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O PERFIL SOCIOECONÔMICO DA POPULAÇÃO DO BAIRRO PORTAL
DA LAGOA CAMPO GRANDE- MS E SUA RELAÇÃO COM A ECONOMIA
CRIATIVA E O DESENVOLVIMENTO LOCAL
Monizzi M. Garcia de Oliveira1
Bruna Gonçalves Xavier2
Heitor Homero Marques3
RESUMO:
A seguinte pesquisa é fruto do estudo realizado junto Seminário Integrador II no segundo
semestre de 2018 do programa de mestrado e doutorado em Desenvolvimento Local da
Universidade Católica Dom Bosco, que teve como temática proposta a análise
socioeconômica do bairro Portal da Lagoa, localizado no município de Campo Grande- MS.
A partir disto foi possível traçar uma breve análise das características presentes no bairro e
levantar suas iniciativas para o desenvolvimento de atividades a partir da economia criativa.
Apresentando como objetivo geral estabelecer o perfil socioeconômico do bairro Portal da
Lagoa relacionando com as iniciativas da economia criativa e o desenvolvimento local, bem
como conceituar a economia criativa; destacar as formas de economia criativa no bairro
Portal da Lagoa a fim de que se promova o desenvolvimento local. A metodologia para a
pesquisa se desenvolveu a partir de um enfoque bibliográfico, com revisão da literatura, bem
como por uma pesquisa de campo, referente a observação participante, a partir da análise
dos dados coletados de um questionário disponibilizado para vários moradores do bairro.
Concluindo-se, dentre outros dados, que os principais responsáveis pela renda familiar são
os maridos, bem como quanto a forma de trabalho, mais da metade dos moradores
desenvolvem atividades autônomas, destacando a área de prestação de serviços, comércio,
estética e beleza, como formas de promover uma economia criativa na região e impulsionar
o desenvolvimento local.
Palavras-chave: desenvolvimento local, economia criativa, socioeconômico
1 Graduada em História, mestranda em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco. Email:
[email protected] 2 Graduada em Direito, mestranda em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica Dom Bosco. Email:
[email protected] 3 Professor Doutor na Universidade Católica Dom Bosco. Email: [email protected]
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1 INTRODUÇÃO
Este trabalho é fruto da iniciativa desenvolvida junto aos professores do Programa
de Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco, durante atividade realizado
junto ao Seminário Integrador II, onde foi proposto aos mestrandos e doutorandos que
levantassem aspectos da região onde se localiza o bairro Portal da Lagoa. O objetivo desse
trabalho consistiu em identificar o perfil socioeconômico dos moradores do bairro,
juntamente com identificar perspectivas para o potencial desenvolvimento da economia
criativa da região.
Primeiramente será apresentado uma breve conceituação acerca da economia criativa
que correspondendo a uma atividade na qual a criatividade humana seria entendida como
um capital intelectual, servindo de matéria-prima para produzir bens e serviços, juntamente
com as perspectivas em relação ao desenvolvimento local. Deve-se observar o Dl como um
movimento de emancipação social, que surge a partir das necessidades locais, criando
colaboração entre agentes externos e internos de modo a incorporal culturalmente as
potencialidades da localidade de forma a criar um gerenciamento a partir das ações locais.
Desse modo, o bairro Portal da Lagoa foi escolhido para essa primeira observação acerca de
possíveis perspectivas para o desenvolvimento local.
Do seguinte bairro foram levantadas algumas considerações, acerca do perfil
socioeconômico ao qual parte da população pertence, bem como possíveis perspectivas para
o desenvolvimento de uma rede de economia criativa. Esses dados foram levantados por
meio de questionário online elabora por meio da ferramenta Google Formulário, onde foi
possível de forma rápida recolher e armazenar dados que foram disponibilizados por partes
dos moradores que foram entrevistados. Algumas das coletas de dados forma feitas durante
rodas de conversas desenvolvidas juntos aos moradores.
