O reino de kush
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O Reino de Kush:
• Dentre os reinos núbios, um merece destaque: Kush (ou Cush). Não se sabe ao certo quando surgiu o reino de Kush, mas documentos egípcios já citam os kushitas desde o século XX(20) a.C. A primeira capital de Kush teria sido Kerma, na região da terceira catarata do Nilo, mas a capital kushita mais importante foi Napata, próxima da quarta catarata do Nilo.
• Muitos arqueólogos supõem que a transferência da capital para uma região mais ao sul foi uma forma de os kushitas se afastarem da ameaça egípcia.
• Em 713 a.C. o rei kushita Shabaka invadiu e controlou o Egito, iniciando assim a 25ª Dinastia. No Antigo Testamento, encontramos várias citações sobre os temíveis guerreiros negros do império kushita.
• Em sua expansão pelo delta do Nilo, os kushitas entraram em contato com guerreiros ainda mais poderosos: os assírios (da Mesopotâmia). Os Assírios tentaram conquistar o Egito, que era governado pelos kushitas, mas foram derrotados. O Rei Assurbanipal, no entanto, ocupou o delta do Nilo em 663 a.C.
• A partir de então os kushitas se retiraram para o sul e mantiveram o controle sobre a Núbia, a partir de Napata. A fim de se afastarem ainda mais dos conflitos do território egípcio, os kushitas transferiram sua capital para Méroe (século 6 a.C.), ainda mais ao sul.
Napata:
Meroé:
• Essa cidade era um dos mais importantes entrepostos comerciais entre a África e o mar Vermelho, além de possuir ricas minas de ferro. (A tecnologia de fundição do ferro é uma das principais características dos povos africanos dessa região. Aliás, quando os portugueses chegaram à África, no século XV (15 d.C.), aprenderam com os africanos como fundir ferro de maneira mais eficiente.)
• Enquanto o Egito foi sucessivamente conquistado por assírios, persas, macedônicos e romanos, o reino de Kush (a partir de então também conhecido como reino Meroíta) manteve sua independência por mais 9 séculos (alguns historiadores falam em 8 séculos), controlando várias rotas comerciais que ligavam o interior da África ao mar Vermelho, e ainda mantiveram relações amistosas com os faraós da linhagem macedônica(ptolomaicos).
• Quando os romanos conquistaram o Egito e não conseguiram submeter os kushitas, cortaram o comércio kushita com o Oriente Médio e o Mediterrâneo, o que levou Méroe a uma progressiva crise econômica. No século IV(4 d.C.), a já decadente Méroe foi conquistada por povos vindo do Chifre da África (ou península Somali): os aksumitas.
Reino Cristão de Aksum ou Axum:
• Os altos Planaltos da Atual Etiópia, na África oriental com altura médica de 2 mil metros, dão à região um clima fresco com chuvas de verão. O solo fértil de origem vulcânica garantia uma agricultura farta capaz de alimentar uma grande população.
• No início da Era Cristã, ali nasceu o reno de Aksum ou Axum. Sua riqueza vinha da agricultura e do comércio realizado no porto de Adulis, no Mar Vermelho. Em Adulis era comercializado o ouro, marfim e escravos da África, vinho romano, incenso da Arábia, seda da China, corantes e especiarias.
Marfim:
Ouro:
• A Riqueza proporcionada pelo comércio fortaleceu o reino axumita que estendeu seu poder ao sul da Arábia e sobre o reino de Kush. A cidade de Aksum, capital do reino, tornou-se um centro cosmopolita com populações de judeus, cristãos, árabes, indianos, gregos e outros. As cidades axumitas se encheram de construções reais, como castelos e enormes obeliscos monolíticos possivelmente erguidos em honra aos soberanos mortos.
• A Religião original de Axum era politeísta; aos deuses ofereciam-se animais e erguiam-lhes tronos de pedra em agradecimento pelas vitórias militares. Por volta do ano 300, o cristianismo começou a se espalhar pelo reino e se tornou a religião oficial quando o rei Ezana se converteu e foi batizado. Aksum (Axum) foi o primeiro reino cristão da História.
• NO Século VIII, árabes muçulmanos invadiram o reino destruíram a próspera Adulis e passaram a dominar o comércio, o reino de Axum enfraqueceu e empobreceu.
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• Um novo crescimento voltou a ocorrer nos séculos XII e XIII durante o governo do rei Lalibela que procurou restaurar a grandeza de Axum. Nessa época, floresceram a arquitetura, a pintura, a escultura e a literatura com livros ricamente ilustrados. Lalibela mandou escavar na pedra onze igrejas cristãs consideradas, atualmente, um dos mais extraordinários conjunto de templos do mundo.
Patrimônio Cultural da Humanidade: Lalibela
Lalibela: