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1 O PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DA SUB-BACIA DO RIBEIRÃO VIDOCA, E AS TRANSFORMAÇÕES FÍSICO - AMBIENTAIS. RELACIONADAS COM OS ASPECTOS DE URBANIZAÇÃO. Antonio Francisco Evangelista de Souza Geógrafo Físico- (1997)-UNIVAP,Geólogo – Mestre em Geociências- Instituto de Geociências- UNICAMP e Instituto de Pesquisas Espaciais – Centro de Observação da Terra (1999)- Doutorando em Geociências – UNICAMP – Presidente do Comitê de Integração da Bacia do Rio Paraíba do Sul – CEIVAP( 2004-2005), empregado da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP, atualmente na Diretoria de Tecnologia e Planejamento. Endereço: Rua Costa Carvalho, 300 – Bairro Pinheiros – São Paulo – SP – CEP: 05429900- Brasil –Telefone : (11) 3388 8401 – email: [email protected] RESUMO Este trabalho tem como objetivo apresentar, de forma geral, a sub-bacia do Ribeirão Vidóca e seus processos de urbanização e degradação. Foram avaliado as transformações físico- ambientais da área da sub-bacia, relacionando-as aos agentes de degradação, que impedem a renovação dos recursos hídricos e comprometem a qualidade da água. As principais transformações analisadas foram: Retificação do curso do Ribeirão Vidóca e seus afluentes, Assoreamento, Canalização, Aterramento de áreas de Várzea, desmatamento de Matas Ciliares e das Nascentes, impermeabilização na área da bacia e lançamento de efluentes domésticos e industriais Utilizou-se as técnicas de geoprocessamento para análise e identificação das principais modificações. Determinou-se como agente de degradação o processo de Urbanização, enfocando-se os aspectos de infra-estrutura urbana. A coleta e o tratamento de esgoto, águas pluviais e o abastecimento foram os indicadores de infra-estrutura urbana selecionados como parâmetros de avaliação. Palavras-Chave: Recursos Hídricos, Saneamento, Urbanização.

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O PROCESSO DE DEGRADAÇÃO DA SUB-BACIA DO RIBEIRÃO VIDOCA, E AS TRANSFORMAÇÕES FÍSICO - AMBIENTAIS.

RELACIONADAS COM OS ASPECTOS DE URBANIZAÇÃO.

Antonio Francisco Evangelista de Souza

Geógrafo Físico- (1997)-UNIVAP,Geólogo – Mestre em Geociências- Instituto de Geociências-

UNICAMP e Instituto de Pesquisas Espaciais – Centro de Observação da Terra (1999)-

Doutorando em Geociências – UNICAMP – Presidente do Comitê de Integração da Bacia do

Rio Paraíba do Sul – CEIVAP( 2004-2005), empregado da Companhia de Saneamento Básico

do Estado de São Paulo – SABESP, atualmente na Diretoria de Tecnologia e Planejamento.

Endereço: Rua Costa Carvalho, 300 – Bairro Pinheiros – São Paulo – SP – CEP: 05429900-

Brasil –Telefone : (11) 3388 8401 – email: [email protected]

RESUMO Este trabalho tem como objetivo apresentar, de forma geral, a sub-bacia do Ribeirão Vidóca e

seus processos de urbanização e degradação. Foram avaliado as transformações físico-

ambientais da área da sub-bacia, relacionando-as aos agentes de degradação, que impedem a

renovação dos recursos hídricos e comprometem a qualidade da água. As principais

transformações analisadas foram: Retificação do curso do Ribeirão Vidóca e seus afluentes,

Assoreamento, Canalização, Aterramento de áreas de Várzea, desmatamento de Matas

Ciliares e das Nascentes, impermeabilização na área da bacia e lançamento de efluentes

domésticos e industriais Utilizou-se as técnicas de geoprocessamento para análise e

identificação das principais modificações. Determinou-se como agente de degradação o

processo de Urbanização, enfocando-se os aspectos de infra-estrutura urbana. A coleta e o

tratamento de esgoto, águas pluviais e o abastecimento foram os indicadores de infra-estrutura

urbana selecionados como parâmetros de avaliação.

Palavras-Chave: Recursos Hídricos, Saneamento, Urbanização.

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INTRODUÇÃO O crescimento urbano sem um diagnóstico e consideração dos elementos do ambiente físico e

sem uma infra-estrutura adequada, tem comprometido a renovação dos recursos hídricos e a

qualidade da água. A expansão desordenada do espaço urbano, aumentando a

impermeabilização do solo, o desmatamento de suas nascentes e a ocupação de áreas de

várzea impede a renovação desses recursos. Para a recuperação da qualidade da água é

necessário um melhor controle das fontes poluidoras e tratamento dos efluentes.

A sub-bacia do Ribeirão Vidóca, o nosso objeto de estudo, localiza-se inteiramente no município

de São José dos Campos, Estado de São Paulo, possuindo 43,60 Km2 e espelha o grande surto

de desenvolvimento no município. Os seus principais problemas são: a poluição do manancial e

a erosão devido aos movimentos de solo para implantação de loteamentos e da Rodovia

Carvalho Pinto.

A partir dessas considerações, este trabalho tem como objetivo apresentar, de uma forma

geral.

Fios vários aspectos relacionados à urbanização e à degradação ambiental, aprofundados para

que houvesse um melhor entendimento da compatibilização do uso do solo e seus manejos

com os padrões ambientais, já que isto possibilitará a atenuação da degradação físico-

ambiental com a conseqüente preservação, conservação dos ecossistemas existentes e

melhoria na qualidade de vida.

OBJETIVOS

O objetivo geral do trabalho: Avaliação do processo de degradação da sub-bacia do Ribeirão

Vidóca. E o objetivo especifico:Avaliação das transformações físico-ambientais da bacia

decorrentes do processo de urbanização.Estabelecendo uma metodologia de identificação do

uso e ocupação da cobertura vegetal, observando a sussetibilidade do solo em relação aos

padrões de transformação e degradação ambiental, principalmente no que se refere a

qualidade e quantidade dos recursos hídricos.

