasse o maior produtor mundial de laranjas na dcada de 1980, superando os Estados Unidos no s em produo como tambm em tecnologia de citros. Nessa fase, com significativa queda da produo da Flrida, os preos do suco e da fruta atingiram valores recordes, fazendo com que a citricultura brasileira ganhasse mais fora a cada safra. Foi um perodo marcado pelo ritmo acelerado de implantao de novos pomares em So Paulo, com taxas de expanso da rea cultivada com citros de 12% a 18% ao ano, e pela entrada de milhares de novos produtores. A disponibilidade maior de laranja possibilitou o aumento das exportaes de suco e uma ampla disponibilidade da fruta para consumo no mercado interno. As frutas ctricas, que em muitos mercados so consideradas artigo de luxo, passaram a ser consumidas por brasileiros de todas as classes sociais. Na dcada de 1990, o parque citrcola da Flrida se recuperou e migrou seu eixo central para aproximadamente 180 quilmetros ao sul e sudoeste do Estado, regies de temperaturas mais elevadas. Esses novos pomares foram formados com tecnologias modernas de irrigao que, alm de suprir o dficit hdrico, tambm ofereciam proteo trmica s laranjeiras em caso de geadas de menor intensidade. A produo do Estado da Flrida, que havia derrocado para 104 milhes de caixas em 1984/85, voltou ao pice em 1997/98, com 244 milhes de caixas de laranja.

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A recuperao das exportaes de laranja ocorreu aos poucos durante o ps-guerra, porm era insuficiente para absorver toda a quantidade disponvel a cada safra. Como o mercado interno era pouco desenvolvido, a ideia de industrializao do excedente ganhou adeptos. Em 1959, instalou-se a primeira fbrica de suco concentrado no Brasil e no demorou para que surgissem outras. Atualmente existem 1.178 mquinas extratoras instaladas no pas, sendo que 1.061 esto localizadas no Estado de So Paulo, 72 esto no sul e 45 no nordeste (Tabela 1). O grande propulsor do crescimento da indstria ctrica brasileira foi a geada que atingiu em 1962 os pomares da Flrida, nos Estados Unidos, at ento os maiores produtores mundiais de laranja e de suco. O Brasil, apostando na atividade, trabalhou para preencher esta lacuna aberta no mercado. Em meados da dcada de 1960, o pas fez as primeiras exportaes experimentais de suco concentrado de laranja. A consolidao da indstria brasileira ocorreu definitivamente aps as geadas que voltaram a Figura 1: Origem e distribuiO da laranja nO mundO castigar a Flrida nos anos de 1977, 1981, 1982, 1983, 1985 e 1989, causando perdas na produo americana de laranja nas respectivas safras na ordem de 23, 30, 38, 52, 16 e 20 milhes de caixas, alm

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China ndia golfo de bengala

A retomada da produo da Flrida e a exploso no crescimento da citricultura paulista, somados s modestas taxas de crescimento do consumo, de 2% a 3% ao ano, resultaram em excedentes de suco de laranja durante as safras de 1992/93 at 2003/04. A elevao dos estoques das indstrias brasileira, floridiana e europeia levou desvalorizao do suco, tanto no mercado futuro quanto no fsico, derrubando o preo da laranja na Flrida, no Brasil e no Mediterrneo. Nesse perodo, o preo mdio do contrato de FCOJ (suco de laranja concentrado e congelado) na Bolsa de Nova York foi de US$ 903 por tonelada, livre do imposto de importao, o que representava o equivalente a US$ 3,61 por caixa de laranja entregue em Nova York, j processada em forma de suco concentrado de laranja. Na dcada anterior de 1982/83 a 1991/92 o preo mdio do FCOJ na bolsa foi de US$ 1.583 por tonelada. Posteriormente, o preo do suco de laranja voltou a subir por causa de trs furaces em

de laranja, alm de facilitar a disperso do cancro ctrico para o corao do cinturo citrcola americano. Essa menor oferta reduziu os elevados nveis de estoques mundiais, provocando uma reao dos preos na Bolsa de Nova York e pressionando para cima os preos no mercado fsico do suco de laranja na Europa e sia, que j configuravam como os maiores compradores da produo nacional, proporcionado citricultura paulista e floridiana um novo ciclo de alta de preos da fruta para processamento industrial. Em 2009/10, aps uma queda significativa no preo do suco de laranja, reflexo da crise mundial de 2008 que alterou o comportamento do consumidor, que passou a preferir produtos mais baratos, observouse uma melhora nos preos em funo da reduo da produo nas duas principais regies citrcolas do mundo. Em 2009/10, a produo brasileira foi de 397 milhes de caixas de laranja, com exportaes em 2009 na ordem de 2,9 milhes de toneladas, sendo 1.129 mil toneladas de FCOJ, 939 mil toneladas de NFC (suco de laranja no concentrado) e 851 mil toneladas de subprodutos derivados da laranja.

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2004 e um em 2005 que assolaram o Estado da Flrida, destruindo em cada uma das safras, respectivamente, 27 milhes e 39 milhes de caixas

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2. PIB brasileiro versus PIB agrcolaO Brasil , notadamente, um pas voltado para o agronegcio. De 1995 a 2008, o setor representou entre 24,5% e 28,5% com o PIB do pas (Grfico 1). A variao na taxa de crescimento do setor est relacionada com a oscilao dos preos das commodities no mercado internacional e da taxa de cmbio. Outro destaque a importncia do setor para a balana comercial. Em 2009, as exportaes agropecurias foram responsveis por 42,5% das exportaes nacionais, aumentando sua participao em 6 pontos percentuais em relao a 2008, apesar dos reflexos da crise financeira e das baixas rentabilidades nas vendas por causa do cmbio valorizado. O valor financeiro exportado pelo agronegcio em 2009 totalizou cerca de US$ 65 bilhes, contra uma importao de aproximadamente US$ 10 bilhes, promovendo um supervit comercial de US$ 55 bilhes, ressaltando a importncia estratgica do setor para a gerao de divisas. Se no fosse o agronegcio, a balana comercial brasileira passaria de um supervit de US$ 24,6 bilhes para um dficit de US$ 30 bilhes, o que comprometeria a estabilidade econmica e o real. nesse sentido que se pode apresentar a citricultura como geradora de um dlar limpo. Ou seja, para exportar suco de laranja, commodity cujo maior fornecedor mundial o Brasil, frutas ctricas in natura e outros subprodutos, preciso importar poucos insumos, o que no ocorre em outros setores, a exemplo das exportaes de aeronaves. No perodo de 1962 a 2009 a citricultura exportou, em valores de 2009, quase US$ 60 bilhes, ou R$ 111 bilhes, trazendo, em mdia, US$ 1,3 bilho por ano em divisas ao pas.

grFiCO 1: variaO anual dO pib dO agrOnegCiO versus pib brasileirOVariao do PIB do Agronegcio Variao do PIB Brasileiro Participao do PIB do Agronegcio no PIB brasileiro30,0 27,54% 25,44% 25,0

Figura 2: partiCipaO dO suCO de laranja prOduzidO nO brasil em relaO aO suCO COnsumidO nO mundO trs em cada cinco copos de suco de laranja consumidos no mundo

10,0 27,97% 8,0 25,83% 25,97% 25,32% 6,04,42% 4,31% 8,81%

28,39% 26,38% 25,43%

26,94%

26,95%6,53% 5,71%

25,01% 25,45% 24,59%7,89% 6,09%

6,95%

5,14%

Variao anual PIB (%)

20,03,96% 2,55% 2,66% 3,16%

4,02,92% 2,15%

3,38%

2,00,58% 0,04%

1,84%

1,75% 1,31% 1,15% 0,45%

15,0

% PIB Agronegcio no PIB Brasil

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR.

0,0-0,88%

0,25% 0,10%

10,0 -2,0-1,62%

4. Exportaes citrcolasEm 2009, as exportaes do complexo citrcola totalizaram 2,15 milhes de toneladas de produtos e US$ 1,84 bilho em receita, representando cerca de 62%, sendo que a participao do FCOJ reduziu de 91% para 71%, em funo do aumento das exportaes dos demais produtos do complexo e do incio da exportao do NFC em 2002, um exemplo da resposta da indstria citrcola s mudanas de

5,0 -4,0

16-6,0

-4,66%

17

0,0

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

3% das exportaes do agronegcio (Grfico 2). De 2000 a 2009, a receita obtida aumentou em

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de dados do CEPEA

3. Liderana brasileiraA profecia iniciada com a descoberta do Brasil em se plantando, tudo d, parece mais verdadeira a cada dia. O pas o maior produtor mundial de suco de laranja, caf e cana-de-acar, segundo na produo de soja e carne bovina, terceiro em carne de frango e milho e quarto na produo de carne suna. Na mesma linha da profecia, recentemente outra promessa surgiu no pas, a de que o Brasil seria um grande fornecedor de alimentos para o mundo, o que tambm j uma realidade. A importncia da produo brasileira extrapola as fronteiras territoriais e ganha destaque no comrcio internacional, sendo o Brasil responsvel por 45% do mercado mundial de acar e 32% do de caf (Tabela 2). Entretanto, no suco de laranja que o pas mostra sua liderana. De cada cinco copos de suco de laranja consumidos no mundo, trs so produzidos no Brasil (Figura 2). Em nenhuma outra commodity, o pas tem expressividade semelhante. A fora da indstria brasileira de suco de laranja no est s nas exportaes. O seu carter empreendedor impulsionou, na dcada de 1990, o surgimento das primeiras agroindstrias brasileiras a atuarem em solos estrangeiros, o que fortaleceu ainda mais a sua posio competitiva frente ao cenrio internacional. Os nmeros da citricultura brasileira impressionam. O pas detm atualmente mais da metade da produo mundial de suco de laranja e exporta 98% da sua produo. A fora do suco de laranja brasileiro no comrcio internacional motivo de orgulho e tem sabor e respeito nico para o Brasil no mundo.

tabela 2: pOsiO e partiCipaO dO brasil na prOduO e expOrtaO mundial de prOdutOs agrCOlas em 2009produto posio Suco de laranja Caf Carne bovina Carne de frango Acar Etanol Soja (gro) Soja (farelo) Soja (leo) Milho Carne suna Algodo Leite 1 1 2 3 1 2 2 4 4 3 4 5 6 produo participao % 56 40 16 15 22 35 27 16 17 6 3 5 6 posio 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 4 4 7 exportao participao % 85 32 22 38 45 96 39 25 21 9 12 9 1

