O Príncipe da Fênix - perse.com.br · Tenho autorização do prefeito da cidade ... Continuou...

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O PríncipeO Príncipeda Fênixda Fênix

Rodrigo JefersonRodrigo Jeferson

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Marco sorriu para Isabel e disse:Marco sorriu para Isabel e disse:

“-Obrigado Isabel.”

A menina responde assustada:A menina responde assustada:

“-Obrigada pelo que?”

“-Por ser forte.”

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O Príncipe da FênixO Príncipe da FênixA morte da esperança...............................................05

O sonho da deusa.....................................................20

Lembranças do deus da morte..................................29

Meu destino será Suzanne........................................38

“Para eles, isso é uma necessidade”.........................45

O Príncipe da Fênix.................................................51

Flera........................................................................54

A menina que vê o futuro........................................56

“Que eu nunca fique com Marco”.............................61

Assuntos de seres superiores.....................................70

“Eu quero ter um encontro com você”.......................80

A mentira de Isabel.................................................86

Desejo atendido.........................................................88

Eu preciso de você.....................................................91

Proteja-me do que o Marco não puder......................93

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Seus amigos querem te matar................................103

A morte te levará pela manhã.................................112

Me ouça...................................................................115

As regras do livro Guia...........................................116

“-Eu não sei como... mas eu te amo.”.....................122

O sonho profético....................................................127

A vingança de Rosana.............................................129

O desafio Final........................................................141

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Capítulo 01

A morte da esperançaA morte da esperança“-Queria aprender mais sobre minha gente. Sobre o

por que não morremos ou o que seria a tal “morte”. Desdeque eu nasci, tenho ouvido que além das fronteiras dacidade, existe um povo que “morre”. Um processo onde ocorpo perde seu valor e a pessoa deixa de existir.”

“-Algo bem assustador, não? Meu pai já me mandouparar de ler esses livros estranhos que pego sempre nabiblioteca. Só que é difícil não fazer, pois quase não tenhoamigos e os livros sempre tem boas informações a mepassar.”

Dizia Isabel, uma menina que estava na biblioteca dacidade naquela manhã. Enquanto lia um que falava dasdiferentes regiões do mundo, outros estavam abertos eprontos para serem lidos em cima da mesa.

Ela batia os pés com a alegria que sentia ao conhecercoisas novas. Não parecia ter interesse em conhecergarotos, mas cuidava muito bem de sua aparência.

Ela estava com um vestido azul bem claro comdesenhos de flores em branco. Usava suas sandálias novas,dada por sua querida mãe. A mesma que lhe ensinou a amaros livros.

“Acho que já se tornou um vício (ler livros). Pelomenos, posso saber como é o mundo fora das muralhas deKannon.”

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“-Não sabem o que é Kannon? Conhecidomundialmente como um a cidade sagrada. Dizem que lá foium local escolhido pelos deuses para abrigar sua entidademais poderosa, uma ave que pega fogo e que habita otemplo central.”

“-Nossa cidade está localizada em picos altos, dedifícil acesso. Mas não consigo entender como os turistasconseguem chegar até aqui. Muitos nos procuram para ver atal “ave imortal”, o mesmo pássaro que habita o templo; Nãoconhecia essa palavra (imortal), até que lendo em umdicionário entendi o significado: nome dado aos que nuncamorrem.”

“-Todos aqui somos imortais, então por que elesquerem ver a ave? Por que essa ave está aqui? Por que osdeuses não retiram essa tal “morte” do mundo?”

“-São perguntas que eu faço; Meu pai saiu para veras coisas no templo central de manhã bem cedo.Aproveitando-se disso, decidi dar uma escapada, já que nãotenho aulas hoje.”

“-Para os que não me conhecem, meu nome é Isabel,uma menina que tem a idade de quinze ciclos (ou, “quinzeanos” para o povo de outras cidades).”

“-Contamos “ciclos”, pois nosso corpo mudabiologicamente até os trinta e cinco.”“

“-Conheço pessoas de setecentos anos com amesma aparência dos trinta e cinco, pois todos temos umavida boa. Nosso povo não tem falta de nada; Mudando deassunto, alunos, sou uma menina de baixa estatura, tenho

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cerca de 1,65m; Não reparem em minha pele branca, porquequase não tomava sol. (risos)”

“-Vejam como meu cabelo é bem preto e liso, muitolegal, não? Imitem meninas (risos).”

