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O Processo de Trabalho Gerenciar em Enfermagem e o Sistema Único de Saúde 1 GRECO, ROSANGELA MARIA 2 Objetivos Compreender como esta estruturado o Sistema Único de Saúde (SUS) e como se dá a participação do enfermeiro no sistema. Compreender a gerência como uma dimensão do processo de trabalho do enfermeiro como facilitadora das ações de enfermagem; Descrever as competências gerenciais do enfermeiro; Identificar a atuação do enfermeiro na gerência do cuidado e da unidade de trabalho; Conhecer as tendências e perspectivas da gerência em enfermagem. “A finalidade do trabalho não é resposta ao desejo de apenas um sujeito, mas é para atender às necessidades de um conjunto social. É pelo trabalho que o ser humano acumula saberes e fazeres capazes de mudar a sociedade, enquanto se reproduz, traduzindo a noção de historicidade” VELLOSO; SILVA (2014, p. 30) Para inicio de conversa... A partir da década de setenta, em nosso país, tem inicio o processo de reforma do Sistema de Saúde, o que culminou em 1986 com a realização da VIII Conferência Nacional de Saúde, onde há a proposição da adoção de uma política de saúde universalista. Com a Nova Constituição Brasileira e a promulgação das Leis Orgânicas da Saúde (8080 e 8142), consolida-se a criação do Sistema Único de Saúde (NUNES, 2006). Neste cenário, a discussão sobre os modelos de Gestão dos Serviços de Saúde, ganha espaço, força e importância na busca por alternativas organizacionais e de gestão que contribuam para um Sistema de Saúde que seja comprometido com a defesa da vida, individual e coletiva e com os princípios e diretrizes do SUS (CARVALHO; CUNHA, 2006; TEIXEIRA, 2011). O SUS, instituído em 1988, propõe uma reforma administrativa com: descentralização, hierarquização, desconcentração dos serviços do nível central e dos estados para os municípios, mecanismos de controle e regulação entre as esferas de governo, direção voltada para resultados; Assim o Ministério da Saúde tem incentivado que Estados e Municípios discutam e desenvolvam formas atualizadas de gestão e gerenciamento dos sistemas e serviços de saúde, e para isto tem investido em cursos de especialização e de capacitação, sejam presenciais ou a distância. Deseja-se do gestor contemporâneo, capacidade para assimilar as necessidades, complexidades e diversidades atuais, recuperando os aspectos positivos do passado, gerenciando o conhecido e o desconhecido, o objetivo e o subjetivo, o fácil e o difícil, com as pessoas e não para e sobre elas, o que implica na discussão das competências gerenciais – conhecimentos, habilidades e atitudes - necessárias para dar conta destas exigências (SANTOS, 2007). E neste contexto, nós enfermeiros, temos um papel essencial, por sermos os profissionais que historicamente discutimos e estudamos a administração como uma das dimensões do cuidar, como uma ferramenta que se bem utilizada pode contribuir para uma assistência de qualidade. Assim é que discutiremos neste texto como esta estruturado o Sistema Único de Saúde, e como se dá a participação da enfermagem com enfase nas competências dos enfermeiros na administração/gerência/gestão do processo de trabalho. Senta que lá vem história.... 1 Este texto foi elaborado como material instrucional para a Disciplina Administração em Enfermagem II, para os acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem do 7º período da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora. Pedimos que caso haja o interesse em utilizar este material para outro fim seja citada a fonte. 2 Enfermeira, Doutora em Saúde Pública, Professor Associado do Departamento de Enfermagem Básica da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora. 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENFERMAGEM DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM BÁSICA DISCIPLINA ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM II

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O Processo de Trabalho Gerenciar em Enfermagem e o Sistema Único de Saúde1

GRECO, ROSANGELA MARIA2

Objetivos Compreender como esta estruturado o Sistema Único de Saúde (SUS) e como se dá a

participação do enfermeiro no sistema. Compreender a gerência como uma dimensão do processo de trabalho do enfermeiro como

facilitadora das ações de enfermagem; Descrever as competências gerenciais do enfermeiro; Identificar a atuação do enfermeiro na gerência do cuidado e da unidade de trabalho; Conhecer as tendências e perspectivas da gerência em enfermagem.

