O Quarto Rei Mago

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O Quarto Rei Mago Vocês sabem a história dos três Reis Magos que viajaram do Oriente para Belém para adorar a Jesus e Lhe ofertar as dádivas de ouro, incenso e mirra? Vou-lhes contar a história do quarto Rei Mago que também viu a estrela e resolveu segui-la e do seu grande desejo de adorar o Rei Menino e Lhe oferecer as suas prendas. Ele morava nas montanhas da Pérsia e o seu nome era Artaban. Era alto, moreno, de olhos bem escuros: a fisionomia de um sonhador, a mente de um sábio. Um homem de coração manso e espírito indominável. Era um homem de posses. A sua moradia era rodeada de jardins bem tratados com árvores de frutas e flores exóticas. Suas vestes eram de seda fina e o seu manto da mais pura lã. Era seguidor de Zoroastro e numa noite se reuniu em conselho com nove membros da mesma seita. Eram todos sábios! Artaban lhes falou sobre a nova estrela que vira e o seu desejo de segui-la. Disse-lhes: "- Como seguidores de Zoroastro aprendemos que os homens vão ver nos céus, em tempo apontado pelo Eterno, a luz de uma nova estrela e nesse dia, nascerá um grande profeta e Ele dará aos homens a vida eterna, incorruptível e imortal, e os mortos viverão outra vez! Ele será o Messias, o Rei de Israel." E continuou: "- Os meus três amigos Gaspar, Melchior, Baltazar e eu, vimos a grande luz brilhante de uma nova estrela há vários dias e vamos sair juntos para Jerusalém para ver e adorar o Prometido, o Rei de Israel. Vendi a minha casa e tudo o que possuo e comprei estas jóias: uma safira, um rubi e uma pérola para oferecer como tributo ao Rei. Convido-os para virem comigo nesta peregrinação para juntos adorarmos o Rei!" Mas um véu de dúvida cobriu as faces de seus amigos: "- Artaban! Isso é um sonho em vão. Nenhum rei vai nascer de Israel! Quem acredita nisso é um sonhador!" E um a um, todos o deixaram. "- Adeus amigo!"

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O Quarto Rei Mago

         Vocês sabem a história dos três Reis Magos que viajaram do Oriente para Belém para adorar a Jesus e Lhe ofertar as dádivas de ouro, incenso e mirra?

         Vou-lhes contar a história do quarto Rei Mago que também viu a estrela e resolveu segui-la e do seu grande desejo de adorar o Rei Menino e Lhe oferecer as suas prendas. Ele morava nas montanhas da Pérsia e o seu nome era Artaban. Era alto, moreno, de olhos bem escuros: a fisionomia de um sonhador, a mente de um sábio. Um homem de coração manso e espírito indominável.

         Era um homem de posses. A sua moradia era rodeada de jardins bem tratados com árvores de frutas e flores exóticas. Suas vestes eram de seda fina e o seu manto da mais pura lã. Era seguidor de Zoroastro e numa noite se reuniu em conselho com nove membros da mesma seita. Eram todos sábios!

         Artaban lhes falou sobre a nova estrela que vira e o seu desejo de segui-la. Disse-lhes: "- Como seguidores de Zoroastro aprendemos que os homens vão ver nos céus, em tempo apontado pelo Eterno, a luz de uma nova estrela e nesse dia, nascerá um grande profeta e Ele dará aos homens a vida eterna, incorruptível e imortal, e os mortos viverão outra vez! Ele será o Messias, o Rei de Israel." E continuou:

         "- Os meus três amigos Gaspar, Melchior, Baltazar e eu, vimos a grande luz brilhante de uma nova estrela há vários dias e vamos sair juntos para Jerusalém para ver e adorar o Prometido, o Rei de Israel. Vendi a minha casa e tudo o que possuo e comprei estas jóias: uma safira, um rubi e uma pérola para oferecer como tributo ao Rei. Convido-os para virem comigo nesta peregrinação para juntos adorarmos o Rei!"