A partir desse levantamento de dados juntamente com as rodas de conversa
desenvolvidas junto aos moradores que colaboraram com o andamento da pesquisa, foi
possível verificar um potencial para o desenvolvimento da economia criativa na região.
Durante essas rodas um alto grau de criatividade entre os moradores foi constatado, que
mesmo em meio a dificuldades encontraram soluções para se manterem economicamente.
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Com isso, foi possível verificar um potencial para o desenvolvimento de uma rede
de economia criativa, ativa no bairro de modo que os próprios moradores desenvolvam a
atividade que forem mais de acordo com suas necessidades e com seu meio sociocultural.
Há de se levar em consideração todos os aspectos que circundam o bairro,
impedindo ou mascarando inicialmente um sentimento coletivo para o desabrochar do
desenvolvimento local. Ocorre certo grau de marginalização de seus moradores, graças a
problemas como violência e drogas que cercam o local. Nesse aspecto impulsionar o
sentimento desenvolvimento coletivo se faz de fundamental importância para o local, de
modo a contribuir com os moradores da região, deve-se levar em conta que o processo do
reconhecimento de si enquanto agente canalizador de ações é contínuo e árduo.
2 A ECONOMIA CRIATIVA E SUAS PERSPECTIVAS JUNTO AO
DESENVOLVIMENTO LOCAL
A economia criativa pode ser considerada um termo recente no Brasil, tendo um
importante papel na economia global, eis que não considera apenas aspectos econômicos,
mas características dos indivíduos inseridos nesses sistemas, voltando o olhar para a sua
formação e seus saberes para fomentar o desenvolvimento.
A economia criativa é uma terminologia que tem ganhado destaque nos estudos
recentes, principalmente pela relação que se pode estabelecer com os fenômenos da
globalização e assuntos que remetem a uma economia global, temas esses que exigem uma
atenção desdobrada da comunidade internacional.
Nesse sentido, volta-se o olhar para uma economia baseada no conhecimento, bem
como em uma sociedade da informação, marcando uma profunda mudança com os
parâmetros até então considerados. Assim, estaria estabelecida uma ponte entre as
informações e ideias, de modo a se entrelaçarem “a própria definição de economia criativa
de Howkins – é voltada para o talento pessoal, para a imaginação, em uma palavra: para a
criatividade”. (MADEIRA, 2014, p.53)
Contudo, em que se pese o pioneirismo de Howkins em definir a economia criativa,
verifica-se que suas raízes estão bem mais além do que se pode imaginar. De acordo com
Newbigin (2010, p.13), as origens dessa forma de economia se deram nas antigas relações
de trabalho cultural e industrial. Nesse sentido destaca que:
Mas a origem da economia criativa, como se chama normalmente, se deu quando
as antigas tradições do trabalho cultural e industrial – design, produção, decoração
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e representação– começaram a ter vínculos com uma gama mais ampla de
atividades produtivas modernas –a publicidade, o design de roupa, o desenho
gráfico e a mídia de imagens em movimento – e, mais importante ainda, quando
começaram a ter maior abrangência pelo poder da tecnologia digital.
Nesse enfoque, a economia criativa estabeleceria uma relação entre valores
econômicos e culturais, sendo que esse último aspecto é que seria o fator determinante para
diferenciar a economia criativa de qualquer outra forma de economia. Assim ressalta-se que:
A Economia Criativa pode ser definida como um conjunto de atividades
econômicas baseadas no conhecimento, que fazem uso intensivo do talento
criativo incorporando técnicas e/ ou tecnologias e agregando valor ao capital
intelectual e cultural. Através da cultura, ela gera riqueza e se constitui num
poderoso instrumento de alavancagem do desenvolvimento socioeconômico
(SEBRAE, 2006, p.09).
Desta forma, a economia criativa consiste em uma forma de economia do
conhecimento, que se revela como um novo campo de estudos, o qual leva em consideração
o papel da criatividade e dos talentos individuais na produção, a natureza desses produtos
criativos e as cadeias produtivas, bem como a potencial geração de valor na forma de direitos
de propriedade intelectual.
Fonte: Elaboração pessoal 2018
Compreendida essa visão acerca da economia criativa, sua atuação pode estar
relacionada com o Desenvolvimento Local (DL), a partir de uma perspectiva emancipatória.
Nesse sentido, ressalta-se que o Desenvolvimento Local tem sua origem na Europa, durante
a década de 1980 e tem como base promover um nivelamento socioeconômico, de baixo
para cima. (ÁVILA, 2012).
Este conceito é apresentado com dois vieses a serem seguidos, o Neoliberal e o
Endógeno-Emancipatório, este último é a perspectiva elaborada a partir dos de Ávila (2000),
que definir um modelo conceitual do que seria desenvolvimento local emancipatório, após
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analisar separadamente o que desenvolvimento e o que é local, o autor define o conceito
como:
o 'núcleo conceitual' do desenvolvimento local consiste no efetivo
desabrochamento -a partir do rompimento de amarras que prendam as pessoas em
seus status ou de vida- das capacidades, competências e habilidades de uma
'comunidade definida' (portanto com interesses comuns e situada em (...) espaço territorialmente delimitado. Com identidade social e histórica), no sentido de ela
mesma -mediante ativa colaboração de agentes externos e internos- incrementar a
cultura da solidariedade em seu meio e se tornar paulatinamente apta a agenciar[...]
[...]O aproveitamento dos potenciais próprios -ou cabedais de potencialidades
peculiares à localidade-. Assim como a 'metabolização' comunitária de insumos e
investimentos públicos e privados externos, visando à processual busca de
soluções para os problemas, necessidades e aspirações, de toda ordem e natureza,
que mais direta e cotidianamente lhe dizem respeito". (ÁVILA, 2000, p 68)
Portando deve-se observar o DL como um movimento de emancipação social, que
surge a partir das necessidades locais, criando colaboração entre agentes externos e internos
de modo a incorporar culturalmente as potencialidades da localidade de forma a criar um
gerenciamento a partir das ações locais.
Corroborando com essa perspectiva, é importante voltar o olhar para o
desenvolvimento local considerando-o um conjunto de dinâmicas que se relacionam em
vários níveis para a promoção. De acordo com Borges (2016, p. 45), ressalta-se que:
A verdadeira perspectiva do Desenvolvimento Local é o repensamento do próprio
desenvolvimento, isto é, a reunião das vontades políticas e sociais para colocar em
ação um projeto com bases econômicas, humanas, ambientais, culturais e até
religiosas, que se transformem no bom viver de todos os cidadãos de um país como
um todo, ou de uma região, se esta ainda não conseguiu criar as bases que a capacitem para proporcionar o bem-estar de todos os seus membros. O que está
em jogo, portanto, é um processo de desmistificação das próprias teorias de
desenvolvimento que até pouco tempo comandavam o sistema de produção de
bens e de ideias.
Desta forma, o desenvolvimento local busca compreender o agente local como
operador de mudanças, sendo protagonista da sua própria história. E é nessa perspectiva de
agente protagonista da localidade, que se verifica possibilidades do desabrochar da economia
criativa em processos de Desenvolvimento Local, tendo em vista que se é abordada as
perspectivas e saberes dos atores locais, os quais podem se emancipar e se organizar, de
modo que esse desenvolvimento se de numa escala de baixo para cima, ou seja, sem esperar
que haja a intervenção do Estado e partir dos próprios indivíduos inseridos naquela realidade
promover as mudanças necessárias.
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3 BAIRRO PORTAL DA LAGOA: O PERFIL SOCIOECONÔMICO E OS ENSAIOS
PARA A ECONOMIA CRIATIVA
Para compreensão das especificidades do bairro Portal da Lagoa que se encontra
localizado na cidade de Campo Grande- MS, ocorreram iniciativas de pesquisa in loco por
parte dos professores do programa de mestrado e doutorado em Desenvolvimento Local da
Universidade Católica Dom Bosco, onde foi proposto por meio do Seminário Integrador II
realizado durante o ano 2018, aos mestrandos e doutorandos que elaborassem levantamentos
iniciais acerca das características do bairro, de modo a recolher dados em diversos aspectos.