“A finalidade do trabalho não é resposta ao desejo de apenas um sujeito, mas é para atender àsnecessidades de um conjunto social. É pelo trabalho que o ser humano acumula saberes e fazeres

capazes de mudar a sociedade, enquanto se reproduz, traduzindo a noção de historicidade”VELLOSO; SILVA (2014, p. 30)

Para inicio de conversa... A partir da década de setenta, em nosso país, tem inicio o processo de reforma do Sistema deSaúde, o que culminou em 1986 com a realização da VIII Conferência Nacional de Saúde, onde há aproposição da adoção de uma política de saúde universalista. Com a Nova Constituição Brasileira e apromulgação das Leis Orgânicas da Saúde (8080 e 8142), consolida-se a criação do Sistema Único deSaúde (NUNES, 2006).

Neste cenário, a discussão sobre os modelos de Gestão dos Serviços de Saúde, ganha espaço,força e importância na busca por alternativas organizacionais e de gestão que contribuam para umSistema de Saúde que seja comprometido com a defesa da vida, individual e coletiva e com osprincípios e diretrizes do SUS (CARVALHO; CUNHA, 2006; TEIXEIRA, 2011).

O SUS, instituído em 1988, propõe uma reforma administrativa com: descentralização,hierarquização, desconcentração dos serviços do nível central e dos estados para os municípios,mecanismos de controle e regulação entre as esferas de governo, direção voltada para resultados;

Assim o Ministério da Saúde tem incentivado que Estados e Municípios discutam edesenvolvam formas atualizadas de gestão e gerenciamento dos sistemas e serviços de saúde, e paraisto tem investido em cursos de especialização e de capacitação, sejam presenciais ou a distância.

Deseja-se do gestor contemporâneo, capacidade para assimilar as necessidades,complexidades e diversidades atuais, recuperando os aspectos positivos do passado, gerenciando oconhecido e o desconhecido, o objetivo e o subjetivo, o fácil e o difícil, com as pessoas e não para esobre elas, o que implica na discussão das competências gerenciais – conhecimentos, habilidades eatitudes - necessárias para dar conta destas exigências (SANTOS, 2007).

E neste contexto, nós enfermeiros, temos um papel essencial, por sermos os profissionais quehistoricamente discutimos e estudamos a administração como uma das dimensões do cuidar, comouma ferramenta que se bem utilizada pode contribuir para uma assistência de qualidade.

Assim é que discutiremos neste texto como esta estruturado o Sistema Único de Saúde, ecomo se dá a participação da enfermagem com enfase nas competências dos enfermeiros naadministração/gerência/gestão do processo de trabalho.

Senta que lá vem história....

1 Este texto foi elaborado como material instrucional para a Disciplina Administração em Enfermagem II, para os acadêmicos do Curso de Graduação em Enfermagem do 7º período da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora.

Pedimos que caso haja o interesse em utilizar este material para outro fim seja citada a fonte.2 Enfermeira, Doutora em Saúde Pública, Professor Associado do Departamento de Enfermagem Básica da Faculdade de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENFERMAGEM

DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM BÁSICA DISCIPLINA ADMINISTRAÇÃO EM ENFERMAGEM II

Para estudarmos e entendermos o Sistema Único de Saúde – SUS, e como se dá aparticipação da enfermagem neste sistema é necessário compreender os modelos assistenciaispresentes.

Os modelos, se constroem, se organizam e são fruto de uma relação dinâmica, que ésocial e política, como uma consequência de interesses dos grupos sociais, sendo, portantoconstruções históricas dos homens. Eles são também os modos como o Estado, a sociedadecivil, as instituições de saúde, as organizações de trabalhadores, as empresas que atuam nosetor, se organizam para produzir serviços de saúde (ALMEIDA, el al 1989; MELO, 1996;MENDES, 2011)

Assim podemos definir Modelo Assistencial como sendo uma combinação tecnológica(conhecimentos, técnicas, equipamentos e outros recursos) com distintos graus de complexidade,utilizado para a organização dos serviços de saúde, em um território determinado, para grupospopulacionais específicos, considerando e articulando as relações estabelecidas pelos prestadores deserviços entre si e com a população, a situação demográfica e epidemiológica e os determinantessociais da saúde (MELO,1996; MENDES, 2011).

