O Patrão 26/10/2012

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O Patrão 4º TRIMESTRE- 2012 Centro Acadêmico da Engenharia de Produção - CAEP Nesta edição: E mais: Duplo diploma: para onde ir? Intercâmbio. Aquele sonho que muitos têm desde que viram uma palestra da Poli no colégio, no cursinho, que aumentou ao ver seus amigos conseguindo e indo para a Europa. Nesta edição d’O Patrão, trazemos uma entrevista completa com 3 produteiros que estão fazen- do duplo diploma nos 3 principais países: Alemanha, França e Itália a fim de mostrar as diferenças do intercâmbio em cada país e aju- dar sua escolha. Uma entrevista empol- gante, que sana inúmeras dúvi- das e mostra o dia-a-dia desses intercambistas nos seus países, contando detalhes que vão desde as matérias e a ênfase de suas universidades até o preço da cerveja. Confira! ENEGEP NOVO LAB NA PRODUÇÃO ENTREVISTAS DE EMPREGO Relação entre prof-aluno Logísticas Humanitárias X Congresso de Estudantes Festas Desafio de bandas Veja como foi o Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia de Produção, esse ano em Bento Gon- çalves - RS! O Prof. Dr. Eduardo Zancul fala so- bre o novo laboratório de produto que começou a ser a instalado na Produção. Na seção Mercado de Trabalho, O Patrão deste trimestre traz um ar- tigo sobre entrevistas de emprego em consultorias, com dicas e infor- mações exclusivas! COMISSAO DA VERDADE DA USP Confira os detalhes da reta final do abaixo-assinado à Reitoria por uma Comissão da Verdade da USP! AMIGOS DA POLI Diretor da As- sociação explica o funcionamento dela e conta sua história. PRO-HISTÓRIA Nesta nova seção, relançaremos reportagens anti- gas do aposentado jornal da Produção, o “Pro & Contra” A ENG. DE PRODUÇÃO E... As relações entre a En- genharia de Produção e diversos assuntos do dia-a-dia serão abor- dadas nesta nova seção d’O Patrão.

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Jornal do Centro Acadêmico da Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP. Edição de 26 de Outubro de 2012.

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O Patrão4º TRIMESTRE- 2012 Centro Acadêmico da Engenharia de Produção - CAEP

Nesta edição:

E mais:

Duplo diploma: para onde ir?

Intercâmbio. Aquele sonho que muitos têm desde que viram uma palestra da Poli no colégio, no cursinho, que aumentou ao ver seus amigos conseguindo e indo para a Europa. Nesta edição d’O Patrão, trazemos uma entrevista completa com 3 produteiros que estão fazen-do duplo diploma nos 3 principais países: Alemanha, França e Itália a fim de mostrar as diferenças do

intercâmbio em cada país e aju-dar sua escolha. Uma entrevista empol-gante, que sana inúmeras dúvi-das e mostra o dia-a-dia desses intercambistas nos seus países, contando detalhes que vão desde as matérias e a ênfase de suas universidades até o preço da cerveja. Confira!

ENEGEP

NOVO LAB NA PRODUÇÃO

ENTREVISTAS DE EMPREGO

Relação entre prof-alunoLogísticas HumanitáriasX Congresso de EstudantesFestasDesafio de bandas

Veja como foi o Encontro Nacional dos Estudantes de Engenharia de Produção, esse ano em Bento Gon-çalves - RS!

O Prof. Dr. Eduardo Zancul fala so-bre o novo laboratório de produto que começou a ser a instalado na Produção.

Na seção Mercado de Trabalho, O Patrão deste trimestre traz um ar-tigo sobre entrevistas de emprego em consultorias, com dicas e infor-mações exclusivas!

COMISSAO DA VERDADE DA USP

Confira os detalhes da reta final do abaixo-assinado à Reitoria por uma Comissão da Verdade da USP!

AMIGOS DA POLIDiretor da As-sociação explica o funcionamento dela e conta sua história.

PRO-HISTÓRIANesta nova seção, relançaremos reportagens anti-gas do aposentado jornal da Produção, o “Pro & Contra”

A ENG. DE PRODUÇÃO E...As relações entre a En-genharia de Produção e diversos assuntos do dia-a-dia serão abor-dadas nesta nova seção d’O Patrão.

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4º TRIMESTRE - 2012 O PATRÃO Centro Acadêmico da Engenharia de Produção - CAEP

Edital

Palavra do Presidente

Editorial Ao montarmos mais essa edição d’O Patrão nos deparamos com muitas coisas que não havía-mos parado pra pensar anterior-mente. Por que não chamamos o produteiro a escrever? Por que chamar de O Patrão? Por que 12 ou 16 páginas? Todas essas perguntas se devem ao fato de termos a recém começado a reerguer o jornal, após um período de esquecimento do mesmo. Datam nossos arquivos (fisicamente em posse e na memória do Osni, do Xerox), que o primeiro Patrão foi publicado em 1996. No começo dos anos 2000 ele se perdeu

até ser revivido em 2008 e se perder novamente. Então, temos feito um esforço para publicá-lo e melhorá-lo a cada edição e é aí que queremos sua ajuda. Se você se interessa por jor-nalismo, se quer opinar sobre o que botamos ou não, que temas seriam ou não interessantes ter no jornal, se gosta de escrever, se acha que devíamos mudar o nome do jornal ou mantê-lo, se gosta de desenhar ou escrever poemas, se quer fazer O SEU meme, ao invés de ter que ler os horríveis que estão no final do jornal, POR FAVOR! Não hesite!

Apareça no CAEP a qualquer mo-mento e fale com qualquer um de nós! Se achar mais conveniente nos mande um email! [email protected]! O próximo Patrão será pub-licado na primeira semana de au-las do ano que vem, então temos as férias inteiras para todos que ti-verem interesse escreverem, desen-harem ou nos ajudarem a montar o jornal. Participe conosco!

ção do ENEGEP! Umas das viagens mais legais que eu fiz esse ano! E aposto que quem foi não se arrependeu! Aqui, eu aproveito para agradecer o Departamento de En-genharia de Produção, a Fundação Vanzolini e a Diretoria da POLI, que durante todo ano nos apoiaram. Foi um ano bem cheio! Mas não me arrependo de ter me dedicado a esse centrinho mesmo tendo que deixar algumas matérias, alguns encontros de família e algumas saí-das com amigos de colégio de lado. Mesmo assim, foi muito bom poder representar os produteiros mais re-nomados do país! Perdões se não fui bom o suficiente, mas garanto que me esforcei o máximo que eu pude! Bom, é assim que me despeço de vocês! Com uma tristeza por largar um cargo que foi tão divertido, porém com um alívio de poder passar uma respon-sabilidade enorme para outro. Desejo boa sorte para a próxima gestão! E peço a todos os produteiros que participem do CAEP! Vocês não vão se arrepender!

Artur Pacheco HatamuraPresidente do CAEP

E ae, Galera!! Resolvemos fazer mais um Patrão pra vocês, antes de acabar o ano! Sendo assim, essa é última vez que venho aqui escrever! Então vou aproveitar pra agredecer todo mundo que ajudou esse ano a ser tão bom! Começando pelos bixos! Logo na festa de matrícula eles se mostraram muito animados! Sem essa bixarada, as festas, viagens e até a breja do dia-a-dia não teriam tanta graça! Depois não poderia esquecer de todos os produteiros que ajudaram o CAEP a ganhar mais um Integra!!... Pois é, foram tantos eventos! A Loucura on the Beach, cervejada com o CEN, o primeiro Ultimate Drinking Championship (UDC), que contou com gente até da EACH! Os churras da produção semes-trais, que foram animais!!! Copa FIFA, Grand Slam de Mario Tenis e GP de Mario Kart, pra manter o N64 funcionando! E a Junina, que bateu recordes de ven-da!! Esse ano, não faltou oportunidade pra se divertir! Mas não é só de festa que o CAEP vive. Esse ano conseguimos fazer a primeira Semana de Engen-haria de Produção (SEGEP), com os próprios profes-sores da PRO palestrando sobre as principais áreas da nossa profissão. Depois de quase um ano, finalmente saiu o Curso de Excel! Que acabou de começar nas salas de informatica da produção! Preparem-se que ano que vem você virará, em apenas um semestre, um expert no excel! Conseguimos reviver O Patrão de-pois de alguns anos largado, além de realizar algumas palestras e debates para manter o politécnico sempre informado! Não vamos esquecer da recente realiza-

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ENEGEPAcadêmico

Produteiros reunidos com o presidente da ABEPRO no coquetel de abertura do ENEGEP, em Bento Gonçalves - RS.

