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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
CURSO PSICOMOTRICIDADE
O PROBLEMA DA AVALIAÇÃO ESCOLAR DENTRO DAS
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.
Prof. Orientador:
Vilson Sergio de Carvalho
LEONARDO DAVID CARVALHO
RIO DE JANEIRO
2003
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
CURSO PSICOMOTRICIDADE
O PROBLEMA DA AVALIAÇÃO ESCOLAR DENTRO DAS
AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.
LEONARDO DAVID CARVALHO
Monografia apresentada como requisito
parcial para obtenção do grau de
especialista em Psicomotricidade.
Rio de Janeiro
2003
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, minha
mãe, meu pai e irmão, aos colegas do
curso, mestres e a todos que de alguma
forma contribuíram para o desenvolvimento
desta pesquisa.
DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa a minha noiva que
tanto amo, Kislla Vieira Krull, pois sem a sua
ajuda e o seu apoiou na elaboração da
mesma, não teria conseguido concluir esse
objetivo.
Resumo
Esse estudo se propõe discutir a forma pela qual vem sendo realizada a avaliação
escolar, em especial nas aulas de Educação Física, buscando esclarecer seu
verdadeiro papel no processo educacional na vida do educando.
Com este propósito, esta monografia pretende ainda, apresentar uma
proposta de avaliação psicomotora que efetivamente avalie o desenvolvimento do
educando, de modo a facilitar para com o mesmo, tornando-se assim, agente
direto na integração aluno - Educação Física, incentivando a pratica da mesma, e
não, ser um fator seletivo e desmotivante dentro da aula de Educação física.
Assim sendo, este trabalho pretende conscientiza educadores e profissionais da
área no sentido esclarecer a importância de se avaliar corretamente o que
realmente importa, valorizando o crescimento, a melhora e o desempenho do
aluno no decorrer da sua prática dentro das aulas, ou seja, o que realmente
importa é avaliar a progressão do aluno como um todo, valorizando o que ele
aprendeu, e assim detectar as facilidades e dificuldades do educado e auxiliar no
seu desenvolvimento.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 07
CAPÍTULO I 12 1.1- DEFINIÇÃO 13
1.2- CHEGADA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA 13
1.3- QUADRO ATUAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA 14
CAPITULO II 17
2.1- DEFINIÇÃO 18
2.2- MEDIR, TESTAR E AVALIAR 21
2.3- MODALIDADE DE AVALIAÇÃO 29
2.4- CONCEITO E FORMULAÇÃO DE OBJETIVOS 30
CAPÍTULO III 33
3.1- PSICOMOTRICIDADE: ORIGEM E DEFINIÇÃO 34
3.2- TAXIONOMIA DE OBJETIVOS PSICOMOTORES 36
3.3- DESENVOLVIMENTO DA PSICOMOTRICIDADE 37
3.3.1- COORDENAÇÃO GLOBAL, FINA E OCULO MANUAL 37
3.3.2- O ESQUEMA CORPORAL 38
3.3.3- LATERALIDADE 39
3.3.4- ESTRUTURA ESPACIAL 39
3.3.5- ESTRUTURA TEMPORAL 40
CAPITULO IV 41
4.1- AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO FÍSICA 42
BIBLIOGRAFIA 45
INTRODUÇÃO:
Esta pesquisa visa comprovar a importância de uma avaliação psicomotora
que não valorizasse nota, mas sim o crescimento através do desempenho e do
esforço educando em alcançar o objetivo nas aulas de educação física,
contribuiria muito mais para o desenvolvimento do indivíduo como um todo.
Perdendo um pouco daquela dependência perante a nota proporcionaria um
melhor aproveitamento para o aluno.
Para isso a contribuição de alguns autores citados no decorrer dessa
monografia, se fez relevante para o desenvolvimento dessa pesquisa.
Através dessa avaliação psicomotora que será proposta no decorrer desta
pesquisa, o aluno passaria a aprender, e a nota deixaria de ser o fator mais
importante, para ser uma conseqüência do aprendizado. Desta forma, faremos
uma abordagem da importância da avaliação antes, durante e depois no processo
do ensino aprendizado na educação física, e não apenas depois como vem sendo
feito..
Sendo assim, o motivo dessa pesquisa se dá, pela falta de credibilidade das
aulas de educação física, mesmo sendo ela um dos agentes que contribuem na
educação e o principalmente agente no desenvolvimento psicomotor dos alunos
especialmente nas escolas, com isso, tornasse fundamental e extremamente
necessária uma reformulação urgente no processo de avaliação nas escolas no
campo da educação física com, e é sobre esse problema que eu me propus a
estudar sendo essa uma área pouco explorada pelos que trabalham como
Educadores do Corpo e mente (Educação Física), mesmo com a importância que
ela tem. A percepção que escola, de forma inconsciente, convence os alunos que
a nota é o mais importante, deixando assim, o aprendizado de lado é muito clara
nas aulas.
Sabendo que tais procedimentos acabam pondo em detrimento o
conhecimento, prejudica o desenvolvimento do aluno.
“Avaliação é um sistema internacional e discriminativo de verificação que
tem como finalidade tornar a aprendizagem mais efetiva e não instrumento de
qualificação”. (SALDANHA – 1975:37)
Muitos professores usam a avaliação como instrumento de terrorismo,
como uma forma de mostrar poder, autoridade e conhecimento. Nesta concepção,
a avaliação é motivo de repressão pelo qual o professor não se importa com o que
foi construído ao longo de um processo de ensino - aprendizagem. Esta avaliação
é apenas uma forma de testar e medir os acertos e erros dos indivíduos.
“A avaliação na sua verdadeira concepção é uma forma para as pessoas
melhorarem e na área educacional avaliar não visa medir, mais melhorar”
(POPHAN, 1987:45).
O educador que avalia desta forma não está interessado em descobrir se o
educando assimilou o que foi ensinado, acabando por desvaloriza-lo
publicamente.
A avaliação deveria servir como um veículo pelo qual o professor
percebesse se está atingindo seus objetivos, acabou tomando o sentido de
verificar se o aluno memorizou o que o “professor acha” que precisaria ser
memorizado ou muitas vezes o que manda o programa.
Perante o estudo feito sobre alguns autores fica claro que os todos
entendem que na prática, ainda hoje, avaliar é dar notas, fazer provas, registrar
notas, conceitos, etc. Assim utilizam dados comprováveis na medida em que é
mais fácil atribuir aos alunos as médias e resultados obtidos em exames.
“As notas, conceitos dos educandos são decorrentes do termo medida, em
que os professores medem extensão, volume e outros atributos dos objetos e
fenômenos” (HOFFMANN –2000:56).
Estas avaliações, muitas vezes acabam sendo usadas como instrumento
para castigar os alunos e ameaça-los a reprovação, causando assim medo, ou
melhor, pânico entre os educandos.
Desta forma, torna-se necessário nos opormos à simplificação desse
problema, enquanto alguns professores insistam em entender por avaliação, os
tipos de provas, testes, trabalhos, etc. e não percebem a avaliação como um
processo amplo da aprendizagem, indissociável do todo, que envolve
responsabilidades do professor e do aluno. Dessa forma acabam por afastar a
avaliação do seu verdadeiro propósito, de sua relação com o ensinamento, de seu
aspecto formativo.
É necessário ver avaliar como um processo contínuo envolvendo não só o
aspecto quantitativo, mas sim, e principalmente o aspecto qualitativo,
proporcionando assim, informações para o processo de ensino-aprendizagem. Ou
seja, deve julgar o grau de aceitabilidade do que foi ensinado, ser um controle de
qualidade, medindo a afetividade ou não do processo, para que mudanças
possam ser feitas objetivando garantir o seu desenvolvimento.
