O Pedroso nº 36

4
s o Pedro o vozeiro comarcal de NÓS-Unidade Popular da comarca de Compostela Ano X • nº 36 • Janeiro, Fevereiro e Março de 2009 Quando umha nova cita eleitoral está às portas e as e os “novos “ governantes pedem-nos o nosso voto para continuar a política de “mudanças” que alegadamente teriam iniciado nos últimos quatro anos, da esquerda in- dependentista nom podemos mais do que insistir mais umha vez no que temos dito nos últimos anos sobre um governo “progressista” no qual nunca acreditámos; nom há mudanças mas sim continuismo para além de peque- nas “maquilhagens” para contentar a “paróquia” mais adicta. E na nossa cidade temos umha grande e ainda colosal demonstraçom deste continuismo, a mal chama- da “Cidade da Cultura”. Semelha que fosse umha teima nossa e de outros sec- tores conscientes , será que sempre que olhamos cara o leste vemos o esgoto por onde se esvaecem os dinhei- ros de todas as galegas e galegos, que em vez de ser dedicados à recuperaçom do nosso património cultural, tanto material como imaterial, das iniciativas que afor- tunadamente surgem nos quatro cantos do nosso país, som esbanjados num invento que nada terá a ver com a vida diária das e dos habitantes deste país e com a sua vivência quotidiana da criatividade das nossas gentes, tanto passada, como presente e logicamente, futura. E por isso olhamos para atrás o percurso deste despro- pósito para continuar na exigência da paralisaçom do projecto e a sua reasignaçom a infra-estruturas mais apropriadas à nossa realidade e às nossas necessidades. Lembramos como a inícios de 2001, no Pedroso nº4 fa- zíamos já a análise precisa do projecto: megalómano e desnecessário como acima foi indicado, baseado numha concepçom política espanholista de umha pseudo-cultu- ra “galega”como espectáculo mediático, que banaliza a nossa identidade e a oferece deturpada como atracçom turística de massas. E a esta cultura-espectáculo corresponde um arquitecto- estrela. Após varios projectos fracasados na era Gerado Continua na página 2 www.nosgaliza.org Onde está a diferença? Com PP, PSOE e BNG milhons de euros para a Cidade da Cultura

description

Publicaçom trimestral de NÓS-Unidade Popular na comarca de Compostela.

Transcript of O Pedroso nº 36

Page 1: O Pedroso nº 36

soP

edro o

voz

eiro

com

arc

al

de

S-U

nid

ade

Pop

ula

r da c

omarc

a d

e Com

pos

tela

An

o X

• n

º 36 •

Jan

eiro

, F

ever

eiro

e M

arç

o de

2009

Quando umha nova cita eleitoral está às portas e as e os “novos “ governantes pedem-nos o nosso voto para continuar a política de “mudanças” que alegadamente teriam iniciado nos últimos quatro anos, da esquerda in-dependentista nom podemos mais do que insistir mais umha vez no que temos dito nos últimos anos sobre um governo “progressista” no qual nunca acreditámos; nom há mudanças mas sim continuismo para além de peque-nas “maquilhagens” para contentar a “paróquia” mais adicta. E na nossa cidade temos umha grande e ainda colosal demonstraçom deste continuismo, a mal chama-da “Cidade da Cultura”.Semelha que fosse umha teima nossa e de outros sec-tores conscientes , será que sempre que olhamos cara o leste vemos o esgoto por onde se esvaecem os dinhei-ros de todas as galegas e galegos, que em vez de ser dedicados à recuperaçom do nosso património cultural, tanto material como imaterial, das iniciativas que afor-

tunadamente surgem nos quatro cantos do nosso país, som esbanjados num invento que nada terá a ver com a vida diária das e dos habitantes deste país e com a sua vivência quotidiana da criatividade das nossas gentes, tanto passada, como presente e logicamente, futura.E por isso olhamos para atrás o percurso deste despro-pósito para continuar na exigência da paralisaçom do projecto e a sua reasignaçom a infra-estruturas mais apropriadas à nossa realidade e às nossas necessidades.Lembramos como a inícios de 2001, no Pedroso nº4 fa-zíamos já a análise precisa do projecto: megalómano e desnecessário como acima foi indicado, baseado numha concepçom política espanholista de umha pseudo-cultu-ra “galega”como espectáculo mediático, que banaliza a nossa identidade e a oferece deturpada como atracçom turística de massas.E a esta cultura-espectáculo corresponde um arquitecto-estrela. Após varios projectos fracasados na era Gerado

