O papel dos aminoácidos na construção, manutenção e … · Coeficiente de eficácia proteica...

12
O papel dos aminoácidos na construção, manutenção e recuperação muscular. Aminoácidos são as unidades básicas da composição de uma proteína. Os aminoácidos essenciais são nutrientes indispensáveis à vida humana, uma vez que não podem ser sintetizados pelo organismo, devem ser periodicamente suplementados através da dieta. O organismo humano é incapaz de sintetizar cerca de metade dos 20 aminoácidos comuns e por este motivo devem ser obtidos pela dieta, pela ingestão de alimentos ou suplementos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e à Academia Nacional Americana de Ciências (NAS), oito aminoácidos são considerados essenciais para a nutrição humana (ou nove, dependendo da literatura consultada): Metionina; Valina; Isoleucina; Leucina; Fenilalanina; Triptofano; Lisina; Treonina 1 . A histidina e a arginina também são considerados aminoácidos essenciais, entretanto somente na infância, uma vez que mais tarde passam a ser sintetizados pelo organismo 1 . Fontes de proteína animal, como carne, peixes, ovos e leite proveem todos os aminoácidos essenciais. Plantas como a quinoa, semente de cânhamo, amaranto e soja também, embora a utilização deste aminoácido esteja influenciada pelo aminoácido limitante. Por exemplo: se uma fonte contêm todos os aminoácidos, mas tem uma quantidade muito pequena de lisina, o corpo humano só vai absorver os outros na proporção que a lisina for utilizada para síntese de proteínas, e os aminoácidos em "excesso" serão desaminados e transformados em açúcar ou gordura 2 . Dentre os aminoácidos essenciais, estão inclusos os três aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), ou seja, leucina, valina e isoleucina (presentes no composto). Estes são os mais abundantes dos aminoácidos essenciais. Além de seus papéis críticos como substratos para a síntese de proteínas, esses aminoácidos desempenham uma variedade de funções no organismo. Os BCAAs contribuem para o metabolismo de energia durante o exercício como fonte de energia e de substratos para expandir os intermediários do ciclo do ácido cítrico (anaprelose) e para a glucogênese 3,4 .

Transcript of O papel dos aminoácidos na construção, manutenção e … · Coeficiente de eficácia proteica...

O papel dos aminoácidos na construção,

manutenção e recuperação muscular.

Aminoácidos são as unidades básicas da composição de uma proteína. Os aminoácidos

essenciais são nutrientes indispensáveis à vida humana, uma vez que não podem ser

sintetizados pelo organismo, devem ser periodicamente suplementados através da

dieta. O organismo humano é incapaz de sintetizar cerca de metade dos 20

aminoácidos comuns e por este motivo devem ser obtidos pela dieta, pela ingestão de

alimentos ou suplementos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e à

Academia Nacional Americana de Ciências (NAS), oito aminoácidos são considerados

essenciais para a nutrição humana (ou nove, dependendo da literatura consultada):

Metionina;

Valina;

Isoleucina;

Leucina;

Fenilalanina;

Triptofano;

Lisina;

Treonina1.

A histidina e a arginina também são considerados aminoácidos essenciais, entretanto

somente na infância, uma vez que mais tarde passam a ser sintetizados pelo

organismo1.

Fontes de proteína animal, como carne, peixes, ovos e leite proveem todos os

aminoácidos essenciais. Plantas como a quinoa, semente de cânhamo, amaranto e soja

também, embora a utilização deste aminoácido esteja influenciada pelo aminoácido

limitante. Por exemplo: se uma fonte contêm todos os aminoácidos, mas tem uma

quantidade muito pequena de lisina, o corpo humano só vai absorver os outros na

proporção que a lisina for utilizada para síntese de proteínas, e os aminoácidos em

"excesso" serão desaminados e transformados em açúcar ou gordura2.

Dentre os aminoácidos essenciais, estão inclusos os três aminoácidos de cadeia

ramificada (BCAA), ou seja, leucina, valina e isoleucina (presentes no composto). Estes

são os mais abundantes dos aminoácidos essenciais. Além de seus papéis críticos como

substratos para a síntese de proteínas, esses aminoácidos desempenham uma

variedade de funções no organismo. Os BCAAs contribuem para o metabolismo de

energia durante o exercício como fonte de energia e de substratos para expandir os

intermediários do ciclo do ácido cítrico (anaprelose) e para a glucogênese3,4.