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de GV Agro e USDA ( jan/2010)

hbito do consumidor que agora d preferncia para produtos menos processados e com uma imagem mais natural. Nesse perodo houve reduo de 12% no volume exportado de FCOJ, apesar do aumento no valor financeiro de 26%, que ocorreu por causa da elevao dos preos do suco aps os furaces que atingiram a Flrida em 2004 e 2005 e posterior diminuio da produo americana de suco de laranja (Grfico 3). Em 2000, foram exportados US$ 85 milhes (7,5% da receita total) em leos essenciais, dlimoneno, terpenos e farelo de polpa ctrica, sendo eles os subprodutos provenientes da laranja,

lima, limo, tangerina e grapefruit. Em 2009, o volume financeiro elevou-se para US$ 241 milhes e a participao na receita para 11,3% (Tabela 4). Enquanto o preo mdio de exportao do NFC e do FCOJ foi de, respectivamente, US$ 337/t e US$ 1.153/t, o do leo essencial de laranja atingiu U$ 1.966/t, o dlimoneno/terpeno U$ 1.336/t e o farelo de polpa ctrica U$ 120/t. O consumo nacional de frutas ctricas in natura absorve parte significativa da produo brasileira, embora o mesmo no ocorra em relao ao mercado internacional, em que os consumidores tm preferncia pelas variedades de laranja de

mesa produzidas nas regies do Mediterrneo e da Califrnia, seus principais polos exportadores. Esse, porm, no o nico fator. As barreiras fitossanitrias impostas laranja brasileira tambm dificultam as exportaes nacionais. Alm disso, preciso considerar o aumento de produo de laranja na Espanha e nos pases do continente africano. Isso resulta em uma reduo das exportaes nacionais de fruta in natura. Enquanto em 2001 as exportaes de laranja in natura somaram 3,4 milhes de caixas, o equivalente a US$ 27,5 milhes, em 2009 foram exportadas apenas 641 mil caixas, ou US$ 11,3 milhes (Tabela 3). Essa queda expressiva, alm de

todas as limitaes citadas, se d tambm em razo da forte expanso das exportaes do NFC. Apesar da queda acentuada nos ltimos anos e dos poucos comentrios a respeito do fato, o valor financeiro das exportaes de citros in natura, (laranja, limo/lima, tangerina e pomelo) equivale a cerca de 60% das exportaes de manga ou 45% das de uva. O preo mdio das frutas exportadas aumentou da safra 2000/01 para a safra 2009/10. A caixa de laranja in natura de 40,8 kg saiu de US$ 8,00 para US$ 18,00 neste perodo. A lima cida tahiti saiu de US$ 11,00/caixa de 27 kg para US$ 21,00/caixa, respectivamente.

grFiCO 2: quantidade e valOr FinanCeirO das expOrtaes tOtais dO setOr CitrCOlaDemais produtos Quantidade em mil toneladas3.000 2.500 2.000 1.500

tabela 3: expOrtaes dO setOr CitrCOlaanO valOr FOb exportaes totais do setor citrcola FCOj + nFC conv. 66 brix tons. 1.276.820 1.348.196 1.214.833 1.362.331 1.314.301 1.403.468 1.310.309 1.415.523 1.291.299 1.300.554 vOlume produtos processados demais produtos e derivados tons. 719.537 1.260.641 975.382 1.014.696 1.079.043 929.029 961.471 961.577 665.213 851.411 laranja fresca in natura volume exportado Caixas 40,8 kg 1.846.685 3.421.150 989.565 1.667.050 2.210.043 751.326 1.228.934 1.219.331 937.678 641.795

FCOJ + NFC equivalente 66 Brix

Valor exportado (US$ milhes)3.000

1.261 720 1.137 986 1.348 975 1.172 1.015 1.375

2.255 1.079 929 961 1.676 1.273 1.215 1.362 1.314 1.403 1.310 1.416 1.291 1.301 962 665 1.229 851 1.839

2.500 2.000 1.500 1.000 500 0

Valor exportado em US$ milhes

2.507

us$ total 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 US$ 1.136.536.939 US$ 985.955.684 US$ 1.171.943.582 US$ 1.374.742.812 US$ 1.229.337.711 US$ 1.272.929.023 US$ 1.676.319.828 US$ 2.506.795.880 US$ 2.255.379.787 US$ 1.838.972.527

18

19

1.000 500 0

1.277

2005

2006

2008

2002

2003

2004

2007

2001

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil e SECEX/MIDC

2000

2009

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil, Siscomex e SECEX/MIDC

grFiCO 3: evOluO da quantidade e dO valOr FinanCeirO das expOrtaes de suCO de laranjaFCOJ2.500

tabela 4: expOrtaes dOs subprOdutOs CtriCOsexportaes de leo essencial de laranja ano volume exportado tons. 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 17.564 26.550 20.342 22.852 27.153 31.690 27.845 31.647 30.078 28.408 valor FOb us$ total US$ 17.177.408 US$ 23.325.167 US$ 38.911.517 US$ 63.951.368 US$ 52.375.678 US$ 57.521.777 US$ 61.004.192 US$ 70.585.903 US$ 70.892.995 US$ 55.841.684 preo FOb mdio us$/ton. US$ 978 US$ 879 US$ 1.913 US$ 2.799 US$ 1.929 US$ 1.815 US$ 2.191 US$ 2.230 US$ 2.357 US$ 1.966 exportaes de dlimoneno e terpenos ctricos (elaborados a partir de laranja, lima, limo, grapefruit e tangerina) volume exportado tons. 38.728 41.360 37.927 36.010 39.389 35.379 41.670 35.316 36.337 35.926 valor FOb us$ total US$ 19.258.197 US$ 21.174.548 US$ 26.199.384 US$ 33.883.928 US$ 29.293.960 US$ 29.250.376 US$ 45.673.217 US$ 49.731.956 US$ 54.344.949 US$ 48.009.626 preo FOb mdio us$/ton. US$ 497 US$ 512 US$ 691 US$ 941 US$ 744 US$ 827 US$ 1.096 US$ 1.408 US$ 1.496 US$ 1.336 exportaes de Citrus pulp pellets (Cpp) Farelo de polpa Ctrica volume exportado tons. 557.703 1.020.378 852.682 858.721 889.375 792.959 801.732 799.712 515.021 721.781 valor FOb us$ total US$ 38.307.811 US$ 61.925.217 US$ 54.155.697 US$ 64.974.786 US$ 64.308.215 US$ 59.805.413 US$ 72.629.076 US$ 100.033.511 US$ 90.264.450 US$ 86.676.237 preo FOb mdio us$/ton. US$ 69 US$ 61 US$ 64 US$ 76 US$ 72 US$ 75 US$ 91 US$ 125 US$ 175 US$ 120

NFC equivalente a 66Brix

Valor Exportado (US$ milhes) 2.252 1.997 1.619 145 169 1712.500 2.000 1.500 1.000 500

Quantidade em mil toneladas

2.000 1.500 1.000 500

25 1.034 845 1.277 1.348 2001 1.189 2002 1.041

51 1.193

60 1.058

83

1.469 103

1.111

1.312 2003

1.254 2004

1.320 2005

1.208 2006

1.271 2007

1.122 2008

1.1300

0

2000

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil, Siscomex e SECEX/MIDC

2009

Valor exportado em US$ milhes

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil, Siscomex e SECEX/MIDC

5. Destinos das exportaesA Europa se destaca como principal destino das exportaes do suco de laranja brasileiro (Grfico 4). Na safra 2009/10, 71% da quantidade exportada teve como porta de entrada os Pases Baixos e Blgica, re-exportadores para os demais pases europeus. Adicionando as exportaes realizadas para os Estados Unidos, esses dois destinos absorvem mais de 90% do suco de laranja brasileiro exportado. Entretanto, na ltima dcada, o Brasil tem conseguido diversificar os mercados em que atua. Na safra 2009/10, o Brasil exportou o suco para 70 pases diferentes, dos quais 12 receberam NFC (Tabela 5 e Grfico 5). Isso demonstrou a capacidade de inovao da indstria ao reorientar as exportaes para mercados no saturados, encontrando novos canais para o escoamento da produo nacional. Vale ressaltar que os Estados Unidos tm baixa expressividade na importao de frutas grFiCO 5: destinO dO nFC brasileirO na dCada de 2000

26%amrica do norte

74%europa

20

ctricas in natura do Brasil. Cerca de 80% do volume negociado de frutas ctricas no mercado

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil, Siscomex e SECEX/MIDC

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grFiCO 4: destinO dO FCOj brasileirO pOr dCada e em 2009Amrica do Norte Europa sia Outros continentes

100% 90% 80% 70%

3%

2% 2%

2% 9%

3% 11%

4% 13%

43% 64%

60% 50% 40% 30% 20%

63% 70% 71%

53% 33% 26% 16% Dcada 1970 Dcada 1980 Dcada 1990 Dcada 2000 Em 2009 13%

10% 0%

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil, Siscomex e SECEX/MIDC

tabela 5: partiCipaO pOr merCadO COmpradOr nO destinO das expOrtaes brasileiras de suCO de laranjaexpOrtaO de FCOj suCO de laranja COnCentradO COngeladOanO amriCa dO nOrte toneladas brix Original 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 261.356 190.008 194.872 228.953 147.143 204.360 183.541 252.434 159.254 141.505 participao 20% 14% 16% 17% 12% 15% 15% 20% 14% 13% eurOpa toneladas brix Original 848.589 973.673 847.686 913.515 928.820 895.715 831.750 844.820 807.757 797.819 participao 66% 72% 71% 70% 74% 68% 69% 66% 72% 71% sia toneladas brix Original 122.715 137.613 119.843 141.238 142.948 185.778 153.827 142.085 114.430 150.213 participao 10% 10% 10% 11% 11% 14% 13% 11% 10% 13% OutrOs COntinentes toneladas brix Original 44.159 46.901 27.061 27.975 35.445 34.474 38.584 31.588 40.387 40.210 participao 3% 3% 2% 2% 3% 3% 3% 2% 4% 4% tOtal toneladas brix Original 66 brix 1.276.820 1.348.196 1.189.463 1.311.682 1.254.355 1.320.328 1.207.701 1.270.927 1.121.829 1.129.747

internacional tem como destino a Europa. Entretanto, Arbia Saudita e Emirados rabes, comeam a ganhar importncia como mercados destinatrios. Juntos compraram 8% do volume exportado pelo Brasil na safra 2009/10. Se o velho continente tido como um tradicional cliente brasileiro, pases do Oriente Mdio, em funo

do poder aquisitivo e do hbito da populao de no consumir bebidas alcolicas; e da sia, pela elevada populao, representam potenciais mercados para o crescimento do consumo de produtos citrcolas. Embora a maior parte dos pases dessas regies consuma atualmente suco bastante diludo, na forma de refresco.

