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O PLÁGIO NUMA ATIVIDADE DE UM CURSO A DISTÂNCIA: UMA ANÁLISE FENOMENOLÓGICA Rosemeire de Fatima Batistela Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, Brasil [email protected] RESUMO Este artigo apresenta uma pesquisa realizada em uma turma de quinto semestre do curso de Licenciatura em Matemática a distância da Universidade Aberta do Brasil em parceria com a Universidade do Estado da Bahia na disciplina História da Matemática, com o objetivo de investigar o que se mostra importante no ambiente virtual de aprendizagem (AVA) desta disciplina numa atividade em que houve a ocorrência de plágio. O AVA se ancora na plataforma Moodle. Para a realização da pesquisa valer- nos-emos dos pressupostos teóricos da Fenomenologia para a análise dos dados. Os dados são constituídos pela descrição do desenvolvimento desta atividade. A análise ideográfica identifica e agrupa as passagens significativas, as unidades de significado, extraídas da descrição, as quais possibilitaram a criação de categorias a partir de aspectos comuns nelas. As unidades significativas serão analisadas nomoteticamente a fim de se identificar as ideias gerais contidas nelas, para que se possa refletir para compreender as convergências e as divergências e sintetizar as ideias gerais desveladas na estrutura do fenômeno, em evidência. Mostrou-se importante a necessidade de uma relação dialógica mais intensa entre professor, tutor e alunos para que a atividade fosse realizada conforme solicitada. Palavras-chave: plágio; ambiente virtual de aprendizagem; educação a distância; Fenomenologia.

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O PLÁGIO NUMA ATIVIDADE DE UM CURSO A

DISTÂNCIA: UMA ANÁLISE FENOMENOLÓGICA

Rosemeire de Fatima Batistela

Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia, Brasil [email protected]

RESUMO

Este artigo apresenta uma pesquisa realizada em uma turma de quinto

semestre do curso de Licenciatura em Matemática a distância da

Universidade Aberta do Brasil em parceria com a Universidade do Estado

da Bahia na disciplina História da Matemática, com o objetivo de investigar

o que se mostra importante no ambiente virtual de aprendizagem (AVA)

desta disciplina numa atividade em que houve a ocorrência de plágio. O

AVA se ancora na plataforma Moodle. Para a realização da pesquisa valer-

nos-emos dos pressupostos teóricos da Fenomenologia para a análise dos

dados. Os dados são constituídos pela descrição do desenvolvimento desta

atividade. A análise ideográfica identifica e agrupa as passagens

significativas, as unidades de significado, extraídas da descrição, as quais

possibilitaram a criação de categorias a partir de aspectos comuns nelas. As

unidades significativas serão analisadas nomoteticamente a fim de se

identificar as ideias gerais contidas nelas, para que se possa refletir para

compreender as convergências e as divergências e sintetizar as ideias gerais

desveladas na estrutura do fenômeno, em evidência. Mostrou-se importante

a necessidade de uma relação dialógica mais intensa entre professor, tutor e

alunos para que a atividade fosse realizada conforme solicitada.

Palavras-chave: plágio; ambiente virtual de aprendizagem; educação a distância; Fenomenologia.

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ABSTRACT

This paper presents a study conducted in a class of fifth semester in an e-

learning course in Math at the Open University of Brazil together with the

University of Bahia in the component History of Mathematics, in order

to investigate what proves important in the virtual learning environment of

this subject in an activity that was the occurrence of plagiarism. The virtual

learning environment is in the Moodle software platform. For the

research we will be used the theoretical assumptions of

Phenomenology for data analysis. The data consists of the description of

the development of this activity. The ideographic analysis identifies

and groups the significant passages, U.S. units of meaning, drawn from

the description, which allowed the creation of categories from common

features in them. The units of meaning will

be significant ‘nomoteticamente’ analyzed in order to identify the general

ideas contained in them, so that we can reflect to understand the

convergences and divergences and summarize the general

ideas uncovered in the structure of the phenomenon is in evidence. Was an

important respect the need for a more intense dialogue between teacher,

tutor and students for the activity to be performed as requested.

Keywords: plagiarism; virtual learning environment; e-learning; Phenomenology.

1 Introdução

A cópia de ideias, frases, parágrafos ou textos completos sem a devida citação e a

‘creditação’ das fontes seja de trabalhos de colegas, de fontes impressas ou fontes disponíveis

na internet, ou a contratação de serviços para produção de trabalhos, já feitos a terceiros, se

caracteriza como plágio. No dicionário Aurélio online, o sinônimo para plágio é copia ou

imitação, sem engenho, das obras ou dos pensamentos dos outros e apresentação como

originais e de própria autoria do copiador. Na década de 1980 eu tive uma mochila e nela

estava escrito “é proibido colar”. Na época eu tinha uma ideia limitada de ‘cola’ ao imaginar

que colar era uma coisa que acontecia nos momentos das provas escolares, quando, sem que o

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professor visse fosse possível dar uma olhadinha na prova do colega ao lado. Esse problema

já se apresentava no cenário em todas as áreas da produção intelectual, tanto que, no século

XVIII, na Inglaterra, esse assunto já incomodava a ponto de ser criada a Lei de Propriedade

Intelectual que protegia a autoria das ideias e garantia a soma dos direitos de produções

literárias, artísticas e científicas, a todos os domínios da atividade humana. Isso valorizou o

funcionamento da lógica da produção de conhecimento em etapas de inovação do saber,

preservando o espaço para o avanço do conhecimento em parceria com a inventividade.

Ainda sobre o plágio, a forte presença dessa prática fraudulenta, no âmbito da academia

prolifera horizontalmente e verticalmente, sendo praticados por estudantes de graduação, pós-

graduação, mestres, doutores e professores renomados. Há casos no Brasil que tiveram

punição exemplar, como o caso noticiado na revista Veja de 02 de março de 2011, pela

jornalista Roberta de Abreu Lima, o qual aborda um acontecimento de usurpação de ideias

alheias, e em cuja reportagem também apresenta informação que pesquisas feitas no Brasil

sinalizam que oitenta por cento dos estudantes brasileiros entrevistados assumem não terem

preocupação com a citação da fonte nos trabalhos acadêmicos.

Na linha de frente contra esta prática encontram-se os professores das Universidades

que já contam com a ajuda de programas que detectam o plágio, fazendo um cruzamento de

informações do texto com textos disponíveis na web, além disso, pode-se perceber, que

algumas Universidades têm se organizado ‘curricularmente’, e sinalizado uma tendência, de

oferecerem já nos primeiros semestres uma disciplina trate de aborde e trabalhe a produção de

textos seguindo as normas da ABNT, que garantam o uso das citações e das referências,

afastando a ignorância muitas vezes alegada, e que inibam o plágio na tentativa de coibir a

proliferação desse mal que atinge o progresso intelectual e científico.

A presença do plágio tem se fortificado com o advento da internet e a facilidade de

acesso a obras, em contrapartida com a falta de materiais impressos nas bibliotecas. Esse

mesmo advento dessa nova possibilidade de realidade, os espaços virtuais possibilitados pela

internet, estabelecem uma zona de mediocridade na qual essa prática prolifera

silenciosamente.