Ao longo dos anos a avaliação tem passado por acalorados debates no
interior do sistema educacional ( e fora dele) sofrendo modificações importantes e
evoluindo em sua forma , métodos e critérios, porém no cotidiano da sala de aula
ainda é preciso vencer os antigos paradigmas como:
Paradigma em superação Paradigmas em implantação
• Evento • Processo
• Medo • Coragem
• Boletim de Notas • Registro de Anotações
• Imposição • Negociação
• Autoritarismo • Participação
• Atitude Secreta • Transparência
• O ser arbitrário • O ser criterioso
• O ser classificatório • Pelo ser promocional
Assim, não sobram espaços para discriminações, pressões manipulativas,
competições e rotulações, fazendo da avaliação um instrumento auxiliar de um
processo de conquista do conhecimento, ou um instrumento que contribua para
melhor aprendizagem e do seu desenvolvimento. Vejo a avaliação como uma
sistemática através da qual se verifica mudanças de comportamento do educando
e em que medida essas mudanças ocorrem, ela pode ser vista sob vários
aspectos (funções) tais como:
Início
Diagnóstico
• Orientar
• Explorar
• Identificar
• Adaptar
• Predizer
aluno
enquanto
produtor
A avaliação busca
conhecer
principalmente as
aptidões os interesses e
as capacidades
enquanto pré- requisitos
para o futuro
Durante
Formativa
• Regular
• Situar
• Compreender
• Harmonizar
• Tranqüilizar
• Apoiar
• Reforçar
• Corrigir
• Facilitar
• Dialogar
Aluno
enquanto
atividades
Processo
de
produção
A avaliação busca
informações sobre
estratégias de solução
dos problemas e das
dificuldades sugeridas.
Depois
Somativa
• Verificar
• Classificar
• Situar
• Informar
• Certificar
• Pôr a Prova
O aluno
enquanto
produto
final.
A avaliação busca
observar
comportamentos globais,
socialmente
significativos, Determinar
conhecimentos
adquiridos e, se
possível, dar um
certificado.
Na medida em que a avaliação gradualmente passa afazer parte da paisagem, ela
não precisa mais ser uma parte separada do restante da atividade de aula, não
existe a necessidade de “ensinar para a avaliação”.
A avaliação deveria priorizar ajudar o desenvolvimento do educado. Cabe ao
professor oferecer um “fedback” ao aluno, que seja útil hoje, identificando áreas de
potencialidades e de dificuldades, mostrando o caminho que deve ser estudado ou
no que deve ser trabalhado, apontando os hábitos que são produtivos e os que
são improdutivos, indicando o que pode ser esperado nas próximas avaliações, e
assim sucessivamente
Sendo assim trago uma proposta que possa vir a facilitar o sistema de avaliação
nas escolas, dentro das aulas de Educação Física.
CAPÍTULO I
Educação física
CAPITULO I – História da Educação física
1.1 - Definição
A Ed. Física escolar é uma disciplina que introduz e integra o aluno na
cultura corporal do movimento, auxiliando na formação do cidadão através do
esporte, da dança, da luta e da ginástica em benefício do exercício critico da
cidadania e da melhoria da qualidade de vida.
A educação física escolar deve proporcionar aos alunos a oportunidade de
desenvolverem suas potencialidades de forma democrática sem serem seletivas
visando o desenvolvimento global do ser humano, respeitando a individualidade
de cada educando.
1.2- Chegada da Educação Física na Escola
Até o século XIX, a educação física esteve estritamente vinculada as
instituições militares e médicas. A pratica da Educação Física favorecia a
educação do corpo, tendo como meta no primeiro caso, o preparo físico de
homens para lutar pela nação, e no segundo caso a ênfase recaia sobre a busca
de um físico saudável e equilibrado organicamente, menos suscetível às doenças.
Somente no ano de 1851, por meio da reforma Couto Ferraz, tornou-se
obrigatória à introdução da disciplina educação física nas escolas do município da
corte (atual Rio de Janeiro).
Em 1882, Rui Barbosa deu seu parecer sobre o projeto 224 – Reforma
Leôncio de carvalho, em que defendeu a inclusão da ginástica entre as demais
disciplinas curriculares.
A inclusão da educação física nos currículos disciplinares, entretanto, não
garantiu a implementação, na prática da disciplina, principalmente no que tange às
escolas primárias. Embora a legislação visasse tal inclusão, a falta de recursos
humanos capacitados para o trabalho com educação física escolar era muito
grande.
Apenas em 1937, no processo de elaboração da constituição, é que se fez
a primeira referência explícita à disciplina educação física em textos
constitucionais federais, incluindo-a no currículo como pratica educativa
obrigatória. Também na constituição de 1946, a disciplina foi completada. Mas foi
a LDB/1961, que determinou a obrigatoriedade da oferta da disciplina educação
física para o ensino primário e médio. A partir daí, o esporte passou a ocupar cada
vez mais o espaço nas aulas de educação física.
Já na década de 80, a Educação Física escolar passou a priorizar o
desenvolvimento psicomotor do aluno, tirando da escola a função de promover os
esportes de alto rendimento. Atualmente a LDB da Educação Nacional de 1988,
promulgada em 20 de dezembro de 1996, buscou transformar o caráter que a
educação física assumiu nos últimos anos ao explicitar que:
“A educação física, integrada a proposta pedagógica da escola, é
componente curricular de educação básica, ajustando-se as faixas etárias e
às condições da população escolar...” (LDB, 1996, Art.26.§3º:24).
Dessa forma, educação física deve ser exercida em toda a escolaridade
básica, ou seja, desde a educação infantil até o terceiro ano do ensino médio e,
especialmente, no caso do ensino fundamental, desde o primeiro ciclo até o
segundo ciclo (antiga 1º série até a antiga 8º série) e não só no segundo ciclo
(antiga 5º série até a 8º série).
1.3 - QUADRO ATUAL DA ED. FÍSICA.
A Educação Física escolar em sua trajetória até a atualidade, passou por
muitos momentos, teve certa importância política, reconhecimento legal, mas cabe
indagar porque não foi capaz de se consolidar, se legitimar como disciplina na
escola, junto aos pais e aos demais professores?
O que faltou para que os alunos hoje adultos mantivessem sua vida ativa e
tivessem uma leitura e compreensão diferente daquela que nos mostram como
sendo uma disciplina segregacionista, elitista, excludente e promovida através de
exercícios estereotipados. O que fez com que não compreendessem de fato o
porque da disciplina, a não ser como intervalo das aulas teóricas, onde podiam
gastar um pouco de energia, mudar a rotina escolar, ter um tempo de lazer? Na
verdade essas foram às impressões que a Educação Física passou para adultos
de hoje. É assim que hoje os profissionais de Educação Física são visto por juizes,
secretários de educação e de esporte, a despeito do discurso formal de que na
escola que devemos construir uma cultura para uma vida ativa e que esta vida
contribuir para construção da cidadania plena.
Na atualidade, as quatro grandes tendências apontadas têm se desdobrado
em novas propostas pedagógicas, em função da pesquisa e da reflexão teórica -
específica da área e da educação escolar de forma geral, e da sistematização
decorrente da reflexão sobre a pratica pedagógica concreta de escolas e
professores, que, muitas vezes dentro de situações desfavoráveis, se seguem
inovando. Ao mesmo tempo, infelizmente, encontra-se ainda, em muitos
contextos, a prática de proposta de ensino pautadas em concepções
ultrapassadas que não suprem as necessidades e as possibilidades da educação
contemporânea.
Nesse contexto, instala-se um novo ordenamento legal na proposição da
atual Lei de Diretrizes e Bases, que orienta para a integração da Educação Física
na proposta pedagógica da escola. Ao delegar autonomia para a construção de
uma proposta pedagógica integrada, a nova lei responsabiliza a própria escola e o
professor pela adaptação da ação educativa escolar às diferentes realidades e
demandas social.
É importante ressaltar que essa autonomia deve pressupor a valorização do
professor e da instituição escolar, criando condições concretas e objetivas para o
exercício produtivo dessa responsabilidade, pois a possibilidade de construção
deve gerar um avanço em direção ao exercício pleno da cidadania, garantindo a
todos os alunos o acesso aos conhecimentos da cultura corporal de movimento.
Por outro lado, interesses políticos e econômicos escusos podem a partir de uma
interpretação distorcida da lei, legitimar descaracterização da Educação Física
escolar, tornando-a mera área técnica ou recreativa desprovida de função no
processo educativo pleno.
É fundamental, portanto, que a escola, a comunidade de pais e alunos e
principalmente o professor valorizem-se e sejam valorizados, assumindo a
responsabilidade da integração desta área de conhecimento hu8mano ao projeto
pedagógico de cada escola, exigindo plenas condições para o exercício de seu
trabalho, garantindo para o aluno a manutenção de número adequado de aulas e
de condições efetivas para aprendizagem.
CAPÍTULO II
Avaliação
“Avaliar nos permite rever, construir e reconstruir”.
CAPITULO II – Repensando a Avaliação
2.1 - Definição:
Podemos entender a avaliação como um processo que faz parte da vida,
pois constantemente não só estamos a avaliar tudo a nossa volta, como somos
também avaliados em diferentes situações. Sendo essa, uma prática freqüente em
nosso cotidiano, sendo assim, torna-se notória a sua importância para a
sociedade.
Na língua portuguesa, prova significa estabelecer ou demonstrar a verdade
ou a realidade de uma coisa (Dicionário de C. de Oliveira 1992). Já em educação,
prova tem o sentido mais específico de submeter a alguém a uma atividade para
provar, principalmente a objetividade de seus conhecimentos em determinado
campo.
Este esquema é uma das formas de apresentar o processo ensino
aprendizagem. Enfatiza a dinâmica do conjunto e as interligações das partes.
O processo, em nível de planejamento, se inicia no diagnóstico das
necessidades educacionais (saber onde estamos), para em seguida determinar os
objetivos (onde queremos chegar) e selecionar conteúdos programáticos e
experiências de aprendizagens (que caminhos trilhar para atingir os objetivos
propostos).
Em nível de execução, a avaliação da aprendizagem refaz o diagnóstico e
incentiva o replanejamento. A avaliação e que torna o processo mais dinâmico e
quando contínua, impede que o que foi planejado e o que esta sendo realizado se
distancie da realidade dos alunos.
A avaliação na concepção tradicional pedagógica, quando o professor
considera seu aluno como uma tábua rasa, não somente quando ele nasce como
ser humano, mas frente a cada novo conteúdo estocado na sua “grade” curricular,
ou nas gavetas de sua disciplina; quando sua prática e legitimada por uma teoria
que o leva a acreditar no mito da transferência do conhecimento, na reprodução
do autoritarismo, da coação da subserviência, do silêncio, da morte, da critica, da
criatividade da curiosidade, onde o aluno assume uma posição de passividade;
em que a relação professor – aluno é identificada como uma relação de
dominação, de autoritarismo, de submissão e o ensinar e concebido como um
mero transmitir de conhecimento já pronto, acabada, conjunto – verbal a ser
recebido, gravado e desenvolvido na “hora da prova”, onde o ensinar e o aprender
são visto como gravar informações transcritas para um caderno e desenvolvidas
de forma mais fiel possível ao professor na hora da prova, onde as ações do
aluno são indicadores de que a preocupação e satisfazer aos professores, e
buscar responder a tudo o que o professor quer; a avaliação como produto, serve
para valorizar os aspectos cognitivos, com ênfase na memorização, através de
uma mera cobrança de conteúdo aprendido de forma mecânica, sem muito
significado para o aluno, vista também como um ato de “toma-lá-da-cá”, em que o
aluno deve devolver ao professor o que dele recebeu, de preferência, exatamente
como recebeu, colocando um ponto final a cada tarefa que o aluno faz; anulando
assim, o caráter de continuidade de sua própria ação educativa, não cabe
interpretação e criatividade na avaliação, nesta perspectiva. A qualidade se
confunde com a quantidade pelo sistema de média, estatística, índices numéricos
dessa qualidade.
A avaliação nada traz em termo de crescimento, pois nas
circunstâncias em que ocorre, ela assume uma conotação negativa, ao ignorar a
realidade do aluno, sua afetividade e, sobretudo, seu lado emocional, pois nesse
momento esta costuma se caracterizar pela insegurança, ansiedade, medo e
competitividade gerados pela “prova”, que é o instrumento utilizado para verificar
se os objetivos propostos pelo professor foram alcançados ou não, tendo em vista
o replanejamento de seu conteúdo, limitando-se apenas a esses dados sem
julgamento qualitativo desses resultados.
Organização de meios e conteúdos Seleção de experiências de
Programático aprendizagem
Seleção de meios conteúdos Organização de experiências
Programáticos de aprendizagem
Formulação de objetivos de ensino Avaliação da aprendizagem
Diagnóstico das necessidades educacionais
A avaliação na concepção tradicional pedagógica, quando o professor
considera seu aluno como uma tábua rasa, não somente quando ele nasce como
ser humano, mas frente a cada novo conteúdo estocado na sua “grade” curricular,
ou nas gavetas de sua disciplina; quando sua prática e legitimada por uma teoria
que o leva a acreditar no mito da transferência do conhecimento, na reprodução
do autoritarismo, da coação da subserviência, do silêncio, da morte, da critica, da
criatividade da curiosidade, onde o aluno assume uma posição de passividade;
em que a relação professor – aluno é identificada como uma relação de
dominação, de autoritarismo, de submissão e o ensinar e concebido como um
mero transmitir de conhecimento já pronto, acabada, conjunto – verbal a ser
recebido, gravado e desenvolvido na “hora da prova”, onde o ensinar e o aprender
são visto como gravar informações transcritas para um caderno e desenvolvidas
de forma mais fiel possível ao professor na hora da prova, onde as ações do
aluno são indicadores de que a preocupação e satisfazer aos professores, e
buscar responder a tudo o que o professor quer; a avaliação como produto, serve
para valorizar os aspectos cognitivos, com ênfase na memorização, através de
uma mera cobrança de conteúdo aprendido de forma mecânica, sem muito
significado para o aluno, vista também como um ato de “toma-lá-da-cá”, em que o
aluno deve devolver ao professor o que dele recebeu, de preferência, exatamente
como recebeu, colocando um ponto final a cada tarefa que o aluno faz; anulando
assim, o caráter de continuidade de sua própria ação educativa, não cabe
interpretação e criatividade na avaliação, nesta perspectiva. A qualidade se
confunde com a quantidade pelo sistema de média, estatística, índices numéricos
dessa qualidade.
A avaliação nada traz em termo de crescimento, pois nas circunstâncias
em que ocorre, ela assume uma conotação negativa, ao ignorar a realidade do
aluno, sua afetividade e, sobretudo, seu lado emocional, pois nesse momento
esta costuma se caracterizar pela insegurança, ansiedade, medo e
competitividade gerados pela “prova”, que é o instrumento utilizado para verificar
se os objetivos propostos pelo professor foram alcançados ou não, tendo em vista
o replanejamento de seu conteúdo, limitando-se apenas a esses dados sem
julgamento qualitativo desses resultados.
O professor, muitas vezes, ao avaliar, atribui a este ato, diferentes
significados, limitando-se a medir ou testar apenas, em vez de avaliar, razão pela
qual surge uma acentuada dicotomia entre educação e avaliação, pelo fato de
atribuir o mesmo conceito a situações diferentes.
2.2 - Medir, Testar e Avaliar.
Os conceitos de testar, medir e avaliar, muitas vezes são utilizados como
sinônimos, embora intimamente relacionados, eles não são sinônimos. Tanto os
testes como as noções de medidas e avaliação referem-se à verificação, ao
rendimento escolar, porém, com uma amplitude de significação diferente.
Testar- Significa verificar algo através de situações previamente
arranjadas, as quais são chamadas de testes. Testes referem-se, portanto a um
meio ou conjunto de meios que servem para determinar as características e
traços específicos do caso ou fenômeno que esta sendo objeto de observação.
Os testes são, pois instrumentos de medida, que não tem um fim em si
mesmo, mas servem para medir ou investigar a qualidade (características) de
algo existente. Todo teste é uma medida, mas nem todas as medida se apresenta
em forma de testes.
Medir- Significa determinar a extensão, dimensão, a quantidade, o grau ou
capacidade de algo ou de um objeto, e atribuir valores segundo determinadas
regras anteriormente estabelecidas. O resultado de uma medida é sempre
expresso em números e não por descrição, havendo para isso um sistema de
unidade convencional de uso mais ou menos universal que facilita a interpretação
de resultados.
“Dizer, por exemplo, que uma sala é quadrada, ou uma
bola é redonda ou mesmo grande, não satisfaz ao
aspecto quantitativo da definição de tamanho que
queremos expressar, mas quando usamos unidades
tais como metro, quilo, volume e etc, estamos
expressando com muito mais exatidão e simplicidade a
idéia de que queremos transmitir”.(ESTIVES, 1972:61).
Tudo que se faz, da manhã à noite, está de forma submetida à medida;
tem-se hora para levantar, sair de casa, começar e terminar o trabalho .
Compram-se as utilidades de que se necessita por medida de peso, tamanho,
volume, quantidade, preço e etc. Em fim, continuamente faz-se o uso de medidas.
À proporção que os processos de medir se aperfeiçoam nas ciências em
geral, tal progresso afetou necessariamente, a utilização da medida no campo
educacional. Os professores sempre tiveram a responsabilidade de julgar seu
aluno e avaliar os resultados do ensino. Bem, assim, devem ter reconhecido
diferenças na capacidade de aprende dos mesmos, havendo alguns que
aprendem mais rapidamente e outros que retêm e aproveitam melhor o que lhes é
ensinado.
A medida é um instrumento, é um meio necessário para atingir um fim em
si mesmo. Tudo que se mede, mede-se para atender um determinado fim, ou
melhor ainda, para verificar se servirá a um fim específico previamente
determinado.
Entretanto, a tarefa dos professores não tem sido apenas esta de notar as
diferenças entre os alunos, mas também a de registrar e fazer uso dessas
informações na avaliação individual dos mesmos. E é nesse sentido que a
introdução de novos processos de medidas afetou grandemente o ensino,
possibilitando não só a criança uma aprendizagem mais eficiente, como também
favorecer o rendimento do trabalho do professor, provocando, pos assim dizer,
uma revolução educacional. Reconheceu-se, inicialmente, que os testes
constituíam-se como instrumento precioso nas escolas, depois se verificou que
era necessário utilizar outras medidas além dos testes, como: registros de
observação sistemática, boletim, fichas individuais, escalas de classificação e etc.
Mas tal como os testes foram considerados insuficientes, assim também as
medidas, de modo geral, passaram a não satisfazer como instrumento de
verificação de aprendizagem, e por uma razão muito simples: que todas as
conseqüências educacionais são quantitativamente mensuráveis.
A medida, portanto, tem um conceito mais amplo, incluindo outros
instrumentos além dos testes.
Avaliar- É um conjunto mais amplo que o de testar e medir porque implica
numa apreciação qualitativa, mais subjetiva.
“Um programa de avaliação inclui a utilização dos
instrumentos quantitativos acima mencionados e se
completa e se perfaz predominantemente através de
aspectos qualitativos, tais como: observação casual em
qualquer hora ou situação, trabalhos de aula,
anedotários, etc, e tais processos não são, a rigor,
medidas como as definidas anteriormente, pois
baseiam em julgamentos, descrições e opiniões”. (Id.Ib:
d.:15)
Embora reconhecendo a distinção feita, deve-se encarecer a importância
dos testes e outras medidas para a avaliação, pois estes conceitos se completam
em vez de se excluírem. Por isso, como já foi dito anteriormente, testes e medidas
são meios, não fins em si mesmos, já que a interpretação de ambos conduz à
avaliação. Esta, por sua vez, depende da utilização daqueles instrumentos, pois a
medida é que dá o caráter de objetividade à avaliação.
Não basta testar e medir. Os resultados devem ser interpretados em termo
de avaliação. A escolha de um outro instrumento deve ser feita, tendo-se em vista
os objetivos de cada caso, sejam eles simplesmente medir ou avaliar. Por isso,
não será de tanta importância saber se deve testar, medir ou avaliar as condições
de um aluno, contando que se determine o progresso alcançado, ou se
diagnostique seu problema.
A avaliação é mais do que medida, porque além de atribuir nota à vista dos
resultados obtidos, inclui julgamentos de valor, classificando comportamentos
conforme sua adequação objetiva preestabelecida.
O professor deve avaliar e não apenas medir; porque, enquanto medir é
uma ação mais restritiva, avaliar é um processo, algo mais amplo, pois envolve a
medida. Enquanto medir é ponto de partida para avaliação, avaliar é a
interpretação de uma medida pela atribuição de um juízo valorativo, enquanto
medir limita-se aspectos quantitativos, avaliar compreende aspectos qualitativos e
quantitativos, enquanto medir fixa ou determina com máxima precisão possível,
avaliar caracteriza o valor do fenômeno, enquanto medir expressa resultados
sempre em números, avaliar expressa resultados em descrição; enquanto medir
faz comparação de algo com uma unidade ou com uma quantidade padronizada,
avaliar é um processo pelo qual se valorizam os elementos quantitativos em
função de objetivos. E, por último, enquanto medir coleta evidências necessárias
para melhorar o ensino-aprendizagem, avaliar processa essas evidências com a
mesma finalidade.
De acordo com a avaliação do processo ensino-aprendizagem,
HOFFMANN esclarece que:
“Exercendo-se a avaliação como uma função
classificatória e burocrática, persegue-se um principio
claro de descontinuidade de segmentação, de
parcelarização do conhecimento. Registro de
resultados bimestrais, trimestrais ou semestrais
estabelecem uma rotina de tarefas e provas periódicas
desvinculadas de sua razão de ser no processo de
construção do conhecimento. O grau, nota, conceito,
são conferidos ao aluno sem interpretação ou
questionamento quanto ao seu significado e poder [...].