Esse ano, o Encontro Nacional dos Estu-dantes de Engenharia de Produção (ENEGEP) foi realizado em Bento Gonçalves – RS do dia 15 ao dia 18 de outubro e o tema foi “Desenvolvimento Susten-tável e Responsabilidade Social: As contribuições da Engenharia de Produção”. A POLI levou 22 alunos que sem dúvida não se arrependeram de ir!! Do ponto de vista acadêmico, o ENEGEP foi muito interessante. Durante a semana inteira ocorreram várias palestras simultâneas, o que acabou deixando o aluno indeciso em para onde ir, da-dos os inúmeros temas. A es-trutura do evento foi muito boa, porém a organização deixou um pouco a desejar. Logo no inicio do evento, nos deparamos com uma burocra-cia desnecessária, o que irritou os congressistas, e mais tarde alguns palestrantes não apareceram, deixando seu público à espera por algu-mas horas. Porém, de forma geral, o evento foi muito bom, os mini-cursos e as visitas técnicas foram muito elogiadas, e as palestras e os cases foram bem interes-santes. Já do ponto de vista de diversão, o ENEGEP não deixou nada a desejar! A cidade é muito bonita e o tempo estava muito bom, o que fez o passeio pelas vinícolas ainda mais agradável! Além disso, o próprio

evento organizou festas. Primeiro, um coquetel depois da palestra de abertura que, segundo o presidente da ABEPRO (Associação Brasileira de Engenharia de Produção), nunca foi tão animado como esse! No se-gundo dia, uma festa, e no terceiro, a pré-estreia de uma balada. Sem dúvida, os produteiros do Brasil in-teiro se divertiram até não poder mais! Foi uma experiência muito gratificante

conhecer estudantes de en-genharia de produção de todo o país e poder conver-sar sobre seus cursos. Se não fosse no ENEGEP, quando eu iria conversar com gente do Pará e de Rondônia sobre engenharia? Bom, gostaria de agra-decer o Departamento de Engenharia de Produção, a Fundação Vanzolini e a Dire-

toria da POLI que patrocinaram nossa ida ao evento, sem essa ajuda seria impossível levar os alunos da POLI. E também agradecer os alunos que foram representar nossa faculdade lá em Bento Gonçalves! Se eu posso dar um conselho pros bixos, seria: “Não deixe de ir no ENEGEP!! Ano que vem é em SALVA-DOR!!!”.

Artur Hatamura

Várias coisas podem ser ditas sobre o ENEGEP 2012. Podemos comentar sobre a cidade de Bento Gonçalves, sobre o vinho, sobre as apresentações e trabalhos, sobre as pes-soas que encontramos e as festas/bares/baladas que fomos, etc. Mas certamente o mais importante é a oportuni-dade de conhecer seus colegas de curso, de conviver com eles por alguns dias em um ambiente diferente e de celebrar as se-melhanças e as diferenças.Recomendo a todos os bixos, certamente é uma ótima opor-tunidade!

André Bina3o ano da Engenharia de Produção

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4º TRIMESTRE - 2012 O PATRÃO Centro Acadêmico da Engenharia de Produção - CAEP

Relação Professor-aluno O que há de mais importante em uma Universi-dade? Se a função de uma Universidade é a formação de seus estudantes, independentemente de qual seja a finalidade de-sta, é razoável supor que o que há de mais importante é aquilo que garante a qualidade da mesma. Como avaliar se o que se aprende é importante ou relevante? Só colocando o conheci-mento em prática, claro. Como não é viável aprender tudo e só depois descartar o “inútil”, nossa formação é determinada por quem já passou pela experiência aplicá-la. Ninguém duvida quando um veterano diz o que você precisa esudar mais, ou quando um colega formado diz quais matérias você acaba usando no trabalho. Por que, então, a sus-peita quando essa recomendação vem da boca de quem mais viveu aplicando aquilo? Não deveríamos prestar atenção no que eles tentam passar acima de tudo? A Universidade, no fundo, é a estrutura para facilitar a transferência de conhecimento do professor para o aluno - e para que ambos façam pesquisa, mas isso é outra história. Até quando nós aprendemos “sozinhos” nós estamos seguindo recomendações deles, mesmo que indiretamente, quando es-tudamos para a prova. Tudo o que nós aprendemos, desde o primário, foi assim. Mas por causa da estrutura da aula - profes-

sor na frente, aluno sentado escutando - nós perdemos essa noção. Quem faz ou fez alguma iniciação ou mesmo con-versou com um professor fora do horário de aula sobre algum assunto em estudo (que não seja diretamente relacionado a prova ou trabalho) provavelmente já percebeu pelo menos duas coisas: eles são pessoas normais e são referências incom-paráveis. Pense nisso: você tem, todos os dias, acesso a “con-sulta” com vários PhDs especializados em diversos assuntos. Onde mais na sua vida vida você terá essa oportunidade? Não quero me arrastar muito mais nisso. Não quero convencer ninguém a idolatrar e puxar o saco dos professores. Mas acho importante termos respeito e estarmos agradecido pelo que eles fazem por nós, mesmo que pareça pouco - não é! - e que saibamos aproveitar mais o que eles podem nos ofe-recer. Qual foi a última vez que você perguntou algo que real-mente te interessa sobre a matéria fora do assunto das aulas? E qual foi a última que deu bom dia para algum professor que não está te dando aula esse semestre?

Victor Lira 3o ano da Engenharia de Produção

Novo laboratório de Produto No PRO encontra-se em estruturação atualmente um novo laboratório. Tal laboratório irá oferecer uma série de modernos recursos para apoiar o projeto de engenharia, a sim-ulação com apoio de softwares e a fabricação de protótipos com características muito próximas de produtos finais. Por exemplo, dentre os diversos equipamentos planejados para o laboratório estão impressoras 3D, que permitem fabricar objetos com geo-metrias complexas a partir do modelo 3D de um programa CAD. Três principais características do laboratório merecem destaque. A primeira delas é que se trata de um laboratório didático com foco na graduação. Muitos laboratórios na Uni-versidade são utilizados principalmente na pesquisa. Neste caso, o foco é no ensino de graduação. A segunda característica importante é a multidisciplinaridade. O desenho do laboratório contou com a participação de vários professores do Departa-mento, da POLI como um todo e até da FEA. A terceira carac-terística é o foco no ensino baseado na resolução de problemas e em projetos, que poderão ser realizados pelos alunos utilizando a infraestrutura do laboratório. A infraestrutura do laboratório deve ser composta por duas áreas específicas. A sala de projetos em equipe será equi-pada com computadores que permitem acessar diversos soft-wares de projeto, como sistemas PLM, CAD, DFMA, FMEA dentre outros. Além disso, a oficina de protótipos será equipada com máquinas, tais como torno CNC didático, centro de usina-gem, impressoras 3D e outras ferramentas manuais. Está pre-vista ainda a possibilidade de construção de uma sala de aula com layout otimizado para facilitar o trabalho em equipe. É importante que os alunos tenham também informa-

ção sobre o contexto mais abrangente dessa iniciativa. O labo-ratório em instalação no PRO faz parte de um projeto maior, chamado Pró-Inovalab. O Pró-Inovalab foi lançado pela Pró-Reitoria de Graduação da USP para fomentar a inovação no ensino de graduação. Na POLI, o Pró-Inovalab será com-posto por um laboratório avançado localizado em prédio da Elétrica e pelo laboratório no PRO, que vem sendo chamado de hub-PRO. No âmbito do Pró-Inovalab, um grupo de pro-fessores da POLI (com participação de docentes do PRO) está discutindo como inovar no ensino de engenharia utilizando os novos recursos que estarão disponíveis. Trata-se, portanto, de um esforço amplo e multidisciplinar que está sendo feito com envolvimento de vários Departamentos. Importante res-saltar também que uma parte significativa da verba destinada ao PRO é resultado do trabalho realizado pela Diretoria da POLI para obter verbas para reequipar nossos laboratórios didáticos. Ao todo, o PRO receberá verba de aproximada-mente R$700mil para a estruturação de seu laboratório. O desafio para os próximos meses é comprar e instalar os equipamentos e iniciar a utilização do laboratório. A intenção é oferecer espaços abertos, que poderão ser am-plamente utilizados pelos alunos. São vários passos para que a visão desenhada pelo Departamento possa ser colocada em funcionamento. Nesse sentido, o apoio e participação dos alu-nos será fundamental.

Prof. Dr. Eduardo de Senzi ZanculCoordenador do Laboratório de Design, Ergonomia, Produtos

e Processos do PRO (DEPoP)

Acadêmico

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Uma das áreas de atuação que mais atraem engen-heiros de produção da Poli é certamente a de CONSULTO-RIA. Porém, para conquistar uma vaga em uma das prin-cipais empresas do ramo, seja como estagiário ou já como analista, é necessário passar por um processo seletivo alta-mente competitivo e estruturado. Este texto, então, tem o objetivo de explicar brevemente quais são e como fun-cionam as principais etapas desses processos (e não expli-car como é o trabalho de consultor ou comparar consulto-ria com outras possíveis áreas de atuação). Como já dito, os processos seletivos das principais empresas de consultoria, além de altamente concorridos, são extremamente estrutu-rados, e vale muito a pena saber o que te espera pela frente e se preparar para não ter nenhuma surpresa, e conquistar a desejada vaga. É claro que existem diferenças entre os processos de cada empresa, porém a estrutura básica é bastante semel-hante e geralmente é composta por três etapas distintas: i) teste analítico no modelo GMAT; ii) dinâmica de grupo; iii) entrevistas. A seguir, cada uma dessas etapas será breve-mente explicada. i) Teste analítico no modelo GMAT: A primeira etapa de todos os processos seletivos (de consultoria, claro!) é uma prova de inglês, matemática e lógica, com questões de múltipla escolha, seguindo um modelo chamado GMAT. As provas variam de empresa para empresa, mas como ger-almente seguem esse modelo, é possível encontrar diver-sos simulados online para se preparar para a prova. Além disso, algumas empresas aplicam provas de Business Case, nas quais o candidato deve responder questões (sempre em múltipla escolha) sobre um ou mais casos específicos, de acordo com o material fornecido na prova. Geralmente as empresas, ao divulgar o processo seletivo, comentam qual será a estrutura de sua prova e muitas oferecem simulados para as mesmas em seus websites. ii) Dinâmica de Grupo: Essa é uma etapa que não necessariamente estará presente no processo seletivo de to-das as consultorias, porém ela existe na maioria das vezes e, apesar de não seguir a mesma estrutura para cada empresa (geralmente envolve a resolução de um caso em grupo), ela tem sempre (ou quase sempre) o mesmo objetivo: avaliar se o candidato sabe trabalhar em grupo, contribuir com ide-ias, argumentos e análises, mas sempre levando a opinião dos colegas em consideração. Essencialmente, os avaliadores buscam ver se gostariam de trabalhar com aquele candidato ou não. Além disso, sempre há uma avialiação de fit do can-didato com aquela empresa específica. iii) Entrevistas: Finalmente, há as entrevistas. O número de rounds de entrevistas, bem como o de en-trevistas por round, varia muito de empresa para empresa, mas ainda assim, a estrutura é semelhante. Uma entrevista com o tempo médio de uma hora de duração tem três etapas distintas: ~10 min para o entrevistador conhecer o candida-to (podem ser perguntas sobre o C.V., sobre por quê consul-