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METODOLOGIA

A metodologia adotada baseia-se nos conceitos teóricos da ecologia da paisagem e da

aplicação das técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento. Sob a ótica da ecologia

da paisagem analisa-se os padrões espaciais de uso do solo da Sub-Bacia do Ribeirão Vidóca,

entendida para esse estudo como uma unidade ambiental. A análise dos padrões espaciais

revela os processos de urbanização e degradação revelando as causas que os produziram. As

técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento fornecem respectivamente as

informações espaciais básicas e os meios de sua utilização passíveis de serem analisados pela

ótica da ecologia da paisagem.

A avaliação das transformações físico-ambientais da sub-bacia do Ribeirão Vidóca decorrentes

do processo de urbanização será realizada através da análise multitemporal de fotografias

aéreas para estudo da evolução da degradação.

Figura 1: Fluxograma Metodológico.

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Para interpretar esses resultados, foram elaborados gráficos e uma carta de

criticidade da área de estudo no qual foram atribuídos valores de -3 a 3, de acordo com o grau

de criticidade e compatibilidade do uso.

Valor Descrição Explicação -3 Alta criticidade Uso incompatível com todos os fatores físico-ambientais,

acarretando problemas; -2 Média criticidade Uso incompatível com a maioria dos fatores físico-

ambientais, acarretando problemas; -1 Baixa criticidade Uso incompatível com pelo menos um dos fatores físico-

ambientais, acarretando problemas. 1 Baixa compatibilidade Uso compatível com pelo pelo menos um dos fatores

físico-ambientais, não acarretando problemas. 2 Média compatibilidade Uso compatível com a maioria dos fatores físico-

ambientais, não acarretando problemas; 3 Alta compatibilidade Uso compatível com todos os fatores físico-ambientais,

não acarretando problemas. Figura 2: Valores de Criticidade e Compatibilidade nas classes de uso.

RESULTADOS OBTIDOS

Avaliação das características físico-ambientais

Apresenta-se primeiramente, para cada unidade ambiental, as características do

meio físico que determinam à compatibilidade e criticidade de uso e ocupação. A figura 4.1 -

Mapa das unidades geotécnicas para a área da bacia hidrográfica do Ribeirão Vidóca

apresenta as principais unidades ambientais analisadas. As cartas de uso e ocupação do solo

e carta geotécnica foram desenvolvidas pelo IPT (1997).

Unidade 1 - Aluviões

Essa unidade compõe-se Terrenos localizados junto às calhas das drenagens,

constituídos por sedimentos fluviais cuja textura varia de argilosa a arenosa, eventualmente

com cascalheiras, com porcentagem diversificada de matéria orgânica e possibilidade de

ocorrência de turfas com até 11m de espessura, formados predominantemente por solos pouco

desenvolvidos hidromórficos, glei húmicos e pouco húmicos;

As porções mais rebaixadas dos aluviões apresentam declividades médias

inferiores a 5%, estando sujeitas a inundações periódicas por ocasiões das enchentes,

fenômeno reduzido pela regularização implementada pela barragem de Santa Branca;

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O nível d’água é raso ou aflorante, com solos constantemente encharcados nos

níveis mais baixos e naqueles predominantemente argilosos, quando apresentam baixa

permeabilidade e capacidade de suporte;

Figura 3: Carta das unidades geotécnicas para a área da bacia hidrográfica do Ribeirão Vidóca

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Apresentam nível d’água raso ou aflorante, com solos constantemente

encharcados nos níveis mais baixos e naqueles predominantemente argilosos, quando

apresentam baixa permeabilidade e capacidade de suporte;

Unidade 2 - Terraços Fluviais Sedimentares

Unidade delimitada apenas junto às várzeas dos rios Paraíba do Sul e Jaguari,

onde é significativa em área. Nas demais drenagens, estes terraços foram englobados, quando

fluviais, nos aluviões (unidade 1) e, quando residuais, nas colinas;

Terrenos pouco inclinados, constituídos por sedimentos de antigas planícies

aluvionares, em patamares atualmente mais elevados, ou trechos mais aplainados das colinas

sedimentares e cristalina, margeando os aluviões;

Sedimentos com textura predominantemente arenosa ou solo de alteração de

composição variada, dependendo do embasamento;

Áreas com depressões formando embaciamentos são comuns nos terraços

fluviais, com nível d’água próximo á superfície e capacidade de suporte e drenabilidade

reduzidas quando ocorrem camadas argilosas no subsolo.

Unidade 3 - Colinas e Morrotes em Sedimentos Arenosos

Caracterizam-se por relevo de colinas, subordinadamente morrotes e planícies

aluviais, com declividades predominantes entre 5 e 10% nos topos e chegando a situações de

até 20% nas vertentes.

Nos sedimentos de fácies fluviais meandrantes e leques aluviais arenosos da

Formação Tremembé, que prevalecem arenitos, eventualmente com camadas e lentes de

argilitos e folhelhos.

A cobertura de solo superficial coluvionar areno-argiloso de espessura média em

torno de 2m, mais espessa nos topos aplainados de maior expressão, e a presença de lençol

d’água suspenso quando ocorrem intercalações de camadas arenosas e argilosas.

Unidade 4 - Colinas e Morrotes em Sedimentos Argilosos

O relevo de colinas, subordinadamente morrotes e planícies aluviais apresentam

declividades predominantes menores que 20%. Ao longo de drenagens forma vertente mais

abrupta, na transição entre platôs e fundos de vales.

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Os sedimentos argilosos e siltosos predominantes são de fácies lacustres da

Formação Tremembé, em que prevalecem argilitos e folhelhos, eventualmente com camadas e

lentes de arenitos.

Há a ocorrência comum de argila expansiva, presença de lençol d’água suspenso

quando ocorrem intercalações de camadas arenosas e argilosas.

Unidade 5 - Morros com Substrato de Migmatitos/ Gnaisses/ Xistos/ Filitos

São sistemas de relevo principalmente de morros, com declividades

predominantes que variam de 20 a 58%, podendo ocorrer, subordinadas, outras formas de

relevo de amplitude variada.

O substrato de rochas cristalinas com estruturas bastante orientadas (xistosidade,

foliação etc.) são constituídas por xistos, parte dos gnaisses e migmatitos, e, eventualmente,

filitos.

Os solos com horizonte C (solo de alteração) de composição granulométrica

heterogênea e alto grau de erodibilidade, são representativos nessa unidade.

Há a possibilidade de ocorrência de corpos de tálus/colúvio, não diferenciáveis na

escala 1:50. 000 desta cartografia.

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Avaliação das transformações físico-ambientais - Uso do Solo

Nesse item uma primeira análise confrontando as unidades geotécnicas com o uso

e ocupação do solo é realizada.

Assim, apresentam-se as principais transformações físico-ambientais na área da

bacia, por unidade geotécnica.

Unidade 1 - Aluviões

• Correspondem à maior parte da Área de Proteção Ambiental (APA) municipal

(Lei em fase de regulamentação pelo CONAMA), além de porções desta

unidade constituir, pelo Código Florestal, áreas de preservação permanente,

relativas às florestas e demais formas de vegetação natural situadas em faixa

marginal ao longo do rio Paraíba do Sul e seus tributários;

• Apresentam chácaras com culturas permanentes e temporárias, ás vezes

abandonados e transformadas em campo antrópico ou pastagens, além de

atividades minerarias de argila, areia e turfa;

• A ocupação urbana ocorre em parte dos terrenos, incluindo sistema viário e

favelas;

• Avanço da expansão urbana nesta unidade, com construção de aterros,

saneamento e infra-estrutura inadequados.

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Unidade 2- Terraços Fluviais

Corresponde à pequena parte da Área de Proteção Ambiental (APA) municipal

apresentando:

• Atividades minerárias de areia saibro para material de empréstimo de aterro;

• Ocupação urbana de grande parte dos terrenos, incluindo sistema viário,

favelas e parte das instalações de indústrias de grande porte (Rodhia,

Petybon, Matarazzo, antiga Tecelagem Parayba etc.);

• Corresponde a pequena parte da Área de Proteção Ambiental (APA)

municipal;

• Apresenta atividades minerárias de areia saibro para material de empréstimo

de aterro;

• Ocupação urbana de grande parte dos terrenos, incluindo sistema viário,

favelas e parte das instalações de indústrias de grande porte (Rodhia,

Petybon, Matarazzo, antiga Tecelagem Parayba etc.);

• Avanço da expansão urbana nesta unidade, com execução de terraplanagem

(corte e aterro), saneamento e infra-estrutura nem sempre adequados.

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Figura 4: Carta de uso e ocupação do solo da área da bacia do Ribeirão Vidóca

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Unidade 3 - Colinas e Morrotes em Sedimentos Arenosos

• Terrenos topograficamente bastante favoráveis à ocupação, onde está

instalada grande parte do sistemas viários da região, áreas urbanas antigas e

em franca expansão, indústrias de grande porte (grande parte da Petrobrás,

GM, Johnson e Kodak), favelas, parte do aterro sanitário e usina de

compostagem;

• Na antiga área rural predominam campos antrópicos, onde estão sendo

implantados loteamentos;

• Uso parcial das águas subterrâneas no abastecimento urbano e de indústrias

(cerca de 1/3 do consumo do município);

• Áreas mineradas (saibro) abandonadas à medida que a urbanização avança e

se consolida muitas vezes ocupada em situações de risco.

Unidade 4 - Colinas e Morrotes em Sedimentos Argilosos

• Terreno topograficamente em geral favorável à ocupação, onde está instalada

parte dos sistemas viários da região e áreas urbano/industrial antigas em

franca expansão;

• Áreas mineradas (saibro) abandonadas à medida que a urbanização avança e

se consolida muitas vezes ocupadas em situações de risco;

• Ocupação mais problemática nas vertentes abruptas próximas das drenagens;

• Na área de expansão urbana predominam os campos antrópicos;

• Terrenos já ocupados, onde se destacam: CTA, aeroporto, aterro sanitário,

lixão, parte da usina de compostagem e, onde predominam a argila expansiva,

está instalado o aterro industrial.

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Unidade 5 - Morros com Substrato de Migmatitos/ Gnaisses/ Xistos/ Filitos

• A ocupação predominante é por pastagem e, eventualmente, por matas

naturais e secundárias. Áreas urbanas apresentam início de ocupação sobre

os terrenos dessa unidade, inicialmente nas faixas de menor declividade, com

tendência de expansão em terrenos mais abruptos;

• Áreas mineradas (saibro) abandonadas á medida que a urbanização avança e

se consolida, muitas vezes ocupada em situações de risco.

Análise das relações entre a degradação e a urbanização

A partir do conceito da ecologia da paisagem, a Criticidade Ambiental, pode ser

entendida como uma alteração da paisagem, quando ocorrem modificações em suas

característica, alterando o estado do sistema ambiental, conduzindo-o a instabilidade.

A carta de Criticidade é um produto do cruzamento da Carta de Uso e Ocupação

do Solo, com a Carta Geotécnica desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT).

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Em sua análise foi estabelecido um critério de classificação por valores 3 a-3, no

qual corresponde a compatibilidade e a incompatibilidade do seu uso, em relação ao ambiente

geotécnico. Determinando o seu resultado em Alta, Média e Baixa Criticidade e ou Baixa,

Média e Alta compatibilidade

A seguir, apresentam-se os processos existentes ou potenciais e os valores de

criticidade das categorias de uso do solo para cada unidade ambiental.

Figura 5: Carta de Criticidade para cada unidade ambiental na área da bacia do Ribeirão Vidóca.

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Figura 6 : Área e número de unidades ambientais para cada valor de criticidade

Valor de criticidade

Área m2 Nº unidades

-3 1032473,72 1 -2 2237069,95 18 -1 636455,65 3 1 4639780,53 7 2 39595738,15 50 3 3968809,55 15

Total Valores 52110327,55 48

Figura 7: Gráfico dos números totais de unidades ambientais para cada classe de valor de criticidade.

