O que é ciência política

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  • 8/6/2019 O que cincia poltica

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    O que Cincia Poltica ? UTOPIA Parte

    II

    Verbete definio de cincia poltica do BOBBIO, eu gostariaque quem leu troussesse algum comentrio ou dvida, sobreo texto, quem tambm teve dificuldade com o portugus, euvou apresentar utopia, mas esse verbete eu no vouapresentar, porque ficou pra vocs trazerem as dvidas pra

    gente continuar conversando, como agente conversou naaula passada, sobre o que cincia poltica, umadelimitao, uma diferente metodologia, as corrntesteoricas enfim...

    Hiptese uma tese, que apresentada pelo autor no nico daobra cintfica, de cincia poltica no caso, e aquelahiptese vai ser comprovada, a idia comprovar a hipteseno decorrer do texto, isso a hiptese a base de qualquer

    linguagem cintfica; na verdade o que diferencia a cinciapoltica do estudos polticos anteriores, ao qual a construoda disciplica da filosofia poltica, o que diferencia a cinciapoltica basicamente essa estruturao, essa compreensodo poltico de forma cintfica, atravs de um mtodocintfico, atravs da concpo de cincia clssica do sculoXIX, ento basicamente, compreende o poltico apartir deum mtodo definido, apartir do levantamento de fontes e

    apresentando uma hiptese e comprovando essa hipteseao longo do texto, apresentando uma narrativa cintfica,uma narrativa organizada, estruturada de forma cintfica,basicamente so essas as caracteristicas de uma linguagemcintfica de um estudo cintfico.

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    ALUNO PERGUNTA: Que tambm tem prtica? No como afilosofia que no era feita para intervir. (pergunta afirmativade um aluno )

    PROF. RSPDE: A filosofia era feita, assistemtica para intervirtambm, a diferena maior, a diferena principal realmente no metodo e na linguagem, metodo cintfico elinguagem cintifica, utilizao de fontes delimitadas ebuscadas de formas cintficas, de forma objetiva.

    Ento a diferena entre SARTORI.... (diz aluno semcompletar a fala)

    PROF. RSPDE: Ele constesta SARTORI, no texto ele discordade SARTORI, descorda desta viso, a viso SARTORI umaviso um pouco prtica digamos da cincia poltica, oBOBBIO se contrape a ele, h uma disputada na cinciapoltica italiana, so dois autores mais importantes efundamentais da cincia polttica italiana, e os dois autoresmais principais da cincia poltica mundial, e o SARTORI evidentemente liberal e o BOBBIO social-liberal, social-democrtico, mais ou menos.

    ALUNO PERGUNTA: Professor, a filosofia tambm temmritos ?, eu queria que o senhor falasse sobre os mritosda filosofia pra discursar sobre a poltica.

    PROF. RESPONDE: A filosofia tambm tem mritos

    sim, vou responder a sua pergunta!

    Porque eu escolho comear esta disciplina pelo Morus, pela

    Utopia, exatamente por isso, pra gente discutir essesmritos, porque a melhor maneira de comear a discutir oque o estudo poltico, analisar a obra do Maquiavl emcontraposio com a Utopia, aqui um trabalho claramentede filosofia poltica, de apresentao de como a sociedadedeve ser, a sociedade ideal, sem rigor cintfico nenhum,

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    mas ao mesmo isso uma fraqueza mais um mritotambm, e eu quero discutir com vocs depois d'agenteterminar da leitura de Utopia, e depois de fazer e terminar aleitura de Maquiavel, discutir e comparar os dois, e discutir

    quais so as vantagens e desvantagens de suas abordagens,ento nesse processo agente vai ver qual a, o que podeter de interressante nessa abordagem? filosfica, e se acincia poltica tem se despido tambm de certascaractersticas filosficas propriamente.

    ALUNO PERGUNTA: Professor, mas a anlise da filosofia arespeito da poltica de sempre buscar o ideal mas nunca olocalizar o fenmenos polticos ?

    PROF. RESPONDE: A cincia poltica, ambas analisam arealidade, tanto que a filosofia poltica antiga analisava arealidade de alguma forma, quanto a cincia politica analisahoje tambm, s que a filosofia poltica no se valia dessesmetodos cintficos, exatamente e nem sempre analisava arealidade como ela , a realidade efetivamente existente,muitas vezes propunha sociedades utpicas, ou instituies

    ideais, ento.... mais claro que existem trabalhos defilosofia poltica e o BOBBIO fala no texto tambm, que temcaracteristicas de um trabalho que j naquela poca, temcaractersticas de um trabalho das sociedades atual, etrabalho de filosofia poltica j analisam de alguma maneira,e comparam sociedades diferentes e instituies diferentes,o Maquiavel um exemplo clssico, Maquiavel umexemplo perfeito disso, Maquiavel no exatamente Cincia

    Poltica na minha concepo.Agente pode entender assim por exemplo, o Morus queagente vai analisar hoje; um exemplo clssico de filosofiapoltica, que o exemplo de uma linhagem, uma certalinhagem que apresentava como as intrues de como umasociedade deveriam ser (DEVER SER), atravs da

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    apresentao realmente, de um probelma utpico, umacoisa de uma sociedade que realmente no existe, oinaugurador desta linhagem o Morus, de Plato Aristtelesa Repblica ,a fundao principal a Repblica,

    Professor escreve um exemplo no quadro....