Resulta daí, da mesma forma, uma relação de
antagonismo (professor e aluno) que leva a sofridos
episódios de avaliação. Sentenças irrevogáveis. Juizes
inflexíveis. Réus, em sua maioria, culpados. O
professor cumpre penosamente uma exigência
burocrática e o aluno, por sua vez, sofre o processo
avaliativo. Ambos perdem nesse momento e
descaracterizam à avaliação de seu significado básico
de investigação e dinamização do processo de
conhecimento”. (HOFFFMANN, 1976:19).
Segundo PERES (1990), para realizar a avaliação escolar existem vários
modelos, propostas teóricas que surgiram e se desenvolveram nos últimos anos
da história da educação. Entre as formulações mais consistentes e ainda não
superadas, encontram-se a formal e a informal. (PERES, Jesus - RJ, 1990).
DAVIS (1980) também comenta o assunto, e afirma que não há oposição
entre elas. Uma complementa a outra. Sempre que é possível e quando o
professor tem contato quase que diário com o aluno, essa avaliação informal,
constante e consubstanciada de inúmeros dados, deveria ser mais valorizada do
que a avaliação formal, quase sempre postiça e tendenciosa porque se realiza em
um momento?
Com isso, a análise feita até aqui, possibilita destacar as seguintes
informações:
• Avaliação é funcional. Isto significa que a avaliação não é um fim, mas
um meio para verificar se os objetivos foram lançados (medida baseada em
critério). Conseqüentemente a avaliação só tem sentido se os objetivos tiverem
sido claramente definidos e comunicados aos alunos
• A avaliação é um processo sistemático que forma parte do ensino –
aprendizagem. Torna-se postiço pretender ensinar primeiro e isoladamente avaliar
o quanto foi aprendido. A Avaliação é também ensino-aprendizagem e não pode
ser desagregada do processo global.
• A avaliação é contínua e vai se desenvolvendo ao longo de todo o
processo, em cada aula, em cada seção da aula, proporcionando desse modo
recuperação imediata se a aprendizagem sofrer eventuais bloqueios.
• A avaliação é integral, ocupando-se o aluno, da escola, da atividade e
atitudes do professor (o professor é continuamente avaliado e como!) e da
interação professor-aluno, com o que isso comporta de motivação, interesse,
participação e cooperação. (DAVIS, C. e Espósito, 1980).
Segundo a autora ESTEBAM (1985), “O processo de avaliação do
resultado escolar dos alunos e alunas está profundamente marcado pela
necessidade de criação de uma nova cultura sobre avaliação, que ultrapassem os
limites da técnica e incorpore em sua dinâmica a dimensão ética” (ESTEBAM,
1985:63).
A escola utiliza-se de um tipo de avaliação que nomeamos de avaliação
escolar, sua função não é a de simplesmente classificar o aluno rotulando-o de
acordo com o seu resultado em testes e provas, e compreender o processo de
aprendizado. Outra função a destacar, é que esta serve para avaliar os métodos
utilizados pelo professor no processo de ensino utilizados em sala de aula. Sendo
assim, essa serve tanto para o aluno quanto para o professor. (ESTEBAN, Maria
Teresa - 2º ed. RJ).
LIBÂNEO (1988) afirma que “Podemos, então, definir a avaliação escolar
como um componente do processo de ensino que visa, através da verificação e
qualificação dos resultados obtidos, determinar a correspondência destes com os
objetivos propostos e, daí, orientar a tomada de decisões em relação às
atividades didáticas...” (LIBÂNEO José Carlos, Didática – RJ :26).
CASTILLOS (1980) diz que basicamente pode-se avaliar quantitativamente
e qualitativamente. Resumidamente, a avaliação quantitativa, utiliza escalas de 0
a 10 ou deixa-se utilizar conceitos como “ótimo”, “bom” ou “regular”, para
avaliação do desempenho, mas sempre se submetendo a expressões de sentido
hierárquico de resultados alcançados, pode se tornar assim, um processo de
inclusão/exclusão, fracasso/sucesso; enquanto que a avaliação qualitativa
procura avaliar o processo como um todo, não tendo uma preocupação em
quantificação de resultados. Ao invés de provas e ou questões fechadas, utiliza-
se freqüentemente discussões e debates abertos estimulando assim a criatividade
e o senso critico do aluno. (CASTILLOS, M., PUC-RJ, 1980)
Segundo ESTEBAN (1985), ao falar sobre o assunto afirma existir hoje na
escola três posturas com relação à avaliação: a primeira que insiste nos modelos
quantitativos, outra que se pauta numa posição híbrida utilizando tantos os
métodos qualitativos quanto quantitativos e ainda uma última que valoriza mais a
avaliação democrática com um ideal claro de inclusão.
O emprego dos dois métodos permite uma melhor compreensão sobre um
determinado fenômeno, como por exemplo, o processo de aprendizado.
Independente do método empregado o que temos percebido nas escolas
uma avaliação na maioria das vezes com uma função de quantificação, de
rotulação, onde a nota é o mais importante, e o aprendizado no verdadeiro sentido
da palavra, é deixado de lado. (ESTEBAN, Maria Teresa - 2º ed. RJ).
2.3 - Modalidade de Avaliação
A distinção da avaliação em três modalidades (avaliação de diagnóstico,
avaliação formativa e avaliação somativa) tal como foram apresentados por
BLOOM (1978), Colaboradores tem por objetivo enfatizar a inserção da avaliação
no processo ensino-aprendizagem, destacando a contribuição de cada
modalidade de avaliação no desenvolvimento do processo. (BLOOM, B e ALII,
Domínio Cognitivo 2. Domínio Afetivo. 6º ed. Globo 1978).
PEREZ (1990) descreveu três tipos de avaliações:
Avaliação Diagnóstico: É a descrição da situação de cada aluno ao iniciar um
programa, um curso ou uma unidade de ensino e / ou a análise das causas de um
eventual bloqueio da aprendizagem em um aluno no decorrer do processo ensino-
aprendizagem.
Avaliação Somativa: A avaliação somativa se caracteriza pela sua função
classificadora através da atribuição de uma nota ou conceito final de um curso, de
um concurso ou de um determinado período. A avaliação somativa por favorecer a
competição de ser aplicada ao final do programa ou curso
• Não orienta o desenvolvimento do processo só mede o produto do ensino
aprendizagem.
• Os dados que possa oferecer ao professor chegam demasiado tarde para
fazer ajustes e/ou correções, a não ser para o curso ou ano seguinte;
• Não oferece orientação ao aluno, o qual, em vez de dirigir o seu esforço
para aprender, fica tentando adivinhar o que vai cair na prova “para poder
passar” Causa em geral tensão desnecessária nos alunos que sabem que
serão julgados e classificados pelo que apresentarem na hora da prova e
não pelo que renderem no decorrer do período, dessa forma a prova
somática se converte freqüentemente num acontecimento ameaçador para
o aluno e numa espécie de arma de vingança nas mãos dos professores.
Avaliação Formativa: É o que ocorre durante o processo ensino-aprendizagem,
realizada através de testes e instrumentos rápidos aplicados periodicamente, que
visam verificar se a aprendizagem esta realmente acontecendo.
Inserida plenamente no desenvolvimento do processo de ensino-
aprendizagem, a avaliação formativa fornece informações relevantes e feed-back
contínuo ao professor e aos alunos. (PEREZ, 1990).
Segundo LINDERMAN (1978) a avaliação na Escola Municipal de Belo
Horizonte (MG) fez uma adaptação das modalidades de avaliação diagnostica,
formativa e somativa, apresentou-a como projeto a ser implantado e pratica a ser
seguida em toda escola plural. A proposta esta resumida no quadro:
AVALIAÇÃO INICIAL
AVALIAÇÃO
CONTÍNUA
AVALIAÇÃO FINAL
Para
quê
Conhecer e identificar
os conhecimentos,
valores, atitudes prévios
dos alunos (diagnóstico)
Perceber o grau de
avanço dos alunos em
relação aos objetivos.