“-Fui ensinada a sempre usar saias mais longas esapatos que não mostram os pés. Mesmo se fosse de outrojeito, não faria tanto sucesso pois sou bem magrinha. Aminha força está no meu conhecimento! (mais risos)”

“-Sobre minha família? Meu pai, é um dos sacerdotesmais importantes do templo. Tem a importante missão deconversar com a Fênix, um ser que nos abençoa; Minhamãe, gosta de fazer pinturas e ganha a vida vendendo suaarte para vários lugares do mundo, mas não sei por que, elasempre evita de sair dos muros de Kannon. Sempre ouçodizer: Nunca saia desses muros, o mundo lá fora não é ummar de rosas!”

Enquanto a menina fazia seus discursos, sonhandoem ser uma grande professora de sua cidade. Um ser idosose aproximou dela, dizendo assim que chegou:

“-Falando sozinha de novo?”

Isabel se assustou.

Olhando para seu lado direito, era seu amigo “velho”.(Um termo que ela aprendeu com ele, porque os moradoresde Kannon não envelhecem.). Normalmente, seus corposmudam biologicamente até seu ciclo 35 de vida. UmKannoniense não tem calvície, cabelos brancos, rugas, etc.

Esse velho veio de uma cidade distante e está apraticamente a uma semana na cidade. Parecia sempre

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preocupado, como se alguma coisa ruim estava poracontecer. Conheceu Isabel nas muralhas ao pedir umainformação.

Vendo que ela carregava livros, o incentivou aconhecer melhor porque não tinha visto ainda uma moça tãojovem que tem tanto amor por literatura.

O velho aparentava ter uns setenta anos. Era calvo,mas possuía uma barba longa que estava trançada. Usavatambém um manto vermelho que tinha ilustrações de corlaranja de criaturas mitológicas e carregava consigo umabolsa e sua inseparável bengala.

“-Isabel, gostaria que você pudesse me fazer umfavor, você pode?” - perguntou o velho.

“-Ah sim! Claro.”

“-Irei ver pessoalmente a Fênix hoje, mas queria quevocê fosse comigo. Tenho autorização do prefeito da cidademas apenas se algum morador estivesse comigo. Poderiame acompanhar? Será nessa madrugada.”

Nessa hora, Isabel olha com um olhar sério, mas nãoconseguiu ver maldade nele. Ficou com um pouco de medode estar cara a cara a Fênix, porque poderia acontecer algoruim. Ela nunca foi tão corajosa assim, mas entendeu quepara abrir os portões do templo ao seu amigo era necessária,porque era nascida da cidade.

Após aceitar o pedido e combinarem o horário.Continuou lendo seus livros e mais tarde foi para casa. Elasairia escondido, para evitar problemas com seus pais.

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Ao chegar em sua residência, uma casa bem grandetoda pintada de branco, foi recebida por um agradável cheirode comida. Por isso não perdeu tempo e saiu correndo parasaciar sua fome.

Em Kannon, todas as casas tinham alguma coisa quechamavam a atenção dos turistas. A de Isabel por exemplo,tinha uma cachoeira do lado direito, uma coisa bemagradável quando a família tivesse a ideia de se refrescar.

Durante o almoço, mãe e filha se alimentam.

Alguma coisa de estranho estava acontecendo,porque naquele dia, o pai de Isabel não veio almoçar. Issonão preocupou as duas mulheres, entendendo que Ciro (paide Isabel) era o principal sacerdote e o único a poder ver aFênix de tão perto.

Durante a ceia, Isabel fala do que aprendeu com oslivros hoje e é interrompida por sua mãe:

“-Para de me falar essas coisas!”

Ela tinha se irritado quando Isabel falou sobresangue. Um líquido vermelho que sai quando recebemosalgum ferimento. Coisa que moradores de Kannondesconhecem, pois não conseguem ser fatiados e nemferidos devido ao que eles chamam de “benção”.

A mãe dela era uma moça alta, e também morena.Parecia ter a aparência de uma pessoa de 28 ciclos, mas nareal, ela tinha 44. Seu cabelo é curto e bate um poucoembaixo das orelhas, mas sua pele é branca e seus olhosbem pretos.