6. Barreiras tarifriasO suco de laranja brasileiro depara-se com barreiras tarifrias que diminuem a sua competitividade no mercado internacional. Para entrar na Europa, o suco brasileiro tarifado em 12,2% (Tabela 7). Em contrapartida, so isentos de tarifa sucos provenientes do Caribe, norte da frica e Mxico1. Nos Estados Unidos, a tarifa paga pelo FCOJ de US$ 415/ton (Tabela 7), o que implica em custos adicionais para os consumidores americanos. J o NFC tarifado em US$ 42/ton. So isentas de tarifas as importaes provenientes da Amrica Central, Mxico e Caribe. Outros pases que tambm impem tarifas ao suco de laranja brasileiro so: Japo, Coria do Sul, China e Austrlia. Com exceo dos Estados Unidos, cujo tributo um valor fixo sobre o volume, os demais pases consideram o valor financeiro de venda. Assim, quanto maior o preo do suco de laranja, maior ser a tarifa alfandegria paga pelo Brasil. Essa dinmica potencializa o efeito de subida de preo do produto na gndola do supermercado, diminuindo a competitividade do sabor laranja em relao aos sucos de outras frutas, como a ma, pera, framboesa e morango, que em grande parte so produzidas nas prprias regies onde so consumidas, sendo, portanto, isentas de barreiras tarifrias em seus mercados. Em 2009, as exportaes brasileiras de suco de laranja foram tarifadas em cerca de US$ 260,4

expOrtaO de nFC suCO de laranja nO COnCentradOanO amriCa dO nOrte toneladas brix Original 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 29.644 73.564 78.630 83.033 134.478 256.590 206.670 280.112 participao 21% 26% 24% 18% 24% 32% 22% 30% eurOpa toneladas brix Original 109.437 204.610 245.630 371.000 428.134 536.831 722.581 658.062 participao 78% 73% 75% 81% 76% 68% 78% 70% sia toneladas brix Original 1 1 214 156 767 1.292 2.156 666 participao 0,0% 0,0% 0,1% 0,0% 0,1% 0,2% 0,2% 0,1% OutrOs COntinentes toneladas brix Original 450 397 5.229 3.083 962 565 679 601 participao 0,3% 0,1% 1,6% 0,7% 0,2% 0,1% 0,1% 0,1% tOtal toneladas brix Original 139.532 278.572 329.703 457.272 564.341 795.278 932.086 939.442

22

23

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil, Siscomex e SECEX/MIDC

tabela 7: valOr dOs impOstOs de impOrtaO para O suCO de laranja brasileirO e estimativa dO valOr pagO em 2009 pelO setOr CitrCOlapas/regio alquota de imposto de importao volume exportado em 2009 (t) estimativa do imposto de importao pago em 2009* (em milhes de us$) US$ 166,7 US$ 55,0 US$ 23,7 US$ 8,6 % do valor financeiro de tarifas pagas pelo brasil em 2009 ao pas importador % 64% 21% 9% 3%

tabela 6: partiCipaO dO FCOj e nFC nas expOrtaes brasileiras de suCO de laranjaanO tons 66brix 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 1.276.820 1.348.196 1.189.463 1.311.682 1.254.355 1.320.328 1.207.701 1.270.927 1.121.829 1.129.747 FCOj participao 100% 100% 98% 96% 95% 94% 92% 90% 87% 87% nFC equivalente a 66brix tons 66brix 25.369 50.650 59.946 83.140 102.607 144.596 169.470 170.808 participao 0% 0% 2% 4% 5% 6% 8% 10% 13% 13% tons 66brix 1.276.820 1.348.196 1.214.833 1.362.331 1.314.301 1.403.468 1.310.309 1.415.523 1.291.299 1.300.554 tOtal participao 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100% Austrlia Outros destinos Total Europa Estados Unidos Japo Coreia do Sul China

FCOj 12,20% FCOJ: US$ 415/ton NFC: US$ 42/ton 25,50% 54% 7,5% para o suco abaixo de -18C e 30% para sucos na temperatura acima de -18C 5% Isentos 797.819 106.505 71.351 12.241

nFC 658.062 258.112 -

48.900 26.220 66.712 1.129.748

22.000 938.174

US$ 4,8 US$ 1,7 Isentos US$260,4

2% 1% 100%

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil, Siscomex e SECEX/MIDC

Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de dados do SECEX O Mxico tem iseno at alcanar o volume de 30 mil toneladas por ano. No entanto, as exportaes mexicanas atuais para a Europa no atingem essa quantidade ficando, portanto, isentas de tributao. * Preo mdio de venda considerado para o clculo de FCOJ: US$ 1.300,00 e NFC: US$ 500,00

milhes, equivalente a R$ 518,3 milhes (Tabela 7). Comparativamente, o valor pago de quase R$ 1,90 por caixa processada no cinturo citrcola ou R$ 3.219,00 por trabalhador envolvido no cultivo e processamento de laranja, considerando os trabalhadores fixos e temporrios na safra 2009/10. A

eliminao dessas elevadas tarifas poderia trazer uma melhor remunerao para toda a cadeia produtiva, em funo dos recursos externos que entrariam a mais no pas ou pela possibilidade de aumento da demanda no mercado internacional com a diminuio do custo final do produto para o consumidor.

7. Barreiras fitossanitrias e exigncias tcnicasOs principais mercados de destino dos produtos citrcolas, Europa e Estados Unidos, so pases com legislao de mercado diferenciada. Os exportadores brasileiros precisam atender a uma srie de exigncias que envolvem questes fitossanitrias, de embalagem, consistncia na qualidade do produto e regularidade na entrega. A Unio Europeia exige o respeito legislao transportado em tambores. Tambm na China, os nveis mximos de contaminao microbiolgica so 25 vezes mais rigorosos que os da Europa e at 50 vezes acima dos nveis aceitveis no mercado norte-americano. Entretanto, apesar da reconhecida competitividade da cadeia citrcola nacional, essas exigncias e seus diferentes graus de tolerncia, que variam conforme as perspectivas de oferta e demanda, acabam por restringir as exportaes. Na citricultura, algumas das barreiras no tarifrias que dificultam a entrada de frutas in natura na Unio Europeia so: aplicao de restries fitossanitrias para a pinta preta e cancro ctrico e a imposio de limites mximos para resduos de pesticidas. Os Estados Unidos probem as importaes das frutas ctricas produzidas em qualquer parte do Brasil em funo da mosca do mediterrneo. Os exportadores brasileiros esto permanentemente atentos s preferncias de seus mercados importadores. No caso da Europa, principal mercado do suco brasileiro, as principais exigncias dos importadores europeus so em relao a segurana (sade do consumidor, nveis de contaminantes, resduos de pesticidas), qualidade (apelo sensorial e compliance com especificaes tcnicas), autenticidade (adulterao, compliance com legislao), rastreabilidade (identidade do produto na cadeia de sucos de frutas, facilidade para encontrar origem de possveis problemas), e a percepo dos consumidores (imagem do produto, origem). Quanto aos requerimentos legais, deve-se observar a legislao local, o Codex alimentarius, a

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local e a conformidade com o Codex Alimentarius, uma coletnea de normas aceitas mundialmente acerca da produo de alimentos e segurana alimentar. Deve ser respeitada tambm a legislao do mercado exportador, abordando as leis gerais de exportao de alimentos, as especficas para suco de frutas, presena de contaminantes, pesticidas, e exigncias quanto s certificaes, principalmente dos orgnicos. Alm das barreiras tarifrias, o setor enfrenta exigncias tcnicas dos pases importadores que encarecem o fornecimento de suco de laranja e so verdadeiras barreiras no tarifrias. Na Unio Europeia, por exemplo, a lista de defensivos aceitos difere em relao em relao do Brasil em vrios produtos cruciais para a produo citrcola. Na China, ocorre diferenciao das tarifas de importao de acordo com a temperatura do suco: 7,5% para o suco abaixo de -18C e 30% para sucos acima desta temperatura. Esta uma barreira tarifria que encarece o valor final do suco de laranja para o consumidor chins, uma vez que desestimula a adoo de sistema a granel (transportado a temperaturas entre -8 C e -10 C) cujo custo logstico muito mais competitivo do que do suco

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legislao do mercado exportador (legislao sobre alimentos, sucos, contaminantes, aditivos, pesticidas, alergnicos, orgnicos). O suco de laranja encontrado pelos consumidores nas gndolas dos supermercados difere bastante para atender aos hbitos de consumo de cada mercado (preferncia por suco mais diludo, mais amargo, etc.) e dos consumidores individuais

(suco com polpa, sem polpa, com acar adicionado, etc.). Entretanto, a indstria brasileira deve entregar aos seus clientes europeus um produto homogneo e estritamente de acordo com as especificaes tcnicas, para que sejam produzidos os blendings e adaptaes nos mercados consumidores,Cotao dlar - R$ em bilhes6,0

grFiCO 7: estimativa de reCeita de expOrtaO dO setOr CitrCOla: CmbiO nOminal e CmbiO realReceita R$ cmbio nominal Receita adicional R$ cmbio real

R$ 0,8 R$ 1,1

representando um grande custo para a indstria e, consequentemente para a cadeia produtiva no Brasil.