    Isto aqui a Cidade Grega antiga, uma linhagem comoessa no sculo XVI, a nossa disciplina comea no sculo XVI -

    Teoria Poltica Moderna, nas caractersticas que agente vaiver em sala ... (no entendi se nesses quatro meses...)vem expresses da cidade grega antiga, e em segundaestncia, segundo escalo da Roma, traduo filosfica

    romana menos discutida e de alguma forma mais fracaque a posio grega, mas ai ta a origem, que agente vaidiscutir especialmente entre esses dois autores aqui,Maquiavl e Morus, como disse Morus ou More ou Moru, o exemplo clssico de filosofia poltica, nessa linhageminaugurada pelo Plato nessa obra Repblica, entre escrevera melhor forma de governo possvel, imaginava a melhorforma de governo possvel e chamou isso de: RES

    PBLICA (coisa) (pblica)

    De onde vem o nome de Repblica que agente usa o nomehoje em dia, j o Maquiavel comea a aprentar umascaracteristicas do que sculos depois veio a ser consideradoCincia Poltica, no que ele seja exatamente o pai dacincia poltica, mas ele apresenta algumas caractersticasneste sentido de por exemplo, ele defende acima de tudo,buscar a verdade efetiva das coisas, por isso queevidentemente ele o pai do realismo poltico, pai da visorealista da poltica, a caracteristica principal de Maquiavel.

    O BOBBIO neste verbete de Dicionrio de Cincia Poltica,comentado por ele, ele apresenta duas formas de entender

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    esta palavra de expresso de cincia poltica, uma damaneira mais ampla de entender qualquer estudo dopoltico, neste sentido o Maquiavel e o Montesquie at certoponto poderiam ser considerados autores de obras de

    cincia poltica, mas o BOBBIO tambm neste texto,apresenta uma viso... apresenta duas concepes decincia poltica, uma concepo mais geral:

    Nesse verbete o BOBBIO, apresenta duas possibilidades deentender a palavra, o termo...

    Cincia Poltica

    Qualquer estudo do poltico; uma viso ampla do termo.Como um estudo cintfico da poltica; como uma

    disciplina mesmo , no sentido da cincia como eleentendia na sculo XIX, aquela viso de cincia quevinha das cincias duras, que tentou se impor ashumanidades, que passaram a ser cincias humanas,histria, sociologia, etc...

    Cincia poltica que surgio de um estudo cintfico, seagente aborda esta definio mais ampla, o que cinciapoltica ento, forando um pouco ou forando bastante,aqui uma... folga por exemplo como o Prncipe, pode serconsiderado CIncia Poltica, o Principe uma obra realista,uma obra que compara sociedades, que compara associedade romana clssica, o que ele entendia da sociedaderomana clssica nesta poca, com a sociedade florentina naqual ele viveu (Maquiavel), tem algum mtodo cintficonisso, comparaao. Montesquie a mesma coisa, j enfim nosculo XVII, Mostesquie faz a comparao digamos dassociedades conhecidas na poca, e tenta explicar asdiferenas entre elas, nesta comparao, atravs dediversas teorias, do clima, tradies diferentes, explicaes

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    futuralistas , naturalistas, enfim...

    Ento bom, assim agente redobra essa segunda definio,uma definio mais restrita, ento a Cincia Poltica comea

    no sculo XIX basicamente, quando voc tem um corpo deautores que fazem cincia Poltica, estudam poltica, quedelimitam o territrio separado do campo do direito,separado daprolaxo das instituies etc...

    E comeam a dialogar entre si, e sintem dentro de umcampo, entender como um campo de cintistas polticos,literalmente , comeam ocupar espaos acadmicos, moveros primeiros cursos de cincia poltica, primeiros grupos de

    pesquisa, departamentos em universidades de cinciapoltica, ento eu tendo a adotar essa viso mais restritaaqui, e a considerar que esta disciplina que agente vai tereste semestre, no trata exatamente de cincia poltica, uma disciplina de base que analisa autores de filosofiapoltica, com algumas caracteristicas j da cincia poltica,mas ainda no sendo exatamente uma disciplina, porqueno existe, no existe este corpo de cincias polticas dentro

    da ... , se entendendo como portais, dentro deuniversidades, dentro da acadmia, e no existepropriamente a utilizao de mtodos cintficos, seleo defontes e catalogao de fontes cintficas, como hiptesesdelimitadas que tenta ser comprovada ao longo do texto,uma linguagem cintfica etc...

    Ento bom, eu tendo a adotar essa viso aqui, mais s aminha forma de ver as coisas, a verdade efetiva das coisas...

    Ento, aqui, pode ser que implica n, um campo deconhecimento, uma linguagem prpria, umainstitucionalizao tambm dentro deste campo deconhecimento, significa tipo um grupo que se entende comotal, comea a se institucionalizar de modo dentro das

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    universidades, lingagem prpria.

    O que sempre importante levar para o campo junto com assuas convices, que atividade cintfica tambm,

    impossvel objetividade e no neutralidade.O que que o BOBBIO fala, e nisso eu tendo a concordar comele, ele fala que no momento da escolha de seu objeto, vcno precisa de objetividade, voc escolhe o objeto, escolhe otema de pesquisa em geral porque que vc se apaixona,porque te interressa de forma direta, ento impussvel vcter objetividade assim e no final do processo, o BOBBIO falatambm, que apartir dos resultados que vc retira da sua

    pesquisa, dos resultados da sua pesquisa, vc pode utiliza-lscomo voc quiser, sem objetividade de forma poltica, deforma a reforar uma certa concepo de mundo, uma certaopinio, mas durante o processo entre o momento daescolha do tema e o momento final em que vc tira asconcluses e vai utilizar aquelas concluses, naquelecaminho vc vai desenvolver a pesquisa, e essa pesquisa temque ser objetiva, no neutralidade, vc no vai abrir destas

    convices enquanto faz a pesquisa, mas pra aquelapesquisa dar resultados corretos, e poder ser utilizada eencarada pelos seus pais como um trabalho cintfico e nocomo uma tese poltica, publicitria etc, militante; tem queter rigor naquele processo, e no cuidar na coleta dasfontes, basicamente isso, mas claro que vc leva suasconvices, sempre vai ter suas convices, neutralidadeno existe, mas nesse momento entre a escolha do objeto e

    at chegar ao resultado final, tem que procurar ter um rigoranaltico, uma objetividade.