Reorientar e melhorar
a intervenção
pedagógica
Identificar os melhores
resultados finais do
processo de
aprendizagem –
socialização. Levantar
os objetivos para
novas aprendizagens
Quê Avaliavam-se os
esquemas de
conhecimentos, valores,
atitudes prévias
pertinentes para nova
situação aprendizagem.
Avaliam-se os
progressos, bloqueios,
impasses, presentes
no processo de
ensino-aprendizagem
e da socialização.
Avaliam-se os graus
de aprendizagem
alcançados a partir
dos objetivos e
conteúdos fixados.
Quando Realiza-se no começo
de cada nova fase de
aprendizagem-
socialização.
Acontece durante o
processo de
aprendizagem.
Realiza-se ao fim de
uma fase de
aprendizagem-
socialização.
Como A partir de situação
problema, onde os
alunos revelam o que
valorizam e sabem e o
que gostariam de saber
e vivenciar.
A partir de uma
observação
sistemática do
processo de
aprendizagem e do
registro e
interpretação dessas
observações a partir
da produção dos
alunos.
Observações,
registros, e
interpretação da
produção dos alunos
em que utilizam os
conteúdos aprendidos
e vivenciados. Auto
Avaliação.
Fonte: Escola Plural – (LINDERMAN, R. H. Secretaria Municipal de Educação –
Belo Horizonte – Outubro, 1994).
2.4 - Conceito e Formulação de Objetivos
MARTINS (1993) diz que a avaliação ficou definida como verificar ate que
ponto os objetivos foram alcançados. Os objetivos são, em conseqüência, o
referencial da avaliação escolar.
São sinônimos de objetivos os termos fim e meta, no sentido latu de aquilo
que se pretende alcançar. Num sentido mais específico, fim expressa propósitos
filosóficos, abstratos e remotos, objetivo define um propósito observável e
mensurável, concreto e próximo, e meta, por sua vez, representa a quantificação
de um objetivo. (MARTINS, J. – RJ, nº 10, 1993).
Segundo VIANNA (1978), “No campo da educação, os objetivos são
definidos como formulações explícitas das mudanças que se espera ocorram nos
alunos mediante o processo educacional; isto é, formulações dos modos como os
alunos modificam seus pensamentos, seus sentimentos, suas ações”. (VIANNA
1978:48).
A definição de VIANNA (1978), “explícita os três campos ou domínios onde
a aprendizagem (modificação do comportamento) se realiza:
• Nos pensamentos e conhecimentos => domínio Cognitivo.
• Nos sentimentos, atitudes e valores => domínio afetivo.
• Nas ações físicas e na motricidade => domínio psicomotor.”
(VIANNA, H. M. 3º ed. SP, 1978:49)
GANDIN (1986) fala sobre a comunicação dos resultados e afirma que o
resultado final obtido num determinado teste de aprendizagem é um número frio
que indica apenas os acertos ou erros cometidos. Nenhuma coisa nem outra são
uma avaliação, a qual precisa de outros fatores que o professor pode conhecer e
que não aprece nos testes, mas se evidenciam no conjunto das avaliações
formais e informais.
Em todo caso uma prova corrigida não deve levar apenas um número que
pouco ou nada diz ao aluno. E importante que o professor faça comentários à
cerca dos erros ou omissões encontradas nas provas assim como dos pontos
positivos. (GANDIN, Danilo - nº15 1986).
Na educação física em particular a avaliação assume um papel fundamental
já que a mesma deveria ser feita antes, para prescrever o exercício ou atividade
mais correta, para não ocorrer nenhum tipo de problema durante a pratica da
mesma, decorrente de um problema que ela possa ter sem que você saiba,
também para servir de base para comparação de resultados futuros proveniente
do trabalho que será realizado, sabendo assim como ele se encontra antes de
começar a realizar determinada atividade; durante, para acompanhar o
desenvolvimento do aluno, para saber se o trabalho que está sendo realizado esta
sendo desenvolvido da melhor maneira, servindo tanto para o aluno quanto para o
professor; e depois, para saber o resultado alcançado, e com isso descobrir se o
trabalho foi o mais indicado, para saber se ele chegou ao seu objetivo, podendo
assim descobrir o quanto ele desenvolveu e/ou assimilou, podendo assim o
professor descobrir se o trabalho utilizado foi o mais indicado.
Ou seja, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais a avaliação é tanto
para o aluno quanto para o professor.
“Deve-se ter presente que a finalidade principal das avaliações é de ajudar
os educadores a planejar a continuidade de seu trabalho, ajustando-o ao
processo de seus alunos, buscando oferecer-lhe condições de superar obstáculos
e desenvolver o auto - conhecimento e a autonomia - e nunca de qualificar os
alunos”. (Parâmetros Curriculares Nacionais - Terceiro e Quarto Ciclo do Ensino
Fundamental / 5º a 8º série:33).
“Os testes devem ser instrumentos que ensinem a ensinar melhor, a
estudar mais, a corrigir ou a modificar metodologias.
Devemos ser instrumentos de motivação para os alunos nunca
instrumentos apenas de classificação”. (PENNA 1980:48).
No entanto, isso não condiz com a realidade na escola, o que se vê é um
trabalho realizado sem nenhum tipo de avaliação previa, quando muito uma
avaliação pós-trabalho, e lembrando que a Educação Física é uma ciência
humana, vale frisar que ela trabalha diretamente com o corpo, com a saúde sendo
assim notória a importância da avaliação. (PENNA, Tereza – RJ, UFRRJ 1980).
CAPÍTULO III
Psicomotricidade
“O movimento é o pensamento em ato, e o
pensamento é o movimento sem ato”.
CAPITULO III - Psicomotricidade
3.1 - Psicomotricidade: Origem e Definição.
A palavra psicomotricidade surgiu pela primeira vez com Dupré em 1920,
tendo como significado uma união entre o pensamento e o movimento. Mas, bem
antes ele já chamava a atenção de seus alunos no que dizia respeito ao
desequilíbrio motor, denominando o quadro chamado de “debilidade motriz”.
Percebeu-se então que existia uma estreita ligação entre as anomalias
psicológicas e as motrizes, o que deu origem ao termo psicomotricidade.
Aristóteles afirmava que o homem era constituído de corpo e alma, e que
esta deveria comandar. Na procriação, o corpo se coloca primeiro e deve
“obediência ao espírito da parte afetiva a inteligência e à razão”.
Para Merleau-Ponty (1971, p.113), o homem é uma realidade corporal, ele
é o seu corpo, ele chama de uma “subjetividade encarnada”, É na ação que a
espacialidade do corpo se completa e a análise do movimento próprio nos permite
compreendê-la melhor.
Harrow (1972) analisa o homem primitivo e ressalta como o desafio de sua
sobrevivência estava diretamente ligado ao seu desenvolvimento psicomotor. As
atividades básicas como a caça, pesca e colheita de alimentos necessitava
diretamente dos objetivos psicomotores. Ou seja, precisavam de agilidade, força,
velocidade, coordenação etc. Não esquecendo também da recreação, dos ritos
cerimônias e das danças em exaltação aos deuses, da criação de objetos de arte
também eram atividades por eles desenvolvidas. Sendo assim, tiveram que
estruturar suas experiências de movimentos em movimentos mais precisas.