5,0

R$ 0,8 R$ 0,1

4,0

8. Taxa de cmbioA taxa de cmbio real, ajustada pela inflao1 do Brasil e dos Estados Unidos, procura refletir o poder de compra da moeda nacional diante do dlar, bem como a competitividade do pas no mercado internacional. Uma taxa de cmbio nominal desvalorizada em relao ao cmbio real, a exemplo do que ocorreu do final de 1998 ao incio de 2005, estimula as exportaes (Grfico 6). (Grfico 6). Nesse perodo, a receita obtida foi de, aproximadamente, US$ 8,3 bilhes, o equivalente a R$ 16,3 bilhes, considerando o cmbio nominal (R$ 1,99/US$). Caso fosse utilizado o cmbio real (R$ 2,32/US$), o valor seria de R$ 19,1 bilhes, uma diferena de R$ 2,8 bilhes a mais de receita no perodo de 2006 a 2009, aproximadamente R$ 706 milhes ao ano, ou R$ 2,30 por caixa de laranja processada pela indstria (Grfico 7). Se por um lado a desvalorizao do dlar tem prejudicado a receita em reais do exportador brasileiro de suco de laranja, por outro lado,

3,0

R$ 4,92,0

R$ 3,6

R$ 4,1

R$ 3,7

1,0

0,0

2006

2007

2008

2009

Fontes: Elaborado por Markestrat, a partir de dados do BACEN.

ela tem beneficiado o importador europeu. A valorizao do euro em relao ao dlar aumenta o seu poder de compra, de forma que a commodity fique relativamente mais barata. Isso aliado estabilidade do preo do suco de laranja nas gndolas dos supermercados permitiu uma transferncia de renda dos primeiros elos da cadeia

o setor citrcola manteve-se firme nas exportaes do seu complexo de produtos em funo da importncia do Brasil como fornecedor mundial, principalmente do suco de laranja. Muitos outros setores da indstria brasileira, como o caladista, tiveram maiores dificuldades em resistir presso da valorizao do real. Enfim, a taxa de cmbio hoje um dos principais penalizadores e extratores de valor da cadeia produtiva.

26

Em contrapartida, uma taxa de cmbio nominal valorizada gera menos receita em reais ao pas, como possvel observar nas exportaes brasileiras de suco de laranja de 2006 a 2009

27

grFiCO 6: CmbiO nOminal versus CmbiO realCmbio NominalR$ 4,0 R$ 3,5 R$ 3,0 R$ 2,5 R$ 2,0 R$ 1,0 R$ 1,0 R$ 0,5 0

produtiva, localizados no Brasil, para os elos finais localizados na Europa. Apesar do cmbio desfavorvel ao exportador,

Cmbio Real

Cotao dlar - em R$

Mar/09

Nov/99

Nov/09

Mar/95

Nov/95

Mar/97

Nov/97

Mar/99

Jul/00

Mar/01

Nov/01

Jul/02

Mar/03

Nov/03

Jul/04

Mar/05

Nov/05

Jul/06

Mar/07

Nov/07

Jul/08

Jul/94

Jul/96

Fontes: Elaborado por Markestrat, a partir de BACEN. 1 ndices utilizados pelo BACEN: INPC para o Brasil e IPC externos para os Estados Unidos

Jul/98

Jul/10

MapeaMento da produo CtriCola

28

29

9. Evoluo da produo mundial de laranjaNos ltimos seis anos, o crescimento da rea plantada de citros no mundo foi de aproximadamente 17%, chegando a cerca de 7,63 milhes de hectares em todo o mundo (Grfico 8). A rea de citros a segunda maior em relao s outras frutas, perdendo apenas para a produo de banana (10,2 milhes de ha). Entre os produtos ctricos, a rea de laranja representa cerca de 55%, o que consolida essa cultura como a principal na citricultura (Tabela 8). Entretanto, esse percentual j foi maior, em 1979 era de 65%. Nos polos citrcolas da Califrnia, do Mediterrneo e da sia, ano aps ano, a laranja vem perdendo espao em relao aos outros ctricos, principalmente para as tangerinas e mandarinas que, em funo da facilidade de serem descascadas e consumidas, tornaram-se mais valorizadas pelos consumidores de fruta in natura. No mundo, dados dos ltimos dez anos mostram que o crescimento da rea de laranja foi de 13%, enquanto a de tangerina aumentou em 30%. A liderana brasileira na produo de laranja iniciou-se na safra 1981/82, quando a produo nacional superou a americana, aps uma sequncia de geadas que atingiu a Flrida, principal regio produtora de laranja nos Estados Unidos. Desde ento, a produo brasileira praticamente dobrou e os Estados Unidos se mantiveram como o segundo maior produtor de laranja, mas a cada ano perdem produo e, atualmente, tm menos da metade da produo brasileira. Na sequncia, vm China, ndia, Mxico, Egito, Espanha, Indonsia, Ir e Paquisto que juntos produzem praticamente o mesmo volume da produo brasileira e americana somadas. Em seguida, vm outros 111 pases produzindo em conjunto praticamente o mesmo que o Brasil produz sozinho (Grfico 9).

grfiCo 8: EVoLUo DA rEA CULTiVADA CoM CiTroS No MUNDo (EM MiLhES DE hECTArES)Crescimento no perodo de 1978/79 e 2008/092008/09

grapefruit

93%

0,27 0,25

1999/2000

1988/89

197%Limo

1,01

0,73

0,21 0,551978/79

0,14 0,34 0,55

1,97

2,96

3,72

4,19

112%

Laranja

1,22 1,66

291%Tangerina

2,15

30TAbELA 8: CoMpArATiVo ENTrE o brASiL E o MUNDo EMTAMANhoArEA pLANTADA (mil hectares) CULTUrA MUNDo 1998/99 1 Cana-de-acar 2 Milho 3 Trigo 4 Arroz 5 Frutas 5.1 Banana 5.2 Citros - Laranja - Tangerina - Limo/Lima - Grapefruit 5.3 Uva 5.4 Ma 5.5 Melancia 5.6 Outras frutas 6 Soja 7 Caf verde 8 Outros ToTAL 19.318 139.854 222.846 151.696 49.984 8.994 6.352 3.720 1.655 730 248 7.215 5.783 2.790 18.851 70.982 10.060 479.877 1.144.617 2008/09 24.375 162.059 226.024 158.955 56.214 10.208 7.622 4.189 2.154 1.013 265 7.408 4.848 3.753 22.375 96.870 9.722 515.494 1.249.714 brASiL 1998/99 4.986 10.585 1.409 3.062 2.319 518 1.123 1.019 57 46 2 61 26 77 513 13.304 2.082 10.172 47.919 2008/09 8.140 14.445 2.364 2.851 2.256 513 936 837 54 44 2 80 38 88 601 21.057 2.170 14.377 67.660 participao do brasil em relao ao mundo 1998/99 26% 8% 1% 2% 5% 6% 18% 27% 3% 6% 1% 1% 0,1% 3% 3% 19% 21% 2% 4% 2008/09 33% 9% 1% 2% 4% 5% 12% 20% 3% 4% 1% 1% 1% 2% 3% 22% 22% 3% 5% MUNDo 1998/99 1.275.520 624.413 596.633 579.187 475.403 92.158 87.482 56.465 15.713 10.746 4.557 57.033 56.654 60.588 121.489 160.135 6.647 1.993.873 5.711.811 2008/09 1.743.093 831.895 691.863 685.013 646.450 125.049 112.819 69.021 25.442 13.439 4.917 67.709 69.604 99.194 172.075 230.953 8.235 2.432.346 7.269.847

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de dados da FAO, USDA e CitrusBR.

31

DE rEA, proDUo E proDUTiViDADE DE CULTUrAS SELECioNADASproDUo (mil toneladas) brASiL 1998/99 345.255 29.602 2.270 7.716 37.998 7.119 19.463 18.360 625 428 50 772 791 1.796 8.057 31.307 2.164 8.883 465.196 2008/09 645.300 58.933 6.027 12.061 40.192 6.998 19.807 17.422 1.273 1.040 72 1.421 1.124 1.995 8.846 59.242 2.760 16.926 841.442 participao do brasil em relao ao mundo 1998/99 27% 5% 0% 1% 8% 8% 22% 33% 4% 4% 1% 1% 1% 3% 7% 20% 33% 0,1% 8% 2008/09 37% 7% 1% 2% 6% 6% 18% 25% 5% 8% 1% 2% 2% 2% 5% 26% 34% 1% 12% 66.028 4.465 2.677 3.818 9.511 10.247 13.773 15.180 9.496 14.729 18.405 7.905 9.797 21.714 6.445 2.256 661 4.155 4.990 MUNDo 1998/99 2008/09 71.510 5.133 3.061 4.309 11.500 12.250 14.802 16.477 11.810 13.262 18.523 9.140 14.358 26.434 7.690 2.384 847 4.718 5.817 proDUTiViDADE (Quilogramas/hectare) brASiL 1998/99 69.247 2.796 1.611 2.520 16.389 13.732 17.333 18.025 11.063 9.338 25.000 12.709 30.072 23.315 15.701 2.353 1.040 873 9.708 2008/09 79.274 4.080 2.550 4.231 17.813 13.639 21.152 20.825 23.621 23.678 36.000 17.780 29.527 22.624 14.728 2.813 1.272 1.177 12.436 Comparao do brasil em relao ao mundo 1998/99 5% -37% -40% -34% 72% 34% 26% 19% 17% -37% 36% 61% 207% 7% 144% 4% 57% -79% 95% 2008/09 11% -21% -17% -2% 55% 11% 43% 26% 100% 79% 94% 95% 106% -14% 92% 18% 50% -75% 114%

Fontes: USDA, FAO, IBGE, CONAB, CitrusBR

grfiCo 9: EVoLUo DA proDUo MUNDiAL DE LArANjA1.800.000Iugoslavia SFR URSS Srvia e Montenegro Djibouti Montserrat Kuwait Seychelles Guam Ilhas Cook Bsnia-Herzegvina Federao Russa Brunei Darussalam Burkina Faso Crocia Santa Lcia Timor-Leste Polinsia Francesa Guiana Francesa Frana Botsuana Fiji Ilha da Reunio Martinica Repblica Unida da Tanznia Granada Tonga Tajiquisto Malta So Vicente e Granadinas Guadalupe Congo Zmbia Filipinas Albnia Montenegro Trinidad e Tobago Sri Lanka Guiana Guin-Bissau Libria Dominica Somlia Nova Zelndia Afeganisto Malsia Benin Azerbaijo Suriname Togo Moambique Bangladesh Mali Sudo Porto Rico Repblica Central Africana Repblica Democrtica Popular do Laos Qunia Territrios Ocupados da Palestina Cte dIvoire Suazilndia Jordania Buto Nepal Haiti Senegal Etipia Chipre Jamahiriya rabe Lbia Panam Equador Gergia Camboja Japo Iraque El Salvador Nicargua Madagascar Repblica Dominicana Bolvia Zimbbue Uruguai Imen Guatemala Tunsia Jamaica Israel Chile Portugal Repblica Democrtica do Congo Paraguai Cuba Lbano Belize Costa Rica Honduras Peru Tailndia Colmbia Venezuela Austrlia Gana Arglia Vietn Repblica rabe da Sria Argentina Marrocos Grcia frica do Sul Turqua Itlia Paquisto Ir Indonsia Espanha Egito Mxico ndia China Estados Unidos Brasil