Nesse panorama crítico se levanta para nós uma pergunta: o que se mostra importante

numa ocorrência de plágio numa atividade de uma disciplina de um curso a distância de

Licenciatura em Matemática? A busca de uma resposta para esta pergunta efetuará um

caminho que será trilhado com orientação dos princípios da Fenomenologia. A turma a ser

investigada é uma turma de 5º semestre da disciplina História da Matemática de um curso a

distância de Licenciatura em Matemática na Bahia ancorado na plataforma Moodle.

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A Fenomenologia é uma escola filosófica gerada por Edmund Husserl a partir de

questionamentos que indagavam sobre o sentido das coisas, para ele o importante não é o fato

de uma coisa existir, mas o sentido desse fato. No nosso caso, é sabido que o plágio existe e o

que nos interessa é o sentido do plágio. Sokolowski (2010, p. 12) afirma que “a

fenomenologia insiste que a identidade e a inteligibilidade estão disponíveis nas coisas, e que

nós somos definidos como aqueles para os quais estas identidades e inteligibilidades são

dadas”. A ‘examinação’ de um fato requer irmos mais fundo, requer que escavemos mais e

mais para ultrapassarmos os níveis superficiais de compreensão desse fato, que é para nós o

fenômeno posto em evidência nessa investigação. Nós seres humanos quando nos colocamos

intencionalmente na busca de uma revelação tornamo-nos dativos desta revelação, podemos

pensar e refletir e tornar evidente o modo como as coisas são, Sokolowski (2010).

Semelhantemente a Bello (2006) tomaremos a Fenomenologia como reflexão sobre um

fenômeno ou sobre aquilo que se mostra e nossa questão a ser investigada é o que se mostra e

como se mostra.

Nossa investigação se dará no ambiente educacional da educação não-presencial, a

educação a distância, a qual se apresenta no cenário educacional como mais uma

possibilidade de espaço de ensino e aprendizagem, possibilitada pelas tecnologias e pelas

plataformas que ancoram os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), os quais são

espaços configurados pelo “ser-com-tecnologias”, Bicudo e Rosa (2010), os quais também

explicam que as tecnologias trazem consigo a ampliação e o desdobramento das

possibilidades de ações e compreensões ao se estar-com-o-outro no mundo, num mundo

virtual, que não segue os mesmos comandos de tempo e espaço, ditados pela Física Clássica,

a qual permeia os ambientes presenciais de ensino e aprendizagem. Apresentam a realidade

virtual como “um modo de viver a vida na dimensão do humano, cujas relações se presentificam

nessa dimensão da realidade e se dão em um espaço mundano caracterizado em termos de espaço-

tempo concebidos nos moldes da Física Contemporânea” (BICUDO e ROSA, 2010, p. 39).

A intenção armazenada nessa pergunta é investigar o fenômeno do plágio na educação a

distância, compreendendo inicialmente que o plágio, enquanto fenômeno a ser investigado,

tem um significado que nos interessa e que quando nos pusermos a investigá-lo se tornará

possível para nós acessarmos horizontes de compreensão e reflexão sobre nosso modo de ser-

com-os-alunos-na-educação-a-distância. Essa investigação apresentada aqui neste artigo

participa de uma pesquisa maior, de um projeto de pesquisa nosso que se vincula a um projeto

em vigência financiado pelo CNPQ coordenado pela professora Maria Aparecida Viggiani

Bicudo.

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2 Da educação a distância

O Ensino Superior se difere dos demais níveis anteriores, principalmente, pela não

obrigatoriedade do seu cumprimento. Se por um lado a ideologia insinua a obrigatoriedade do

diploma de nível Superior, há que se considerar que o curso é uma “opção” do estudante,

diferentemente dos estudos anteriores da educação básica. Desse modo, compreendemos que

as formas de estar-junto em cursos de graduação a distância, são configuradas em torno e por

meio de interesses comuns e permitem comunicação e constituição de comunidades virtuais a

partir de tais interesses e para a busca dos anseios de conhecimento dos indivíduos

integrantes.

Os AVAs são um veículo viabilizador de comunidades e se configuram em plataformas

(softwares) que disponibilizam ferramentas ou interfaces para comunicação síncrona ou

assíncrona e formam espaços para a construção de diferentes aprendizagens tanto em cursos

on-line quanto em atividades presenciais. O Moodle é muito conhecido pela proliferação

rápida de usuários desta plataforma, a propagação de seu uso se deu e se dá devido a este ser

um software livre de interface amigável, com ferramentas diversas que permitem

comunicação síncrona e assíncrona, facilidade de instalação e de manuseio, a variedade de

objetivos pedagógicos que podem ser contemplados em sua interface de comunicação que

permitem o estabelecimento de práticas colaborativas de aprendizagem.

As recomendações para evitar o plágio nas instâncias acadêmicas em ambientes

presenciais apontam para uma realidade que requer novas posturas por parte dos integrantes

da engrenagem educacional, principalmente no que diz respeito ao modo como se solicita

uma atividade, contudo, para o modelo de ensino da educação a distância, essa discussão não

fora ainda trazida para um olhar mais demorado.

O curso de Licenciatura em Matemática a que nos referimos acima é o primeiro curso

nestes moldes de parceria entre uma Universidade e a Universidade Aberta do Brasil no

Estado da Bahia e essa turma que investigamos é uma das 20 turmas da primeira leva de

acesso ao curso de Licenciatura em Matemática. A disciplina História da Matemática é uma

disciplina obrigatória do 5º semestre do curso e sua ementa indica que os conteúdos que

seriam trabalhados buscariam proporcionar uma visão histórica do por que do aparecimento e

desenvolvimento do conhecimento das principais teorias matemáticas evidenciando suas

conexões com outros temas e inserindo-as no contexto social filosófico e cultural de cada

época; do mesmo modo, proporcionariam o estudo da matemática ocidental, no quadro de

uma perspectiva histórica, desde a origem na numeração na Índia e Mesopotâmia, passando

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pelos gregos até a época contemporânea, destacando os temas fundamentais da teoria da

Matemática e os grandes nomes de cada época, construindo uma reflexão sobre a atual

conjuntura da matemática como ciência; e o conhecimento a respeito dos conteúdos

matemáticos para preparar o estudante para apresentar os conteúdos matemáticos colocando-

os no contexto histórico a partir dos problemas que foram determinantes para seu

desenvolvimento.

Esta disciplina se iniciou no dia 22 de setembro de 2011 e finalizou em 07 de janeiro de

2012 completando a carga horária do curso que era de 60 horas. Este modelo de educação a

distância prevê a ida dos alunos uma vez por semana nos polos e o encontro com o Tutor

Presencial (TP) de cada polo, para o desenvolvimento das atividades propostas para aquele

dia de aula. Cada dia de encontro é dividido em duas partes e se desenvolve atividades de

duas disciplinas. No caso da disciplina História da Matemática os encontros foram nos dias 22

de setembro, 06 de outubro, 20 de outubro, 03 de novembro, 17 de novembro, e 07 de janeiro

que foi o dia da prova final de um dos polos. A atividade que apresentou o plágio, a qual foi

investigada, fora apresentada pelos alunos nos polos para os tutores presenciais no dia 06 de

outubro e nesta mesma data fora encaminhada a parte escrita para os tutores a distância, e se

tratava de uma atividade de produção de uma proposta de trabalho para os temas Números,

Geometria, Álgebra e Trigonometria, utilizando a História da Matemática.