         Mas um véu de dúvida cobriu as faces de seus amigos: "- Artaban! Isso é um sonho em vão. Nenhum rei vai nascer de Israel! Quem acredita nisso é um sonhador!" E um a um, todos o deixaram. "- Adeus amigo!"

         Artaban pesquisando os céus viu de novo a estrela. "- É o sinal!" Disse ele. "- O Rei vai chegar e eu vou encontrá-Lo."

         Artaban preparou o seu melhor cavalo, chamado Vasda, e de madrugada saiu ás pressas, pois, para encontrar no dia marcado com Gaspar, Melchior e Baltazar, que já estavam a caminho, ele precisava cavalgar noite e dia. Já estava escurecendo e ainda faltavam mais ou menos três horas de viagem para chegar ao sítio de encontro e ele precisava estar lá antes de meia noite ou os três Magos não poderiam demorar mais à sua espera!

         "- Mas, o que é isto?" Na estrada, perto de umas palmeiras, o seu cavalo Vasda, pressentindo alguma coisa desconhecida, parou resfolegando, junto a um objeto escuro perto da última palmeira.

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         Artaban desmontou. A luz das estrelas revelou a forma de um homem caído na estrada. Um pobre hebreu entre os muitos que moravam por perto. A sua pele estava seca e amarela e o frio da morte já o envolvia. Artaban depois de examiná-lo deu-o por morto e voltou-se com um coração triste pois nada podia fazer pelo pobre homem.

         "- Mas o que foi isto?" Um suspiro fraco, e a mão óssea do hebreu fechou-se consultivamente no manto do sábio! Artaban, surpreso, sentiu-se frustrado! "- Que devo fazer? Se me demorar, os meus amigos procederão sem mim. Preciso seguir a estrela! Não posso perder a oportunidade de ver o Príncipe da Paz só para parar e dar um pouco de água a um pobre hebreu nas garras da morte!"

         "- Deus da Verdade e da Pureza, dirige-me no teu caminho santo, o caminho da sabedoria que só Tu conheces!" E Artaban carregou o hebreu para a sombra de uma palmeira e tratou-o por muitos dias até que ele se recuperou.

         "- Quem és tu?" perguntou ele ao Mago.

         "- Sou Artaban e vou a Jerusalém à procura Daquele que vai nascer: O Príncipe da Paz e Salvador de todos os homens. Não posso me demorar mais, mas aqui está o restante do que tenho: pão, vinho, e ervas curativas." O hebreu erguendo as mãos aos céus lhe disse: "- Que o Deus de Abraão, Isaac e Jacó o abençoe; nada tenho para lhe pagar, mas ouça-me: Os nossos profetas dizem que o Messias deve nascer, não em Jerusalém mas em Belém de Judá."

         Assim, já era muito mais de meia-noite e vários dias mais tarde quando Artaban montou de novo o seu cavalo Vasda e num galope rápido prosseguiu ao encontro de seus amigos.

         Aos primeiros raios do sol, checou ao lugar do encontro. Mas... onde estavam os três Magos? Artaban desmontou e ansioso, estudou todo o horizonte. Nem sinal da caravana de camelos dos seus amigos! Então entre uma pilha de pedras achou um pergaminho e a mensagem: "- Não pudemos esperar mais, vamos ao encontro do Rei de Israel. Siga-nos através do deserto."

         Artaban sentou-se e cobriu a cabeça em desespero! "- Como posso atravessar o deserto sem ter o que comer e com um cavalo cansado? Tenho mesmo que regressar à Babilônia, vender a minha safira e comprar camelos e provisões para a viagem. Só Deus, o misericordioso, sabe se vou encontrar o Rei de Israel ou não, porque me demorei tanto ao mostrar caridade."

         Artaban continuou a via pelo deserto e finalmente chegou em Belém, levando o seu rubi e a sua pérola para oferecer ao Rei. Mas as ruas da pequena vila, pareciam desertas. Pela porta aberta de uma casinha pobre, Artaban ouviu a voz de uma mulher cantando suavemente. Entrou e encontrou uma jovem mãe acalentando o seu bebê.

