O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... ·...

40
AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA CURSO DE PÓS GRADUAÇAO MOTRICIDADE HUMANA E RECREAÇÃO COM ENFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL LAUDIR FIGUEIREDO AMARAL ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO ARAPUTANGA/2012

Transcript of O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... ·...

Page 1: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO DE PÓS GRADUAÇAO MOTRICIDADE HUMANA E RECREAÇÃO COM

ENFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL

O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

LAUDIR FIGUEIREDO AMARAL

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO

ARAPUTANGA/2012

Page 2: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

CURSO DE PÓS GRADUAÇAO MOTRICIDADE HUMANA E RECREAÇÃO COM

ENFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL

O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

LAUDIR FIGUEIREDO AMARAL

ORIENTADOR: PROF. ILSO FERNANDES DO CARMO

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de pós graduação em Motricidade Humana e Recreação com Ênfase em Educação Infanfil.”

ARAPUTANGA/2012

Page 3: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

AGRADECIMENTOS

A Deus, pela força espiritual para a realização desse trabalho.

Aos meus pais, Valdemar e Maria.

Ao meu esposo Alinor pela paciência e incentivo.

Aos meus filhos Renan e Renato que me deram muito carinho e apoio.

Aos professores que me ensinaram durante esse curso.

Aos professores: Adilson, Dr.Ceomar e João Batista pela competência.

Em especial ao orientador Ilso Fernandes do Carmo, pela dedicação.

Aos amigos que compartilharam comigo estes momentos de aprendizado

especialmente Josiane, Lucélia, Luiz Paulo e Maria.

Page 4: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu esposo Alinor e nossos

filhos, que de muitas formas me incentivaram para

que fosse possível a caracterização deste trabalho.

Page 5: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

“Ao brincar, a criança assume papéis e aceita

as regras próprias da brincadeira,

executando, imaginariamente, tarefas para as

quais ainda não está apta ou não sente como

agradáveis na realidade”.

(VYGOTSKY)

Page 6: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

RESUMO

Este relatório de pesquisa resulta de uma investigação produzida como

Trabalho Final de Conclusão do Curso de Pós Graduação em Motricidade Humana e

Recreação. Teve como tema central de estudo o papel do brincar na Educação

Infantil, no município de Araputanga - MT. Por acreditar – se na vivência do lúdico na

escola como instrumento pedagógico e na importância do brincar na construção do

conhecimento da criança, é que se propôs essa investigação. Procurou-se investigar

o papel do brincar nas aulas da Educação Infantil, da Escola Municipal Rodolfo

Trechaud Curvo, município de Araputanga-MT. De forma específica analisou-se: os

elementos da cultura lúdica infantil; a apropriação pedagógica do brincar pelo

professor nas aulas; e os saberes aprendidos pelas crianças através do brincar.

Para o desenvolvimento desta pesquisa, elegeu-se como lócus de investigação a

Escola Municipal Rodolfo Trechaud Curvo, situada no município de Araputanga –

MT. Os sujeitos da pesquisa foram: os professores da educação infantil, do período

vespertino. Foi feita uma pesquisa do tipo etnográfica, de cunho qualitativo, por meio

de questionário semi-estruturado com os professores. O brincar e suas

manifestações podem ser tanto conteúdos como metodologias de trabalho do

professor que precisa aprender a lidar com o corpo da criança. Por isso recomenda-

se que as escolas utilizem atividades lúdicas através do brincar que estejam

colaborando para o desenvolvimento e proporcionando conhecimentos por meio de

brincadeiras.

Palavras – chave: Brincar. Educação Infantil. Lúdico.

Page 7: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 07

1. EMBASAMENTO TEÓRICO ............................................................................ 09

1.1 O Brincar .................................................................................................. 09

1.2 Cultura lúdica infantil: manifestações e influências ........................... 10

1.3 As características e o papel do brinquedo na formação

sócio-interativa da criança ........................................................................... 11

1.4 Fases do desenvolvimento infantil e a presença do jogo ................... 15

1.5 Jogo, brincadeira e brinquedo ............................................................... 17

1.6 Brincadeiras tradicionais infantis.......................................................... 19

1.6.1 Brincadeiras de construção ................................................................ 20

1.6.2 A brincadeira de faz-de-conta ............................................................ 21

2. O BRINCAR E A CULTURA ESCOLAR ......................................................... 22

2.1 O brincar na escola ................................................................................. 22

2.2 O jogo na educação escolar .................................................................. 24

2.3 Aspectos utilitários do jogo na educação escolar ............................... 28

3. METODOLOGIA DA PESQUISA ..................................................................... 30

3.1 Tipo da pesquisa ..................................................................................... 30

4. ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................... 32

CONCLUSÃO ...................................................................................................... 37

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 38

Page 8: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

INTRODUÇÃO

Esta pesquisa de cunho monográfico destina-se a produção de trabalho de

conclusão do curso de pós graduação latu sensu em motricidade humana e

recreação, na Faculdade–AJES, no município de Araputanga – MT. Teve como tema

central de investigação o papel do brincar na Educação Infantil.

Inicialmente a pesquisa foi proposta e motivada por acreditar-se na

importância e possibilidade de vivência do lúdico na escola como instrumento

pedagógico que contribui para construção do conhecimento da criança.

Ainda que o brincar aconteça, na maioria das vezes, no tempo de espera, no

descanso, no tempo que sobra ou “entremeando atividades produtivas”. A mudança

do discurso sinaliza o desejo de uma outra prática, que precisa ser colocado em

lugar e tempo concretos e reais. Valorizar a brincadeira não é apenas permiti-la, é

suscitá-la. E para que isso aconteça, precisamos perceber o brincar como ato de

descoberta, de investigação, de criação.

Apesar de saber que os professores têm conhecimento a respeito de

aspectos e conceitos de brincadeiras, ainda há muita dificuldade de vincular tal

conhecimento com as atividades pedagógicas.

A brincadeira significa uma maneira de pensar e de agir. É na infância que

as brincadeiras começam a desenvolver a capacidade cognitiva da criança, a trazer

significados para sua aprendizagem e sua sociabilidade, pois enquanto brinca, seu

conhecimento de mundo se expande formaliza suas idéias emoções de forma

positiva ou negativa.

A ampliação e a diversidade de experiências oferecida às crianças mais

elementos para o seu processo de construção de conhecimento e para o

desenvolvimento da sua imaginação e da sua capacidade criadora.

Em função desses aspectos, o trabalho procurou responder as seguintes

questões problemas: Qual o papel do brincar na formação do aluno da Educação

Infantil. A pesquisa identificou que os jogos e as brincadeiras podem encontrar

espaço na escola, sendo trabalhadas como recursos pedagógicos, a fim de tornar o

processo de ensino-aprendizagem mais interativo, criativo e dinâmico. Para tanto, é

Page 9: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

preciso que os professores busquem a formação necessária para trabalhar

objetivamente com o lúdico. No primeiro capítulo retrata o brincar e a cultura lúdica

suas manifestações através do brinquedo para construção de valores através dos

jogos simbólicos. No segundo capítulo refere-se ao brincar na escola, identificar a

importância e as contribuições para a aprendizagem da criança. O capítulo três

apresenta a metodologia utilizada e o quarto analisa os dados obtidos.

08

Page 10: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

1. EMBASAMENTO TEÓRICO

1.1 O BRINCAR

O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental, que

contribui na construção da autonomia e na convivência autêntica da criança. A

brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo

que é o“não - brincar” . Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da

imaginação isto implica que aquele que não brinca tenha o domínio da linguagem

simbólica.

OLIVEIRA (2000), aponta que brincar não significa apenas recrear, mas sim

desenvolver-se integralmente. Caracterizando-se como uma das formas mais

complexas que a criança tem de comunicar-se consigo mesma e com o mundo, ou

seja, o desenvolvimento acontece através de trocas recíprocas que se estabelecem

durante toda sua vida. Todavia, através do brincar a criança pode desenvolver

capacidades importantes como atenção, a memória, a imitação, a imaginação ainda

propiciando à criança o desenvolvimento de áreas da personalidade como

afetividade, motricidade, inteligência, sociabilidade e criatividade.

Segundo WINNICOTT (1975, p. 26).

o espaço lúdico permite ao indivíduo criar e entreter uma relação aberta e positiva com a cultura. Brincar é visto como um mecanismo psicológico que garante ao sujeito manter certa distância em relação ao real, fiel.

