O poder da adoração

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O poder da adoração Libertação, transformação e cura Eudynar Gomes Pereira Lima Rio de Janeiro, 2012 1ª Edição

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Este livro é uma forma que a autora encontrou para agradecer a Deus pela sua cura, pelo seu milagre e assim ajudar a tantos que sofrem com essa doença. De forma simples e emocionante, porém muito realista, a autora conseguiu passar uma linda mensagem, exaltando o grande amor de Deus para com os que sofrem. É a publicação do seu testemunho de que Deus continua curando, da importância da adoração em todo o processo de cura e da grande mensagem de que o câncer tem cura, sim.

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O poder da adoração Libertação, transformação e cura

Eudynar Gomes Pereira Lima

Rio de Janeiro, 20121ª Edição

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CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

L697p

Lima, Eudynar Gomes Pereira

O poder da adoração : liberdade, transformação e cura / Eudynar Gomes Pereira Lima. - 1.ed. - Rio de Janeiro : AR Editora, 2012.

122p. : 21 cm

ISBN 978-85-65873-09-3

1. Lima, Eudynar Gomes Pereira. 2. Mama - Câncer - Pacientes - Biografi a. 3. Mama - Câncer Pacientes - Reabilitação. 4. Cura - Aspectos religiosos. 5. Cura pela fé. 6. Religião. I. Título.

12-8054. CDD: 248.843

CDU: 27-584-055.2

31.10.12 06.11.12 040404

O conteúdo deste livro é de inteira responsabilidade do seu autor.

Ar Editora

www.areditora.com.br

[email protected]

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Dedicatória A todos aqueles que sofrem com as dores da alma e do corpo, causadas pelas doenças psicossomáticas.

O meu desejo é que, ao lerem esta singela história, sintam-se impactados pelo amor supremo do Pai e saibam que jamais estarão sozinhos, neste breve, mas intenso inverno.

assim como a natureza sofre e permanece em estado de reclusão e transformação, na estação do frio e das muitas águas, essa mesma natureza surge renovada, transformada e nos contempla com as mais belas fl ores da primavera!

Você é muito especial e ainda tem muitas fl ores a oferecer a você mesmo e ao próximo!

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SumárioPrefácio

Capítulo I A mensagem da águia 11

Capítulo IIO lar: um doce refúgio 19

Capítulo IIIO livramento prometido ao povo de israel 27

Capítulo IVO verdadeiro adorador 37

Capítulo VUma mulher chamada débora 45

Capítulo VILouvor e glória 53

Capítulo VIIMulheres preciosas 67

Capítulo VIIIDoenças da alma 79

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Capítulo IXÉ primavera! 91

Capítulo XO melhor presente de natal 99

Capítulo XIO poder de uma escolha 107

Obrigada, querido Deus! 115

Bibliografi a 119

Pesquisas na internet 121

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PrefácioHonra-me muito fazer este prefácio. Para mim, funciona como o apreciar de uma colheita que Deus fez, onde eu humilde-mente pude semear a Palavra de Deus. Finalmente, chegou o dia de a semente fru-tifi car, chegou o dia da colheita, que rendeu um belíssimo fruto de uma adoradora e serva do Deus Altíssimo, Eudynar.

Estamos diante de um testemunho emocionante, vibrante e ve-rídico de alguém qu e venceu um câncer. Temos aqui o dia a dia de alguém que enfrentou essa terrível enfermidade, de uma mãe de adolescentes que precisou manter o equilíbrio emocional dos seus fi lhos para que eles não fossem prejudicados com essa situação. Temos também, neste livro, uma esposa que recebeu todo o apoio do seu esposo para juntos enfrentarem essa grande luta pela vida. Encontramos também uma dedicada policial, uma policial em ação, que ama a sua profi ssão e a desenvolve com toda a dedicação e amor.