Continua na página 2

www.nosgaliza.org

Onde está a diferença?Com PP, PSOE e BNG

milhons de euros para a Cidade da Cultura

Page 2: O Pedroso nº 36

Esteves como a torre de telecomuni-caçons do Pedroso (Norman foster), ou as torres Hejduk em Belvís (“re-cuperadas” para a cidade da cultura), é finalmente o Peter Eisenman quem gozará da generosidade dos gestores do público.Esta centralizaçom das infra-estru-turas culturais em Compostela, di-zíamos na altura, vai contra toda ló-gica de equilibrio territorial numha cidade, já agora, que nom é assim a pior dotada do país neste aspecto, e na qual muitas das infra-estruturas (Auditório, Palácio de Congressos, Multi-usos) estám infra-utilizadas.No mesmo número informávamos da concentraçom levada a cabo no Gaiás no acto de início das obras, pe-rante um nutrido cordom policial. A este acto já assistiram representantes municipais do BNG, ao tempo que as suas deputadas e deputados no parla-mentinho ainda criticavam com vee-mência o projecto.No Pedroso nº5 , na Primavera do mesmo ano, entrevistávamos a vi-zinhança de Sar e o Viso que iriam perder as suas propriedades, expro-piadas com abuso do procedimento de “urgência”,lamentam-se da alte-raçom que ia sofrer o seu entorno e modo de vida e o tira-puxa por um preço mais justo polas suas terras. O resto do terreno a edificar pertencia a Caixa Galicia, que “por acaso” tinha adquirido umha ampla extensom qua-lificada como de protecçom florestalEm inícios de 2003, em plena cri-se do Prestige, no nº 12 do Pedroso exigíamos que o orçamento previsto para acabar as obras, que na altura já se tinha quadriplicado, fosse destina-do a paliar os danos da maré negra, e a acçom simbólica reivindicativa em Sam Roque.

Nesse mesmo ano , no nº14, a pessoa entrevistada, umha conhecida actriz galega, riscava o projecto de “sepul-cro onde enterrar a cultura.Chegamos a Outono de 2005, com a mudança de governo, as obras fôrom paralisadas temporariamente 14 me-ses , o que tivo um custo de 220.000 euros. Convocou-se a intelectualida-de e os “peritos” para dar um verniz de legitimidade ao projecto, que nes-te momento já triplicava a anterior estimaçom de custo. Este processo de “rededifiçom” amossava crua-mente que a Cidade da Cultura nom é mais que umha embalagem de luxo

para um presente indefinido, onde o que importa nom é o conteúdo, mas o próprio continente, que é o produto a oferecer ao mercado turístico. No entanto, as vozes contrárias no mundo artístico se reduzem ao tem-po que o jornal mais lido na Galiza sofre umha inexplicável “conver-som” e do apoio incondicional passa à crítica aberta .Perante as vozes que exigem a anu-laçom do projecto como a Platafor-ma “Cultura sim Mausoléu nom”, da nova gestom alegam que seria muito mais caro parar que seguir adiante. Por contra a Lei de contratos das ad-ministraçons públicas di que se pode levar a cabo a rescissom do contrado

efectuando o pago de 6% do preço da licitaçom. Retrucam os continuis-tas que os edifícios projectados te-nhem dificil utilidade para outra fun-çom distinta da programada, mas é a partir deste momento que as grandes estrutruras começam a elevar-se no Gaiás, o que nos leva ao ponto ante-rior, a rescissom dos contratos. Nom esqueçamos que a Junta está a pa-gar muitos alugueres para multitude de dependências dispersas fora dos complexos administrativos de Sam Lázaro e Sam Caetano.Em 2007 (nº28 ) é assinado o acordo com o sector privado. É este outro