A cultura lúdica, segundo BROUGÈRE (1998), é composta de certo número

de esquemas que permitem iniciar a brincadeira, já que se trata de produzir uma

realidade diferente daquela da vida cotidiana: os verbos no imperfeito, as

quadrinhas, os gestos estereotipados no início das brincadeiras compõem assim

aquele vocabulário cuja aquisição é indispensável ao jogo.

As brincadeiras, segundo BROUGÉRE (1998), fazem parte do patrimônio

lúdico-cultural traduzindo valores, costumes formas de pensamento e

aprendizagens. As brincadeiras aparentemente simples são fontes de

desenvolvimento social, afetivo da criança, também é uma forma de expressão. O

faz de conta estimula fantasias e a criatividade e dá possibilidade à criança de

construir símbolos e personagens. Além disso, estimula a integração com as outras

Page 11: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

crianças e aquisição da linguagem. O brincar fornece às crianças a possibilidade de

ser sujeito ativo.

1.2 CULTURA LÚDICA INFANTIL: MANIFESTAÇÕES E INFLUÊNCIAS

A cultura lúdica é o produto da interação social que lança suas raízes, como

já foi dito na interação precoce entre a mãe e o bebê. Não está isolada da cultura

geral. É influenciada pelas proibições dos pais, dos mestres, como também pelo

espaço colocado à disposição da criança para brincar na escola, na cidade, em

casa. Todos esses fatores vão influenciar a qualidade da experiência lúdica da

criança. (KISHIMOTO, 1998).

Alguns elementos, segundo BROUGÉRE (1998), parecem ter alguma

influência especial sobre a cultura lúdica. Trata-se da cultura oferecida pela mídia,

com a qual as crianças estão em contato. A televisão, assim como, os brinquedos

fabricados transmitem conteúdos e às vezes esquemas que contribuem para as

modificações da cultura lúdica. Observa-se que meninos e meninas brincam com

bonecos fantásticos idênticos (da série He-Man, Mestre do Universo). Os meninos

inventam jogos de guerra bastante semelhantes aos desenhos televisivos. Já as

meninas, utilizam as bonecas para reproduzirem os atos essenciais da vida

quotidiana. Mesmo assim, não se pode negar que eles descobrem uma combinação

entre as significações vinculadas pelos objetos lúdicos e as que dispõem graças a

experiência lúdica anterior.

A cultura lúdica, segundo BROUGÉRE (1998), se apodera de elementos da

cultura do meio ambiente da criança para ambientá-la ao jogo. Evidente que não se

pode ter a mesma cultura lúdica dos 4 aos 12 anos. Há que se observar que a

cultura lúdica das meninas e dos meninos é marcada por grandes diferenças,

embora possam ter alguns elementos em comum.

VYGOTSKY (1998), dá ênfase a ação, significado do brincar. Para ele é

praticamente impossível a uma criança com menos de 3 anos envolver-se em uma

situação imaginaria, por que ao passar do concreto para o abstrato não há

continuidade, mas uma descontinuidade. Só brincando é que ela vai começar a

perceber o objeto não da maneira como ela é, mas como desejaria que fosse.Na

aprendizagem formal isso não é possível, mas no brinquedo isso acontece, por que

10

Page 12: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

é onde os objetos perdem a sua força determinadora. A criança não vê o objeto

como ele é, mas lê confere um novo significado. Por exemplo: quando a criança

monta em uma vassoura e finge estar cavalgando um cavalo, ela esta conferindo um

novo significado do objeto.

Dessa forma, o brinquedo tem grande importância no desenvolvimento, pois

cria novas relações entre situações no pensamento e situações reais.

1.3 AS CARACTERÍSTICAS E O PAPEL DO BRINQUEDO NA FORMAÇÃO

SÓCIO-INTERATIVA DA CRIANÇA

Ao descrever o jogo como elemento da cultura, HUIZINGA (1951, p. 03-31)

cita os jogos de animais mas analisa apenas os produzidos pelos meio sociais,

apontando as características: o prazer, o caráter ‘‘não-sério”, a liberdade a

separação dos fenômenos do cotidiano, as regras, o caráter físico ou representativo

e sua limitação no tempo e no espaço.

A existência de regras em todos os jogos, segundo HUIZINGA (1951), é uma

característica marcante. Há regras explícitas como na brincadeira de faz- de- conta,

em que a menina se faz passar pela mãe que cuida da filha. São regras internas,

ocultas, que ordenam e conduzem à brincadeira.

Seguindo quase a mesma orientação de HUIZINGA, CAILLÓIS (1958, p. 03)

aponta como característica do jogo: a liberdade de ação do jogador, a separação do

jogo em limites de espaço e tempo, a incerteza que predomina o caráter improdutivo

de não a criar nem bens nem riqueza e suas regras.

CHRISTIE (1991, p. 04), caracteriza o jogo pelos seguintes elementos:

1 - a não - literalidade: as situações de brincadeira caracterizam-se por um quadro

no qual a realidade interna predomina sobre a interna. O sentido habitual é

substituído por um novo. São exemplos de situações em que o sentido não é literal,

o ursinho de pelúcia servir como filhinho e a criança imitar o irmão que chora;

2 - efeito positivo: o jogo infantil é normalmente significado pelos signos do prazer ou

da alegria entre os quais o sorriso. Quando brinca livremente e se satisfaz, a criança

o demonstra por meio do sorriso. Esse pocesso traz inúmeros efeitos positivos aos

aspectos corporais, moral e social da criança;

11

Page 13: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

3 - flexibilidade: as crianças estão mais dispostas a ensaiar novas combinações de

idéia e de comportamentos em situações de brincadeira do que em outras atividades

não recreativa.

Para FROMBERG (1987, p. 36), o jogo infantil inclui as características:

simbolismo: representa a realidade e atitudes; atividade: a criança faz coisas;

voluntário ou intrinsecamente motivado: incorporar motivos e interesses; regrado:

sujeito as regras implícitas, e ou explícito, e episódico: metas desenvolvidas

espontaneamente.

Definir o brinquedo como uma atividade que dá prazer à criança é, segundo

VYGOTSKY (1998), incorreto por duas razões. incorreto por duas razões. Primeiro,

muitas atividades dão a criança experiências de prazer muito mais intensas do que o

brinquedo, por exemplo, chupar chupeta, mesmo que a criança não se sacie. E,

segundo, existem jogos nos quais, a própria atividade não é agradável, por exemplo,

predominantemente no fim da idade pré-escolar, jogos que só dão prazer a criança

se ela considera o resultado interessante. Os jogos esportivos (não somente os

esportes atléticos) são com muita freqüência, acompanhados de desprazer, quando

o resultado é desfavorável à criança que joga ou brinca.

No entanto, enquanto o prazer não pode ser visto como uma característica

definidora do brinquedo parece que algumas teorias ignoram o fato de que o

brinquedo preenche as necessidades da criança. Freqüentemente, nota-se descrito

o desenvolvimento da criança como o de suas funções intelectuais. Neste sentido,

toda criança se apresenta como um ser teórico, caracterizada pelo nível de

desenvolvimento intelectual superior ou inferior que se desloca de um estágio a

outro. Porém, não é possível ignorar as necessidades da criança. Há que entendê-

la, segundo VYGOTSKY(1998), em conformidade como seus avanços em torno dos

estágios de desenvolvimento psicomotor, em paralelo, às mudanças de motivações,

tendências e interesses, pois aquilo que é de grande interesse para um bebê deixa

de interessar uma criança pouco maior.

A maturação biológica das necessidades tem sido um tópico predominante

nessa discussão que a criança satisfaz necessidades no brinquedo. Há que se

entender esse caráter especial dessas necessidades internas, sem se esquecer da

singularidade do brinquedo. (VYGOTSKY,1998).

12

Page 14: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

Em termos cronológicos, no início da idade pré-escolar, quando surgem os

desejos que não podem ser imediatamente satisfeitos, a criança se envolve num

mundo ilusório e imaginário, onde os desejos não realizáveis podem ser realizados.

Esse mundo é que VYGOTSKY (1998), chama de brinquedo.

A imaginação é conceituada por VYGOTSKY (1998, p. 122), como um

processo psicológico, que não está presente na consciência de crianças muito

pequenas e está totalmente ausente em animais. Alerta que como todas as funções

da consciência, ela surge originalmente da ação.

Assim, o autor conclui que “o velho adágio de que o brincar da criança é

imaginação em ação deve ser invertido, podemos dizer que a imaginação, nos

adolescentes e nas crianças em idade pré-escolar, é o brinquedo em ação.”

(VYGOTSKY, 1998, p. 123).

A partir dessa perspectiva, torna-se claro para VYGOTSKY (1998), que o

prazer derivado do brinquedo na idade pré-escolar é controlado por motivação

diferente daquelas do simples chupar chupeta. Isso não quer dizer que todos os

desejos não satisfeitos dão origem a brinquedos.

Para distinguir o brincar da criança de outras formas de atividade concluímos

que no brinquedo a criança cria uma situação imaginária. Esta não é uma idéia

nova, na medida em que situações imaginárias no brinquedo sempre foram

reconhecidas, no entanto, sempre foram vistas somente como um tipo de

brincadeira. A criação de uma situação imaginária não é algo fortuito na vida da

criança; pelo contrário, é a primeira manifestação da emancipação da criança em

relação ás restrições situacional.

A situação imaginária não era considerada como uma característica definida

do brinquedo em geral, mas era tratada como um atributo de subcategorias

específica do brinquedo.

O autor diz que

Se todo brinquedo é, realmente, a realização na brincadeira das tendências que não podem ser imediatamente satisfeitas, então os elementos das situações imaginárias constituirão, automaticamente, uma parte da atmosfera emocional do próprio brinquedo. (VYGOTSKY, 1998, p.124).

Outro fato, é que se pode concluir que não existe brinquedo sem regras, pois

a situação imaginária, de qualquer forma, contém regras de comportamento.

13

Page 15: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

Exemplo: a criança imagina-se como mãe e a boneca como criança e, dessa forma,

deve obedecer às regras do comportamento maternal.

Assim, o atributo essencial do brinquedo é que uma regra torna-se um

desejo. As regras vencem porque é o impulso mais forte. Tal regra é uma regra

interna, uma regra de auto contenção e auto determinação, como diz Piaget, e não

uma regra que a criança obedece à semelhança de uma lei física. Em resumo, o

brinquedo cria na criança uma nova forma de desejos.

O que restaria se o brinquedo fosse estruturado de tal maneira que não

houvesse situações imaginárias? Restariam as regras. Sempre que há uma situação

imaginária no brinquedo, há regras - não as regras previamente formuladas e que

mudam durante o jogo, mas aquelas que têm sua origem na própria situação

imaginária.

É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É

no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma

esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não dos

incentivos fornecido pelos objetos externos. (LEWIN, apud VYGOTSKY, 1998, p.96).

No brinquedo, o pensamento está separado dos objetos e a ação surge das

idéias e não das coisas: um pedaço de madeira torna-se um boneco e cabo de

vassoura torna-se um cavalo. A ação regida por regras começa a ser determinada

pelas idéias e não pelos objetos. Isso representa uma tamanha inversão da relação

da criança com a situação concreta, real e imediata, que é difícil subestimar seu

plano significado. (VYGOTSKY, 1998, p 128).

No brinquedo, a criança opera com significados desligados dos objetos e

ações aos quais estão habitualmente vinculados; entretanto, uma contradição muito

interessante surge, uma vez que, no brinquedo, ela inclui, também, ações reais e

objetos reais. Isto caracteriza a natureza de transição da atividade do brinquedo: é

um estágio entre as restrições puramente situacionais da primeira infância e o

pensamento adulto, que pode ser totalmente desvinculado de situações reais.

(VYGOTSKY, 1998, p.129).

No brinquedo, espontaneamente a criança usa sua capacidade de separar

significado do objeto sem saber que o está fazendo, da mesma forma que ela não

sabe está falando em prosa e, no entanto, fala sem prestar atenção às palavras.

14

Page 16: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

Dessa forma através do brinquedo, a criança atinge uma definição funcional de

conceitos ou de objetos, e as palavras passam a se tornar parte de algo concreto.

1.4 FASES DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL E A PRESENÇA DO JOGO

O desenvolvimento infantil é analisado em suas diversas etapas, (PIAGET,

1978, p. 16), que esses períodos de desenvolvimento são estanques, de que um

deles começa num certo momento, exatamente quando termina um outro.

De modo geral pode se dizer que ao nascer, a criança é caracterizada por

uma atividade do tipo automática, reflexa, que lhe permite receber diversos

alimentos para sobreviver, além de formar e desenvolver recursos vitais.(LE

BOUCHE, 1992, p. 42).

Passado os primeiros meses de vida, nota-se que os chamados reflexos

arcaicos (de sugar e agarrar, por exemplo), começam a ceder lugar aos movimentos

intencionais. LE BOULCH (1982, p. 42), chamou esse período de etapa do corpo

vivido.

O primeiro período de vida da criança que vai do nascimento até o

surgimento da linguagem, é chamado por Piaget, do ponto de vista da inteligência,

de sensório–motor. Nele, podem ser distinguidos três estágios “o dos reflexos, o da

organização das percepções e hábitos da inteligência propriamente dita”. “Essa

primeira fase é chamada de fase de latência propriamente dita.” (PIAGET, s/d, p.

16)

O terceiro período do desenvolvimento da inteligência apontado por Piaget

revela que a criança constrói um raciocínio lógico, coerente, diante de problemas. A

criança constrói mecanismos motores sólidos e sofisticados que lhe permitem entrar

em contato com muitas das coisas que existem para se conhecer.

Alguma coisa de muito diferente começa acontecer um dia: uma função

espetacular que só distingue a espécie humana. A criança demonstra que começou

a pensar quando inicia conosco uma comunicação em linguagem verbal e social.

Nesse momento, ela já tem o que comunicar: fala sobre o que representa de suas

ações no mundo extremamente diferente do mundo dos adultos, que é o mundo da

fantasia, do faz-de-conta. (PIAGET, s/d, p. 37)

15

Page 17: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

Para quem fantasia como nossos pequenos alunos um copo de plástico, que

normalmente jogamos fora, pode ser vivido e transformado em algum objeto

importante no contexto do brinquedo.

Quando falamos em jogo simbólico, em faz-de-conta, estamos nos referindo a uma experiência que todos nós já vivemos na infância: quase todo mundo já brincou de casinha, de comidinha, de médico, de escola. Até ai nada de novo. O que me pergunto é como uma brincadeira como a de casinha é tão boa para as crianças fora da escola, não pode-selo dentro dela. Se a escola tem uma proposta pedagógica, não há porque desenvolvê-la no contexto do brinquedo. (PIAGET, 1978, p. 39).

FREIRE (2005, p.81), declara que “Não há dúvidas de que toda pré-escola

tem por objetivo preparar as bases fundamentais para que a criança tenha acesso a

leitura, a escrita e ao cálculo.” E continua afirmando que

A criança que brinca em liberdade, podendo decidir sobre o uso de seus recursos cognitivo para resolver os problemas que surgem no brinquedo, sem dúvida alguma chegará ao pensamento lógico de que necessita para aprender (p.81).

A criança, a partir dos cinco anos de idade, mais ou menos, segundo

FREIRE(1997), começa a manifestar uma preocupação crescente em realizar com

exatidão as construções materiais que acompanham os jogos de que participa.

Essas transformações podem ser observadas na criança que brinca, pois,

nos primeiros anos da primeira infância, nota-se pouca relação entre o que ela está

imaginando e seus atos corporais, na medida em que a criança usa para representar

seu brinquedo.

O jogo de construção, segundo FREIRE (1997, p.68), estabelece uma

espécie de transição entre o jogo simbólico e o social, este, a forma mais evoluída

de jogo, com regras é marcado pela cooperação.

Para que a criança encontre amplo espaço de expressão dentro do jogo de

construção, precisa dispor de materiais variados e de contato com a natureza, como

areia, água, pedras, árvores, plantas e sem o espaço mínimo necessário para a

movimentação das crianças. Para FREIRE (1997 p. 68-69), era interessante

observar como as construções dos meninos eram voltadas para prédios e fazendas,

pontes, enquanto as meninas se dedicavam mais a arranjos domésticos, como

geladeiras, camas, televisores.

16

Page 18: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

No jogo de construção, a criança apresenta as marcas de seu

desenvolvimento no rumo de níveis elevados de sociabilização e de cognição.