0

10

20

30

40

50

Nºu

nida

des

Criticidade-2

13

Unidade 1 - Aluviões

a) Processos existentes ou potenciais

Trechos mais rebaixados com possibilidade de inundações fluviais, associados

aos períodos de cheia das drenagens, incrementadas pela ocupação urbana do entorno, com

intervenções do tipo: ocupação de várzea, assoreamento da drenagem, impermeabilização do

solo com redução do tempo de concentração das águas superficiais etc;

Alagamentos freqüentes durante os períodos mais chuvosos, devido às

dificuldades de escoamento das águas superficiais nesta unidade. Isto ocorre em razão da

baixa declividade, com os alagamentos incrementados pela ocupação urbana, obstruções do

fluxo das águas por detritos e pela má drenabilidade dos terrenos devido á implantação de

sistema de drenagem inadequado;

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Processos erosivos e solapamento das margens dos rios, provocando

assoreamento do seu leito;

Recalques localizados em fundações, aterros, infra-estrutura subterrânea e

pavimentos viários por adensamento de solos moles;

Dificuldade de escavação pela baixa coesão dos materiais e nível d água raso,

além de instabilidade em paredes de escavação dos terrenos;

Contaminação das águas subterrânea e de superfície, por fossas e lançamento de

efluentes doméstico e industrial.

Em relação ao primeiro cruzamento, a Área de Proteção Ambiental-APA, está

adequada com o uso, não havendo grandes alterações na área.

b) Criticidade em relação às classes de uso do solo

Uso 1- APA- A análise realizada dessa área constatou a compatibilidade de seu

uso, pois a caracterização de solos aluvionais condiz com a Área de Proteção Ambiental-APA,

sendo atribuída o valor máximo de 3.

Uso 2 - Ocupação Urbana em Consolidação- Esse cruzamento recebeu a

classificação -2, por ocupar inadequadamente as áreas aluvionais, não observando os

aspectos legais impostos pela unidades de conservação (APA), análise das possibilidades de

inundações, considerando as alterações ocasionadas pelo uso como retificação de canais e

seu assoreamento.

Uso - 3- Área institucional

Nessa área localiza-se a Estação de Captação de águas superficiais da SABESP,

que desvia a água do Rio Paraíba do Sul para um antigo meandro, através de uma barragem

situada antes da foz do Ribeirão Vidóca, evitando o contato das águas desses dois rios. As

construções são grandes, mas pouco adensadas, sendo para o impacto atribuído o valor -2.

Uso -4 - Área urbanizada consolidada Á análise realizada nesta área revela uma ocupação totalmente irregular, pois

contradiz a legislação ambiental. Sendo assim justifica a classificação de área incompatível

com o uso, recebendo valor -3.

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Uso - 5 - Áreas parceladas Há um uso múltiplo do solo. Á maior parte dessa área é constituída de APA-(Área

de Proteção Ambiental) municipal, que pelo Código Florestal, são áreas de preservação

permanente. Portanto a sua ocupação é inadequada, sendo atribuída o valor -2 na sua

classificação.

Uso - 6 - Uso Industrial As recomendações atribuídas a essa área é que toda ocupação deverá,

considerar as questões legais. O desenvolvimento da indústria no Brasil tem apresentado

vários problemas, desde sua ocupação até a sua produção, contribuindo bastante para

poluição ambiental. Considerando essa realidade, a ocupação das industrias em planície

aluvionar, está totalmente inadequada, sendo atribuído o valor de -3 em sua classificação.

Uso - 7 - Campo Antrópico e pastagem cultivada A análise dessa área demonstra uma ocupação regular. Por considerar em parte

as característica de preservação da planície aluvionar, apresentando uma situação de

ocupação antrópica. A este tipo de ocupação atribuímos à classificação 1.

Uso - 9 - Favela

Por se tratar de uma área de preservação, a sua ocupação por favela, favorece a

uma série de irregularidades, como a falta de infra-estrutura urbana, contribuindo bastante para

a degradação do meio ambiente. A este tipo de ocupação atribuímos à classificação de valor -

2.

Uso - 11 - Loteamento Projetado A análise realizada neste tipo de ocupação, recai nas atribuições anteriores em

relação ao adensamento, por alterar consideravelmente as características da planície aluvionar

e infringir a legislação ambiental. Por esse motivo qualificamos a ocupação com a classificação

-2.

Uso - 12 - Chácaras e núcleos rurais Esse tipo de ocupação, a princípio não demonstra nenhum tipo de impacto em

relação ao seu uso.

Ao ser analisado criteriosamente, é que podemos observar e relacionar o impacto

ambiental causado. Como exemplo podemos citar as chácaras com culturas permanentes e

temporárias, que às vezes são abandonadas e transformadas em campo antrópico ou

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pastagens, alterando completamente as características da área. Consideramos a ocupação

com a classificação -1.

Uso - 15 - Floresta Estacional Semidecidual Foi atribuída a classificação de valor 1 a esse tipo de ocupação, por

considerarmos que uma Floresta Estacional Semidecidual localizada nas planícies aluvionares,

é um remanescente em vias de degradação. Motivo pelo qual foi atribuído o valor 1.

Uso - 16 - Estradas Pelas características físicas das planícies aluvionares, o uso do seu solo está

condicionado a legislação ambiental no qual estabelece critérios de utilização. A construção de

estradas altera sensivelmente essa área, causando grandes impactos ambientais. A esta

análise atribuímos à classificação -2.

Uso- 17 - Rede Elétrica A análise realizada neste cruzamento determinou uma relação de vantagem no

que se refere à ocupação urbana. Pelo fato das redes elétricas impedirem o adensamento, mas

ao mesmo tempo, impede o reflorestamento da área, alterando a função ecológica da várzea. A

esse cruzamento qualificamos com o valor -1.

A figura 8 e figura 9 demonstram os valores de criticidade para a unidade 1.

Figura 8: Compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo para a

Unidade 1.

CLASSES ÁREA (m2) COMPATIBILIDADE (-3-+3)

G1U1 832111,37 3 G1U2 1004220,14 -2 G1U3 68466,43 -1 G1U4 1032473,72 -3 G1U5 648236,00 -2 G1U6 4679,11 -2 G1U7 2040038,05 1 G1U9 96444,76 -2 G1U11 25556,21 -2 G1U12 537368,56 -1 G1U15 9234,36 1 G1U16 47341,61 -2 G1U17 30620,66 -1

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COMPATIBILIDADE (-3-+3)

-4

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

G1U

1

G1U

2

G1U

3

G1U

4

G1U

5

G1U

6

G1U

7

G1U

9

G11

1

G11

2

G11

5

G11

6

G11

7

Figura 9 - Gráfico de compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo

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Unidade 2- Terraços Fluviais

a) Processos Existentes ou Potenciais

Contaminação das águas subterrânea e de superfície, por fossas e lançamento de

efluentes doméstico e industrial;

Alagamento freqüente durante os períodos mais chuvosos, devido a dificuldades

de escoamento das águas superficiais nesta unidade, principalmente nas porções embaciadas.