A escolha desta turma entre as 20 turmas que tínhamos disponíveis se deu pelo fato do

Tutor a Distância (TD) dessa turma ser o tutor que mais acessou o AVA desta disciplina, dado

esse que é evidenciado pelo relatório de participações a que temos acesso enquanto Professor

Formador (PF), e também pelo fato dessa turma ser participativa das atividades presenciais e a

distância. O curso em sua estrutura humana é formado por alunos, coordenadores de polo,

tutores presenciais, tutores a distância, professor formador, coordenador pedagógico,

coordenador de curso, coordenador de material didático, coordenador tecnológico, gestor do

AVA e coordenador de tutoria.

O ambiente virtual de aprendizagem desta disciplina estava organizado em 9 semanas e

em cada semana havia postado as atividades que deveriam ser realizadas naquela semana. A

atividade aqui focada foi realizada na terceira semana de aula e no segundo encontro

presencial. O AVA estava pronto e disponível para os alunos um dia antes do início da

disciplina e todas as atividades estavam postadas bem como as orientações normativas e os

critérios de avaliação de cada uma e de todas as atividades programadas. Além disso, no vídeo

de apresentação da disciplina a Professora Formadora apresentou brevemente as atividades,

incluindo esta a que nos debruçamos na sua descrição e análise neste trabalho investigativo.

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Nosso olhar estará focado para as aparições sobre essa atividade plagiada e as

discussões em seu entorno no AVA no que se refere aos diálogos entre o PF o TD e os 20

alunos matriculados nesta turma.

3 Da Fenomenologia

A fenomenologia será o caminho pelo qual buscaremos elucidar a verdade relacionada à

nossa investigação. A palavra fenomenologia em seu significado etimológico se identifica

com o conceito oposto ao de encobrimento. E o “desencobrimento” se oferece ao pesquisador

que se coloca intencionalmente disposto a investigar o fenômeno, e que com atos previamente

estabelecidos e dotados do rigor inerente à atitude fenomenológica, se envolve na atividade,

se prepara e prepara o terreno para o aparecimento da verdade com a qual objetiva se haver.

Neste ínterim, a redução fenomenológica é o meio que permite o acesso/retorno dessa verdade

à consciência, o que Husserl chama de “retorno-às-coisas-mesmas” e por esse meio os objetos

se revelam em sua constituição.

O método fenomenológico solicita em momento anterior à redução, a descrição do

fenômeno. Tal descrição possibilita a constituição dos dados que posteriormente poderão ser

analisados, caracterizando o movimento de análise que se implementa em dois momentos: a

análise ideográfica e a nomotética. Para o investigador, a descrição é o momento de ver e

tocar, vivenciar e registar para que delas se tenha consciência para que em momento posterior

se possa realizar a reflexão dessa vivência ao se acessar a consciência. Para a constituição dos

dados foi descrita a atividade elaborada e desenvolvida na disciplina História da Matemática

em um curso de Licenciatura em Matemática na qual houve a ocorrência do plágio. Desse

modo demo-nos conta da atividade e procedemos à descrição que produziu os dados, os quais

depois de serem lidos e relidos foram submetidos meticulosamente à análise para que o

fenômeno aparecesse como ele é. No momento da análise ideográfica busca-se identificar e

agrupar as passagens significativas ou as unidades de significado, à luz da pergunta diretriz

que nos norteia, extraídas da descrição, as quais submetidas a uma primeira interpretação

possibilitam a criação de categorias a partir de aspectos comuns nelas. As unidades

significativas, nesse segundo momento, submetem-se à análise nomotética que objetiva

identificar as idéias gerais contidas nelas e refletir para compreender as convergências e as

divergências e sintetizar as idéias gerais desveladas da estrutura do fenômeno, o plágio.

Trabalhando-se fenomenologicamente, não partirmos de pressupostos assentados em

teorizações passíveis de terem sido formuladas a partir de investigações prévias, tomando-os

como “verdades” que já dizem do que esperar sobre o que está em processo de investigação,

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mas vamos-à-coisa-mesma. São elas que fornecerão indícios para a compreensão do

significado do que intencionamos tornar evidente como ele é.

Husserl é o responsável pela constituição da teoria da Fenomenologia. Tão

imprescindível para os que escolhem perseguir uma resposta para a pergunta diretriz de uma

pesquisa utilizando-se dos princípios da Fenomenologia, enquanto movimento de

investigação direta, que é o “ir-à-coisa-mesma”, libertando-se, conforme já afirmamos, dos

resquícios de conceitos que possam sugerir com limitação e enviesadamente o olhar do

pesquisador. Este ir-à-coisa-mesma é composto essencialmente pelo movimento de descrição

da percepção do pesquisador em cada uma das volta que dá ao redor do fenômeno na

movimentação da pesquisa, ou metaforicamente, pela descrição de cada camada da cebola que

ele atentivamente vê, ou seja compreende e reflete.

Ir-às-coisas-elas-mesmas, nesta investigação, significa: ir à atividade em questão na

qual apareceu o plágio e descrevê-la, mostrando do que se tratou a atividade, como o

professor formador preparou a atividade e a expôs, como o tutor a distância orientou a

realização da atividade, como o tutor a distância respondeu às solicitações dos alunos pelo

fórum de dúvidas, pelo fórum livre e às mensagens particulares; descrever as atividades

realizadas com os tutores, em particular os tutores a distância, pois esta foi uma atividade para

ser realizada a distância e presencialmente, e a parte do plágio se revelou na parte escrita.

3.1 A análise dos dados: análise ideográfica e análise nomotética

A descrição efetuada, como contar o visto no ambiente virtual de aprendizagem, sem

que, nesse momento, haja interpretações, constitui os dados para análise. Trata-se de uma

análise hermenêutica do entorno atividade que foi plagiada. Essa análise é efetuada já

destacando Unidades de Significado (U.S.) do discurso obtido com a descrição, tendo-se

sempre como orientação a pergunta diretriz da pesquisa. Nesse momento, que diz da análise

ideográfica, ou seja, da atividade, as expressões constantes das descrições, agora destacadas

como U.S., são abertas aos possíveis sentidos e significados, que quando da atitude

fenomenológica do investigador tornam-se possíveis de ser acessados.

As U.S. foram extraídas da descrição, isso nos permitiu caminhar em direção às

reduções fenomenológicas sucessivas, produzidas pela articulação do movimento do pensar

analítico, crítico e reflexivo. As reduções vão apontando para invariantes, compreendidas

como o que se mostra como constante nos vários individuais. Esses invariantes indicam o que

se mostra importante, se manifesta nesta atividade em que houve plágio.