1.600.000

1.400.000

1.200.000

32

1.000.000

33

800.000

600.000

400.000

200.000

0

1970/71 1971/72 1972/73 1973/74 1974/75 1975/76 1976/77 1977/78 1978/79 1979/80 1980/81 1981/82 1982/83 1983/84 1984/85 1985/86 1986/87 1987/88 1988/89 1989/90 1990/91

1991/92 1992/93 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de USDA, FAO, IBGE, CONAB e CitrusBR

10. Evoluo da produo brasileira de laranjaO cultivo de laranja est presente em todos os Estados brasileiros. Com mais de 800 mil ha, a laranja a fruta mais plantada no pas. Comparativamente, os pomares de laranja ocupam uma rea 20 vezes maior do que os pomares de ma, 10 vezes superior aos de manga e s plantaes de uva e quase o dobro das terras destinadas ao cultivo de banana. Os pomares de laranja esto aumentando fora de So Paulo, Estado que detm 70% da rea plantada. A rea da citricultura da Bahia e de Sergipe quase dobrou de tamanho desde o incio da dcada de 1990, quando tinha 7% da rea de laranja no Brasil e hoje, com este aumento, j possui 13% da rea nacional. Nesse mesmo perodo, a rea do Paran quadruplicou, Alagoas cresceu sete vezes e outros Estados como Gois, Par, Amap e Acre dobraram o plantio. A produo nesses Estados menos especializados no cultivo de citros destina-se destes novos cintures citrcolas do Nordeste e Sul do pas em suprir cada vez mais a demanda de laranja in natura consumida pela populao do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil contribuiu na ltima dcada com a utilizao de fruta do cinturo citrcola paulista para o mercado in natura, que passou de 80 milhes a 100 milhes de caixas para 30 milhes a 40 milhes de caixas por ano. Embora tenha havido crescimento da rea de laranja nessas regies, a rea total do Brasil diminuiu em cerca de 8% desde o incio da dcada de 1990. Esse encolhimento no foi acompanhado de uma diminuio na quantidade de caixas colhidas, pelo contrrio, houve um aumento de 22%. Essa inverso o resultado de um impressionante ganho em produtividade. A mdia nacional de 380 caixas por hectare, em 1990, saltou neste ano para 475 caixas por hectare. Se a citricultura de hoje fosse a mesma que existia h 20 anos, seriam necessrios cerca de 280 mil hectares a mais para atingir a produo atual.20% 10% 0% 40% 30% 100%

grfiCo 10: DESTiNo DA LArANjA NoS priNCipAiS pASES proDUTorES NA SAfrA 2008/09Consumo de fruta para industrializao de suco Consumo fruta in natura para mercado domstico Consumo de fruta in natura para exportaco 4%

23% 90% 80% 70% 60%

18%

79%

70%

30%

94% 50% 76% 52%

15% 6% Estados Unidos Brasil

29,8%

0,2% Mxico

1% Espanha China

2%

34

majoritariamente ao mercado interno de fruta in natura, cuja demanda crescente em funo da elevao do poder aquisitivo da populao brasileira. A capacidade

Fonte: Elaborado por Markestrat, a partir de dados do departamento de agricultura da Espanha, FAO, USDA e IBGE.

35

chamado de rendimento industrial, o que

a caixa de laranja produzida na Flrida tenha um ganho adicional de 14% no contedo de suco de laranja que uma mesma caixa de laranja produzida em So Paulo. Esse rendimento superior foi importante para que a laranja produzida na Flrida tivesse vantagens competitivas mpares. Outros fatores que aumentam a competitividade americana so a proximidade do parque citrcola e industrial da Flrida em relao ao consumidor americano, o acesso direto do produtor floridiano ao crdito barato no mercado financeiro (tornando desnecessria a realizao de adiantamentos de pagamento por parte da indstria para o financiamento do capital de giro da safra), a ausncia cambial na moeda, a no incidncia de impostos de importao na produo local (da ordem de U$ 415 por tonelada de FCOJ) e o resultado de dcadas de investimentos em marketing para convencer o consumidor americano de que o suco de laranja produzido 100% na Flrida um produto de melhor qualidade, o que justificaria preos mais elevados.

11. Especialidade dos principais pases produtoresOs principais produtores mundiais de citros tm destinos diferentes para a produo, compondo um mix entre processamento industrial (produo de suco), consumo domstico de fruta in natura e exportao de fruta in natura. O Brasil, maior produtor mundial de laranja, destina 70% de sua produo para processamento industrial, sendo que So Paulo e o Tringulo Mineiro destinam 86% de suas produes para esse mercado. Para se ter uma ideia da importncia da indstria processadora para essas duas regies brasileiras, basta observar que, no Brasil, nenhuma outra fruta produzida para fins industriais em volume semelhante produo de laranja. Os Estados Unidos tm grande semelhana com o Brasil no destino da produo. Cerca de 78% das suas frutas vo para processamento, sendo que a produo na Flrida praticamente toda voltada para suco, atingindo o ndice de 96%. O Mxico tem foco na produo de fruta fresca e apresenta uma produo pequena de suco de laranja, cerca de 60 mil toneladas por ano, das quais 50 mil so exportadas para os Estados Unidos e dez mil para a Europa. A China possui foco no fornecimento de frutas para consumo in natura, destino de 93% da produo, mas recebeu investimentos privados e governamentais que devero impulsionar a produo de suco nos prximos anos. A Espanha destacase pelas exportaes de fruta fresca de alto valor agregado por produzir frutos sem sementes com excelente cor e aparncia externa, porm, com alta acidez e baixo contedo de suco (Grfico 10). A quantidade de caixas de laranja necessrias para a produo de uma tonelada de FCOJ a 66 Brix um fator determinante no estabelecimento da vocao de uma regio citrcola. Esse indicador,

determinar a atratividade da produo desta regio para fabricao de suco de laranja. Na safra 2009/10, o melhor rendimento industrial foi alcanado na Flrida, onde foram necessrias 226 caixas para produzir uma tonelada de FCOJ. No cinturo citrcola brasileiro, localizado em So Paulo e Tringulo Mineiro, foram necessrias 257 caixas. Nos Estados da Bahia, do Sergipe, do Paran e do Rio Grande do Sul foram necessrias 264 caixas. Na China foram 324 caixas, na Zona do Mediterrneo 328 caixas e no Arizona, Califrnia e Texas 353 caixas. O pior rendimento foi o da Turquia, com 481 caixas por tonelada de suco. A fruta com um maior contedo de suco, caracterstica proveniente de vrios fatores dos quais a maior parte no so controlados pelo homem, o que tem mantido So Paulo e Flrida, por dcadas, lderes na produo de suco de laranja, enquanto os demais polos citrcolas tiveram que se especializar na produo e embalagem da laranja in natura. Esse fato tambm faz com que

12. Produo de suco de laranjaNas ltimas 15 safras, de 1995/96 a 2009/10, a queda na produo mundial de suco foi de 13% (equivalentes a 308 mil toneladas), sendo que as maiores redues aconteceram na Flrida em 295 mil toneladas e no cinturo citrcola de So Paulo e Tringulo Mineiro em 31 mil toneladas (Grfico 11). Embora tenham diminudo, essas regies continuam liderando a produo mundial de suco de laranja, com 81% de toda a produo. Nos Estados do Paran, da Bahia, do Sergipe, do Rio Grande do Sul, do Par, de Gois e do Rio de Janeiro o mercado de fruta fresca absorve 77% da produo destas regies. No entanto, dependendo da valorizao do preo do suco, estes Estados brasileiros, assim como outros pases de menor importncia na produo de suco, como frica do Sul, China, Espanha, Grcia, Itlia, ndia, Mxico, Paquisto e Turquia entre outros Porm, a maior influncia no preo do lado da oferta vem das oscilaes de produo, estoques e disponibilidade de suco do Brasil, Estados Unidos, e zona do Mediterrneo, que juntos respondem por 96% do suco de laranja que produzido no mundo. Assim, So Paulo, apesar de ter metade daEm mil toneladas de FCOJ e de NFC equivalente a 66 Brix

grfiCo 12: proDUo MUNDiAL DE SUCo DE LArANjA NAS DEMAiS rEgiES proDUTorAS EXCETo So pAULo/TriANgULo MiNEiro E fLriDA

500.000

200,0

450.000

180,0

Japo Marrocos Preo do FCOJ na Bolda de Nova Iorque (cents US$ libra peso)

produo mundial, sofre influncia desses outros pases e regies, cujas produes somadas so to expressivas quanto a produo paulista, dificultando s empresas brasileiras estabelecerem preos mundiais. O suco de laranja originrio do Brasil conhecido por sua elevada qualidade. O Brasil o maior produtor e exportador, detendo 53% da produo mundial (Tabela 11) e exportando aproximadamente 98% dessa produo. O tipo de suco produzido ditado pelo comportamento do consumidor em mercados de mais alto poder aquisitivo, que nos ltimos anos passou a preferir o NFC ao FCOJ, por ser um produto de paladar mais agradvel, com sabor mais aproximado ao do suco espremido na hora e por possuir uma imagem de mais saudvel. As primeiras produes de NFC no

400.000

160,0

Paquisto Israel ndia Turquia Coreia do Sul Austrlia Argentina frica do Sul China Cuba Costa Rica Califrnia, Texas e Arizona Mxico Chipre, Grcia, Itlia e Espanha Bahia, Sergipe, Paran, R.G. do Sul e Sta. Catarina Preo Bolsa NY (US$/libra peso)

350.000

140,0

300.000

120,0

250.000

100,0

200.000

80,0

36

passam a processar mais laranja e juntos chegam a produzir 150 mil toneladas de suco concentrado a mais do que normalmente produzem (Grfico 12). O aumento da oferta de suco proveniente destas regies tende a pressionar os preos para baixo.