Além disso, os BCAAs servem com moléculas reguladoras (sinalização) que modulam

numerosas funções celulares, atuam como sinalizadores de nutrientes, regulam a

síntese e degradação de proteínas, a secreção de insulina, assim como no controle do

sistema nervoso central no consumo de alimentos e balanço energético. Entre os

BCAAs, a leucina atua como fator específico na síntese de proteínas em vários tecidos

incluindo músculo esquelético, fígado e tecido adiposo. A isoleucina atua como

regulador de nutrientes do metabolismo da glicose2,3,4.

A concentração de BCAA também difere em relação ao tipo de fibra muscular, sendo

20-30% maior em fibras de contração lenta em comparação àquelas de contração

rápida. Os BCAAs correspondem a cerca de 35% dos aminoácidos essenciais em

proteínas musculares e, uma vez que a massa muscular de humanos é de cerca de 40-

45% da massa corporal total, verifica-se que grande quantidade de BCAA está presente

em proteínas musculares4.

No que concerne ao exercício físico, esses aminoácidos estão envolvidos na fadiga

central, no balanço proteico muscular, na secreção de insulina, na modulação da

imunocompetência, no aumento da performance de indivíduos que se exercitam em

ambientes quentes e na diminuição do grau de lesão muscular4.

O aumento da disponibilidade de aminoácidos para a síntese proteica é

o principal mecanismo para o aumento do anabolismo de proteínas

musculares e isto é observado quando indivíduos consomem

aminoácidos5.

A ingestão proteica e a atividade física são os principais estímulos anabólicos para a

síntese de proteína muscular. O envelhecimento causa a perda de vários sinais

anabólicos para a síntese proteica muscular e esta resistência anabólica está associada

ao desenvolvimento da sarcopenia6.

Quando a produção muscular entra em crise

A sarcopenia pode ser definida como a perda da massa, força e/ou performance

muscular com o decorrer da idade, um processo complexo da síntese e quebra

muscular que é influenciado por vários fatores internos e externos7.

Um fator exacerbador da perda tecidual muscular na velhice é a baixa ingestão

proteica, entretanto novos estudos têm apresentado um novo termo ou fenômeno,

chamado de resistência anabólica, a qual não se sabe se ocorre pela digestão ou pela

absorção irregular das proteínas ingeridas7.

Os aminoácidos, sozinhos, estimulam a síntese muscular proteica em pacientes idosos,

entretanto, alguns estudos demonstram que a suplementação nutricional mista pode

falhar no aumento da massa muscular, uma vez que a resposta muscular ao

anabolismo proteico pela hiperaminoacidemia com hiperinsulinemia endógena está

desequilibrado na população idosa. Então, qual seria a quantidade ideal de proteínas

para um idoso ingerir diariamente? Nos pacientes idosos propensos à sarcopenia a

ingestão proteica considerada ótima encontra-se entre 1-1,2g/kg, divididos entre as

várias refeições. Há estudos ainda que demonstram que um plano dietético

contemplando 25-30g de proteína de alta qualidade diariamente é eficaz e

recomendado para a prevenção da sarcopenia6.

Em virtude do seu alto valor biológico, o composto nutricional

com multiaminoácidos é recomendado como suplemento

dietético de manutenção para aqueles indivíduos com ingestão

proteica inadequada, ou cuja sua absorção encontra-se

prejudicada, seja por causas fisiológicas, psicológicas ou sócio-

econômicas, para aqueles que necessitam maximizar a síntese

proteica corporal, para maximizar a força muscular, o

endurance e volume, e, ao mesmo tempo, reduzir o tempo de

recuperação muscular após o período de treinamento8.

Não importa: desde os atletas iniciantes aos campeões olímpicos, aqueles que têm 15

ou 70 anos, todos sempre irão experimentar resultados positivos com o aumento da

força muscular, logicamente, com resultados dependentes de acordo com a idade,

estado de saúde, e intensidade e frequência do trabalho de força realizado8.

Há diversos métodos para realizar a avaliação nutricional de proteínas, podendo ser

classificados em químicos, bioquímicos, biológicos e microbiológicos:

Coeficiente de eficácia proteica (CEP);

Coeficiente de eficácia proteica relativa (CEPR);

Razão proteica líquida (RPL);

Razão proteica líquida relativa (RPLR);

Razão proteica líquida relativa corrigida (RPLR corrigida);

Utilização de nitrogênio (NNU);

Utilização de nitrogênio relativa (NNUR)8.

Em indivíduos adultos saudáveis, uma refeição com alto teor de proteínas é conhecida

por aumentar a taxa de filtração glomerular mediada pelo aumento global no fluxo

sanguíneo renal resultante da dilatação arteriolar aferente. Entretanto, é aceito que

pacientes com doenças renais crônicas podem progredir para estágios avançados da

doença mais rapidamente se eles consumirem dieta de alto valor proteico por um

período de tempo prolongado, entretanto, quando modelos animais são estudados,

observa-se que a infusão de aminoácidos em curto prazo pode proteger os rins do

insulto agudo isquêmico. Estes efeitos nefroprotetores podem ser preservados nas

doenças crônicas9.

As proteínas obtidas pela alimentação fornecem entre 16-48% de NNU (Triple-

Crossover Net Nitrogen Utilization, ou em outras palavras, a utilização da proteína

líquida). O composto nutricional com multiaminoácidos apresenta um perfil de

aminoácidos que promove 99% de NNU, o que significa que 99% dos aminoácidos

fornecidos atuam como precursores da síntese de proteínas (os “building blocks”). Este

percentual de NNU é considerado o maior encontrado em uma formulação com

aminoácidos, bem como supera toda a forma de proteína ingerida pela dieta,

conforme apresentado a seguir:

NNU NOS DIFERENTES TIPOS DE ALIMENTOS10

Composto Nutricional com Multiaminoácidos

99% de NNU

Proteína do Ovo 48% de NNU Whey Protein 16% de NNU Proteína da Soja 17% de NNU Caseína 16% de NNU Leite 16% de NNU

O composto nutricional com multiaminoácidos, quando administrado no lugar das proteínas da dieta também contribui com a melhora da função renal e hepática,

uma vez que a sobrecarga de estresse nestes órgãos é reduzida.

Outra vantagem deste composto nutricional com multiaminoácidos é que 1g do

produto fornece a síntese proteica equivalente a 350g de carne vermelha, peixe ou

frango, mas seu valor calórico é praticamente zero (4 calorias), especialmente

recomendado para aqueles indivíduos que necessitam ganho de peso ou sua

manutenção, e ao mesmo tempo desejam controlar a gordura corporal. E mais: sua

absorção leva 23 minutos após a sua ingestão, sendo que para se digerir uma proteína

obtida da alimentação levam-se cerca de 3-4 horas. O composto nutricional com

multiaminoácidos induz minimamente a estimulação das secreções intestinais, uma

vez que atuando completamente como uma proteína dietética catabolizada, sendo

absorvida sem a necessidade das peptidases – prevenindo a sobrecarga das funções

digestivas e sendo indicado para pacientes com desordens gastrintestinais, incluindo

gastrectomia – sua liberação de catabólitos de nitrogênio é de apenas 1%,

diferentemente das proteínas dietéticas, que podem fornecer entre 52-84 destes10.

Ao contrário do que acontece com a digestão proteica alimentar, que está relacionada

ao aumento do bolo fecal e elevada flatulência, a suplementação com aminoácidos

contendo 99% de NNU não produz resíduo fecal, sendo especialmente indicado para

aqueles pacientes com diarreia, digestão irregular, desordens gastrintestinais

secundárias, incluindo os pacientes com constipação. Uma dieta para a perda de peso,

para ser segura e efetiva, deve reduzir a porção de ingredientes não-essenciais para

obter o balanço negativo de energia necessária para induzir o catabolismo do tecido

adiposo, e também proporcionar as quantidades necessárias dos nutrientes essenciais,

como aminoácidos, vitaminas, minerais, elementos traço e ácidos graxos essenciais, de

forma que garanta a saúde e uma vida produtiva10.