No que se segue, o momento da análise nomotética se constitui em tomar as U.S. que

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foram extraídas e categorizadas no momento anterior e buscar identificar as ideias gerais

contidas nestas, as quais são compreendidas e visualizadas, nesta ocasião, como um todo.

Estas U.S. que permitiram a construção das categorias, anteriormente, agora serão submetidas

a um olhar integrador reflexivo e interpretativo que permite a emersão de convergências e

divergências às quais permitem a constituição de uma ou se sínteses explicativas que integra

as ideias gerias que desvelam a estrutura do fenômeno situado.

Depois de extraídas as U.S. procedemos à primeira categorização que diz dos espaços

possíveis no ambiente virtual de aprendizagem em que a comunicação entre tutor a distância e

alunos era possível, assim temos: o espaço comunicativo do próprio AVA em seu modo de

organização com comunicação verticalizada na direção do professor formador e do tutor a

distância para os alunos, objetivada principalmente nos arquivos disponíveis no AVA e em

sua estrutura comunicativa direta pelo mural de avisos (da apresentação da atividade no AVA

e das orientações); o Fórum para obtenção do retorno antes da entrega definitiva da atividade

escrita (da comunicação entre alunos e TD - fórum de envio do blog para feedback); o Fórum para o

envio da atividade na versão final (da comunicação entre alunos e TD - fórum de envio do blog

versão final); o Fórum para o envio após a oportunidade de refacção (da comunicação entre

alunos e TD - fórum de envio do blog versão final depois de refeito); o Fórum livre (da

comunicação entre alunos e TD - fórum livre), e as mensagens particulares entre os alunos e o

tutor a distância e entre os alunos e a professora formadora (da comunicação entre alunos e TD –

por mensagem).

Uma síntese da categoria “da apresentação da atividade no AVA e das orientações” se

mostrou para nós em duas tomadas, a que diz dos atos da PF e a que diz do TD, evidenciando

que a PF organizou o AVA e disponibilizou desde o primeiro dia de aula, os itens que deveriam conter

na parte escrita e na apresentação e os critérios que iriam nortear a correção da atividade. Comunicou-

se pelo mural de avisos relembrando que a atividade deveria ser apresentada e entregue naquele dia,

que as orientações sobre o que ela deveria conter estavam disponíveis no ambiente virtual e que

tivessem os cuidados em não plagiar, e postar o link corretamente. Em relação ao TD, que ele avisou

os alunos pelo mural de avisos que a atividade deveria ser apresentada e entregue no dia seis de

outubro, que seguissem as orientações e evitassem o plágio, e neste mesmo espaço, depois da

constatação do plágio, avisou que as equipes que tiveram nota baixa ou nota zero por ocorrência de

plágio teriam nova oportunidade de refazerem a atividade e entregarem em uma semana.

A categoria que diz “da comunicação entre alunos e TD - fórum de envio do blog para

feedback” evidenciou que o TD retornou apresentando orientações e avaliações sobre

aspectos visuais do blog, solicitou que completassem os itens que foram solicitados, e

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ressaltou a necessidade das referências para os dois grupos que enviaram o link no prazo para

terem o feedback, um dos grupos não solicitou retorno e outro solicitou quando já estava fora

do prazo combinado.

No que tange à categoria “da comunicação entre alunos e TD - fórum de envio do blog

versão final”, subdividimos essa categoria em duas outras que diz da síntese do discurso do

TD e dos alunos, que se expressam da seguinte maneira: O TD Apresentou a nota e os

motivos da nota comprovados pelo relatório produzido pelo ‘docxweb’ e no caso da atividade

incompleta evidenciando os tópicos que faltaram, lembrou que fazia isso seguindo as ordens

da coordenação e cumprindo o que se previa como critério de avaliação no enunciado da

atividade. Avisou da chance de refazerem e sugeriu que reescrevessem as partes sinalizadas

com suas próprias palavras deles mesmos baseados em outros autores e que também fizessem

as citações corretamente e as referências, explicou como fazer citações, e que aprofundassem

os pontos que sinalizara como incompletos. Já no discurso dos alunos, que os trabalhos não

tinham sido copiados, que a avaliação do plágio era um desrespeito com o esforço deles na

elaboração do trabalho e com o tempo gasto para isso. Que não havia nada errado em copiar,

pois as informações eram as mesmas. Que não sabiam como produzir um texto histórico sem

se basear nas informações da internet, pois a história não poderia ser mudada e os polos não

tinham livros disponíveis para consulta desses temas e as séries anteriores não os capacitaram

para isso.

Para a categoria “da comunicação entre alunos e TD - fórum de envio do blog versão

final depois de refeito” sintetizou-se que os quatro grupos postaram o link do blog e os nomes

dos integrantes da equipe na data combinada e o TD retornou apresentando a nota obtida pelo

mural de avisos na planilha de notas junto com demais notas.

No que se refere à categoria “da comunicação entre alunos e TD - fórum livre” foi nos

possível perceber o discurso do TD e dos alunos. O TD sinalizou que não bastava apenas citar

as referências no final do trabalho, era necessário fazer as citações de todos os materiais

utilizados e ensinou fazer as citações e afirmou que essa exigência já era em tempo, pois eles

são alunos do 5º semestre. A parte dos alunos sintetizou-se um discurso que argumentou que

como se tratava de uma pesquisa, (e não de uma resenha, que é um tipo de trabalho que exige

a nossa opinião) que tem vários tópicos para responder não havia como responder todos com

as palavras deles tiveram que colocar o que pesquisaram, agradecera as informações que eles

estavam precisando e sugeriu que as orientações sobre as citações e demais normas deveriam

estar contidas nas orientações do trabalho, já que a maioria desconhecia as normas da ABNT,

que aparecem como sendo algo a mais que se deve saber para fazer o trabalho. Que a

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exigência deveria ser repensada já que eles estavam no 5º semestre e a disciplina Metodologia

da Pesquisa, que trata de ensinar sobre essas coisas, seria no 7º semestre, e que eles não se

lembravam de cobrança sobre fazer trabalhos de acordo com as normas da ABNT em

disciplinas anteriores.

A última das categorias elencadas, “da comunicação entre alunos e TD – por

mensagem” teve troca de mensagens com uma única aluna, e mostra que o TD orientou em

aspectos visuais e de conteúdo em relação ao trabalho e que colocassem os pontos que

estavam faltando e as referências utilizadas, e sugeriu que se preciso utilizassem um manual

de pesquisa científica, além disso, replicou à acusação de não ter retornado informações

substanciais, e conformou que ele havia comentado tudo sobre o que havia a comentar no

blog na versão para retorno, pois este estava incompleto, e respondeu que o programa que ele

havia utilizado era o docxweb. A parte que diz do discurso da aluna, mostra que ela estava

insatisfeita com a nota zero por plágio parcial, argumentou que a biblioteca da UNEB-UAB

não possuía livros referentes da História da Matemática, que o grupo dela deveria falar sobre

Números, e que para falar sobre o surgimento dos números tiveram que mencionar fatos

históricos; e questionou quem nunca utilizou uma frase ou um texto retirado da internet, e

apontou que no feedback o TD não havia feito intervenções em relação ao conteúdo, que a

atividade fora realizada em sala de aula pelos integrantes da equipe, afirmou ainda que o

formato da atividade em forma de blog consumiu muito tempo e aquilo tudo não serviu para

nada, evidenciou que percebera uma discrepância entre as notas da apresentação do trabalho

em sala presencial e da parte escrita, e perguntou sobre qual era o programa que detectava o

plágio.