150.000

60,0

37

100.000

40,0

50.000

20,0

grfiCo 11: EVoLUo DA proDUo MUNDiAL DE SUCo DE LArANjAProduo Flrida Mil toneladas de FCOJ e de NFC equivalente a 66 Brix3.000

0

0

2006/07

1995/96

1996/97

1999/00

2003/04

2004/05

2007/08

Produo So Paulo e Tringulo Mineiro

Produo mundial

2.781 2.328 1.954 2.421 2.080 2.391 2.332 2.330

2.814 2.664 2.049 2.422 2.284 1.895 2.236 2.284 2.096 2.014 2.225 1.818 854 1.024 644 653 577 783 1.947 2.433 2.441 2.441 2.282 2.145 1.865 1.627 2.019 2.626

Fonte: Elaborado por Markestrat, a partir de dados levantados junto a CitrusBR

2.500

Brasil comearam em 1999/00 ainda em carter experimental, em 2000 foram realizadas as primeiras exportaes, mas s em 2002/03 o NFC passou a ser registrado pela Secex separadamente das exportaes do FCOJ. Para atender crescente demanda do consumidor, a produo de FCOJ aos poucos foi dando lugar produo de NFC. De 2003 a 2009, houve um investimento da ordem de

2002/03

caixa processada, armazenada e levada em forma desse suco ao cliente no exterior necessrio um investimento trs vezes superior ao necessrio para o FCOJ. Os investimentos realizados para esse novo produto a 11,5 Brix permitiram que as exportaes de NFC saltassem de 278.572 tons em 2003 para 939.442 tons em 2009, o equivalente a aproximadamente 171 mil toneladas de FCOJ a 66 Brix ou a 13% do total de suco exportado pelo Brasil. Tais investimentos para a produo de NFC devem ser amortizados durante um perodo de 10 a 15 anos, segundo especialistas entrevistados.

2.000

1.500

858

982

1.051

817

1.006

960

1.001

732

563

1.000

500

1.0960

1.098

1.340

1.153

1.324

1.089

895

1.430

1.072

1.369

1.165

1.369

1.363

1.133

1.065

US$ 900 milhes por parte das indstrias na produo, armazenamento e distribuio internacional do NFC. Estima-se que para cada

1995/96 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR

2008/09

1998/99

2005/06

2000/01

2009/10

1997/98

2001/02

TAbELA 10: QUANTiDADE DE CAiXAS DE LArANjA (40,8 kg)pas/regio So Paulo e Tringulo Mineiro Flrida Chipre, Grcia, Itlia e Espanha Mxico Bahia, Sergipe, Paran, R.G. do Sul e Santa Catarina Califrnia, Texas e Arizona Costa Rica Cuba China frica do Sul Argentina Austrlia Coreia do Sul Turquia ndia Israel Paquisto Marrocos Japo 1995/96 271.120 195.277 37.132 11.029 9.960 11.341 6.500 5.613 2.108 4.289 3.162 4.779 1.644 2.059 782 4.657 672 2.353 49 574.526 1996/97 271.420 219.701 37.475 11.029 8.195 8.804 6.500 8.652 2.328 5.392 3.186 7.353 307 2.181 1.001 5.049 686 147 25 599.432 1997/98 322.740 235.632 41.838 17.157 8.324 10.937 6.500 8.456 2.451 5.588 4.804 4.657 360 1.814 1.257 4.044 699 2.892 49 680.198 1998/99 270.690 177.359 35.417 11.103 6.433 13.425 6.500 8.088 3.162 7.696 3.186 5.613 131 2.377 1.154 1.593 639 2.083 49 556.698 1999/00 308.900 224.289 44.730 10.049 11.589 18.579 6.500 8.088 3.971 7.549 3.431 7.402 561 2.696 1.199 3.725 667 3.186 49 667.161 2000/01 266.450 213.635 44.387 9.804 9.014 9.134 6.578 10.196 368 6.961 3.505 4.167 464 2.623 1.311 2.083 651 931 49 592.312

DESTiNADAS proDUo MUNDiAL DE SUCo2001/02 212.500 221.843 36.618 8.333 11.461 6.490 6.500 6.373 564 7.672 3.922 8.309 795 3.064 1.262 1.569 628 441 49 538.391 2002/03 324.220 194.579 42.917 1.961 16.479 10.470 6.500 9.118 515 5.956 3.676 4.167 1.922 3.064 1.407 1.324 583 1.078 49 629.984 2003/04 242.070 233.790 40.539 4.902 16.222 5.083 6.500 6.985 613 5.564 3.922 4.657 2.353 3.064 942 686 604 123 49 578.666 2004/05 329.900 142.836 43.701 18.137 20.659 13.463 6.500 2.623 686 3.088 4.167 5.392 1.971 2.451 1.600 1.863 667 147 49 599.899 2005/06 265.330 142.091 47.549 13.725 15.966 13.547 6.800 3.799 1.029 6.961 4.412 4.338 2.458 2.574 1.625 1.495 844 147 49 534.737 2006/07 316.550 122.519 54.118 17.157 19.082 16.403 6.225 3.799 3.554 6.324 7.353 3.333 2.147 2.574 1.685 2.059 844 147 49 585.920 2007/08 317.650 165.906 37.206 24.510 26.883 10.540 4.044 3.799 6.005 4.902 5.833 3.676 2.721 2.451 2.092 1.029 844 147 49 620.288 2008/09 287.790 154.814 39.093 19.608 26.522 7.588 4.804 3.799 4.461 6.740 1.740 3.309 1.738 2.451 2.155 1.324 844 147 49 568.976 2009/10 274.120 127.436 34.804 15.931 17.375 11.093 5.025 3.799 4.951 6.740 4.681 3.456 2.157 2.451 2.221 1.618 844 147 49 518.898

38

TotalFontes: Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR

39

TAbELA 11: proDUo MUNDiAL DE SUCo LArANjApas/regio So Paulo e Tringulo Mineiro Flrida Chipre, Grcia, Itlia e Espanha Mexico Bahia, Sergipe, Paran, R.G. do Sul e Santa Catarina Califrnia, Texas e Arizona Costa Rica Cuba China frica do Sul Argentina Austrlia Coreia do Sul Turquia ndia Israel Paquisto Marrocos Japo TotalFontes: Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR

(ToDoS TipoS DE SUCo EM ToNELADAS A 66 briX)2001/02 894.520 1.000.672 87.344 33.485 44.500 22.913 26.916 26.388 1.477 22.681 12.121 25.682 3.194 7.244 4.207 18.712 2.093 1.576 197 2.235.922 2002/03 1.429.660 854.355 110.598 7.879 63.986 37.622 26.916 37.755 1.477 24.198 11.364 12.879 7.724 7.244 4.690 18.712 1.944 4.333 197 2.663.534 2003/04 1.072.450 1.024.009 100.947 19.795 58.302 19.448 26.916 28.925 1.773 22.583 12.121 14.394 9.455 7.244 3.140 8.864 2.013 492 197 2.433.067 2004/05 1.369.260 644.461 110.303 72.977 77.003 47.099 26.916 10.860 1.970 13.898 12.879 16.667 7.919 5.795 5.332 14.773 2.223 591 197 2.441.122 2005/06 1.164.500 653.301 100.553 55.644 59.275 50.705 28.158 15.731 2.955 25.173 13.636 13.409 9.875 5.795 5.415 17.629 2.812 591 197 2.225.354 2006/07 1.369.210 577.349 158.626 68.939 70.875 56.929 25.779 15.731 10.833 22.868 22.727 10.303 8.627 5.274 5.617 7.445 2.812 591 197 2.440.732 2007/08 1.362.720 782.504 111.983 100.455 100.058 45.260 16.746 15.731 17.727 13.295 18.030 11.363 10.935 5.042 6.972 3.644 2.812 591 197 2.626.066 2008/09 1.132.850 731.799 100.756 78.788 101.433 24.257 19.892 15.731 13.788 19.712 5.379 10.228 6.986 5.100 7.184 4.826 2.812 591 197 2.282.307 2009/10 1.064.650 562.663 106.173 66.477 65.775 31.385 20.806 15.731 15.265 14.687 14.470 10.686 8.667 5.100 7.403 5.811 2.812 591 197 2.019.348

1995/96 1.095.780 858.032 107.339 44.318 38.672 37.552 26.916 23.242 5.524 13.271 9.848 22.571 4.956 4.880 2.607 19.697 2.241 10.051 148 2.327.643

1996/97 1.098.000 981.790 86.331 44.811 31.821 36.137 26.916 35.827 6.102 16.683 9.848 19.992 1.232 5.158 3.335 14.513 2.288 559 98 2.421.442

1997/98 1.339.970 1.051.448 93.234 68.939 32.320 41.724 26.916 35.015 6.423 17.290 15.068 14.485 1.447 4.289 4.190 14.550 2.330 10.732 197 2.780.565

1998/99 1.152.860 816.520 79.083 44.614 24.978 50.493 26.916 33.492 8.286 15.511 9.848 17.352 526 5.622 3.847 30.530 2.129 9.356 197 2.332.160

1999/00 1.324.150 1.005.905 106.856 40.379 45.000 62.798 26.916 33.492 10.405 23.145 10.606 22.790 2.252 6.375 3.998 72.879 2.222 13.591 197 2.813.957

2000/01 1.089.010 959.726 109.811 39.886 35.000 29.419 27.240 42.220 963 20.475 10.833 12.829 1.866 6.201 4.370 25.606 2.170 3.939 197 2.421.763

13. Cinturo citrcola (So Paulo e Tringulo Mineiro)A citricultura brasileira tem passado por mudanas no padro tecnolgico que so ainda mais notveis em So Paulo e no Tringulo Mineiro, o chamado cinturo citrcola, de onde saem mais de 80% das laranjas produzidas no pas. Apesar de esta ser uma regio contnua, existem diferenas significativas da citricultura de uma determinada localidade em relao outra. Para fins didticos, no sentido de entender as particularidades das regies, neste trabalho o cinturo citrcola foi dividido em cinco regies produtoras denominadas de (1) Noroeste, (2) Norte, (3) Centro, (4) Sul, em funo da sua posio geogrfica no Estado de So Paulo, e (5) Castelo, nome atribudo em funo de sua posio em relao ao eixo da rodovia Castelo Branco. A Figura 3 mostra essas regies indicando tambm onde as fbricas processadoras esto localizadas.

figUrA 3: DiViSo DAS rEgiES Do CiNTUro CiTrCoLA

40

41

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR

grfiCo 13: proDUo DE LArANjA No CiNTUro CiTrCoLATotal 400 351 350 Milhes de caixas de 40,8 kg 300 250 200 150 100 50 0 64 87 89 239 303 356 323 317 Noroeste, Norte e Centro Sul e Castelo

anteriormente ocupadas por laranjais de baixa produtividade e rentabilidade inadequada. reas com menor infestao ou onde o greening ainda no foi descoberto so agora muito visadas e, com isso, nas prximas dcadas os pomares devem se distanciar cada vez mais das indstrias. A procura por terras nas regies ao sul do Estado provocou uma valorizao superior inclusive registrada nas terras no norte. Fica evidente que o destaque do cinturo citrcola tem sido a regio Castelo. Entre 2005 e 2009, houve aumento de 89% no nmero total de

rvores novas (de zero a dois anos de idade) do cinturo citrcola esto nesta regio, fator que indica a importncia cada vez maior desta regio nos prximos anos na participao da produo total do cinturo (Figura 4). Nas regies Sul e Castelo, em funo da maior oscilao da temperatura, a colorao das frutas tende a ser melhor, em comparao com as frutas produzidas nas demais regies. Entretanto, como a temperatura mdia nessas regies menor, as frutas costumam ser mais cidas e apresentar menor grau Brix do que as laranjas do Centro, Norte e Noroeste. Para obter as especificaes do suco demandado pelo mercado consumidor, preciso fazer o blend (mistura) do suco de ambas as regies.