Entretanto, a maioria das dietas para perda de peso falha em fornecer a quantidade de

proteína requerida diariamente (PRD) pelo seguinte dilema: se a dieta fornece a PRD,

calorias indesejadas também podem ser fornecidas, fazendo com que a perda de peso

seja mínima ou nem aconteça, especialmente em indivíduos sedentários. Como

resultado, por reduzir a ingestão calórica, a maioria das dietas para perda de peso

também reduzem a PRD, causando balanço negativo de nitrogênio, que leva à redução

das proteínas funcionais e estruturais, prejudicando a pele, músculos, tendões, ossos,

órgãos, anticorpos e algumas enzimas e hormônios10.

Em troca, podem ocorrer anormalidades físicas e psicológicas, pelo desequilíbrio do

sistema imunológico, com aumentado risco de infecções, diminuição do volume

muscular sob a pele, deixando-a flácida, com perda de sua textura e tônus normal,

causando estrias e flacidez; evidencia-se ainda aumento da queda dos cabelos e

fragilidade das unhas, redução da força muscular e redução do limite para a execução

dos exercícios que necessitam maior performance física; reduz a densidade óssea e

aumenta o risco de fraturas (e podendo ainda ser pior, levando à osteoporose). Este

processo ainda aumenta a retenção de água nos compartimentos intersticiais,

rapidamente proporciona aumento do peso corporal ao final da dieta para a perda de

peso, o que é caracterizado como o efeito sanfona10.

Estudo avalia o uso da suplementação de aminoácidos em pacientes

obesos10.

Neste estudo, 500 pacientes obesos (407 mulheres e 93 homens) foram avaliados

durante 30 semanas consecutivas. Todos os pacientes foram orientados a seguirem

com uma dieta estabelecida previamente, dividida entre: café da manhã, almoço,

jantar e ceia. Com exceção da ceia, nas outras três refeições, os pacientes ingeriam um

composto nutricional com multiaminoácidos em substituição à proteína da dieta, bem

como foram orientados sobre o consumo correto de alimentos, as trocas permitidas,

tiveram acompanhamento das suas atividades físicas. Ainda: os pesquisadores

orientaram os pacientes que caso a ingestão alimentar fosse realizada abaixo do

recomendado, os mesmos sentiriam fome, fraqueza, dores de cabeça e cetose, assim

como a perda da libido.

RESULTADOS OBTIDOS AO FINAL DAS 30 SEMANAS (MÉDIA DOS VALORES):

Peso inicial: 80,6 ± 16,6 kg Peso final: 73,5 ± 15,2 kg Perda de peso por semana: 2,4 ± 0,9kg Perda de peso na primeira semana: 3,5 ± 1,3kg IMC inicial: 29,6 ± 5,3 kg/m2 IMC final: 27 ± 4,8 kg/m2

RELATOS DA QUALIDADE DE VIDA:

Parâmetro Resultado Fome 4% Fraqueza 5% Dor de cabeça 0% Constipação 0% Redução da libido 0% Textura da pele 77% de melhora x 23% sem mudanças Qualidade dos cabelos 77% de melhora x 23% sem mudanças Qualidade das unhas 77% de melhora x 23% sem mudanças Estrias, flacidez, unhas frágeis, flacidez nos seios

Ausente em 100%.

ACOMPANHAMENTO APÓS 90 DIAS

Peso inicial: 76,3 ± 12,9 Peso final: 73,3 ± 11,8 Variação de peso: -1,2 ± 4,5

ACOMPANHAMENTO APÓS 180 DIAS Peso inicial: 74,2 ± 13,4 Peso final: 72,9 ± 12,6

Variação de peso: -1,2 ± 2,5

Considerações importante sobre a administração de aminoácidos em substituição à

proteína na dieta:

A suplementação na dose de 400mg/kg/dia como única fonte de proteína foi

adequada para manter o balanço de nitrogênio.