Esse artigo faz referência a parte do grupo de Socioeconômico, onde foram levantados dados
do local, tendo como perspectiva a economia criativa.
Breve histórico
O histórico do bairro Portal da Lagoa foi elaborado por meio entrevistas
semiestruturadas desenvolvidas pelo grupo de Socioeconômico junto aos moradores mais
antigos da região, bem como revisão bibliográfica. O bairro surge inicialmente como
condomínio Portal da Lagoa no ano de 1997.
Alguns terrenos foram vendidos aos moradores pela empresa Correta
Empreendimentos Imobiliários, porém não era de conhecimento dos compradores que os
terrenos não pertenciam a área urbana da cidade, enquanto bairro. O Plano Diretor
estabelecido no ano de 19954 não incluía a área como urbana, bem como aponta Le Bourlegat
(2018) que condomínio se encontrava fora do perímetro urbano da cidade.
fora do perímetro urbano, fixado desde 1988 pela na Lei de Uso e
Ordenamento do Solo (linha roxa), e ainda avaliado como
fundamental para conter a ocupação dos grandes espaços vazios na
cidade de Campo Grande no Plano Diretor aprovado em 1995 (LE
BOURLEGAT, 2018, p.12)
Deste modo, aqueles que compraram os terrenos vendidos pela imobiliária se viram
presos a um empreendimento que não seria atendido pela infraestrutura que um bairro em
4 Deve-se considerar que durante a realização desse artigo o bairro Portal da Lagoa, passava por processo
judiciais onde foi estabelecido junto ao Ministério Público do MS que o mesmo deveria ser anexado a área
urbana no Plano Diretor que será elaborado em 2019.
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zona urbana recebe. Inicialmente o bairro obteve fornecimento de água por meio de uma
caixa d'água os moradores pagavam uma taxa pela energia consumida pela bomba d’água.
No ano de 2010 a empresa Águas Guariroba passou a realizar a distribuição da água, quanto
a energia segundo informação coletada junto aos moradores está era fornecida desde o início
da compra dos terrenos.
O então condomínio Portal da Lagoa se tornou bairro Portal da Lagoa, a
permanência dos que adquiriram e quitaram o pagamento de seus terrenos segundo cunho
jurídico se faz de forma irregular. Alguns moradores estão no bairro a 22 anos, durante as
entrevistas aqueles que vivem a mais tempo na região afirmam que com o passar dos anos o
número de casas aumentou, acreditam que seja por conta do imposto que não é pago pelos
moradores do Portal da Lagoa já que a área está em zona rural, especulam os moradores mais
antigos.
O bairro não é composto apenas por aqueles que adquiriram terrenos da empresa
Correta é possível verificar em simples passagem pelo bairro casas de aluguel e a venda,
bem como as ocupações por parte daqueles que chegaram e cercaram os terrenos e se
mudaram, em uma roda de conversa desenvolvida durante as visitas ao bairro foi possível
verificar que estes moradores por ocupação já passam de mais de 10 anos do bairro.
Dessa forma a população que reside no bairro é muito diversa, os moradores tanto
antigo quanto novos reclamam bastante da falta de infraestrutura básica na a região. Das
conversas informais registradas grande maioria dos moradores gostaria muito que o bairro
fosse integrado a zona urbana da cidade.
Perfil socioeconômico
O bairro Portal da Lagoa continuou a crescer durante os anos e com isso os
problemas de falta de infraestrutura adequada em certos aspectos, como transporte e
segurança refletiram na vida dos moradores. Durante questionário realizado foi possível criar
um breve levantamento dos serviços que mais faltam no bairro segundo os entrevistados.
Imagem 1 - Infraestrutura
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Fonte: Grupo socioeconômico, Seminário Integrador II - Mestrado em Desenvolvimento
Local- UCDB, 2018.