    Aluno faz um comentrio em espanhol....

    Professor continua o comentrio.... Mas tem que seguirum procedimento, isso que distingue um trabalho de

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    trabalho de cincia poltica, um trabalho cintfico com todasas fontes possveis, de uma opinio, de uma conversa debar, discurso poltico , discurso militante, claro que hcomo reunir militancia, reunir militancia com produo de

    conhecimento cintfico perfeitamente possvel, e emalguns casos desejada, mas h de ter clareza quando vcmilita em uma organizao ou num partido, h de ter clarezade que pra vc fazer o trabalho da cincia poltica, vc tem queadotar uma linguagem e adotar um rigor na hora da coletade dados, na produo do trabalho, claro que as suasconcepes vo influenciar de alguma maneira, e claroque com alguns resultados desta pesquisa vc vai utilizar

    aquilo, vc pode utilizar aquilo pra transformar a sociedadeno rumo que vc considera melhor, para os fatos ficaremmais justos, sem dvida, mas.... no se pode fraudar essesdados, no se pode fraudar nada, no se pode fazer umadelimitao de acordo, trimitar essas fontes de forma a queos resultados que voc vai tirar , sejam favoraveis aos quevc j quer encontrar neste contexto e tentar ser o maisobjetivo possvel, o mais cintfico possvel, sem ser neutro,

    sem ser indiferente, de forma nenhuma indiferente, evidentemente que a possibilidade possivel, isso claronatural das cincias humanas em geral, vc analisa, umasociedade, instituies polticas, etc.. mas s que vc estinserido, e vc no pode se separar da sua realidade e acompreender, vc no pode isolar a realidade como se fosseum laboratrio.

    Ex.: A sociedade, e vc lana um olhar sobre a sociedade de

    fora isso impossvel, porque vc faz parte dela, vc ocentro dela, vc vai intervir na sociedade, tipo vc vai sercontaminado, neutralidade impussvel, mas o rigoranlitico na hora escrever seu trabalho possvel.

    Essa uma dificuldade da cincias humanas em geral...

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    Aluno Ulisses faz um comentrio ....

    Professor continua o comentrio.... A contaminao dopossitivismo foi mais forte na sociologia, quando a cincia

    poltica comeou com a disciplina no final do sc. XIX opossitivismo j estava comeando a decair, mas nasociologia digamos que o Conte, que o pai do positivismo, o pai da sociologia de certa forma.

    Outro comentrio em espanhol...

    Professor continua... bom ficar claro aqui que quandoeu falo de cincia aqui, a concepo do sculo XIX.

    Alunos fazem comentrios sobre intencinalidades naspesquisas, manipulaes de resultados, corupo epesquisas cujo resultados devero ser questinados na linhado de racocneo segundo comenta o aluno Thiago:(pesquisa) Paga por quem ?

    Isso importante ter clareza nesse tipo de coisa, importante quando vc ler uma pesquisa cintfica, importante vc ter uma clareza pra compeender aquela obra,de onde ela foi produzida, por quem, com que possveismotivaes, ou sem maiores motivaes, que uminterresse cintfico, isso influncia de toda maneira noprocesso de conhecimento claro! Eu t clamando aqui pravcs, pela busca de objetividade, na estruturao dapesquisa, na preparao de uma certa anlise, certo, todefendendo uma maneira de produzir cincia poltica, mas claro que, no me entendo mal, no to falando que a

    neutralidade possvel, to falando que mesmo aobjetividade sempre possivel, ou seja encontrada em cadaobra cintfica, na maioria no vai ser encontrada.

    Exemplo: Professor comenta sua experincia de passar duassemanas na Venezuela analisando o Governo Hugo Chaves.

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    Venezuela dividida, entre duas tv's, a estatal e a privada...existim 2 venezuelas divididas, entre a acadmia chavista ea acadmia anti-chavista.

    ... claro que o fato de vc defender o governo de hugochaves vai influenciar de alguma maneira na sua produocintfica, na sua produo acadmica, de alguma maneirainfluncia, aquele autor no vai ser neutro, mas o que seproduz na Venezuela hoje contra ou a favor, 90% do que seproduz, no pode ser considerado trabalho cintfico, porqueno feito com rigor cintfico, no feito com esse vigor domtodo, um discurso poltico.

    Mas ser que no possvel vc ou eu, produzir um trabalhoacadmico, digamos q vc ou eu seja de alguma maneirafavoravl ao governo chavez, ou favoravel politicamente ascriticas ao chavez, mas independnte disso, inca aneutralidade vc no vai conseguir encontrar, vc vaiconseguir vendo o chavez de alguma maneira, mas napreparaod esta obra, no levantamento de fontes, nodiscurso que vc vai produzir ali, naquele trabalho acadmico,

    vc pode utilizar o mtodo cintfico, e pode utilizar algumrigor em ponto de objetividade , porque se no tem rigor al,vira uma pea publicitria do governo ou que vai denegrir ogoverno.