Em relação à assistência de saúde nos dias de hoje pode-se afirmar que no Brasil estãopresentes vários modelos (MENDES, 1999)

• O Modelo Assistencial Sanitarista (hegemônico do início do século atémeados dos anos 60 – campanhas, programas especiais e ações de vigilânciaepidemiológica e sanitária);

• O Modelo Médico Assistencial Privatista (hegemônico dos meados dos anos60 até final dos anos 80 – ênfase na assistência médico-hospitalar e nosserviços de apoio diagnóstico e terapêutico) e

• O Modelo do Sistema Único de Saúde – SUS – instituído em nosso país pelaConstituição Federal de 1988 - organizado segundo as diretrizes de:descentralização, mando único em cada esfera de governo, atendimentointegral e participação comunitária. E que se assenta em três aspectosfundamentais - o conceito abrangente de saúde, a concepção de que a saúde éum direito de cidadania e um dever do estado e a reformulação do sistema desaúde como uma proposta estratégica tendo como princípios: universalidadedo acesso, equidade, descentralização, participação popular e assistênciaintegral à saúde com a unificação das ações curativas e preventivas, sobregulação do estado;

Com a criação do SUS, firmou-se também, um sistema plural de saúde, composto portrês subsistemas: o subsistema público – SUS –; o subsistema de atenção médica supletivae o subsistema de desembolso direto, assim o SUS inclui serviços estatais e serviçosprivados pactuados com o Estado, seja por convênios, ou contratos, recebendo recursosestatais pela prestação de serviço (MENDES, 1999).

Portanto, os serviços públicos são administrados direta ou indiretamente pelo PoderPúblico e são financiados com os recursos oriundos de impostos e taxas, já os privados sãoestruturados por empresas privadas e financiados por quem utiliza dos serviços, que pagamdiretamente pela assistência (RODRIGUES; SANTOS, 2011).

O sistema público é composto pelas instituições de saúde (BRASIL, 2002):Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) - unidade de prestação de assistência àsaúde a população de uma área geográfica delimitada, com atividades de promoção,prevenção, vigilância à saúde da comunidade e atendimento a pacientes externos de formaprogramada e continua, é a estrutura física básica de atendimento onde a comunidade deveconseguir resolver a maioria dos problemas;Unidade Intermediária de Atendimento – serviços de prestação de assistência à saúde apacientes externos em situações de sofrimento, sem risco de vida (urgência) ou com risco devida (emergência), são as Unidades de Pronto Atendimento - UPAS; Unidade de atendimento hospitalar – prestação de atendimento de assistência à saúde emregime de internação, estas unidades podem se subdividir em:

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Hospital geral – destinado a prestar assistência à saúde nas várias especialidades, podendo tera sua ação limitada a um grupo etário (hospital infantil), a determinada camada da população(hospital militar) ou a finalidade especifica (hospital de ensino);Hospital especializado – destinado predominantemente, a prestar assistência à saúde a umadeterminada especialidade.

Na atualidade a assistência à saúde e de competência do Ministério da Saúde que devedispor de todas as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, reduzindo asenfermidades, controlando as doenças endêmicas e parasitárias, melhorando a vigilância àsaúde e dando qualidade de vida ao brasileiro.

Cabendo a ele entre outras as seguintes responsabilidades: Definição de uma política nacional de saúde; Coordenação e fiscalização do Sistema Único de Saúde; Saúde ambiental e ações de promoção, proteção e recuperação da saúde individual

e coletiva, inclusive a dos trabalhadores e dos índios; Informações de saúde; Insumos críticos para a saúde; Ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário de fronteiras e de portos

marítimos, fluviais e aéreos; Vigilância de saúde, especialmente drogas, medicamentos e alimentos; Pesquisa científica e tecnologia na área de saúde.O Ministério da Saúde - MS, com vistas a organizar um modelo que dê conta das

necessidades de saúde da população brasileira tem proposto a organização do SUS em regiões desaúde a partir das Redes de Atenção à Saúde (RAS), que consistem em “uma estratégia parasuperar a fragmentação da gestão e da atenção e assegurar ao usuário o conjunto de ações desaúde com efetividade, eficiência, segurança, qualidade e equidade” (BRASIL, 2012).

O esforço de organizar o SUS na perspectiva das RAS objetiva integrar as políticas,estratégias e programas federais, incluindo o repasse de recurso, mas, principalmente, a integraçãoreal destes serviços e equipes no cotidiano, de modo a construir/fortalecer redes de proteção emanutenção da saúde das pessoas (BRASIL, 2011).