Neste livro, encontramos uma fi lha que busca o apoio dos seus pais, que entraram nessa luta e venceram. Temos também o tes-temunho de alguém que lutou, resistiu e, por fi m, rendeu-se ao chamado de Deus para a sua vida. Podemos dizer que foi alguém que experimentou o que signifi ca “recalcitrar contra os aguilhões” como o fez o grande apóstolo Paulo. Ao fi nal, encontramos uma adoradora, rendida aos pés do seu Senhor e Salvador, do seu Deus,

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que a curou por meio do louvor e da adoração a Ele. Podemos ver aqui o Deus que cura em ação, ministrando a Sua cura por inter-médio do louvor. Vemos um Deus que cumpre as suas promessas e que vai à busca dos seus fi lhos que o servem, não deixando que se percam.

Para quem este livro é endereçado? Eu diria que é para todos os que se interessam e vibram com o agir de Deus. É para aqueles que andam descrentes na cura divina. É também para os que apreciam e valorizam o louvor e a adoração a Deus, pois verão que o louvor também cura. É também para os que desejam ler sobre o dia a dia de uma policial de verdade, de uma mulher detetive em ação. É também para as milhares de vítimas dessa terrível doença que é o câncer, pois aqui encontrarão ânimo, estímulo e ajuda para lutar e vencer essa doença. É também para pais que oram pelos seus fi lhos, mas que ainda não viram o agir de Deus na vida deles. Aqui encon-trarão esperança para continuar orando e crendo no agir de Deus, pois Deus busca os fi lhos que se distanciam e se esquecem d’Ele.

O poder da adoração que traz libertação, transformação e cura, está ao alcance de todos os que necessitam e buscam em Deus aju-da e socorro, pois Deus verdadeiramente é socorro bem presente na angústia, na tribulação, nos sofrimentos que podemos vir a en-frentar ao longo da nossa vida, da nossa existência aqui na terra. Nesta leitura, nós nos envolvemos com a história que parece que está acontecendo com a gente. O relato é muito simples, sem com-plicações, sem rodeios, sem esconder absolutamente nada dos sen-timentos que visitaram o coração da autora ao longo dessa doença.

Você acredita em anjos? Você acredita em visões e revelações sobrenaturais? Pois é, temos aqui o testemunho de alguém que também não acreditava e passou a crer em tudo isso, pois experi-mentou na sua vida tudo isso. Vale a pena ler este livro. Você será

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edifi cado espiritualmente. Será fortalecido na sua fé em Deus para enfrentar os desafi os da vida sem medo de nada. Você amplia-rá o seu conhecimento sobre a importância da adoração a Deus. Conhecerá um pouco mais sobre a alma de alguém que enfrenta um câncer.

Você aprecia a adoração e o louvor a Deus? Emociona-se com a adoração ao Senhor? A adoração vai muito além de se emocionar; a adoração promove a cura, transformação e libertação. A adoração inclina o coração de Deus em nosso favor. Promove a cura da nossa alma, das doenças psicossomáticas. Tudo isso vemos neste livro, apresentado de uma forma muito simples, não por uma teóloga, não por uma psicóloga, mas por uma simples mulher, por alguém que experimentou o agir de Deus em sua vida, uma policial, uma mãe, uma esposa, uma fi lha, uma adoradora do Senhor, alguém que teve a sua vida transformada e agora declara: Sirvo verda-deiramente ao Senhor! É isso que encontramos neste livro, neste testemunho que nos emociona e nos edifi ca.

Finalmente, este livro é uma forma que a autora encontrou para agradecer a Deus pela sua cura, pelo seu milagre e assim ajudar a tantos que sofrem com essa doença. De forma simples e emocio-nante, porém muito realista, a autora conseguiu passar uma linda mensagem, exaltando o grande amor de Deus para com os que sofrem. É a publicação do seu testemunho de que Deus continua curando, da importância da adoração em todo o processo de cura e da grande mensagem de que o câncer tem cura, sim.

Leia, medite em cada palavra deste livro, deixe-se envolver pelo amor de Deus, torne-se um adorador do Senhor e seja alcançado pela cura, libertação e salvação do Deus Todo Poderoso!