dos aspectos mais importantes de toda esta história. A Cidade da Cul-tura de Galiza”, que nom da cultura galega, vai ser gerida por grandes corporaçons que nom tenhem de-monstrado assim um grande apreço pola nossa cultura e a nossa língua, e por outra banda fam-no claramente , para tirarem lucros. Se o projecto for ruinoso nom esperemos que sejam elas a se lixar. Com o que se cum-pre outro dos princípios básicos do capitalismo, lucros privados e perdas públicas, aparte de operarem numha infra-estrutura construída com o di-nheiro de todas e todos nósO penúltimo episódio deste “enredo” acontece no verao deste ano passado,

como informávamos no Pedroso nº 34. A seguir do anúncio da constru-çom de um teleférico entre a Cida-de Velha e o Gaiás, é um organismo assessor da UNESCO, o ICOMOS, quem emite um informe muito crítico nom só com o teleférico, mas com a Cidade da Cutura, e ainda com o mo-delo de desenvolvimento urbanístico de Compostela, criticando outras realizaçons como as torres das Can-celas, a política patrimonial, e pondo em questom mesmo a consideraçom patrimonial internacional da cidade se se continuar nessa linha.O teleférico, como temos dito insis-tentemente, nom fai mas que abondar nesse modelo de atracçom tiurística, onde a questom nom é salvar o pro-blema do accesso ao Gaiás mas este meio como atracçom em si mesmo, numha cidade que ainda padece de problemas de tránsito entre os seus bairrosPerante o silêncio cúmplice e cola-boracionismo encoberto de quem se reclama defensora da nossa cul-tura nacional no nosso campo polí-tico mais próximo, e obviamente do apoio aberto das forças do regime ao macro-projecto: PP, PSOE, BNG e IU, a esquerda independentista re-presentada por NÓS-UP somos a única força política deste país con-trária a construçom deste monumen-tal disparate.Hoje, ao igual que há nove anos voltamos a reclamar a imediata pa-ralisaçom das obras. Nom se pode continuar a esbanjar obscenamente os recursos públicos do povo traba-lhador de Compostela e do conjunto da Galiza para beneficiar a burguesia e os partidos que implementam as suas políticas.

Vem da página 1

soP

edro o

>>

2

Entremuros, 13 - Compostela - Galiza

República Argentina, nº 44 BRua Sam Roque, nº 31 B

Compostela

O Pedrosorecomenda

Rua de San Pedro, 16SANTIAGO

Via Sacra, 3 · 15704 Compostela

Bodegon a corredoiratapas, bocatas e racións

rúa das rodas 33

Entremuros, 12SANTIAGO DE COMPOSTELA

www.ocurruncho.com

Quiroga Palácios, 42 rés-do-chao Compostela · Galiza · 881 979 561

[email protected]

R/ Bautizados, 1 - Rúa de San Pedro, 72COMPOSTELA

Praça Algália de Abaixo 981 577 915 Compostela

Page 3: O Pedroso nº 36

soP

edro o

Mu

nic

ipal

>>

3Contra a inquisiçom fascista do PPO PP, por boca de Gerardo Con- PP, por boca de Gerardo Con-de Roa, voltou a dar amostras da autêntica face desta organizaçom política, herdeira digna do fran-quismo.O líder local da direita mais re-acionária atacou diversas entida-des e organizaçons culturais da capital da Galiza bem conheci-das pola sua actividade em prol da dignificaçom da nossa cultura nacional, colocando no seu alvo a Gentalha do Pichel, o Centro So-cial Henriqueta Outeiro e a Sala NASA, denunciando a suposta passividade do Cámara Munici-pal de Compostela ao permitir e subsidiar a actividade destes es-paços e entidades.De NÓS-Unidade Popular que-remos manifestar a nossa total solidariedade com as entidades

assediadas polo PP e denunciar a tentativa de linchamento.Conde Roa mente com descara-mento ao pretender ligar quem organiza cursos e roteiros, reali-za palestras ou emprega os seus locais para o desenvolvimento de concertos e obras de teatro, com o exercício da violência. Ninguém pode negar que o PP pretende converter a defesa de um projec-to cultural galego e progressista num acto delictivo.