    Tem que mostrar se encontra fatores desfavoraveis, se vcno manipula os dados que vc recolheu, aquilo vai aparecerna sua obra, de alguma maneira vai aparecer, por mais qseja desfavoravl, ou vice e versa tambm, ento se vc

    produz enquanto chavista, supomos, produz uma obra dealgum rigor acadmico, aquela no vai ser uma pea deconvncimento, at a ultima instncia, vai ser maisinterressante pra vc, pra posio q vc defender nasociedade, se vc consegue comprovar empiricamente que arevoluo .... reduziu a pobreza, aumentou o acesso a

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    educao em todos os nveis, por exemplo, ento se vccomprova isso empricamente, com o discurso acadmico,com uma linguagem objetiva, aquilo ilude a distancia, fatointerressante do que vc quer, que defender a produo.

    claro que vc no pode ser neutro de forma nehuma, mas aobra que eu vou ver sua , defendendo a revoluo africana ,vai ter rigor cintfico e eu vou reconhecer enquanto umaobra acadmica, certo, mais ou menos isso q eu querodizer...

    Essa a minha defesa da objetividade e no daneutralidade.

    Aluno Julian faz um comentrio ....

    Professor continua o comentrio.... Na verdade agrande maioria dos leitores das obras da cincia poltica, ouda sociologia ou da antropologia ou histria, so os prrpios,so os prprios pares, o grande pblico dificilmente l,essas obras dificilmente saem daquele grupo menor dacincia poltica e so lidos por l, por grandes continemtes

    da sociedade, dificilmente, ento o investigador sempre oleitor tambm claro, que so os pares, de alguma maneiraso os outros cintistas polticos que julgam a sua obra, deuma maneira que define se aquilo CP ou no, se aquilo uma obra de conhecimento cintifico ou no, isso claro eevidente numa defesa de doutorado, numa defesa de tese,de doutoramento, ou dissertao num mestrado, ou seja, vcser julgado por todos os seus pares, por todos aqueles que

    vo vir a ser seus pares, julgados por colegas da rea, e seaquilo no tiver um rigo, se aquilo que vc produziu nodoutorado no tem o rigor acadmico, no tem uma mnimalinguagem cintfica, no vai ser aprovado, creio que dealguma maneira essa presso imposta pelo meio, pelosprprios colegas da rea, dai a importncia de colocar isso

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    aqui "campo de conhecimento definido" orgnico, comoponto de fundao dessas polticas, os principais trabalhosde CP so lidos e debatidos, dentro daquele campo, e o queno julgado digno daquele campo, digamos assim, o que

    no julgado como parte daquele campo , vai serconsiderado pea publicitria, matria anlitica, noexatamente um trabalho cintfico, mas eu no quero serpositivista, muito pelo contrrio.

    Ento bom, eu tenho minhas posies e isso se refletem nomeu trabalho, no significa q todos vo estar, isso vai serefletir em todos os trabalhos de vcs, mesmo que notenham um partido poltico definido, todo mundo tem umaviso de mundo, e essa viso de mundo poltica, at quemno se diz poltico, quem se diz apoltico, despolitizado, sedefenir a politica despolitizado, implica uma viso do mundopoltica, um certo posicionamento em relao a poltica,ento no faz diferena, no mais respeitavl ou menosrespeitavel um cintista social, que no seja filiado a umpartido, que no seje menbro de um partido, em relao aocintista social que militante do partido, ou de uma

    organizao ou de uma ong social, a respeitabilidade est notrabalho, no na posio q a pessoa ocupa na sociedade ouna poltica.

    Ento bom... eu queria falar mais algumas coisas sobreBOBBIO, especificamente em questo do mtodo, quemleu o texto viu com clareza algumas caractersticas, que eleaponta que so tpicas da CP, a colega perguntou da

    hiptese, ento... so vrias,Comparao

    Hiptese

    Ele insistiu muito na comparao, mais isso tpico do

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    momento que ele escreveu, nos anos 80, porque nessemomento em que ele escreveu esse verbete, a polticacomparada estava no auge, grande parte dos trabalhos deCP estavam utilizando o mtodo comparativo, e algumas

    pessoas chegaram a declaram o mtodo comparativo comouma forma de definir cincia poltica, prpria da cinciapoltica, que o BOBBIO contesta no texto.

    Professor responde ao aluno e reafirma o conceito de

    instituies segundo Morus: As instituies que morusimagina so efetivamente imaginrias.

    Ento bom.... o BOBBIO explica o surgimento da Cincia

    poltica como desprendimento do campo da comparao, docampo de estudo das instituies polticas, dentro do campodo direito, disprende do campo do direito, se desprendedesta anlise do campo das instituies, at mensionei naultima aula tambm, que ia valer apartir dos anos 70+-,principalmente 80, as instituies comeam a ser estudadas,voltam a ser estudadas pela CP com mais fora, s que commtodos mais completos, mais complexos, diferentes

    mtodos de comparao da forma q eramutilizadas/destinados no sculo XIX, e ai o chamado neo-institucionalismo.

    No sculo XIX antes da cincia poltica surgir, as instituiespolticas eram compreendidas soltas no espao, esplicassemassim mesmo, de forma peliolgica, que aparece no testo eque a maioria aqui no deve saber o que .

    Peliolgica: a explicao que se uma determinda realidadecomo se estive toda voltada em especfico, muito lgico e...