Pra. Eunice Barbosa de Almeida

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Capítulo I A mensagem da águia

Uma sala pequena e sem janela! Sobre a mesa documentos e inúmeras ocorrências policiais a serem investigadas. No cantinho da mesa, um lugar especialmente reservado para um singelo vaso com fl ores brancas artifi ciais, numa tentativa de dar certo charme ao lugar, como se isso fosse possí-vel! Um armário cinza encostado à parede era o lugar ideal para serem arquivados documentos que não são tão importantes, mas que não devem ser descartados. Sobre ele, doces como pirulitos e balinhas que oferecíamos às crianças que ali estivessem, e de quem, muitas vezes, recebíamos em troca um lindo sorriso, que a inocência não permitiu desaparecer, apesar de suas vidas marcadas eternamente pela violência.

Na parede branca, muitos cartazes com orientações e explica-ções às mulheres sobre a violência doméstica, como forma de cons-cientizá-las para que mudanças na nossa sociedade aconteçam. Ao lado da mesa, o computador, nossa ferramenta imprescindível para o trabalho. Colados no monitor, vários lembretezinhos. Nada podia ser esquecido! Na tela no PC, a imagem de uma águia americana

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que, em pleno ar, mergulha rumo à presa que “displicente, passeia” sob a água. A grande ave é linda, majestosa e efi ciente! E com os olhos fi xos no alvo está pronta para o ataque! Essa imagem me hipnotizava, e antes de iniciar os trabalhos, eu dispensava alguns minutos a observá-la. Era como um ritual diário.

Bom, a história da águia, que é antiga e bastante popular, sem-pre me trouxe fascínio, pois é uma mensagem que traz motivação diante das adversidades e sentimentos de resistência e renovação que temos que buscar todos os dias. Não sei se realmente é verí-dica, mas o que realmente importa é a essência da mensagem que inevitavelmente nos leva a refl etir...

“A águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver cerca de 70 anos. Porém, para chegar a essa idade, aos 40 anos, ela precisa tomar uma séria e difícil decisão. Aos 40 anos, suas unhas estão compridas e fl exíveis e já não conseguem mais agarrar as presas, das quais se alimenta. O bico, alongado e pontiagudo, se curva. Apontando contra o peito, estão as asas, envelhecidas e pesadas, em função da grossura das penas, e, voar, aos 40 anos, já é bem difícil! Nessa situação, a águia só tem duas alternativas: deixar-se morrer... ou enfrentar um dolorido processo de renovação que irá durar 150 dias. Esse processo consiste em voar para o alto de uma montanha e lá recolher-se, em um ninho que esteja próximo a um paredão.Um lugar de onde, para retornar, ela necessite dar um voo fi rme e pleno.Ao encontrar esse lugar, a águia começa a bater o bico contra a parede até conseguir arrancá-lo, en-frentando, corajosamente, a dor que essa atitude acarreta. Espera nascer um novo bico, com o qual irá arrancar as suas velhas unhas.Com as novas unhas ela passa a arrancar as velhas penas. E só após cinco meses, “renascida”, sai para o famoso voo de renovação, para viver, então, por mais 30 anos”. (Fonte: www.horademudar.com.br/a lenda da águia data 23/08/11 hora 17hs12min).

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Na lateral direita da pequena sala, Aclênio, um grande amigo. Um policial valioso. Um “servo do Senhor”.

Passávamos muitas horas, nesta pequena sala, desvendando casos complexos, entrevistando vítimas, testemunhas, e autores envolvidos em crimes relacionados à violência contra à mulher e outros casos que causam repulsa e revolta até mesmo ao mais vil criminoso, por envolver inocentes. Quando não estávamos nesta pequena sala, estávamos “na rua”, como costumamos nos referir ao serviço policial externo, checando denúncias, fazendo intimações, localizando pessoas, cumprindo prisões, enfi m, realizando com total empenho as atribuições de polícia judiciária.

Era uma tarefa árdua e penosa, pois muitos casos estão rela-cionados a problemas sociais como o desemprego; famílias dis-funcionais, vícios de bebidas alcoólicas, drogas legais ou ilegais ou simplesmente a falta de amor ao próximo, a falta de Deus!

Havia muitos crimes graves que nos sensibilizavam bastan-te, sobretudo os que envolviam crianças que tinham suas vidas ultrajadas da forma mais cruel, que era a violência sexual. Mas gostávamos do que fazíamos e, a cada crime que surgia, era um desafi o a ser superado e a necessidade de darmos uma resposta rápida à sociedade.