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Uma mulher sensual ao primeiro olhar, porém tinhauma personalidade forte. Muito gentil e responsável,professora dedicada que ensinou sua filha a ler e ter gostopela leitura. Estava vestindo um vestido que terminava naaltura dos joelhos cinza e usava um casaco preto.

Isabel sempre evitava tirá-la do sério. Ao terminar oalmoço e lavar toda a louça, foi para o quarto. Não tinha aulanaquele dia. O que explica ela estar na biblioteca desdecedo.

Pensou muito sobre ver a Fênix e chegou a perder omedo dizendo coisas do tipo: “papai conversa com ela tododia... então vou dizer: sou filha de Ciro!”

Seu amigo “velho” representava o que ela semprequis conhecer: o mundo; Seu único meio de transporte parao tal eram os livros, uma vez que está condenada a viver soba segurança da cidade abençoada para sempre.

Conhecer o mundo de fora é algo que ela semprequis, pois como moradora da cidade sagrada, não sabia oque é dor, nunca viu uma ferida aberta e o tal sangue quetinha tido conhecimento hoje.

São coisas que não se aprendem nas escolas dacidade pois, como povo que não envelhece, não morre e nãosente dor – para que ensinar essas coisas a essas criançasimortais?

Ter um amigo que não pode viver para sempre, aestimulou a fazer esse favor, ascendendo ainda mais aconhecer os demais povos que vivem nesse universo.

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É madrugada agora, Isabel sai escondido de casa. Asruas da cidade de Kannon estavam praticamente desertas,pois não havia vigilância. Não demorou muito tempo até queencontrasse seu amigo.

Durante o dia, a ave de fogo sobrevoava a cidade eas vezes ficava apoiada no topo da montanha que se localizao templo. Assim, os turistas poderiam ver (de longe) opássaro sagrado, que mede cerca de 15 metros de altura.

Porém, à noite, a criatura se abrigava dentro dascavernas que faziam parte da mesma montanha. Ninguémsabia o que a Fênix fazia durante a noite.

Era bem tarde, passava-se de 1 hora da manhã etudo estava calmo. A jovem teve que pegar um casaco pretode sua mãe antes de sair porque a noite era fria. Os amigosconversavam enquanto seguiam o seu destino.

“-A Ave Imortal. Criador do mundo, fundou essacidade por causa de uma batalha entre dois de seus filhosdeuses. Numa era, onde semideuses quiseram o mundopara eles. ” - Explicou o velho.

“-Semideuses?” - Perguntou Isabel (aquilo era umapalavra nova para ela.)

“-Sim. Os semideuses foram crias geradas porrelações entre deuses e mortais. Os moradores de Kannon,são a união das duas espécies.”

“-Como assim?”

“-Quando o mundo foi criado, alguns deuses seapaixonaram por mortais. Não é difícil entender o queaconteceu.”

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“-Que tipo de coisa?”

“-Relações amorosas!”

“-Nossa...”

“-Agora direi minha missão: sou um sacerdoteimperial. Vim a serviço dos deuses! Preciso entregar umaviso urgente, pois o submundo está um caos e isso tem aver com Daros, o deus da morte!”

“-Daros, Aquele deus que tentou dominar o mundo?”

“-Sim, o antigo deus da morte. Não demorou muitotempo para ele se tornar o deus dos semideuses.”

“-Li nos livros que ele tentou reinar sozinho”.

“-Com certeza, o povo de Kannon não ensina averdadeira história, para não preocupar seus habitantes.”

“-E por que fariam isso?”

Os dois chegam ao templo central. Como a cidade écercada por montanhas altas, a entrada fica na maior delas epara acessá-la, precisam subir uma longa escada de pedrasbrancas bem detalhadas. Na escada, há desenhos defaíscas chamativos e brilhantes.

A escada também possui dois corrimões bem-feitosde metal pintado em dourado. A entrada possui um enormeportão branco medindo cerca de 8 metros. Nele tinha a carade um Leão numa metade e a outra o Pássaro Fênix.

Segundo o mito popular, o Leão simboliza adivindade, o certo e a luz. Já a Fênix, retrata o próprio

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pássaro, a imortalidade e a benção de viver uma vidapróspera e eterna.

O portão encontrava-se trancado, mas não precisavade cadeado. Para abrir, bastava apenas um kannoniensecom a palma da mão pedir para que a porta fosse aberta, porisso que a menina era necessária.

Nenhuma outra pessoa conseguia abrir esses portõespor mais que tivesse a força de cinco gigantes.

