Nem ortodoxia nem populismo: o Segundo Governo Vargas e a ...
O populismo e governo democrático parte ii
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O governo de Juscelino Kubitschekentrou para história do país como agestão presidencial na qual se registrouo mais expressivo crescimento daeconomia brasileira.
Na área econômica, o lema do governofoi "Cinquenta anos de progresso emcinco anos de governo".
O projeto desenvolvimentista de JK ficouconhecido como Programa ou Plano de Metas.
O Brasil vinha passando, desde a década de1930, por um processo de substituição deimportações e a falta de planejamento seria acausa dos constantes desequilíbrios no balançode pagamentos.
O Plano de Metas pretendia suprir essa falta, coma introdução de uma meta de consolidação daindústria automobilística no país.
Foram originalmente 30 metas, acrescentando-se posteriormente mais uma, a construção deBrasília.
O Plano de Metas mencionava cinco setoresbásicos da economias.
Os setores que mais recursos receberam foramenergia, transportes e indústrias de base, numtotal de 93% dos recursos alocados.
Formam deixados com menos de 10% aalimentação e educação.
A construção de Brasília não integrava nenhumdos cinco setores.
O crescimento das indústrias de base,fundamentais ao processo de industrialização, foide praticamente 100% no qüinqüênio 1956-1961.
O governo de Juscelino foi marcado pelaimplementação de um programa de obraspúblicas com destaque para construção da novacapital federal, Brasília.
Pelo seu projeto arquitetônico único, aconstrução da cidade de Brasília tornou-se omais importante símbolo do processo demodernização e industrialização do Brasildaquele período.
Plano Piloto, foi realizado pelo urbanista LúcioCosta e pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Em 21 deabril de 1960 Brasília foi inaugurada.
Nem tudo foram glórias. Brasília de fez elotrabalho duro dos candango.
A palavra “candango” era depreciativa. Esteera o termo pelo qual os africanos sereferiam, pejorativamente, aos colonizadoresportugueses.
Os trabalhadores vinham de vários estadosbrasileiros, principalmente do Nordeste, quesofria com a seca que teve seu auge em1958, fato que motivou até mesmo afundação da Superintendência doDesenvolvimento do Nordeste (Sudene),naquele mesmo ano.
A gestão de Juscelino Kubitschek, foi marcada porcríticas de críticas dos setores oposicionistas.
No Congresso Nacional, a oposição política aogoverno de JK vinha da União Democrática Nacional(UDN).
A oposição ganhou força com as crescentesdificuldades financeiras e inflacionáriasdecorrentes principalmente dos gastos com aconstrução de Brasília.
A UDN fazia oposição ao governo baseada nadenúncia de escândalos de corrupção e usoindevido do dinheiro público.
Mas a ação de setores oposicionistas nãoprejudicou seriamente a estabilidadegovernamental na gestão de JK.
Para promover odesenvolvimento dopaís e cumprir asmetas, JK assumiuvárias dívidas, quetiveram que serpagas pelos seussucessores.
Imagem disponível em: http://zip.net/bgtqS8, acesso em 14 ago. 2016.
No dia 20 de abril de 1959 foi fundado oMovimento Popular Jânio Quadros (MPJQ),lançando a candidatura do ex-governador deSão Paulo à presidência da República.
Jânio venceu as eleições de 3 de outubro de1960.
No mesmo pleito, João Goulart foi eleito vice-presidente.
Jânio Quadros e João Goulart foramempossados em 31 de janeiro de 1961.
No início do seu governo, Jânio tomou umasérie de medidas destinadas a criar umaimagem de inovação dos costumes esaneamento moral.
Também investiu fortemente contra algunsdireitos e regalias do funcionalismo público.
Tentou uma maior centralização de poderescom a adoção de uma mecânica de decisõesque diminuísse o peso do CongressoNacional e ampliasse a esfera de competênciada Presidência.
Jânio proibiu a a realização de corridas de cavalo durante asemana, as brigas de galo, os desfiles de candidatas a miss commaiôs “cavados” e até o uso dos biquínis nas praias.
Imagem disponível em: http://zip.net/bvtrl4, acesso em 13 ago. 2016.
Jânio desenvolvia umapolítica interna consideradaconservadora e plenamenteaceita pelos Estados Unidos.
No plano externo optou poruma política independente eaberta a relações com todosos países do mundo.
Essa orientação provocouprotestos de inúmerossetores e grupos que oapoiavam.
Imagem disponível em:http://zip.net/bctq3j, acessoem 14 de ago. 2016.
Jânio também levou adiante seu projeto deestabelecer relações com as nações do blocosocialista.
Recebeu no palácio do Planalto a primeiramissão comercial da República Popular daChina enviada ao Brasil, a missão soviética e acubana.
Em 18 de agosto condecorou o ministrocubano Ernesto Che Guevara com a OrdemNacional do Cruzeiro do Sul, causando aindignação dos setores civis e militares maisconservadores.
O presidente Jânio Quadros condecorando o ministro cubano Ernesto Guevara com a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, em agosto de 1961. Imagem disponível em: http://zip.net/bjtqXn, acesso em 13 ago. 2016.
Jânio Quadros esperava que a política externa de seugoverno se traduzisse na ampliação do mercadoconsumidor externo dos produtos brasileiros, por meio deacordos diplomáticos e comerciais.
No entanto, a forma como essa política externa foicondiuzida desagradou os EUA e recebeu pesadas críticasda UDN, além da oposição das elites conservadoras e dosmilitares.
Com sete meses de mandato Jânio, isolado, renunciou emem 25 de agosto de 1961.
A renúncia de Jânio Quadros desencadeou uma criseinstitucional sem precedentes na história republicana dopaís, porque a posse do vice-presidente João Goulart nãofoi aceita pelos ministros militares e pelas classesdominantes.
Imagem disponível em: http://zip.net/bytrqW, acesso em: 13
ago. 2016.
“Desejei um Brasil para os brasileiros,afrontando, nesse sonho, a corrupção, amentira e a covardia que subordinam osinteresses gerais aos apetites e àsambições de grupos ou indivíduos,inclusive, do exterior. Forças terríveislevantam-se contra mim, e me intrigam ouinfamam, até com a desculpa dacolaboração. Se permanecesse, nãomanteria a confiança e a tranquilidade, oraquebradas, e indispensáveis ao exercícioda minha autoridade. Creio mesmo, quenão manteria a própria paz pública.Encerro, assim, com o pensamento voltadopara a nossa gente, para os estudantes epara os operários, para a grande famíliado País, esta página de minha vida e davida nacional. A mim, não falta a coragemda renúncia”.
Trecho da carta renúncia de Janio Quadros. Disponível em: http://zip.net/bttrH4 , acesso 14 ago. 2016