Um desses casos me foi marcante e chegou a nós por meio de uma denúncia anônima. O denunciante narrava que um homem teria abusado sexualmente de algumas crianças da localidade.

Em diligências veladas pela cidade, demos início às investiga-ções em busca de informações concretas. As pessoas geralmente fi -cam temerosas e não querem se comprometer. Mas não desistimos! O bom investigador de polícia tem que ser obstinado! Qualquer

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informação é importante e tem que ser checada. Após muito em-penho, a investigação avançava e, a cada passo dado, mais uma criança surgia como vítima. Ao fi nalizarmos o trabalho, foram identifi cadas quatro crianças. Todas elas meninos de tenra idade e de famílias muito humildes. O algoz desses inocentes? Um amigo próximo das famílias! Como geralmente acontece.

Em uma das entrevistas, uma das crianças narrou os momentos de violência que sofreu e se portava sempre de cabeça baixa e seus olhos marejavam. Nunca esqueci esse menino: muito magrinho, tinha cicatri-zes nas pernas, provocadas por quedas de bicicleta e futebol, suas brin-cadeiras favoritas na rua, enquanto a mãe trabalhava. Ele vestia roupas muito simples: um shortinho velho e uma camiseta surrada, e nos pés calçava um chinelinho gasto. Raramente olhava em meus olhos, pois a timidez não permitia, mas ao fi nal da entrevista, numa tentativa de descontrair “o clima pesado”, conversávamos sobre outros assuntos e quando perguntei o que ele queria ser quando crescesse, respondeu com um brilho em seus olhos e um tímido sorriso que queria ser policial. Eu segurei em suas pequenas e frágeis mãozinhas e disse para acreditar em seu sonho, pois tudo era possível! Despedimo-nos e aquele menino foi embora de mãos dadas com sua mãe. Retornou à sua casa, à sua vida...

Mas as crianças sempre me surpreenderam, porque, apesar da experiência trágica que sofreram, elas sempre tinham um lindo sorriso inocente, palavras sinceras e uma pequena fl or a me ofe-recer. Aparentemente, demonstravam superar o problema. Mas interiormente? Só o futuro dirá.

Ao sair do trabalho, eu levava para casa a história desse meni-no, o rosto, o sorriso, o brilho nos olhos, e tantas outras histórias igualmente chocantes e que faziam parte do nosso dia a dia. Sofria muito por querer fazer tanto, mas me sentia extremamente frus-trada por reconhecer a nossa impotência.

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É como diz Augusto Cury ,em seu livro “Maria, a maior educa-dora da história”, capítulo 6, p. 93.

“Nós nos preocupamos com a violência social, com o índice de assassinatos, estupros, ataques terroristas, sequestros, mas nos es-quecemos de nos preocupar com a violência psíquica que facilmente podemos sofrer no terreno de nossas mentes.”

Soubemos um tempo depois que o autor desse horrendo crime havia sido condenado pela justiça. Isso foi muito gratifi cante, pois, afi nal, trabalhávamos para isso. Mas eu sempre fui consciente de que nada iria reparar o mal feito àqueles inocentes e isso me inco-modava muito. Ao menos, porém, dizia para mim mesma, como forma de consolo: impediria que outras crianças e suas famílias viessem a ter suas vidas marcadas de uma forma tão negativa.

Outro caso igualmente grave e que, em especial, fi cou regis-trado em minha mente, foi uma adolescente com certo grau de retardo mental que havia sido brutalmente violentada. Era uma menina vaidosa, doce, de aparência frágil, muito tímida e com muitos sonhos. A sua vida já tinha histórico de sofrimento, pois foi rejeitada quando ainda estava no ventre de sua mãe. O “mundo” já lhe virara as costas, antes mesmo de nascer.

Quanta covardia! Como um ser humano tem capacidade de fazer o mal a uma pessoa tão frágil, assim como um passarinho?! Questionava-me, inconformada!