Confirmou-se, através deste estudo, que os pacientes obtiveram melhoras em

vários aspectos relacionados à pele e cabelos.

A dieta restritiva, associada ao consumo de aminoácidos não promoveu o

efeito sanfona;

Como os participantes foram orientados a praticar entre 30 minutos à uma

hora de atividade física por dia é provável que a perda de peso também esteja

associada a este fator, entretanto, em estudos anteriores foi demonstrado que

a perda do excessivo tecido adiposo, obtida pelo balanço energético negativo,

relacionado é um fenômeno relacionado à gordura/energia, e a perda de peso

excessiva relacionada ao compartimento intersticial, obtida pelo equilíbrio do

balanço de nitrogênio, não é um fenômeno relacionado à gordura/energia.

Pode-se concluir que a administração de uma formulação rica em aminoácidos,

em conjunto às modificações na dieta e exercícios físicos pode proporcionar

perda de peso segura e eficaz, uma vez que mantém o equilíbrio do balanço de

nitrogênio e previne a redução de proteínas funcionais e estruturais.

Anteriormente, um estudo menor foi conduzido com 114 participantes com

sobrepeso, com idade média de 43 anos. Neste estudo os pacientes seguiram às

mesmas recomendações do estudo anterior, com a diferença que utilizaram dose

maior do composto de aminoácidos, e o estudo teve duração de apenas 3 semanas11.

Neste estudo os mesmos pesquisadores já haviam concluído que a dose diária de 10g

do composto, em uma das refeições, como substituto dietético da proteína na refeição

em quem o mesmo era administrado reduziu, em média, 1,4kg por semana, mantidos

mesmo após 12 semanas de término do estudo, comprovando a ausência do efeito

sanfona e ausência de efeitos colaterais (dor de cabeça, falta de libido, constipação,

fraqueza ou fome).

RESULTADOS OBTIDOS AO FINAL DAS 3 SEMANAS (MÉDIA DOS VALORES):

Peso inicial: 74,0 ± 12,5 kg Peso final: 69,9 ± 11,9 kg Perda de peso por semana: 1,4 ± 0,2kg Perda de peso na primeira semana: 3,5 ± 1,3kg IMC inicial: 27,4 ± 4,4 kg/m2 IMC final: 25,9 ± 4,2kg/m2

Blend de aminoácidos na atividade física

Exercício de resistência é um modo comum de treino e é considerado parte integrante

do regime de treinamento dos atletas. Embora muitos exercícios de resistência exijam

contrações de encurtamento e alongamento, têm sido considerados que o exercício de

contrações de alongamento são estímulos potentes para a adaptação neuromuscular

em relação às contrações encurtamento. Como consequência, muitos atletas

rotineiramente incorporam essa modalidade de exercícios com o objetivo de

maximizar as possíveis adaptações das contrações de alongamento. No entanto, as

contrações de alongamento, particularmente quando altas forças são geradas, danos

musculares induzidos pelo exercício (EIMD) se fazem presentes podendo durar dias

após seu aparecimento. Estes danos se manifestam como redução na função

neuromuscular, redução no alcance do movimento, aumento da dor muscular, inchaço

dos membros e elevação das proteínas intramusculares no sangue. Estes sinais e

sintomas comprometem a função muscular e inibem o potencial em exercícios de alta

intensidade nos dias subsequentes, o que usualmente se faz necessário em populações

de atletas12.

Estudo comparativo13 avalia dois grupos de atletas experientes de Track

and Field e o uso de um composto de aminoácidos como substituto

proteico.

20 atletas foram randomizados em 2 grupos:

1) Grupo de estudo (8 homens e 2 mulheres): administraram 10g do composto de

aminoácidos, uma vez ao dia, durante os dias de treinos leves, e 20g ao dia

durante os dias de treinos intensos.

2) Grupo controle (8 homens e 2 mulheres): os atletas realizaram o mesmo

roteiro de atividades físicas, entretanto, não administraram o composto com

aminoácidos.