“A fantasia continua nas crianças, mas elas podem distinguir cada vez mais

entre ela e a realidade.” (FREIRE, 1997, p.74).

Porém o jogo dentro da escola, orientada pela professora, não deve ser o

mesmo de fora da escola, entre parceiros da mesma idade e sem orientação de

adultos.

Jean Chateau (1987, p.134), diz que “uma educação baseada unicamente

no jogo seria então insuficiente.” O jogo contém um elemento de motivação que

poucas atividades teriam para a primeira infância: o prazer da vida lúdica.

Na verdade, o que a escola deve buscar não é que a criança aprenda esta

ou aquela habilidade para saltar ou para escrever, mas que através dela ela possa

se desenvolver plenamente.

1.5 JOGO, BRINCADEIRA E BRINQUEDO

Definir o jogo não é tarefa fácil. Quando se pronuncia a palavra jogo cada

um pode entendê-la de modo diferente. Pode-se estar falando de jogos políticos, de

adultos, crianças, animais ou amarelinha, xadrez, advinha, contar estórias, brincar

de ‘’mamãe e filhinha’’, futebol, dominó, quebra-cabeça, construir barquinho, brincar

na areia e uma infinidade de outros.

Qual é a diferença entre jogo e brinquedo? BROUGERÈ (1993), e outros

pesquisadores apontam três níveis de diferenciações de como pode ser visto o jogo.

No primeiro caso, o sentido do jogo depende da linguagem de cada contexto

social. Há um funcionamento pragmático da linguagem, do resulta um conjunto de

fatos ou atitudes que dão significados. A designação não tem por objetivo

compreender a realidade, mas manipulá-las simbolicamente pelos desejos da vida

cotidiana.

No segundo caso, um sistema de regras permite identificar, em qualquer

jogo, uma estrutura seqüencial que especifica sua modalidade. O xadrez tem regras

explícitas diferentes do jogo de damas, loto ou trilha. São as regras do jogo que

17

Page 19: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

distinguem, por exemplo, jogar buraco ou tranca, usando o mesmo objeto, o baralho

as estruturas seqüenciais de regras permitem cada jogo. Quando alguém joga, está

executando as regras do jogo e, ao mesmo tempo desenvolvendo uma atividade

lúdica.

O terceiro sentido refere-se ao jogo objeto. O xadrez materializa-se no

tabuleiro e nas peças que podem ser fabricadas com papelão, madeira,plástico,

pedras ou metais. O pião, confeccionado de madeira, casca de fruta ou plástico,

representa o objeto empregado na brincadeira de rodar pião. Juntando esses

aspectos podemos ter uma compreensão do jogo.

Brinquedo é outro termo indispensável para compreender esse campo.

Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação íntima com a criança e uma

indeterminação quanto ao uso. BROUGERE (1981,1993 ), e pesquisadores.

Uma boneca permite a criança várias formas de brincadeiras, desde a

manipulação até a realização de brincadeiras como ‘’mamãe e filhinha’’. Ao

contrário, jogos, como o xadrez e jogos de construção exigem, de modo explícito ou

implícito, o desempenho de certas habilidades definidas por uma estrutura

preexistente do próprio objeto e suas regras. (BROUGERE, 1981).

Admite-se que o brinquedo represente certas realidades. Uma

representação é algo presente no lugar de algo. O brinquedo coloca a criança na

presença de reproduções: tudo o que existe no cotidiano, a natureza, as construções

humanas. O brinquedo propõe um mundo imaginário da criança e do adulto, criador

do objeto lúdico. No caso da criança, o imaginário varia conforme a idade: para o

pré-escolar de três anos, está carregado de animismo: de 5 a 6 anos, integra

predominantemente elementos da realidade. (BROUGERE, 1981).

O brinquedo contém sempre uma referencia ao tempo de infância do adulto

com representações veiculadas pela memória e imaginação. O vocabulário “

brinquedo” não pode ser reduzido à pluralidade de sentidos do jogo pois conota

criança e tem uma dimensão material, cultural e técnica. Em quanto o objeto é

sempre suporte de brincadeira é o estimulante material para fazer fluir o imaginário

infantil. (BROUGERE, 1981).

E a brincadeira? É a ação que a criança desempenha ao concretizar as

regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica pode – se dizer que é o lúdico em ação.

18

Page 20: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

Desta forma, brinquedo e brincadeira relacionam – se diretamente com a criança e

na se confundem com o jogo. (BROUGERE, 1981).

O brinquedo educativo, segundo BROUGÈRE (1981), data dos tempos do

Renascimento, mas ganha força com a expansão da educação infantil

especialmente a partir deste século. Entendido como recurso que ensina,

desenvolve e educa de forma prazerosas, o brinquedo educativo materializa-se no

quebra cabeça, destinado a ensinar formas ou cores, no brinquedo de tabuleiro que

exigem a compreensão do número e das operações matemáticas, nos brinquedos

de encaixe que, trabalham noções de seqüência, de tamanho e forma, nos múltiplos

brinquedos e brincadeiras, cuja concepção exigiu um olhar para um

desenvolvimento infantil e a materialização da função psicopedagógica: móbiles

destinados a percepção visual, sonora e motora; carinhos munidos de pinos que se

encaixam para desenvolver a coordenação motora, par lendas para a expressão da

linguagem brincadeiras envolvendo musicas, danças, expressam motoras, gráfica e

simbólica.

Se a criança está diferenciando cores ao manipular livres, prazerosamente

um quebra-cabeça disponível em salas de aulas, a função educativa e lúdica,

segundo BROUGÈRE (1981), estão presentes. No entanto, se a criança prefere

empilhar peças do quebra-cabeça fazendo de conta que esta construindo um castelo

certamente esta contemplados o lúdico, a situação imaginaria, a habilidade para a

construção do castelo a criatividade na disposição nas cartas mas não se carente a

diferenciação das cores. Essa é a especificidade do brinquedo educativo.

A utilização do jogo potencializa a exploração e a construção do

conhecimento, por contar com a motivação interna, tipo do lúdico.

1.6 BRINCADEIRAS TRADICIONAIS INFANTIS

A brincadeira tradicional infantil, filiada ao folclore, incorpora a mentalidade

popular, expressando–se sobre tudo pela oralidade. Considerada como parte da

cultura popular, essa modalidade de brincadeira guarda a produção espiritual de um

povo incerto, período histórico a cultura não oficial, desenvolvida especialmente de

modo oral, não cristalizado. Está sempre em transformação incorporando criações

anônimas das gerações que vão se sucedendo. Por ser um elemento folclórico, a

19

Page 21: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

brincadeira tradicional infantil assume características de anonimato, tradiçionalidade,

transmissão oral, convenção mudança e universalidade. (KISCHIMOTO, 2006,

p.38).

A tradiçionalidade e universalidade das brincadeiras fundamentam–se no

fato que povos distintos e antigos, como os da Grécia e do Oriente, brincaram de

amarelinha, empinar papagaios, jogar pedrinhas e até hoje, as crianças o fazem

quase da mesma forma. Tais brincadeiras foram transmitidas de geração em

geração através de conhecimentos empíricos e permanecem na memória infantil

como as brincadeiras de faz – de – conta, também conhecida como simbólica de

representação de papéis simbólica, o sócio dramático e a que deixa mais evidente a

presença da circulação imaginaria. Ela surge com o aparecimento da representação

e da linguagem, em torno de 2/3 anos, quando a criança começa a alterar o

significado dos objetos dos eventos, a expressar seus sonhos e fantasias e a

assumir papéis presentes no contexto social, o faz de conta permite não só a

entrada no imaginário, mas a expressão de regras implícitas que se materializam

nos tema nas brincadeiras. (KISCHIMOTO, 2006, p 39).

A inclusão do jogo infantil nas propostas pedagógicas remete – nos para a

necessidade de seu estudo nos tempos atuais a importância dessa modalidade de

brincadeira justifica – se pela aquisição do símbolo. É alterando o significado de

objetos, de situações, é criando novos significados que se desenvolve a função

simbólica, o elemento que garante a racionalidade ao der humano. Ao brincar de faz

de conta a criança esta aprendendo a criar símbolos. (KISCHIMOTO, 2006, p 39).

1.6.1 BRINCADEIRAS DE CONSTRUÇÃO

Os jogos de construção são considerados de grande importância por

enriquecer a experiência sensorial, estimular a criatividade e desenvolver a

habilidades da criança. FRÖEBEL (1913), o criador dos jogos de construção

oportunizou a muitos fabricantes a criação de seus tijolinhos para a alegria da

criançada que constrói cidades e bairros que estimulam à imaginação infantil.

Construindo, transformando e destruindo, segundo FRÖEBEL(1913), a

criança expressa seu imaginário, seus problemas e permite aos terapeutas o

diagnóstico de dificuldades de adaptação a educadores, o estímulo da imaginação

20

Page 22: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

infantil e o desenvolvimento afetivo e mental. Dessa forma, quando está construindo

a criança está expressando suas representações mentais além de manipular

objetos.

As construções se transformam em temas e brincadeiras e evoluem em

complexidade conforme o desenvolvimento da criança.

1.6.2 A BRINCADEIRA DE FAZ-DE-CONTA

Quando vemos uma criança brincando de faz-de-conta, sentimo-nos

atraídos pelas representações que ela desenvolve. A primeira impressão que nos

causa é que as cenas se desenrolam de maneira a não deixar dúvida do significado

que os objetos assumem dentro de um contexto.Assim, os papéis são

desempenhados com clareza:a menina torna-se mãe,tia, irmã, professora; o menino

torna-se pai, índio, polícia, ladrão sem script e sem diretor. Sentímo-nos como diante

de um mini teatro, em que papéis e objetos são improvisados. (VIEIRA,1978).

Esse tipo de jogo recebe várias denominações: jogo imaginativo jogo de faz-

de-conta, jogo de papéis ou jogo sócio-dramático.

Os termos simbólicos, representativo, imaginativo, fantástico, de simulação

de ficção ou faz-de-conta podem ser vistos como sinônimos, desde que sejam

empregados para descrever o mesmo fenômeno.

21

Page 23: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

2. O BRINCAR E A CULTURA ESCOLAR

2.1 O BRINCAR NA ESCOLA

Nossa cultura parece designar o “brincar” como uma atividade que se opõe a

“trabalhar”. Caracterizada por sua futilidade e oposição ao que é sério. Influenciada

por essa concepção, é que a escola parece compreender a atividade lúdica infantil é

designada como um aspecto negativo, pois se opõe às tarefas sérias da vida

escolar. (REBELAIS, s/d, p. 110-14)

Não é só na escola que se assusta com atividade lúdica dos alunos, os pais

também se descontrolam muitas vezes diante da compulção por brincar de seus

filhos. Portanto, não esperamos que a escola, em sua estrutura atual, contemple

com boa vontade a idéia de acolher o jogo, ou como conteúdo de ensino, ou como

recurso pedagógico educacional. Talvez não haja uma consciência clara por parte

da escola quanto ao caráter prático do jogo, mas, certamente há uma intuição, pelo

menos, baseada na observação pura e simples de criança e adolescentes brincado,

quanto aos riscos implicados no ato de jogar.

Em contrapartida, a pedagogia utilizada pela escola envolve os alunos em

um serìssimo conflito, sem que a escola os instrumentalize para enfrentá-lo. O

procedimento pedagógico escolares, não estranhamente distante da subjetividade

dos alunos, drasticamente socializou, sem que se crie um espaço de transição

favorável a uma socialização menos traumática.

BROUGERÈ (1998, p. 53), localiza uma forte oposição entre a seriedade

das tarefas escolares e a frivolidade da atividade lúdica, o que explicaria que antes

do século XIX o jogo não fosse pensado como possibilidade educativa.

Se o jogo se opõe a seriedade, dificilmente pode, enquanto tal, recobrir um

valor ou uma intenção educativa. Ele vai-se distinguir tanto da seriedade quanto da

educação, que dizem respeito ao mesmo domínio.

Mesmo que esse pressuposto fosse verdadeiro, isto é, o jogo como oposto

da seriedade, isso, por si só, não eliminaria as possibilidades educativas do jogo. É

impossível caracterizar o jogo apenas pela análise de suas partes de tal maneira,

Page 24: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

que encontramos atitudes lúdicas extremamente sérias, em alguns momentos de

jogo, e outras nada sérias.

Segundo PIAGET (1977), no jogo das bolinhas de gude, as crianças

aprendiam muitas coisas, entre elas, a realizar julgamentos morais, desenvolvendo

conceitos como os de justiça ou de bem e de mal. Ou seja, não era pouco e não era

destituído de importância o que aprendiam, pelo contrário. Ora, um jogo praticado

por crianças na rua, no pátio da escola, em espaços tipicamente infantis pode

ensinar tanto e a escola não pode? Seguindo no passo do jogo das bolinhas de

gude, a escola não poderia adaptar procedimentos lúdicos que desenvolvessem

atitudes morais? É evidente que sim, porém isso romperia com os costumes

escolares, com a reserva de disciplina que isola a instituição escolar do mundo real.

Antes da revolução românica, segundo KISHIMOTO (1999), três concepções

estabeleciam as relações entre o jogo infantil e a educação (1) recreação; (2) uso do

jogo para favorecer o ensino de conteúdos escolares e (3) diagnósticos da

personalidade infantil e recurso para ajustar o ensino às necessidades infantis.

O jogo visto como recreação, desde a antiguidade gre-co romana, segundo

KISHIMOTO(1999), aparece como relaxamento necessário a atividades que exigem

esforço físico, intelectual e escolar (Aristóteles, Tomás de Aquino, Sêneca,

Sócrates). Por longo tempo, o jogo infantil fica limitado à recreação.

Durante a Idade Média o jogo foi considerado ‘’não-sério’’, por sua

associação ao jogo de azar bastante divulgado na época. REBELAIS (s/d). O jogo

serviu para divulgar princípios de moral, ética e conteúdos de história, geografia e

outros e outros, a partir do Renascimento, o período de ‘’compulsão lúdica’’. O

Renascimento vê a brincadeira como conduta livre que favorece o desenvolvimento

da inteligência e facilita o estudo. Ao entender necessidades infantis, o jogo infantil

torna-se forma adequada para a aprendizagem dos conteúdos escolares. Assim,

para se contrapor aos processos verba listas de ensino à palmatória vigente, o

pedagogo deveria dar forma lúdica aos conteúdos. Quintiliano, Erasmo, Rabelais,

Basedow comungam dessa perspectiva.

Entre os jogos citados por RABELAIS (s/d, p. 93) aparecem os de cartas,

alguns já desaparecidos, que fizeram a desgraça de muitos jogadores, como os

“Lesquenet”, “Aluett”, “Croumadame”, além de outros como o trunfo, vinte um; jogos

23

Page 25: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

de seleção como par ou impar, cara ou coroa e uma grande quantidade de jogos

tradicionais como volante, bilboquê, chicote queimado, carniça, beliscão, quebra –

cabeça, pular o carneiro, cata vento...

CLAPARÈD (1956), procurando conceituar pedagogicamente. A brincadeira

recorre à psicologia da criança, embebida de influências da biologia e do

romantismo. Para o autor, o jogo infantil desempenha papel importante como o

motor do auto desenvolvimento e, em conseqüência, método natural de educação e

instrumento de desenvolvimento.

Como já foi visto, os paradigmas sobre o jogo infantil parecem equiparar o

jogo ao espontâneo, ‘’não-sério à futilidade educativa. O aparecimento de novos

paradigmas como os de BRUNER e de VYGOSTSKY, apud KISHIMOTO (2006,

p35) partindo de pressupostos sociais e da lingüística, e brincadeiras na educação

pré-escolar.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação infantil

(BRASIL, 1998, p. 23):

educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança e o acesso,pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural.

Nessa perspectiva, segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação

Infantil (BRASIL, 1998,p.30):

o professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento, organizado e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas, de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na instituição de educação infantil o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja função é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas.

2.2 O JOGO NA EDUCAÇÃO ESCOLAR

Para a escola, o ato de aprender é bastante diferente daquilo que significa

aprender em outras situações de vida. A escola pouco se preocupa com o

significado dos conteúdos. De modo geral, acredita-se que um aluno, diante de

24

Page 26: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

alguma coisa a aprender, tem apenas que ensinar aquilo, não importando o

significado que possua, onde ou quando vai se utilizar daquele conhecimento, ou se

aquele conhecimento vai manter, e assim por diante. Dessa forma a escola

preocupa-se com uma parte apenas da aprendizagem, o início mas não com o que

pode ocorrer em seguida. E é aqui que entra um aspecto bastante interessante do

jogo como educação.