O templo era enorme, caberia ali facilmente 6000pessoas, mas não era aonde o pássaro ficava. Como éconstruído na maior montanha dali, existia uma passagemsecreta que apenas os sacerdotes conheciam e esse sim alevaria a passagem à caverna onde habita o pássaro.

O velho sabia como acessar isso. O idoso andou atéuma parte da igreja e apenas tocou com a ponta do dedoindicador praticamente o ar. Não se sabe o porque ele fezisso, mas parecia que uma voz interior o guiava na direçãocerta.

Na mesma hora, no local surgiu uma luz bempequena e um portal se abriu. Eles entram no portal e logo jáestão na caverna da Fênix, ficando face a face com o animalcujo parece estar adormecido.

Alguma coisa aconteceu!

“-Nossa... é tão grande...” - diz Isabel abismada.

“-O que fizeram com ele?” - pergunta o velhoespantado e suando frio.

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Ao se aproximar para ver o que tinha acontecido, elehouve uma voz que diz:

“-Chegou tarde demais, Islam!”

“-Semideuses malditos!” - Gritou o idoso.

“-Achou que fôssemos tão imbecis assim?” -apareceu um homem atrás dele que usava um manto roxobem comprido com desenhos de lua. Ao retirar o capuz,poderia ver que sua pele era muito pálida e seus olhos eramde coloração vermelha. Não tinha cabelo e parecia ter aaparência de um jovem de 28 anos.

“-Tenho o poder de ficar invisível, por isso, o seguiaté aqui; Pode ter matado meu irmão, mas agora terei minhavingança!.” - disse o semideus.

Ao tentar se defender, o cajado de Islam começou aser eletrificado, mas o velho caiu antes de usar algum poder,sendo atingido em cheio por uma bola de fogo lançada peloseu inimigo.

Isabel tentou fugir, mas é agarrada por outrosemideus. Esse bem mais forte que estava apenas usandocalça comprida. Com músculos muito bem trabalhados, suacara era assustadora pois ele não tinha rosto, e aindapossuía uma cauda que em sua ponta tinha uma caveira quenão parava de dar gritos assustadores.

Logo, Isabel e Islam são amarrados e colocadosjuntos. A vida deles estava sendo discutida agora pelos doisinimigos. A menina estava com medo do segundo semideus,que tinha duas vozes: a do seu rosto vazio era de umamulher e a da caveira, uma voz masculina.

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Islam aproveita que seus algozes estão discutindosem vigiá-los e tenta abrir sua bolsa com a boca. Depois demuito esforço, ele consegue pegar um livro de capavermelha e colocou no chão.

Em seguida disse quase que sussurrando:

“-Troco minha vida, por dois desejos, livro Guia! Oprimeiro eu quero poder me comunicar com Isabel pelamente, depois a livre as amarras e permita que ela escape;quero dizer para ela também minha última vontade.”

A menina não entendeu o porque seu amigo faziaaquilo. Notou que seus inimigos não estavam vigiando-os,até que uma voz soa dentro de sua cabeça:

“-Isabel. Sou eu, o velho. Estou falando na sua mentepara que você tenha consciência do que está acontecendoaqui. Esses homens são semideuses, pessoas que são criasdas divindades e agora querem se sentar no lugar de seuspais. Para isso eu vim aqui, impedi-los, mas não consegui.(em pensamento)

Isabel olha assustada e pensa:

“-Pode me ouvir?” (em pensamento)

“-Sim. Mas esses homens não irão me matar, porisso, garanti os meios para que você fuja. Pegue o livrovermelho que está no meu colo, estou dando ele de presentepara você!” (em pensamento)

O velho conclui:

“-Esse livro pode fazer qualquer desejo. Depois, use-o para chegar na cidade de Freya e procure meu filho. Ele

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saberá o que fazer... faça isso antes que seja tarde demais!”(em pensamento)

Enquanto Isabel e Islam comunicavam-setelepaticamente sem levantar suspeitas, os dois semideusesdecidiam com gargalhadas sobre o que fariam com eles.

Antes que Isabel pudesse falar alguma coisa, eladesaparece e aparece em pé em frente ao velho, livre dasamarras. Sem perder tempo, pegou o livro de capa vermelhaque tinha a seguinte inscrição: Guia: um desejo, a cada dia!