         Três dias passados ela lhe falou sobre os três Magos que estiveram na vila a que disseram terem sido guiados por uma estrela ao lugar onde José de Nazaré, sua esposa Maria, e o seu bebê Jesus estavam hospedados. Eles trouxeram prendas de ouro, incenso e mirra para o menino. Depois, desapareceram tão rapidamente quanto apareceram. E a família de Nazaré também saiu à noite, em segredo, talvez para o Egito.

         O bebê nos seus braços olhou para o rosto de Artaban e sorriu estendendo os braçinhos para ele. "Não poderia essa criança, ser o Príncipe Prometido? Mas não! Aquele que procuro já não está aqui e eu preciso encontrá-lo no Egito!"

         A Jovem mãe colocou o bebê no berço e preparou um almoço para o estranho hóspede que veio à sua casa. Subitamente, ouviu-se uma grande comoção nas

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ruas: gritos de dor, o chorar de mulheres, tocar de trombetas e o clamor: "- Soldados! os soldados de Herodes estão matando as nossas crianças!"

         A jovem mãe, branca de terror escondeu-se no canto mais escuro da casa, cobrindo o filho com o seu manto para que ele não acordasse e chorasse.

         Mas Artaban colocou-se em frente à porta da casa impedindo a entrada dos soldados. Um capitão aproximou-se para afastá-lo. A face de Artaban estava calma como se estivesse observando as estrelas. Fitou o soldado um instante e lhe disse: "- Estou sozinho aqui, esperando para dar esta joia ao prudente capitão que vai me deixar em paz." E mostrou o rubi brilhando na palma da sua mão como uma grande gota de sangue.

         Os olhos do capitão brilharam com o desejo de possuir tal joia! "- Marchem, Avante!" Gritou aos seus soldados. "- Não há criança aqui!" E Artaban olhando os céus orou: "- Deus da Verdade, perdoa o meu pecado! Eu disse uma coisa que não era, para salvar uma criança. E duas das minhas dádivas já se foram. Dei aos homens o que havia reservado para Deus. Poderei ainda ser digno de ver a face do Rei?"

         E Artaban prosseguiu na sua procura entre as pirâmides do Egito, em Heliopólis, na nova Babilônia às margens do Nilo... Numa humilde casa em Alexandria, Artaban procurou o conselho de um velho rabi que lhe falou das profecias e do sofrimento do Messias prometido e receitado pelos homens. "- E lembre-se, meu filho: o Rei que procuras não o vais encontrar num palácio ou entre os ricos e poderosos. Isto eu sei: os que o procuram devem fazê-lo entre os pobres e os humildes, os que sofrem e são oprimidos."

         E Artaban passou por lugares onde a fome era grande. Fez a sua morada em cidades onde os doentes morriam na miséria. Visitou os oprimidos nas prisões subterrâneas, os escravos nos mercados de escravos... Em toda a população de um mundo cheio de angústia ele não achou ninguém para adorar, mas muitos para ajudar! Ele alimentou os que tinham fome, cuidou dos doentes, e confortou os prisioneiros... E os anos passaram... 33 anos. E os cabelos de Artaban já não eram pretos, eram brancos como a neve nas montanhas. Velho, cansado e pronto para morrer, era ainda um peregrino à procura do Rei de Israel e agora em Jerusalém onde havia estado muitas vezes na esperança de achar a família de Belém.

         Os filhos de Israel estavam agora na cidade santa para a festa da Páscoa do Senhor e havia uma agitação e excitamento singular. Vendo um grupo de pessoas da sua terra, Artaban lhes perguntou o que se passava e para onde o povo se dirigia.

         "- Para o Gólgota!" lhe responderam, "- ...pois não ouviste? Dois ladrões vão ser crucificados e com eles, um homem chamado Jesus de Nazaré, que dizem, fez coisas maravilhosas entre o povo. Mas os sacerdotes exigiram a sua morte, porque disse ser o Filho de Deus. Pilatos O condenou a ser crucificado porque disseram ser Ele o Rei dos Judeus."