Quando uma pessoa supera uma dificuldade que se impõe, caracterizando

uma aprendizagem, o fim desse processo registra o prazer da conquista. Ora, a

repetição do processo traz consigo o prazer anterior. Essa repetição sistemática é

bastante típica dos jogos. A criança, após aprender repete para prazer e não mais

para dar conta de um objetivo, fora dela. Portanto, aquilo que era

predominantemente objetivo no jogo que se segue. (FREIRE, 2005, p.83).

O jogo faz a manutenção do que foi aprendido. Considerando que o

conteúdo do jogo não é inédito, jogamos com as coisas que já incorporamos, quer

sejam habilidades motoras, quer seja sensações ou ideais. Portanto, quando

jogamos, fazemos repetir, de forma circular, as coisas que já conhecemos num outro

plano, mesmo que isso remeta para outros conhecimentos. (FREIRE, 2005, p.83).

O jogo aperfeiçoa o que foi aprendido, sempre que o conteúdo de um jogo

são as coisas que aprendemos numa determinada situação, a repetição sistemática

do jogo inevitavelmente aperfeiçoa as habilidades adquiridas e envolvidas nele,

porque essa circularidade facilita o exercício. E assim se passa com todas as coisas

que repetimos. Se durante o jogo, as habilidades podem ser aperfeiçoadas pela

repetição, isso certamente vai fazer com que o jogador se prepare para novos

desafios. Isto é, para assimilar conhecimentos de nível superior. (FREIRE, 2005,

p.83).

Quando se fala de jogo em educação, suas qualidades são um tanto vagas.

Não se percebe claramente nos escritos para que serve o jogo. Geralmente diz-se

que ele tem inegáveis qualidades educativas, sem que se diga quais são.

FREIRE (2005, p. 85), aponta para uma mudança estrutural na escola, que

deverá se processar lentamente, dado o ritmo tradicional da instituição escolar. Daí

o desespero de alguns pedagogos que passam a procurar saídas em procedimentos

25

Page 27: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

que não os tradicionais, o que recupera o valor da educação física, da educação

artística, introduz a ecologia e, obviamente o jogo.

De acordo com BUYTENDIJK (1974), apud GADAMER (1993, p. 87), o jogo

tem um caráter prático, isto é, devasso, libertino nada disciplinado, encontrando,

mais que em qualquer outro ambiente, no nosso espírito o espaço mais favorável a

essa devassidão. No caso da criança então, ela é absorvida em quase to o seu

tempo pelo faz-de-conta, que não é outra coisa senão a construção de um mundo

interior, esse mundo que, uma vez comunicando-se com a realidade, produz a

cultura que vamos habilitar.

O jogo é como vemos, uma das mais educativas atividades humana, se o

considerarmos por esse prisma. Ele educa não para que saibamos mais

matemática, ou portuguesa, ou futebol; ele educa para sermos mais gente, isso não

é pouco.

Ora, se o jogo é assim tão importante é, certamente, porque cumpre uma

função vital entre os humanos. O jogo tem a propriedade de trazer as experiências

do mundo exterior para o espírito humano, de maneira que, jogando com elas, a

cultura possa ser criada, revista, corrigida, garantindo o ambiente de na existência.

Sabemos que no nosso espírito as experiências viram ações internas, imaginação. E

essa imaginação subverte realidade, tornando-a frágil perante nossos desejos. Claro

que há um caminho de volta em que essa criação conflita-se com a realidade

(natureza, sociedade), donde surgirão os acordos, as regras que definem o que

pode e o que não pode ser realizado. O homem é mais tempo jovem que qualquer

outro animal. O jogo é típico da juventude. Sendo assim, nenhum animal é mais

dotado que o homem. Portanto, se a cultura humana é uma construção que depende

de nossa atividade anterior, e o jogo tem a propriedade de “sugar” para esse anterior

as vivências da realidade, obviamente o jogo passa a ser indispensável à formação

de nossa cultura. (FREIRE, 2005, p.99)

As fantasias nos ressaltam quando menos esperamos e, quando chega a

velhice, o jogo parece que novamente toma conta de nós. Imagino que, no futuro,

quando as relações sociais permitirem que o trabalho seja estruturado de uma outra

maneira, e o tempo livre for maior para cada um de nós, cumpriremos finalmente

nossa tarefa humana de jogar sem precisar separá-la da tarefa de trabalhar.

26

Page 28: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

Se o jogo está na raiz mesmo do desenvolvimento do mais precioso atributo

humano, aquele do qual nasceu toda a cultura humana, isto é, as representações

mentais, seu papel educativo, segundo FREIRE (2005), é decisivo e vai além da

educação escolar. Se a escola nunca soube lidar com essa questão, porque nunca a

compreendeu isso não destitui o jogo de sua importância na educação das pessoas,

porque ela não ocorre somente nas escolas. Porém, se o ensino formal trabalha na

contramão da inteligência, alijando de seu currículo, o ócio, o lazer, o lúdico, o jogo e

se os jovens ocupam partes de suas vidas em sala de aula, sem dúvida isso

constitui um prejuízo considerável para a civilização humana.

A escola, quando recorre ao jogo, precisa certificar-se dos resultados, isto é,

do lucro. Tudo passou a ter que dar lucro imediato, palpável, quantificavel. Não se

consegue perceber que a avaliação que se faz do ensino só pode aferir toscamente

alguns indícios parciais da aprendizagem. O que de fato se aprende de fundamental,

isto é, aquilo que liga a escola com a vida, só poderá manifestar-se em prasos

muitos longo, quando se aplica a realidade de cada indivíduo. Professor deveria ser

aquele profissional que sabe que nunca saberá realmente o que ensinou. É por isso

que a escola acaba por desistir do jogo e o usa apenas como forma de “distrair“ as

crianças, fora do currículo, ou como forma de educação para ensinar conteúdos de

sala de aula que, nesta, não conseguiu. (FREIRE, 2005, p.100).

No caráter educativo do jogo, além do utilitarismo com que ele normalmente

é tratado: o jogo como tematizador de aprendizagens, o jogo como um fim em si

mesmo, e como formador da inteligência criativa.

Um dos objetivos primordiais da educação é ensinar as pessoas a serem

elas mesmas. Cada um de nós, para nos realizarmos, precisaria descobrir nossos

jeitos de ser. Parece uma tarefa descomunal, e é. Jamais a escola daria conta de

missão tão grandiosa sozinha. Mas ela contribui com parte substancial das pessoas

e, naquilo que a toca, deve procurar ser competente.

A pedagogia dominante em nosso sistema de ensino e, e porque não dizer,

nos meios de comunicação como um todo, segundo FREIRE (2005), é aquela que

orienta a aprendizagem por meio de modelos externos, num mecanismo simplista de

transmissão de dados. De um lado, esse é um procedimento confortável, porque não

acarreta surpresas, dado que o modelo pode ser previamente e a avaliação

facilmente controlada.

27

Page 29: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

Resta agora buscar, entre os procedimentos pedagógicos, aqueles que

melhor podem favorecer a autonomia e a identidade própria do sujeito. Portanto,

segundo FREIRE (2005), o jogo remete para as instâncias básicas favorecedoras

dos atributos de identidade e de autonomia. O vaivém próprio do jogo preparando a

habilidade exercitada nele para um desafio de nível superior supõe o preparo para o

enfrentamento em novas situações.

2.3 ASPECTOS UTILITÁRIOS DO JOGO NA EDUCAÇÃO ESCOLAR

É comum ocorrer que a escola, sente-se incompetente para ensinar

matemática, história ou português, e por isso, sirva-se do jogo para camuflar seus

conteúdos. Uma vez que a sala de aula torna insuportável o ambiente de ensino,

porque não sabe tratar criança como criança, nem adolescente como adolescente,

segundo FREIRE (2005), acaba recorrendo ao jogo para criar um clima agradável e

motivador. O jogo passa ser, então, apenas um veículo através do qual se altera a

metodologia do enfado comum da sala de aula.