toria, por quê aquela empresa específica, pedir exemplos de situações em que o candidato exerceu postura de liderança, quais seus pontos fortes, o que precisa melhorar, etc.); ~40 min dedicados à resolução de um case; e ~10 min nos quais o candidato pode tirar eventuais dúvidas sobre a empresa. Quanto mais avançado o round de entrevistas, mais senior são os cargos dos entrevistadores na empresa, geralmente com a(s) última(s) entrevista(s) sendo aplicada(s) por só-cios. No caso das entrevistas finais, dependendo da empresa podem seguir a estrutura já mencionada, mas há também casos em que o sócio deseja apenas avaliar se aquele can-didato específico se encaixaria na empresa, ou seja, é uma entrevista basicamente de fit. Quanto aos temidos cases, eles podem ser dos mais variados tipos: market sizing (e.g. Quantas casas de cachorro são vendidas na Europa em um ano?), entrada em um novo mercado (e.g. O seu cliente é a empresa X, atuante na área Y e gostariam de saber se é uma boa idéia entrar no mercado Z. Caso seja, como deve fazer essa entrada?), decisão sobre fusão ou aquisição, identificar a razão para que os lucros do cliente venham caindo, au-mentar as receitas de determinada linha de produtos, entre muitas outras possibilidades. Sem dúvida alguma, um can-didato que se preparar para os cases tem uma chance maior de ter um bom desempenho nas entrevistas e conquistar a vaga. Existem diversos materiais dedicados à preparação para entrevistas de case. Entre os mais utilizados estão o livro Case in Point, de Marc P. Cosentino, e o website www.caseinterview.com, de Victor Cheng. Além disso, existem diversas coletâneas de casos resolvidos, que podem ser li-dos individualmente ou usados para o estudo em duplas, no qual um candidato exerce o papel de entrevistador, aplican-do o case no colega. Da mesma forma como disponibilizam simulados do GMAT, algumas empresas de consultoria ofe-recem em seus websites exemplos de cases resolvidos e, em alguns casos, cases interativos para auxiliar a preparação do candidato. Esse foi um breve retrato de como é um processo seletivo para uma grande empresa de consultoria, bem como quais são (geralmente!!) suas etapas. Se você tem interesse em trabalhar como consultor, é altamente recomendável que se prepare para o processo, leia os materiais, resolva um bom número de cases e chegue para fazer os testes, dinâmicas ou entrevistas tranquilo, sabendo o que te espera. Se você não tem nenhum interesse por consultoria, tem um desafioz-inho no fim do jornal! Boa sorte!

André Maia - 6o ano da Eng. de Produção, fez duplo diploma na Politecnico de Milano - Itália e prestou inúmeros processor seletivos na área de consultoria. Começará a trab-

alhar na Bain & Company em janeiro de 2013.

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Processos seletivos - ConsultoriaMercado de Trabalho

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as Logísticas Humanitárias Com o aumento tanto em complexidade, quan-to tamanho e densidade das grandes cidades, vemos que estas regiões ficam significativamente cada vez mais vulneráveis caso catástrofes aconteçam. Da mesma forma, modificações do relevo, dos solos, da natureza entre outras ações humanas que levem à degradação ambiental, aumentam a severidade e a frequência de desastres naturais. Nesse meio, vemos a engen-haria de produção atuando através da logística humanitária a fim de prevenir e abrandar os efeitos de desastres tanto huma-nos quanto naturais. A logística humanitária atua através de várias institu-ições (tanto ONGs quanto governos) e por várias frentes, que vão desde estudos de vulnerabilidade e o planejamento de re-spostas para diferentes tipos de situações calamitosas antes de elas acontecerem, até a reorganização da estrutura econômica local após a ocorrência e remediação de um desastre. No entan-to, todas essas frentes apresentam o mesmo objetivo, de alocar recursos limitados da maneira mais eficiente possível a fim de salvar vidas e remediar os danos causados por qualquer desas-tre. Para tal, o gerenciamento de uma cadeia de suprimentos em um ambiente de total imprevisibilidade de demanda e el-evado risco requer um planejamento logístico eficaz, de forma a otimizar o uso de recursos, não só para a preparação para situa-ções de emergência, como também para o socorro durante a catástrofe e para ajuda às vítimas após a ocorrência do evento. Sendo cada desastre único, tanto em nível de intensi-dade, quanto tipo e região afetada, observa-se que cada desastre exige uma resposta específica. Afim de melhor corresponder a estas exigências, as operações humanitárias se encaixam em diferentes fases: •Avaliação: utiliza-se ummínimode recursos parafazer um reconhecimento das necessidades gerais; •Implantação:correspondeaosprimeirosdiasdaaju-da. A demanda de recursos cresce para atender às necessidades. Nesta etapa, a prioridade da cadeia de suprimentos deve ser a rapidez para que as operações sejam iniciadas; Predominam as operações de resgate e o transporte de água e alimento para populações ilhadas. •Operaçõesdesustentação:asoperaçõessãosusten-tadas por um período de tempo e o foco é na implantação dos programas. Nesta etapa, custo e eficiência passam a ser consid-

erados na cadeia de suprimentos; Neste estágio, procura – se a melhor maneira possível de se abrigar as vítimas num período de médio e longo prazo. •Reconfiguração: são reduzidas as quantidadesderecursos mobilizadas para a área. As organizações e/ou Esta-dos focam na estratégia de saída e reconstrução da economia local. Devemos notar também os diferentes problemas en-frentados pela logística humanitária, pois, apesar de a mesma se assimilara logística empresarial (como os processos de compras, transporte e distribuição, relacionamento com for-necedor e foco na minimização de tempo e desperdícios), ela apresenta desafios distintos, dos quais, pode se destacar: •Elevadaimprevisibilidadedademanda; •Demandasúbita,acarretandograndesquantidadese prazos curtos para uma ampla variedade de suprimentos; •Altosriscos,associadoscomadistribuiçãoadequa-da e oportuna; •Faltaderecursos(pessoas,tecnologia,capacidadede transporte e dinheiro); •Instalaçõespermanentese/outemporáriasaolongoda cadeia. Pode-se acrescentar à lista acima a possibilidade de danos em maior ou menor grau à infraestrutura necessária para executar as operações de logística humanitária. A Logística Humanitária vem ganhando importân-cia nos últimos anos, passando a fazer parte de estudos acadêmicos e empresariais. Fatores como mudanças climáti-cas e aquecimento global alertam para a necessidade de se de-senvolverem estudos que possam colaborar para o aprimora-mento de soluções. Atividades logísticas executadas em uma situação caótica, com ruptura de instalações e vias, e dificuldades no fluxo de informações trazem desafios que aumentam a com-plexidade dessa área de estudo. Elaborar uma cadeia humani-tária eficiente e resiliente passa a ser um desafio aos profission-ais e acadêmicos de logística.

Carlos Rosis - 2o ano da Eng. de Produção, aluno de Iniciação Científica sobre o tema “Logísticas Humanitárias”

com o professor Hugo Yoshizaki.

A eng. de Produção e...

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Duplo Diploma: Para onde ir?

1- Como é a acomodação de intercambistas na cidade? Há dificuldades?

Itália - Bom, eu não tive problemas porque no primeiro ano já vim com moradia garantida na casa de um amigo que ia para o segundo ano. Mas vendo pelas outras pessoas, não é difícil não. É logico que para achar um lugar bom e barato para morar tem que correr atrás, pesquisar, gastar uns dias. E para gastar esses dias os alu-nos conseguem contar com a moradia estudantil da faculdade, que geralmente libera quartos para um mês.

França - Paris é uma cidade conhecida por ser difícil (e caro) arranjar um lugar para morar. Mas quem é intercambista na Ponts (ou em outra Grande École) felizmente escapa a essa regra. Seu lugar em residência universitária está garantido no 1º (do lado da escola) e no último ano (no coração de Paris). Se você quiser fazer um estágio de um ano, vai ter de se virar pra achar onde morar. Mas existem outras residências universitárias / de jovens e os apês dos estrangeiros geralmente “passam” de geração em geração. Pra ter-minar, o governo te dá uma bolsa-habitação, que dá uma ajuda no orçamento. Em resumo: achar o apê perfeito, em especial no ano de estágio, pode ser muito difícil. Mas pode ficar tranquilo que lugar pra dormir quando chegar não vai faltar - e se um dia você ficar sem casa por um ou dois meses algum outro brasileiro vai te hospedar com prazer.

Alemanha - A acomodação em Darmstadt não é provi-denciada por ninguém – ou seja, cabe apenas ao aluno encontrar um lugar para morar. Pra quem quer morar sozinho, é mais simples. Eu, por exemplo, comecei a procurar quando ainda estava no Bra-sil e já vim pra cá com o apartamento alugado. Já pra quem quer morar em república ou nas moradias estudantis (que são bem mais baratas), a melhor opção é vir e ficar na casa de algum veterano en-quanto procura moradia, porque é difícil ver do Brasil. É bem tran-quilo, todo ano a galera se organiza e recebe os novos bixos em casa, porque todo mundo passou por esse início “sem-teto”. Já essa busca por repúblicas (aqui se chamam WG) é mais complicadinha. Tem um site que mostra as vagas disponíveis, você seleciona as que te agradam e manda um email pra marcar um en-trevista. Mas geralmente essas entrevistas tem outros candidatos, e tem gente que tenta em vários lugares até conseguir um. Mas no final, NINGUÉM fica sem ter onde morar. Todo mês em um sor-teio das vagas em moradias estudantis, é só inscrever e torcer pra ser sorteado pra um lugar legal, caso não tenha conseguido nada ainda.