         "Os caminhos de Deus são mais estranhos do que o pensamento dos homens," pensou Artaban. "Agora é o tempo de oferecer a minha pérola para livrar da morte o meu Rei!" Ao seguir a multidão em direção ao portal de Damasco, um grupo de soldados apareceu arrastando uma jovem rapariga com vestes rasgadas e o rosto cheio de terror.

         Ao ver o mago, a jovem reconheceu-o como da sua própria terra e libertando se dos guardas atirou-se aos pés de Artaban: "- Tenha piedade!...", ela implorou... e pelo Deus da pureza, salva-me! Meu pai era mercador na Pérsia, mas faleceu e agora vão me vender como escrava para pagar seus débitos! Salva-me!"

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         Artaban tremeu. Era o velho conflito da sua alma entre a fé, a esperança e o impulso do amor. Duas vezes as dádivas consagradas foram dadas para a humanidade. E agora? Uma coisa ele sabia: "- Salvar essa jovem indefesa era um gesto de amor. E não é o amor a luz da alma?"

         Ele tirou a pérola de junto ao seu coração. Nunca ela pareceu tão luminosa! Colocou-a na mão da rapariga: '- Este é o teu pagamento, o último dos tesouros que guardei para o Rei!"

         Enquanto ele falava uma escuridão profunda envolveu a terra que tremeu consultivamente! Casas caíram, os soldados fugiram, mas Artaban e a rapariga protegeram-se de baixo do telhado sobre as muralhas do Pretório.

         "- O que tenho a temer," pensou ele, ...e para quê viver? Não há mais esperança de encontrar o Rei, a procura terminou, eu falhei." Mas mesmo esse pensamento lhe trouxe paz pois sabia que viveu de dia a dia da melhor maneira que soube. Se tivesse que viver de novo a sua vida não poderia ser de outra maneira.

         Mais um tremor de terra e uma telha desprendeu-se do telhado e feriu o velho Mago na cabeça. Repousou no chão e deitou a cabeça nos ombros da jovem com o sangue a escorrer do ferimento.

         Ao debruçar-se sobre ele, ela ouviu uma voz suave, como música vindo à distância. Os lábios de Artaban moveram-se como em resposta e ela escutou o que o velho Mago disse na sua própria língua: "- Não meu Senhor! Quando Te vi com fome e te dei de comer? Ou com sede e Te dei de beber? Ou quando Te vi enfermo ou na prisão e fui te ver? Por 33 anos eu Te procurei, mas nunca vi a Tua face, nem Te servi meu Rei!"

    E uma voz suave veio, mas desta vez dos céus. A jovem também compreendeu as palavras.

         "- Em verdade, em verdade vos digo que quando fizeste a um destes meus irmãos a mim o fizeste!"

         Uma alegria radiante iluminou a face calma de Artaban.

         Um suspiro longo e aliviado saiu de seus lábios.

         A viagem para ele havia terminado.

         O quarto Mago, Artaban, compreendeu que havia encontrado o seu Rei durante toda a sua vida!

Uma história de Henry Van Dyke

É NATAL! Que ofertamos ao Aniversariante?

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Geraldo José de Sousa

         No livro “Os mais belos contos de Natal”1, com o título de O Quarto Rei Mago, há um deles, belíssimo, escrito por Joannes Joergensen, no qual atribui a uma lenda o fato de que Jesus não sorriu, ao receber as oferendas dos Reis Magos (Gaspar, Melquior e Baltasar), que se constituíam de ouro, incenso e mirra.

         Mas o autor se refere à existência de um quarto rei, originário da Pérsia, que chegou atrasado... e de mãos vazias. Ao narrar por que chegara de mãos vazias, fez o pequeno Jesus se voltar para ele, estender-lhe suas mãozinhas e sorrir-lhe.

         Em seu relato afirma que, ao partir de seu amado país, trazia-Lhe precioso tesouro: três pérolas brancas, cada uma semelhante a um ovo de pomba, retiradas do Mar da Pérsia.

         Contudo, a primeira delas ofertou ao hospedeiro de uma estalagem, a fim de que buscasse um médico para um velho que tremia de febre, estendido num banco, próximo à lareira. Era magro e pobre, e muito parecido com seu próprio pai... Certamente seria enxotado no dia seguinte, se não morresse até lá. Que cuidasse dele e, se fosse o caso, desse-lhe sepultura digna.