Segundo Mendes (2011), na concepção de Redes de Atenção à Saúde, os diferentes níveisde atenção à saúde e serviços com diferentes densidades tecnológicas integram-se através de umarede poliárquica, que se organiza através de um centro de comunicação que coordene os fluxos,organização diferente ao modelo conceituado como hierarquizado e caracterizado por níveis decomplexidade (BRASIL, 2012).

Figura 1: (modificado) A mudança dos sistemas piramidais e hierárquicos para as redes de atenção àsaúde (MENDES, 2011).

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A Atenção Básica, integra-se como centro de comunicação das necessidades de saúde dapopulação responsabilizando-se de forma contínua e integral, através do cuidadomultiprofissional, do compartilhamento de objetivos e compromissos, enfatizando a funçãoresolutiva dos cuidados primários sobre os problemas mais comuns de saúde. Estimula-se, nesteformato, um agir a partir de uma rede horizontal e integrada, conformadas a partir de pontos deatenção à saúde (BRASIL, 2012, p. 3).

E neste contexto como fica a enfermagem? Como já dissemos anteriormente aenfermagem é um processo de trabalho interdependente dos demais processos de trabalho quecompõem o processo de produção em saúde, é um trabalho que não se faz isolado oudesarticulado do contexto social, político e econômico, como consequência no decorrer dodesenvolvimento de nossa sociedade a enfermagem foi se constituindo, desenvolvendo o seuprojeto político legal de modo articulado e respondendo as necessidades e modelos de atençãoa saúde instituídos (ALMEIDA; ROCHA, 1997).

A Enfermagem no SUSAo mesmo tempo em que a enfermagem se submete aos modelos assistenciais, como uma

prática social ela também participa do processo, contribuindo e influenciando as mudanças no Sistemade Saúde.

Assim, uma vez que o objeto de trabalho e a finalidade da Enfermagem são idênticas às dasdemais práticas sociais em saúde, e ela se constitui como um dos meios/instrumentos desse processode produção maior, tanto no modelo individual como no de saúde coletiva, ela se operacionaliza pordiferentes processos de trabalho, ou dimensões: o de assistência à saúde – cuidar; o de gerenciamentodessa assistência – administrar, o de investigação científica (gerando o saber necessário à produção),o de ensino e o de participação política (QUEIROZ; SALUM, 1996; MALAGUTTI; CAETANO,2009; SANNA, 2007).

Mas, qual é então a especificidade do trabalho em enfermagem? A especificidade do trabalhoda enfermagem esta na sua forma de intervenção no objeto, ou seja, nos meios e instrumentos queutiliza para transformar o objeto em direção a finalidade. Historicamente esses meios e instrumentostem sido: observação, levantamento de dados, planejamento, evolução, avaliação, sistemas deassistência, procedimentos técnicos, procedimentos de comunicação e de interação, a própria força detrabalho, os equipamentos e materiais, os modelos e métodos de administração entre outros(QUEIROZ; SALUM, 1996; ALMEIDA; ROCHA, 1997).

Nós já vimos que o trabalho da enfermagem é desenvolvido por mais de uma categoriaprofissional, e ocorre através de ações hierarquizadas que são distribuídas segundo graus decomplexidade. Ele pressupõe assim, que se tenha um trabalhador – o enfermeiro – melhor preparadopara garantir a unidade e organização desse trabalho coletivo e que seja capaz também de planejar edesenvolver novos processos, métodos e instrumentos.

Além disso, o mercado profissional espera do enfermeiro uma capacidade para trabalhar comconflitos, enfrentar problemas, negociar, dialogar, argumentar, propor e alcançar mudanças, comestratégias que aproximem da equipe e do cliente contribuindo para a qualidade do cuidado, ou seja,espera do enfermeiro uma capacidade para gerenciar (LUNARDI; LUNARDI, 1996).

Portanto, o enfermeiro tem que ter competência para desempenhar estes papéis, ele precisa terconhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) para realizar com eficácia e eficiência estas funções(ROTHBARTH; WOFF; PERES, 2009).