Os pesquisadores concluíram que a administração de aminoácidos como substituto de

proteínas:

1) Aumenta a massa muscular, força e endurance;

2) Reduz a massa gorda;

3) Aumenta a taxa de metabolismo basal;

4) Promove maior aumento da performance da musculatura secundária;

5) Aumenta o clearance de lactato hematológico e muscular, o que permite maior

performance muscular e recuperação muscular mais rápida após a atividade

física.

Diversos estudos, utilizando tanto humanos quanto animais têm apresentado que a

taxa da síntese proteica é geralmente reduzida durante o exercício. Após este, a

síntese proteica aumenta por até 48 horas antes de chegar ao declínio e alcançar os

valores basais. Mesmo em repouso, a síntese de proteína muscular é aumentada após

um exercício de resistência. Isto sugere que o exercício, por si, estimula esta síntese14.

Se o treinamento de resistência ou endurance é seguido pela ingestão de carboidratos,

ou carboidratos e proteína, há um expressivo aumento da síntese de proteínas

musculares. Este ponto é importante para relacionar o efeito sinérgico da ingestão

alimentar e o exercício, particularmente se essa ingestão ocorre no final do exercício.

Uma das explicações para o efeito do alimento é que ocorre aumento da concentração

da insulina no sangue14.

Recentes estudos também demonstraram que a ingestão de uma mistura contendo

aminoácidos após o exercício de resistência estimula a síntese proteica muscular, sem

levar ao aumento da insulina. Estes estudos sugerem que apenas aumentando a

concentração de aminoácidos no sangue consegue-se estimular a síntese proteica pós-

exercício, como um efeito em massa14.

A suplementação de mistura de aminoácidos essenciais e não-essenciais pós-exercício

de resistência aumenta as concentrações arteriais destes em aproximadamente 150-

640%, com significativo aumento do balanço de proteínas da rede muscular14.

Uma vez que o balanço da rede de proteínas é similar para os aminoácidos essenciais e

não-essenciais, acredita-se que não seja necessário incluir aminoácidos não-essenciais

numa formulação em que se deseja resposta anabólica pós-exercício.

O autores concluíram que a ingestão de aminoácidos essenciais resulta em mudanças a

partir da rede de degradação de proteínas musculares para uma rede com síntese de

proteínas musculares após exercício de alta resistência, sugerindo que a

hiperaminoacidemia a partir da ingestão de aminoácidos é um método efetivo para

maximizar o efeito anabólico do exercício.

A suplementação oral de aminoácidos é tão efetiva quanto a

infusão destes aminoácidos quando o objetivo é estimular a

hiperaminoacidemia e a síntese da rede proteínas

musculares14.

COMPONENTES PRINCIPAIS DO COMPOSTO MULTIAMINOÁCIDOS

L-Leucina L-Valina

L-Isoleucina L-Lisina

L-Fenilalanina L-Treonina

L-Metionina L-Triptofano

Administrar antes ou após o treino?

A liberação dos aminoácidos na corrente sanguínea é significativamente maior quando

estes são administrados pré-treino, conforme estudos que avaliaram a taxa de

desaparecimento da fenilalanina, um indicador da síntese de proteína muscular a

partir de aminoácidos. Lembre-se: a administração deve ocorrer imediatamente antes

do exercício, pois isto maximiza a liberação destes componentes no músculo14.

A fadiga do músculo esquelético ocorre como resultado do exercício físico e leva à

diminuição acentuada no desempenho. O esgotamento dos recursos energéticos

necessários para a contração muscular, o acúmulo de produtos metabólicos e o

desequilíbrio do meio interno têm sido apontados como os principais fatores da fadiga

física. Fadiga induzida por um desequilíbrio do meio interno ocorre por causa do

acúmulo de ácido láctico e amônia produzidos pela contração muscular, e o acúmulo

destes é um fator limitante do desempenho em exercícios de moderada a alta

intensidade. Ou seja, ambos os agentes induzem diminuição da força dos músculos

esqueléticos devido à inibição acentuada da homeostase do pH no sarcoplasma15.

Em particular, devido à produção de amônia que consome quantidades significativas

de ácido inosínico, a capacidade de produção de trifosfato de adenosina (ATP) nos

músculos esqueléticos diminui. Em última análise, o acúmulo de amônia no músculo

esquelético induz fadiga muscular e está associada a uma diminuição no

desempenho15.