         No dia seguinte, em viagem, ouviu gritos vindos de um bosque. Verificou que se tratava de soldados que iam violentar jovem mulher.

         Com a segunda pérola comprou sua liberdade. Ela beijou as mãos do rei e fugiu célere para as montanhas.

         Restava-lhe uma pérola e, ao menos esta, pensava consigo, seria entregue ao pequeno Rei, nascido no Ocidente.

         Seguindo em frente, aproximou-se de uma pequena cidade em chamas. Eram os soldados de Herodes, a executar-lhe as ordens de matar as crianças de dois anos para baixo.

         Um deles mantinha, dependurado por uma perna, pequeno menino que se debatia e gritava. Ameaçava jogá-lo ao fogo. Sua mãe gritava desesperadamente.

         Com a terceira pérola resgatou a criança, devolvendo-a a mãe, que a enlaçou em seus braços, fugindo, sem ao menos agradecer-lhe, tamanha era sua angústia.

         Por isso, chegara de mãos vazias... e lhe pedia perdão.

*

         Aquele rei trazia, sim, as mãos vazias, mas o coração, esse, estava pleno de amor.

         A compaixão que o moveu, nas três circunstâncias, foi o melhor presente que, afinal, ofereceu ao meigo Jesus, ainda infante. Na sua conduta, demonstrou que se harmonizava com os futuros ensinos de Jesus em seu Evangelho.

         Nele, a vivência era visível e já se tornara uma segunda natureza. Já possuía o salutar hábito da bondade, em todas as ações.

         O Espiritismo, o Consolador prometido por Jesus, tem como objetivo primordial

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restabelecer, na Terra, o Cristianismo primitivo, sem os atavios e distorções que lhe acrescentamos, os homens que o não assimilamos, que o não compreendemos.

         Em Jesus temos “o conquistador diferente”, no dizer do Irmão X2: “Jamais humilhou e feriu (...) recebeu sem revolta, ironias e bofetadas (...)”. Assim ainda o temos tratado.

          Pois, que temos nós ofertado ao Divino Amigo?

          Que temos feito de nossas vidas?

          Será que o fazemos sorrir? Ou chorar?

          Nossas mãos estão vazias porque nos despojamos de egoísmo e somos mais fraternos, mais dados à compaixão, mais caridosos material e moralmente, ou por que nada nos comove?

          Temos hoje nova visão do Natal, ou permanecemos nas velhas ilusões do desperdício, da matança dos animais, das bebedeiras, da alegria exterior?

          Compartilhamos com o próximo, de qualquer condição social, o júbilo íntimo, os bens e os talentos?

          No nosso Natal, o Cristo está presente?

         Jesus veio ao mundo, no dizer de Isaías (61:!) “(...) para anunciar a Boa Nova aos pobres. (...) para proclamar a libertação dos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos (...)”3.

         Somos cativos, sim, da ignorância e de seus efeitos. Dos vícios e do comodismo.

         Por ignorarmos a Lei, que Jesus resumiu no Amor a Deus e ao Próximo, é que nos mantemos escravos dos compromissos cármicos. Sofremos as reações más de ações também más. Para sairmos desse círculo vicioso de reencarnações dolorosas, indispensável aviar (executar), a receita que o Mestre nos trouxe no Evangelho do Reino.

         Nossa evangelização é um processo. Não se acaba. Não se esgota na prática de uma ou outra ação generosa. Não deve se restringir à caridade material de fins de semana ou à frequência desatenta aos cultos periódicos de quaisquer seitas.

         Para se tornar efetiva e transformadora, conscientizemo-nos de que é de todos os momentos e lugares, não se limitando a ocasiões determinadas.

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         É claro que o Natal é motivo para nos rejubilarmos. Jesus veio para nos libertar. Mas nossa libertação depende de nossa adesão aos ensinos contidos na Boa Nova do Reino. O mensageiro celeste, ao se dirigir aos pastores, na noite de Seu nascimento, deixa bem claro: “Não temais; eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lucas 2,10-11)

         Natal e fim de ano são momentos propícios à reflexão, ao balanço do uso do tempo que passou, à idealização de projetos novos para o ano que recomeça.