Isto ocorre em razão da baixa declividade, com os alagamentos incrementados pela ocupação

urbana, com obstruções do fluxo das águas por detritos e implantação de sistema de drenagem

inadequado;

Processos erosivos provocando assoreamento do leito dos rios;

Recalques localizados em fundações, aterros, infra-estrutura subterrânea e

pavimentos viários quando ocorrem sedimentos argilosos moles em subsuperfície;

Dificuldades de escavação nos terraços fluviais pela baixa coesão dos materiais e

nível d’água raso, além de instabilidade em paredes de escavação dos terrenos.

b - Criticidade em relação às classes de uso do solo

Uso -1- APA - Área de Proteção Ambiental

Este tipo de cruzamento determinou a compatibilidade da área, mantendo as suas

características principais. A essa classificação atribuímos valor 2.

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Uso -2- Ocupação Urbana em Consolidação

A análise realizada da área demonstra irregularidade de uso por ser uma

ocupação urbana. Essa incompatibilidade é aferida quando resulta em ações que com a

urbanização pode causar erosão dos solos, assim como aporte de efluentes urbano-industrial.

A esse tipo de situação qualificamos com a classificação -2.

Uso 4- Área urbanizada consolidada Em relação às áreas consolidadas, o seu uso se torna mais incompatível. Por

relatar uma situação já determinada e irregular, no qual as restrições de uso e ocupação não

foram consideradas, como por exemplo, a contaminação das águas subterrânea e de

superfície, por fossas e lançamento de efluentes doméstico e industrial. A essa classificação

atribuímos o valor -2.

Uso - 5- Áreas parceladas

Por se tratar de área de múltiplo uso, a sua ocupação esta totalmente incompatível

com as características dos Terraços Fluviais e Residuais, onde ocorrem vários processos de

degradação, causando um impacto ambiental em grande escala. A Essa analise, atribuímos à

classificação de valor -2.

Figura 10: Compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo para a

unidade 2

CLASSES ÁREA (m2)

COMPATIBILIDADE (-3-+3)

G2U1 88448,99 2 G2U2 360250,38 -2 G2U4 11298,68 -2 G2U5 39043,06 -2

COMPATIBILIDADE (-3-+3)

-3-2

-10

12

3

G2U1 G2U2 G2U4 G2U5

Unidades

Valo

res

Figura 11: Gráfico de compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo

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Unidade 3 - Terraços Sedimentares

a) Processos existentes ou potenciais

Uso 1- APA - Área de Proteção Ambiental A análise realizada tomando como base o cruzamento de uma unidade ambiental,

denominada, com as seguintes referencias de uso como: 1- APA (Área de Proteção Ambiental),

3-Áreas Institucionais, 4- Áreas Consolidadas, 5- Áreas Parceladas, reflete um dos objetivos

desse trabalho de graduação que é analisar as condições físico-ambientais, e os seus impactos

de uso compatibilizado ou não, mais dentro de uma realidade lógica.

Portanto essa unidade ambiental dentro de suas características próprias,

relaciona-se com outra maior que são as condições geomorfológicas favoráveis á ocupação

urbana, onde hoje se encontra a cidade de São José dos Campos. Em relação ao nosso

critério de atribuições de valores podemos considerar que, essa ocupação seja classificada

com o valor 1.

Figura 12: Compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo para a

unidade 3

CLASSES ÁREA (m2)

COMPATIBILIDADE (-3-+3)

G3U1 125303,88 1 G3U3 24771,77 1 G3U4 307830,56 1 G3U5 460823,78 1

COMPATIBILIDADE (-3-+3)

-3

-2

-1

0

1

2

3

G3U1 G3U3 G3U4 G3U5

Cruzamentos

valo

res

Figura 13 : Gráfico de compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo

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Unidade 4 - Colinas e morrotes em sedimentos arenosos

a - Processos existentes ou potenciais

Alta suscetibilidade a erosão laminar e em sulcos;

Desagregação superficial (empastilhamento) das camadas argilosas expostas

(taludes em loteamentos e sistema viário), provocando descalçamento e escorregamento de

estratos sobrepostos, e aprofundamento gradativo dos sulcos de erosão. Tal situação é, por

vezes, incrementada pela presença de nível d’água suspenso;

Assoreamento de drenagens;

• Recalque em aterros, fundações, infra-estrutura subterrânea e pavimentos

viários, quando ocorrem camadas argilosas expressivas no subsolo;

• Contaminação da drenagem superficial e de parte da água subterrânea,

principalmente por efluentes domésticos e industriais de menor porte;

Nas atividades rurais, perda parcial de nutrientes do horizonte A do solo ou, até

mesmo, a remoção total deste horizonte, a partir de retirada da vegetação, levando á baixa

fertilidade do solo e restringindo sua utilização agrícola.

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b - Criticidade em relação às classes de uso do solo

Uso –2 - Ocupação Urbana em Consolidação e Uso –4 –Áreas consolidadas

As áreas de Colinas e Morrotes em Sedimentos Arenosos, são relevos de colinas,

com declividade predominante entre 5 e 10% nos topos, chegando a situações de 20% nas

vertentes, predominando, terrenos bastante favoráveis á ocupação.

Essa característica física geomorfológica, permitiu o adensamento da cidade de

São José dos Campos, onde está instalada grande parte dos sistemas viários, áreas urbanas

antigas e em franca expansão, indústria de grande porte (Petrobrás, GM, Johnson e Kodak),

favelas, parte do aterro sanitário e usina de compostagem.

A antiga área rural se transformou em campo antrópicos, onde estão sendo

implantados os loteamentos. O uso parcial das águas subterrâneas no abastecimento urbano e

de indústrias. E o avanço e consolidação das áreas urbanizadas, com ocupação em situação

de risco.

Essa análise permite classificar, o cruzamento da carta geotécnica com seus

diversos usos, por se tratar de uma área onde se desenvolveu a cidade de São José dos

Campos.

Em relação à atribuição de valores, foi classificada em sua maior parte como valor

de criticidade 2.

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Figura 14 : Compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo para a unidade 4.