    E bom, as instituies antes da CP surgir eram misturadasum pouco neste sentido, soltas em si, com a lgica interna,auto-explicativa, sem recorrer a explicaes sociais,culturais, com o surgimento da CP, as instituies foram

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    deixando de ser estudadas, especificamente as leis, e asinstituies polticas e comea a se estudar mais depois deum tempo o comportamento principalmente, umacompreenso multi/muito variada, do que a compreenso do

    comportamento apartir de diversas variavis explicativas, sdepois dos anos 80 os estudos das instituies retomado, oestudo das constituies, dos partidos, das formas diferentesde organizao poltica, s que no chamado Neo-institucionalismo, que tambm no pode ser comparado coma maneira de se analisar as instituies do sculo XIX, queagora no so mais defendidas pelo neo-institucionalismo deforma solta e auto-explicativa, so compreendidas tambm

    apartir de vrias variavis, economia, sociedade, cultura,integradas a um sistema maior, como um sub-sistema queparte de um sistema social maior.

    Professor faz uma pergunta: Aos que leram o texto...

    O que entendem pelos diferentes metdos sobre osdiferentes metodos da cincias poltica, da cincias sociaismetodos de pesquisa, eu queria saber especificamente em

    que p vcs esto, se vcs j tem algum conhecimento sobre oque pesquisa de campo, trabalho de campo, tem algumaidia do que j seja isso, do que isso, dos diferentesmtodos de pesquisas qualitativas, quantitativas, metdosde investigao histricos, fonte primria, fonte secundria ?

    Ele mesmo responde: o que importante destacar quenuma obra como a obra de Maquiavl que agente vai verainda em breve, a base desta obra, desta anlise, era

    recompilar informaes histricas, de autores clssicos,simular uma grande quantidade de literatura secundria.

    Maquiavl (essas so as fontes de Maquiavl, essas asfontes da filosofia poltica e da cincia poltica tambm,pegar o mximo possvel de literatura histrica , literatura

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    sobre a histria das civilizaes, histrias da sociedades,informaes, relatos de viajantes, relatos de juristas,comparaes em constituies em sociedades...etc , issoaqui nada mais que uma literatura secundria)

    Literatura Histrica Secundria (No no sentido de serinferior, no nesse sentido, de segunda mo porque o autorno faz uma anlise da sociedade, ele no faz uma pesquisana sociedade sobre a coisa que ele escreve, ele pega, elereune, literatura sobre essa sociedade, sobre outrassociedades e compara, ele faz uma pesquisa pessoalmente,essa medio no existia ainda, isso aqui outra chamadade literatura secundria, ex.: se eu escrevo um trabalhosobre a Bolvia e no vou a BOlvia, no fao trabalho decampo na Bolvia, no fao entrevistas na Bolvia, s pegooutros autores que estudaram sobre a Bolvia, queescreveram sobre a Bolvia, eu fiz um trabalho basiado emliteratura secundria, agora se eu vou a Bolvia e faoentrevista e fao trabalho de campo, reuno dados inloco l, abase disso chamada literatura primria, fontes primrias,documentao tambm fontes primrias, a documentao

    produzida pelo objeto de estudo, pelos valores que vc estestudando primrios, secundrios quando um autorescreve sobre um objeto e vc escreve sobre aquele objetoreunindo a obra de outros autores que trabalharam sobreaquele objeto, vc no se relaciona diretamente com o objeto,se relaciona com literatura de segunda mo, secundria).

    J no final do sc. XIX final do sc. XX a CP se

    institucionalizando se definindo como disciplina em campo,comea a se produzir fontes primrias, se recorrer a fontesprimrias, ai comea a se fazer pesquisa de opinio, seanalisar documentos, entrevistas.

    O BOBBIO fala no texto que foram surgindo cada vez maisformas diferentes de se buscar informao sobre certo

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    objeto, isso foi crescendo de tal forma que comeou a selanar de recurso, chamado mtodo quantitativos; q bastante generoso na CP, a maioria da produo da CP atual atravs de mtodos quantitativos, nada mais que 90%. a

    forma majoritri de produo de cincia poltica hoje.

    O professor cita que o seu trabalho s qualitativo, mas omtodo qualitativo ele pe ferramentas que eu no utilizo,que pode ser interressante como forma, e surgiu na verdadecomo forma de reunir diversos dados e transformar isso emnmeros e trabalhar com eles de forma simples, trabalharcom variavis diferentes, trabalhar com diversas fontesdiferentes num volume mto grande, trabalhando comvariaveis diferentes.

    Qual o problema do mtodo quantitativo ? Ele pode serenquanto mtodo enquanto instrumento, ele pode serbastante til, ele pode ser bastante til enquantoinstrumento, ter uma utilidade grande enquantoinstrumento, pra reunir um monte de dados certo, etrabalhar com um novo/monte campo de variavis

    diferentes, s que o mtodo quantitativo surgiotambm naCP, como uma forma de legitimao da linguagem nodiscurso da CP, como forma de tentar mostrar para os outroscintistas que isso aqui tambm cincia.

    Nesse sentido eu no acho interressante, porque muitasvezes as obras que trabalham com mtodos quantitativos,elas tiram uma certa concluso apartir da reunio decentenas de milhares de dados, e por se utilizar do mtodo

    quantitativo, aquele resultado parece incontestavl assimcomo o resultado desenvolvido pelo trabalho econmico,basiado na econometria parece incontestavl tambm, sque dependendo do autor que trabalha com aqueles dados,eles so perfeitamentemanipulados, ento o fato de vctrabalhar com dados transformados em nmeros, em

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    frmulas e tirar uma concluso dali, no significa que essetrabalho seja mais cintfico do que o trabalho de um autorque s usa mtodos quantitativos e faz entrevistas decampo, o mtodo quantitativo pode ser interressante quanto

    forma de reunir um volume de dados enormes, que seriaimpussivel de ser reunido sem no fosse por ele, mas eleno pode ser utilizado como uma justificao perante outrasdisciplinas, outras cincias de que a cincia poltica tambm cincia e nem dentro das cincias polticas como sequalquer concluso retirada de um trabalho quantitativo,seja uma verdade pura, porque basiado em nmeros emformulas, tentando ser bem claro, o mais claro possvel.