          Que temos feito de nossos talentos e de nossas vidas?

          Como será, quem sabe, nossa prestação de contas?

         “(...) o dia do Senhor vem como ladrão de noite (...)”. (Paulo 1 Ts, 5-2)

          Temos buscado nos tornar dignos de tantas bênçãos?

         Se nossas ações levarem alegria ao Divino Amigo, também nós seremos felizes.

          Que tal incluirmos nos projetos para o Natal e Ano Novo – para todos os Natais e Anos Novos que virão – espaço para as lições que Ele nos trouxe há dois mil anos?

         Projetar e REALIZAR, pois que “ (...) a fé sem as obras é inoperante.” (Tiago 2, 20).

Referências Bibliográficas:1 “Os mais belos contos de Natal”, Ed. Vozes, Pág. 47, 1993.

2 “Antologia Mediúnica do Natal”, de Autores Diversos, Cap. 3, 3ª ed. FEB – 1990.3 “Bíblia Sagrada”, Trad. João Ferreira de Almeida, Soc. Bíblica do Brasil, 1969.

Fonte: Revista Reformador, Editora FEB, de dezembro de 1996.

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“O Verdadeiro Sentido do Natal”

O que significa Natal?

Significa Nascimento.

Desenho de bebê.

Quem é o aniversariante tão ilustre?

J E S U S!

Desenho de Jesus.

Como é comemorado pela maioria das pessoas?

Desenho de árvore de natal, presentes, Papai Noel e comida.

E como todos nós deveríamos comemorar?

Com Jesus nascendo em nossos corações todos os dias.

Desenhos de 07 corações, cada um com o nome de um dia da semana.

De que forma?

Praticando os principais ensinamentos transmitidos por Jesus: “Amar ao próximo como a ti mesmo” e “Fazer ao outros, o que gostaríamos que nos

fizessem”.

Desenhos de situações amorosas, solidariedade, caridade.

Deus, em sua bondade e misericórdia, nos enviou Jesus para nascer em nossos corações, fazendo reinar a Paz, o Amor e a Solidariedade.

Desenhos de situações de paz, amor e solidariedade.

Que o Natal seja percebido, seja vivido por nós a cada mês do ano!!

F E L I Z N A T A L!!!

Desenho de Jesus nos abençoando.

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P A R A R E F L E T I R:

Pois, que temos nós ofertado ao Divino Amigo?

Será que o fazemos sorrir? Ou chorar?

Nossas mãos estão vazias porque nos despojamos de egoísmo e somos mais fraternos, mais dados à compaixão, mais caridosos material e moralmente, ou por que nada nos comove?

Temos hoje nova visão do Natal, ou permanecemos nas velhas ilusões do desperdício, da matança dos animais, das bebedeiras, da alegria exterior?

Compartilhamos com o próximo, de qualquer condição social, o júbilo íntimo, os bens e os talentos?

No nosso Natal, o Cristo está presente?

Que temos feito de nossos talentos e de nossas vidas?

Como será, quem sabe, nossa prestação de contas?

Temos buscado nos tornar dignos de tantas bênçãos?

Que tal incluirmos nos projetos para o Natal e Ano Novo – para todos os Natais e Anos Novos que virão – espaço para as lições que Ele nos trouxe há mais de dois mil anos?