2- Como é a receptividade na universidade?

Itália - A PoliTo é totalmente diferente de uma faculdade no Brasil. Parece que a faculdade tem só o objetivo de formar a pes-soa academicamente. Ninguém fica depois da aula na universidade para bater papo ou tomar uma breja. Para vocês terem uma idéia, o bar dentro da faculdade vende cerveja e ninguém compra. A parte social

Matéria da Capa

Chega a hora de se inscrever para o progama do duplo diploma. Para onde eu vou? Eu preciso falar a língua do país? Que tipo de matérias eu terei? Essas e outras perguntas são muito comuns na hora de fazer a escolha do país para se passar dois anos. Entrevistamos um intercambista de cada país (Itália, França e Alemanha), e fizemos a eles perguntas que possam ajudar na hora da escolha. O Rafael Scaglia de Paula está no quinto ano da POLI, e começando o segundo ano do duplo diploma na Politecnico de Torino, na Itália. O Adonis Maitino Neto também está no quinto ano da POLI, e no começo do segundo ano na École Nationale des Ponts et Chaussées, na França. A Paula Lubanco de Almeida Nobre está no quarto ano da POLI, e está terminando o primeiro ano do duplo diploma na Technische Universität Darmstadt, na Alemanha.

dos italianos é deprimente. Por outro lado tem muitos estrangeiros na cidade, e muitos brasileiros (esse semestre deve ter uns 140-150). Ou seja, fica muito fácil fazer programa pós aula. Tinha uma época em que eu saia quarta, quinta, sexta, sábado e domingo... haja fígado. Resumindo: não existe CA, não existe Gremio, não existe Atlética, e se existem nunca fizeram nada buscando a integração dos alunos – porém da pra curtir muito!

França - O relacionamento é, pra mim, um ponto forte da Ponts. Não podia ser diferente: mais de 60% dos alunos no 2o da escola (o nosso primeiro ano de intercâmbio) são Duplo Diploma ou Aproveitamento de Crédito. Isso quer dizer: 1) Uma verdadeira família de 30-40 brasileiros, pronta pra te ajudar em tudo que for preciso, desde o dia de te buscar no aero-porto até o dia de levar sua quinta mala pro Brasil pra você. Pronta também pra encher a cara, viajar, te apoiar nos momentos mais difi-ceis e a te ensinar mineirês, carioca, goiano, haitiano... 2) Espanhóis, argentinos, portugueses, romenos, polone-ses, libaneses, marroquinos, chineses, vietnamitas... prontos pra te ensinar palavrões (e talvez algo mais útil) e, quem sabe, te chamar pra passar uns dias na casa deles. Toda essa estrangeirada está na mesma que você, então o convívio tem tudo pra dar certo. 3) Franceses acostumados ao ambiente diverso, muitos deles abertos. Na produção quase só tem francês, então você vai conviver na marra. É isso que faz você evoluir na língua. Os fran-ceses já se conhecem há um ano, então o quão broder você vai ficar deles depende, mas faça um esforço e deve dar certo. Existem fran-ceses/europeus que não te acolhem bem e/ou se acham superiores. Na Ponts eles são minoria. Não perca tempo reclamando, ignore-os e vá conversar com os não-preconceituosos. CAs, Atléticas, Clubes, Equipes: na França tem, bem forte mas diferente do Brasil. Eles tem um orçamento infinito, então os eventos são bem baratos e em geral legais. O Grêmio não quer saber de política nem de estrutura curricular, e a Ponts é sempre a ESALQ do campeonato. Mas há muitos eventos de recrutamento, empresa jr., voluntariado, viagens patrocinadas, ingressos com desconto, clube do vinho, da cerveja... Só precisa ir um pouco atrás, porque as gestões se formam antes da gente chegar aqui. Mas rola participar, inclusive como responsável estrangeiro do Grêmio. Estamos criando uma espécie de iPoli aqui, espero que dê certo mas até o ano passado não existia.

Alemanha - Os departamentos acadêmicos fazem um “Welcome Day” pra todos os estrangeiros que estão chegando na TU, mas é mais pra tirar dúvidas com os tutores e professores sobre o curso, nada social. Os alemães são muito “na deles”. Se você pre-cisar de ajuda e for pedir, eles ajudam. Mas eles realmente não são do tipo que faz muita festa. O convívio maior acaba sendo entre os brasileiros mesmo. Uma opção bem legal pra conhecer alemães e outros es-trangeiros são as atividades esportivas e de lazer que a TU oferece. Tem todo tipo de dança (até forró!) e esporte, e os grupos são bem receptivos.

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4º TRIMESTRE - 2012 O PATRÃO Centro Acadêmico da Engenharia de Produção - CAEP

3- Qual o custo de vida médio?

Itália - No meu primeiro ano eu gastei em média 820 euros por mês, isso incluindo 2 mochilões que eu fiz. Ou seja, o custo de vida é baixo. Moradia sai entorno de 300 euros (no primeiro ano eu pagava 175 pra dividir um quarto), e transporte existe o plano anual que sai por 170 euros (ou seja, 14.2 euros por mês). Um ponto impor-tante que vale ressaltar é a mensa. É possível comer todas as suas re-feições (almoço e janta) da semana (exceto janta de domingo) e cada refeição custa 2.5.Eu acho que é possível gastar menos de 700 euros por mês morando em Turim. Mas se você for viajar e aproveitar a vida, como eu fiz, os custos vão aumentar. França - Morar em Paris é meio caro. Mas quem vem pra cá tem bolsa garantida, de uns 900 euros/mês, no primeiro ano e talvez no segundo. Então fecha bem o orçamento. Além disso você tem uma bolsa-habitação do governo (100-200, em função do seu alu-guel), e durante os estágios dá pra ganhar uma grana. Ou seja, sobra até um dinheiro pra viajar / trazer de volta - se você for pão duro dá pra pagar todas as viagens só com a grana da CAPES/França/USP. Um grande problema para o nosso seu custo de vida é o preço da cerveja em Paris: 5-10 euros o pint (500 ml) no happy hour. Mas felizmente existem exceções... E no supermercado ela é razoável, assim como outras bebidas (como vinhos de 1-4 euros).Por outro lado, museus, igrejas, monumentos são de graça pra jovens em Paris! Alemanha - Moradia: pra morar sozinho, a opção mais barata sai em torno de 320 euros (na residência estudantil). Já em república, também na residência estudantil, sai em torno de 250 eu-ros. É importante considerar que algumas moradias não vem mobili-adas, e aí é um gasto a mais no início. Transporte: a TU tem uma taxa semestral que é de 195 eu-ros. Essa taxa inclui um ticket de transporte semestral pra todo o es-tado de Hessen na Alemanha. Alimentação: O bandejão aqui se chama Mensa e cada re-feição custa em média 3,00 euros. O Mensa não abre no jantar nem nos fins de semana, mas pra cozinhar em casa você definitivamente não gasta mais do que 5 euros/pessoa. Telefone: o celular pré-pago aqui tem um plano muito bom. Você paga 10 euros por mês e tem internet ilimitada. Pra ligação e SMS tem que colocar crédito, mas o pessoal não gasta mais de 10 euros por mês. Já um celular de conta com internet rápida, minutos livres e SMS livre custa 35 euros por mês. Academia: 17 euros por mês, e muito boa. Lazer: é ai que entra o maior gasto, pelo menos no meu caso. Se você quiser viajar muito...prepare o bolso! O dia-a-dia em Darm-stadt é bem barato (uma cerveja boa no mercado custa até menos de 1euro/500mL), mas uma viagem com passagem aérea, albergue, ali-mentação, transporte e etc custa entre 60 e 80 euros/dia (isso viajando de RyanAir! Hahaha).

4- Quão importante é o domínio da língua para a adapta-ção na universidade?

Itália - Eu faço Ingegneria Gestionale no PoliTo, e nesse caso havia a opção de cursar em inglês ou em italiano. Eu optei pelo curso em italiano, porque falavam que o curso em inglês era muito ruim. Cheguei na Itália tendo feito somente o básico 1. Não sabia falar nada direito, e mesmo assim foi tranquilo assistir as aulas. Os professores falam de uma maneira clara, que dá para entender. O problema foi conversar com os alunos... Eles falam muito rápido e com muitas gírias. Minha opinião é que é possível aprender italiano aqui (eles dão um curso intensivo de 2 semanas de italiano antes das aulas), mas eu indicaria vir para cá sabendo um pouco já, para poder se enturmar melhor.