A redução fenomenológica é um procedimento planejado com o objetivo de o

pesquisador poder ‘pinçar’ as informações essenciais contidas na descrição do fenômeno para

que seja possível compreender aquilo que é essencial a ele. Esta redução seguinte é uma

síntese que preserva os invariantes presentes nessas seis categorias apresentadas acima.

Depois de efetuado o movimento de análise do agrupamento das U.S., estas foram

interpretadas e colocadas num quadro de totalidade para que pudéssemos identificar as ideias

gerais presentes nesse todo. Feito isso, o pesquisador efetua um ‘submetimento’ dessas U.S. a

uma reflexão para compreender as convergências e divergências com as quais nos deparamos

na descrição e expressando-as por meio de linguagem mais concisa.

O pesquisador intencionalmente conectado com o objetivo de obter uma resposta para a

pergunta que foca essa investigação, pode a cada passagem ver com mais nitidez a resposta

para a pergunta, a qual entra num momento em que se descortina mais e mais para o

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pesquisador, o qual é neste momento, dativo da resposta que está sendo buscada. Dativo na

medida em que se doa para a análise e para a reflexão, e a resposta então pode se entregar a

ele no sentido de se permitir ser vista.

Quando aquilo que foi considerado essencial nas descrições passou pelo movimento de

análise previsto e atingiu o estado de ser apresentado pelo pesquisador com palavras que

transcendem as originais pinçadas no material descritivo, estabelece-se um pensar sobre os

significados contemplados na análise ideográfica e nomotética, é o momento da compreensão

fenomenológica.

A síntese que integra as ideias gerais desveladas na estrutura do fenômeno está

apresentada na terceira coluna do quadro acima. O fenômeno desvelado “o que se mostra

importante numa ocorrência de plágio numa atividade de uma disciplina de um curso a

distância de Licenciatura em Matemática”, pode aos poucos ser desocultado.

A seguir segue um quadro com reduções sucessivas das categorias expostas acima.

V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 13 28 a 31 de outubro de 2012, Petrópolis, Rio de janeiro, Brasil

Reduções – AVA – comunicação – fórum – fórum - fórum –fórum livre – mensagens de alunos (1)

A PF criou e organizou o AVA e disponibilizou desde o primeiro dia de aula, os itens

que deveriam estar contidos na parte escrita e na apresentação em sala de aula, bem

como os critérios que iriam nortear a correção da atividade. Comunicou-se pelo mural

de avisos relembrando que a atividade deveria ser apresentada e entregue naquele dia,

conforme combinado, também que as orientações sobre o que deveria conter estavam

disponíveis no ambiente e aconselhou que tivessem os cuidados em não plagiar e em

postar o link corretamente. O TD W avisou os alunos pelo mural de avisos que a

atividade deveria ser apresentada e entregue no dia 06.10, que seguissem as orientações

e evitassem o plágio. Depois da constatação do plágio nas atividades enviadas, postou

mensagem avisando que as equipes que tiveram nota baixa ou nota zero por ocorrência

de plágio teriam nova oportunidade de refazerem a atividade e entregarem em uma

semana.

AVA PF TD Dos atos realizados pelo PF, TD e alunos e dos argumentos

ventilados nos espaços comunicativos:

Professora formadora: criou e organizou o AVA; disponibilizou

orientações sobre do que se tratava a atividade, o que deveria

conter na atividade e os critérios que seriam pontuados na

avaliação; comentou sobre essa atividade no vídeo de apresentação

da disciplina; avisou do dia de entrega, lembrou que as orientações

para os componentes e a forma de apresentação e entrega da

atividade, solicitou cuidado de evitarem o plágio e atenção no

envio; avisou da chance de refazerem a atividade.

Tutor a distância: avisou os alunos que a atividade deveria ser

apresentada e entregue no dia 06.10, sugeriu que seguissem as

orientações e evitassem o plágio. Analisou e retornou comentários

sobre a primeira versão do blog, sinalizando sobre aspectos visuais

do blog e solicitando que completassem os itens que estavam

faltando, e ressaltou a necessidade das referências, e que se fosse

necessário que eles utilizassem um manual de pesquisa científica;

Corrigiu os blogs e disponibilizou as notas, e apontou os pontos

que estavam incompletos ou errados, anexando relatório

comprobatório do plágio; Replicou à acusação de não ter retornado

informações substanciais, e que ele comentou sobre o que havia e

O TD sinalizou sobre aspectos visuais do blog, solicitou que completassem os itens que

foram solicitados, e ressaltou a necessidade das referências para os dois grupos que

enviaram o link no prazo para terem o feedback.

Fórum para

retorno

O TD apresentou a nota e os motivos da nota comprovados pelo relatório produzido

pelo docxweb e no caso da atividade incompleta evidenciando os tópicos que faltaram,

lembrou que fazia isso seguindo as ordens da coordenação e cumprindo o que se previa

como um dos critérios de avaliação no enunciado da atividade. Avisou da chance de

refazerem e sugeriu que reescrevessem as partes sinalizadas com palavras deles mesmos

baseados em outros autores e que também fizessem as citações corretamente e as

referências, explicou como fazer citações, e que aprofundassem os pontos que sinalizara

estar incompletos.

Fórum 2

versão final

V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 14 28 a 31 de outubro de 2012, Petrópolis, Rio de janeiro, Brasil Que os trabalhos não tinham sido copiados, que a avaliação do plágio era um

desrespeito com o esforço deles na elaboração do trabalho e com o tempo gasto para

isso. Que não havia nada errado em copiar, pois as informações eram as mesmas. Que

não sabiam como produzir um texto histórico sem se basear nas informações da internet,

pois a história não poderia ser mudada e os polos não tinham livros disponíveis para

consulta desses temas e as séries anteriores não os capacitou para isso.

era possível comentar sobre o que continha no blog no momento;

Avisou que todas as equipes teriam oportunidade de refazerem a

atividade; informou que não bastava apenas citar as referências no

final do trabalho, era necessário fazer as citações no texto, e

ensinou fazer as citações, e reiterou que essa exigência já era em

tempo, pois eles eram alunos do 5º semestre; respondeu qual era o

programa que ele havia usado para identificar o plágio; corrigiu a

atividade e disponibilizou as notas.