Até os dias de hoje o homem tem como necessidades essas habilidade, mesmo
tendo se aperfeiçoado mais para uma melhor adaptação ao seu meio. Precisa ter
um bom domínio corporal, visual e auditivo, desenvolver bem a lateralidade,
orientação espaço temporal, equilíbrio coordenação entre outros.
Segundo Harrow existem sete modelos de movimentos básicos, que são
eles: carregar, correr, levantar peso, saltar, arremessar e pendurar. E o educador
tem a função de fazer com que a execução destes movimentos seja eficiente e
também aperfeiçoá-los.
Piaget (1987), estudando as estruturas cognitivas, descreve a importância
do período sensório-motor e da motricidade, principalmente antes da aquisição da
linguagem, no desenvolvimento da inteligência. O desenvolvimento mental se
constrói, paulatinamente; é uma forma de se equilibrar progressivamente, uma
passagem contínua, de um estado de menor equilíbrio, para um estado de
equilíbrio superior.O equilíbrio, para ele, significa uma compensação, uma
atividade, uma resposta do sujeito frente às perturbações exteriores ou interiores.
Quando dizemos que houve o máximo de equilíbrio, devemos entender que houve
o máximo de atividades compensatórias. Exemplo: o desafio do meio pode levar a
perturbações e provocar novas formas de equilíbrio no sentido de uma maior
adaptação ao meio e com isto atinge um maior desenvolvimento mental.
A inteligência é uma adaptação ao meio ambiente e está totalmente ligada
a psicomotricidade, pois para que a mesma se desenvolva é necessário, entre
outros fatores, um nível suficiente de inteligência. Brandão (1984) afirma que
mesmo após o início da pratica dos movimentos voluntários, é somente após a
criança ser capaz de representar mentalmente os objetos, de simbolizar, de poder
fazer abstrações e generalizações, que poderá fazer a ”invenção“ de novos meios
de ação. As manifestações da inteligência prática aparecem pelos oito ou nove
meses, quando as condutas da criança demonstram que ela já é capaz de
combinar duas ou mais ações usando-as como meios para vencer as situações
que a impedem de executar um ato desejado como, por exemplo, afastar primeiro
um obstáculo interposto entre a sua mão e o brinquedo que quer manipular e só
então aproximar a mão do objeto e segurá-lo.
Para conseguir o nível de inteligência que permita assim proceder, uma
longa preparação, através das experiências vividas pela criança, deve ter
acontecido ““.
Wallon (1979), salienta a importância do aspecto afetivo como anterior a
qualquer tipo de comportamento. Existe, para ele, uma evolução tônica e corporal
chamada diálogo corporal e que constitui “o prelúdio da comunição verbal”. Este
diálogo corporal é fundamental na gênese psicomotora, pois a ação desempenha
o papel fundamental de estruturação cortical e esta na base da representação.
3.2 - TAXIONOMIA DE OBJETIVOS PSICOMOTORES
Elizabeth J.Simpson, em 1966, e J.M.Alvarez Manilha, em 1971, publicaram, cada
um, uma classificação, que, embora diferentes na terminologia, se assemelham no
conteúdo e na discrição das categorias. A taxionomia abaixo apresentada se
fundamenta nesses dois autores.As categorias desse domínio estão ordenadas
num contínuo, até a execução automatizada, e por um princípio de eficiência. No
nível mais elementar prevalecem ainda aspectos afetivos e cognitivos; nos níveis
mais complexos predomina a automatização.
Grandes partes das condutas psicomotoras são instrumentais, isto é,
servem de meios para outros processos cognitivos e afetivos serem
desenvolvidos. Por isso é necessário que as condutas motoras sejam
automatizadas, de modo a permitirem a execução simultânea de outros processos
mentais e de uma melhor administração de atenção consciente.
São as seguintes as categorias de automatização:
1. Percepção:
É o primeiro passo da execução de uma ação e inclui a identificação da
metodologia, dos instrumentos e dos meios para a execução de uma
manobra ou desenvolvimento de uma técnica.
Ex: Diferenciar a função dos comandos de partida, de direção e de
aceleração de um carro.
2. Predisposição:
É a prontidão para um tipo particular de ação. Esta preparação se realiza
nos campos mental, emocional e físico.
Ex. Preparar-se para execução da partida do carro.
3. Resposta consciente:
É a ação observável realizada pelo aprendiz sob a orientação de um mestre
ou instrutor. Não se exige grande controle neuro-muscular.
Ex. Dar a partida do carro sob orientação.
4. Resposta mecânica:
É observável quando, pela repetição de atos, a resposta aprendida se torna
um hábito. A resposta mecânica evidencia um certo grau de
condicionamento, de organização do automatismo, que chega, nos casos
mais simples, à resposta –reflexo ou, nos casos mais avançados, ao
virtuosismo (execução perfeita).
Ex. Mudar a marcha de velocidade automaticamente no momento
apropriado.
5. Resposta complexa evidente ou Reorganização.
Neste nível, o ato complexo é realizado com grande habilidade e rapidez
com um gasto mínimo de tempo e de energia. Quem atinge este nível de
automatização pode, simultaneamente, realizar outra atividade intelectual.
Ex. dirigir com segurança na Av. Brasil na hora de maior movimento
mantendo animada conversa.
3.3 - Desenvolvimento da Psicomotricidade
3.3.1 - Coordenação global, fina, e óculo manual.
Para uma pessoa manipular os objetos da cultura em que vive precisa ter
certas habilidades que são essências. Ela precisa saber se movimentar no espaço
com desenvoltura, habilidade e equilíbrio, e ter o domínio do gesto e do
instrumento (coordenação fina). Esses movimentos, desde o mais simples ao mais
complexo, são determinados pelas contrações musculares e controladas pelo
sistema nervoso (Brandão, 1984, p. 17). Dependem, portanto, da maturação do
sistema nervoso.
A coordenação global diz respeito à atividade dos grandes músculos.
Depende da capacidade de equilíbrio postural do individuo. Este equilíbrio está
subordinado às sensações proprioceptivas sinestésicas e labirínticas. Através da
movimentação e da experimentação, o indivíduo procura seu eixo corporal, vai se
adaptando e buscando um equilíbrio cada vez melhor. Conseqüentemente, vai
condenando seus movimentos, vai se conscientizando de seu corpo e das
posturas. Quanto maior o equilíbrio, mais econômico será a atividade do sujeito e
mais coordenadas serão as suas ações. Assim a coordenação global e a
experimentação levam a criança a adquirir a dissociação de movimentos.
A coordenação fina diz respeito à habilidade e destreza manual e constitui
um aspecto particular da coordenação global. Uma coordenação elaborada dos
dedos da mão facilita a aquisição de novos conhecimentos. É através do ato de
preensão que uma criança vai descobrindo pouco a pouco os objetos de seu meio
ambiente. Brandão (1984, p.5) analisa a mão como um dos instrumentos mais
úteis para a descoberta do mundo, afirmando que ela é um instrumento de ação a
serviço da inteligência. A coordenação óculo-manual é um controle ocular, isto é, a
visão acompanhando os gestos da mão, e efetua com precisão sobre a base de
um domínio visual previamente estabelecido ligado aos gestos executados,
facilitando, assim, uma maior harmonia do movimento. Esta coordenação é
essencial para a escrita. André afirma: “No momento de realizar uma ação, por
exemplo, traçar linhas em zigue-zague, se produz, mentalmente, com antecipação
à execução, uma medida visual da distância e se realiza como uma execução
interior e mental do movimento a efetuar-se”.