Matéria da Capa França - As aulas são em francês. É primordial dominar o francês pro seu intercâmbio na Ponts (e sua vida na França). Mas não é primordial chegar aqui dominando. Um mínimo de conhecimento prévio é necessário... Uns semestres de Poliglota ou um verão de in-tensivo quebram bem o galho. E tem gente que chega sem falar, sofre no começo mas depois corre atrás. A sua bolsa paga um mês de francês na França no começo (ô vida boa...). A primeira semana na Ponts é francês. E se você ainda continuar mandando “mal”, as três semanas seguintes são de francês. O resto você aprende na raça. Você também tem de fazer aula de francês e de inglês du-rante o curso, e pode fazer outras línguas, tudo de graça. Mas saiba que todas as aulas, todas as provas, todas as burocracias, tudo é em francês. O lado bom é que você vai sair daqui com um francês ex-celente!Um detalhe: precisa passar no TOEIC (780/990) ou equivalente de inglês (TOEFL, Cambridge...) pra ganhar o diploma da Ponts. O exame é de graça na primeira vez. Alemanha - Muito importante! O alemão não é uma lín-gua nada fácil. Eu aconselho fortemente estudar bastante antes de vir, porque assim sua evolução no domínio da língua aqui acontece mui-to mais rápido. Se você não tiver uma base muito boa, acaba dando um desespero nos primeiros meses. Todas as aulas são em alemão, e grande parte do material também. A parte boa é que aqui cada maté-ria tem só uma prova, que acontece no fim do semestre – então mes-mo no primeiro semestre você tem um certo tempo pra se adaptar. Conforme vai passando o tempo, estudar fica mais fácil, porque você adquire o vocabulário necessário no próprio estudo. Já a compreen-são das aulas depende muito do professor – eu até hoje não entendo muita coisa. Mas não se preocupe! A grande maioria dos professores disponibiliza os slides de todas as aulas, então dá sempre pra dar um jeito.

5- Qual o foco da sua universidade?

Itália - Essa é a melhor parte do PoliTo: não tem NADA a ver com a Poli. Se você está desanimado com o curso, Torino é o seu lugar. As matérias são focadas em economia, gestão e finanças – como exemplos posso citar: Economia Aziendale, Mercati e Instrumenti Finanziari, Analizi finanziaria e creditizia per l’impresa, Business In-telligence.Logicamente terão matérias frustrantes, como Diritto ou Qualittà, mas são poucas. Não temos nenhuma matéria de biênio, mas precisamos usar bastante o que aprendemos(?) nos 2 primeiros anos de Poli. Relembrando integrais...hehehe. Eu estava muito desanimado com Engenharia de Produção, mas minha visão mudou completamente depois de 2 meses de aula aqui. As aulas são muito boas! França - A ênfase aqui é supply chain e inovação (design thinking). Não tem Controle da Qualidade, e Trabalho é considera-do humanas então tem pouca coisa. SI é outro departamento, assim como gestão e finanças. Tem cursos excelentes (Supply chain, Marketing, grandes projetos em parceria com empresas...). No geral, não há cursos o suficiente no departamento para você cumprir os créditos totais. Os cursos são generalistas - não há muitos cursos técnicos / de profundi-dade. Ou seja: não vai ser aqui que você vai aprender 6 sigma na prática ou o último modelo de gestão de estoques (nem na Poli...). Mas vai ver um apanhadão de produção sob outra ótica, aprender sobre inovação de ruptura a la Silicon Valley, ouvir casos de supply chain... E se você encheu o saco de produção, a abertura do currí-culo é tal que você pode se lançar nas finanças, economia, meio-am-biente, transportes, urbanismo. (ou civil, matemática... nunca se sabe né?).

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4º TRIMESTRE - 2012 O PATRÃO

Matéria da Capa Alemanha - A formação aqui é BEM diferente da Poli.Primeiro é importante explicar como funciona a faculdade aqui. Os cur-sos são divididos em Bachelor (3 primeiros anos) e Master (2 últimos anos). O que a gente vem fazer aqui é o Master – mas não tem nada a ver com Mestrado, não confunda! O bom é que a gente faz exatamente o mesmo Master que os alemães, então não tem nada de matéria de biênio. Aqui na Alemanha Engenharia de Produção é Wirtschafts-ingenieurwesen, mas você pode escolher 3 focos: Mecânica, Elétrica ou Civil. O que a gente tem na Poli seria equivalente a ênfase Mecânica (Fachrichtung Maschinenbau) e esse é o curso que a gente faz aqui. Pra eles, a Engenharia de Produção é exatamente um misto de Engenharia e Ciências Econômicas/Humanas. Então o curso pertence 50% ao De-partamento de Engenharia Mecânica e 50% ao Departamento de Eco-nomia e Direito. Simplificando, funciona mais ou menos assim: •Mecânica:50%créditos=25%Obrigatórias+25%Opta-tivas. As obrigatórias são difíceis, mas não são matérias que a gente já teve na Poli. As optativas são escolhidas de uma lista (bem grande) e podem ser muito muito muito fáceis (se você escolher as mesmas matérias que teria no quarto ano da Poli) ou podem ser difíceis (se você pegar maté-rias da Mecânica). •EconomiaeDireito:50%doscréditos=25%Obrigatórias+25%Optativas.AsobrigatóriasvãodesdeDireitoEuropeuatéAd-ministração, passando por Macro- e Microeconomia, etc. As optativas...são a melhor parte! Você escolhe um “bloco” de optativas, que é a sua especialização. Eu escolhi Finanças, mas tem MUITAS opções. Essa é uma grande diferença pra Poli: aqui você se especializa de fato em al-guma área.

6- Quais são as oportunidades de trabalho?

Itália - Olha, sobre trabalho não sei dizer direito. A Itália está em crise, então achar trabalho é muito difícil. Estágio remunerado é mais difícil ainda. Dos 3 brasileiros veteranos que fazem Produção no Bra-sil e vieram para Torino fazer Gestionale, 1 deles conseguiu um estágio remunerado em Torino, 1 deles conseguiu um estágio de 2 meses não remunerado em Londres, e 1 deles não conseguiu nada. França - Na França estágio de engenheiro é relativamente fácil de achar, e paga relativamente bem. Quanto mais aberto você estiver ao campo de atuação, mais fácil. Consultoria e banco são difíceis pra es-trangeiros, mas não impossíveis - sobretudo se você falar bem francês e for bom de matemática.Estágio aqui é obrigatório e tempo integral, então tem de ser feito em dois momentos precisos.

O primeiro é entre os dois anos de aula na França (ou 2-3 me-ses nas férias, ou “trancando” por um ano e fazendo por 3-12 meses - o intercâmbio vira 3 anos no total daí). Não pode ir pro Brasil, mas de resto é livre - inclusive em assuntos nada a ver... O segundo é no fim junto com o TF (5-7 meses), e precisa ser em Produção ou Consultoria. Mas pode ser no Brasil. Os estágios aqui em geral tem missões precisas. E a re-sponsabilidade em geral é alta, você não vai (só) servir café e escanear documentos. Qualquer facul que você vier na França vai te oferecer um estágio científico (parecido com uma IC) se você pedir. Eu não reco-mendo... E tem estágio em Paris, os brasileiros ficam todos aqui, mas se você quiser chão de fábrica, não preciso dizer que não será ao lado do Louvre... Alemanha - Durante o período de estudos é difícil trabalhar. O que muita gente faz é fazer “tipo” uma IC na universidade, que paga em torno de 200 euros por mês. Se você quiser estagiar, o melhor é pro-longar em 6 meses o duplo diploma, ou seja, fazer em 2 anos e meio. Assim o último semestre fica só pra estágio, e você pode ir pra qualquer cidade da Alemanha. Tem oportunidades em Darmstadt, mas muita gente aproveita o período de estágio pra ir pra uma cidade maior, como Munique ou Stuttgart.

7- Qual a maior diferença com a POLI?

Itália - Eu acho que tem duas principais diferenças: as aulas e o aprendizado são muito superiores aqui no PoliTo, porém a vida social é quase inexistente dentro da faculdade. Se eu pudesse escolher, não faria nem uma, nem a outra. Faria exatamente o que estou fazendo: me di-verti muito nos 3 primeiros anos de Poli, e agora estou levando a sério o final da minha formação. França - A maior? Acho que é a internacionalidade. Paris é uma cidade internacional, e a Ponts reflete bem isso. Discutir em francês com um chinês enquanto do seu lado tem gente falando catalão, falar português no bandeijão e um francês entender e puxar assunto... a troca de culturas é na minha opinião interessantíssima e enriquecedora. Alemanha - A primeira grande diferença é com relação a São Paulo. A cidade aqui é pequena, você não perde mais de 10 minutos indo de um lugar a outro. Tudo é feito de transporte público, a pé ou bicicleta. O estilo de vida é completamente diferente.Quanto à faculdade, TUDO é diferente. A maneira como é organizado o semestre, as matérias, a qualidade do material fornecido pelos profes-sores. No resultado final, a maior diferença que eu vejo com relação à Poli é que aqui cada um pode sair com um currículo diferente – pelas optativas e pela especialização - , mas ao mesmo tempo todos tem uma formação de base muito ampla – por causa das obrigatórias em direito e

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Centro Acadêmico da Engenharia de Produção - CAEP

8- Qual o nível de dedicação da universidade? Quanto tempo livre você tem? Há muitas opções de

lazer?