Os alunos: enviaram o link do blog no fórum para obter retorno;

atualizaram o blog depois de receberem os comentários do TD e

reenviaram o link do blog na versão definitiva; responderam ao

retorno dos comentários da avaliação do blog e das notas

disponibilizadas pelo tutor, argumentando, em relação ao plágio

identificado, que a nota zero por causa da evidência do plágio era

um desrespeito com o esforço deles na elaboração do trabalho e

com o tempo gasto para isso, que não havia nada errado em copiar,

pois as informações eram as mesmas, que não sabiam como

produzir um texto histórico sem se basear nas informações da

internet, pois a história não poderia ser mudada e os pólos não

tinham livros disponíveis para consulta desses temas e as séries

anteriores não os havia capacitado para aquilo, que como se tratava

de uma pesquisa, (e não de uma resenha, que é um tipo de trabalho

que exige a nossa opinião), que tinha vários tópicos para ser

Os blogs foram refeitos e entregues na data combinada. O TD avaliou e disponibilizou

as notas na planilha de notas no mural de avisos

Fórum

refacção

O TD respondeu que não bastava apenas citar as referências no final do trabalho, era

necessário fazer as citações de todos os materiais utilizados e ensinou fazer as citações e

que essa exigência já era em tempo, pois eles eram alunos do 5º semestre.

Os alunos argumentaram que como se tratava de uma pesquisa, (e não de uma resenha,

que é um tipo de trabalho que exige a nossa opinião), que tem vários tópicos para

responder não tem como responder todos com as palavras deles, tem que colocar o que

pesquisaram. Agradeceu as informações que eles estavam precisando e sugeriu que as

orientações sobre as citações e demais normas deveriam estar contidas nas orientações

do trabalho, já que a maioria desconhecia as normas da ABNT, que aparecem como

algo a mais a se fazer num trabalho, além, que a exigência deveria ser repensada já que

eles estavam no 5º semestre e a disciplina Metodologia da Pesquisa seria no 7º semestre,

e que ele não se lembravam de cobrança rígida sobre a apresentação de trabalhos de

acordo com as normas da ABNT em disciplinas anteriores.

Fórum livre

O TD orientou em aspectos visuais e de conteúdo em relação ao trabalho e que

colocassem os pontos que estavam faltando e as referências utilizadas e que se preciso

utilizassem um manual de pesquisa científica. Replicou à acusação de não ter retornado

Mensagens

entre TD e

aluno(s)

V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 15 28 a 31 de outubro de 2012, Petrópolis, Rio de janeiro, Brasil informações substanciais, e que ele comentou sobre o que havia a comentar no

momento no blog. E respondeu qual era o programa que ele havia usado para identificar

o plágio.

A aluna insatisfeita com a nota zero por plágio parcial argumentou; do grupo dela era

Números, e que para falar sobre o surgimento dos números, tiveram que mencionar

fatos históricos; e questionou quem nunca utilizou uma frase ou um texto retirado da

internet, e afirmou que no feedback o TD não havia feito intervenções em relação ao

conteúdo; que foi uma atividade realizada por eles em sala de aula, que a ideia de blog

só foi para consumir tempo, e aquilo tudo não serviu para nada; contradição que é a

discrepância entre as notas da apresentação do trabalho em sala e a parte escrita.

Perguntou sobre qual era o programa que detectava o plágio.

respondidos, não tinha como nem porque responder todos com as

palavras deles, colocaram o que pesquisaram; que estava tristes

pela nota obtida e que a biblioteca da UAB-UNEB não possuía

livros referentes da História da Matemática e que eles tiveram que

mencionar fatos históricos, e questionou sobre quem nunca fez

cópia da internet; afirmou que o TD não havia feito intervenções

em relação ao conteúdo e que a atividade na forma de blog só

consumiu tempo deles na preparação do blog e não serviu para

nada pois o esforço não foi avaliado; que havia uma discrepância

entre a nota atribuída pela apresentação do trabalho e a nota pela

parte escrita; perguntou-se qual era o programa que detectava o

plágio; agradeceram as informações que eles estavam precisando e

sugeriram que as orientações sobre as citações e demais

normas deveriam estar contidas nas orientações do trabalho, já que

a maioria desconhecia as normas da ABNT, que aparecem como

algo a mais a se fazer num trabalho, além, que a exigência deveria

ser repensada já que eles estavam no 5º semestre, e a disciplina

Metodologia da Pesquisa seria no 7º semestre, e que eles não se

lembravam de cobrança rígida sobre a apresentação de trabalhos de

acordo com as normas da ABNT em disciplinas anteriores.

V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 16 28 a 31 de outubro de 2012, Petrópolis, Rio de janeiro, Brasil

3.2 Do que se descortina para o pesquisador no momento da análise

Revelou-se importante para nós a existência de três atores de ação e de argumentação

(PF, TD e alunos) que estabeleceram comunicação presentificada no AVA nos espaços

comunicativos dispostos: (o próprio AVA em sua estrutura prevista em tópicos e na qual se

podia arquivar documentos; os três fóruns que foram criados para dar vazão ao envio e

retorno das atividades; o mural de avisos; o Fórum livre, e mensagens).

Em pormenores, revelou-se que a PF proveu os elementos indispensáveis para que os

alunos tomassem conhecimento da atividade quando disponibilizou o arquivo que continha as

instruções para a formação dos grupos, as orientações para os tutores presenciais e a distância

e da parte que cabia a cada um na realização da atividade, os itens que deveriam ser

contemplados na parte escrita e na parte oral, deixando claro o que estava sendo solicitado e o

que seria avaliado por meio da parte escrita (pelos TD) e da parte oral (pelos TP), também,

quando criou os fóruns para feedback e envio e reenvio dos endereços dos blogs; além do

mais, manifestou preocupação com o modo como os alunos fariam quando lembrou a eles que

as orientações estavam disponíveis no AVA e quando pediu que evitassem o plágio; com o

mecanismo de entrega quando pediu atenção na postagem; com o cumprimento do

cronograma acordado, quando avisou da apresentação da atividade nos polos e do dia de

entrega a parte escrita no AVA; e manifestou preocupações didáticas para com a prática

fraudulenta do plágio quando estabeleceu que este elemento fosse avaliado e a detectação em

nível parcial ou integral avaliados com a subtração dos pontos obtidos na atividade e quando

permitiu a refacção da atividade.

A preocupação da PF se fazia presente desde a preparação da atividade, pois esta previa

os itens que seriam avaliados, inclusive o item plágio que teria atribuição de pontuação

negativa sobre sua incidência parcial ou integral. O fato da PF relembrar os alunos durante a

produção da pesquisa também sinaliza isso; do mesmo modo, o aviso de ter cuidado para não

incorrer no erro do plágio nos mostra que da parte dela houve uma ocupação prévia com o

movimento de presença. Bello (2006, s.p.) na folha de rosto do livro, esclarece que “a

preocupação é um cuidado humano prévio com o movimento da presença ao abrir-se e ao

mundo, cuidando para que o ser seja em suas possibilidades, [...] é uma sustentação

intencional que se dá ao ser-aí para que seja em suas possibilidades”.