Mente, ainda, ao dizer que estes espaços gozam da protecçom e subsídios do governo municipal, quando na realidade o governo municipal de Compostela pujo em diversas ocasions travas às actividades promovidas por algu-mhas destas entidades.

De NÓS-Unidade Popular de-nunciamos o cinismo do PP, que se atreve a chamar violentos a quem recebe paus polo mero fei-to de despregar faixas ou gritar palavras de ordem em defesa do nosso idioma, enquanto conside-ra democrata quem insulta e de-grada a nossa cultura.

A manifestaçom contra a língua galega convocada pola organizaçom ultra Galicia Bilíngüe, e apoiada entre outros polo PP, UPD e Falange foi um absoluto fracasso.De facto, a mobilizaçom foi acurtada no seu percurso, que distou muito de ser tran-quilo. Assim em numerosos pontos da Cidade Velha activistas pró-galego manifes-tárom com gritos e assobios a repulsa diante dos espanholistas. Gritos e assobios que fôrom contestados com violência por parte da escolta policial que acompanhava à manifestaçom anti-galega.Todo isto foi acompanhado pola detençom de dez pessoas, entre os quais destacam os militantes da esquerda independentista Carlos Morais, Abraám Alonso Pinheiro, Alexandre Rios e Santiago Mendes que ficárom ao dia seguinte livres com cargos e sem fiança. Porém, todas elas som acusados de diversos e inexistentes delitos ou

faltas: desordens públicas, impedimento do exercício do direito de manifestaçom e atentado. É importante sublinhar a maneira como a polícia espanhola costuma tratar os seus detidos por motivaçons políticas: Santi e Carlos fôrom duramente espancados du-rante o momento da detençom e a posterior conduçom à esquadra policial. O próprio companheiro Carlos Morais foi alvo de pontapés e a sua cabeça golpeada contra o chao da carrinha policial repetidamente antes da conduçom ao centro de detençom. O informe médico determinou que sofreu um traumatismo cránio-encefá-lico em resultado, segundo afirma literalmente o documento, “de umha agressom”.Centos de pesssoas participárom nas diversas concentraçons de solidariedade reali-zadas os dias 9 e 10 para reclamar a libertaçom das pessoas detidas.

NÓS-UP estivo em Madrid apoiando os dous compatriotas julgados por reivindicarem República Galega

Domingo 8 de Fevereiro NÓS-UP participou acti-vamente nos protestos contra o desfile reaccionário convocado na nossa cidade polo espanholismo.A ideologia dominante, empenhada na morte lenta do galego através da estratégia bilingüista, provo-cou novamente que tivéssemos que enfrentar umha tentativa de sectores abertamente antigalegos de to-mar as ruas do nosso país em defesa do espanhol. A falácia de um espanhol em perigo é umha burda manipulaçom que os meios reaccionários alimen-tam e as instituiçons toleram e, no caso do PP e

de alguns sectores do PSOE, apoiam. É lamentável, nesse senso, a passividade do BNG e dos seus sec-tores satélites diante desta agressom à nossa digni-dade como povo.As provocaçons do espanholismo mais extremistas nom ficárom sem resposta. NÓS-UP deixou bem claro ao PP e restantes grupos do espanholismo e a extrema-direita que a Galiza é um povo digno que defende a sua identidade e o seu direito à existên-cia.

Pola segunda vez num ano, a nossa organizaçom disponi-bilizou um autocarro para que várias dúzias de militantes e simpatizantes pudessem deslocar-se até a capital espa-nhola e dar apoio a Santi e a Alex, julgados pola Audiên-cia Nacional pola queima de um boneco que representava Juan Carlos I de Bourbon.Durante as declaraçons, ficárom claras as motivaçons es-tritamente políticas, ligadas ao independentismo galego e à condiçom de militantes anticapitalistas, da série de ac-çons antimonárquicas que se tenhem sucedido no nosso país durante o último ano e meio.Por seu turno, a procuradoria mantivo a acusaçom de au-toria contra o Alex e atribuiu umha presumível “co-auto-ria” ao Santi, mas o pedido de multas foi reduzido à me-tade nos dous casos, ficando portanto em 2.700 e 1.800 €, respectivamente.