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GERENCIAR

ENSINARPARTICIPAR POLITICAMENTE

CUIDAR

PESQUISAR

ENFERMAGEM

A função gerencial do enfermeiro é um fato e também recebe as influências de determinantessócios, políticos, culturais e econômicos, ela não pode ser compreendida como um trabalho isolado,ela é um processo que depende de uma ação cooperativa de um grupo de pessoas. Além disso, ela nãoé neutra, podendo assumir a posição de manutenção, reforma ou transformação, mas apesar disso nãose pode dar a ela o papel principal e único das transformações (KURCGANT, 2002; BARROS, 1993).

Nesta concepção a gerência em enfermagem pode ser conceituada como sendo uminstrumento capaz de política e tecnicamente, organizar o processo de trabalho com o objetivo detorná-lo mais qualificado e produtivo na oferta de uma assistência de enfermagem universal,igualitária e integral, contribuindo para a consolidação do SUS (BARROS, 1993).

O ato de gerenciar é instituir práticas como análise do processo de trabalho, o diálogo, aparticipação e o debate com toda a equipe de saúde (SPAGNOL, 2005).

O novo paradigma gerencial, e as competências gerencias no século XXI.A necessidade da administração/gerência/gestão existe desde as mais antigas sociedades,

todavia foi com a expansão do processo de produção industrial na Inglaterra, França e EUA que asmudanças na organização do trabalho, com a separação entre a concepção, a execução e o controle,fizeram com que a prática e a teoria da administração/gerência/gestão do trabalho ganhassem impulso(PINHEIRO, 1998; CHIAVENATO, 2013).

A este respeito nós já discutimos os conceitos, objetivos e a evolução da administração geral, aorigem, e como se deu a evolução do saber administrativo na enfermagem.

Além disso, vocês já estudaram e discutiram as Teorias – Científica, Clássica, RelaçõesHumanas, Burocrática, Comportamental, de Sistemas e Contingencial - que embasam a ciência daadministração e sua aplicação e presença na Enfermagem.

Vocês viram também que as teorias administrativas surgiram como uma consequência docontexto sócio, político e econômico que ao transformar os modelos de organização do trabalho foramtransformando também as formas de compreender e de se utilizar a ciência administração nasinstituições e serviços, pois o desenvolvimento contínuo das forças produtivas, a internacionalizaçãodos mercados e os conflitos sociais e organizacionais é que levam a respostas mais abrangentes para asquestões administrativas (PARK,1997; CHIAVENATO, 2013).

Nos últimos anos em nosso país, o termo – administração – tem sido substituído por gerênciadevido ao desgaste e as falhas na prática administrativa, que fazem com que na utilização deste termoos sentimentos sejam de descrença, insatisfação, inutilidade e pessimismo em relação a quem os utilizae a sua atuação (MOTTA, 1998).

Mas, o desgaste do termo não modificou a realidade das instituições e serviços onde continuaexistindo a necessidade de condução, tomada de decisão, liderança e supervisão e assim foramsurgindo e sendo utilizados outros termos como gerência, e gestão (MOTTA, 1998).

Porém segundo Motta (2001, p.14) “no rigor vernácular, as palavras administração, gerência egestão são sinônimas, sendo que o mesmo se pode dizer no sentido conceitual uma vez que, nenhumnovo conceito foi introduzido quando se procurou acentuar o uso de uma palavra em detrimento deoutra, salvo, evidentemente, o de deixar o adquirido desgaste de uma para recuperar conceitosanteriores, através da nobreza de um novo termo”.

O termo gestão surgiu e vem sendo utilizado como qualificativo de formas participativas comoco-gestão e autogestão, sendo um termo genérico que assim como os outros a administração e agerência, sugere a ideia de decidir e dirigir, só que tendo como paradigma a participação e com umavantagem adicional, o fato de ser um termo novo e que não carrega em si os preconceitos dosanteriores (MOTTA, 1998).

Assim, gerenciar é um recurso estratégico que mundialmente vem sendo discutido, pois umaboa gerência é um dos recursos mais cobiçados mundialmente (KLIKSBERG, 1994).

Entretanto, para se realizar uma boa gerencia nos dias de hoje é preciso que se reconheçam astransformações nos planos econômicos, político e tecnológico porque vêm passando as organizaçõesde modo geral, uma vez que o processo de gerencia não é estático, neutro, nem a - histórico(BARROS, 1993).