Alguns pedagogos deram um tratamento bem mais digno ao jogo na

educação. Célestin Freinet, segundo FREIRE (2005), foi um deles. Sem dúvida, ele

foi um pedagogo que teve êxito na sua tarefa de ensinar. Uma das razões de seus

êxitos foi ter compreendido que não é necessário de separar jogo na escola. Trata-

se de uma atividade escolar, na qual há jogo, mas há também compromisso, há

obrigações. As crianças trabalhavam e produziam muito, mas estavam motivadas,

porque eram tratadas como crianças. E o jogo viabiliza isso sem descaracterizar-se,

porque a criança não precisa deixar de ser criança, transformando-se em operária;

ela continua brincando ate sem perceber que esta trabalhando, ela continua

trabalhando sem perceber que está brincando.

FREIRE (2005), sugere que os conteúdos sejam tematizados, de maneira

que, se o objetivo educacional num certo momento é gerar atitudes cooperativas,

selecionam-se jogos predominantes cooperativos, se num outro momento o objetivo

for incrementar o poder de imaginar, selecionam-se jogos simbólicos, e assim por

diante. Além disso, a marca da escola deve ser firmada pelo objetivo de desenvolver

no aluno a conseqüência sobre práticas realizadas. Para tanto, proponho que os

jogos sejam sempre repetidos com acréscimo de algum componente novo, para que

28

Page 30: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

a novidade se conflite com os esquemas atuais e possam produzir tomadas de

conseqüência. Acresça-se a isso a estratégia de conversar com alunos em rodas,

antes, às vezes durante, e depois das práticas, outro fator gerador de tomadas de

consciência.

Não deve ser esquecido também, segundo FREIRE (2005), o fato de que, se

uma pessoa vai à escola, ela o faz para aprender um tipo de conhecimento que

difere dos que se aprende em outras instâncias. Se um jovem vai a escola para

aprender conhecimentos, os mesmo e únicos possíveis no mundo, em linguagens

formalizadas, ou seja, aprende-se a organizar as experiências de vida em

linguagens como a de matemática ou do português, e das artes, a da motricidade

etc., do modo que podemos dizer que se vai a escola para alfabetizar, o que

equivale dizer, para aprender para falar a língua universal. Portanto, se fosse só

para brincar espontaneamente, não precisaríamos de escolas. A gente vai cada dia

à escola para saber mais do que sabia, não importa se jogando ou escrevendo na

lousa.

E é o que ainda falta do jogo em seu caráter utilitário para a educação.

Nesse caso, temos de dizer que, antes de mais nada, segundo FREIRE (2005), o

jogo sempre perderá parte de seu caráter lúdico, pois se confundirá com tarefas

objetivas, com trabalho. Portanto, o objetivo pedagógico não é ensinar apenas aquilo

que já faz parte do jogo, mas acrescentar outros atributos que foram colocados nele.

29

Page 31: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 TIPO DA PESQUISA

Para o desenvolvimento desta pesquisa, elege-se como abordagem de

investigação a perspectiva qualitativa semi-estruturada. O método qualitativo é

empregado por ser apropriado no caso de pesquisas que possibilita um contato

pessoal e estreito do pesquisador com fenômenos pesquisados, o que apresenta

uma série de vantagens.

Trata-se de uma pesquisa que enseja a descrição cotidiana do lócus de

pesquisa que é a Escola Municipal Rodolfo Trechaud Curvo, situada no município de

Araputanga – MT. Além disso, das ações produzidas pelos sujeitos da pesquisa: são

os professores da Educação Infantil

O emprego da etnografia em investigações sobre o contexto escolar é

denominado por ANDRÉ (1995), de pesquisa do tipo etnográfica que é a ênfase no

processo, naquilo que está ocorrendo e não no produto ou nos resultados finais. As

perguntas que geralmente são feitas nesse tipo de pesquisa são as seguintes: O

que caracteriza esse fenômeno? O que está acontecendo nesse momento?

Outra característica da pesquisa etnográfica é a preocupação com o

significado, com a maneira própria com que as pessoas vêem a si mesmas, as suas

experiências e o mundo que os cerca. O pesquisador deve tentar apreender e

retratar essa visão pessoal dos participantes. (ANDRÉ, 1995).

Outras características importantes na pesquisa são as descrições. O

pesquisador faz uso de uma grande quantidade de dados descritivos: situações,

pessoas ambientes, depoimentos, diálogos, que são por ele reconstruídos em forma

de palavras ou transcrições literais.

A pesquisa etnográfica busca a formulação de hipóteses, conceito, teorias.

Para isso faz uso de um plano de trabalho aberto e flexível, em que o foco da

investigação vai sendo constantemente revistos, as técnicas de coleta, reavaliadas,

os instrumentos reformulados, e os fundamentos teóricos repensado.

Page 32: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

Por se tratar de uma pesquisa qualitativa, define-se como instrumento para

coleta de dados: questionário semi-estruturado com os professores da Educação

Infantil.

31

Page 33: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

4. ANÁLISE DOS DADOS

Este capítulo é dedicado às análises dos dados das informações adquiridas

no trabalho de campo.

O sujeito da pesquisa foram três professoras pedagogas na escola municipal

Rodolfo Trechaud Curvo. A coleta dos dados foi através de aplicações de

questionários que foram respondidos pelos professores de educação infantil sendo

uma do pré I e outras duas do pré II que trabalham com crianças de 04 e 05 anos de

idade no período vespertino na Escola Rodolfo Trechaud Curvo.

ANÁLISE DOS RESULTADOS

Foram analisados os dados coletados a partir de questionários respondidos

pelas professoras da Educação Infantil com as seguintes questões.

Quadro I

O brincar influencia no desenvolvimento da aprendizagem?

Professor Resposta

P1 Sim através do brincar os alunos conseguem assimilar

melhor os conteúdos.

P2

Sim o brincar é uma atividade que está presente na vida da

criança e possui um papel importante na aprendizagem e

ajuda no desenvolvimento.

P3

Sim o brincar contribui para o desenvolvimento social,

cognitivo, e psicomotor. A criança que brinca aprende a

respeitar regras.

Page 34: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

De acordo com as respostas dadas neste quadro, percebemos que os

professores tem conhecimento sobre o brincar e a importância para o

desenvolvimento da criança.

Ao brincar com o objeto a criança o vai percebendo em suas diferentes

dimensões, descobre seus atributos, sua utilidade, classifica-podendo mais tarde

modificar suas estruturas. É através do brincar que a criança vai descobrindo o que

pode e o que não pode, “a criança à qual tudo é permitido e à qual todos os

obstáculos são removidos não se dá condições de se estruturar logicamente a

realidade, conseqüentemente, de representá-lo.” (OLIVEIRA, 1998, p.47).

Quadro II

Você utiliza o brinquedo como atividade na sala de aula?

Professora Resposta

P1 Sim com o brinquedo as crianças interagem uns com

os outros e desenvolve a linguagem.

P2

Sim as crianças precisam ter contato com o

brinquedo para melhorar e memorizar o que é dado

para elas.

P3

Sim com o brinquedo a criança fantasia sua

imaginação e com ele vivencia situações as quais

favorecem a aprendizagem.

Podemos verificar nas respostas que todas as professoras utilizam o

brinquedo como atividades, pois o brinquedo é um recurso pedagógico de suma

importância sendo utilizado de forma adequada sempre dando ênfase ao

desenvolvimento da aprendizagem da criança e na construção valores e

socialização.

Para VYGOTSKY (1998), o educador poderá fazer uso de jogos,

brincadeiras,histórias e outros, para que de forma lúdica a criança seja desafiada a

pensar e resolver situações problemáticas, para que imite e recrie regras utilizadas

pelo adulto.

33

Page 35: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

Quadro III

Quais as brincadeiras preferidas pelas crianças?

Professor Respostas

P1 Brincadeiras de roda, lobo mau, morto vivo

P2 As cantigas de roda, dança da cadeira, casinha da vovó.

P3 Corre cutia, coelhinho sai da toca, bambolê

Verificando as respostas apresentadas pode ser observado que as

brincadeiras preferidas pelas crianças são brincadeiras da cultura lúdica infantil e

que promovem muita alegria quando brincado, transformando seu papel elas criam e

recriam diversas formas de conhecimento.

A brincadeira na escola deve ser de caráter pedagógico em relação ao

ensino aprendizagem.

Segundo BRASIL (1998, p.27),

É através da brincadeira que acriança experimenta descobre, cria exercita suas habilidades, tanto psicomotoras quanto cognitivas e afetivas, através da atividade lúdica que ela estimula a curiosidade, a iniciativa e a autoconfiança, proporcionando aprendizagem, desenvolvimento da linguagem do pensamento da concentração e da atenção.