    Essas so formas principais de pesquisa n na CP naAntropologia, na Sociologia tambm:

    Reunio de Dados transformados em nmeros

    Mtodo Quantitativo

    Reunir Documentos / Literatura Secundria, Histrica.

    Elaborao de pesquisa de opinioEntrevistas

    Trabalho de campo

    Quase no se encontra um trabalho de CP hoje em dia quese utiliza apenas um mtodo, de uma forma de reconpilardados, geralmente o autor faz entrevistas.

    Quando se faz uma pesquisa, professor cita exemplo daBolvia novamente, se insere na contexto, pode-se se inserirnum partido, vai ter que ler tudo o que j foi escrito sobre abolvia at hj, isso literatura secndaria.

    Existem difversas formas de recompilar dados, reunir dados

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    sobre uma certa realidade, sobre um certo objeto, que vc sereporta, apartir daqui alguns dados desses vo se creditadosa utilizao de mtodos quantitativos, anlise de discurso,pegar o documento, pegar a entrevista e analisar o texto,

    outras vo se prestar ao mtodo quantitativo, que vo fazerpesquisa de opinio, se a populao de base do governo, sea pobreza diminuiu, aumentou, dados de cobertura escolar,dados cobertura de sade.

    Fonte uma coisa, mtodo outra coisa!

    E assim vai se construindo um trabalho cintfico, semneutralidade , informa a posio do autor clara, contida

    naquele trabalho, mas com algum rigor, s isso.

    INTERVALO

    Comparaes Entre Morus e Maquiavel daqui h algumasaulas

    Mas lembrem-se que o Morus apresenta uma sociedadeUtpica imaginada por ele, uma sociedade que no existe,ele imagina instituies e uma organizaes social que eleconsidera que seria ideal, a ser implantada na realidade dealguma maneira, apesar dele prprio dizer no livro que eleespera mais do que acredita que essa sociedade possaexistir realmente, agora aqui o "DEVER SER", o autordizendo como a sociedade deveria ser nessa linha, daconstruo de repblicas susistentagrrias eu j falei, cujopai seja o Plato, a RES PBLICA (coisa pblica), esse aqui o campo do "Dever Ser" de como a socidade deveria ser,

    no exatamente uma anlise da realidade, uma propostada realidade alternativa, claro que indiretamente quandovc propo uma sociedade alternativa, como a sociedadedeveria ser, indiretamente isso aqui uma crtica asociedade realemente existente, se o autor prope umasociedade como ela deveria ser, ele indiretamente est

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    criticando a sociedade.

    De alguma maneira est fazendo uma anlise, s que nodiretamente, esta anlise indireta, de uma poltica velada,

    e j Maquiavel por exemplo que considerado o pai da CP,que ns j conversamos bastante, diz se preocupar com a"VERDADE EFETIVA DAS COISAS", analisar a sociedaderealmente existente, o pai do realismo poltico, por voltadisso que ele considerado por alguns autores como um prfundador da CP - O Maquiavl, no sculo XVI.

    Por conta desta insistncia das coisas, na anlise das coisasefetivamente so, escolher ser entendido pela cabea do

    cintista social de sculos depois, como j no momento deanlise cintfica, pr-cincia.

    Maquiavl, se pergunta-se ele estaria falando efetivamentea verdade, ele est analisando a verdade mesmo, como seessa verdade que ele observa est carregada da sua visodo mundo, do que ele espera, do projeto poltico dele etc... claro que est verdade no existe, claro que est verdade inatingivl, mas ele se apresenta como um autorevidentemente realista, e pelos sculos seguintes a filosofiapoltica, o estudo poltico ficou um pouco nesta disputa entreo dever ser e o realismo, esse papel do filsofo poltico destapssoa que anlisa poltica, escreve sobre poltica deveriamapontar as coisas como ela deveriam ser corretamente, nasua forma pura de como deveriam ser , ou analisarefetivamente a realidade dada, observar a realidade alm deanalis-la com o realismo, claro que de alguma maneira

    nesse momento 2011, quem venceu a batalha de algumaforma foi Maquiavel, at certo ponto, e o estudo da polticachamado hoje, chamado CP, se preocupa muito mais com oponto crtico, analisar a realidade do que em propormelhorias, propor uma realidade alternativa, e eu jpergunto a vocs:

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    Se existe uma possibilidade um trabalho cintfico, umtrabalho dentro do campo social da CP, vc fazer uma anliseda realidade como ela ou como vc imagina q ela seja,como vc a enxerga, como vc a olha, se possvel reunir a

    isso, a esse realismo anlito, reunir preposio de melhoriasa sociedade, ou seja, se a CP deve ser simplesmente umanarrativa cintfica voltada para compreender a realidade deuma coisa meio netra assim, uma coisa de anlise darealidade, uma descrio, ou se deve tambm alm disso,propor alternativas, ser normativa, propositiva,especialmente na AL???

    Quero saber se isso conciliavl no mesmo trabalho, namesma pessoa no mesmo autor, se bom que sejaconciliavl, se bom que estas duas facetas da cinciaesteja conciliadas, enfim...