A não prestação desses serviços ocorre graças à situação de irregularidade em
relação ao perímetro urbano do bairro, porém os serviços de água e energia são fornecidos
aos moradores, por iniciativa das empresas.
Foi possível verificar o responsável econômico das famílias que foram
entrevistadas, como demonstra a imagem a seguir, bem como a renda familiar dos
entrevistados (imagem 2).
Imagem 2 - Responsável econômico
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Fonte: Grupo socioeconômico, Seminário Integrador II - Mestrado em Desenvolvimento
Local- UCDB, 2018.
Percebe-se que o provedor da renda principal das famílias são homens, a um número
alto de mulheres contribuindo com seus maridos coma venda informal produtos de beleza,
produtos alimentícios e artesanatos. Bem como aquelas que residem sozinhas na maioria dos
casos complementam seu salário com a venda de produtos diversos.
Outro fator a ser levado em consideração ao avaliar o provedor econômico dessas
famílias é a faixa etária em que essa pessoa se encontra.
Imagem 3 – Faixa etária
Fonte: Grupo socioeconômico, Seminário Integrador II - Mestrado em Desenvolvimento
Local- UCDB, 2018.
A informalidade por parte de alguns trabalhadores foi constatada durante as rodas de
conversas desenvolvidas, onde vários dos entrevistados realizavam trabalhos extras tanto
como freelance, quanto em revendas, de modo a completar sua renda mensal. Que como
pode-se perceber em relação aqueles que responderam o questionário é uma renda que gira
em torno de um salário mínimo, assim como demonstra o dado coleta (imagem 4).
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Imagem 4- Renda Familiar
Fonte: Grupo socioeconômico, Seminário Integrador II - Mestrado em Desenvolvimento
Local- UCDB, 2018.
Acompanhados de uma renda familiar baixa, apresentou-se juntamente um nível de
escolaridade baixo entre os entrevistados, como demostra (imagem 5)
Imagem 5 – Nível de escolaridade
Dentre os dados recolhidos durante a pesquisa foi possível verificar parte do perfil
socioeconômico da região do bairro Portal da Lagoa, levando em conta que apenas uma
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parcela dos moradores da região responderam ao questionário disponibilizados via Google
Formulário.
A partir desse levantamento de dados juntamente com as rodas de conversa
desenvolvidas junto aos moradores que colaboraram com o andamento da pesquisa, foi
possível verificar um potencial para o desenvolvimento da economia criativa na região.
Durante essas rodas um alto grau de criatividade entre os moradores foi constatado, que
mesmo em meio a dificuldades encontraram soluções para se manterem economicamente.
Realizando atividades ditas informais, como formas de complementação de renda,
como por exemplo, a produção de gêneros alimentícios para a venda de porta em porta, como
pão caseiro, doces, bombons entre outros. A moradores que dominam técnicas de produção
de orquídeas, técnicas de artesanato, desenvolvem atividades autônomas, destacando a área
de prestação de serviços, comércio, estética e beleza.
Dentre essas ações realizadas pelos moradores ocorre a formação de uma rede de
trocas, há aquele morador que fornece o material para o artesão por meio da reciclagem. A
prestação de bens de consumo de primeira necessidade ocorre na maioria das vezes por parte
dos próprios moradores da região que abriram pequenos comércios no bairro.
Com isso, foi possível verificar um potencial para o desenvolvimento de uma rede
de economia criativa, ativa no bairro de modo que os próprios moradores desenvolvam a
atividade que forem mais de acordo com suas necessidades e com seu meio sociocultural.
Há de se levar em consideração todos os aspectos que circundam o bairro,
impedindo ou mascarando inicialmente um sentimento coletivo para o desabrochar do
desenvolvimento local. Ocorre certo grau de marginalização de seus moradores, graças a
problemas como violência e drogas que cercam o local. Nesse aspecto impulsionar o
sentimento desenvolvimento coletivo se faz de fundamental importância para o local, de
modo a contribuir com os moradores da região, deve-se levar em conta que o processo do
reconhecimento de si enquanto agente canalizador de ações é continuo e árduo.