Quadro IV

Quais os brinquedos preferidos pelas crianças?

Professor Respostas

P1 Bonecas, brinquedos de encaixe, bola

P2 Brinquedo de montar quebra cabeça, carrinho

P3 Carrinho, boneca, bola, bloco de montar.

Através das respostas dadas podemos verificar que os brinquedos da

preferência das crianças são brinquedos que faz com que as crianças interagem

umas com as outras deixando a imaginação fluir de forma lúdica construindo papeis

e personagens simbólicos.

A situação imaginária de qualquer forma de brinquedo já contém regras de comportamento, embora possa não ser um jogo com regras formais estabelecidas apriori. A criança imagina-se como mãe e a boneca como criança e dessa forma, deve obedecer às regras do comportamento maternal. (WINNICOTT, 1971, p.23).

Quadro V

34

Page 36: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

Você sabe a diferença entre brincadeiras, jogo didático e brinquedo.

Professor Respostas

P1

Brincadeiras: simbólicas, tradicionais, as de roda, as de

regras.

Jogo didático: material utilizado para desenvolver a

prendizagem de acordo com o conteúdo.

Brinquedo: objeto de manuseio pessoal onde cada

criança consegue reinventar sua maneira de

aprendizagem com o real e o lúdico.

P2

Brincadeira: é a ação de brincar.

Jogo didático: são jogos que estimulam e favorece na

aprendizagem.

Brinquedo: é um objeto ou uma atividade lúdica, voltada

para o lazer.

P3

A brincadeira: é utiliza como instrumento o próprio corpo.

Jogo didático: desenvolve o cognitivo da criança e a

aprendizagem.

Brinquedo: é um instrumento que propicia o brincar.

Neste quadro podem ser observadas as diferenças entre brincadeiras jogo

pedagógicas e brinquedo pelas professoras da Educação Infantil onde as três

possuem diferentes concepções de brincadeira, mas todas relacionam com o ato de

brincar.

Quanto ao jogo didático podemos observar que as três professoras estão

seguras e concordam com desenvolvimento da aprendizagem.

O brinquedo de acordo com as respostas dadas elas possuem opiniões um

pouco diferentes, mas acreditam que com o brinquedo é possível perceber a

presença do lúdico em meio às realizações pedagógicas. A brincadeira. O jogo

didático e o brinquedo envolvem vários aspectos afetivos cognitivos e motor, pois o

lúdico proporciona a aprendizagem.

De acordo com KISHIMOTO (2002), o jogo é considerado uma atividade

lúdica que tem valor educacional, a utilização do mesmo no ambiente escolar traz

muitas vantagens para o processo de ensino aprendizagem, o jogo é um impulso

natural da criança funcionando, como um grande motivador, é através do jogo obtém

35

Page 37: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

prazer e realiza um esforço espontâneo e voluntário para atingir o objetivo, o jogo

mobiliza esquemas mentais, e estimula o pensamento, a ordenação de tempo

espaço, integra várias dimensões da personalidade, afetiva, social, motora e

cognitiva.

36

Page 38: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

CONCLUSÃO

Ao final desse trabalho foi concluído que o lúdico está presente na vida

escolar da criança, podemos observar que esses educadores estão cientes do

ensino através do lúdico.

A educação através dos jogos e brincadeiras devem ser a preocupação de

todos os professores que tem intenção de motivar seus alunos ao aprendizado. As

brincadeiras lúdicas podem ser utilizadas como fonte incentivadora a partir do

concreto porque através delas as aulas ficam mais alegres e interessantes e os

alunos passam a gostar e participar com prazer.

Sabe-se que o papel da escola é ampliar o universo de conhecimentos dos

alunos, fornecendo-lhes condições para que estabeleçam vínculos entre o que eles

já conhecem e os novos conteúdos que vão construir, possibilitando uma

aprendizagem significativa.

A partir das análises neste trabalho foi constatado que o professor usa de

diferentes metodologias para desenvolver a aquisição de novos conhecimentos e

habilidades na criança, promovendo a socialização e uma aprendizagem mais

interativa e dinâmica.

Desse modo foi possível perceber que a Escola Municipal Trechaud Curvo

através do trabalhado que os professores faz com a ludicidade no dia-a-dia da aula,

foi possível notar que os jogos e as brincadeiras estão presentes nessa aula,

portanto, na vida da criança, sendo a forma mais agradável

Acredito que as brincadeiras lúdicas representam uma fonte de

aprendizagem,

Considerando as evidências percebidas através da realização desse estudo

entendeu-se que a brincadeira lúdica é um recurso metodológico capaz de

proporcionar uma aprendizagem espontânea e natural que estimula a criatividade e

a socialização.

Page 39: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRÉ, Marli E. D. A. de. Etnografia da prática escolar. 12. ed. Campinas: Papirus, 1995. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: Educação Física. Brasília: MEC/SEF, 1997. BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/ SEF, 1998.

BROUGERÉ, Gilles. O Les jouet ou la production de I'enfance: L’image culturelle de I'enfance à travers du jouet industriel. Paris VIII, volume I. tllese 3 eme cycle, VER d'ethnologie, 1981. BROUGÉRE, G. Da brincadeira ao brinquedo na educação pré-escolar. II Congresso Brasileiro do Brinquedo na Educação de 0 a 06 anos. São Paulo: 1990. BROUGÈRE, Gilles. Jeu et Education. Le Jeu dans la Pedagogia Prescolaire depuis le Romantisme. These pour le Doctorat d'Etat ES Lettres á: SciEnces Humanies. Paris: Universite.Paris V, vs I e fi, 1993. BROUGÈRE. Gilles. Jogo e educação. Porto Alegre. Artes Médicas, 1998. CAILLOIS, Roger. Les jeux et lês hommems. Paris: Gallimard, 1958. CLAPARÈD, Eduardo. Psicologia da criança e pedagogia experimental. São Paulo: Editora do Brasil,1956. CHÂTEAU, Jean. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987. CHRISTIE, James F. La fonction de jeu au niveau dês enseignements prescolaires et primaires (1ére partie), L’éducátion par lê jeu et l’ environnement, 3éme trimestre, n°43,p3-8,1991b. FREIRE, João Batista. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. São Paulo: Scipione, 1997. FREIRE, João Batista. O jogo entre o riso e o choro. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2005. FRÖEBEL,F.La education del hombre.Madrid: Daniel Jarro Editor, 1913. FRONBERG. Doris.Pronin. Play in the E arty Childhood curriculum. A reviw of current research. Seefeldt: Teacheres College Press, 1987. GADAMER. Hans-Georg. Verdad y método I. Salamanca: Sigame, 1993.

Page 40: O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTILbiblioteca.ajes.edu.br/arquivos/monografia... · 2017-12-17 · 1.1 O BRINCAR O brincar, segundo OLIVEIRA (2000), tem um papel fundamental,

HUIZINGA, Johan. Homo ludens: essaisur la function sociale du jeu. Paris, Gallmard, 1951. KISHIMOTO, T.M. O brincar e suas teorias.São Paulo: Pioneira,1998. KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1999. KISHIMOTO, Tizuco Morchida. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 2002. KISHIMOTO, Tizuko Morchida (org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2006. LE BOUCHE, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos. 7. ed. Trad. Ana Guardiola Brizola. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. LUDKE, Menga & ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. OLIVEIRA, Vera Barros de. (org.) O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis: Vozes, 2000. OLIVEIRA, Gislene Campos, O símbolo e o brinquedo: a representação da vida. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1998. PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho. Rio de Janeiro: Zanar, 1978. PIAGET, J. Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense/ Universitária, s./d. PIAGET, J.O julgamento moral na criança. São Paulo: Mestre Jou, 1977. RABELAIS, François. Gargântua. Trad. De Paulo M Oliveira. Rio de Janeiro, Athena, s/d (Biblioteca Clássica, v. VIII). VIEIRA, l. Para o conhecimento do jogo imaginativo: um estudo sobre formas de uso de objetos. Dissertação de Mestrado, Instituto de Psicologia – São Paulo: USP, 1978. VYGOSTKY, Lev S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998. WINNICOTT, D.W.O brincar e realidade.São Paulo: Imago,1971. WINNICOTT, D.W. Jeu et realit. Paris: Gallimard, 1975.

39