Em relação ao TD mostrou-se para nós que ele esteve-presente-no-AVA-com-os alunos,

ligado à linfa viva que permeia as estruturas do ambiente virtual, doando-se aos alunos no

momento em que criou os avisos que a atividade deveria ser apresentada e entregue no dia

V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 17 28 a 31 de outubro de 2012, Petrópolis, Rio de janeiro, Brasil

combinado; em que respondeu às solicitações de comentário sobre a versão preliminar da

atividade, comunicando sobre aspectos visuais do blog e solicitando que completassem os

itens que estavam faltando, ressaltando a necessidade das referências, e que se fosse

necessário que eles utilizassem um manual de pesquisa científica, evitassem o plágio e que

seguissem as orientações no que se refere aos itens que deveria conter a atividade escrita;

quando apresentou exemplos de como fazer citações com mais de três linhas e menos de três

linhas; quando corrigiu os blogs e disponibilizou as notas; apontou os pontos que estavam

incompletos ou errados, anexando relatório comprobatório do plágio.

Compreendemos que este “esteve junto virtualmente” manifestado pela postura que

demonstrou ao replicou à acusação de não ter retornado informações substanciais explicando

que ele comentou sobre o que havia e era possível comentar sobre o que continha no blog

naquele momento; quando avisou que todas as equipes teriam oportunidade de refazerem a

atividade; quando informou que não bastava apenas citar as referências no final do trabalho,

que era necessário fazer as citações no texto, e ensinou fazer as citações, e reiterou que essa

exigência já era em tempo, pois eles eram alunos do 5º semestre; quando respondeu qual era o

programa que ele havia usado para identificar o plágio; quando corrigiu a atividade e

disponibilizou as notas.

Compreendemos que o TD se ocupou com o que ele fazia, e se pré-ocupou com o que o

os alunos fariam com a mensagem emitida por ele. Essa percepção se descortina para nós nos

atos de retorno das informações e solicitação de cumprimento do trabalho conforme as

orientações da PF e que evitassem do plágio fazendo as devidas referências. Ainda em Bello

(2006, p. 32)

As tomadas de posição positivas ou negativas têm uma grande influência nas relações entre os seres humanos. Estas solidificam ou fragmentam a unidade; portanto a comunidade se delineia como uma ‘personalidade’ que não anula, ao contrário, no seu interior vive destes e da doação recíproca.

Há que se dizer que a turma analisada aqui nesta investigação se constitui para nós uma

comunidade que se forma em torno de interesses comuns, que encontra no ciberespaço, em

especial neste ambiente virtual de aprendizagem, o espaço comunicacional para sua

existência, no qual se pode estar-com-o-outro no mundo que ali é possível. Mundo esse que

segundo Bicudo (2009, p.154) “é o campo de todas as experiências expressas, de todos os

horizontes de compreensão”.

Se em certo grau cada indivíduo é responsável pela sua própria vida, pelo que ele faz,

não faz e pode fazer dela, “ele pode aceitá-la, negá-la promovê-la ou destruí-la; [...] a

V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 18 28 a 31 de outubro de 2012, Petrópolis, Rio de janeiro, Brasil

comunidade que ele participa vive ou se anula se os membros que a compõe abrem-se uns aos

outros ou se fecham rompendo os laços que os uniam”, Bello (2006, p. 15). Ainda em Bello

(2006), a vida pulsante da comunidade é mantida quando e enquanto os indivíduos que a

participam têm suas participações acolhidas no seio da comunidade sem serem rejeitadas e

enquanto estiver eliminado o comportamento de um indivíduo que considere o outro como

objeto.

Ao que chamamos de abrirem-se uns aos outros, compreendemos o estar disponível

para o outro num relacionamento dialógico, é essa disposição, este estar atento a, que toma de

modo responsável a si o que é dito e o que é feito, desse modo a responsabilidade da vida da

comunidade se presentifica. Numa situação educadora possibilitada pelo aparato tecnológico

do Moodle evidenciado no ambiente virtual da disciplina em questão, o PF é o ser que dispara

no primeiro momento a fluidez da comunidade, prontamente se apresenta disponível aos

alunos, percebe-se como auxiliador da realização das forças atualizantes do indivíduo. Cada

indivíduo cada aluno participante dessa comunidade, é compreendido como um ser

participante da realidade e cada colocação feita por cada um deles são aceitas ou rejeitadas

pelos outros que atualizam o diálogo que mantém viva a vida na comunidade. Numa relação

dialógica há uma doação e um recebimento. Neste ínterim entre o dar e o receber que pulsa a

matéria viva da vida em comunidade.

Compreendemos que o processo educativo é um espaço de formação da pessoa humana

que envolve o homem num processo de desenvolvimento e atualização, por meio do processo

vital que impulsiona o homem à comunicação e a se relacionar. O movimento de entrar em

relação é fundamental, de acordo com Bicudo (1976, p. 41) “entrar em relação é fundamental,

pois, a partir da realização da situação dialógica é que se efetua a esfera do entre, esfera

ontológica”, o ato de entrar em relação permite o encontro entre o eu e o outro e o diálogo em

possibilidade se estabelece.

O que se mostra em relação aos alunos, manifestado em suas ações: ao enviar o link do

blog no fórum para obter retorno; ao atualizar o blog depois de receber os comentários do TD

e reenviar o link do blog na versão definitiva; ao responder ao retorno dos comentários da

avaliação do blog e das notas disponibilizadas pelo tutor, argumentando, em relação ao plágio

identificado, que a nota zero por causa da evidência do plágio era um desrespeito com o

esforço deles na elaboração do trabalho e com o tempo gasto para isso, que não havia nada

errado em copiar, pois as informações eram as mesmas, que não sabiam como produzir um

texto histórico sem se basear nas informações da internet, pois a história não poderia ser

mudada e os polos não tinham livros disponíveis para consulta desses temas e as séries

V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 19 28 a 31 de outubro de 2012, Petrópolis, Rio de janeiro, Brasil

anteriores não os havia capacitado para aquilo, que como se tratava de uma pesquisa, (e não

de uma resenha, que é um tipo de trabalho que exige a nossa opinião), que tinha vários tópicos

para ser respondidos, não tinha como nem porque responder todos com as palavras deles,

colocaram o que pesquisaram; que estava tristes pela nota obtida e que a biblioteca da UAB-

UNEB não possuía livros referentes da História da Matemática e que eles tiveram que

mencionar fatos históricos, e questionou sobre quem nunca fez cópia da internet; afirmou que

o TD não havia feito intervenções em relação ao conteúdo e que a atividade na forma de blog

só consumiu tempo deles na preparação do blog e não serviu para nada pois o esforço não foi

avaliado; que havia uma discrepância entre a nota atribuída pela apresentação do trabalho e a

nota pela parte escrita; perguntou-se qual era o programa que detectava o plágio; agradeceram

as informações que eles estavam precisando e sugeriram que as orientações sobre as citações

e demais normas deveriam estar contidas nas orientações do trabalho, já que a maioria

desconhecia as normas da ABNT, que aparecem como algo a mais a se fazer num trabalho,

além, que a exigência deveria ser repensada já que eles estavam no 5º semestre e a disciplina

Metodologia da Pesquisa seria no 7º semestre, e que ele não se lembravam de cobrança rígida

sobre a apresentação de trabalhos de acordo com as normas da ABNT em disciplinas

anteriores, é que não houve suficiente doação para a realização da atividade, pareceu haver

uma ingenuidade em não saberem do que se tratava o plágio e em relação à alegação de não

terem materiais impressos para o trabalho, desviando a atenção algo que justificasse o

apoderamento de ideias que estavam facilmente acessíveis, contudo, é ausente no AVA

qualquer questionamento que buscasse saber o que era e seria considerado plágio, observa-se

apenas o PF e o TD sinalizando que deveriam evitar, mas da parte dos alunos somente depois

do retorno com as notas é que houve questionamentos e justificações a esse respeito, e que

então soube-se que uma lista de referências no final do trabalho não eliminava a ação de

cópia, pois não se agiu corretamente fazendo as citações na elaboração do texto. A elaboração

do texto que demanda a doação para a realização da atividade a contento não foi cumprida.