264

267 226

215

97

102

rvores desta regio, tirando-a da posio de ltima colocada em quantidade de rvores e passando-a para a segunda colocada. Alm disso, 42% das

2005/06

2006/07

2007/08

2008/09

2009/10

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR

figUrA 4: iNDiCADorES DE proDUo DAS rEgiES Do CiNTUro CiTrCoLA Graas a esta alterao do padro tecnolgico, a produo do cinturo cresceu significativamente, com os ndices de produtividade por hectare. Ao considerar a longevidade dos pomares, usualmente, para fins de amortizao do investimento, utilizase 20 anos como o tempo de vida de uma rvore com produtividade economicamente vivel, mas observando pomares da indstria verifica-se que esta idade pode ser extrapolada, chegando a 26 anos em pomares da indstria em Bebedouro, 24 anos na regio de Mogi-Guau e 22 anos em Araraquara. No cinturo citrcola, houve tambm a migrao da citricultura das regies Norte, Noroeste e Centro para as regies Sul e Castelo, onde o microclima mais privilegiado ao cultivo citrcola. Esse movimento, que se intensificou no incio dos anos 2000, foi motivado inicialmente no s pelas condies climticas, como a melhor distribuio de chuvas ao longo do ano, mas tambm pelo valor inferior da terra e como uma alternativa para reduzir a morte sbita dos citros e CVC, que nesta nova fronteira no ameaa os pomares e cujo controle oneroso e dependente de alta tecnologia. J nos dias de hoje os principais fatores que tm determinado o deslocamento da citricultura para novas reas so a mitigao do risco de greening, que j se alastrou para 239 municpios paulistas, quase a metade dos municpios citrcolas, alm da forte expanso dos canaviais paulistas em terrasNmero de rvores totais incluindo jovens e adultas (em milhes) Ano rvores jovens no produtivas milhes de rvores rvores adultas produtivas milhes de rvores Produtividade caixas/rvore Produo em milhes de caixas 2005/06 9,7 12,3 1,84 22,6 2009/10 17,1 24,4 1,68 41 2005/06 4,4 26,1 1,59 41,4 2009/10 1,8 28,8 2,13 61,3 2005/06 11,5 65 1,9 123,6 2009/10 10 66,3 2,03 134,3 2005/06 2009/10 3,5 27,4 1,95 53,4 5,1 20,7 1,7 35,2 2005/06 4,4 28,6 2,18 62,4 2009/10 6,5 23,9 1,91 45,5 21,95 41,57 30,49 30,66 30,89 25,81 32,97 30,35 Variao do nmero de rvores entre 2005/06 e 2009/10 (%)

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chegando a 317,4 milhes de caixas na safra 2009/10, um aumento de 16% ao longo da ltima dcada (Grfico 13). Dentre as mudanas que ocorreram na citricultura, destaca-se a densidade de rvores por hectare. Em 1980, a densidade de plantio mais utilizada era de 250 rvores/ha, passando para 357 rvores/ha na dcada de 1990, depois para 476 rvores/ha no incio dos anos 2000 e, atualmente, os pomares mais modernos so formados com 833 rvores/ha. Alm da densidade, outros fatores importantes que levaram a esse incremento de produtividade foram a utilizao de mudas de melhor qualidade, provenientes de viveiros telados e de procedncia gentica; melhores combinaes de porta-enxerto e variedades mais adequadas para cada tipo de solo e clima; aprimoramento do conhecimento aplicado para melhorar o manejo dos pomares e a qualidade do controle fitossanitrio; alm da intensificao e do crescimento do uso de irrigao nas regies de maior dficit hdrico que colaboraram para que se chegasse atualmente marca de 130 mil hectares de pomares de laranja irrigados em So Paulo e no Tringulo Mineiro. Outro ponto importante a determinao do momento timo para renovao do pomar de acordo

43

CASTELO 89%

SUL 1%

CENTRO -0,4%76,55 76,28

NORTE -16%

NOROESTE -8%

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR

grfiCo 14: DESTiNo DA proDUo DE LArANjA Do CiNTUro CiTrCoLA NAS SAfrAS DE 1995/96 E 2009/10Utilizado na produo de FCOJ Utilizado na produo de NFC

1995/96 24%Consumo in natura

2009/10 14%Consumo in natura 15%

100%

85%

76%Consumo industrial

86%Consumo industrial

Fonte: Elaborado por Markestrat, a partir de CitrusBr.

A produo da laranja no cinturo citrcola, assim como o seu destino, foi se alterando ao longo do tempo, ficando evidente um aumento do

produo total do cinturo citrcola em 1995 para 86% da produo em 2009, ou seja, um crescimento de 10%. Em contrapartida, nota-se que a fruta destinada ao consumo in natura, que representava 24% em 1995 e passou para 14% em 2009, sofreu uma reduo de 10% (Grfico 14).

44

fornecimento para a indstria e, consequentemente, uma reduo do fornecimento ao consumo in natura. A produo destinada indstria saiu de 76% da

45

14. Comparativo entre a produo de So Paulo/ Tringulo Mineiro e FlridaOs Estados de So Paulo, no Brasil, e a Flrida, nos Estados Unidos, dominam a oferta mundial de suco de laranja com 81% do total. Tamanha concentrao em duas regies produtoras algo raro tratando-se de commodities agrcolas, mas a fora dessas duas regies j foi maior no passado. Na dcada de 1990, a soma da produo de laranja das duas regies era de cerca de 600 milhes de caixas, e, nos anos de 2000, a produo est nos patamares de 500 milhes de caixas. So 100 milhes de caixas de laranja que deixaram de ser produzidas. Embora a produo tenha cado em ambas regies, foi na Flrida o maior declnio. Na safra 2003/04, o Estado norte-americano produziu o equivalente a 87% da produo paulista de laranja, mas em 2009/10 no chegou metade. Esta diminuio se intensificou aps a passagem dos furaces que assolaram a regio nos anos de 2004 e 2005, espalhando o cancro ctrico e o greening, doenas cujo controle a erradicao. Este fato, somado aos problemas de restrio e encarecimento de mo de obra, contaminao dos lenis freticos, valorizao das terras, e a outros relacionados aos riscos climticos como secas, furaces e invernos rigorosos, vem desanimando os citricultores americanos. O reflexo est na queda do nmero de rvores nos ltimos anos. Desde 2004/05, houve uma reduo de aproximadamente 19% no nmero de rvores (perda de 15 milhes). Alm destes fatores, a renovao dos pomares no tem acontecido. Atualmente, cerca de 45% das rvores tem mais de dez anos e o nmero de rvores jovens, com no mximo dois anos, no passa de 10%. Esse

aumento na idade mdia dos pomares reflete na produtividade das rvores, que tambm vem diminuindo (Grfico 15). Parte da reduo das reas deve-se valorizao das terras, que levou muitos produtores de ambas as regies a abandonarem a atividade. Na Flrida, a expanso imobiliria tomou o lugar de milhares de rvores produtivas nas reas prximas s cidades onde cresceu o nmero de condomnios residenciais,

principalmente de 2003 a 2007, quando aconteceu uma forte valorizao imobiliria. A produo paulista teve uma forte queda na safra 2003/04, mas posteriormente veio se recuperando. No entanto, problemas com greening, com excesso de chuvas e Colletotrichum traro quedas na produo da safra 2010/11, que distanciaro ainda mais os ndices de produtividade do cinturo citrcola nacional em relao aos da Flrida. Enquanto na ltima dcada, a FlridaAraraquara Bauru Campinas Itapetininga Piracicaba Pirassununga Ribeiro Preto

TAbELA 12: EVoLUo Do prEo DA TErrA (US$/hA) EM MUNiCpioS Do CiNTUro CiTrCoLA brASiLEiro E NA fLriDAMunicpios do Cinturo 2001 US$ 2.352 US$ 2.940 US$ 4.621 US$ 2.016 US$ 3.781 US$ 2.520 US$ 4.032 US$ 2.352 US$ 15.827 2003 US$ 2.699 US$ 2.851 US$ 4.595 US$ 2.532 US$ 3.424 US$ 3.342 US$ 5.159 US$ 3.147 US$ 14.647 2005 US$ 4.936 US$ 4.923 US$ 7.312 US$ 3.772 US$ 4.971 US$ 5.929 US$ 8.049 US$ 5.869 US$ 24.583 2007 US$ 9.919 US$ 10.153 US$ 10.534 US$ 5.117 US$ 10.328 US$ 10.666 US$ 10.647 US$ 8.831 US$ 39.810 2009 US$ 9.126 US$ 9.742 US$ 10.140 US$ 5.478 US$ 10.393 US$ 9.029 US$ 9.633 US$ 9.247 US$ 29.842 Variao no perodo de 2001 a 2009 288% 231% 119% 172% 175% 258% 139% 293% 89%

So Jos do Rio Preto Sul da Flrida

grfiCo 15: NMEro DE rVorES joVENS No proDUTiVAS (DE zEro A DoiS ANoS) E rVorES ADULTAS proDUTiVAS (ACiMA DE DoiS ANoS) NA rEgio DE So pAULo E TriNgULo MiNEiro E No ESTADo DA fLriDArvores jovens no produtivas (de 0 a 2 anos) rvores adultas produtivas (acima de 2 anos)

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de dados do Agrianual 2010 e Florida Land Value Survey IFAS various surveys.

obteve produtividade mdia de 2,56 caixas/rvore, o Cinturo Citrcola de So Paulo e Tringulo Mineiro obteve mdia de 2,06 caixas/rvore neste mesmo perodo. Portanto, a produtividade mdia no Cinturo Citrcola de So Paulo e Tringulo Mineiro 25% inferior ao do seu maior concorrente, o Estado da Flrida (Tabela 13). Nos ltimos anos observou-se tambm a migrao da citricultura para o sul dos Estados, tanto

na Flrida quanto em So Paulo. Em So Paulo, as laranjas produzidas no sul do Estado apresentam pior rendimento industrial em relao s demais regies produtoras. No entanto, a citricultura localizada mais ao sul do Estado teve ganho expressivo de produtividade agrcola indicando, portanto, que no futuro o rendimento industrial em caixas por tonelada de FCOJ tende a ser inferior ao que historicamente vinha sendo atingido.