    Agora, se dedicando ao Morus especificamente, bom... umautor renacentista.

    Thomas Morus conciliou uma vida de escritor com uma vidade ator poltico, foi conselheiro do Rei Henrique 8.

    Rei Henrique 8 rompimento com a igreja catlica para teruma nova esposa, fundao da igreja anglicana.

    importante localizar Thomas Morus como um autorenvolvido neste processo poltico, foi conselheiro deHenrique 8, conselheiro poltico do Rei, um autorevidentemente, bastante catlico e por conta disso, quandohouve um rompimento do governo ingls, do monarca ingls

    com a Igreja catlica, fundando uma nova igreja, uma novareligio anglicana, anglicanismo... ele se afastou do rei,rompeu com o Rei e se manteve defendendo o catolicismo ea filiao da Inglaterra ao Catolicismo, por conta disso eleacabou sendo preso e executado, ele tem um contextoprincipalmente na Inglaterra ento, um contexto na Europa

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    como um todo, um contexto da reforma protestante, eculturamente e beldicamente renascimento, pessoalmenteum autor bastante catlico ligado mais as concepesfranciscanas, Francisco de Assis.

    O pensamento dele basicamente Renascentista,renascimento no um movimento ideolgico cultural, umesprito do tempo, dezenas de correntes renascentistas, orenascimento se manifestou ao longo de dois a trs, frenteao sculo XV at o final do sculo XVI, tem diversasgeraes, ... foi feita de forma diferentes em cada Pas, doque hoje a Itlia, Alemanh, Inglaterra, na Frana, em cadauma se manifestou de forma diferentes ento quando se falade renascimento, um esprito do tempo, no umacorrente filosfica, no uma corrente ideolgica, basicamente um esprito do tempo de valorizao ou derevalorizao do homem, dai se fala em humanismo, avalorizao do homem como centro de todas as coisas,centro da explicao, centro das anlises, deixando areligio, deixando a explicao divina um pouco em segundoplano certo, e tambm uma retomada de valores de

    leituras e de idias da Grcia Clssica, da Roma Clssica,no uma retomada como simplesmente... , uma releitura damaneira como por exemplo o Italiano ou o Ingls no nicio doSculo XVI entendia os clssicos, uma retomada dopensamento clssico, uma releitura do pensamentoclssico num outro contexto, com diversas obras clssicas,tendo sido perdidas durante a idade mdias e desaparecidasetc...

    Releitura da atuao filosfica clssica, dos valoresclssicos, e uma revalorizao do homem, o homem docentro do universo, o homem como centro da explicao,isso aqui mto importante para entender o Morus, maisainda para entender Maquiavel - RENASCIMENTO.

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    O homem no centro do universo e a religio, e asexplicaes divinas sendo deixadas por segundo plano,explicam q tem relao direta com a poltica enquantocampo de excluseutonmo, a autnomia da poltica a

    autonmia desta compreeno da poltica apartir da aohumana da ao dos atores humanos que fazem poltica, anatureza humana, no de uma natureza divina, no de umainterveno divina, ento a questo do renascimento, desteesprito renascentista, vai ter muito importncia mais aindano Maquiavel, que comea a tratar a poltica de formaautnoma, comea a ver o estado como uma instituioautnoma, e vai deixando a religio de lado, Maquiavl vai

    claramente deixando a religio de lado, Morus de formanenhuma, os escritos do Morus, o livro do Morus estocarregados da concepo catlica expecficamente, uma boaparte da justificao dele da ideal sociedade.

    Ento o mais importnte pra entender o Morus o tema dareforma protestante, nesse momento a Igreja Catlica que o centro da vida espiritual, no s espiritual, mas o centro doconhecimento, centro da preservao do conhecimento no

    mundo ocidental da idade mdia, comea entrar em crise eperder seu espao na sociedade, esse processo de longosculos e s vai se completar no sculo XX mesmo, e athoje a Igreja catlica tem foras em algumas sociedades, emalgumas sociedades da AL tem bastante foras, mas demaneira geral teve um processo desde o sculo XV, XVI, umprocesso de desencantamento no mundo, as explicaesreligiosas saindo do centro, a Igreja catlica em Crise neste

    momento, crises fortes....

    Finalmente no incio do sc. XVI seguiu este processo dereforma protestante, alguns destes grupos de dentro daigreja que comearam a amadurecer suas posies, as crisesse aprofundando, diversas razes, e fizeram um cisma, um

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    rompimento com a Igreja, o primeiro que rompeu com aIgreja Catlica neste momento foi Luterro, e que hoje ainda Martin Lutero, alm da Utopia a maior atividade do Morus, a contestao do Lutero, ele escreveu diversos artigos,

    diversos livros, folhetos contra a reforma protestante, ele semanteve defendendo o catolicismo, comea se traduzir naInglaterra, na Inglaterra que eu j falei, ... havia diversossetores descontentes com a Igreja Catlica, queconseguiram convencer o Rei Henrique VIII naquelemomento, a romper com a Igreja, a motivao pessoal delefoi as vontades de separar de uma das suas esposas e secasas com a que viria a ser a esposa seguinte, que nesse

    caso se separou da primeira esposa, ele enviou um pediopra Roma e o papa no aceitou e ele rompeu com a Igreja,essa foi a motivao pessoal pra isso mas influnciado esustentado em setores da sociedade inglesa que queriaromper com a Igreja catlica, pra fazer com que o EstadoIngls fosse mais autnomo naquele momento, e perdessesuas amarras em relao a Roma, a Igreja Catlicainflunciava desde fora todos os espaos da Europa, at o

    mundo ocidental, a amrica latina est sendo descoberta/conquistada neste momento, ento claro q interessavadiversos grupos sociais da Inglaterra essa separao, esserompimento com a Igreja Catlica, preservar a autnomia,manter mais poder decisrio internamente, manter maisdinheiro, preservar, deixar de enviar .... ao Papa etc...