3.3.3 - O Esquema Corporal
Segundo Shilder (1958, p. 15) “(...) é a imagem tridimensional que todo
mundo tem de si mesmo”. ou seja, é a representação mental de nosso corpo e o
conhecimento de todas as suas partes, que é obtido através das sensações
motoras, das percepções internas e da influência do meio social.
O corpo é o meio pelo qual a criança se descobre e descobre o mundo, ela
percebe todas as coisas que a cercam, mantém ligações afetivas e emocionais
através dele.Vayer (1984, p. 30) afirma “Todas as experiências da criança (o
prazer e a dor, o sucesso ou fracasso) são sempre vividos corporalmente. Se
acrescentarmos valores sociais que o meio dá ao corpo e a certas de suas partes,
este corpo termina por ser investido de significações, de sentimentos e de valores
muito particulares e absolutamente pessoais”.
Quando a criança percebe seu corpo como um todo ela consegue perceber
suas possibilidades de ação e realizá-la eficientemente, então há interação dos
aspectos neurofisiológicos, mecânicos, anatômicos, psicomotores, psicológicos,
cognitivos, emocionais e sociais, que resulta em um corpo organizado.
3.3.4 – Lateralidade
De uma forma geral significa a utilização preferencial do ser humano por
dos lados do seu corpo podendo ser facilmente percebido através dos olhos, pés e
mãos. Ou seja, existem sempre um lado que predomina motoramente, esse lado
normalmente apresenta maior força, maior precisão e mais rapidez. O outro lado
serve para auxiliar na execução dos movimentos, sendo assim de igual
importância para o corpo.
3.3.4 – Estrutura Espacial
Para que vivamos em sociedade, essa área e essencial, pois é através do
espaço e das relações espaciais que nos situamos no meio em que vivemos. Ou
seja, é a consciências de nós em relação ao meio e do meio em relação a nós.
Essa estruturação não nasce com o ser humano, ela é uma construção
mental que se opera através dos seus movimentos em relação aos objetos que
estão em seu meio.
3.3.5 – Estrutura Temporal
Não podemos conhecer a abordagem do espaço sem abordarmos a noção
do tempo, eles são indissociáveis.
As noções de corpo, espaço e tempo têm que estar intimamente ligadas se
quisermos realmente entender o movimento humano. O corpo se movimenta e se
coordena dentro de um espaço determinado, em função do tempo.
CAPÍTULO IV
Conclusão
CAPITULO IV - Conclusão e Recomendações
4.1 - Avaliação na Educação Física
Boa parte dos problemas que preocupam os professores nas escolas
refere-se à questão da avaliação. Como avaliar um aluno ao final de um processo
de aprendizagem, isto é, como saber se o aluno aprendeu, e quanto e como
aprendeu a respeito dos conteúdos apresentados?
São inúmeras fórmulas utilizadas nas escolas para avaliação.
Em Educação Física, o problema se agrava. Se for difícil avaliar a
aprendizagem da escrita e da leitura, do cálculo, da geografia etc., que dirá quanto
à aprendizagem em Educação Física? Como avaliar a aprendizagem do
movimento quando sabemos a infinidade de fatores nele envolvidos, tais como
força muscular, resistência, agilidade, equilíbrio, ritmo, sentimento, cognição,
afetividade etc?
Se a Educação Física, de sua parte, deixasse de lado os demais aspectos
da dimensão humana, fazendo como tradicionalmente se faz na escola reduzindo
sua atenção ao aspecto mais óbvio de sua área, isto é, ao aspecto motor, o que
seria da formação das crianças?
Algumas tentativas tem sido realizadas na área de Educação Física para
avaliar outros aspectos e não só o motor. As crianças jogam em grupo, mantêm
relações entre si as mais diversas, e isso tem chamado a atenção de alguns
pesquisadores. Sandra M. Cavasini e Cleuser Maria C. Osse, por exemplo,
sugerem a realização do teste sociométrico que, segundo elas “[...] é uma medida
do comportamento social. É uma técnica de pesquisa utilizada para dar um quadro
mais objetivo do relacionamento de um grupo”. Os dados são colhidos através de
uma entrevista ou questionário e apresentados em forma de diagrama.
Se a aprendizagem nas áreas cognitivas, social, moral ou afetiva não
comporta mensurações exatas, deve-se então deixar de avaliar? De forma
alguma! Talvez com auxílio de alguns dados quantitativos, como no caso da
sociometria, pode-se perfeitamente ter uma idéia de aprendizagem da criança,
considerando-se aquilo que subjetivamente, o professor pode observar nela.
Numa outra linha caminham os autores argentinos Julio Litwin e Gonzalo
Fernandez, para quem “A atividade educativa deve ter como base, objetivos que
possam ser medidos”.Mathews, por exemplo, autor de bastante aceitação nos
meios de Educação Física e de esportes, depois de afirmar que “A avaliação
implícito julgamento, estimativa, classificação e interpretação, tão fundamentais ao
processo educacional total”, e que ”Na programação educacional a avaliação é um
processo contínuo, lidando com objetivos globais de educação, ela é um termo
mais abrangente do que medição [...]”, termina por dizer que “A medição é o
principal veículo para se obter informação [...]. Quanto maior a precisão na
medição, maior fidelidade ou confiança o investigador pode depositar nesses
dados”.
A história da avaliação em Educação Física é a história das medições.
Parece que fora essa opção, não se encontram saídas. Mesmo entre autores do
porte de Pierre Vayer, o que se pensa na avaliação é a objetividade dos
instrumentos quantitativos.
Segundo Vayer são esses os aspectos que podem ser observados numa
avaliação objetiva:
1. Comportamento intelectual: testes de nível mental.
2. Comportamento motor e psicomotor: testes psicomotores.
3. Aspectos afetivos, emocionais ou relacionais: testes projetivos.
4. Capacidade de adaptação social: teste de desenvolvimento psicossocial.
Outros autores, como Singer e Dick, concebem a avaliação na área do
desenvolvimento motor de forma diferente. Para eles “No processo de analisar
sistematicamente o produto, a aprendizagem do aluno, colocamos os
fundamentos, não somente para dar graus e diagnosticar o aluno, mas também
para avaliar o processo, o entendimento real”.
Percebemos facilmente que o ensino hoje está voltado diretamente para a
nota e não para o aprendizado do aluno; ou seja, não importa como e sim a nota
que o aluno tirou. Esse tipo de avaliação perde o seu verdadeiro sentido que é o
de perceber a evolução do aluno, o seu desenvolvimento, se o seu trabalho está
sendo realizado adequadamente entre outros.
É importante avaliar sim, mas não da forma que está sendo feita.
A pesquisa realizada mostrou que existe uma preocupação com relação a
este problema, mas por ser um tema muito complexo, não se conseguiu ainda
encontrar a solução para esta problemática.
Perez afirma que a avaliação não é um fim, mas um meio, ou seja, é um
complemento para a verificação de tudo o que foi assimilado pelo o aluno. Ele
afirma também que a avaliação deve ser continua podendo ser realizada em cada
aula, e ai sim conseguir avaliar realmente o que está sendo aprendido.
Existe sim, uma necessidade de se criar uma nova cultura sobre a
avaliação, que ultrapasse os limites da técnica e incorpore em sua dinâmica a
dimensão ética, a avaliação deve vir primeiro e encima dos resultados decidir as
atividades didáticas, a nota é apenas um numero frio que pouco diz e que é
preciso uma serie de outros fatores para se descobrir o grau de desenvolvimento
do aluno, que é mais bem observado através de uma avaliação psicomotora feita
durante as aulas de Educação Física.