Itália - Tem outro politécnico que faz Gestionale comigo e o nosso cronograma de estudos no semestre funciona da seguinte forma: muitas viagens nos 3 primeiros meses, no mês 4 estudamos muito mais do que estudávamos no biênio, e no mês 5 continuamos estudando e fazemos as provas. A dificuldade das provas é que cai toda a matéria do semestre. Então tem muita matéria para estudar. Como dá para ver, eu tenho muito tempo livre. A carga horária na semana não é puxada (e como eu não perco 1 hora no trânsito, fica mais tranquilo ainda). Tem baladas de quarta a domingo, algumas uni-versitárias outras não. A maioria das baladas é de graça para entrar e você paga o que bebe lá dentro. Se tiver que pagar para entrar, será 10 euros. Mas a bebida é muito barata no mercado, então dá para encher a lata antes de entrar na festa (por exemplo, whisky red label 10 euros, vodka absolut 9 euros...só a cachaça é cara). E tem linhas de ônibus que rodam de madrugada para levar os bêbados para suas respectivas casas! França - Como diria o grande Lemos, a produção é tão coxa quanto você quiser. Aqui, entre o esquema que vocês já conhecem de trabalhinhos e uma ou outra matéria que você já fez, dá pra viver tran-quilo. A semana é médio carregada (claro, se você pegar mil optati-vas vai ficar pesado). Mas dá pra viver tranquilo. Algumas aulas (mais no 1º semestre) tem nota por presença. Ou seja, não pode faltar mas também só de vir você já passou. Na Ponts em geral (muito) pouca gente bomba. E na Produção nem rec o pessoal pega. Sobre o lazer: Intercâmbio é por definição uma época de via-gens, baladas e etceteras. Cervejadinhas toda segunda e quarta, 2 grandes festas e al-gumas pequenas na escola. Balada Erasmus toda terça, quinta, sábado. Balada de estudante / normal todo dia. E bares, restaurantes, óperas, teatros, cinemas, parques, museus. Escolha um - ou faça todos e não durma nunca. Paris é uma cidade grande, talvez menos que SP mas não fica muito atrás. E os brasileiros e espanhois estão sempre caçando pro-grama. Alemanha - Aqui o semestre funciona assim: 3 meses “com aula” e 3 meses “sem aula”. Nos 3 meses com aula, a presença não é ob-rigatória a não ser nas aulas de idiomas. Mesmo se você for a todas as aulas, sobra um tempo absurdo no seu dia. Não tem muitas festas da faculdade, e baladas também não são o forte de Darmstadt. O melhor a fazer é se reunir com os amigos pra tomar umas cervejas (muito melhores auqi do que no Brasil), fazer um churrasco e dar risada, es-quema bem tranquilo. Já nos 3 meses “sem aula”...bom, é nesse período que são mar-cadas as provas. Tem as provas escritas, que tem datas fixas definidas pe-los professores, e tem as provas orais (bem mais fáceis!), que você marca a data. Dependendo da sua sorte, dá pra ficar com 2 meses e meio de

Matéria da Capaférias e viajar MUITO! (foi o que eu fiz, porque na Produção geralmente você consegue dar essa sorte!).

9- Conte-nos um pouco sobre como é o seu dia-a-dia.

Itália - Meu dia-a-dia: acordo geralmente as 9, mesmo tendo aula as 8:30 (é o mais cedo que começa uma aula). Demoro 10 minutos para ir para a faculdade de ônibus. Tenho a opção de ir de bicicleta co-munitária também. Assisto as aulas da manhã, almoço, assisto as aulas da tarde (quando tem, e se tem geralmente acaba por volta de 16-17), volto para casa e relaxo... posso ir para a academia, para o parque, estu-dar, dormir, beber umas cervejas, fazer compras, fazer faxina. O dia varia muito. Vale lembrar que no verão anoitece por volta de 9-9:30 da noite, então o dia fica muito longo! Bom, espero poder ter ajudado. Quem ti-ver alguma duvida pode entrar em contato! Meu e-mail é [email protected]. Abraços e beijos! França - No primeiro ano (morando na escola): acordar 8:20 pra aula das 8:30 (2 minutos a pé). Bandeijão dentro da escola, às vezes curso de línguas no almoço. Outra aula à tarde, às vezes outra aula à noite (até 19:30 de quarta). De segunda e quarta dar um salve na “cervejada” na escola. De quinta e sexta ir à noite pra Paris, bar / balada / restaurante / casa de veteranos... E no fds no começo rola turismão ou viagens.Nos 3 meses / 1 ano de estágio, trabalhar de segunda a sexta e sair muito de sexta a domingo (e às vezes de segunda a quinta). E viajar pra gastar o salário. No último ano (morando em Paris): acordar mais cedo pra aula (40 minutos de metrô). Voltar direto, jantar em casa / por aí, passar na casa dos outros, se locomover de bicicleta. No fim de semana sair, descansar no Jardim de Luxemburgo...Não existe intercâmbio ruim, ruim é não fazer intercâmbio! Duplo di-ploma ou aproveitamento, 6 meses ou 3 anos, na França, na Itália, na Alemanha ou onde for, venha! Realmente vale a pena. Meu email: [email protected]. Nos vemos na Eu-ropa! Alemanha - As aulas geralmente começam às 9h50 (rara-mente às 8h30, que é o mais cedo possível). Demoro 10 minutos para ir para a faculdade de ônibus, ou 5 pra ir de bicicleta (extremamente aconselhável ter uma!). Assisto às aulas, almoço no mensa (que sempre tem uma mesa com os brasileiros), vou pra academia (10 minutos da TU), volto pra casa...e sempre sobra MUITO tempo livre pra fazer o que quiser. Tem algumas pequenas obrigações como ir ao supermercado, limpar a casa, cozinhar, que tomam tempo também. Mas em geral é tudo muito mais tranquilo do que no Brasil. Bom, espero ter ajudado! Eu sei como é angustiante o período “pré – intercâmbio”, mas vale MUITO a pena. É uma experiência im-perdível, seja pelo tempo que for. E dois anos...passam muito rápido! De verdade. Fica a dica. Qualquer dúvida sobre a cidade, o curso, o processo seletivo, etc, é só mandar um email ([email protected]) – tentarei ajudar emtudoqueforpossível.Boasorte!=)

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4º TRIMESTRE - 2012 O PATRÃO Centro Acadêmico da Engenharia de Produção - CAEP

Em junho deste ano, o CAEP realizou, junto com o Centro de Engenharia Elétrica (CEE), a primeira versão da festa “Loucura On The Beach”, cujo nome se refere aos drinks tradi-cionais de cada centrinho – Caep Loucura e Sex On The Beach. Compareceram ao evento mais de 300 pessoas, e pode-se dizer que a festa foi um sucesso.

Em novembro de 2011, a nova vivên-cia da Poli foi palco do primeiro Coquetel de Membros e Ex-membros do CAEP, com o objetivo promover o reencontro entre alunos e ex-alunos que fizeram parte de gestões pas-sadas e a confraternização destes com os atuais membros do centro acadêmico. O evento con-tou com a presença de vários veteranos for-mados, incluindo ex-presidentes, e com uma breve apresentação da gestão atual e de seus projetos e eventos mais recentes. Tivemos a participação do ex-presidente de 2007, Rafael Arb (Frango), falando um pouco sobre o nosso centrinho. Houve também o sorteio entre os veteranos de um kit exclusivo contendo uma camiseta da gestão 2011, blusão e outros arti-gos personalizados. Ao fim, como não pode-ria faltar, tivemos uma pequena degustação de ‘CAEP Loucura’, bebida de sabor inigualável, criada e adaptada pelos próprios integrantes do CAEP. Este ano, o evento ocorrerá no dia 22 de novembro, no mesmo local, e promete to-mar proporções maiores. Estamos nos esfor-çando para obter a presença de mais veteranos, os quais receberão por correio um convite for-mal do coquetel, enfatizando a importância de sua presença. Uma outra novidade em relação a 2011 é que, neste ano, os funcionários do de-

partamento da produção também serão convidados. O evento, a nosso ver, é uma oportunidade única tanto para os veteranos quanto para os jovens produteiros, de forma que preten-demos torná-lo mais uma tradição do CAEP. Assim, esperamos que

você, produteiro, não perca essa chance de conhecer veteranos formados de 2011 aos anos 90, e compareça ao coquetel. Esperamos você lá!

Alan Mendes - 2o ano Engenharia de Produção

II Coquetel de Membros e Ex-membros do CAEP

EventosLoucura on the beach Ultimate Drinking Championship

Insana: essa é, certamente, a palavra que melhor descreve a UDC, criada neste ano pelo CAEP em conjunto com o CEE (Elétrica) e a AEQ (Química). Surgiu a ideia de realizarmos um campeonato de jogos com bebida, os famosos “Drinking Games”, e logo a colocamos em prática, em proporções muito maiores do que as esperadas. O que era para ser uma simples disputa etílica, logo se tornou uma festa, e mais uma vez a Sher-wood se viu repleta de politécnicos, uspianos, e gente de todo o canto. O campeonato contou com 4 categoria de jogos: descarga, giro, beer pong e flip cup. A equipe vencedora teve, como prêmio, 4 garrafas: uma de vodka, uma de absinto, uma de tequila e outra de whisky. Fotos do evento podem ser encontradas no perfil do CAEP do facebook, vale a pena checar!Confira os vencedores do campeonato:

Veteranos reunidos no coquetel em frente à tela onde foi feita a breve apresentação da gestão.

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4º TRIMESTRE - 2012 O PATRÃO Centro Acadêmico da Engenharia de Produção - CAEP

XI Congresso dos Estudantes da USP

Comissão da Verdade da USP

Ocorreu em agosto o XI Congresso dos estudantes da USP, cuja função é orientar as decisões do Movimento Estu-dantil durante os próximos dois anos. A produção esteve representada por três delegados: eu e Victor Lira, do terceiro ano, e Raphael Straatman do segundo. Em nossa opinião, o congresso foi limitado como instrumento em favor dos estudantes por três motivos: mui-ta energia desperdiçada com a forma do próprio congresso (infinitas discussões sobre tempo de fala, votação para ver se haverá votação, etc.), prioridade de discussões sobre assuntos sobre o qual o congresso não tem nenhum poder (como a ex-propriação das propriedades privadas, sem indenização aos “capitalistas”), e muito tempo gasto com as discordâncias do movimento, em detrimento dos pontos unânimes – um plano para uma melhor iluminação, como sempre, não foi devidam-ente debatida. Ainda assim, apesar de todos os defeitos, acredito que podemos dizer que o debate foi um sucesso, ao menos par-cialmente. Setores que nos últimos anos estavam se isolando da universidade (como a própria Poli) estavam presentes. O número de delegados (e de ouvintes) foi muito maior do que o de congressos passados. E isso é bom. Digo que essa presença é boa, pois somente com um diálogo entre as diversas opiniões presentes na universidade podemos construir um movimento estudantil realmente representativo dos estudantes. Ano passado vimos uma forte