Em relação à crise do paradigma gerencial tradicional, Kliksberg (1994) mostra que o modelotradicional de gerencia (modelo racional) é baseado nos ensinamentos de Taylor, Fayol e seusseguidores modernos; onde uma boa organização é a que possui um organograma detalhado; comênfase na divisão do trabalho; no planejamento das funções; na descrição de cargos, nos manuais detarefas e procedimentos, o que gera estruturas fixas, permanentes e rígidas.

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Entretanto já se demonstrou que este modelo de organização formal influí pouco naprodutividade, não que se deva renunciar a este tipo de estruturação, mas sim que esta forma deorganização é limitada e por isso é necessário que ela seja revista e ampliada, indo para além dosmodelos formais.

Nos dias de hoje, novas tendencias tomam conta do mercado, onde globalização, liderança,competitividade tem permeado o trabalho dos gestores o que faz com que a flexibilidade daorganização e suas condições de adaptabilidade sejam necessárias frente à mutação contínua darealidade que se esta vivendo (CUNHA; XIMENES NETO, 2006).

No modelo de flexibilização do gerenciamento, a produção é determinada pelo consumo, otrabalho é realizado em equipe, com flexibilização da organização do trabalho e agilidade naadaptação dos instrumentos, pois frente aos avanços tecnológicos e da globalização, uma vez que asmudanças e a realidade são dinâmicas, as organizações precisam ser capazes de responder em “temporeal a imprevisibilidade” (FELLI, PEDUZZI, 2005)

Como crítica ao modelo racional tem-se a burocratização, que leva a formalidade dasorganizações produzindo um fenômeno denominado de “incapacidade disciplinada” com a valorizaçãodo cumprimento das normas em lugar das metas (KLIKSBERG, 1994).

Outro aspecto discutido, diz respeito à distância entre planificação e ação, uma vez que arealidade é tão rápida, que se alguém planeja e depois é que vem o processo de implementação corre-se o risco de fracassar. Isto não significa que não se deve planejar, apenas que é necessário aproximarestreitamente planificação e ação.

Mas então o que fazer para ser um gerente de excelência? Quais são os novos paradigmas emgerência?

Ainda segundo Kliksberg (1994), um gerente de excelência deve: Se dedicar mais a conversar: para que possa tomar decisões melhores, identificar reais

problemas e desenvolver processos de negociação criando uma rede de contatos; Identificar quais são realmente os problemas críticos; Ser rápido nas decisões; Maximizar a flexibilidade, que consiste em, entre outros aspectos, estimular os contatos

horizontais nas empresas que são os que possibilitam diagnósticos mais rápidos e soluçõesmelhores;

Negociar, inter-relacionar-se, e não atuar através de uma imposição autocrática; Desenvolver a liderança; Ter habilidades para tratar os recursos humanos e trabalhar as relações humanas; Desenvolver capacidades de criatividade e inovação;A renovação nos modelos de gestão é uma necessidade latente uma vez que nos dias de hoje

gerenciar tem que ir além do direcionar para alcançar os objetivos, o gerente deve “facilitar àscondições para que os recursos humanos da organização respondam individualmente, criativamente, aum meio que requer adaptações permanentes” (KLIKSBERG, 1994).

E ao falarmos dos recursos humanos não devemos nos esquecer de que as pessoas em umaempresa são a chave para o sucesso, o crescimento e o desenvolvimento da mesma, e que nos dias dehoje o gerente tem que ter habilidade para tratar com as pessoas, promover a participação, nãodescuidar das relações humanas “consiste em se facilitar às condições para que os recursos humanosda organização respondam individualmente, criativamente, a um meio que requer adaptaçõespermanentes” (KLIKSBERG, 1994).

Frente as estes pressupostos, quais são então, as competências gerenciais neste século?Cunha e Ximenes Neto (2006) afirmam que muitos autores tem enfatizado a necessidade de

desenvolvimento de competências individuais como liderança, persuasão, trabalho em equipe,criatividade, tomada de decisão, planejamento, organização e determinação, além de competênciasprofissionais como saber agir, mobilizar-se, comunicar-se, aprender, comprometer-se, assumirresponsabilidades e desenvolver visão estratégica.