Noite de Feliz (Versão Espírita para criança – DIJ – Centro Espírita Perdão e Caridade – Lisboa)

G

Noite feliz. Noite de Luz

D7            G

Pois nasceu Cristo Jesus

C             G

Maior exemplo de amor e bondade

Page 10: O Quarto Rei Mago

C            G

Nos ensinou as mais belas verdades

D7            G

Jesus nosso irmão

D7            G

Ensinou amar sem distinção

Noite de Feliz (Versão Espírita para jovens – DIJ – Centro Espírita Perdão e Caridade - Lisboa)

G

Noite feliz. Noite de Luz

D7            G

Pois nasceu Cristo Jesus

C            G

Maior exemplo de amor e bondade

C            G

Nos ensinou as mais belas verdades

D7            G

Jesus nosso irmão

D7            G

Ensinou amar sem distinção

G

Noite feliz. Noite de Luz

D7            G

Pois nasceu o Mestre Jesus

C            G

Maior exemplo de virtude e humildade

C            G

Nos demonstrou o que é a caridade

D7            G

Jesus nosso irmão

Page 11: O Quarto Rei Mago

D7            G

Ensinou a paz e a união

G

Noite feliz. Noite de Luz

D7            G

Encarnou o Mestre Jesus

C            G

Ele é o Guia de toda a humanidade

C            G

Com a missão de ensinar a Verdade

D7            G

Jesus nosso irmão

D7            G

Ensinou o Amor e o Perdão

Responsabilidade: Marcia Silva

Colaboradores: Paulo Pargana e São Ferreira

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Ligue os pontos e descubra quem é o amigo da foto

Page 13: O Quarto Rei Mago

Vida de Jesus

         Prece inicial

         Primeiro momento: descobrir o personagem principal da aula através de uma brincadeira.

         [Clique aqui e siga as instruções]

         Segundo momento: contar a história de Jesus e ir mostrando gravuras para ilustrar os acontecimentos.

         [Primeira gravura: Nascimento de Jesus]         Maria era uma jovem muito bondosa. Ela casou com José, um carpinteiro de

Nazaré. Um dia, ela foi informada pelo Plano Espiritual que daria a luz a um menino; ele se chamaria Jesus. Quando Maria estava em estado adiantado de gravidez, ela e

seu marido precisaram viajar de Nazaré (Galiléia), até Judéia, pois naquela época César Augusto decretou que fosse realizado um Censo (contagem dos habitantes de um lugar) e todos deveriam se alistar na cidade do patriarca da família. Como José

nasceu na cidade de Belém (Judéia) precisaram ir até lá para participarem do Censo, conforme mandava a Lei. E aconteceu que, estando ali, chegou o dia em que

Maria devia dar à luz. José e Maria tentaram achar uma hospedaria para se acomodarem, mas estavam todas lotadas, restando-lhes como único local uma

estrebaria. Foi lá que Maria deu à luz ao menino Jesus.

         [Segunda gravura: Maria sua mãe]

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         Maria, mãe de Jesus, trabalhava no tear. Além de tecer, fazia o serviço da casa e cozinhava. Jesus a ajudava carregando lenha e água, atendendo sempre os

pedidos da mãe.

         [Terceira gravura: Jesus ajudando o pai]         O pai de Jesus se chamava José. Ele trabalhava em sua oficina, pois era

carpinteiro. Jesus gostava muito de ajudar o pai e quando ficou adulto tornou-se carpinteiro ( quem faz móveis de madeira).

         [Quarta gravura: Jesus no templo]         Certo dia, José e Maria estavam no templo e, após um momento de distração,

não encontraram o menino. Jesus estava com os Doutores da Lei, homens que estudavam a Lei de Moisés. O garoto deixou esses sábios surpresos com os seus

conhecimentos e com a sua inteligência. Tinha Jesus doze anos nessa ocasião e se preparava para desempenhar grande missão na Terra.

         [Quinta gravura: Jesus sendo batizado por João Batista]         O batismo de água era uma prática simbólica em que a pessoa dava um

testemunho público do arrependimento e propósito de corrigir-se, ficando então livre dos seus pecados. Naquela época o batismo era realizado em adultos, através

da imersão (mergulho) em um rio. João, conhecendo Jesus como pessoa de costumes puros, não o queria batizar. Disse ele:

         - Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?         - Deixa, por agora, porque nos convém cumprir toda a justiça - respondeu

Jesus.         A justiça a que Jesus se referia eram as ordenações de Moisés e dos profetas,

que o povo judeu tinha por lei. Entre outros anúncios sobre o Messias, Izaías profetizara (cap. 11 v.2):

