O VOO Automático/Som Goza da euforia do voo do anjo perdido em ti.
O primeiro voo história em rede
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- Avó! Avó! … Conta-me uma história, por favor! – Pediu a Ritinha.
- Pode ser. Senta-te aqui no meu colo.
A avó abriu um velho livro que foi buscar ao sótão. E começou a contar…
“ Era uma vez uma linda floresta cheia de árvores verdejantes e de pássaros que voavam felizes naquela manhã de primavera. Tudo brilhava com as gotinhas de orvalho e muitos animais ainda dormiam nas suas tocas. Isabel era uma menina muito meiga e amiga dos animais da floresta. Ela vivia numa casa no meio da floresta e todos os dias acordava muito cedo para ir ajudar e dar comida aos seus pequenos amigos que não tinham ninguém que cuidassem deles. Quando caminhava entre os ramos cheios de orvalho viu algo muito estranho…”
- O que era avozinha? Diz lá! – Interrompeu a Ritinha ansiosa.
“ Era um grande ninho cheio de ovos muito coloridos. Isabel parou e ficou a olhar muito admirada para o ninho… Enquanto admirava os ovos, apareceram por lá muitas borboletas que pousaram à volta do ninho. Parecia que estavam a tentar chocar os ovos maravilhosos. Entretanto apareceram também coelhos fofinhos e branquinhos. Ficaram espantados com a beleza dos ovos e ali ficaram a olhar… Então decidiram todos juntos, cantaram uma linda melodia para ajudar os animais a nascer! “
- Avó, o que é que tinha dentro desses lindos ovos?! – Interrompeu de novo a
Ritinha ainda mais curiosa.
- Isso é o que vamos descobrir… o que é que tu achas que tinham? –
Perguntou a avó enquanto acalmava o espírito curioso da neta.
- Eu acho que são uns lindos passarinhos! Talvez cor-de-rosa, pois é a minha
cor preferida, não sabe?
- Claro que sei, Ritinha! – Sorriu a avó, continuando.
“ No meio da linda canção, ouviu-se um “trac, trac…”… e três lindos passarinhos mostraram a sua linda cabecinha, ainda sem penas. De imediato, Isabel gritou: - Que lindos!!! Vou já escolher os seus nomes!
E pôs-se a pensar… Reparou que um deles rodava muito o pescoço, parecia mesmo um girassol, portanto, ficou esse, o seu nome, “Girassol”. Outro tinha o pescoço muito curtinho, quase rente ao ninho, por isso, Isabel chamou-lhe “Violeta”. O último tinha a pele tão rosada que só podia chamar-se Rosadinho”. - Sim! São uns lindos nomes! Ficam-lhes mesmo bem! Isabel foi-se embora porque sabia muito bem que não se deve mexer nos ninhos nem sequer aproximar-se deles. Durante o resto da semana, foi lá visitar o seu “canteiro de passarinhos” ou o seu “ninho de flores”, como ela costumava dizer. No sábado, o pai estava em casa e Isabel convidou-o para ir com ela, conhecer a sua descoberta. Quando lá chegaram, teve uma grande surpresa… Ao chegarem lá, Violeta, Girassol e Rosadinho tinham o seu corpo cobertinho de penas coloridas e brilhantes como uma estrela. Eram roxas, amarelas, rosas, lilases, laranja, … e muito mais cores. Um verdadeiro arco-íris. _ Ah! Como estão tão lindos! Papá, eles cresceram tanto… - Então, os pequenos pássaros já estão quase adultos. Nesse momento, esvoaçando elegantemente, a mãe destes lindos passaritos, pousa no ninho e cobre-os com as suas asas acolhedoras. Isabel e o Pai compreenderam que aqueles pássaros precisavam de liberdade. E nesse momento, Girassol, que era o mais corajoso, bateu asas e voou. Era o seu primeiro voo! Violeta e Rosadinho, encorajados pelo irmão, seguiram o seu exemplo. A mãe, emocionada, deixou rolar uma lágrima pelo canto do olho e voou para mostrar novos mundos aos seus filhotes. Isabel continuava ali, imóvel, a observar tudo. - Pai, como vou agora viver sem estes meus amigos? - Não te preocupes, temos lá em casa uma enciclopédia animal, vais poder vê-los de outra forma e conhecer melhor a sua vida. Voltaram para casa conformados com a situação. “A liberdade e felicidade dos meus amigos é mais importante que tudo.” – Pensava Isabel enquanto adormecia ao final de um sábado cansativo mas emocionante.”
- Rita, Ritinha, estás muito pesada, deixa o colo e vamos lanchar uns
biscoitos de laranja que a Joana acabou de fazer. Já sinto o cheiro que vem
da cozinha.
- Avó, não acaba de ler a história?
- Ritinha, adormeceste como sempre. Amanhã continuamos.