O novo paradigma gerencial e as competências gerenciais do enfermeiroEm relação à crise do paradigma gerencial tradicional, esta já chegou até nós – enfermeiros -,

estamos evoluindo nas ciências da administração uma vez que já não somos mais apenas fieisseguidores das teorias clássicas, funcionalista, das relações humanas e até contingencial, não nossatisfazemos mais apenas com as ações de vigiar as atividades rotinizadas dos profissionais de nívelmédio e elementar ou em estar auxiliando outros profissionais (SANTOS, 1995).

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Assim, nos dias de hoje para o desempenho da função gerencial na enfermagem, sãorequeridas competências gerenciais relativas ao processo administrativo - gerência de unidade queconsiste na previsão, provisão, manutenção, controle de recursos materiais, humanos e financeirospara o funcionamento do serviço, e competências gerenciais relacionadas ao cuidado - gerência docuidado que consiste no diagnóstico, planejamento, execução e avaliação da assistência, passandopela delegação das atividades, supervisão e orientação da equipe (ROTHBARTH, WOFF, PERES,2009).

Esta divisão entre gerencia do cuidado e da unidade entretanto, é apenas didática pois naprática, enquanto enfermeiros desempenhando a função gerencial, as gerências da unidade e docuidado estão associadas, uma vez que o enfermeiro ao gerenciar recursos em geral deve estar voltadopara o processo assistencial e não pode perder de vista a qualidade da assistência.

Neste sentido, Alves (1998) coloca que “tornar disponíveis os recursos necessários, preparar aequipe para oferecer uma assistência de qualidade, realizar auditorias com a finalidade de alimentar asações educativas e a revisão dos processos, controlando a qualidade do cuidado oferecido ao cliente, éuma forma bastante atual de gerenciar o cuidado de enfermagem”.

Além disso, segundo Carvalho (2002) o grande desafio dos gerentes de enfermagem nos diasde hoje é fazer com que a equipe de enfermagem e de saúde, desenvolvam suas atividades tendo comoparâmetros, princípios e valores que estejam alinhados com a missão da categoria e da instituição.

Para desempenhar a função gerencial com eficiência e eficácia o enfermeiro, dentre outrosinstrumentos, pode utilizar o Planejamento Gerencial e a Sistematização da Assistência deEnfermagem que são instrumentos que possibilitam que haja uma intima relação entre o processo degerenciamento em enfermagem e o processo assistencial individual.

A sistematização como o próprio nome diz consiste em uma organização das ações de modo aque através do uso dos processos mentais de indução e dedução, análise e síntese (método científico)se alcance uma assistência de enfermagem efetiva e eficaz.

Assim em relação à importância e contribuição da sistematização da assistência para agerência em enfermagem Fonseca (2003) afirma que “além de direcionar a caracterização de recursoshumanos e materiais, facilita a avaliação da assistência prestada, o que permite verificar o alcance dospadrões mínimos de assistência, oferecendo subsídios aos indicadores de custos e rendimentos,indicando também áreas que requeiram aprimoramento”.

Gerência em enfermagem: tendências e perspectivasNós já vimos que o paradigma gerencial tradicional está em crise, e que existem propostas de

inovação para as ciências administrativas, do mesmo modo em relação à enfermagem, o modeloracional baseado na Teoria Geral da Administração, vem sendo questionado com propostas desuperação deste modelo.

Assim, o marco tradicional, centrado em Taylor, Fayol e Weber, já demonstram não seremsuficientes para conduzirem a gerência em enfermagem, surgindo à necessidade de práticas gerenciaisinovadoras, que tenham como pressupostos o diálogo, a participação, o debate e a critica, levando oenfermeiro a assumir o papel de transformador social (ERDMANN et al, 1994).

Neste sentido, Barros (1993) faz uma comparação entre as características das mudançaspropostas e as novas tendências e possibilidades de gerência em enfermagem, o que iremos abordarresumidamente abaixo.

a) Substituição de uma posição normativa, para uma postura de experimentação e busca donovo;

b) Investir nos recursos humanos, e no trabalho em equipe que tem se mostrado o caminhocerto para o aumento da produtividade com qualidade e a satisfação dos trabalhadores;

c) Utilização do tempo para desenvolvimento de relações interpessoais ao invés da utilizaçãodo tempo com papéis (burocratização);

d) Repensar a assistência de enfermagem de forma a desenvolver ações específicas deenfermagem e de controle de risco, que efetivamente respondam às necessidades dapopulação, de modo a que as ações administrativas e pedagógicas do enfermeiro tambémpossam se inovar;

e) Caminhar na direção de um modelo de organização do trabalho em que o enfermeiro nãoesteja no ápice da pirâmide, mas no centro de uma rede de decisões, onde hajaparticipação (palavra chave quando se propõe a uma mudança nos modelos de gestão)efetiva de todos – trabalhadores e usuários - ,.