NÓS-UP concentrou-se junto ao edifício da Audiência Nacional com umha faixa de grandes dimensons que rei-vindicava que “Galiza nom tem rei”. Numerosas bandei-ras da nossa pátria e gritos pola independência da Galiza e contra a instituiçom monárquica dérom cor à mobilizaçom em Madrid, que contou com a solidariedade de sectores da esquerda social e política madrilena, num gesto de solida-riedade internacionalista que muito agradecemos.À espera da decisom que tome o Tribunal de excepçom es-panhol, NÓS-UP considera umha agressom à democracia em si mesmo todo o processo que levou os dous compa-nheiros a serem julgados em Madrid, por umha manifesta-çom política de carácter público e aberto, que só cabe ser interpretado como manifestaçom do irrenunciável direito à liberdade de expressom que o Estado monárquico espa-nhol repetidamente vulnera.

Detidas dez pessoas e dúzias de feridas pola repressom policial

Brutal agressom contra militantes de NÓS-UP por defenderem o idioma galego

NÓS-UP defendeu

activamente o idioma

galego frente a provocaçom

espanholista

CENSOR !!!

Page 4: O Pedroso nº 36

soPedro ovozeiro comarcal de NÓS-Unidade Popular da comarca de Compostela www.nosgaliza.org

Conselho de Redacçom: Anjo Paz, José Dias Cadaveira, César Campos, Carlos Morais, Jacobe Ribeiro, Maria Sanches, André Seoane Antelo, Patrícia Soares Saians.

Imprime: Tameiga • Edita: NÓS-Unidade Popular da Comarca de Compostela. Rua Quiroga Palácios, 42, rés-do-chao, Compostela · Galiza Tels. 881 979 561 · 609 338 370 • e-mail: [email protected] • Correcçom lingüística: galizaemgalego

Publicaçom trimestral de NÓS-UP da Comarca de Compostela • Distribuiçom gratuita.Permite-se a reproduçom total ou parcial dos artigos e informaçons sempre que se citar a fonte.

O Pedroso nom partilha necessariamente a opiniom dos artigos assinados.

O Pedroso nº36 · Janeiro-Março 2009 • Tiragem: 5.000 exemplares • Depósito Legal: C-1002-01 • Encerramento da ediçom: 13 de Fevereiro de 2009

NÓS-UP tentou articular umha candidatura unitária da esquerda soberanista galega que pudesse as-pirar a levar um ou umha represen-tante do movimento popular gale-go ao Parlamento autonómico.Infelizmente, a fragmentaçom actual do soberanismo galego de esquerda impediu apresentar ba-talha unitariamente nesta ocasiom. Esse era o principal objectivo de NÓS-UP, que é consciente de que constitui só umha peça mais nes-se mosaico que devemos compor, conjuntamente, todos e todas as

que acreditamos num outro mundo possível.Abocados a umha divisom que nom desejamos, e dando às elei-çons a importáncia que merecem, em NÓS-UP consideramos posi-tivo que no próximo 1 de Março esteja presente umha candidatura independentista e anticapitalista, umha candidatura que assuma as luitas sociais como próprias por-que participa nelas, porque dam sentido à sua existência.Daí que, sem entrarmos em qual-quer eleitoralismo estéril para a

causa do nosso povo, apresente-mos, com toda a modéstia, umha lista formada por trabalhadoras, trabalhadores, jovens e mulheres que tenhem em comum um verda-deiro compromisso com a liberta-çom da mulher, da nossa classe e da nossa naçom, com a libertaçom da Galiza. Cada voto em NÓS-UP será um voto pola unidade das e dos que luitam, pola unidade da esquerda soberanista galega.

