LEITE, Aldo (1941/ )

O PleitoComédia/1 ato/9 personagens/6 masc. 3 fem./Atual/Tema político/Aspectos rurais

SINOPSE

Em O Pleito, Aldo Leite, ator e autor maranhense, critica a hipocrisia política no Brasil, tomando como inspiração, certamente, muitas das obras e personagens de Dias Gomes.

A peça trata do período pré-eleitoral da pequena cidade de Maracassumiu. Os dois candidatos e rivais são vizinhos e, durante as reuniões, todos se preocupam em falar baixo para que o outro não saiba dos planos finais das campanhas.

Cada um deles, tanto Viturino quanto Manoel Ligão, assim como seus assessores e esposas, estão dispostos a tudo neste final de campanha para garantir a vitória nas urnas. Viturino pretende atear fogo na escola municipal, e Manoel Ligão se fazer de morto para então ressuscitar diante do povo na hora do enterro com a missão divina de governá-los, o que, segundo ele garantiria os votos dos muitos religiosos da cidade.

Manoel Ligão se deita no caixão e sua então “viúva” começa a chorar alto para chamar a atenção dos vizinhos. Chega D. Maria Joaquina, mulher de Viturino e começa a lamentação. D. Clodesinda, mulher de Manoel, sai a procura de flores para o caixão. Ao se ver sozinha com Manoel, D. Maria Joaquina confessa a tristeza de nunca mais poder estar com ele, revelando um caso antigo entre os dois. Manoel Ligão puxa D. Maria Joaquina que se deita com ele no caixão. Quando chega D. Cleosinda e Viturino, eles fecham a tampa do caixão, e de lá de dentro ouvem a confissão dos outros dois que também eram amantes. Depois de descobertos resolvem fazer um acordo político e matrimonial, que garantirá aos dois a chance de governar, formando uma chapa única para a candidatura, além de continuarem os encontros clandestinos e a troca de esposas. Todos os assessores ficam indignados com o acordo político, mas acabam aceitando. No dia do pleito, todos se assustam com a inesperada candidatura de D. Candoca, esposa do Pastor Tatá, que se junta ao padroeiro da cidade, S. José de Maracassumiu, para lutar contra as injustiças e os problemas daquela terra. A candidatura é apoiada pelo povo. Manoel Ligão e Viturino vêem seu plano de coligação ir por água abaixo, encontrando em D. Candoca uma rival capaz de vencê-los.