    Ento a reforma se traduziu na Inglaterra, nessa crise daIgreja Catlica, nesse momento, incio do sc. XVI, traduziu

    na Inglaterra da seguinte forma, se rompeu com a IgrejaCatlica e o prrio Rei, a prpria monarquia inglesa fundouuma nova religio, com alguma inspirao protestante mas,um misto de protestantismo e catolicismo, chamadaanglicanismo, religio anglicana, e a cabea, a origem daIgreja at hoje a monarca Inglesa, em ultima instncia o

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    Rei da Inglaterra o lder da Igreja no s dos Padres.

    Nosso personagem aqui o Morus, no aceitou isso, primeirorompeu com o governo e permanceu escrevendo contra a

    reforma na primeira oportunidade q surgiu basicamente, ...mais uma esposa do rei ele no aceitou, cada membro danobreza do Inglesa deveria aceitar a nova esposa do Rei,fazer um juramento aceitando, prestando obedincia,prestando emfim, lealdade a essa nova esposa, ele noprestou juramento por conta disso foi justificativa procuradapara prender.... e depois execut-lo.

    Contextualizando o personagem mais ou menos isso...

    Essa obra do Morus de 1515/16, o prncipe que agente vaitrabalhar de pois de 1513, so obras comtemporneasprticamente, mais o Prncipe foi feito primeiro, eu resolvitrabalhar com o Morus primeiro, porque eu considero aUtopia representativa, uma obra representativa do que seescrevia naquela poca, e o Maquiavl apesar de ter escritoum pouquinho antes da Utopia, ele rompe com esta tradio,a obra de Maquiavl mais representativa e foi produzidabem depois, e a utopia representativa deste momento,porque se produzia no final da idade mdia, incio da idademoderna, por isso tratar primeiro do Morus, o Morus temmais a ver com o q podemos chamar fazentopoltica, tratadosobre a melhor forma de governo etc.... J o Maquiavl temmais a ver com o que veio a se chamar depois de cinciapoltica, h uma sequncia direta entre Maquiavl e a CP

    contempornea, de uma maneira ao longo de 5 sculos, fazuma ponte entre Maquiavl, o Princpe especificamente, e acincia poltica atual , convm tratar maquiavel depois,apesar de ser um pouco anterior, s pra mensionar tambmque aqui n, alguns j sabem mais ou menos, diviam saber osignificado de nome, tdo mundo fala em Utopia, essa palavra

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    foi criada pelo Morus, Utopia o No Lugar, lugar q noexiste, lugar nenhum q pode ser entendido desta forma, ono lugar, e durante o livro e tem diversas expresses tem qter alguns significados por trs.

    Contextualizando um pouco mais, essa obra Utopiaespecficamente no retomada no incio do renascimento,de uma forma de literatura poltica j existente antes, que o tratado sobre a melhor forma de governo, mas tambmabriu um novo gnero literrio, se produziu deste ento,desde esta obra diversas escritos, mas propriamenteliterrios mesmo, imaginando sociedades alternativas,sociedades pretensamente descobertas ..., at os dias dehoje, diversos exemplos sobre sociedades alternativas, aiagora, alm disso, j no sc. XIX, a Utopia a obra tambminspirou diversos escritos do que veio a se chamar na poca,Socialismo Utpica, foi chamado de socialismo-utpico emcontraposio ao sentido cintfico.

    O Morus alm de ser inspirador de toda essa literatura deviagens (cita dois autores e cidade do sol), todo esse tipo de

    imaginao sobre as sociedades alternativas de literaturamesmo, tambm foi inspirado depois do sculo XIX, doschamados socialistas utpicos, que so escritos de reformasocial, imaginando as sociedades como elas deveriam ser,igualitrias, e tentando implantar esses modelos desociedades na realidade que tem os ncleos isolados dasociedade, porque chamados de utpicos ? Chamados deutpicos exatamente no sentido negativo, foi colado essa

    expresso socialismo utpico, uma acusao na realidade,a acusao bem pra esse grupo de socialistas, por outrosautores socialistas que se auto-titularam cintficos,especialmente Marx, usou a expresso utpico de formaprejorativa pra usar esse grupo e tentar se contrapor, essegrupo de pensadores broncos do sc. XIX so Simo por

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    exemplo, eles basicamente imaginavam um modelo desociedade, saiam da sociedade de alguma maneira econsideravam possivel sair da sociedade e formar pequenosncleos isolados, q funcionariam de acordo com os preceitos

    daquele acordo, com o passar do tempo esses ncleosdesses autores inspirariam a sociedade a se modificar,inspirariam as pessoas, novas geraes, formariam novaspessoas nessa concepo igualitria, e aos poucoscontaminaria a sociedade e sociedade iria se modificar dealguma maneira, isso foi considerado, na minha concepocorretamente mais ai que eu estou, como uma visoinviavel, um caminho inviavl da transformao da

    sociedade, os chamados socialistas cintficos criticaramesses autores, basicamente no perodo do sc. XIX epropuseram, buscaram analisar a realidade, especialmente aeconmia que apartir dai combinava com a realidade leis eformas de superao, superao da sociedade como umtodo, por meio de movimentos orgnicos, movimentosinternos na sociedade,

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