So paulo e Tringulo Mineiro200 180

46Milhes de rvores

160 140 120 100 80 60 40 20 0 16 2004/05 2005/06 15,9 2006/07 15,8 2007/08 16 2008/09 16,1 2009/10 16,4 159,6 159,3 158,4 159,6 160,7 164,2

47

flrida200 180 160 140 Milhes de rvores 120 100 80 60 40 20 0 2004/05 72,6 66 64 61,5 60,5 59,4

6 2005/06

4,9 2006/07

4,4 2007/08

4 2008/09

4,2 2009/10

4,6

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR e USDA

TAbELA 13: DETALhAMENTo DA CiTriCULTUrA No CiNTUroSAfrA rvores produtivas/adultas (em milhes) So paulo e Tringulo 1988/89 1989/90 1990/91 1991/92 1992/93 1993/94 1994/95 1995/96 1996/97 1997/98 1998/99 1999/00 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 97,5 102,2 108,7 115,1 125,3 146,0 156,8 162,8 172,6 179,9 171,5 166,0 162,5 162,3 158,8 157,8 159,6 159,3 158,4 159,6 160,7 164,2 flrida Total produtividade agrcola (caixas de 40,8kg/rvore) So paulo e Tringulo 2,20 3,05 2,27 2,22 2,54 2,07 1,96 2,19 2,15 2,38 1,97 2,63 2,15 1,68 2,31 1,77 2,37 1,90 2,22 2,23 2,01 1,93 flrida produo total de laranja (milhes de caixas de 40,8kg) So paulo e Tringulo 214,0 311,2 246,8 256,0 318,1 302,2 307,3 356,3 371,0 428,2 338,5 436,0 349,7 272,8 367,5 278,6 377,8 303,4 351,0 356,0 323,3 317,4 flrida Total

CiTrCoLA DE So pAULo/TriNgULo MiNEiro E NA fLriDALaranjas destinada ao consumo in natura (milhes de caixas de 40,8kg) So paulo e Tringulo 34,8 50,0 47,3 43,8 43,1 53,8 62,9 85,2 99,6 105,4 67,8 127,1 83,3 60,3 43,3 36,5 47,9 38,1 34,4 38,3 35,5 43,3 flrida Total Laranjas destinada ao consumo industrial (milhes de caixas de 40,8kg) So paulo e Tringulo 179,3 261,2 199,5 212,2 275,0 248,4 244,4 271,1 271,4 322,7 270,7 308,9 266,5 212,5 324,2 242,1 329,9 265,3 316,6 317,7 287,8 274,1 flrida Total rendimento industrial (caixas de 40,8kg/tonelada de suco 66brix) So paulo e Tringulo 261 259 242 236 257 237 233 247 247 241 235 233 245 238 227 226 241 228 231 233 254 257 flrida produo total de suco de laranja (mil toneladas 66brix) So paulo e Tringulo 687,8 1.007,6 823,5 898,0 1.070,0 1.048,1 1.047,7 1.095,8 1.098,0 1.340,0 1.152,9 1.324,2 1.089,0 894,5 1.429,7 1.072,5 1.369,3 1.164,5 1.369,2 1.362,7 1.132,9 1.064,7 flrida Total

36,8 40,7 44,1 49,6 56,6 61,7 69,3 75,3 78,5 78,6 79,6 78,7 79,6 77,6 78,0 75,4 72,6 66,0 64,0 61,5 60,5 59,4

134,3 142,9 152,8 164,6 181,9 207,7 226,1 238,1 251,1 258,5 251,1 244,7 242,1 239,8 236,9 233,2 232,1 225,3 222,4 221,1 221,2 223,6

3,99 2,71 3,44 2,82 3,30 2,83 2,97 2,70 2,88 3,10 2,34 2,96 2,81 2,96 2,60 3,21 2,06 2,24 2,02 2,77 2,68 2,25

146,6 110,2 151,6 139,8 186,6 174,4 205,5 203,3 226,2 244,0 186,0 233,0 223,3 230,0 203,0 242,0 149,8 147,7 129,0 170,2 162,4 133,6

360,6 421,4 398,4 395,8 504,7 476,6 512,8 559,6 597,2 672,2 524,5 669,0 573,0 502,8 570,5 520,6 527,6 451,1 480,0 526,2 485,7 451,0

8,5 5,9 12,5 11,6 10,7 9,9 10,4 8,0 6,5 8,4 8,6 8,7 9,7 8,2 8,4 8,2 7,0 5,6 6,5 4,3 7,6 6,2

43,2 55,9 59,7 55,3 53,9 63,7 73,3 93,2 106,0 113,8 76,4 135,8 92,9 68,5 51,7 44,7 54,8 43,7 40,9 42,6 43,1 49,4

138,1 104,3 139,1 128,2 175,9 164,5 195,1 195,3 219,7 235,6 177,4 224,3 213,6 221,8 194,6 233,8 142,8 142,1 122,5 165,9 154,8 127,4

317,4 365,5 338,6 340,4 450,9 412,9 439,5 466,4 491,1 558,4 448,0 533,2 480,1 434,3 518,8 475,9 472,7 407,4 439,1 483,6 442,6 401,6

220 220 220 220 220 220 229 228 224 224 217 223 223 222 228 228 222 217 212 212 212 226

628,0 474,1 632,7 583,1 799,7 748,3 853,2 858,0 981,8 1.051,4 816,5 1.005,9 959,7 1.000,7 854,4 1.024,0 644,5 653,3 577,3 782,5 731,8 562,7

1.315,8 1.481,8 1.456,2 1.481,1 1.869,7 1.796,4 1.900,9 1.953,8 2.079,8 2.391,4 1.969,4 2.330,1 2.048,7 1.895,2 2.284,0 2.096,5 2.013,7 1.817,8 1.946,6 2.145,2 1.864,6 1.627,3

48

2004/05 2005/06 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10

49

Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR e USDA

15. Estratificao da produo pelo perfil do produtor no cinturo citrcolaNa citricultura, assim como em qualquer atividade econmica, diante de margens apertadas, premente o aumento da produtividade, de forma a reduzir o custo de produo por caixa de laranja. Esta necessidade se acentua ainda mais para os citricultores que destinam sua produo para a indstria, cujos preos tendem a ser menos remuneradores do que no mercado de fruta in natura. Para ter rentabilidade destinando a fruta para processamento industrial preciso ter escala de produo. Exige-se tambm adequao legislao trabalhista e ambiental, tais como registro de funcionrios, respeito ao uso dos pesticidas aprovados e aos perodos de carncia entre a sua aplicao e colheita das frutas e descarte correto de embalagem. Tais fatores so indispensveis para os compradores internacionais de suco. Esses requisitos so preenchidos mais facilmente pelas propriedades maiores que empregam alta tecnologia e geralmente, tm tamanho ideal para um bom dimensionamento dos equipamentos, bem como poder de compra de insumos. No entanto, 87% dos produtores do cinturo citrcola so de pequeno porte (11.011 produtores) produzindo em propriedades com menos de 20 mil rvores. Esse universo de produtores detm apenas 21% das rvores do cinturo citrcola. Os demais produtores dividem-se da seguinte forma: 12% so produtores de mdio porte (entre 20 e 199 mil rvores), compreendendo 1.496 produtores que detm 32% das rvores do cinturo, e 1% so de grande porte (acima de 200 mil rvores), totalizando 120 produtores, que possuem 47% das rvores do cinturo citrcola (Tabela 14). Estes so dados da CitrusBR, que pela primeira vez traou o perfil do produtor do cinturo citrcola paulista e do Tringulo Mineiro a partir do cadastro dos citricultores que forneceram laranja para a indstria na safra 2009/10. Foram utilizados os cadastros dos citricultores que a indstria possua, contendo todos os registros necessrios para a apurao, ou seja, tamanho de rea, quantidade de rvores e volume produzido. Os cadastros utilizados representam cerca de 80% de toda a fruta processada pela indstria. Estes cadastros foram entregues pelas indstrias, individualmente, a uma das maiores empresas internacionais de auditoria independente, que compilou os dados sob sigilo e entregou os valores mdios Associao, tal como outras associaes no Brasil fazem para ter os dados dos seus associados. Neste levantamento, foi constatado que aumentou a participao das propriedades de maior porte na quantidade de rvores do cinturo citrcola. Este fato indica que produzir laranja com alta tecnologia e escala de produo uma atividade

TAbELA 14: ESTrATifiCAo DoS proDUTorES Do CiNTUro CiTrCoLA pELA QUANTiDADE DE rVorESparmetro 2001 rvores produtores (%) (%) > 400 mil rvores 200 a 399 mil rvores 100 a 199 mil rvores 50 a 99 mil rvores 30 a 49 mil rvores 20 a 29 mil rvores 10 a 19 mil rvores < 10 mil rvores TOTAL 16,15 7,65 10,6 12,4 12,3 8,95 16,45 15,45 100% 0,15 0,25 0,7 1,75 3,15 3,9 14,5 75,55 100% N de produtores 23 38 105 263 473 585 2.175 11.333 15.000 rvores (%) 33,65 8,05 8,1 11,45 7,7 5,5 9,45 16,15 100% 2006 produtores (%) 0,35 0,55 1,05 2,7 3,35 3,8 11,35 76,9 100% N de produtores 46 73 139 356 442 502 1.498 10.151 13.200 rvores (%) 39,25 7,35 8,95 10,75 7 5,3 8 13,4 100% 2009 produtores N de (%) produtores 0,4 0,55 1,3 2,95 3,5 4,1 11,15 76,05 100% 51 69 164 372 44