A USP foi palco de inúmeros acontecimentos durante o período da ditadura cívica militar brasileira, fornecendo lis-tas de “suspeitos” para os organismos do regime, instaurando inquéritos, realizando cassações, eliminações, prisões, assas-sinatos e demissões compulsórias de estudantes, professores e funcionários técnico-administrativos. Estima-se que dos aproximados 500 desaparecidos políticos durante a ditadura, 40 eram funcionários, professores ou alunos da Universidade de São Paulo (USP). Marcos desse momento na Universidade foram a im-plementação de uma comissão secreta destinada a produzir relatórios sobre “atividades suspeitas”, criada pelo então reitor Gama e Silva, a invasão e depredação da Faculdade de Filoso-fia, na Maria Antonia, e a desocupação do CRUSP, que prendeu cerca de 80 estudantes. A Escola Politécnica da USP, nesse mesmo período, configurou-se como centro articulador em inúmeros mo-mentos da luta contra a ditadura, auxiliando no movimento nacional pela democratização do país. A Casa do Politécnico (CADOPÔ) era utilizada como refúgio político e, também, para reuniões de grupos contrários ao sistema vigente, o Grupo de Teatro Poli Atual (GTPA) era um forte núcleo de ativação política dentro da Universidade e o Grêmio da Poli também foi foco de atuação e contestação. Infelizmente, inúmeros foram também os estudantes, professores e funcionários desaparecidos, assassinados e cas-sados da Escola Politécnica, tal qual o caso dos alunos Luiz Fogaça Balboni, Olavo Hansesn, Manoel José Nunes Mendes de Abreu, Lauriberto José Reys, e Marcelo José Chueiri e dos professores Marco Antônio Mastrobuono e Paulo Guimarães

oposição ao diálogo, vinda de ambos os lados, e isso é o oposto ao que devemos buscar em uma universidade. Por isso, con-sidero que a abertura ao diálogo que estamos observando esse ano, ainda que embrionária, é extremamente benéfica. Quanto às resoluções do congresso, posso afirmar que a maior parte não nos agradou. Seja pela sua leviandade, seja pelo conteúdo oposto às necessidades dos alunos. Claramente, isto não é válido para todas as resoluções, mas infelizmente é o caso da maioria. Infelizmente, não há espaço aqui para comentar mais detalhadamente sobre elas, mas para quem quiser ler o caderno de resoluções na íntegra, ele está disponível no site do DCE (link no final do texto [1]). Eu também fiz uma relatoria no grupo do facebook CAEPolítica, com minhas opiniões pessoais sobre algumas resoluções [2]. Finalmente, esperamos que essa abertura ao diálogo e a inserção do politécnico nos debates com a comunidade USP se ampliem nos próximos anos. Daqui a poucas semanas ter-emos as eleições para o DCE, esperamos ver um debate de ide-ias, com a participação de todos os alunos, e, principalmente, visando atender aos interesses dos estudantes, como deve ser.[1] http://www.dceusp.org.br/xicongresso/wp-content/up-loads/2012/09/caderno-de-resoluções2.pdf[2] http://www.facebook.com/groups/caepolitica/perma-link/348673911893993/

Luiz Piccini - 3o ano da Engenharia de Produção

da Fonseca. Suas histórias e nomes, contudo, não são lembra-das pela Universidade, e esforço algum foi realizado pela insti-tuição de evitar esses acontecimentos, prestar apoio às famílias, ou de exigir esclarecimentos, reconstituindo suas memórias. Entendendo a necessidade de rever esses acontecimen-tos, que a memória de nossos colegas e professores deve ser preservada e reconstituída, que não vivemos mais sob a dita-dura, e, levando em conta, que as pressões políticas que levaram a omissões e ao envolvimento da USP não devam mais existir em um espaço comprometido com os valores democráticos e os direitos humanos, foi construída durante todo o primeiro semestre a Campanha pela Comissão da Verdade da USP. Construída pelo Fórum pela Democratização da USP durante todo o primeiro semestre a campanha que hoje, conta com milhares assinaturas de docentes, funcionários, alunos e apoiadores, endossando a reivindicação por memória e ver-dade, e hoje se encaminha para um novo passo; o de requerer à Reitoria a instalação de uma Comissão da Verdade da USP, que seja dotada de autonomia e independência, destinada a exami-nar e esclarecer as graves violações de direitos humanos ocor-ridas durante a ditadura militar, entre 31 de março de 1964 e 15 de março de 1985. O ato acontecerá no próximo dia 07 de novembro, às 17h, no Auditório do Instituto Oceanográfico da USP, e convi-damos a todas e todos a participarem dessa atividade e se soma-rem pela busca da memória, verdade e justiça.

Ana Araújo - Estudante de Letras, na FFLCH, participa do Fórum Aberto pela Democratização da USP

A eng. de Produção e...

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4º TRIMESTRE - 2012 O PATRÃO Centro Acadêmico da Engenharia de Produção - CAEP

Amigos da Poli O Fundo Patrimonial Amigos da Poli, apesar de ter sido fundado legalmente no final do ano passado, tem sua ori-gem datada no final de 2009. A ideia veio de um grupo de ex-alunos, que buscava um modelo de apoio à Poli que fosse sus-tentável, inovador e pudesse quebrar paradigmas nas relações de apoio à escola pública. Após meses de pesquisa e trabalho, em outubro de 2011, era formada a Associação Fundo Patrimonial Amigos da Poli e esperamos neste artigo apresentar para os alunos qual sua função e como ele ajudará a Poli no futuro. O Amigos da Poli é uma instituição sem fins lucrativos que tem por objetivo apoiar o desenvolvimento humano, técnico e científico da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e contribuir para a formação de engenheiros cada vez mais qualificados. Suas atividades consistem em captar doações e aplicar na Poli os recursos oriundos do investimento dessas captações, de forma a manter preservado o valor inicialmente investido e gerar uma forma de financiamento perene para a Escola, assim como outras iniciativas de fundos patrimoniais mundo afora. Seu diferencial reside no fato que a Associação é, do ponto de vista jurídico, independente da Poli e permite que seus associados opinem e decidam sobre o futuro da Asso-ciação. Esta iniciativa zela pela preservação do caráter público da Universidade de São Paulo e pela manutenção de sua total autonomia política, financeira e administrativa. O funcionamento do Amigos da Poli é simples e baseado em fundamentos de transparência e excelência em gover-nança corporativa. Uma vez lançados os editais, qualquer membro da comunidade politécnica pode submeter seu projeto para avaliação do fundo. Após uma análise criteriosa pela Diretoria e Conselho Deliberativo, serão eleitos aqueles com capacidade de agregar maior valor para a Escola Politécnica. Caberá aos responsáveis por cada projeto apresentar, periodica-mente, a evolução e os resultados com base em metas estabelecidas previamente com a Associação. O aporte de recursos será vinculado a este processo de prestação de contas. Segue abaixo um esquema que ilustra o funcionamento do Amigos da Poli.

Esta estrutura fez com que a Associação ganhasse credibilidade perante doadores, resultando em uma bem sucedida captação inicial junto a alguns dos principais empresários e executivos que a Poli já formou, como Roberto Setubal (Itaú-Unibanco), Pedro Passos (Natura), Luis Stuhlberger (Credit Suisse Hedging Griffo), Rubens Ometto (Cosan), dentre diver-sos outros. No final de fevereiro deste ano houve o evento de lançamento, que contou com presenças ilustres, como do politéc-nico e prefeito de São Paulo, eng. Gilberto Kassab, do CEO da Porto Seguro, Jayme Garfinkel, do CEO do Grupo Ultra, Pedro Wongtschowski, e do grupo de doadores iniciais que viram a importância do projeto e forneceram seu apoio desde antes da sua existência. Este movimento de apoio a Escola também trouxe a atenção da mídia, gerando reportagens em veículos de grande circulação, como o Valor Econômico e a Revista Exame. Hoje, já temos captados mais de R$ 4 milhões, fato que nos dá a expectativa de termos rendimentos suficiente para iniciarmos o lançamento de editais em 2013. O intuito deste artigo não é apenas informar para a Poli e para a Produção como funciona o Fundo Patrimonial Amigos da Poli. O que se espera é chamar toda a Comunidade Politécnica para participar deste trabalho conosco. Contamos com a participação de todos quando estivermos com os editais abertos, tanto na divulgação quanto na submissão de projetos. O Amigos da Poli não é um grupo feito apenas de doadores, voluntários, ex-alunos, alunos, funcionários ou professores. Procuramos todos aqueles que se veem como Amigos da Poli.

Ricardo MilaniEngenheiro Mecatrônico ‘11

Diretor do Amigos da Poli

Política universitária

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Pro-História

Nesta nova seção d’O Patrão, relançaremos artigos de jornais antigos da Produção. No fim da década de 70, no período da ditadura civil-militar no Brasil, a Produção, organizada no Centro de Engenharia de Produção (CEP), publicava o jornal Pro & Contra, contendo desde artigos sobre o movimento estudantil na época, a política nacional e internacional até artigos sobre cultura e piadas sobre os professores (este último intitulado “Frases épicas”). Nesta estréia da seção, trazemos um artigo que avalia o período político-econômico do final dos anos 70, publicado no Pro & Contra de 1979, o número 4, no terceiro ano do jornal. Uma das charges que acompanha este artigo está na seção “Humor” desta edição d’O Patrão.