         - E repousará sobre ele o espírito do senhor, o espírito de sabedoria e de inteligência, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de

temor do Senhor.         Esse aviso se cumpriu logo, quando, após ser batizado por João, Jesus saiu das

águas do rio e, na margem, se pôs a orar. Então, a João "se lhe abriram os céus" (enxergou espiritualmente) e viu o espírito de Deus (um bom espírito da parte de

Deus) descendo como pomba (em manifestação espiritual) sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: "Este é meu filho amado, em quem me comprazo".(Mt. 3 vs 16-

17.). Era o sinal espiritual que João Batista vinha esperando para conhecer o Messias. A partir de então, João testemunhava a respeito de Jesus.

         Jesus ia por toda Galiléia, ensinando nas Sinagogas, preparando o Evangelho do reino e curando as enfermidades do povo. Ele falava de amor, perdão, caridade, paz e humildade. Sua reputação se espalhou por vários lugares e era acompanhado por grande multidão em suas pregações. De todos os fatos que dão testemunho do

poder de Jesus, os mais numerosos são as curas. Ele deseja ensinar que o verdadeiro poder é o daquele que faz o bem. O seu objetivo era ser útil e não satisfazer a curiosidade dos indiferentes, por meio de coisas extraordinárias.

         [Sexta gravura: Os soldados prendem Jesus]         Assustados com o poder das palavras de Jesus sobre a multidão, os

sacerdotes, receosos de perderem o prestígio junto ao povo, reuniram-se na casa de um deles (Caifás) e planejaram a morte de Jesus. Eles ofereceram a Judas, um de

seus discípulos, trinta moedas de prata para que o entregasse ao Templo.         Quando o soldado chegou ao Horto das Oliveiras para prender Jesus, Pedro quis defendê-lo, atacando com uma espada, mas o Mestre disse-lhe: "Embainha a

tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, pela espada perecerão". (Mateus 26.52).

         Em nenhum momento Jesus permitiu a violência e acompanhou os guardas com calma, dizendo aos discípulos que tudo se faria conforme as escrituras

sagradas. Foi condenado à crucificação, mas não fugiu, demonstrando a coragem de ensinar a verdade até o último momento.

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         [Sétima gravura: A crucificação de Jesus]         Jesus foi levado da casa de Caifás (sumo sacerdote dos judeus naquele ano)

para a casa de Pilatos (governador romano) como se fosse um malfeitor. Os judeus não queriam matar Jesus, por estarem comemorando a páscoa e por isso, levaram-

no a Pilatos para que o governo romano ordenasse sua morte.         Após fazer várias perguntas a Jesus, Pilatos voltou aos judeus e disse que não

achava nele crime algum, perguntando-lhes se gostariam que soltasse o rei dos judeus. Mas o povo não aceitou e Pilatos mandou então os soldados açoitarem

Jesus. Após várias torturas, Pilatos novamente entregou Jesus aos judeus, dizendo que não achava nele crime algum, mas os judeus responderam que ele deveria morrer por ter afirmado que era filho de Deus. Então Pilatos o entregou para ser

crucificado.         Jesus carregou sua própria cruz até um lugar chamado Gólgota. Ali ele foi

crucificado, no meio de dois ladrões. Junto da cruz estavam Maria, sua mãe, Maria de Cleofas, Maria Madalena e o discípulo João.

         [Oitava gravura: Aparecimento de Jesus em Espírito]         Jesus, após a morte de seu corpo físico, apareceu, em espírito, aos apóstolos e

a alguns amigos, ficando junto deles por alguns dias. Comprovou, assim, que o espírito não morre e que a vida continua, em espírito, após a morte do corpo

material.

         Terceiro momento: os evangelizandos podem pintar as gravuras distribuídas em formato pequeno (xerox reduzido) e colar uma a outra, montando um cineminha com um pote grande de margarina ou algo semelhante. Também

podem ser distribuídas as gravuras em tamanho maior, a fim de que eles pintem e colem em um papel pardo, fazendo uma história em quadrinhos.

         Tema: contar a história em casa para a família.

         Prece de encerramento

         [Dicas que deram certo nas aulas sobre a vida de Jesus]

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