Essas manifestações permitem-nos discutir essas posturas e discursos e alcançarmos

com mais nitidez o que se mostra importante nessa manifestação de plágio numa atividade de

educação a distância. Sokolowski (2010, p. 24) nos diz que:

Há muito a pensar sobre o modo como as coisas se manifestam a si mesmas, e em nossa habilidade de sermos verdadeiros, nossa habilidade de deixarmos as coisas aparecerem. As personificações e ausências estão perfeitamente entrelaçadas, e a Fenomenologia nos ajuda a pensar sobre elas. Ela não apenas remove impedimentos céticos; também dispõe a possibilidade de diferenças de compreensão, identidades e formas como os filósofos classicamente as entenderam.

V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 20 28 a 31 de outubro de 2012, Petrópolis, Rio de janeiro, Brasil

O PF quando preparou esta atividade e a disponibilizou com instruções e critérios de

correção, se pré-ocupou, pois naquele momento pensar num modo otimizado de os alunos

poderem realizar a atividade e verificarem os objetivos a serem desenvolvidos na disciplina,

era o máximo que ele poderia se doar ao estudante. Compreendemos que a doação do PF se

iniciou em momento anterior quando ainda da preparação da disciplina e em particular dessa

atividade. O estar disponível na elaboração da atividade com detalhes, explicações e sugestões

evidencia que o PF estava disponível, se doou no sentido de se abrir para, levando aos alunos

aquilo que ele é, a sua compreensão, a sua acolhida, facilitando caminhos de aprendizagem.

O TD, responsável a partir do disparo da disciplina pelos retornos das solicitações dos

alunos, tem sua participação efetivada de maneira dialógica, estabelecendo relação, não

rejeitando as colocações dos alunos, tomando-as para si e responsavelmente, jamais

considerando o aluno um emissor de uma colocação que não merecesse participar do diálogo.

Nas entrelinhas da argumentação dos alunos em relação ao plágio, o fato do plágio

posto, numa atividade em que se previa a punição para casos de cópia de terceiros ou de

materiais bibliográficos, se manifesta para nossa compreensão, à luz da pergunta diretriz

como um caso de não doação. Essencialmente se extrai a alegação da ignorância em relação

ao que seria considerado plágio, ao fato de não existir livros na biblioteca com os quais

possivelmente fariam a mesma coisa que fizeram com materiais da internet. Não houve

doação, disponibilidade para buscarem saber o que seria plágio. A opção do fórum para

retorno não foi aproveitada, pois o retorno para o que se continha naquele momento no blog

não permitia recolocações e posturas diferentes, já que o retorno soou surdamente, e repetiu o

que continha nas orientações. A presença do plágio nesta atividade mostra para nós que os

alunos não se doaram à atividade, buscando saber antes de fazer o que seria o plágio que se

aconselhava pelo PF e pelo TD que fosse evitado ao máximo. Contudo, frente à postura da

oportunidade de refazerem a atividade, os alunos se ocuparam da atividade, corrigindo e

reenviando a atividade. O estar-com-o-outro, “manifestado como estar em sintonia com a

presença daquele ou daqueles que se expõem mediante o aparato informacional, dizendo

sobre suas compreensões e interpretações a respeito de suas experiências vividas no mundo-

vida”, conforme Bicudo e Rosa (2009, p. 154) alcançou diferentes níveis durante essa

atividade. O ato do plágio na atividade por parte dos alunos, compreendido por nós como uma

não suficiente doação, a partir da doação do TD, ao estar em sintonia com os que se

expuseram no AVA os envolveu e provocou um nível mais elevado de doação, agora mais

focado no que se queria na atividade, e depois da oportunidade a atividade foi realizada.

V SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 21 28 a 31 de outubro de 2012, Petrópolis, Rio de janeiro, Brasil

4 Considerações sintetizadas não-finais

Mostrou-se importante para nós no plágio a presença de uma denúncia de doação não

suficiente por parte dos alunos ao não solicitarem informações de como evitar o plágio, e não

aproveitarem adequadamente a possibilidade de terem um retorno da atividade na

oportunidade de envio do blog para feedback, impossibilitando assim uma doação em termos

de diálogo com o TD, em tempo de passar as informações e sinalizar o que era considerado

plágio, a fim de evitarem o apoderamento de ideias de outros autores. No que diz respeito ao

PF, a pré-ocupação com a proposta detalhada da atividade também foi insuficiente frente a

não doação dos alunos em tempo hábil para a elaboração da parte escrita da atividade.

Quando uma doação num nível mais intenso por parte do TD sinalizando a presença e

localizando-as no texto foi percebida e o PF permitiu a refacção da atividade oferecendo mais

um tempo para isso, os alunos doaram-se na elaboração-edificação do texto e assim pode-se

alcançar o objetivo esperado com a atividade que era apresentar uma proposta de ensino

utilizando a História da Matemática contendo os itens teóricos solicitados. Compreendemos

que o plágio sinaliza a necessidade de estabelecimento de relação dialógica mais intensa, de

doação por parte dos integrantes do processo de ensinar e de aprender na educação a

distância.

Referências

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Miguel Mahfoud. Bauru, SP: EDUSC, 2006.

BICUDO, M. A. V. Um Novo Enfoque em Orientação Educacional. Rio Claro. 164 f. Tese

(Doutorado em Educação) - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro. 1972.

BICUDO, M. A. V; BELLUZZO, R. C. B. (orgs.). Formação humana e educação. Bauru:

EDUSC, 2002.

BICUDO, M. A. V. O Estar-Com o Outro no Ciberespaço. In: ETD – Educação Temática

Digital, Campinas, v.10, n.2, p. 140-156, jun. 2009.

BICUDO, M.A.V.; Rosa, M. Educação Matemática na Realidade do Ciberespaço: que

aspectos ontológicos e científicos se apresentam. Revista Latinoamericana de Investigación

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LIMA, Roberta de Abreu. O plágio na era digital. Revista Veja. São Paulo, p. 100-104, 02

março 2011.

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SOKOLOWSKI, R. Introdução à fenomenologia. Traduzido por Alfredo de Oliveira

Moraes. 2.ed. São Paulo: Edições Loyola, 2010.