Islam morreu.

Com um morto do seu lado, ela fica assustada efolheia rapidamente o livro. Não tinha nada escrito. Todas assuas páginas estavam em branco, tirando as primeiras quepossuem desenhos bem bonitos.

Parecia mais como um caderno de desenho do quemesmo um livro. A guria só teve certeza de que se tratavaquando leu a primeira página, a única que tinha um texto:

Esse livro é dado para sacerdotes que tenham totalconfiança dos deuses. Nenhum outro mortal tem o direitode usá-lo, a não ser que seja doado por motivos desobrevivência. Para usar o livro, o usuário precisa abrirnuma página em branco e fazer um desejo em voz alta, essedesejo se manifestará instantaneamente e após semanifestar, a página que antes era branca, terá umailustração simbolizando o desejo atendido.

Use com cuidado.

Sem pensar direito, a menina desesperada grita: “EUQUERO IR PARA A CASA!” na mesma hora, uma fumaça

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preta a envolve e quando ela dá conta de si, percebe queestá dentro do seu quarto, deitada em sua cama, como senada tivesse acontecido.

O livro estava em suas mãos, aberto com suaspáginas em branco.

O interessante, foi ver que o livro abriu sozinho epassou as páginas que tinham figuras até chegar na primeiraque estava em branco, cujo nessa página, uma ilustraçãobem-feita surgiu do nada.

O desenho formado era de Isabel deitada em suacama, praticamente o que ela pediu ao livro; Não queriaestar em casa? Só assim ela percebeu que tinha que avisarao filho daquele senhor, mas não sabia como fazer aquilo.

Os problemas começariam naquela madrugada.

“-Procurem pelo livro Guia.” Diz uma voz que não erados semideuses. Eram um terceiro personagem queapareceu depois e seria o líder, um homem alto, de boaaparência e que tinha cabelos pretos bem curtos.

No seu braço, possuía uma enorme tatuagem daFênix que ia do ombro até sua mão. Era o sacerdote maisimportante do templo central e parecia conhecer a origem dolivro que Isabel tinha ganho. Ele tinha interesse nele!

Ele era Ciro, o pai de Isabel.

“-Cadê a menina?” - perguntou o semideus que usavamanto ao outro mais monstruoso.

“-Que Menina?” - perguntou Ciro ao seu lacaio.

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“-Sim, tinha uma menina com ele e ela conseguiuescapar!”

Ciro se encheu de fúria gritando com todo o ar quetinha em seus pulmões:

“-Velho desgraçado! Você deu o livro para essamenina! Precisamos pegá-lo de volta!”

Os olhos do sacerdote ficaram vermelhos como dooutro semideus de capuz. Isso aconteceu porque em seumomento de fúria, não conseguiu usar o disfarce que faziaas pessoas pensarem que ele seria um kannoniense comoos outros. Mas segundos depois, seus olhos voltam acoloração castanha nos olhos, a de sempre.

Se Ciro soubesse que sua filha era a menina que estácom o livro Guia, já o teria em mãos. Mas tinha que continuarseu ritual.

Um trovão muito forte atinge a cidade. A força doimpacto foi tão grande, que acordou os moradores, incluindoa mãe de Isabel. Veio também vento muito forte que chamoua atenção dos moradores, onde alguns saíram de suascasas para entender o que estava acontecendo.

Um ser imenso sobre uma nuvem apareceu acima dotemplo central. Sua presença era visível para todos! Eraimenso e sua pele era azul bem escuro. Seus olhos estavambrancos a parecia ter toda a fúria do mundo.

Seu corpo terminava na cintura, pois o restante eracoberto pelas nuvens.

O que seria aquilo? As pessoas entraram em pânicoantes mesmo da criatura falar:

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“-Povo de Kannon. Eu sou seu governante agora. Saíde sepultura eterna prestes a dominar o que é meu. Vocêsagora serão meus escravos!”

As pessoas começaram a gritar e correr para todosos lados. A voz daquele ser era assustadora e podia serouvido por todos na cidade.

Isabel viu aquele ser, que parecia estar sentado notopo da montanha da mesma forma que o pássaro de fogofazia para olhar o povo.

“-Não serão mais imortais” - disse o monstro.

“-Não viverão mais para sempre”

“-Ninguém pode vir socorrê-los.”

“-Se quiserem viver o resto da vida, me obedeçam.”

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