cand

idat

ura

Corunha01.- Gema Branco Martins 31 anos. Trabalhadora Social. Activista pola Memória Histórica02.- Maurício Castro Lopes 39 anos. Professor03.- Rebeca Oliveira Vilela 35 anos. Ajudante de Cozinha04.- José Manuel Dias Cadaveira 40 anos. Activista ambiental05.- Helena Embade Pita 25 anos. Trabalhadora na emigraçom. Militante feminista06.- Bruno Lopes Teixeiro 30 anos. Responsável Nacional de Organizaçom de NÓS-UP07.- Berta Lopes Permui 30 anos. Trabalhadora da Sanidade08.- Xavier Bugeiro Alonso 18 anos. Músico09.- Graça Martins Paz 29 anos. Professora10.- Joam Carlos Lopes Dias 40 anos. Operário da Construçom. Activista vicinal11.- Yasmina Garcia Castro 28 anos. Trabalhadora em precário12.- Paulo Rico Painceiras 31 anos. Trabalhador artes gráficas. Activista cultural13.- Aida Vasques Varela 26 anos. Trabalhadora em precário. Activista juvenil (BRIGA)14.- Ramiro Vidal Alvarinho 35 anos. Desempregado. Activista cultural15.- Maria Micaela Sanches Garcia 26 anos. Analista química16.- Ernesto Lopes Dias 38 anos. Carpinteiro. Activista ambiental17.- Maria do Carmo Ermida Outeiro 35 anos. Trabalhadora social18.- Breixo Formoso Lopes 26 anos. Professor19.- Íria Leis Figueiroa 26 anos. Trabalhadora em precário20.- Xende Lopes Teixeiro 24 anos. Trabalhador-estudante21.- Aitana Cuetara Eánes 25 anos. Camareira. Música22.- Miguel Anjo Paz Amenedo 41 anos. Funcionário Público23.- Raquel Oliveira Vilela 31 anos. Tele-operadora24.- Carlos Morais Alvares 42 anos. Trabalhador autónomo Suplente.- André Seoane Antelo 30 anos. Operário do metal

Seria um erro considerar que IU vai representar algo diferente. O seu sucursalismo espanhol, a sua fal-ta de confiança nas forças próprias do povo galego, estám certificadas na sua dependência orgánica de Madrid. No plano socioeconómico, lá onde governa ou governou, incluídas algumhas cidades galegas, desenvolveu as mesmas políticas neoliberais que os grandes partidos.A alternativa só poderá surgir da própria autoorga-nizaçom popular, dos movimentos sociais constitu-ídos em força política enfrentada ao actual estado de cousas, e que faga frente às receitas autonomistas com a reivindicaçom da nossa autodeterminaçom nacional. Por isso, cada voto em NÓS-UP será útil, primeiro,

como voto contra os que governam de costas à maio-ria social; um voto para exigir que os ricos, causantes da crise do sistema, sejam os que a paguem; e será útil, também, como voto pola necessária construçom da força política que a Galiza necessita: ao serviço das que luitam, dos que aspiramos a um sistema dife-rente, a República Galega, independente e socialista. Umha Galiza solidária com as causas justas e com os povos que luitam contra a imposiçom da injusta globalizaçom capitalista.Sem fazermos das eleiçons um fetiche, e sem as desprezarmos de maneira passiva: o voto anticapitalista e soberanista servirá como mais um instrumento na nossa autoafirmaçom de classe, nacional e de género.

Estas eleiçons autonómicas coincidem com umha profunda crise do capitalismo, que fai água em todo o mundo, enquanto a alternativa socialista recupera fôlego como esperança para o futuro da humanidade. Infelizmente, a nova vaga de luitas que vam vir en-contra, no nosso país, umha esquerda domesticada e totalmente integrada no sistema. Tanto o PSOE, como o BNG e IU som só forças auxiliares do grande capi-tal, financiadas e comprometidas com o sistema das alternáncias que garantem que poda mudar só o que evite que nada mude.

A melhor prova disto tivemo-lo na Galiza nos últimos quatro anos. A maioria do nosso povo pensou que a chegada do PSOE e do BNG ao poder autonómico mudaria de maneira importante o panorama desola-dor deixado por mais de 15 anos de poder absoluto do PP de Fraga. Hoje sabemos que, em lugar disso, os de Tourinho e os de Quintana aproveitárom estes anos para se colocar nos postos de poder, aumentar os seus privilégios e pôr-se ao serviço dos de sempre.

Voto contra a crise e contra o capitalismo; pola autodeterminaçom e a República Galega

Voto contra a direita espanhola do PP e contra a falsa alternativa do PSOE e do BNG