Essa primeira sondagem por parte dos mestrandos e doutorandos do programa de
pós-graduação em Desenvolvimento Local da UCDB se mostrou apenas como uma primeira
tentativa de verificar um contexto sociocultural, de modo a contribuir enquanto agente
externo como incentivador de futuras ações junto a região.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento desse trabalho se fez de grande importância para que tanto
mestrandos e doutorandos pudessem exercitar seus conhecimentos acerca de pesquisa de
campo, buscando trabalhar conceitos práticos do desenvolvimento local, sem cair em
modelos de assistencialismo. Vale ressaltar a importância do agente externo para oportunizar
certas atividades para o desenvolvimento local, porém este deve apenas dar suporte aos
verdadeiros agentes de Dl, aqueles que residem no território.
Nesse sentido, evidenciou-se a importância da relação da economia criativa com o
desenvolvimento local, tendo em vista que a primeira preza os conhecimentos e saberes dos
indivíduos, ao passo que a perspectiva do desenvolvimento local volta o olhar para promover
as mudanças na realidade vivida a partir dos atores locais, os quais se tornam protagonistas
da sua própria história.
O bairro Portal da Lagoa se mostrou como um local a ser impulsionado para o
desenvolvimento para o DL, por meio de perspectivas de economia criativa. Essa primeira
sondagem por parte dos mestrandos e doutorandos do programa de pós-graduação em
Desenvolvimento Local da UCDB, se mostrou apenas como uma primeira tentativa de
verificar um contexto sociocultural, de modo a contribuir enquanto agente externo como
incentivador de futuras ações junto a região. Há de se levar em consideração todos os
aspectos que circundam o bairro, impedindo ou mascarando inicialmente um sentimento
coletivo para o desabrochar do desenvolvimento local. Ocorre certo grau de marginalização
de seus moradores, graças a problemas como violência e drogas que cercam o local. Nesse
aspecto impulsionar o sentimento desenvolvimento coletivo se faz de fundamental
importância para o local, de modo a contribuir com os moradores da região, deve-se levar
em conta que o processo do reconhecimento de si enquanto agente canalizador de ações é
continuo e árduo.
REFERÊNCIAS
ÁVILA, Vicente Fideles de et al. Formação educacional em desenvolvimento local: relato
de estudo em grupo e análise de conceitos. Campo Grande: Editora UCDB, 2000. Disponível
em http://www.desenvolvimentolocalvfa.com.br/category/dlocal/ acesso em 26/08/2018
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BORGES, PEDRO PEREIRA ; MARQUES, H. R. . A economia criativa e o cotidiano de
famílias brasileiras. In: Heitor Romero Marques; Michel Constantino. (Org.). Economia
criativa e desenvolvimento local. 1ed.Campo Grande: UCDB, 2016, v. 1, p. 40-70
LE BOURLEGAT. Portal da Lagoa: Contexto Socioeconômico. Texto inédito produzido no
Grupo de Socioeconômia, na Atividade Seminário Integrador I de 2018 do Mestrado em
Desenvolvimento Local da UCDB 2018.
MADEIRA, Mariana Gonçalves. Economia criativa: Implicações e desafios para a política
externa brasileira, 2014. Disponível: http://funag.gov.br/loja/download/1096-economia-
criativa.pdf. Acesso em: 20 ago.2019.
NEWBIGIN, John. A economia criativa: um guia introdutório, 2010. Disponível em:
https://creativeconomy.britishcouncil.org/media/uploads/files/Intro_guide_-
_Portuguese.pdf. Acesso em: 20 ago.2019.
SEBRAE. Termo de referência: Atuação do Sistema Sebrae na economia criativa.
Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/a-atuacao-do-sebrae-
na-economia-criativa,95ebbea3d9e57410VgnVCM2000003c74010aRCRD. Acesso em: 21
ago.2019.
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