CLASSES ÁREA

(m2) COMPATIBILIDADE

(-3-+3) G4U2 4648698,39 2 G4U3 205110,27 2 G4U4 15693606,13 2 G4U5 599435,61 2 G4U6 762819,21 2 G4U7 4328426,89 2 G4U8 227418,63 3

G4U10 158374,2 2 G4U11 52502,39 2 G4U12 992453,55 3 G4U14 7266,38 2 G4U15 39015,54 2 G4U16 225712,13 2 G4U17 422744,06 2

COMPATIBILIDADE (-3-+3)

-3

-2

-1

0

1

2

3

G4U

2

G4U

3

G4U

4

G4U

5

G4U

6

G4U

7

G4U

8

G4U

10

G4U

11

G4U

12

G4U

14

G4U

15

G4U

16

G4U

17

Cruzamentos

Valo

res

Figura 15 : Gráfico de compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo

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Unidade 5 - Colinas e Morrotes em Sedimentos Argilosos.

a - Processos Existentes ou Potenciais

Desagregação superficial (empastilhamento) das camadas argilosas exposta

(taludes em loteamentos e sistemas viário), provocando descalçamento e escorregamento de

extratos sobrepostos;

Erosão laminar e em sulcos, incrementada pela presença de nível d’água

suspenso e pela desagregação superficial;

Erosão mais profunda nas vertentes, em locais de concentração de água, a partir

da ocupação de platôs a montante;

Assoreamento de drenagens;

Recalque em aterros, fundações, infra-estrutura subterrânea e pavimentos viários;

Nas atividades rurais, perda parcial de nutrientes do horizonte A solo ou, até

mesmo, a remoção total deste horizonte, a partir de retirada da vegetação, levando á baixa

fertilidade solo e restringindo sua utilização agrícola.

b - Criticidade em relação às classes de uso do solo

Em relação à criticidade dessa área, a análise se assemelha aos resultados

obtidos em Relevo de Colinas e Morrotes em Sedimentos Arenosos, por entendermos que sua

característica física é semelhante com pequenas diferenças, como por exemplo: a ocupação

urbana mais problemática se concentra nas vertentes abruptas próximas das drenagens.

Sua área de expansão urbana predominam os campos antrópicos. Com terrenos

já ocupados, onde se destacam o CTA (Centro Tecnológico de Aeronáutica), o aeroporto,

aterro sanitário, lixão, parte da usina de compostagem e, predominam a argila expansiva, onde

está instalado o aterro industrial. A esse tipo de ocupação foram atribuídas seqüencialmente,

valores 2 a 3. Sendo o valor 3 atribuído as áreas consolidadas.

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Figura 16 : Compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo para a Unidade 5.

CLASSES ÁREA COMPATIBILIDADE (-3-+3)

G5U1 16115,41 2 G5U2 1791618,46 2 G5U4 1300779,54 3 G5U5 370723,34 2 G5U7 6629187,86 2 G5U8 29698,6 2 G5U10 246919,52 2 G5U11 90100,44 2 G5U12 2446501,56 2 G5U14 47520,51 2 G5U15 495600,59 2 G5U16 168159,05 2 G5U17 31432,62 2

COMPATIBILIDADE (-3-+3)

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

G5U

1

G5U

2

G5U

4

G5U

5

G5U

7

G5U

8

G5U

10

G5U

11

G5U

12

G5U

14

G5U

15

G5U

16

G5U

17

Criticidade

Valo

res

Figura 17 : Gráfico de compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo

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Unidade 6 - Morros com substratos de Magmatitos/ Gnaisses/Xistos/Filitos

a - Processos Existentes ou Potenciais

Movimentos de massa principalmente induzidos pela ocupação, associando-se a

eventos excepcionais de chuvas;

Erosão por sulcos, ravinas e boçorocas, por reativação de cabeceiras de

drenagem, principalmente nos fundos de vale e nas partes mais declivosas do relevo, e nas

situações de concentração de águas superficiais e terraplanagem sem implantação

concomitante de proteção superficial do solo e de sistema de drenagem;

Assoreamento dos corpos d’água por sedimentos provenientes do processo

erosivo;

Outros processos induzidos pela ocupação, como queda de blocos,

escorregamentos de taludes de corte/aterro, lixo e bota-fora;

Escorregamentos planares de solo, geralmente no contato solo/rocha, nos trechos

de declividades maiores que 40%;

Escorregamentos circulares restritos a trechos de solo espesso e saprolito muito

fraturado, geralmente induzido por escavações na base de taludes e situações de

concentração de água;

Rastejo e escorregamentos associados a depósitos detríticos (tálus/colúvio),

principalmente nos setores localizados abaixo das zonas de maior declividade;

Escorregamentos associados á presença de estruturas no solo de alteração/rocha

(foliação, xistosidade e fratura).

b - Criticidade em Relação ao Uso do Solo Uso 7- Campos Antrópico e Pastagens

Na análise realizada nesta área, foi observada uma compatibilidade no seu uso.

Pois sua ocupação predominante é de pastagem e, eventualmente por matas naturais e

secundárias. A classificação atribuída a essa área é de valor 1.

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Uso 15 - Floresta Estacional Semidecidual

A análise desta área apresenta uma grande compatibilidade de seu uso.Por

constatarmos na sua ocupação a predominância de pastagem,matas naturais e secundárias.

Em relação á ocupação urbana foi constatado um certo avanço e consolidação, em área de

risco. A classificação atribuída a esse cruzamento, é de valor 3.

Figura 18 : Compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo para a unidade 6.

CLASSES ÁREA

(m2) COMPATIBILIDADE (-3-

+3) G6U7 1671778,13 1

G6U15 616046,46 3

COMPATIBILIDADE (-3-+3)

-3

-2

-1

0

1

2

3

4

G6U7 G6U15

Cruzamentos

Valo

res

Figura 19 : Gráfico de compatibilidade das unidades geotécnicas com as classes de uso do solo

Identificação dos tipo de degradação ocorrentes na microbacia A bacia do Ribeirão Vidóca possui 44,60 Km2 e localiza-se no município de São

José dos Campos/SP. E uma bacia que enfrenta o grande desenvolvimento da cidade,

principalmente em sua ocupação urbana. A bacia do Ribeirão Vidóca, tem a sua ocupação em

atividades agropecuária, concentrado nas cabeceiras e concluída com uma alta taxa de

ocupação urbana, sem planejamento. Os seus maiores problemas são: poluição do manancial,

localizado basicamente na primeira concentração urbana (Bairro Interlagos) até a sua foz, a

erosão devido ao movimento de solo com a construção da Rodovia Carvalho Pinto,

loteamentos e canalizações e retificações, além de ocupações em áreas de várzea.