A jovem, pela defi ciência que tinha, a todo o momento nos apre-sentava uma nova versão para o caso e, por várias vezes, saímos com a adolescente pela cidade, a fi m de que se recordasse do local para onde havia sido levada, e assim chegar ao agressor, mas era em vão. Ela estava confusa e contraditória.

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Entretanto, numa noite chuvosa e muito fria, saímos mais uma vez determinados a elucidar aquele caso. Para nós era questão de honra! A cidade estava completamente deserta; as famílias recolhidas em suas casas e um silêncio perturbador nos deixava alerta. Percorremos alguns quilômetros, entrando e saindo das ruas molhadas pela chuva, que pare-ciam intermináveis e todas iguais. Alguns trechos do caminho tinham iluminação precária, mas não desistimos, apesar do receio de que mais uma vez nosso intento fosse frustrado. A jovem estava nervosa, talvez por sentir a nossa ansiedade. Mas, ao passarmos por uma rua, que por várias vezes já havíamos trafegado antes, nos deparamos com algumas pessoas conversando em frente a uma casa, que para a nossa surpresa era a única da rua que estava com o portão aberto. Surpreendentemente era o local que nós buscávamos! A jovem, ao olhar para o interior do lote, sem hesitar, avisou: “foi aqui!”. Era o apoio divino de que precisá-vamos! Aí fi cou fácil! O crime então foi esclarecido.

O autor? Um jovem irresponsável e inconsequente. Encontrou a jovem na esquina da rua onde morava, à espera do irmãozinho que brincava no parque, e a convidou para sair, levando-a até aquela casa onde perpetrou a violência. O caso foi concluído e apresentado à justiça. Esses casos representam apenas a ponta de um imenso iceberg chamado criminalidade.

O ritmo de trabalho era esse, investigando casos como esse e outros de igual ou maior gravidade. Há casos específi cos, como os que foram citados acima, que envolvem pessoas extremamente vul-neráveis, como crianças indefesas, cujas famílias já sofrem os efeitos da exclusão social e vivem à margem da sociedade, que nos abalam e se tornam histórias inesquecíveis no terreno dos nossos corações.

Já há algum tempo, meu corpo sofria com a exposição diária ao intenso estresse, e eu sentia dores constantes no braço esquerdo, so-bretudo nos dias em que mais trabalhávamos. Apesar disso, sempre

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adiava a ida ao médico, pois acreditava que seria tendinite, devido ao longo período de digitações dos relatórios referentes aos casos que investigávamos. Até que um dia, as dores se tornaram insuportáveis e preocupantes. Certa noite, ao chegar a casa, após mais um dia da-queles, resolvi, na hora do banho, fazer o autoexame da mama. Para minha surpresa, percebi a presença de um nódulo pequeno e móvel no seio esquerdo. A minha reação foi imediata: susto e desespero!

Logo em seguida, marquei a consulta com um ginecologista, e ele solicitou que eu fi zesse alguns exames. A presença do nódulo só foi confi rmada por meio do exame de mamografi a digital. O médico me tranquilizou, dizendo que não tinha características de ser câncer, que deveríamos acompanhar, e fui orientada a retornar posteriormente. Fiquei aliviada com a revelação do médico e, con-fi ante, retomei as minhas atividades.

O ano enfi m, terminava! No trabalho, vários casos resolvidos, agressores e pedófi los presos e condenados. “A justiça estava sendo fei-ta”. Na pequena sala de trabalho, a atmosfera era do dever cumprido!

Nas instituições policiais é comum haver rodízios de funcioná-rios, nas respectivas repartições, e, por isso, estávamos na expecta-tiva. E foi o que ocorreu. A equipe da qual eu fazia parte, assumiu os trabalhos de outra área circunscricional.

E assim, fi ndava ali uma bem sucedida parceria profi ssional entre mim e o amigo Aclênio. Ao nos despedirmos, eu lhe disse: “nós ainda vamos trabalhar juntos!”

A vida prossegue. Não pode parar. E em 2010, iniciou-se uma nova etapa de trabalho, com novos colegas e parcerias a serem con-solidadas. A sala de trabalho, que era ampla, tinha muitas janelas e nos permitia ver o céu.