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f) Buscar a flexibilização através do rompimento com organogramas rígidos e com estruturasverticalizadas onde haja a centralização do poder, colocar a decisão o mais perto possíveldo local da ação, atribuindo a decisão sobre os meios aos responsáveis pelos fins e destaforma descentralizando a decisão, a autonomia e também a execução;

g) Administrar políticas, através de enfoque estratégico, visão global, perspectivas em longoprazo, construção de consenso, convencimento, compromisso, ética e transparência.

Algumas reflexões finaisTemos consciência de que estas propostas de mudanças não são simples, tão pouco fáceis de

serem conseguidas, e não temos a ingenuidade de acreditar que basta listá-las e discuti-las em salacom nossos alunos para que se tornem uma realidade, mas acreditamos que são horizontes, profissõesde fé e como tal, é preciso que tenhamos a coragem de lutar por elas.

Para Spagnol (2005) é necessário que se busquem outras propostas para a gerência emenfermagem, outros referenciais teóricos, que tenham como alicerce princípios éticos, democráticos ecomo foco o processo de trabalho, o trabalhador e o cliente dos serviços de saúde como atores sociaisque têm interesses, desejos e necessidades.

Nesse sentido ela propõe como pressuposto fundamental a compreensão de que osenfermeiros, técnicos e auxiliares sejam considerados sujeitos sociais em ação e não mais apenasrecursos humanos em enfermagem, e deste modo que a equipe de enfermagem passe a ser vista como“um coletivo de sujeitos sociais, que estabelecem uma teia de relações, tecida cotidianamente pelosseus profissionais (enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem), somando-se a isto as relaçõesconstituídas também pelos diversos profissionais de saúde. Este coletivo organizado possui comoobjetivo principal a prestação de uma assistência integral à população, que necessita dos serviços desaúde. Por outro lado, estes serviços precisam estar estruturados para atingir a sua finalidadeprodutiva, ou seja, a produção de ações de saúde, realizadas de forma ética, digna e segura”(SPAGNOL, 2005 p.125).

Temos a nosso favor toda a proposta de mudança do modelo assistencial porque vêm passandoo nosso País sendo que a este respeito Silva et al (1993) afirmam que “o novo modelo assistencial, quevem sendo implementando, demanda um profissional crítico, que além da competência técnicatambém dê conta da dimensão política do trabalho no setor saúde, e que além das questões biológicase individuais, busque compreender e assistir aos homens, mulheres e crianças em suas dimensõessociais, econômicas, culturais, familiares, afetivas, verdadeiramente humanas, com intuito dedesenvolver um serviço que atenda às necessidades de saúde e contribua com o fortalecimento dacidadania e democracia brasileiras”.

Para terminar fazemos nossas as palavras de Barros (1993) quando afirma que a gerência emenfermagem tem que ser compreendida como um instrumento que contribua efetivamente para que aassistência de enfermagem se torne um modelo de produção de serviço, que seja capaz de garantirqualidade para toda a população.

Além disso, é importante também, reafirmar que a gerência em enfermagem é uma dasdimensões do cuidar, assim os enfermeiros ao utilizarem os elementos da administração nas atividadesque realizam no dia a dia de trabalho, devem ter como essência o assistir, para que o processo detrabalho seja desenvolvido a partir de uma análise reflexiva e não de uma conduta automatizada(VICENTIM, et al, 1991).

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Exercícios para fixação do conteúdo1) Cite quais são os novos paradigmas em gerência e como eles podem influenciar a gerencia em

enfermagem?2) Cite e explique quais são as tendências e perspectivas da gerência em enfermagem?3) Conceitue com suas palavras gerencia em enfermagem.4) Explique no que consiste a gerencia do cuidado e a gerencia da unidade.5) Explique porque o termo administração em enfermagem esta sendo substituído pelo de gerencia

em enfermagem?6) Cite e explique quais são as competências gerencias em enfermagem.7) Quais os modelos de atenção à saúde presentes no nosso país?8) Qual o papel do enfermeiro no SUS?

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