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No primeiro trecho, ou seja na nascente do Ribeirão Vidóca, existe algumas áreas

preservadas através da vegetação nativa e reflorestamento. São áreas predominantemente de

pastagens com alguns reflorestamento de pinus e eucaliptos. Contudo o inicio de ocupação

urbana na bacia já acontece que a descaracteriza como área de nascente. Na transi;ao entre

os morros e as colinas, acontece o primeiro represamento do Ribeirão Vidóca, onde

encontramos o seu corpo d’água com grande potabilidade.

Com a implantação do loteamento Parque Interlagos e a construção da Rodovia

Carvalho Pinto, onde podemos considerar que se inicia o segundo trecho da bacia do Ribeirão

Vidóca, essas obras provocaram grandes movimento de massa, onde os sedimentos são

transportados para o curso d’água, em época de chuvas. Com o solo muito descoberto de

vegetação aumentando o processo erosivo. Nesse trecho predomina chácaras de lazer.

Nesse trecho também podemos considerar a primeira canalização do Ribeirão

Vidóca, com a construção da Rodovia Carvalho Pinto.

No trecho médio do Ribeirão Vidóca, concentra os maiores pontos de poluição.

Pois nesse trecho encontra-se o lixão que foi desativado, logo após o lixão encontra-se o aterro

sanitário do município que hoje tem a sua vida útil por mais dois anos.

Esse aterro sanitário esta a montante da represa, que abastece 70% da popula;ao

do CTA (Centro Tecnológico de Aeronáutica). Com a produção de chorume do aterro sanitário,

junta-se ao esgoto da pequena Vila Torrão de Ouro, em época de chuvas atingem os cursos

d’água.

No lixão desativado a Cetesb, instalando piezômetros, constatou a contaminação

dos aqüíferos subterrâneos em torno dos aterros. Logo após a represa do CTA, temos o asfalto

que d[a acesso ao bairro do Satélite, o Ribeirão Vidóca passa sob o asfalto através de uma

galeria, onde pode observar uma grande erosão. Ainda na margem esquerda do Ribeirão e da

represa do CTA, temos o condomínio Quinta das Flores e outro loteamento popular onde seu

esgoto e lançado diretamente no curso d[água. Nesse trecho já encontramos o Córrego

Senhorinha e Serimbura, afluente do Vidóca a situação e bastante critica, onde existe uma

grande área urbanizada sem tratamento dos esgotos domésticos.

Nesse trecho o Ribeirão Vidóca esta assoreado, pois há grande movimentação de

materiais sólidos em função de obras próximas do seu leito. Há também uma pequena área de

remanescente florestal em sua margem esquerda. Em frente à Kanebo (indústria) na margem

direita, existem dois lançamentos de esgoto proveniente de dois bairros Bosque dos Eucaliptos

e adjacências. Em seguida a margem direita, encontra-se outro lançamento de esgoto,

proveniente de bairros situados na margem direita do Ribeirão Sirimbura.

Um pouco mais abaixo, em direção a Rodovia Presidente Dutra, e o trecho onde

deságua do Ribeirão Serimbura , no Ribeirão Vidóca, margem direita [e ocupado por bairros

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que possuem infra-estrutura, porem não existe tratamento de esgoto que são coletados e

lançados in natura no Ribeirão Vidóca.

Hoje o Ribeirão Vidóca, no seu trecho mais urbanizado ou seja após o segundo

trecho bem antes da rodovia Presidente Dutra a o rio Vidóca encontra-se bastante canalizado e

na Av. Jorge Zarzur apos a Dutra a te a sua foz esta totalmente retificado.

Os pontos críticos na bacia do Ribeirão Vidóca , por ser uma área próxima a

cidade de São José dos Campos, encontra-se bastante urbanizada principalmente a sua sub

bacia do Ribeirão Serimbura/Senhorinha. Como conseqüência dessa urbanização temos

toneladas de esgotos sendo lançado nos corpos d’água sem qualquer tratamento prévio. E

uma bacia com graves problemas, de contaminação das águas superficiais e os aqüíferos

subterrâneos, como e o caso da disposição de lixo da cidade em aterros sanitários. Temos

problemas de assoreamentos no curso d’água, pela ocupação desordenada. Sendo que na

bacia do Ribeirão Vidóca esse problema e conseqüência de abertura de estradas, provocando

grande movimentação de massas, e na época de chuvas ocorrem o carreamento para os leitos

dos rios, ribeirões e córregos. Os loteamentos são grandes causadores do assoreamento, alem

dos aterros sanitários.

Os efeitos que podemos apontar com o assoreamento dos cursos d’água, e a

diminuição das seções do próprio leito, das galerias e eventual estrangulamento das mesmas

provocando com isto pequenas enchentes. Em relação à poluição na bacia o maior causador

são os esgotos domésticos sem nenhum tratamento, alem do aterro sanitário que são grandes

produtores de chorume. A poluição e notória pois alem do mau cheiro, e um ribeirão morto ,

com ausência completa de flora e fauna aquática.

Outro problema encontrado e a diminuição do leito maior do ribeirão, por causa

dos aterros que vem ocorrendo, para construção de arruamento, obras civis e outras.

PROPOSIÇÕES DE ALTERNATIVAS DE MANEJO DE CADA UNIDADE

6.1 - Unidade 1 - Aluviões Toda a ocupação deverá considerar as questões legais imposta pelas unidades de

conservação;

Analisar detalhadamente as possibilidades de inundações, considerando as

alterações ocasionadas pelo uso, retificação de canais e seu assoreamento nos trechos de

baixa energia, que geram pontos de estrangulamento;

Quando necessário, construir aterros até cotas suficientes para evitar inundação.