Literatura Consultada

1. Katsanos CS, Madura JA 2nd, Roust LR. Essential amino acid ingestion as an efficient

nutritional strategy for the preservation of muscle mass following gastric bypass

surgery. Nutrition. 2015 Aug 5.

2. Howatson G, Hoad M, Goodall S, Tallent J, Bell PG, French DN. Exercise-induced muscle

damage is reduced in resistance-trained males by branched chain amino acids: a

randomized, double-blind, placebo controlled study. J Int Soc Sports Nutr. 2012 May

8;9(1):20.

3. Yoshizawa F. New therapeutic strategy for amino acid medicine: notable functions of

branched chain amino acids as biological regulators. J Pharmacol Sci. 2012;118(2):149-

55.

4. Rogero MM, Tirapegui J. Aspectos atuais sobre aminoácidos de cadeia ramificada e

exercício físico. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas vol. 44, n. 4, out./dez.,

2008.

5. Manninen A et al. Protein melabolism in exercising humans with special reference to protein supplementation. Marraskuu, 2002.

6. Yanai H. Nutrition for Sarcopenia. J Clin Med Res. 2015 Dec;7(12):926-31. Hickson M.

Nutritional interventions in sarcopenia: a critical review. Proc Nutr Soc. 2015

Nov;74(4):378-86.

7. Murton AJ. Muscle protein turnover in the elderly and its potential contribution to the

development of sarcopenia. Proc Nutr Soc. 2015 Nov;74(4):387-96.

8. Silva Junior SI, Demonte A. Avaliação da qualidade nutricional da proteína do “leite de

soja” e do leite integral em pó. Ensaio experimental e discussão metodológica. Alim.

Nutr., São Paulo, 8: 105-120, 1997.

9. Doig GS, Simpson F, Bellomo R, Heighes PT, Sweetman EA, Chesher D, Pollock C, Davies

A, Botha J, Harrigan P, Reade MC. Intravenous amino acid therapy for kidney function

in critically ill patients: a randomized controlled trial. Intensive Care Med. 2015

Jul;41(7):1197-208.

10. Lucà-Moretti M, Grandi A, Lucà E, Muratori G, Nofroni MG, Mucci MP, Gambetta P,

Stimolo R, Drago P, Giudice G, Tamburlin N, Karbalai M, Valente C, Moras G. Master

Amino acid Pattern as sole and total substitute for dietary proteins during a weight-

loss diet to achieve the body's nitrogen balance equilibrium. Adv Ther. 2003 Sep-

Oct;20(5):270-81.

11. Lucà-Moretti M, Grandi A, Lucà E, Muratori G, Nofroni MG, Mucci MP, Gambetta P,

Stimolo R, Drago P, Giudice G, Tamburlin N. Master Amino acid Pattern as substitute

for dietary proteins during a weight-loss diet to achieve the body's nitrogen balance

equilibrium with essentially no calories. Adv Ther. 2003 Sep-Oct;20(5):282-91.

12. Howatson G, Hoad M, Goodall S, Tallent J, Bell PG, French DN. Exercise-induced muscle

damage is reduced in resistance-trained males by branched chain amino acids: a

randomized, double-blind, placebo controlled study. J Int Soc Sports Nutr. 2012 May

8;9(1):20.

13. Lucà-Moretti M, Grandi A, Lucà E, Mariani E, Vender G, Arrigotti E, Ferrario M, Rovelli

E. Comparative results between two groups of track-and-field athletes with or without

the use of Master Amino acid Pattern as protein substitute. Adv Ther. 2003 Jul-

Aug;20(4):195-202.

14. Manninen A et al. Protein melabolism in exercising humans with special reference to

protein supplementation. Marraskuu, 2002.

15. Demura S, Yamada T, Yamaji S, Komatsu M, Morishita K. The effect of L-ornithine

hydrochloride ingestion on performance during incremental exhaustive ergometer

bicycle exercise and ammonia metabolism during and after exercise. Eur J Clin Nutr.

2010 Oct;64(10):1166-71.