“Sobe um novo governo à revelia do povo brasileiro. Este veste-se de uma roupagem ainda mais moderna que o anterior. Em vez da distensão, agora temos a abertura do João. João que chega cheio de novidades, an-dando ao lado do “seu” povo, “concedendo anistia”, prom-etendo para logo mais a criação de novos partidos. É pena que ele ande na rua protegido, que a anistia seja parcial e que os novos partidos exija o fim do MDB. É de se sentir também que todas essas decisões sejam toma-das de forma francamente autoritária, anti-democrática, já que no parlamento a maioria da Arena só sabe dizer sim às ordens de seu “chefe”. Mas isto não responde o porque João anistiou uma parte dos exilados e presos, porque ele ex-tingue aquela agremiação que sempre esteve com os “presi-dentes revolucionários” nas horas mais difíceis, porque in-siste em ser chamado de João, o João do Povo. A resposta a todas essas dúvidas começa a ser re-spondida quando verificamos como anda economicamente o país. Depois de um período de maré alta de Delfim, onde o Brasil tinha um aparente crescimento econômico, veio o temporal revelando toda a fraqueza do milagre. E quem quiser dar a explicação só no petróleo está redon-damente enganado ou mal intencionado. Basta ver os da-dos econômicos (em particular a Balança de Pagamentos) para se constatar por exemplo que o país para exporatar é obrigado a mandar grandes somas para o exterior, seja na compra de matérias primas, seja no pagamento de Know-how. Atordoado pela crescemte dívida externa, o governo grita “exportar é o que improta” mesmo que para isso so-fram as plantações de arroz e feijão básicas na alimentação, e ganhe subsídios a de soja, que na mesa só serve como óleo. Como consta de qualquer manual de economia, a produção total de um país gera uma renda que deve ser distribuída a todos os integrantes produtivos. Após o mila-gre, essa renda que chamaremos de “bolo” diminui e como consequência alguém vai perder dinheiro.

Tão mexendo no meu bolso, teria dito no planalto o ex-ministro Severo Gomes, antes mesmo da expressão tornar-se famosa pela Globo. Desta vez a diminuição do bolo não atingiu apenas o operário (MOD), a professora, o funcionário, mas também gente importante, gente de grana alta. É claro que nada foi retirado dos bolsos das multina-cionais, dos bancos que compoem o setor financeiro. Afi-nal o que eles vão dizer da gente lá fora se começássemos a diminuir os seus ganhos e foi neste sentido que a União pagou todos os prejuízos que estas empresas sofreram du-rante as greves metalúrgicas. Voltamos então à política e o que temos é: um país que deve até as calças, um governo que após atos terroristas tem contra si toda a opinião pública nacional, que após o milagre tem contra si até uma parte de seus antigos alia-dos. Como não existe até hoje poder que paire acima dos conflitos da sociedade, como teria dito um dia um general “revolucionário”, é preciso ganhar força de sustenção para continuar. Então o João chama uma parte das posições que hoje lhe são oposição, para o aperto de mão da recon-ciliação. Oferece em troca uma certa liberalização do re-gime, tentando dar ao país uma aparência democrática tão oportuna no momento. Além disto consciente de que nas próximas eleições perderá o controle no parlamento, tenta autoritariamente extinguir os atuais partidos, chamando uma parte da oposição a compor ou ao Arenão ou o Par-tido Independente. Esta é sem dúvida uma parte da explicação dos fenômenos que ocorrem no dia a dia do país. A outra parte da história quem escreve é o movimento popular e democrático. São os estudantes recriando a UNE, os jor-nalistas, advogados, professores e os operários com suas gigantescas greves quem empurram o pobre João a con-cessões cada vez maiores. Hoje todos eles estão juntos com um objetivo comum: a real e efetiva democratização de nosso país.Comissão de imprensa”

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Balanço econômico do CAEPEconomia

Nobel de Economia 2012 Os economistas norte-americanos Alvin E. Roth, de 60 anos, da Universidade de Harvard, e Lloyd S. Shapley, de 89 anos, da Universidade da Califórnia, conquistaram no dia 15/10 o Prêmio Nobel de Economia de 2012. A honraria é um recon-hecimento pelos seus trabalhos sobre os mercados e a maneira de associar seus agentes, para otimizar a oferta e a demanda. “Este ano o prêmio recompensa um problema econômico central: como associar diferentes agentes da mel-hor maneira possível”, anunciou o Comitê Nobel. A láurea, cujo nome oficial é “prêmio do Banco da Suécia em Ciências Econômicas em memória de Al-fred Nobel”, será entregue em 10 de dezembro, em Estocolmo. Shapley e Roth realizaram suas pesquisas de forma indepen-dente, mas suas contribuições à economia são complementares, acrescentou a Academia Sueca das Ciências. “A combinação da teo-ria básica de Shapley e as pesquisas empíricas, e os experimentos e de-senhos práticos de Roth geraram um campo florescente de pesquisa e melhorou a atuação de muitos mer-cados”, completou. Durante o anúncio do Nobel, em Estocolmo, desta-cou-se que este é um prémio pela “engenharia econômica” e sobre como “desenhar um mercado que funcione bem”. Os dois investigadores debruçaram-se sobre as ligações entre diferentes agentes económicos, como estudantes com escolas ou doadores de órgãos com doentes. A Academia Real das Ciências da Suécia reconhece a Lloyd Shapley os contributos teóricos nos anos 1960, que Al-vin Roth “inesperadamente” adoptou duas décadas mais tarde quando desenvolveu investigação sobre o mercado norte-amer-icano para a colocação de médicos nos hospitais. Os métodos criados por Shapley, pioneiro da teoria

dos jogos, limitam os motivos dos agentes para manipular o processo de combinação, além de conseguir sempre uma aloca-ção estável. O matemático e economista americano foi capaz de mostrar como a estrutura específica de um método pode ben-eficiar de forma sistemática a uma ou outra parte do mercado. Roth entendeu que os resultados teóricos de Shapley podiam servir para esclarecer o funcionamento na prática de vários mercados importantes e demonstrou que a estabilidade é fundamental para entender o êxito de instituições particulares do mercado.

Tomando como base o al-goritmo de Gale-Shapley, ao qual introduziu modificações, Roth recriou com sucesso os métodos usados por instituições para em-parelhar por exemplo médicos com hospitais, estudantes com es-colas ou doadores de órgãos com pacientes que necessitam de um transplante. Uma professora da FEA-USP, Marilda Sotomayor, escreveu um premiado livro junto com Roth publicado em 1990, “Two side matching: a study in Game-theoretic modeling and analysis”.

Em maio de 2010, a Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA), realizou um evento em homenagem à publica-ção da obra, chamado “Roth e Sotomayor: 20 anos depois”. Em declaração ao site da FEA-USP, naquele ano, a professora explicou que “a teoria de matching faz uma ponte entre a teo-ria dos jogos e a pesquisa operacional”. Marilda e Roth tam-bém publicaram juntos um estudo no Journal of Economic Theory, em 1988, chamado “Interior points in the core of two-sided matching markets”.

Texto baseado em fragmentos extraídos de g1.globo.com, www.valor.com.br e economia.publico.pt

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PRO e Cia

Poesia Geométrica

Poesia Geométrica

Pontudo poliedroAo entrar numa equaçãoEncontrou um Rombóide exemplarDe ângulos sem parE negra simetria linear“Eureka!”, estremeceu.“Newton, me ajude de verdade,Que perco a gravidade!”Doido negreiro,Roçou o seu catetoNas quinas do parceiroE, ao se sentir enormeDisse baixinho, ao preto:“Meu Deus, que cuneiforme!”“Sou teu isógono”Disse o Rombóide, lacônico.“Mas pode me chamar de isogônico.”E os dois propuseram

E x MC2 - 3,1416 (24) x 69 ou seja477ª 15

Um teorema disformeEm carícias ardentes,Um amor trapeziformeBissectando linhas confluentes.Neste instante, porém, surgiu o Heptaedro.Que, com olhar oblíquo, gargalhou a verdade pendular,“Somos todos heterógonos.E isto um triângulo sexangular!”E, cheio de apetite,Propôs uma unidade tripartite.Mas repressão é coisa sériaElementos cheios de hidrostáticaSaltaram da quarta-matériaE, com força Kinética,Atacaram a proposta sexo-estética:“Prendam esse trio amoralPoligonalPor movimentos secantesRevoltantes.Gestos esféricosHistéricos,E atitudes contangentesIndecentes!

E não venham com lérias:Galileu já falavaDa excrescência das matérias“Amado Poliedro” gemeu o Rombóide.“Essas figuras obtusasVão nos meter na hipotenusa!”“Comigo aqui”Disse Poli“Ninguém te fará mal, reto ou oblíquo!”E, com socos ubíquosNos críticosGolpes elípticosEm moelasPernadas paralelasEm deltóidesE pontapés ovóidesEm umbigos,Se pôs a derrubar os inimigos.

A força de tal paixãoAtraiu num instanteA patrulha angular policitanteQue transformou os atacantes numa nuvem etéreaCom alguns rojões de antimatéria

Nossa história se encerraCom a vitória do Amor-VerdadeQue não explodeA população da Terra.

Millôr Fernandes

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Desafio de Bandas

Faaala Galera! Como em toda edição, segue aí um desafio de bandas! O objetivo é identificar o nome das bandas ou artis-tas, contidas no desenho em forma de charada, pedaços do logo ou outros! Cada banda ou artista tem sua imagem e está separado por um número, de 1 a 18. Entre os desenhos há bandas internacionais, nacionais e artistas famo-sos! Resolva sozinho ou com a ajuda de amigos, quebre a cabeça! Algumas outras dicas serão postadas no mu-ral de anúncios no CAEP em breve! Divirta-se!!

Alexandre Farber - Diretor de Comunicação - CAEP

Humor

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Desafio

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Humor

12 bolas, todas aparentemente idênticas, UMA com o peso diferente (nao se sabe se mais pesada ou mais leve que as outras). Uma balança de pratos suspensos. Como descobrir qual é a bola diferente e se ela

é mais pesada ou mais leve usando apenas 3 pesagens?

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