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Instalar obras/medidas de redução/controle de cheias e da erosão marginal;

Implantar sistema de drenagem detalhado, considerando as impermeabilizações

do solo já impostas pelo uso ou previstas, que podem provocar alagamentos pela concentração

das águas de chuva;

Controlar as ações que resultam em erosão dos solos e aporte de resíduos e

efluentes urbano-industriais diversos, dos terrenos desta unidade e entorno, instalando,

obrigatoriamente, rede coletora de esgoto nas áreas ocupadas, excluindo qualquer alternativa

que leve á infiltração local de resíduos;

Executar prospecção detalhada do subsolo para edificações ou obras de qualquer

porte, considerando a possibilidade de recalques das obras projetadas;

Adotar, nas vias urbanas, preferencialmente pavimentos articulados ou outros

adequados a este tipo de terreno;

Instalar tubulações estaqueadas na rede de abastecimento de água;

Adotar, em escavações, medidas como escoramento/rebaixamento do nível

d’água;

Subordinar a implantação de loteamentos e a mineração apenas depois de

estudos prévio detalhado de impacto ambiental e, nas áreas já instaladas e com problemas,

realizar o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas-PRAD.

6.2 - Unidade 2- Terraços Fluviais e Unidade 3 -Terraços Sedimentares Controlar com rigidez a ocupação urbana nesta unidade, evitando ações que

resultem em erosão dos solos e aporte de efluentes urbanos -industriais diversos para áreas

mais rebaixadas, instalando, obrigatoriamente, rede coletora de esgoto nas áreas ocupadas;

Implantar sistemas de drenagem detalhado, considerando as impermeabilizações

do solo já impostas pelo uso ou previstas, que podem provocar alagamentos pela concentração

das águas de chuvas;

Subordinar a implantação de loteamentos e a mineração apenas depois de estudo

prévio detalhado de impacto ambiental e, nas áreas já instaladas e com problemas, realizar o

Plano de Recuperação de Áreas Degradadas-PRAD.

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6.3 - Unidade 4 - Colinas e morrotes em sedimentos arenosos Efetuar a proteção superficial do talude, logo após a escavação, para evitar a

desagregação superficial;

Realizar drenagem criteriosa na crista das vertentes para captação e condução

das águas dos platôs e, localmente, do lençol suspenso, quando constatada sua presença;

Executar investigações geológicos-geotécnicas específicas para o diagnóstico

prévio da presença de solos expansivos como material de empréstimo. Se necessário,

estabelecer emprego criterioso, considerando a possibilidade de sua estabilização química

(p.ex.cal) ou a mistura com material não-expansivo, e sua utilização em aterros com

confinamento de, no mínimo, 3m de solo inerte, compactado com umidade acima da ótima e

grau de compactação inferior a 100%;

Na área rural, além de reflorestamento, os terrenos são propícios também para

pastagem cultivada e culturas anuais, desde que aplicadas práticas de conservação das

condições químicas e físicas do solo, e de controle da erosão (com curvas de nível, camaleões

etc.)

6.4 - Unidade 5 - Colinas e Morrotes em Sedimentos Argilosos.

Evitar a utilização dos solos desta unidade como material de empréstimo;

Recuperar as áreas degradadas por mineração, com realização de PRAD;

Efetuar a proteção superficial do talude, logo após a escavação, para evitar a

desagregação superficial;

Realizar drenagem para captação e condução das águas do lençol suspenso,

quando constatada sua presença;

Executar investigações geológico-geotécnicas específicas para o diagnóstico

prévio da presença de solos expansivos, em atividades que impliquem grande movimentação

de terra, implantação de sistema viário e fundações;

Elaborar estudo hidrogeológico e de qualidade das águas subterrâneas, a partir do

levantamento e sistematização de dados disponíveis e sua complementação.

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6.5- Unidade 6 - Morros com substratos de Magmatitos/Gnaisses/Xistos/Filitos

Áreas com declividade superior a 30% sujeitam ás restrições legais ao

parcelamento do solo urbano (Lei n. 6766/79- Lei Lehmann);

Na ocupação de áreas próximas ás drenagens, deve ser verificado os riscos

associados a corridas de massa e enchentes, pois correspondem, geralmente, a zonas

prioritárias para a implementação de medidas estruturais e não-estruturais, visando á correção

das situações de risco;

Disciplinar as intervenções que resultem em modificações drásticas na geometria

e dinâmica das águas na encosta, como sistemas viários e terraplanagem em geral;

Nos trechos onde podem ocorrer escorregamentos condicionados pela presença

de estruturas com orientações desfavoráveis á estabilidade obriga maiores cuidados na

execução de cortes, inclusive à realização de obras de contenção;

Subordinar toda mineração a estudos de impacto ambiental;

Recuperar as áreas degradadas por mineração com realização de PRAD;

Nas áreas rurais, recomendam-se a preservação das matas, reflorestamento ou

pastagem cultivada, com técnicas de manutenção, evitando concentração do escoamento de

águas superficiais.

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CONCLUSÃO

A realização deste trabalho implicou entrar em contato com vários aspectos

relacionados à urbanização e à degradação ambiental, muitos itens foram aprofundados para

que houvesse um melhor entendimento destes processos.

De acordo com a metodologia utilizada que envolveu o estudo da ecologia da

paisagem, aplicando as técnicas de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento, observamos

que devemos tirar partido do que a natureza pode oferecer no tocante à auto-regulação, para

então estudar quais devem ser as tecnologias mais compatíveis a serem utilizadas.

Os padrões espaciais mostraram influenciar muitos processos importantes. Assim

os efeitos dos padrões nos processos devem ser considerados em futuros estudos,

particularmente em escalas amplas e em decisões de manejos de recursos. Muitas atividades

de gerenciamento do planeta como planejamento regional e urbano e desenvolvimento e uso

de recursos naturais abrangem decisões que alteram os padrões da paisagem.

A relação de uso e ocupação do solo em referência à microbacia do Ribeirão

Vidóca demonstra a necessidade de propormos manejos adequados para podermos assegurar

a qualidade da água até o rio principal - Rio Paraíba do Sul.

A proposta central deste trabalho é a compatibilização do uso do solo e seus

manejos com os padrões ambientais, já que isto possibilitará a atenuação da degradação

físico-amabiental com a conseqüente preservação, conservação dos ecossistemas existentes e

melhoria na qualidade de vida.

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